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Dinâmica de
Fluidos
Computacional
• Computational Fluid Dynamics• CFD
J. Carlos Teixeira Nelson Rodrigues 2016
22
Perspectiva histórica
* Desde cedo o homem tem procurado compreender os fenómenos ligados aos fluídos
# Arquimedes entre 287 e 212 AC realizou estudos que englobavam a área da hidrostática
33
Isaac Newton - Inglaterra (1643-1727)
* Uma das figuras mais importantes na ciência
* As suas contribuições para a mecânica dos fluídos englobam:
# A 2ª lei de Newton F=m x a
# Relação entre a velocidade das ondas numa superfície livre com o seu comprimento.
44
Século XVIII e XIX
* Período de trabalho significativo para tentar descrever matematicamente o movimento dos fluidos.
# Daniel Bernoulli (1700-1782) derivou a equação de Bernoulli
# LeonhardEuler (1707- 1783) propôs as equações de Euler que descrevem a conservação do momento para um fluido invíscido.
* Osborne Reynolds (1842-1912)
# Regimes de escoamento
* Claude Louis Marie Henry Navier (1785-1836) e George Gabriel Stokes (1819-1903) introduziram o transporte viscoso nas equações de Euler, resultando nas equações de Navier Stokes que são a base dos modelos CFD modernos.
55
Século XX
* Ludwig Prandtl (turbulência; comprimento de mistura) * von Kármann (turbulência)
* Nikuradse (rugosidade)
66
Anos 60 e 70
* Durante os anos 60 a divisão teórica de Los Alamos contribuiu com vários métodos numéricos que ainda estão em uso actualmente, tais como:
# Particle-In-Cell (PIC). # Marker-and-Cell (MAC)
# Vorticity-Streamfunction Methods # Arbitrary Lagrangian-Eulerian (ALE) # k-ε turbulence model
* Durante os anos 70 um grupo liderado por Dr. Brian Spalding no Imperial College de Londres desenvolveu:
# Parabolic flow codes (GENMIX). # Vorticity-Streamfunction based codes
# The SIMPLE algorithm and the TEACH code # The form of the k-e equations that are used today # Upwind differencing
77
Anos 80 e 90
* Antigamente, o CFD foi elaborado utilizando códigos académicos e caseiros. Sempre que alguém queria fazer um cálculo CFD tinha de escrever um programa.
* Foi durante este período que a maioria dos códigos CFD comerciais hoje disponíveis originou:
# Fluent (UK and US)
# Flow3D/CFX (UK and Canada)
# Fidap (US)
# Polyflow (Belgium)
# Phoenix (UK)
# Star CD (UK)
88
O que é?
* Computational Fluid Dynamics ou CFD é a análise de sistemas que englobam escoamento de fluidos, transferência de calor e massa, e fenómenos associados tais como reacções químicas através de simulação baseada em computação.
99
Importância
10
10
Importância
* Hidrodinâmica de navios.
11
11
Importância
* Turbo-maquinaria: escoamentos em rotores, difusores, etc.
* Engenharia electrónica e de eléctrica: arrefecimento de equipamento incluindo microcircuitos.
12
12
Importância
* Engenharia de processos químicos: chamas, mistura e separação, moldes de polímeros
* Ambientes externos e internos de edifícios: carga do vento, aquecimento e ventilação.
13
13
Importância
* Engenharia marítima: cargas em estruturas marítimas
14
14
Importância
* Engenharia biomédica: escoamento de sangue pelas artérias e veias; e do ar pelas vias respiratórias
15
15
Vantagens
* Baixo custo na fase de projecto
# Não é necessária a construção de modelos físicos
# O custo em relação ao anterior provém sobretudo da obtenção de poder computacional e das licenças
* Baixo custo na fase de projecto
# As simulações podem ser realizadas num espaço de tempo relativamente curto
# Facilidade de mudar a situação de teste
* Capacidade de estudar situações perigosas na vida real
16
16
Limitações
* Modelos computacionais
# O CFD só pode ser tão preciso quanto os modelos em que este é baseado
* Erros numéricos
# Erros por aproximação # Erros por truncatura
* Está dependente da precisão na definição do problema que muitas vezes é aproximado
17
17
Equações de conservação (eq Navier-Stokes)
Massa Momentum x, y, z Energia
0
u
t
x x
u
x
S
xx
p
u
u
t
u
grad
y
y
y yu
S
y
p
u
u
t
u
grad
i
u
p
u
k
T
S
it
i
grad
z z
u
z
S
zz
p
u
u
t
u
grad
2 2 2 2 2 2 2 2 λ u y u z u x u z u x u y u z u y u x u μ Φ x y z x y x z y z 18
18
a 2 dimensões:
0
y
u
x
u
x
y
x x y x x x xS
x
P
dy
u
u
u
y
dx
u
u
u
x
y y y y y y x
S
y
P
dy
u
u
u
y
dx
u
u
u
x
0
y
u
x
u
x y19
19
Equações de conservação (Simplificações)
Escoamento invíscido (Euler)
Momentum xx
x xS
xx
p
u
u
t
u
0
u
t
20
20
Equações de conservação (Simplificações)
creeping flow (Stokes) (Re<<1)
Momentum xx
ex: meios porosos, micro fluidos
0
u
t
grad
0
x xS
u
x
p
21
21
Equações de conservação (Simplificações)
Aproximação de Boussinesq (cont)
se
não constante (g cte)Tratar a parte variável apenas no termo de fonte (massa)
i i ig
g
g
0
0
0
g
i
0g
i
T
T
0
22
22
Discretização das Equações
Porquê
23
23
Equações de conservação
Formulação diferencial Formulação integral Teorema de Gauss
u
S
t
grad
CV CV CV CVdV
S
dV
dV
u
dV
t
grad
A CVdA
dV
n
a
a
24
24
Equações de conservação
(significado) Em estado estacionário:
CV A A CVdV
S
dA
dA
u
dV
t
n
n
grad
CV A AdV
S
dA
dA
u
n
grad
n
25
25
Volumes finitos; difusão
Formulação diferencial
Formulação integral
Aplicando o Teorema de Gauss:
u
S
t
grad
CV CV CV CVdV
S
dV
dV
u
dV
t
grad
CV A A CVdV
S
dA
dA
u
dV
t
n
n
grad
26
26
Volumes finitos; difusão
Só difusão: a 1D:
grad
0
CV AdV
S
dA
n
ˆ
ˆ
0
i
dA
S
dV
x
i
A
0
S
dV
x
A
x
A
w e
0
dA
S
dV
x
k Ak
27
27
Volumes finitos; difusão
0
S
dV
x
A
x
A
w e
28
28
Volumes finitos; difusão
PE P E e e ex
A
x
A
WP W P w w wx
A
x
A
29
29
Volumes finitos; difusão
P P u
S
S
dV
S
0
u P P WP W P w w PE P E e eS
S
x
A
x
A
u E e PE e W w WP w P P w WP w e PE eA
S
x
A
x
S
A
x
A
x
Agrupando:onde:
30
30
Volumes finitos; difusão
u E E W W P Pa
a
S
a
W a a E a P w WP w A x e PE e A x P P W a S a Exemplo:
31
31
Volumes finitos; difusão
K
W/m
1000
m
01
.
0
2 2
k
A
Linear
Expandindo em séries de Taylor
32
32
Interpolação
e
P E e e
1
PE P E e e ex
A
x
A
P E P e ex
x
x
x
...
2
1
2 2
x
x
x
x
x
e P E e e P E e e
Up-wind
Expandindo em séries de Taylor
33
33
Interpolação
0
.
se
,
0
.
se
,
e E e P en
u
n
u
...
2
2 2 2
x
x
x
x
x
x
e P P e P e
QUICK (quadratic upwind interpolation) Erro de 3ª ordem!!
34
34
Interpolação
D U
U UU
U e
g
g
1
2
x
Dex
UU
x
Dex
UUUU
x
x
x
x
g
1
x
U ex
UUU
x
DDx
UUe
x
x
x
x
g
2Derivada temporal
35
35
Integração no tempo
S
x
T
k
x
t
T
c
p
t Δt t Δt t t Δt t t pdVdt
SdVdt
x
T
k
x
dVdt
t
T
c
CV CV CV
t Δt t t t t e w e w t t t pdt
S
Vdt
x
T
kA
x
T
kA
dV
dt
t
T
c
dt
dV
c
T
T
V
t
T
c
p P P e w t t t p
0Onde calcular temperatura?
36
36
Integração no tempo
t Δt t t t t WP W P w PE P E e P P pdt
S
Vdt
x
T
T
A
k
x
T
T
A
k
V
T
T
c
0
T
T
t
dt
T
P P t t t P
01
explicito
37
37
Integração no tempo
S
x
x
T
T
k
x
T
T
k
x
T
T
k
x
T
T
k
x
t
T
T
c
WP W P w PE P E e WP W P w PE P E e P P p
0 0 0 0 01
0
S
x
x
T
T
k
x
T
T
k
x
t
T
T
c
WP W P w PE P E e P P p
01
0 0 0 0x
k
t
x
c
p
2
Crank-Nicholson Implícito
38
38
Integração no tempo
2
1
k
x
c
t
p 2
1
Convecção-difusão (estacionário)
Exemplo (1D; s/ termo fonte)
39
39
Convecção
CV A AdV
S
dA
dA
u
n
grad
n
u
S
grad
dx
d
dx
d
u
dx
d
0
dx
u
d
integrando
40
40
Convecção
w e w edx
d
A
dx
d
A
uA
uA
uA
e
uA
w
0
Fluxos nas faces
41
41
Convecção
dx
D
u
F
e
E P
w
P W
e w w e eF
D
D
F
e w
w eu
F
u
F
w e e edx
D
dx
D
0
w eF
F
Interpolação nas faces (diferenças centrais) transporte
42
42
Convecção
2
2
P W w E P e
dx
u
D
F
Pe
Interpolação nas faces (upwind) Fluxos faces
43
43
Convecção
W w P e
;
44
44
Solução exacta
Interpolação
1
1
Pe . Pe 0 0
e
e
L x L
45
45
Malhas (
vertex centered
vs cell centered)
a) i-1 i i+1 N 1 j-1 j+1 Nx i-1 i i+1 1 1 j Ny (i,j) b)
46
46
Malhas (estrutura)
x y i j x i-1 xi xi+1 x y yj-1 yj P nw ne sw se w e n s WW W E S SW SE yj+1 EE NE N NW neSttagered/Colocated grid
47
47
Solução (forma)
= * QP w S P N E APAN AS AE AW
P s S P s n P N n w W P w e P E e S P s P N n W P w P E e Q x x x x x y x y x v x v y u y u 2 2 2 2 W W E E N N S S P P P A A A A Q A 48
48
Solução (procedimento): SIMPLE
* A pressão, (incógnita!) faz parte do termo de fonte.
A solução destas equações permite ter uma estimativa do campo de velocidades!
y x S y p v uv t v S x p u uu t u 1 1 1 1 y p A S v a v a x p A S u a u a y y l l l P P x x l l l P P
y P P y p x P P x p s n w e49
49
Solução (procedimento): SIMPLE
* A solução satisfaz a conservação da massa?
Necessidade de correcções para o campo de velocidades e pressão!
0
w w n n s s e eu
A
u
A
u
A
u
A
' p p p ' v v v ' u u u
e e'
w
w w'
n
n n'
s s s'
0 e u u A u u A u u A u u A
w w n n s s w w e e s s n n e eu
A
u
A
u
A
u
A
u
A
u
A
u
A
u
A
' ' ' ' y ' p a A v x ' p a A u P y ' P P x ' P c P b P b P b P b P bP P' E E' W W' N N' S S' n P N Pn yn n e P E Pe xe e y P P a A v x P P a A u ' ' ' ' ' ' 50
50
Solução (Algoritmo): SIMPLE
1 Iniciar campo de pressão (arbitrado), p*
2 Resolver as equações de Momentum e determinar, u*, v*
3 Resolver equação de correcção de pressão, p’
4 Corrigir pressão p**=p*+p’
5 Corrigir velocidades, u**=u*+u’
6 Calcular outras variáveis de interesse
51
51
Solução (procedimento): SIMPLE
* Actualização de variáveis. (factor de relaxação)
* Convergência da solução resíduos
* Solução no tempo ou estacionária
' ' ' p p p v v v u u u P u u
N u u R N i gi i
1 2
N i i N i gi i N i i N i i gi u u u N u N N u u R 1 1 2 1 1 252
52
FRONTEIRA (condições de)
* Paredes Dirichlet Neumann * Entradas/saídas fixar valor livre * Simetria b
' bn
0
n
53
53
MALHA
* O CFD usa a subdivisão do domínio para efectuar
a discretização em Volumes Finitos
* Dá-se o nome de malha ao conjuntos de todas as
células que constituem o domínio.
* A resolução da malha está ligada à precisão do
cálculo.
* Esta deve ser tão pequena de forma a que,
idealmente, seja possível dizer que não há
54
54
MALHA
* Estruturadas Fácil de referenciar
Difícil de aplicar a geometrias “reais”
* Não estruturadas
Muito flexíveis em função da geometria Difícil de referenciar
* Axi-simétricas
55
55
56
56
MALHA
* Qualidade O que é? Importância da malha * IndicadoresCGI Celik IB et al (2008), “Procedure for Estimation and Reporting of Uncertainty Due to Discretization in CFD Applications” Journal of Fluids Engineering, 130(7)
Ortogonalidade; skewness (índices)
* Refinamentos locais * Compostas (por blocos)
57
57
TURBULÊNCIA
* Características´
´
´
w
w
w
v
v
v
u
u
u
Tu
dt
T
u
0 2 ___ 2'
1
'
___ _____ _____ 2 ' ' ' ' ' u w z u z v u y u y u x u x g x p t u x
58
58
TURBULÊNCIA
* Conceitos
Energia cinética turbulenta
Viscosidade turbulenta ____2 ____ 2 ____ 2 ' ' ' 2 1 w v u k x u T
ij i j j i T j i k x u x u u u
3 2 ' ' ________ 59
59
TURBULÊNCIA (zero equações)
* Prandtl * Smagorinsky * Baldvin-Lomaz ky l dy du l T 2 ;
i j j i ij ij ij T x u x u S S S l 2 1 ; 2 ___ ___ ___ 2
i j j i i i i T x u x u l2 ______ ___ ;
60
60
TURBULÊNCIA (uma equação)
* Equação de transporte para k
k é uma escala de velocidade para os eddies de grande escala
* Kolomogorov-Prandtl L k C T
'61
61
TURBULÊNCIA (duas equações)
* Distinção entre eddies (conceito de dissipação de energia)
* Equações de transporte * k-ε; k-ω; lowRe k- ε….. * Outros __ __________ ' ' j i j i x u x u
T C k2
k C x u k C C Dt Dk x u k C Dt Dk j i ij T j i ij T 2 5 4 3 2 ' '
62
62
TURBULÊNCIA (parede)
* Wall function
* Near wall treatment
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 0.00001 0.0001 0.001 0.01 0.1 1 y (m) u (m /s ) . sub camada zona intermedia perfil v Karman
63
63
2 FASES
* Euleriano-Euleriano
64
64
2 FASES
* Euleriano-Euleriano
Volume Of Fluid (VOF)
Fluido 1 Fluido 1 Fluido 2 Fluido 1 Fluido 2 Fluido 2 0 u t 0.09 0.22 0.00 0.00 0.96 1.00 0.64 0.68 1.00 1.00 1.00 1.00
2 1 2 1 1 1
interface de zona na , ponto um para 1 0 fluido2 de zona na , ponto um para 0 fluido1 de zona na , ponto um para 1 , t x t x t x t x 65
65
2 FASES
* Euleriano-Lagrangeano fase dispersa; sprays
* eddy-particle interaction (Hewitt, 1980) particle motion
trajectória
turbulência; tempo de cálculo
x D D x D D D F u u g F dt du ) ( 24 Re 18 2 D D D D C d F dDuD u Re 2 3 2 1 Re Re a a a CD
D
D u u dt du
t t
D D D t t u t u u t e u 1 D u dt dx 2 ' ' u u e 2TL 0.3k66
66
VALIDAÇÃO
* Soluções teóricas * Dados experimentais PrópriosLaufer (1954) – pipe flow Driven cavity