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Efeito salino na saturação da albumina do soro bovino (B0SA) por dodecilsulfato de sódio (SDS)

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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de

Ciências

Físicas e

Matemáticas

Departamento de

Química

Efeito salino na saturação da Albumina do

Soro Bovino (BSA) por Dodecilsulfato de

Sódio (SDS)

Orientador: Prof. Dr. Dino

Zanette

Aluna: Bianca Schweitzer

Florianópolis, Abril de 2002. TCC UFSC QMC 0006 ELI BSCFM

(2)

II

AGRADECIMENTOS

Se todos os seus esforços forem vistos com indiferença, Não desanime, porque o sol ao nascer dá um espetáculo

Todo especial, no entanto a maioria da platéia continua dormindo.

Ao orientador professor Dino Zanette, por todos os conhecimentos transmitidos,

encaminhamento desta pesquisa cientifica e acima de tudo pela amizade adquirida ao longo deste tempo.

A professora Rosângela Itri, por toda a colaboração prestada para o desenvolvimento deste trabalho.

Aos colegas e amigos de laboratório por todos os auxílios prestados e pela amizade compartilhada.

A minha família, por toda compreensão, amor e acima de tudo confiança que foram em mim confiadas.

A meu namorado, Luis Paulo, por todo amor, paciência e ajuda prestada ao longo dos anos.

A todos os professores, que de alguma forma contribuíram para o meu aprendizado.

A todos os amigos e colegas que conheci durante todos esses anos e que sempre compartilharam meus medos e alegrias.

A CNPq pelo suporte financeiro.

Ao Laboratório Nacional de Luz Sincroton — LNLS pelo espaço ftsico para realização das medidas de SAXS.

(3)

III ÍNDICE

GERAL

Índice de Tabelas IV indice de Figuras V Abreviaturas VI Capitulo I Introdução 1 1.Surfactantes 1 1.1.Micelas 2

2.Proteinas — Albumina do Soro Bovino 5

2.1.Interações entre proteína-surfactante 5

3.Definições das técnicas 10

3.1.Tensão superficial 10

3.2.Medidas de condutividade de complexos BSA-SDS 11

4.0bjetivos do trabalho 12 Capitulo II Parte Experimental 13 1.Materiais 13 1.1.Reagentes 13 2.Equipamentos e métodos 13 2.1.Método condutivimétrico 14 2.2.Tensão superficial 14 2.3 .Fluorescência 14 2.4.SAXS — Sincroton 14 Capitulo III Resultados e discussões 15 1.Condutividade elétrica 15 2.Tensão superficial 18 3.Medidas de fluorescência 22 4.Medidas de SAXS 25 Capitulo IV Conclusão 27 Referências Bibliográficas 28

(4)

iNDICE DE TABELAS

Tabela 01: Classificação e alguns exemplos de surfactantes 1

Tabela 02: Propriedades fisico-quimicas da albumina 5

Tabela 03: Sistemas: dodecilsulfato de sódio (SDS) e proteínas 9 Tabela 04: Valores de Coeficientes angulares e grau de ionização 18

obtidos por condutividade elétrica

(5)

V

ÍNDICE

DE FIGURAS

Figura 01: Formação de micelas em solução 2

Figura 02: Representação de algumas estruturas organizadas de 3 surfactantes em diferentes meios 13]

Figura 03: Representações de vários modelos de estrutura micelar 4 Figura 04: Algumas técnicas utilizadas para determinação da cmc de surfactantes 4

Figura 05: Estrutura cristalográfica da HSA 6

Figura 06: Modelos de complexos Proteína-Surfactante 7 (a-Modelo de colar de pérolas; b-Modelo tipo vareta;

c-Modelo de hélice flexível; d- Modelo colar de pérolas elipsoidais) Figura 07: Ilustração do processo de associação dos agregados micelares 8

segundo Turro e Lei

Figura 08: Gráfico de tensão superficial vs [SDS] com (v) 0,00; (. ) 0,50 10

e (• ) 0,90 de BSA em pH 5,4 e a 25°C.

Figura 09: Mostra um gráfico de tensão superficial versus concentração 11 do surfactante e o momento em que se tem a cmc do surfactante puro

Figura 10: Mostra um gráfico de condutividade elétrica versus 12 concentração do surfactante na presença de polímero

Figura 11: Gráfico de condutividade elétrica de SDS em água 16

Figura 12: Gráfico de condutividade elétrica de SDS com 1,0% de BSA, 17 em 10mM de acetato, ern pH 5,40.

Figura 13 : Gráfico de Tensão Superficial versus log1SDS] 19 em 50mM de acetato, em pH 5,40 e a 25°C

Figura 14: Gráfico de Tensão Superficial versus log[SDS] com 1,0% de BSA e em (*)20mM (0200mM (•)500mM de acetato, em pH 5,40 e a 25°C

(6)

VI

Figura

15: Gráfico

de

Tensão

Superficial versus log

[SDS] 21

com

20 mM

de acetato,

(*)na ausência

e

em

(*)

em

1,0%

de

BSA,m

em pH

5,40

e

a

25°C

Figura

16: Gráfico

dos valores de

(*)psp

e

de

(*) C1

versus [acetato]

22

em pH

5,4

ea

25°C

Figura

17:

Figura

17:

Curva de

intensidade

fluorescência versus

25

comprimento de onda, variando a

concentração

de

SDS

em

presença

de

1,0%

de BSA em

20mM

de tampão

em

pH

5,40.

Figura

18:

Curva de

fluorescência

versus

concentração

de

SDS 26

em

presença

de

1,0%

de BSA em

20mM

de

tampão

em pH

5,40.

Figura

19:

Curvas de

SAXS

para um sistema contendo BSA

1,0 %, 27 500 mM

de acetato

e

presença

de

(0) 20 mM, (0)40 mM,

(0)55 mM,

(111

)70 mM, (0)80 mM e(0)100 mM

de

SDS

em pH

5,40.

Figura

20:

Curvas de

SAXS

para um sistema contendo BSA

1,0%, 28 50mM

de

SDS

em

presença

de

(0) 20mM, (0)50tnM,

(0)200mM, (0)500mM acetato e(0)

sem

SDS

em

presença

de

500mM

de acetato em pH

5,40.

(7)

ABREVIATURAS

BSA Albumina do Soro Bovino

SDS Dodecilsulfato de Sódio HSA Albumina do Soro Humano

cmc Concentração Micelar Critica

cac Concentração Critica de Agregação

psp Ponto de saturação Tensão Superficial

SAXS Espalhamento de raios-X a baixos ângulos PEO POlioxido-etileno

a Grau de ionização [I Concentração em mol/L X. Condutancia equivalente

Xtia Condutância equivalente do sódio

ksd Condutância equivalente do dodecilsulfato Jobs Intensidade de espalhamento

Ângulo de espalhamen

(8)

CH3-(CH2)„N±(CH3)2CH2CH2C00- ZwitteriOnico CH3-(CH2)n-C6H4-0(C12CH20).H Não-Fônicos 1

CAPÍTULO I

Introdução

1.Surfactantes

São agentes tensoativos conhecidos popularmente como sabões e detergentes. São moléculas anfifilicas (de dois radicais gregos que significam não ter certeza do que

gostam), em cuja estrutura molecular existem duas regiões distintas, uma hidrofilica (polar) que tem afinidade com moléculas de água e uma outra parte hidrofóbica (apoiar), que tem afinidade com moléculas de gordura 1'2 .

Os surfactantes são classificados conforme a natureza do grupo hidrofilico em: a) Cationicos: possuem a parte hidrofilica da molécula constituída por um átomo ou grupo carregado positivamente.

b) AniOnicos: apresentam na parte hidrofilica da molécula um átomo ou grupo carregado negativamente.

c) ZwitteriOnicos: possuem grupamentos com características ácida ou básica e passam a ter o comportamento aniônico ou catianico dependendo do pH do meio no qual se

encontram.

d) Não-iônicos: apresentam na estrutura molecular uma estrutura polar que interage fortemente com a água, principalmente por pontes de hidrogénio.

Alguns exemplos de surfactantes classificados quanto a sua classe podem ser vistos na tabela 01. Surfactantes Dodecilsulfato de sódio (SDS) Propionato de N-alquil- N,N- dimetil-13-amônio N-alquilfenol-m-polioxietileno

Tabela

01- Classificação

e

alguns exemplos de

surfactantes:

Fórmula Classificação

Brometo de dodeciltri- CH3(CH2)11N+(CH3)3Br- Cationic° Metilamônio(DoTAB)

(9)

micela + montimeros livres

e contra-ions

2 1.1.Micelas

As moléculas de

surfactantes

podem associar-se formando uma variedade de

possíveis

micro-estruturas que dependem da estrutura molecular, da

concentração e

da

composição

do sistema

3

.

Em uma

concentração

mais elevada de

surfactante, começa

a surgir em

solução

agregados estruturalmente

organizados

chamados

micelas 2'3'4.

Este

fenômeno

deve-se A.

ação

do efeito

hidrofóbico,

isto

6,

a alta

organização

das

moléculas

de

água,

que

promovem naturalmente a

associação

das caldas

hidrof6bicas

dos

monômeros,

resultando

na

formação

de agregados

6

.

Figura 01: Formação de micelas em soluçdo3

Micelas são

agregados

coloidais

formados por moléculas de

surfactantes

em

equilíbrio

com seus

mon6meros.

Esses

monômeros rearranjam-se

espontaneamente de tal forma que

adquirem uma conformação termodinâmica estável 4.

As

micelas iônicas são globulares

ou esféricas,

quando

em baixas

concentrações

de sais,

mas elas tornam-se semelhantes a

bastões

para concentrações de sais que excedam um

valor limite

quando

a concentração de

micelas é finita.

Tal transição de forma induzida por

sais, em

micelas iônicas é

conhecida por ocorrer para

vários surfactantes catiônicos e amonicos .

Em soluções

diluídas,

as

micelas

atuam como

eletrólitos

normais, porém, numa certa

faixa de

concentração

podem ocorrer mudanças nas propriedades

físicas.

A Figura

02

mostra de uma forma simplificada, alguns exemplos

típicos

de estruturas organizadas,

formadas por

surfactantes

em diferentes meios.

(10)

AR

3

Monocamada Micela esférica Vesícula

Microemulsào Microemulsão

de água/Oleo de óleo/água

Figura 02: Representação

de algumas estruturas organizadas de

surfactantes

em

diferentes meios 3

De uma maneira

geral, acredita-se

que

a

micela

apresenta as seguintes

características:

a) Um

núcleo

formado pela parte

apolar constituída por 8

ou

18 átomos

de carbono;

b) Uma

região

conhecida por camada de Stern, onde se localiza a parte polar

e

os

contra-ions;

c) Uma dupla camada elétrica

e

difusa chamada de

Gouy-Chapman

que contém os

contra-ions restantes

e

se estende até a fase aquosa 4

' 5 .

Entretanto, a literatura traz outros modelos

micelares

com formas diferentes, conforme

ilustrados na Figura

03.

0

inicio do agregado

é

definido através da brusca

variação

da propriedade analisada,

quando

se varia a concentração de

surfactante.

Esta

concentração é

denominada

concentração micelar critica (cmc). A cmc 6, portanto, a menor concentração na qual as

micelas

se formam. Os valores da

cmc

dependem da

hidrofobicidade

da cadeia

hidrocarbônica,

da carga do

surfactante,

da natureza da

cabeça

polar

e

do contra-ion, do

tipo de

concentração

do

eletrólito

adicionado. Dependem ainda da temperatura,

pressões e

por aditivos

iônicos e

moleculares 6

' 7 .

Cada

surfactante

tem, portanto, um valor de

cmc

em

condições

experimentais apropriadas.

E

importante salientar que a mudança das

propriedades fisica

na

cmc

ocorre em uma faixa de

concentração e é definida

por um ponto

do perfil conforme a

ilustração

da Figura

04. 0 número

de

surfactantes

que se agregam

para formar as

micelas é

chamado de

número

de

agregação.

(11)

Grueen Hartley Stigter Menger Fromherz 4 o • " • • c ."*Z".0t

*

Pressào osmotic _

Ten

sti" o

'superficial

Con

clutividade

molar

Figura

03: Representações de vários modelos de estrutura micelar i A formação de micelas pode ser detectada através de medidas da variação de propriedades fisicas em função da concentração do surfactante. As propriedades mais utilizadas são tensão superficial, condutividade elétrica, espalhamento de luz, pH

e

solubilidade. A Figura 04 mostra um conjunto de propriedades fisicas utilizadas na determinação da cmc.

0.01 I 1 '

Con

c

en

traf; tiolm ol

dm

(12)

5

2.Proteinas _ Albumina do Soro Bovino (BSA)

Proteínas são biomoléculas de alto peso molecular existente em todos os organismos vivos. São classificadas de acordo com sua composição, em dois grandes grupos. As proteínas simples, como a albumina, que quando hidrolisadas dão apenas amino

-ácidos.

As proteínas conjugadas, que quando hidrolisadas dão amino

-ácidos e

outros compostos como carboidratos

e

gorduras.

As

proteínas

podem ser classificadas também como fibrosas, são formadas por cadeias de polipeptidios arrumados lado a lado em longos filamentos; ou globulares, são enroladas

e

formam um conjunto compacto, quase esférico. Geralmente são solúveis em

água.

A BSA

é

uma

proteína

globular existente no plasma. As forças que determinam a estrutura das

proteínas

globulares são as mesmas que atuam sobre todas as moléculas. Entre as forças que estabilizam a estrutura

das proteínas,

as interações hidrofóbicas (que repelem água) das cadeias laterais hidrocarbônicas dos amino

-ácidos

neutros são particularmente importante. A formação de pontes dissulfeto, de ligações de hidrogênio entre amino

-ácido

próximos

e

as atrações iônicas, chamadas ponte salinas, entre

sítios

positivos

e

negativos das várias cadeias laterais de amino

-ácidos

do interior da

proteína

também são importantes.

A BSA concentrada

é

usada no tratamento traumático

e

em choques hemorrágicos, em queimaduras muito extensas

e

em casos de perda continua de

proteínas.

Algumas

propriedades fisico-

química

da albumina são listadas na tabela 02.

Tabela 02: Pro riedades fisico-ciuímicas da albumina

Solubilidade (S°20) 4,6

Ponto isoelétrico 4,7

Peso molecular (g/mol) 66.000

Viscosidade, ri 0,041

Quantidade no plasma (mg/100mi) 3500-4500

2.1. Interações proteína-surfactante

Surfactantes como dodecilsulfato de sódio (SDS) interagem com

proteínas

globulares como BSA, através de forças de natureza eletrostática

e

hidrofóbica

e

induzem

desnaturação. A Figura 05

é

uma representação cristalográfica determinada por raio-X da Albumina do soro humano (HSA), que se sabe, através de vários estudos,

é

muito

semelhante a BSA. Não se tem ainda a estrutura cristalográfica da BSA catalogada. A principal diferença entre a HSA

e

a BSA

é

que a BSA possui 2 triptofanos (W131 e W214) enquanto que a HSA possui apenas um (w214)17.

A HSA, que tem a habilidade de unir ligantes hidrofábicos assim como a BSA. A BSA possui: 68% de conteúdo em hélice

e

581 aminoácidos numa

única

cadeial7

(13)

l)

Figura 05: Estrutura cristalográfica da HSA 22

Diferentes modelos estruturais para o complexo proteína-surfactante têm sido atribuidos, a Figura 06 mostra diferentes formas do complexo. A estrutura mais consistente, no entanto, é aquela formada por agregados micelares estatisticamente arranjados ao longo da cadeia peptidica estendida (desnaturada), denominada de "colar de pérola" (Figura 6d), é o modelo mais reconhecido.

Tamanho e características fisico-químicas dos agregados que se associam à cadeia da proteína dependem, fortemente, da concentração do surfactante e das condições experimentais. Assim, a concentração de saturação da proteína por moléculas de surfactante (psp), parâmetro relevante em sistemas proteína-surfactante, necessariamente é dependente das condições experimentais.

Muitas metodologias e técnicas tem sido usadas com o propósito de fornecer e interpretar as propriedades dos complexos proteína-surfactantes. Recentemente, Turro e Lei b discutiram todas as possíveis estruturas apresentadas na Figura 07 e, usando técnicas espectrosc6picas, concluíram que o surfactante induzia a abertura da proteína globular de tal forma que a BSA associava-se aos agregados micelares, preferencialmente, ligando-se na interface. (Figura 07) Os resultados também eram concordantes com o modelo "colar de

(14)

ammo

6d

Figura

06:

Modelos de complexos Proteína

-Surfactante

(a-Modelo de colar de pérolas;

b-Mode

lo

tipo vareta; c-Modelo de hélice flexível;

6 d-

Modelo colar de pérolas

elipsoidais) 15

Um relevante tema de

discussão,

no entanto, é referente A

concentração

de

surfactante necessária

para saturar a cadeia protéica. Este parâmetro

havia sido determinado por

Reynolds e

Tanford 16

usando

diálise

que é uma medida direta. Os autores encontraram

para diferentes tipos de proteínas uma

relação '&1.4

g de

SDS/g

de proteína (ou

r-z-, 49 InM

de

SDS/g

proteína.). Em particular, ern

força iônica

de

0,005 M,

portanto baixa, eles

encontraram

1,35

g

SDS/g

BSA (equivalentes a

47 mM

de

SDS).

Tabela

3: Sistemas: dodecilsulfato

de

sódio (SDS)

e proteínas

Proteína Força Iowa g SDS/g Proteína pH P. M.

Lisozina 0,26 1,39 7,2 14.400 Ovalbumina (OVA) 0,26 1,46 7,2 43.000 BSA 0.005 1,35 (0,047 M) 6,7 69.000 0.52 0,36 Miosina 0,26 1,41 7,2 220.000 Hemoglobina 0,13 1,40 6,8 16,600 0,32 0,46

(15)

(a)

(d)

(c)

Figura 07: Ilustração do processo de associação dos agregados micelares segundo Turro e Lei b

No entanto, ao longo dos tempos este parâmetro de saturação tem sido comentado, mas com restrições. Alguns comentários:

Em conclusões de estudos por espalhamento de nêutrons por pequenos ângulos

(SANS), Guo e col. 21 concluíram que a saturação, supostamente ocorrente em 1,4 g SDS/g proteína, não era observada como uma transição nítida nas curvas de

intensidade de espalhamento. Neste caso, os autores trabalharam em condições experimentais de alta força iônica 0,2 e 0,6 M.

Estudando o sistema BSA/SDS por viscosidade, Shinagawa e col. [20] duramente

concluíram que "os resultados indicam claramente que a crença da quantidade fixa

de 1,4 g/q é errada e enganadora". Os autores trabalharam em concentrações de

tampão de até 220 mM.

Lei e Turro 19 concluíram que não est á claro onde exatamente micelas livres de SDS formam-se em equilíbrio com complexos BSA-SDS. Portanto, a saturação, mas sem evidências da formação de micelas livres acima da [SDS] de saturação quando em 1 Vo de BSA.

Recentemente, com o objetivo de esclarecer o significado do ponto de saturação, por espalhamento de raios-X a baixos ângulos (SAXS), associado a resultados de tensão superficial, foi apresentado uma interpretação sobre o clássico ponto de saturação da BSA por SDS, o de 1,34 g SDS/g BSA 47 mM SDS) determinada por diálise 2, como sendo o

resultado de uma combinação de associação cooperativa e crescimento dos agregados micelares do complexo BSA-SDS4.

(16)

60-

50-

• • • •

t

.

cac

...

cac

• •

/

• ••

••

40-

C

M

C

y

e

s

" •

psp

SaIS

e•e

9

Concluiu-se ainda que,

o

segundo ponto de

descontinuidade (psp)

na curva de

tensão

superficial versus

[SDS],

ocorrendo em

47 mM

de

SDS quando

em

presença

de

1 %

de

BSA (Figura

08),

era uma real

indicação

de

saturação

de

SDS,

enquanto que,

o

primeiro

ponto de

descontinuidade (cac)

era definido como

o

inicio da

associação

cooperativa entre

SDS e BSA4

30

1

,

I

,

, ,

1

-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

Log

[SDS1, M

Figura

081

Gráfico de tensão superficial vs

[SDS]

com

(v) 0,00; (• ) 0,50 e (. ) 0,90

de BSA

em

pH

5,4 e

a

25°C.

(17)

3.Definicks das técnicas

3.1.Tensão superficial

As moléculas na superficie de um liquido estão sujeitas as fortes forças de atração das moléculas interiores. A resultante dessas forças, cuja direção é a mesma do plano tangente superficie (em qualquer ponto desta) atua de maneira que a superficie seja a menor possível. A grandeza desta força, atuando perpendicularmente (por unidade de comprimento) ao plano na superficie é dito tensão superficial y. Devida esta resultante, as moléculas superficiais tendem a penetrar no interior do liquido e, em conseqüência, a superficie tende a contrair-se espontaneamente para adquirir area minima possível. Essa é a razão pela quais pequenas gotas de liquido ou bolhas de gas tendem a forma esférica. Gotas maiores sofrem deformação devido à força gravitacional.

A Figura 09 mostra um perfil de tensão superficial versus a concentração de um surfactante puro. A medida que se aumenta a concentração do surfactante, (monômeros de surfactante) começam a orientar as cadeias hidrocarb6nicas para um meio não aquoso numa interface aquosa e esta orientação promove adsorção na interface conduzindo a redução de tensão interfacial que é interrompida, bruscamente, na cmc. A constância da tensão

superficial, portanto descrita no gráfico pelo platô, indica que todo adicional surfactante solução localiza-se no interior da solução formando micelas enquanto que, na superficie, a concentração monomérica permanece constante.

Tens superficial

Aumenta a adsorgAo constante

na superft cie 61.4,R. eAr Mi." CI Agua Micela CMC

Log da Concentrac;5o do Surfactante

Figura 09: Mostra um gráfico de tensão superficial versus concentração do suifactante e o momento em que se tem a cmc do surfactante puro7

(18)

i■

PsP

Concentração do Surfactante

Figura 10: Mostra um gráfico de condutividade elétrica versus concentração do surfactante na presença de polimero7

Cae

Condutividade Elétrica

11

Em mistura de um polímero e surfactante o perfil de tensão superficial muda e apresenta novas informações. Assim, o perfil é constituído de dois platôs como no caso da Figura 08 que descreve uma mistura de BSA e SDS. 0 primeiro plate) define o inicio da ligação da proteína no surfactante e o segundo a saturação da ligação do surfactante na forma de micelas ao longo da macromolécula [10,11]. Atualmente, os pontos de descontinuidades no perfil são conhecidos como concentração de agregação critica (cac) e ponto de saturação do polímero (psp), respectivamente.

3.2.Medidas de condutividade de complexos BSA-SDS

Através do clássico perfil de condutividade elétrica, em função da concentração de surfactante pode-se determinar a cmc 10 .

A medida de condutividade de solução de surfactantes contendo BSA também mostra os dois pontos de inflexão cac e psp, conforme medidos por tensão superficial, e três regiões lineares: (i) abaixo da cac, (ii) acima do psp e (iii) entre cac-psp9 . A Figura 10 ilustra um clássico perfil de uma curva de condutividade elétrica versus concentração de surfactante em presença de polímero, e as três regiões podem ser facilmente observadas.

A regido acima do psp depende da concentração de proteína e de sal. Acima deste tem-se a formação de micelas aquosas que estão em equilíbrio com os complexos formados.

(19)

12

4.0bjetivos

(lo trabalho

A proposta principal deste trabalho é a de monitorar e interpretar a variação dos parâmetros cac e psp, utilizando as técnicas de condutividade elétrica e de tensão

superficial em função da concentração de SDS, causada por mudanças da força i6nica do meio. A variação da força i6nica sell provocada variando a concentração de tampão acetato em pH 5,40 em presença de 0,2 % e 1 % de BSA. No desenvolvimento, pelo grupo de trabalho do professor Dino Zanette, de uma discussão mais prolongada e tecnicamente mais profunda, participamos também na aquisição de dados deste sistema por via de outras técnicas como medidas de fluorescência da BSA e em medidas de espalhamento de raios-X a baixos ângulos, SAXS, em misturas de BSA e SDS. Esta última técnica é conteúdo de um projeto CNPq, coordenado pelo professor Dino Zanette em colaboração com Professora Rosângela Itri do Departamento de Física Aplicada da Universidade de São Paulo.

As medidas da variação do ponto de saturação da proteína, monitoradas por tensão superficial, através da variação da força i6nica da misturas, faz parte de uma discussão para interpretar as diversas observações referentes ao significado quantitativo e estruturais do ponto de saturação da proteína (ou psp). Desta forma, pretende-se interpretar e unificar as diferentes opiniões e conclusões relacionadas no item 2.1. da introdução. A variação do psp com força i6nica deverá estar relacionada com crescimento dos agregados micelares do complexo BSA-SDS 22 .

A ênfase é tomada do ponto de vista das interpretações clássicas e das diferentes taxas de indicação para uniões BSA-SDS na saturação. A vantagem de utilizar estas medidas clássicas está no fato de que elas já foram largamente utilizadas para outros sistemas compostos de misturas de polimeros neutros e surfactantes ani6nicos; e as características das plotagens bem como suas interpretações serão usadas neste trabalho como suporte interpretação dos resultados BSA-SDS. De fato, existem apenas algumas referências aplicando tensão superficial e condutividade elétrica em sistemas contendo proteínas e surfactantes.

(20)

CAPÍTULO

II

Parte

Experimental

1.Materiais

1.1.Reagentes

A Albumina do soro bovino (BSA)

e o

dodecilsulfato de sódio (SDS), com pureza de 99%, têm procedência também da Sigma.

As soluções estoque de

proteína

BSA foram preparadas, nas concentrações 0,2%

e

1,0% utilizando

água

destilada, sob agitação suave durante 9 horas. Tamponava-se com solução de Acido acético, em várias concentrações,

e

titulava-se com NaOH até pH 5,40, sob

o

acompanhamento de um pHmetro. Em seguida pesava-se

o

SDS

e

diluia-se na solução preparada

e

tamponada de BSA.

2.Equipamentos

e

Métodos

As medidas de pH foram feitas utilizando um pHmetro Beckman its 71 equipado com um eletrodo de vidro combinado. 0 tampão acetato foi preparado em diversas concentrações, todas em pH 5,40.

2.1.Método Condutivimétrico

A técnica consiste na adição da mistura de SDS-BSA nas concentrações em estudo, através de uma bureta sobre um volume conhecido de solução estoque, contido numa cela de diluição previamente termostatizada a 25,0 °C.

O condutivimetro utilizado para a realização dos experimentos foi um ATI-ORION modelo 170, equipado com eletrodo de platina

e

acoplado a uma bureta semi-automática da Metrohm Herisau tipo Multi-Burette, modelo E-485 com capacidade para 20mL.

(21)

14

2.2.Tensão superficial

As medidas de

tensão

superficial foram obtidas pelo método do anel em um aparelho

Krass.

Neste método mede-se a

força necessária

para desprender um anel de uma

superficie.

Foram usados

10mL

de

solução

para cada medida previamente preparada. A temperatura foi mantida a

25,0

°C.

2.3.Fluoresdncia

O

fluorimetro

utilizado nas medidas foi da Hitachi

F-4500.

Todas as

soluções

foram previamente preparadas como descrito acima.

2.4.SAXS - Sincroton

A Luz

Sincrotron

é uma luz de altíssima intensidade que abrange o infravermelho, o

ultravioleta e os

raios-X,

incluindo a faixa da luz visível. Essa

radiação

é produzida

quando

elétrons, que viajam num anel,

próximos

à velocidade da luz

são desacelerados

(isso acontece

quando

eles

são defletados

pelos

imas dipolares).

As medidas de

SAXS

foram realizadas no

Laboratório

Nacional de Luz

Sincronton

em Campinas, SP.

(22)

15

Capitulo III

Resultados

e discussões

1.Condutividade elétrica

A Figura 11 mostra um perfil típico de condutividade elétrica versus [SDS] em água.

Em baixas [SDS], observa-se que, A medida que a concentração é aumentada, a condutividade elétrica também aumenta, linearmente, até atingir um ponto de inflexão, caracterizado pelo inicio da formação de agregados micelares, cmc. Acima da cmc, com a adição de mais SDS A solução, a condutividade volta a aumentar, linearmente. Este fato é

forte indicação de que os agregados micelares que se formam possuum propriedades interfaciais idênticas. Co n du tiv ida de El étr i 2000 - E o cn ' 1500 - 1000 - CMC 500 - o 10 20 30 40 50 60 iO3 [SDS] , M

(23)

.. .-' ..' .. Con du tiv ida de El étr ica, . I.S /c m 1600 - 1400 - 1200 - 1000 - 800 - 10 15 210 1 1 [SDS], mM 25 30 o 5 1 - 16

0 grau de ionização (a) pode ser estimado a partir das razões dos coeficientes angulares das regiões lineares dos gráficos de condutividade elétrica versus concentração de SDS, conforme a equação abaixo, onde Si e S3 referem-se aos coeficientes angulares das

regiões lineares abaixo e acima da cmc, respectivamente. Os valores de a são apresentados na tabela 04.

a = S3 / Si

A estimativa de a é melhor interpretada se considerada sob o ponto de vista dos valores de condutáncia equivalente (4 Si representa a contribuição de X, das espécies iemicas Na + e SD- (dodecilsulfato) presentes na solução, isto 6, Si = kiva -I- XSD.

A Figura 12 mostra o perfil de condutividade elétrica versus concentração de SDS em presença de BSA e de tampão. Em presença de albumina, observam-se três diferentes regiões, sendo duas lineares. A primeira ocorre em concentrações abaixo da cmc do surfactante puro e o primeiro ponto de inflexão observado é chamado concentração de agregação critica (cac) e pode ser entendido como o inicio da associação cooperativa entre SDS e a BSA. 0 coeficiente angular desta região, Si, quando mantidas todas as condições experimentais constante, é numericamente idêntico àquele quando na ausência do polimero. 21

Figura 12: Gráfico de condutividade elétrica de SDS com 1,0% de BSA, em 10 mM de acetato, em pH 5,40.

(24)

17

A segunda região, localizada entre a cac-C1 (Figura 12) é definida como mais uma etapa de formação de agregados com diferentes valores de coeficiente angular. Esta variação do coeficiente angular oferece duas interpretações:

i) Pode haver o desenvolvimento de um tipo de agregado entre o complexo BSA-SDS. Ao longo desta regido esses agregados mudam continuamente de tamanho e de

propriedades interfaciais, principalmente o grau de ionização.

ii) Desenvolvimento de agregados mistos, complexo BSA-SDS e agregados tipicamente micelares normais, os quais ignoram a proteína. Por terem um grau de

ionização menor, esses agregados dissociam-se menos contribuindo com taxa menor para a condutividade da solução e, â. medida que SDS é adicionado esta contribuição torna-se menor.

A terceira região é linear, e é bem caracterizada na literatura R 91 . 0 inicio, Ci, conforme já definida por Zanette e colaboradores °, é identificado como sendo a saturação da cadeia protéica por surfactante. A região acima do C I possui coeficientes angulares idênticos aos da região acima da cmc para o SDS em ausência de proteína (tabela 04). Este parâmetro é uma forte indicação de que acima do C 1 agregados micelares típicos começam a se formar em solução e não mais na forma de complexos BSA-SDS.

A Figura 10, página 11, mostra de forma ilustrativa o comportamento do complexo BSA-SDS ao longo da curva de condutividade elétrica. Na regido abaixo da cac predominam monômeros de SDS e a proteína. A regido entre a cac e C1 (que na Figura aparece como psp), é formada por monômeros de SDS e por complexos de BSA-SDS. A região acima de C1 é que se desenvolve a formação de micelas de SDS enquanto que a dos complexos teoricamente é constante.

A tabela 04 apresenta os valores de cac e C1, e ainda os valores dos coeficientes angulares e grau de ionização, para o sistema BSA-SDS em várias concentrações de tampão.

Tabela 04: Valores de Coeficientes angulares e grau de ionização obtido por condutividade elétrica.

[acetato], mM Cac, mM Ci, mM Si S3 a

10 3,4 13,1 54 27 0,5

20 3,4 15,5 54 27 0,5

50 3,4 17,2 54 27 0,5

Observa-se na tabela 04 que, contrariamente para outros sistemas polimero-surfactante", a cac independe da concentração de acetato e, portanto, da força iônica do meio. Uma interpretação para este fato pode estar relacionada com o tamanho dos agregados micelares complexados que devem ser pequenos e, portanto, devem ter grau de ionização próximo de 1. Neste caso, a cac não deve ser afetada por pequenas variações do conteúdo iônico. No entanto, como o coeficiente angular na região cac-C

progressivamente diminui, neste caso pode-se concluir que há, realmente, interação entre a BSA e o SDS.

(25)

35 - Tens ão s up er fic ia l, Dina /cm 40 - 50 - - 45 - 70 65 - 60 - 55 -

18

2.Tensão

superficial

0

método de

tensão

superficial é utilizado com simplicidade para estudar as mudanças de atividade superficial de líquidos resultantes de

interações

que ocorrem ao misturar proteínas com

surfactantes.

Medidas de

tensão

superficial, embora de forma indireta, podem ser usadas para se obter

informações

sobre as

ligações

entre

surfactantes

e proteínas.

A Figura

13

mostra o perfil de

tensão

superficial para o

SDS

na ausência de proteína e em presença de

20 mM

de

tampão

pH

5,40.

Pode-se observar

que

a medida que se adiciona

SDS

à

solução,

a

tensão

superficial diminui até a ocorrência de uma interrupção brusca, onde começam a se formar

micelas,

cmc, e atinge um patamar em

37dina/cm. 0

platô observado

indica

que todo o

SDS adicionado

à

solução

localiza-se no interior da

solução

formando, portanto,

micelas,

enquanto que na

superficie

a concentração

monomérica

é constante. • • • • -4,5 -4,0 -3,5 -3,0 -2,5 -2,0 -1,5 -1,0 Log[SDS]mM

Figura

13:

Gráfico de

Tensão

Superficial versus log

[SDS]

em

20 niM

de acetato, em pH

5,40

e a

25°C

A Figura

14

mostra o perfil de

tensão

superficial de

SDS

em

presença

de BSA, e variando-se a

concentração

de

tampão,

mas mantendo o pH constante em

5,40. São

observadas três

inflexões

ao longo da curva de

tensão

superficial versus concentração de

(26)

Ten s ão sup er fic ia l. Dina /cm 55 - cac 50 - 45 - 40 - 35 - • • PSP • • • • 30 - I -4,5 -4,0 -3,5 -3,0 -2,5 -2,0 log{SDS]mM -1 , 5 -1,0

Figura 14: Gráfico de Tensão Superficial versus log [SDS] com 1,0% de BSA e em (020 mM (0200 mM (•)500 mM de acetato, em pH 5,40 e a 25°C Observa-se que os valores de tensão superficial diminuem com a adição de SDS até a primeira inflexão, que é definida como o inicio da ligação da BSA com o SDS, cac. Até este ponto tem-se a presença de apenas mon6meros de SDS e de BSA em solução. Observa-se então um platô, onde a tensão superficial permanece constante com o acréscimo de SDS na solução até o segundo ponto de inflexão, Ci. Este platô é forte evidência de que todo SDS adicionado a. solução a partir da cac liga-se à proteína. Neste caso, o complexo formado permanece no interior da solução porque a tensão superficial permanece constante.

Após este patamar, a tensão superficial diminui semelhantemente aquelas condições abaixo da cac indicando que os monômeros de SDS estão novamente concentrando-se na superficie finalizando com um segundo platô. 0 inicio desta segunda inflexão é associado saturação das cadeias de proteína, psp. Acima deste ponto, todo o SDS adicionado forma micelas regulares de SDS. Esta premissa é sustentada pelo fato de que, acima do psp, os valores de tensão superficial são idênticos aqueles acima da cmc quando na ausência de proteína.

Portanto, a Figura 15 mostra uma combinação dos perfis de tensão superficial na ausência e em presença de 1,0% de BSA, em 20mM de acetato, pH 5,40. Observa-se que o segundo platô ocorre em aproximadamente 37dina/cm.

(27)

70 - 65 — 20

E 60— C) "sed :6 55 —

• .r.75 cac `E 50 — a) o 45 - Ito 40 - psp

• • • 35 - -4,5 -4,0 -3,5 -3,0 -2,5 -2,0 -11,5 -11,0 t Log [SDS] mM

Figura 15: Gráfico

de

Tensão

Superficial

versus

log

[SDS]

com

20 mM

de acetato,

(*)na

ausência

e

em

(•)

em

1,0%

de

BSA,m

em pH

5,40 e

a

25°C

Os dados de

tensão

superficial concordam os dados de

condutividade

elétrica,

e

demonstram que a

cac

praticamente

não

varia

com

a

concentração

de sal nas

condições

estudadas. Mas

não é o

caso do segundo ponto de

descontinuidade:

a

condutividade

indica

o

segundo ponto

C1

ocorrendo em

20 mM (Figura 12),

dependendo da

concentração

de

sal, enquanto que a

tensão

superficial em

45 mM,

coincidindo com

o

valor da

saturação

da

ligação

de

SDS

A. BSA medida por

didlise

por Reynold

e Tanford 16 .

Curiosamente,

o

valor de

psp

(assim como

o Ci ),

aumenta linearmente com a

concentração

de sal

(Figura

15).

A

saturação

da

proteína é atribuida

à

saturação

da cadeia protéica pelo

surfactante.

Este

fato

é

concordante com

Shinagawa e

col

4

conforme citado na

Introdução,

onde sugere que

a

saturação

da

proteína

ocorre em diferentes

concentrações SDS,

dependendo da

concentração

de sal. Uma

possível explicação

para

o

aumento observado no

psp

com

o

aumento da

concentração

de sal deve-se ao fato de que

o

sal provocaria um aumento no

tamanho dos agregados e,

conseqüentemente, o psp

demoraria mais para ser

alcançado quando

se titula a

proteína

com

SDS.

A Figura

16

mostra a

variação

dos valores de

psp e

de

C,

com

o

aumento da

(28)

60 - 50 - 21 E o m, 40 - .(7) f(D 30 - c_ to c c' 20 - cl) • 10 - 100 200 300 400 500 [acetato] mM

Figura

16: Gráfico

dos valores de

(*) psp e

de

(b) C1 versus [acetato]

em pH

5,40 e

a

25°C.

Há um grande

questionamento

em

torno

do significado do ponto

C1; isto 6,

se ele

representa ou

não

um ponto de

saturação

da cadeia protéica por moléculas de

SDS,

uma vez

que este

parâmetro condutivimétrico

comporta-se semelhantemente como no sistema

PEO- SDS21 .

A

interpretação

deste

parâmetro

deve estar relacionada com

o

mecanismo de

desnaturação

da

proteína.

Lembramos, que

Tanford e Reynolds1161 ,

por

didlise, concluíram

que

o

ponto de

saturação

ocorre em

1,4 g

de

SDS/g

BSA

e

varia pouco

com

outras

proteínas.

Esta quantidade que representa

0,047M

de

SDS/g

BSA

é

muito diferente da

encontrada na

condutividade

elétrica, de aproximadamente

0,013M

de

SDS/g

BSA.

De outro lado,

Schwuger e Bartinick [181 definiram o

ponto de

saturação

como sendo

o

final do primeiro plate) no

gráfico

de tensão superficial versus

concentração

de

SDS, e que

a

quantidade necessária

de

SDS,

observada em aproximadamente

47mM,

representaria a

formação

adicional de

micelas

normais em

solução.

Porém, estas

interpretações não são satisfatórias,

pois se

observamos

somente a segunda interpretação, ela contradiz os

(29)

22

4.M edidas de Fluorescência

Informações sobre a natureza dos agregados entre proteína-surfactante podem ser obtidas através dos estudos de fluorescência dos segmentos de triptofano na cadeia protéica. 0 espectro observado representa a média dos efeitos causados sobre os dois triptofanos da BSA nos seus respectivos microambientes da estrutura da proteína. Assim, a partir dos espectros de emissão de fluorescência, primeiramente é possível observar o efeito de supressão. Este fato é monitorado acompanhando a diminuição da intensidade de fluorescência ou, alternativamente, da area da banda de emissão, causada pelo aumento da concentração de SDS. Neste caso, a supressão é uma medida direta do contato dos monômeros (particularmente do grupo polar) com os segmentos de triptofano na proteína.

Uma segunda observação relevante é com relação ao deslocamento da banda de emissão. A posição no espectro da banda de emissão é fortemente dependente da polaridade. Assim, por exemplo, a BSA nativa em pH 7,0 emite em 342 nm enquanto em 0,2 % de SDS em 332 nm 17 . 0 deslocamento para menores comprimentos de onda está relacionado com a diminuição da polaridade do microambiente dos segmentos de triptofano. No nosso caso, as variações podem ser interpretadas como uma medida direta da ligação de agregados tipicamente micelares nos sítios da proteína onde se localizam os triptofanos. Enfatiza-se que a polaridade da superfície micelar é avaliada para ser próxima da polaridade de um álcool enquanto que o interior da micela assemelha-se à polaridade de um hidrocarboneto.

A Figura 17 mostra a variação da banda de emissão da fluorescência versus concentração de SDS, em presença de 1,0% de BSA e de 20 mM tampão, em pH 5,40. Note que os resultados obtidos com o aumento da concentração de SDS são uma combinação de supressão da fluorescência e mudanças da posição da banda de emissão. Este fato é melhor visualizado na Figura 18.

Na Figura 18 é graficado a intensidade de fluorescência da BSA versus [SDS] em dois Xmax 340 e em 328 nm. O significado do perfil pode ser assim apresentado:

(i) Em baixas [SDS] a intensidade diminui suprimindo a fluorescência cerca de 60 % da intensidade inicial, aquela quando na ausência de SDS. Observa-se, ainda, que a supressão termina ern [SDS] próximo da cac. Neste caso, a supressão é resultado do contato dos monômeros de SDS com os segmentos de triptofano localizados nos mesmos sítios da proteína onde os monômeros também se ligam especificamente. Note que a ligação especifica de monômeros em concentrações de surfactantes abaixo da cac já tem sido medida e identificada por diálise2, por sondas fluorescentes15 e também por condutividade elétrica20 . E importante ainda salientar que, nesta faixa de [SDS], a banda de emissão não se desloca para baixos comprimentos de onda indicando que, embora a fluorescência é suprimida, os segmentos de triptofano não sentem mudanças de polaridade.

(30)

in te n s ida de de Flu or e sc e n c ia 23

(ii) Acima da cac até 5 mM de SDS a intensidade permanece aproximadamente

constante (Figura 18), mas a banda desloca-se para 328 nm (veja Figura 17). Se o desllcamento esta vinculado com mudanças de polaridade, entende-se que acima da cac, onde inicia um processo cooperativo (formação de agregados micelares) de ligação de SDS

proteína, nos sítios onde os agregados começam a ser formados, os segmentos de triptofano sentem um ambiente menos polar, aquele de agregados típicos micelares.

(iii) Acima de 5 mM observa-se novamente supressão da fluorescência indicando que, a cada adição de SDS, aumenta o efeito de supressão até tornar-se constante em altas concentrações de SDS. E importante notar que a constância da intensidade acima do ponto de descontinuidade C i , final do primeiro patamar no perfil de tensão superficial (Figura

14), e coincidente com o CI condutométrico (Figura 12). Conclui-se que no ponto Ci a localização dos segmentos de triptofanos na BSA sentem invariavelmente a mesma polaridade e interação com os monômeros de SDS. Finalmente, conclui-se ainda que os segmentos de triptofano encontram-se nos domínios da BSA onde desenvolvem a associação cooperativa de SDS.

250

330 360 390 420

WAVELENGTH (nm)

450

Figura 17: Curva de intensidade fluorescência versus comprimento de onda, variando a concentração de SDS em presença de 1,0% de

BSA em 20mM de tampão em pH 5,40.

(31)

cac 24 280 260 240 co a 220 ta) C-) U) 200 o 180 -o 160 -o as 140 • Zi) c 120 a) 100 80 340 ri 4V 328 nm , o 10 20 30 40 50 [SCIS] (MM)

Figura 18. Curva de fluorescência versus concentração de SDS

em presença de 1,0% de BSA em 20mM de tampão em pH 5,40

(32)

25

4.Medidas de SAXS

Num trabalho anterior 22, a técnica de SAXS foi usada para acompanhar o efeito de SDS sobre a conformação da BSA. Entre outras conclusões, os autores observaram que o tamanho dos agregados micelares do complexo BSA-SDS aumentavam com a concentração de SDS. Acima de 10 mM de SDS , as curvas de SAXS foram analisadas considerando o modelo estrutural do complexo equivalente ao do "colar de pérolas" (Figura 06). Os resultados mostram que os agregados, cerca de 5, eram distribuídos ao longo da cadeia peptidica semi-aberta. Estes pequenos agregados cresciam, de pequenas formas esférica em 10 mM de SDS, até pequenos elipsóides em 50 mM de SDS. Este modelo é consistente com o ponto de saturação identificado por tensão superficial (psp = 45 mM).

Com o objetivo de estender o projeto acima, SAXS foi usado para monitorar a influência da força iônica sobre o fenômeno de complexação no ponto de saturação da associação entre a BSA e SDS. Neste contexto foram acompanhadas a variação da intensidade do espalhamento de raio-X de X igual a 1,608

A,

em 1% de BSA em presença de 20 e 500 mM de acetato de sódio, pH 5,40.

Como já apresentamos acima (Figuras 14 e 16), o psp depende da força itinica e, portanto, espera-se que as curvas de espalhamento também sejam sensíveis.

Diversas experiências foram executadas em diferentes condições experimentais. Como exemplo, a Figura 19 mostra perfis obtidos para as curvas de SAXS, em intensidade de espalhamento J obs versus ângulo de espalhamento q = 47c/X sen0, onde X é o comprimento de onda da radiação e 20 é o ângulo de espalhamento.

Para enfatizar melhor as diferenças entre os perfis, a Figura 20 mostra resultados em escala log. Observa-se que, quando comparadas As curvas em misturas de 1 % de BSA, com aquela na ausência de SDS, é evidente a presença de um pico em aproximadamente de 0,16

q (A- 1 ), que é característico de estrutura micelar. Deve-se enfatizar que este pico não é definido na curva de SAXS para concentrações de SDS inferior a 10 mM, embora a cac do SDS, nas condições experimentais seja inferior a este valor. Este pico torna-se mais intenso e se desloca para q pequenos com a adição gradativa de SDS (de q 0,2 para 20 mM passa para q 0,16 para 100 mM).

A Figura 20 mostra o perfil encontrado para as curvas de SAXS (intensidade de espalhamento Jobs versus ângulo de espalhamento (q)) para o complexo BSA-SDS, variando

a concentração de acetato, em 50mM de SDS, em pH 5,40.

Os resultados serão discutidos em termos de um modelo "colar de pérolas" com a intenção de monitorar crescimento dos agregados micelares ligados nos complexos BSA-SDS como uma forma de associar A variação do ponto de saturação observada por tensão superficial na Figura 14.

(33)

0,030 - 0,025 - c6 0,020 -0 a) 0,015 - a) -E 0,010 - 0 005 - 0.000 0.00 0,05 0,10 0,15 • 0,20 0,25 0,3. 0 0,35 0,40 q(k1)

- !--;AXS

para urn sistema contendo BSA

1,0%, 500mM

de acetato

e presença

de

(E) 20mM, (0)40mM, (0)55mM,

(0)70mM, (0)80mM e(0)100mM

de

SDS

em pH

5,40.

q (A 1)

tendo

BSA

1,0%, 50mM

de

SDS

em presença de

(0) 20mM, (0)50mM, (0)200mM, (0)500mM

acetato

e

(Li) sem

SDS

em presença de

500mM

de

acetato

em pH

5,40.

(34)

27

CAPÍTULO

IV

Conclusões

0 ponto de saturação da albumina

aumenta significativamente com

o

aumento da

força

iônica do meio: de 40 mIVI de SDS em 20 mM de acetato para 58 mM SDS em 500

mM do tampão.

Controvérsias:

as diversas discussões na literatura levando em consideração as

condições de saturação da BSA

(e

outras proteínas), 1,4g SDS/g 47 mM de SDS/g BSA,

podem ser relacionadas com as diversas condições experimentais estudadas, como a força

iônica, por exemplo.

Finalmente,

estão em regime de aquisição de dados, medidas do tamanho dos

agregados micelares complexados na BSA a partir de técnicas de fluorescência. Por

espalhamento de raios-X a baixos

ângulos

(SAXS), medidos no Laboratório Nacional de

Luz Sincroton de Campinas, pretende-se desenvolver um modelo estrutural dos complexos

BSA-SDS

(35)

28

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Referências

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