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VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO ZOOPLÂNCTON DO BAIXO ESTUÁRIO DO RIO ITAJAI-AÇU, SC.

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO ZOOPLÂNCTON DO BAIXO ESTUÁRIO DO RIO ITAJAI-AÇU, SC.

Ludmilla Veado

ITAJAI, SC AGOSTO DE 2008

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Ludmilla Veado

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO ZOOPLÂNCTON DO BAIXO ESTUÁRIO DO RIO ITAJAI-AÇU, SC.

Dissertação apresentada como requisito final à obtenção do título de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências e Tecnologia Ambiental, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador: Prof. Dr. Charrid Resgalla Jr.

ITAJAI, SC AGOSTO DE 2008

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço ao meu orientador Charrid Resgalla Jr. por ter proporcionado mais esta oportunidade e tantas outras para o meu crescimento profissional e pela amizade durante todos esses anos. Obrigada!

Agradeço aos meus pais, Ricardo e Márcia e a minha irmã Natália por todo apoio, carinho e amor. Obrigada por compreenderem minha ausência quando minha prioridade era finalizar o mestrado. Ao meu melhor amigo, Luiz Márcio, pelas nossas conversas, por sempre estar disposto em ajudar, por toda a sua amizade, por ser quem você é. Obrigada por tudo, irmão!

Agradeço ao sempre querido Tiago que acompanhou o início dessa jornada e que, mesmo distante, continuou e continua torcendo por mim.

A todos meus tios e amigos de Flops e de Belô pelo apoio fundamental. A meus amigos saudosos que conquistei ao longo dos quatro meses em que morei no Moradas Bom Viver no Rio Tavares em Flops. Obrigada por me divertirem tanto!

A toda a galera do mestrado (da minha turma e das turmas posteriores), do Lob, do Letox (por me receber tão bem e pela torcida ao final dessa jornada!) e à secretária Cris por sua disposição em sempre me ajudar. Saudade de quando eu encontrava com mais freqüência a minha turma do mestrado Patri, Lenita, Tamily, Tati, Ana, Sangoi, Ronnie, Dermeval, Marcelo... pelas nossas geladas após as aulas, onde a gente realmente se divertia! Aos queridos RodrigoS (Dallag e Claudino e ao Sant’ - futuro Oc.) pela agradável companhia no Lob, desde janeiro de 2008. Ao Dallag por quase morrer congelado no container toda vez que eu voltava do campo com as amostras de água da Epagri para os futuros testes de toxicidade, por nunca ter brigado comigo por fazer barulho (a culpa era da Thais!) enquanto ele tentava se concentrar e por todas as dicas e pelo help no abstract. Ao Claudino, pois quando chegava no Lob, já passava o café e levava cuca de queijo com castanha (minha predileta) para o café da manhã com direito a trilhas sonoras bizarras! Ao Topeira (Thiago) por ter me ensinado a trabalhar no MVSP. A todos do Lob, especialmente Renateen, Martin, Mutley, Schroeder, Richardi, Renan, Carol, Aninha entre outros por estarem sempre dispostos em me ceder “a carroça” e por tornarem a vida no Lob mais tumultuada e divertida. À Rê por sempre ser tão amiga e prestativa. Por me ceder seu apê durante o verão de 2008 e pelas

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contas!!! Á querida Thais, realmente a promoter do Lob por sempre me ajudar em tudo e pela sua amizade! E por organizar os extintos (infelizmente!) cafés que tornavam as tardes de quinta-feira mais agradáveis no Lob.

A amiga Fabíola e família que sempre me receberam de portas abertas em sua casa, principalmente, na época das aulas do mestrado com direito a jantares deliciosos preparados pelo João André.

Aos vizinhos Fernandão e chef Bruno pela amizade, pelos jantares, pelas conversas e geladas que sempre me divertem. À amiga Suzana por me receber em casa (desde sempre!) até eu me mudar definitivo para praia Brava em Itajaí, pela criação dos mapas no Arcmap para o atlas e a dissertação. Obrigada por ser minha amiga, obrigada por tudo!

A todos aqueles que por ventura não tenham sido citados aqui, mas que sempre ajudaram com suas pequenas atitudes, me dando ânimo para finalizar a dissertação de mestrado e fechar mais um ciclo em minha vida, obrigada!

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SUMÁRIO

SUMÁRIO... 6 LISTA DE TABELAS ... 7 LISTA DE FIGURAS ... 7 RESUMO ... 10 ABSTRACT ... 11 INTRODUÇÃO... 12 Indicadores biológicos... 13 Comunidade zooplanctônica ... 14 Área de estudo ... 17 OBJETIVOS... 18 Objetivo geral ... 18 Objetivos específicos... 18 MATERIAIS E MÉTODOS... 19 Amostragens ... 19

Triagem das amostras e identificação das espécies ... 20

Análise dos dados ... 20

RESULTADOS ... 23

Variáveis ambientais... 23

Temperatura ... 23

Salinidade ... 24

Vazão ... 25

Turbidez e Transparência da água... 26

Comunidade zooplanctônica ... 27

Densidade total... 27

Riqueza ... 28

Composição específica ... 29

Variáveis ambientais e a comunidade zooplanctônica no baixo estuário do rio Itajaí-açu ... 46

DISCUSSÃO... 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Lista de taxa zooplanctônicos encontrados no baixo estuário do rio Itajaí-açu (Dm = densidade média; FO = frequência de ocorrência; AR = abundância relativa) para amostragem em superfície... 30 Tabela 2 - Lista de taxa zooplanctônicos encontrados no baixo estuário do rio Itajaí-açu (Dm = densidade média; FO = frequência de ocorrência; AR = abundância relativa) para amostragem oblíqua... 32 Tabela 3 - Porcentagem média de abundância (%) dos grandes grupos do zooplâncton registrados na amostragem em superfície e na amostragem oblíqua no rio Itajaí-açu entre junho de 2005 e maio de 2007... 34 Tabela 4 - As comunidades zooplanctônicas com seus respectivos grupos e espécies encontrados no baixo estuário do rio Itajaí-açu... 36 Tabela 5 - Porcentagem da variância dos dois primeiros eixos e peso das variáveis para ACP da comunidade zooplanctônica e parâmetros ambientais do estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua e em superfície... 46

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa de localização do baixo estuário do rio Itajaí-açu com os pontos amostrais... 22 Figura 2: A e B - Variação da temperatura (˚C) superficial da água por campanha a por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem superficial. C e D- Variação da temperatura (˚C) média da coluna de água por campanha a por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ... 23 Figura 3: A e B – Variação da salinidade em superfície por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C e D - Variação da salinidade média da coluna de água por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua... 24 Figura 4: A - Valores médios da vazão (m3/s) entre janeiro de 2005 e maio de 2007 no

rio Itajaí-açu (dados obtidos da Agência Nacional de Águas), B – Valores médios da salinidade superficial entre janeiro de 2005 e maio de 2007 no rio Itajaí-açu. ... 25

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Figura 5: A e B - Variação da transparência (m) por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C e D - Variação da turbidez média na coluna de água na amostragem oblíqua por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu... 26 Figura 6: A - B - Variação da densidade da comunidade zooplanctônica (n°org.m-3) por

campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C-D - Variação da densidade da comunidade zooplanctônica (n°org.m-3) por

campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ... 27 Figura 7: A - B - Variação de riqueza de espécies (Nits) por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C - D - Variação de riqueza de espécies (Nits) por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ... 28 Figura 8: Variação da abundância (%) de Acartia lilljeborgi por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície... 37 Figura 9- Variação da abundância (%) de Acartia lilljeborgi por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ... 38 Figura 10: Variação da abundância (%) de Paracalanus quasimodo por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície... 39 Figura 11: Variação da abundância (%) de Paracalanus quasimodo por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ... 40 Figura 12: Variação da abundância (%) de Moina minuta por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície... 41 Figura 13: Variação da abundância (%) de Moina minuta por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ... 42 Figura 14: Variação da abundância (%) de Eucyclops serrulatus por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície... 43 Figura 15: Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus acutus por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície... 44 Figura 16: A - Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus richardi por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. B - Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus richardi por campanha e por ponto

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Figura 17: Resultado da ACP para a comunidade zooplanctônica e os parâmetros ambientais do estuário do rio Itajaí-açu coletados na amostragem oblíqua e em superfície. ... 47

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RESUMO

A bacia do rio Itajaí-açu é a mais extensa do estado de Santa Catarina com 15.111 Km2 e apresenta o principal parque industrial do estado. Próximo a desembocadura do rio Itajaí-açu, está o Porto de Itajaí que é a principal via de comércio internacional do Estado e uma das mais importantes do país. A região estuarina recebe a contribuição sedimentar e de poluentes de toda a bacia, com uma área caracterizada por alta densidade demográfica e intensa atividade industrial e pesqueira. Somadas a estas fontes de contaminação, atividades de dragagem próximas ao porto tornam o estuário uma área crítica ao estudo de indicadores biológicos. O objetivo do estudo foi conhecer o zooplâncton do baixo estuário do rio Itajaí-açu e relacionar a composição específica e densidade com variáveis ambientais. Para isto, foi analisada a comunidade zooplanctônica em 7 pontos amostrais obtidas mediante arrastos oblíquos (dez/05–mai/07) e superficiais (jun/05-jan/07) com uma rede tipo WP-2 de 200 µm de tamanho de malha, 30 cm de diâmetro de boca equipada com fluxômetro. Em laboratório, as análises quali-quantitativas do zooplâncton foram realizadas em câmaras do tipo Bogorov sob microscópio estereoscópico, a partir de alíquotas que variaram de 3 a 10 % da amostra total. Dados abióticos de temperatura, salinidade, pH, turbidez e transparência também foram obtidos. A temperatura apresentou uma correlação direta com a densidade de organismos enquanto que a salinidade determinou a composição da comunidade zoolanctônica. Esta foi constituída por 13 grandes grupos taxonômicos (incluindo famílias, gêneros e espécies) e 91 taxa identificados. Foram identificadas três associações de espécies: (a) a comunidade límnica dominada pelos Cladoceras Bosmina longirostris, Camptocercus dadayi, Ceriodaphnia quadrangula, Ilyocryptus spinifer e Moina minuta e pelo Copepoda Eucyclops serrulatus, (b) a comunidade do zooplâncton marinho composta pelos Copepodas Acartia lilljeborgi, Centropages velificatus, Oithona ovalis, O. plumifera, Paracalanus quasimodo e Temora turbinata e pelos Cladoceras Penilia avirostris e Pseudoevadne tergestina, (c) o grupo mixohalino composto pelos Copepodas, Pseudodiaptomus acutus e Pseudodiaptomus richardi.

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ABSTRACT

The Basin of the Itajaí-açu River is the largest of Santa Catarina State, Southern Brazil, extending 15,111 Km2 and encompassing the state’s main industrial zone. Next to the river mouth lays the Itajaí Harbor, which is the principal outlet of international trading of the state and one of the main harbors of the country. The estuarine region aggregates sediments and pollutants originated from the entire basin, which is an area characterized by high demographic densities and intense industrial activity, including fishing. Added to these contamination sources, dredging activities next to the harbor characterize the whole estuary zone as a critical area for the study of biological indicators. The objective of this study was to describe the zooplankton of the lower Itajaí-açu River estuary and to relate its specific composition and density with environmental variables. The zooplankton community was analyzed in seven stations with oblique (dec/05 – may/07) and surface (jun/05 – jan/07) plankton tows. These tows were conducted with a WP-2 net with 200 µm mesh size, 30 cm mouth opening and a mechanical flow meter. In the laboratory, qualy-quantitative analyses of zooplankton were made in water aliquots representing 3 to 10% of the total sample volume, examined in Bogorov chambers under a stereomicroscope. Abiotic data such as temperature, salinity, pH and water transparence were also collected. Temperature and zooplankton density positively correlated whereas salinity was found to influence the zooplankton species composition. This composition included 13 main taxonomical groups (including families, genera and species) and 91 identified taxa. Three species associations were identified: (a) a limnic community dominated by Cladoceran Bosmina longirostris, Camptocercus dadayi, Ceriodaphnia quadrangula, Ilyocryptus spinifer, Moina minuta and Copepod Eucyclops serrulatus; (b) a marine zooplankton community, composed by Copepods Acartia lilljeborgi, Centropages velificatus, Oithona ovalis, O. Plumifera, Paracalanus quasimodo, Temora turbinata and Cladocerans Penilia avirostris and Pseudoevadne tergestina; (c) a mixohaline group composed by Copepods Pseudodiaptomus acutus and Pseudodiaptomus richardi. Key-words: zooplankton, estuary, hidrology, southern Brazil.

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INTRODUÇÃO

O rio Itajaí-açu, localizado ao norte do estado de Santa Catarina é o principal sistema fluvial da Bacia Hidrográfica do rio Itajaí-açu, cuja vertente está direcionada para o oceano Atlântico (SCHETTINI et al., 1998).

O baixo estuário destaca-se pelo contingente populacional, pelo desenvolvimento econômico e pelo turismo, onde variados usos resultam em inúmeras fontes de poluição ao rio Itajaí-açu, como o aporte de contaminantes provenientes dos grandes centros urbanos, da drenagem das lavouras de arroz irrigado que apresentam uso de agroquímicos, dragagem do canal de navegação do estuário com a possibilidade de disponibilização de contaminantes acumulados nos sedimentos e o intenso fluxo de embarcações de médio e grande porte no porto de Itajaí com disponibilização de Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) e da ocorrência potencial de espécies exóticas provenientes da água de lastro.

O ambiente costeiro do litoral norte catarinense recebe as águas provenientes do alto, médio e baixo estuário do rio Itajaí-açu, onde impactos promovidos pelos diversos usos são comuns. Entretanto, o estuário apresenta capacidade de “neutralizar” a maioria dos contaminantes em processos de adsorção e sedimentação (RÖRIG, 2005) causando a contaminação do sedimento por orgânicos e metais (LAITANO & RESGALLA JR., 2000). Apesar desta capacidade, a diversidade de contaminantes provenientes dos grandes centros urbanos, além da agricultura, faz do estuário o depositário e ambiente de transição para a contaminação costeira (RÖRIG, 2005). Durante os períodos de descarga fluvial moderada para alta, a maior parte do material proveniente do rio é exportada para a plataforma continental adjacente com a formação de uma pluma fluvial que se abre como um leque a partir da desembocadura e evolui, geralmente, para norte-nordeste (SCHETTINI, 1998).

A despeito das importâncias social e econômica da urbanização das margens do rio Itajaí-açu, ainda persistem demandas dos empreendimentos, quanto à redução dos riscos de impacto ambiental. É fato que a instalação e operação de empreendimentos na zona costeira representam ameaça ao meio ambiente, comprometendo principalmente os recursos hídricos.

Uma operação comum em complexos portuários é a atividade de dragagem de manutenção ou de aprofundamento do canal de navegação. Entre junho e agosto de

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aprofundamento do canal de navegação e na bacia de evolução para facilitar o acesso das embarcações. A dragagem foi realizada por uma draga tipo hopper com volume de material dragado, estimado em 1.853.000 m3 (SCHETTINI, 2004; HIDROTOPO, 2006).

No entanto, não é possível avaliar o real impacto da urbanização as margens do rio Itajaí-açu, sem estudos consistentes que avaliem a disponibilidade e qualidade dos seus recursos hídricos. Dessa forma, a necessidade de esforços aplicados a estudos ecológicos desses ecossistemas é nítida, vista a contínua e crescente degradação de estuários e suas áreas adjacentes.

A comunidade zooplanctônica da desembocadura do rio Itajaí-açu começou a ser estudada a partir de 1998, mas com maior enfoque sobre a influência de sua pluma de baixa densidade sobre a plataforma interna (SCHETTINI et al., 1998 e 2005, RÖRIG et al., 2003 e COUTINHO DE SOUZA, 2005). Para o zooplâncton límnico do rio, existe um trabalho realizado na região de Blumenau apresentado por Serafim-Júnior et al. (2006). Mesmo com estes trabalhos voltados para a região do rio Itajaí-açu, o conhecimento sobre a fauna zooplanctônica límnica e estuarina ainda é incipiente.

Indicadores biológicos

O conceito de indicador biológico ou bioindicador, ou espécie indicadora é, segundo Damato (2001), de fundamental importância para o monitoramento biológico. Uma determinada espécie pode apresentar três situações distintas: 1 – a sua presença em determinado habitat indica que seus requisitos físico e químico foram atendidos, porém quando limitantes, não permitem a sua sobrevivência; 2 - a sua ausência também pode ser resultado de interações interespecíficas, sendo competitivamente excluída por outra e 3 - esta espécie pode sobreviver em ambientes contaminados por suportar uma ou mais alteração fisiológica, bioquímica ou histopatológica como a diminuição da sua taxa de crescimento e desenvolvimento da sua capacidade reprodutiva ou alteração do seu comportamento, apresentando o papel de biosensor.

O autor acima preconiza que para uma espécie ser empregada como indicadora, deve apresentar condições importantes para a sua seleção. Entre as mais citadas, o organismo selecionado deve ser representativo de um grupo ecologicamente importante em termos de taxonomia, nível trófico ou nicho, deve ter grande distribuição geográfica, ser abundante e estar disponível ao longo do ano.

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Seguindo os pré-requisitos acima, um dos grupos de organismos mais representativos na comunidade aquática continental, em biomassa e diversidade, é o zooplâncton. Estes organismos são bons indicadores biológicos, já que apresentam espécies esteno-halinas ou estenotérmicas, cuja presença ou ausência, descreve as características físico-químicas do meio (DUSSART & DEFAYE, 1995).

A composição e a distribuição espacial da comunidade zooplanctônica estão condicionadas tanto às características do ambiente, como seu tamanho, estado de trofia e proteção, quanto às dos próprios organismos, como seu ciclo de vida, seu comportamento e suas respostas às adversidades ambientais. Fornecem informações importantes sobre os mecanismos de colonização e organização da comunidade, bem como o grau de trofia do ambiente (BARBOSA & MARTINS, 2002).

O monitoramento biológico associado ao monitoramento físico-químico da água gera informações que são essenciais para o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental (ABEL, 1989). Os forçantes abióticos atuam em distintos graus de intensidade e dinâmica, gerando micro-habitats específicos que condicionam o desenvolvimento e a dinâmica das comunidades aquáticas presentes no corpo d´água.

Visto isso, o levantamento faunístico, destacando o comportamento e as interações da comunidade zooplanctônica a fim de se definir padrões de variação da sua abundância e da sua composição é fundamental para o monitoramento das condições ambientais de determinado sistema aquático.

Comunidade zooplanctônica

Em ambientes lóticos, a maior parte das informações sobre a comunidade zooplanctônica, se refere aos estudos desenvolvidos nas áreas alagáveis dos grandes rios como o Paraná, Amazonas e São Francisco, além de lagoas de várzea do Pantanal (NEUMANN-LEITÃO & NOGUEIRA-PARANHOS, 1987; BOZELLI, 1992; BONECKER et al., 1994; DABÉS, 1995).

Os primeiros estudos em uma área tipicamente estuarina tiveram início somente na década de 60 pelo Instituto Oceanográfico de São Paulo, investigando a comunidade planctônica no complexo estuarino lagunar de Cananéia, ao sul do estado de São Paulo que compreende o maior número de estudos do plâncton estuarino no Brasil. O plâncton da região sul do país começou a ser estudado a partir do final da década de 70, mais

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Paraná, os estudos iniciaram na década de 80 no complexo estuarino da baía de Paranaguá (NEUMANN-LEITÃO, 1994).

Apesar de estudos realizados por Rörig et al. (1997) para praia de Navegantes, Resgalla Jr. & Veado (2006) e Nunes (2007) para a enseada da Armação do Itapocoroy na Penha, Schettini et al. (2002) para Baía de Babitonga e Resgalla Jr. (2001), Veado & Resgalla Jr. (2005) e Mori & Resgalla Jr. (2007) para a baía sul (Saco dos Limões) em Florianópolis, a costa catarinense carece de informações sobre as comunidades planctônicas. Isto já vem sendo destacado por importantes trabalhos sobre a revisão do tema apresentados por Valentin et al. (1994) e por Brandini et al. (1997). A partir de 1998 foram realizados estudos sobre as condições hidrológicas, químicas e do plâncton na desembocadura do rio Itajaí-açu (SC) e a influência da pluma de água doce sobre a região costeira por Schettini et al. (1998 e 2005), Rörig et al. (2003) e Coutinho de Souza (2005), enquanto Serafim-Júnior et al. (2006) estudaram o zooplâncton límnico a jusante da cidade de Blumenau. Mesmo assim, o conhecimento sobre a fauna zooplanctônica límnica e estuarina do rio Itajaí-açu é escasso.

Um estuário pode ser considerado como um ecótono, ou seja, um ambiente de transição entre os habitats marinho e límnico. No estuário superior há o aporte de água doce que ainda sofre influência da maré, no médio há o encontro desta água doce com a água salgada, proveniente do estuário inferior, onde há a conexão livre do sistema fluvial com o mar aberto. Os limites desses setores são variáveis e sujeitos à constante mudança pela descarga fluvial. Portanto, apresenta gradiente de variação horizontal de suas componentes física, química e biológica, associada ao gradiente vertical na coluna d’água, resultante da água doce menos densa, pairando sobre a água salgada mais densa.

As flutuações das condições físico-químicas de um estuário, causadas pela maior ou menor diluição da água salgada pela doce, desencadeiam padrões de distribuição e abundância da biota aquática. Então, esta, como o zooplâncton, está intimamente ligada aos forçantes ambientais, podendo descrever as condições hidrológicas, como as distintas massas d’água presentes no estuário.

Exemplos dessa integração podem ser vistos em recentes estudos de diversos sistemas estuarinos. O zooplâncton do estuário do rio Paraíba do Sul (RJ), foi utilizado como bioindicador de massas d’água estuarinas por Sterza et al. (2007). Outros autores como Kaminski et al. (2007) estudaram o estuário da Lagoa dos Patos (RS), no que diz respeito à comunidade zooplanctônica e Soares et al. (2007) estudaram o zooplâncton do estuário de Santos (SP) ao longo de dois ciclos de maré numa estação chuvosa.

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Os estuários estão entre os ambientes mais produtivos do mundo, comportando altas taxas de produção primária e secundária que induzem a uma complexidade ecológica ímpar, reflexo da diversidade de forças atuantes. Nos últimos anos, porém, estes ecossistemas vêm perdendo seu equilíbrio natural em função do intenso e indiscriminado uso de suas águas.

Quando o meio aquático sofre a introdução de poluentes, ocorrem alterações ambientais e o zooplâncton reage a estas. Assim, pode haver anomalias, como a modificação das suas funções vitais normais e/ou de sua composição química, o que permite avaliar as condições ambientais. Nesse sentido, o zooplâncton, além de indicador hidrológico, é considerado indicador de impacto ambiental.

Portanto, mais autores preconizam a necessidade de se conhecer a comunidade zooplanctônica de ambientes aquáticos. Segundo Omori & Ikeda (1984), o zooplâncton é um dos grupos de organismos mais utilizados como indicadores biológicos, devido ao seu ciclo de vida curto, alta sensibilidade e abundância nos ecossistemas aquáticos. Além disto, Parsons et al. (1984) afirmam que estudos que caracterizam a estrutura de tamanho de seus constituintes assim como os hábitos alimentares das espécies dominantes da comunidade, permitem inferir sobre a situação trófica do sistema. Os dados de densidade desta comunidade são um reflexo direto da produção primária (fitoplâncton) disponível, que por sua vez, é uma resposta à entrada de nutrientes no sistema e aos processos de eutrofização. Qualitativamente, as informações sobre o zooplâncton podem contribuir na elucidação de informações referentes ao grau de competitividade entre constituintes planctônicos e bentônicos, períodos de reprodução de importantes estoques pesqueiros e de organismos utilizados na maricultura, assim como na disposição de dados pretéritos sobre a fauna em condições de pré e pós-impacto antropogênico (OMORI & IKEDA,1984).

O estudo do zooplâncton vem fornecendo informações básicas a respeito de sua composição e abundância, de sua interação com os demais organismos vivos e com forçantes abióticos que condicionam todo o sistema. Esses dados podem servir como subsídios a elaboração de planos que visem o uso sustentável dos sistemas aquáticos, contribuindo para a solução dos problemas relacionados com o aproveitamento e conservação da biodiversidade e a minimização dos impactos naturais e antrópicos decorrentes do uso desses ambientes.

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biológicos da comunidade zooplanctônica encontrada na baía de Suape, nos estuários dos rios Tatuoca e Massangana (ambos na baía de Suape) e no sistema estuarino de Itamaracá (SILVA et al. 2004; PESSOA et al.2007; NEUMANN-LEITÃO et al. 2007) e também no estado de São Paulo, onde Souza-Pereira & Camargo (2004), estudaram o efeito do esgoto doméstico sobre a comunidade zooplanctônica com ênfase nos Copepoda no estuário do rio Itanhaém.

Pesquisas oceanográficas integrando os dados biológicos de comunidade zooplanctônica, como sua composição específica e estrutura trófica, com as variáveis ambientais, principalmente na costa catarinense, merecem atenção especial. Esta abordagem consiste em mais uma ferramenta no monitoramento ambiental de sistemas aquáticos sob intensa urbanização, como é o caso do sistema estuarino do rio Itajaí-açu.

Área de estudo

O estudo envolve a área do baixo estuário do rio Itajaí-açu. Sua bacia hidrográfica tem uma extensão de 15.111 Km2 o que corresponde a 15 % da área total do estado e apresenta o principal parque industrial com as cidades de Rio do Sul, Blumenau, Brusque e Itajaí. Próximo a desembocadura do rio Itajaí-açu, está localizado o Porto de Itajaí que consiste na principal via de comércio internacional do Estado e uma das mais importantes do país (SANTA CATARINA, 1997; SCHETTINI et al., 1998; RÖRIG, 2005 ).

O rio apresenta uma extensão de 200 km desde as cabeceiras até sua foz no oceano Atlântico, suprido por 54 tributários. Entre os mais importantes, o rio Itajaí do Norte ou rio Hercílio em Ibirama, o rio Benedito em Indaial e o rio Itajaí-mirim em Itajaí (COMITÊ DO ITAJAÍ, 2004).

O sistema estuarino do rio Itajaí-açu apresenta uma vazão média de 270 m3/s com picos de 2000 m3/s, apesar de registros de 5000 m3/s em períodos de alta descarga fluvial (SCHETTINI et al., 1998). O estuário tem uma extensão total de cerca de 70 km e a influência da salinidade é observada a 30 km a montante da desembocadura (RÖRIG, 2005; SCHETTINI, 2004) devido aos regimes de maré e pluviométricos (SCHETTINI et al., 1998). A descarga e a estratificação salina dependem da pluviosidade que apresenta uma alta variabilidade sazonal e interanual (SANTA CATARINA, 2002), típica de clima subtropical úmido ou mesotérmico (COMITÊ DO ITAJAÍ, 2004).

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OBJETIVOS

Objetivo geral

Este trabalho teve como objetivo, conhecer a comunidade zooplanctônica do baixo estuário do rio Itajaí-açu e relacionar a sua composição e densidade específica com os forçantes abióticos naturais e com as atividades antrópicas com potencial impacto ambiental.

Objetivos específicos

• Realizar um levantamento faunístico da comunidade zooplanctônica do estuário do rio Itajaí-açu.

• Correlacionar a ocorrência das espécies de organismos zooplanctônicos mais freqüentes com diferentes condições físico-químicas (temperatura, salinidade e transparência) do estuário, sazonalmente.

• Avaliar a possível influência das atividades de dragagem sobre as características físico-químicas da água e sobre a comunidade natural do zooplâncton do estuário do rio Itajaí-açu.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Amostragens

O local de estudo envolve o setor do baixo estuário do rio Itajaí-açu, especificamente a área de atuação do Porto de Itajaí e suas adjacências. Seus limites encontram-se a jusante da BR-101 até a plataforma interna, próximo à praia de Navegantes.

Os cruzeiros realizados para a coleta do zooplâncton apresentaram metodologias e periodicidades distintas entre si. Assim, os cruzeiros com arrastos superficiais iniciaram em junho de 2005 com coletas mensais até janeiro de 2007. Com relação aos cruzeiros com arrastos oblíquos, estes apresentaram uma periodicidade irregular, iniciando em dezembro de 2005 com amostragens bimestrais, passando a trimestrais e quadrimestrais até fevereiro de 2007, quando se iniciaram as coletas mensais até maio de 2007.

Amostras de zooplâncton foram obtidas em 5 pontos amostrais, dispostos desde a montante do rio Itajaí-mirim à frente de Navegantes para cada metodologia aplicada. As duas amostragens apresentaram três pontos iguais, totalizando 7 diferentes pontos amostrais ao longo do baixo estuário do rio Itajaí-açu (Fig.1).

Para os arrastos em superfície foram realizados vinte cruzeiros, totalizando 90 amostras de zooplâncton. Este foi coletado mediante arrastos horizontais em superfície na coluna d’água, utilizando uma rede tipo WP-2 cilindro-cônica de 200 µm de tamanho de malha, 30 cm de diâmetro de boca e equipada com fluxômetro. As amostras obtidas foram imediatamente fixadas em solução de formaldeido a 4 % neutralizado para análise posterior em laboratório.

Foram obtidos dados de temperatura com termômetro de coluna de mercúrio, salinidade por leitura em condutivímetro ThermoOrion (modelo 162A), pH por leitura em pHmetro ThermoOrion PerpHect LogR Meter (modelo 370) e transparência por disco de Secchi de 20 cm de diâmetro.

Com relação aos arrastos oblíquos foram realizados nove cruzeiros totalizando 41 amostras de zooplâncton. Estas foram coletadas com a mesma rede anteriormente apresentada, porém seus arrastos foram realizados de forma oblíqua, integrando a superfície ao fundo da coluna d’água. Através de perfis verticais foram também obtidos

(20)

dados de temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido, pH e condutividade com auxílio de uma sonda multi-parâmetros YSI-6600, com medições a cada metro. Para as comparações com o zooplâncton e com as amostragens de superfície, foram calculadas as médias dos dados abióticos com o intuito de integrar a variação na coluna de água.

Em ambas amostragens, os cruzeiros para a coleta de dados foram realizados com lancha de fibra de vidro com 5 m de comprimento, equipada por motor Johnson de 50 Hp 2T de propulsão.

Os pontos amostrais foram divididos entre pontos a montante e pontos a jusante. Os pontos 1 (BR-101), 2 e 3 foram considerados a montante, enquanto que os pontos 4 (rio Itajaí-mirim), 5 (Porto), 6 (Cepsul) e 7 (praia de Navegantes) foram considerados pontos a jusante no baixo estuário do rio Itajaí-açu (Figura 1).

Triagem das amostras e identificação das espécies

Em laboratório, as análises qualitativas e quantitativas do zooplâncton foram realizadas em câmara de contagem do tipo Bogorov sob microscópio estereoscópico, após o fracionamento da amostra total em alíquotas que variaram de 3 a 10 % do total (BOLTOVSKOY, 1981), através de sub-amostrador tipo pistão. A classificação ao menor nível taxonômico foi auxiliada pelo uso dos trabalhos de EL MOOR-LOUREIRO (1997), DUSSSART & DEFAYE (1995), MONTÚ & GLOEDEN (1986), REID (1985) e BOLTOVSKOY (1981 e 1999).

A classificação ao menor nível taxonômico possível foi feita a todos os grupos do holoplâncton, destacando os principais grupos como Copepoda e Cladocera.

Análise dos dados

Os dados de densidade e da composição específica do zooplâncton foram comparados com os dados de vazão do rio Itajaí-açu, obtidos pela Agência Nacional de Águas (ANA) e com a salinidade. Esta análise teve o intuito de observar algum padrão de variação da comunidade em relação aos forçantes ambientais naturais (condições de domínio de água doce, marinha e mixohalinização), separando estes fatores de ação antrópica.

(21)

Os dados obtidos nas análises qualitativa e quantitativa foram expressos pelo número de organismos por metro cúbico (n°org.m-3) de água filtrada pela rede. Foi calculado o índice de Riqueza de Margalef, de acordo com Omori & Ikeda (1984):

LnN

S

D

=

1

, sendo:

S = número de espécies

N = número total de organismos.

As distintas condições hidrológicas foram classificadas entre água doce, água mixohalina e água marinha, conforme os seguintes intervalos de salinidade (WATANABE, 1997):

- água doce: 0 - 0,5

- água mixohalina: 0,5 – 30 - água marinha: > 30.

Análises de ordenação (Análises de Componentes principais – ACP) foram realizadas segundo as recomendações de PIELOU (1984) para identificação dos grupos de espécies de similares exigências ecológicas e identificação de gradientes de forçantes ambientais. Com o intuito de aproximar a distribuição dos dados a uma distribuição normal, os valores das variáveis bióticas e abióticas foram previamente transformados em Log (x+1).

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Figura 1 – Mapa de localização do baixo estuário do rio Itajaí-açu com os pontos

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RESULTADOS

Variáveis ambientais

Temperatura

A variação da temperatura média na coluna de água assim como a de superfície do rio Itajaí-açu apresentou uma sazonalidade marcante ao longo do ano, com altos valores entre os meses de novembro e abril (máximo de 28,5°C na amostragem oblíqua) e baixos entre junho e outubro (mínimo de 16°C na amostragem oblíqua) (Fig. 2 A-D). No entanto, entre os pontos amostrais, a temperatura manteve-se praticamente constante.

Figura 2: A e B - Variação da temperatura (˚C) superficial da água por campanha a por ponto de coleta

no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem superficial. C e D- Variação da temperatura (˚C) média

da coluna de água por campanha a por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. 0 5 10 15 20 25 30 Mês/Ano Te m pe ra tu ra C ) 0 5 10 15 20 25 30 Mês/Ano Te m pe ra tu ra C ) C C 0 5 10 15 20 25 #1 #2 #3 #4 #6 Pontos amostrais Te m pe ra tu ra C ) B 23 23 24 24 25 25 #1 #4 #5 #6 #7 Pontos amostrais Te m pe ra tu ra C ) D A

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Salinidade

A maior influência de águas salinas foi observada nas amostragens integradas da coluna de água, indicando a forte influência da cunha salina no estuário do rio Itajaí-açu (Fig. 3 A-D) em maiores profundidades. Este fato é destacado para as amostragens superficiais, segundo o qual demonstrou somente aporte marinho nos meses entre junho e setembro de 2006. Entre os pontos, a salinidade aumentou em direção a desembocadura do rio. De uma maneira geral, o sistema estuarino foi dominado por água mixohalina (0,5 - 30).

Figura 3: A e B – Variação da salinidade em superfície por campanha e por ponto de coleta no baixo

estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C e D - Variação da salinidade média da coluna de água por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua.

0 5 10 15 20 25 30 Mês/Ano S al in id ad e 0 5 10 15 20 25 30 Mês/Ano S al in id ad e C 0 5 10 15 20 25 30 #1 #2 #3 #4 #6 Pontos amostrais Sa lin id ad e B 0 5 10 15 20 25 30 #1 #4 #5 #6 #7 Pontos amostrais S al in id ad e D A

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Vazão

Os valores médios mensais da vazão mostraram uma relação com os dados de salinidade em superfície do estuário (Fig. 4 A - B), principalmente para o período de baixa vazão entre maio e setembro de 2006.

Figura 4: A - Valores médios da vazão (m3/s) entre janeiro de 2005 e maio de 2007 no rio Itajaí-açu (dados obtidos da Agência Nacional de Águas), B – Valores médios da salinidade superficial entre janeiro de 2005 e maio de 2007 no rio Itajaí-açu.

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 Mês/Ano 0 5 10 15 20 25 Mês/Ano S al in id ad e m éd ia B A

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Turbidez e Transparência da água

A água apresentou-se com maior turbidez e menor transparência nos períodos de domínio de águas doce e mixo-halina e de menor turbidez e maior transparência no domínio de água marinha (Fig. 5 A-D). Uma exceção foi observada nos meses de junho e julho de 2006, período de baixa vazão e baixa transparência da água. Os pontos onde houve maior influência da água marinha, a transparência aumentou enquanto a turbidez diminuiu. O ponto 4 foi o que apresentou menor transparência da água, consequentemente, maior turbidez.

Figura 5: A e B - Variação da transparência (m) por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do

rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C e D - Variação da turbidez média na coluna de água na amostragem oblíqua por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu.

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Mês/Ano Tr an sp ar ên ci a (m ) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Mês/Ano T ur bi de z (N T U ) C 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 #1 #2 #3 #4 #6 Pontos amostrais T ra ns p ar ên ci a (m ) B 0 20 40 60 80 100 120 #1 #4 #5 #6 #7 Pontos amostrais Tu rb id ez ( N TU ) D A

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Comunidade zooplanctônica

Densidade total

Os valores médios de densidade da comunidade zooplanctônica não apresentaram um padrão claro ao longo do período amostral, mas tendências de baixos valores em águas de baixas salinidades e em meses mais quentes. O valor máximo na variação da densidade média foi obtido na amostragem em superfície, com 2.126 n°org. m-3 em agosto de 2006, seguido por 744 n°org. m-3 em junho de 2006 na amostragem

oblíqua. Os valores mínimos foram obtidos em fevereiro de 2006 com 36 n°org. m-3 na

amostragem em superfície e em dezembro de 2006 com 147 n°org. m-3 na amostragem

oblíqua. O ponto amostral 4 obteve a menor densidade com 214 n°org. m-3 enquanto o

ponto 7 obteve a maior com 546 n°org. m-3 na amostragem oblíqua. Na amostragem em superfície, o ponto 3 obteve a menor densidade com 252 n°org. m-3 e o ponto amostral 4 obteve a maior com 862 n°org. m-3 (Fig.6 A-D).

Figura 6: A - B - Variação da densidade da comunidade zooplanctônica (n°org.m-3) por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C-D - Variação da densidade da comunidade zooplanctônica (n°org.m-3) por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua.

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 #1 #2 #3 #4 #6 Pontos amostrais D en si da de (n °o rg .m -3) B 0 500 1000 1500 2000 2500 Mês/Ano D en si d ad e (n °o rg .m -3) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Mês/Ano D en si da de (n °o rg .m -3) C 0 100 200 300 400 500 600 #1 #4 #5 #6 #7 Pontos amostrais D en si da de (n °o rg .m -3) D A

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Riqueza

Também não foi observado um padrão na distribuição espaço-temporal do índice de riqueza de Margalef entre as amostragens. Foi observada uma tendência de menores valores de riqueza para domínio de água doce e em condições de altas densidades de organismos. Na amostragem em superfície, o ponto amostral 1 obteve menor riqueza com 1,15 Nits e maior riqueza no ponto 6 com 1, 93 Nits, enquanto que na amostragem oblíqua a riqueza foi menor no ponto amostral 6 com 1,84 Nits, alcançando 2,26 Nits no ponto amostral 4 (Fig. 7 A-D).

Figura 7: A - B - Variação de riqueza de espécies (Nits) por campanha e por ponto de coleta no baixo

estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C - D - Variação de riqueza de espécies (Nits) por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua.

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Mês/Ano R iq ue za (N its ) 0 0,5 1 1,5 2 2,5 #1 #2 #3 #4 #6 Pontos amostrais R iq ue za (N its ) B 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Mês/Ano R iq ue za (N its ) C 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 #1 #4 #5 #6 #7 Pontos amostrais R iq ue za (N its ) D A

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Composição específica

O zooplâncton encontrado no baixo estuário do rio Itajaí-açu apresentou uma fauna rica, abundante e dominada por espécies marinhas, mixo-halinas e límnicas. Foram registradas 30 espécies de Copepoda e 13 espécies de Cladocera, além de Chaetognatha, Appendicularia e larvas Mollusca e Decapoda, totalizando 92 taxa entre ordem, família, gênero e espécie na amostragem em superfície (Tabela 1). Para a amostragem oblíqua foram registradas 28 espécies de Copepoda e 12 espécies de Cladocera, além de Chaetognatha, Appendicularia e larvas Mollusca e Decapoda, totalizando 84 taxa entre ordem, família, gênero e espécie (Tabela 2).

O holoplâncton foi dominado pelos grandes grupos Copepoda e Cladocera, enquanto que o meroplâncton foi dominado pelos grandes grupos Cirripedia e Decapoda (Tabela 3).

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Tabela 1 - Lista de taxa zooplanctônicos encontrados no baixo estuário do rio Itajaí-açu (Dm = densidade

média; FO = frequência de ocorrência; AR = abundância relativa) para amostragem em superfície.

Taxa Dm (n°org.m-3) FO (%) AR (%)

límnico marinho mixohalino

Rotifera Brachionus amphiceros 24,28 1,11 0,59 X Euchlanis sp. 1,99 1,11 0,49 Cnidaria Hydromedusae 59,83 3,33 0,15 Polychaeta Larva 47,66 8,89 0,12 Mollusca Veliger bivalva 212,91 1,00 0,53 Veliger gastropoda 95,36 21,11 2,32 Cladocera Alona sp. 46,67 4,44 0,11 Alona rustica 2,94 1,11 0,51 X Bosmina longirostris 167,45 11,11 0,50 X Bosminopsis sp. 1,49 1,11 0,36 Camptocercus dadayi 242,73 12,22 0,59 X Ceriodaphnia sp. 7,17 2,22 0,18 Ceriodaphnia quadrangula 26,42 3,33 0,65 X Chydorus sp. 6,29 2,22 0,15 Daphnia laevis 72,46 5,56 0,18 X Diaphanossoma birgei 5,27 1,11 0,13 X Ilyocryptus spinifer 157,74 16,67 0,39 X Kurzia latissima 28,33 4,44 0,69 X Macrothrix sp. 1,54 1,11 0,38 Macrothrix triserialis 7,52 2,22 0,18 X Moina minuta 2149,89 54,44 5,26 X Penilia avirostris 293,68 1,00 0,72 X Podon sp. 13,22 1,11 0,32 Pseudoevadne tergestina 1,39 1,11 0,34 X Simocephalus vetulus 4,65 2,22 0,99 X Copepoda Naupliu 53,32 5,56 0,13 Copepodito 5777,21 71,11 14,13 Acanthocyclops sp. 3,57 1,11 0,87 Acartia sp. 247,78 6,67 0,66 Acartia lilljeborgi 5812,15 26,67 14,22 X Acartia tonsa 6,54 1,11 0,16 X Allocyclops sp. 3,82 2,22 0,93 Centropages velificatus 85,55 4,44 0,29 X Cyclopoida 1,64 1,11 0,44 Corycaeus sp. 5,65 3,33 0,12 Diaptominae 12,48 2,22 0,34 Eucalanus sp. 178,58 7,78 0,44 Eucyclops sp. 5,71 1,11 0,14 Eucyclops serrulatus 16,27 13,33 0,26 X Eudiaptomus vulgaris 17,99 3,33 0,44 X Euterpina acutifrons 89,23 5,56 0,22 X Harpacticoida 16,46 5,56 0,43

Macrocyclops albidus albidus 5,88 1,11 0,14 X

Megacyclops viridis 6,33 1,11 0,15 X

Mesocyclops sp. 63,62 8,89 0,16

Mesocyclops longisetus longisetus 12,22 2,22 0,30 X

(31)

Tabela 1 (continuação)

Taxa Dm (n°org.m-3) FO (%) AR (%)

límnico marinho mixohalino

Metacyclops sp. 58,92 6,67 0,14 Metacyclops brauni 7,26 2,22 0,18 X Metacyclops curtispinosus 35,54 6,67 0,87 X Metacyclops grandis 3,83 2,22 0,94 X Metacyclops laticornis 16,65 3,33 0,47 X Metacyclops mendocinus 32,82 5,56 0,83 X Metacyclops subaequalis 3,89 1,11 0,95 X Microcyclops sp. 22,36 6,67 0,55

Microcyclops anceps anceps 14,28 3,33 0,35 X

Microsetella rosea 3,49 2,22 0,85 X Oithona sp. 13,60 2,22 0,33 Oithona oswaldocruzii 121,62 4,44 0,30 X Oithona ovalis 2335,37 12,22 5,71 X Oithona plumifera 87,58 5,56 0,21 X Oncaea sp. 45,43 3,33 0,11 Paracalanus sp. 531,39 13,33 1,30 Paracalanus crassirostris 1,45 1,11 0,35 X Paracalanus quasimodo 7645,12 63,33 18,72 X Pontellidae 7,65 2,22 0,17 Pseudodiaptomus sp. 2397,68 42,22 5,87 Pseudodiaptomus acutus 337,82 11,11 0,83 X Pseudodiaptomus gracilis 12,45 3,33 0,34 X Pseudodiaptomus richardi 1742,73 27,78 4,26 X Temora sp. 21,86 3,33 0,53 Temora turbinata 635,43 1,00 1,55 X Thermocyclops sp. 76,26 3,33 0,19 Thermocyclops brehmi 5,24 1,11 0,13 X Thermocyclops crassus 9,83 2,22 0,24 X Thermocyclops decipiens 23,83 3,33 0,58 X Tropocyclops sp. 15,85 2,22 0,39 Cirripedia Naupliu 2325,93 21,11 5,69 Cypri 32,74 13,33 0,75 Euphausiacea Calyptopsis 3,49 2,22 0,85 X Decapoda Decapodito 26,79 2,22 0,66 Megalopa 23,82 2,22 0,58 Mysis 51,23 4,44 0,13 Protozoea 1165,97 52,22 2,85 Zoea 2575,28 55,56 6,30 Lucifer faxoni 16,22 3,33 0,40 X Amphipoda Gammarideae 83,64 8,89 0,25 Larvacea Oikopleura dioica 58,49 5,56 0,14 X Chaetognatha Sagitta sp. 1,21 2,22 0,25 Sagitta enflata 3,84 1,11 0,94 X Sagitta tenuis 8,95 2,22 0,20 X Ictioplâncton Larva 738,35 36,67 1,85

(32)

Tabela 2 - Lista de taxa zooplanctônicos encontrados no baixo estuário do rio Itajaí-açu (Dm = densidade

média; FO = frequência de ocorrência; AR = abundância relativa) para amostragem oblíqua.

Taxa Dm (n°org.m-3) FO (%) AR (%)

límnico marinho mixohalino

Cnidaria Hydromedusae 67,98 9,76 0,45 Liriope tetraphyla 5,89 2,44 0,39 X Polichaeta Larva 6,91 12,20 0,46 Mollusca Veliger gastropoda 131,70 17,07 0,88 Veliger bivalva 6,24 4,88 0,42 Creseis sp. 6,10 2,44 0,47 X Cladocera Alonella sp. 3,56 2,44 0,24 Bosmina longirostris 3,32 4,88 0,22 X Camptocercus dadayi 48,84 12,20 0,33 X Ceriodaphnia sp. 54,83 4,88 0,37 Ceriodaphnia quadrangula 36,52 14,63 0,24 X Chydorus sp. 99,74 9,76 0,67 Chydorus eurynotus 49,79 2,44 0,33 X Euryalona orientalis 8,28 9,76 0,55 X Ilyocryptus spinifer 117,70 26,83 0,79 X Kurzia longirostris 2,52 2,44 0,17 X Macrothrix sp. 103,61 7,32 0,69 Moina minuta 377,67 41,46 2,52 X Oxyurella longicaudis 1,07 2,44 0,71 X Penilia avirostris 1075,08 34,15 7,19 X Podon sp. 16,75 4,88 0,11 Pseudoevadne tergestina 75,05 14,63 0,51 X Simocephalus vetulus 143,41 4,88 0,96 X Copepoda Naupliu copepoda 3,08 4,88 0,25 Copepodito 1023,30 68,29 6,84 Acartia sp. 288,21 19,51 1,93 Acartia lilljeborgi 3816,39 73,17 25,49 X Calanopia americana 2,54 7,32 0,17 X Calocalanidae 12,57 2,44 0,84 Centropages velificatus 50,98 17,07 0,35 X Corycaeus sp. 101,66 26,83 0,68 Cyclopoida 5,56 9,76 0,37 Diaptominae 3,43 7,32 0,23 Eucalanus sp. 44,87 14,63 0,30 Eucyclops sp. 1,20 2,44 0,83 Eucyclops delachauxi 1,01 2,44 0,67 X Eucyclops serrulatus 103,28 9,76 0,69 X Eudiaptomus vulgaris 13,26 9,76 0,89 X Euterpina acutifrons 3,45 2,44 0,23 X Halicyclops sp. 3,50 7,32 0,23 Labidocera sp. 6,11 2,44 0,48 Labidocera fluviatilis 6,11 2,44 0,48 X Labidocera neeri 6,11 2,44 0,48 X Mesocyclops sp. 2,08 4,88 0,14 Mesocyclops aspericornis 4,55 2,44 0,34 X Mesocyclops meridianus 1,07 2,44 0,71 X Metacyclops sp. 104,21 9,76 0,70 Metacyclops brauni 6,98 9,76 0,47 X Metacyclops laticornis 2,25 2,44 0,15 X

(33)

Tabela 2 (continuação)

Taxa Dm (n°org.m-3) FO (%) AR (%)

límnico marinho mixohalino

Metacyclops subaequalis 1,03 2,44 0,69 X Microcyclops sp. 49,79 2,44 0,33 Microcyclops ceibaensis 2,52 2,44 0,17 X Microcyclops finitimus 1,43 2,44 0,95 X Oithona sp. 10,75 7,32 0,72 Oithona ovalis 14,34 9,76 0,96 X Oithona plumifera 66,10 17,07 0,44 X Oncaea sp. 7,86 9,76 0,52 Paracalanus sp. 213,75 39,02 1,43 Paracalanus quasimodo 1545,19 26,83 10,32 X Paracyclops sp. 2,52 2,44 0,17 Pseudodiaptomus sp. 773,32 26,83 5,17 Pseudodiaptomus acutus 5,64 2,44 0,38 X Pseudodiaptomus richardi 938,77 31,71 6,27 X Temora sp. 73,02 19,51 0,49 Temora stylifera 6,74 9,76 0,45 X Temora turbinata 491,57 53,66 3,28 X Thermocyclops sp . 2,01 7,32 0,13 Thermocyclops crassus 2,44 4,88 0,16 X Thermocyclops decipiens 3,43 4,88 0,23 X

Tropocyclops prasinus meridionalis 1,01 2,44 0,67 X

Tropocyclops schubarti dispar 2,52 2,44 0,17 X

Cirripedia Naupliu 50,16 26,83 0,34 Cipry 39,29 17,07 0,26 Euphausiacea Calyptopsis 34,51 14,63 0,24 X Decapoda Decapodito 6,07 2,44 0,46 Protozea 893,18 80,49 5,97 Megalopa 61,72 12,20 0,41 Mysis 3,52 2,44 0,24 Zoea 701,26 78,05 4,68 Lucifer faxoni 17,09 17,07 0,11 X Gammaridae 1,01 2,44 0,67 Doliolidae 6,86 2,44 0,46 Appendicularia Oikopleura dioica 110,03 21,95 0,73 X Chaetognatha Sagitta enflata 40,67 17,07 0,27 X Sagitta tenuis 148,31 21,95 1,00 X Ictioplâncton Ovos 99,65 12,20 0,67 Larvas 479,71 53,66 3,24

(34)

Tabela 3 - Porcentagem média de abundância (%) dos grandes grupos do zooplâncton registrados na

amostragem em superfície e na amostragem oblíqua no rio Itajaí-açu entre junho de 2005 e maio de 2007.

AMOSTRAGEM EM SUPERFÍCIE

GRUPOS

ABUNDÂNCIA (%)

Chaetognatha

0,2%

Cirripedia

6%

Cladocera

8%

Copepoda

70%

Decapoda

0,3%

Outros

5%

AMOSTRAGEM OBLÍQUA

GRUPOS

ABUNDÂNCIA (%)

Chaetognatha

1%

Cirripedia

1%

Cladocera

15%

Copepoda

66%

Decapoda

11%

Outros

6%

As espécies zooplanctônicas mais freqüentes no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície foram Acartia lilljeborgi (26,7%), Eucyclops serrulatus (13,3%), Oithona ovalis (12,2%), Paracalanus quasimodo (63,3%), Pseudodiaptomus acutus (11%), Pseudodiaptomus richardi (27,8%) e Temora turbinata (10%), representando a comunidade de Copepoda. Enquanto que Bosmina longirostris (11%), Camptocercus dadayi (12,2%), Ilyocryptus spinifer (16,7%), Moina minuta (54,4%) e Penilia avirostris (10%) foram as espécies de Cladocera mais freqüentes.

Para a amostragem oblíqua as espécies mais freqüentes foram Acartia lilljeborgi (73,2%), Centropages velificatus (17%), Oithona plumifera (17%), Paracalanus quasimodo (27%), Pseudodiaptomus richardi (31,7%) e Temora turbinata (53,7%), representando a comunidade de Copepoda. Já Camptocercus dadayi (12,2%), Ceriodaphnia quadrangula (14,6%), Ilyocryptus spinifer (26,8%), Moina minuta (41,5%), Penilia avirostris (34,2%) e Pseudoevadne tergestina (14,6%) foram as espécies de Cladocera mais freqüentes.

(35)

turbinata, P. avirostris e P. tergestina. A espécie T. turbinata foi tolerante as variações de salinidade, enquanto que C. velificatus, O. plumifera e O. ovalis foram as menos tolerantes. As espécies com elevada representatividade nos dois tipos de amostragens foram A. lilljeborgi e P. quasimodo, demonstrando maior tolerância às variações de salinidade. (Fig. 8 a 11).

As espécies que apresentaram ocorrência em águas de baixas salinidades foram Camptocercus dadayi, Ceriodaphnia quadrangula, Eucyclops serrulatus, Ilyocryptus spinifer, Moina minuta e Bosmina longirostris. O Cladocera M. minuta apresentou uma maior tolerância às variações de salinidade, estando amplamente distribuído nos dois tipos de amostragens enquanto que E. serrulatus foi menos tolerante a maiores salinidades e não ocorreu na amostragem oblíqua (Fig. 12 a 14). Estas espécies foram dominantes no ponto amostral 4, localizado em frente a desembocadura do rio Itajaí-mirim.

Pseudodiaptomus acutus e P. richardi são espécies de Copepoda de origem límnica e que apresentaram comportamento diferenciado em relação aos demais grupos. P. acutus ocorreu somente na amostragem oblíqua, apresentando tolerância às variações de salinidade. P.richardi foi representativo tanto nas amostragens oblíquas como de superfície, mas com altas densidades em águas de baixas salinidades (Fig. 15 e 16).

As espécies consideradas mais freqüentes no baixo estuário do rio Itajaí-açu constituíram as distintas comunidades aquáticas no sistema, como as comunidades marinha, mixo-halina e límnica (Tabela 4). Os pontos localizados a montante (pontos amostrais 1, 2 e 3) foram dominados pelas espécies consideradas límnicas, enquanto que nos pontos a jusante (pontos amostrais 4, 5, 6 e 7), as espécies marinha e mixo-halina foram as dominantes.

(36)

Tabela 4 - As comunidades zooplanctônicas com seus respectivos grupos e espécies encontrados no

baixo estuário do rio Itajaí-açu.

GRUPO COMUNIDADE COMUNIDADE COMUNIDADE

LÍMNICA MARINHA MIXO-HALINA

Acartia lilljeborgi Centropages velificatus

COPEPODA Eucyclops serrulatus Oithona ovalis, O.plumifera, Pseudodiaptomus acutus Paracalanus quasimodo e e P.richardi

Temora turbinata Bosmina longirostris,

Camptocercus dadayi, Penilia avirostris e CLADOCERA Ceriodaphnia quadrangula Pseudoevadne tergestina

Ilyocryptus spinifer e Moina minuta

(37)

-100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 nov/06 dez/06 jan/07 jun/05 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 out/05 jul/05 nov/05 dez/05 jan/06 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6

Figura 8: Variação da abundância (%) de Acartia lilljeborgi por campanha e por ponto de coleta no baixo

(38)

dez/05 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 mar/06 jun/06 out/06 dez/06 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 -100 -50 0 50 100 #1 #4 #5 #6 #7 -100 -50 0 50 100 #1 #4 #5 #6 #7

Figura 9- Variação da abundância (%) de Acartia lilljeborgi por campanha e por ponto de coleta no baixo

(39)

-100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 #1 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 jul/05 ago/05 out/05 jul/06 ago/06 set/06 -100 -50 0 50 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 nov/05 dez/05 nov/06 out/06 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 jan/06 fev/06 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 dez/06 jan/07

Figura 10: Variação da abundância (%) de Paracalanus quasimodo por campanha e por ponto de coleta

(40)

-100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #4 #5 #6 #7 dez/05 mar/06 jun/06 mai/07 -100 -50 0 50 100 #1 #4 #5 #6 #7

Figura 11: Variação da abundância (%) de Paracalanus quasimodo por campanha e por ponto de coleta

(41)

-100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 jun/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 mar/06 abr/06 mai/06 jul/06 set/06 out/06 dez/06 jan/07

Figura 12: Variação da abundância (%) de Moina minuta por campanha e por ponto de coleta no baixo

(42)

-100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #4 #5 #6 #7 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #4 #5 #6 #7 dez/05 mar/06 out/06 dez/06 fev/07 mar/07 mai/07

Figura 13: Variação da abundância (%) de Moina minuta por campanha e por ponto de coleta no baixo

(43)

-100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 jun/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jul/06 out/06

Figura 14: Variação da abundância (%) de Eucyclops serrulatus por campanha e por ponto de coleta no

(44)

-100 -50 0 50 100 ago/05 set/05 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 jul/05 jun/05 abr/06

Figura 15: Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus acutus por campanha e por ponto de coleta

(45)

-100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 #1 #2 #3 #4 #6 jun/05 out/05 nov/05 jan/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 out/06 A -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100-50 0 50 100 #1 #4 #5 #6 #7 dez/05 mar/06 jun/06 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 -100-50 0 50 100 #1 #4 #5 #6 #7 out/06 fev//07 mar/07 B

Figura 16: A - Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus richardi por campanha e por ponto de

coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. B - Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus richardi por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua.

O meroplâncton foi um grupo bem representado tanto na amostragem oblíqua como na amostragem em superfície, ocorrendo em domínios de águas doces, mixohalinas e marinhas. Obteve abundância relativa representando de 12 a 17 % do zooplâncton total nas amostras.

(46)

Variáveis ambientais e a comunidade zooplanctônica no baixo

estuário do rio Itajaí-açu

O resultado das Análises de Componentes Principais (ACP) apontou a temperatura como o fator determinante na variação na densidade e na riqueza dos organismos zooplanctônicos no rio Itajaí-açu (Tabela 5 e Fig.17). A variação da salinidade foi o segundo forçante ambiental no sistema e atuou sobre a seleção das espécies do zooplâncton com uma correlação negativa entre as espécies límnicas e a salinidade. A transparência da água aparentemente não afetou os organismos, porém esteve positivamente correlacionada com a salinidade.

Tabela 5 - Porcentagem da variância dos dois primeiros eixos e peso das variáveis para ACP da

comunidade zooplanctônica e parâmetros ambientais do estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua e em superfície.

OBLÍQUO EIXO 1 EIXO 2 SUPERFÍCIE EIXO 1 EIXO 2

VARIÂNCIA (%) 75,389 6,211 VARIÂNCIA (%) 76,437 5,515

Camptocercus dadayi 0,04 -0,31 Bosmina longirostris 0,04 -0,25

Ceriodaphnia quadrangula 0,05 -0,41 Camptocercus dadayi 0,05 -0,20

Ilyocryptus spinifer 0,07 -0,40 Ilyocryptus spinifer 0,06 -0,34

Moina minuta 0,10 -0,44 Moina minuta 0,12 -0,40

Penilia avirostris 0,09 0,12 Penilia avirostris 0,05 0,13

Pseudoevadne tergestina 0,06 0,10 Acartia lilljeborgi 0,08 0,34

Acartia lilljeborgi 0,19 0,18 Eucyclops serrulatus 0,05 -0,27

Centropages velificatus 0,07 0,11 Oithona ovalis 0,05 0,27

Oithona plumifera 0,07 0,18 Paracalanus quasimodo 0,16 0,32

Paracalanus quasimodo 0,10 0,22 Pseudodiaptomus acutus 0,05 -0,05

Pseudodiaptomus richardi 0,08 -0,04 Pseudodiaptomus richardi 0,07 0,01

Temora turbinata 0,14 0,06 Temora turbinata 0,05 0,28

Densidade total 0,80 -0,03 Densidade Total 0,52 0,11

Riqueza 0,32 -0,30 Riqueza 0,49 -0,24

Salinidade 0,24 0,32 Salinidade 0,25 0,27

Temperatura 0,27 0,14 Temperatura 0,51 -0,10

(47)

Figura 17: Resultado da ACP para a comunidade zooplanctônica e os parâmetros ambientais do estuário do rio Itajaí-açu coletados na amostragem oblíqua e em superfície. -0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 -0,50 -0,30 -0,10 0,10 0,30 0,50 0,70 0,90 Eixo 1 E ix o 2 Densidade Riqueza OBLIQUO M. minuta P. richardi C. dadayi I. spinifer C. quadrangula Salinidade T. turbinata Temperatura A. lilljeborgi P. quasimodo O. plumifera P. tergestina

C. velificatusP. avirostris Turbidez

-0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 -0,30 -0,10 0,10 0,30 0,50 0,70 Eixo 1 E ix o 2 Densidade Transparência P. avirostris Temperatura Riqueza M. minuta Salinidade P. quasimodo A. lilljeborgi T. turbinata O. ovalis P. richardi P. acutus C. dadayi I. spinifer E. serrulatus SUPERFICIE B. longirostris

(48)

DISCUSSÃO

A interação dinâmica entre as águas doce e marinha, o sistema terrestre e a atmosfera, confere aos ambientes estuarinos, grande produção biológica impulsionada pelo intenso aporte de nutrientes, pela renovação da água nos ciclos de maré e pela rápida remineralização e conservação dos nutrientes (DAY JR., 1989). Tratando-se do estuário do rio Itajaí-açu, a alta produção biológica refletiu no grande número de taxa zooplanctônicos, apresentando uma fauna rica que incluiu o holoplâncton e o meroplâncton.

A temperatura no baixo estuário do rio Itajaí-açu apresentou uma sazonalidade marcante com os maiores valores no verão e os menores no inverno e na primavera. Esta sazonalidade pode estar associada à presença da frente do Prata, resultante da mistura da Corrente das Malvinas com os aportes do rio do Prata e do estuário da Lagoa dos Patos (SCHETTINI et al., 2005) para as estações de coleta mais a jusante do estuário e pelas trocas térmicas ocorridas no continente para a água doce referente aos pontos no interior do estuário. No entanto, esta variação de temperatura pode ter determinado as taxas de produção secundária no sistema estuarino, apresentando uma correlação direta com a densidade de organismos e com a riqueza de espécies como destacado pela análise de ordenação.

A salinidade, influenciada pela descarga fluvial, foi o fator determinante na composição faunística. Estudos sobre o zooplâncton estuarino ao longo da costa brasileira têm mostrado a influência da salinidade sobre a distribuição da comunidade zooplanctônica. Nos estuários há uma tendência dos maiores valores de densidade ocorrerem em condições dominadas pela água marinha costeira, como destacado no estuário do Taperaçu (PA), no estuário da baía de Vitória (ES) e no estuário da Lagoa dos Patos (RS) (NOBRE, 2006; STERZA et al., 2006; KAMINSKI et al., 2007).

No baixo estuário do rio Itajaí-açu, a comunidade de Copepoda dominou o ambiente com 28 espécies na amostragem oblíqua e 30 espécies na amostragem em superfície, contribuindo para a alta densidade zooplanctônica presente. Esta dominância também foi encontrada em outros ambientes como relatam Garcia et al (2007), Cavalcanti et al. (2008), Menezes Filho et al. (2008), Neumann-Leitão et al. (2008),

Referências

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