O
ÍMPACTO
DA
INÍPLAÍÍÍTAÇÃO
DO
SÍSTÉMA~Í)E
PRODUÇAO
JLÍST=L'V=TIME
NA
Il\1)USTB.!A
DE CQNFECÇOES
MIMG
BE
-1.” eu.
š
°' z 'L /_* ëzn :;...¡_¡r:~ ,-:__Universidade Federal
de
Santa Catarina
Programa
de Pós-graduação
em
Engenharia
de
Produção
674 »-‹ 0407
COLATINA
-ES
DISSERTAÇÃO
DE
MESTRADO
ÚLÊTEY'
ÉšíãÀ{šÁ
Fiøriaiiópoiis
2.00
1Programa
de Pós-graduação
em
Engenharia de
Produção
Mestrado
em
Engenharia de
Produção
OLNEY
BRAGA
o
IMPACTO
DA
11vIPLA1×ITAÇÃo
Do
sIsTEMA~DE
PRODUÇÃO
JUST-IN-TIME
NA
INDUSTRIA
DE CONFECÇOES
MIMO,
DE
COLATINA
-Es
FLORIANÓPOLIS-sc
OLNEY
BRAGA
O IMPACTO
DA
IMPLANTACAO
DO
SISTEMA~DE
PRODUÇÃO
J UST
-IN-T
IME
NA
INDUSTRIA
DE
CONFECCOES
MIMO,
DE
COLATINA
-ES
Dissertação apresentada
ao
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção da
Universidade Federalde
Santa Catarina
como
partedos
requisitospara obtenção
do
títulode Mestre
em
Engenharia
de
Produção. Área:Gestão da
Produção
e CustosOrientador: Prof. Harrysson Luiz
da
Silva,Dr.
FLORIANÓPOLIS-sc
2001
OLNEY
BRAGA
O
IMPACTO
DA
IMPLANTAÇÃO
Do
s1sTEMA
DE
PRODUÇÃO
JUST-JN-TIME
NA
INDUSTRIA
DE
coNFEcÇoEs
M1M0,
DE
COLATINA
-Es
PEsta Dissertação
foijulgada
adequada
eaprovada
para obtenção
do
titulode
Mestre
em
Engenharia de
Produção
no
Programa
de
Pós-graduação
em
Engenharia de
Produção da
Universidade Federal de Santa
Catarina.
Florianópolis, 3
de
zembro
de
2001.
Prof.
Rica
‹iran
a
Barcia,
Ph.D.
enad do Curso
CA
EXAMIN
arrysson uiz da Sil .
Ç
Orientador~M
i°'~‹_. Y
<
/mfz/L; M-<¬A Prof 8.
Elaine Femeira,
Dra
Avaliadora
Pro “ driana de Medeiros,
Dra
AvaliadoraBRAGA,
OlneyO
Impacto da Implantaçãodo
Sistema de Produção Just-In-Timena
Indústria de ConfecçõesMimo,
de Colatina- ES
Florianópolis,UFSC,
Programa de Pós-Graduaçãoem
Engenharia de Produção, 2001. Xüi, 116 p.Dissertação: Mestrado
em
Engenharia de Produção (Gestão da Produção e Custos)Orientador: Prof.
Hanysson
Luiz da Silva, Dr.l. Produção 2. JIT 3. Qualidade Total
I. Universidade Federal de Santa Catarina
II. Título II. Título
À
Lusiane, querida esposa, e a Leonardo,Olney
Jr., Ricardo eRafael,
amados
filhos, pelo apoio e incentivo.À
Dona
Filhinha, extremada mãe, pelacompreensão do
meu
distanciamento e dedicação a este trabalho.
À
Oranydes
(inmemoriam),
saudosíssima innã, granderesponsável pela
minha
formação escolar,em
especial pela consecução dosmeus
estudos secundários.A
Deus, por tudo.Ao
Professor Harxysson Luizda
Silva, pela contínua eeficaz
orientação,
sem
a qual,com
certeza, as dificuldades para o desenvolvimentodeste trabalho teriam sido
bem
maioresdo que
foram.À
Fundação
Educacional Presidente CasteloBranco
-FUNCAB
e à Universidade Federal de Santa Catarina -
UFSC,
atravésdo
seuPrograma
de Pós-graduaçãoem
Engenharia de Produção, pela oportimidadede realização
do
Mestrado.Aos
diretoresda
Indústria de ConfecçõesMimo
Ltda., Sra.Maria
de Lourdes deAlmeida
Vieira e Dr. Edivaldo deAlmeida
Vieira, quecolocaram as dependências e os registros
da empresa
àminha
disposição,possibilitando-me proceder à pesquisa de
campo,
à Sra. Cleidimar Ferreira,Gerente de Produção, que
me
acompanhou
eme
orientouem
todas as Visitasà fábrica,
sem
medir esforços, e aos funcionários Délio SebastiãoMaia
Junior, Eliane Falk, Fabíola Brunetti e
Manoel Teófilo
dos Santos, pela atenção constante.Aos meus
colegas eamigos da turma
de Mestrado,do
convênioFUNCAB/UF
SC, 1999/2001,com quem
troquei intranqüilidades, dúvidas metodológicas e literaturas.Aos
jovens Jocivan Scarpat e Marinelson Benachio, pela relevante colaboração prestada nos serviços de computação.~
"Se os tempos
mudam
e os comportamentosnão
se alteram, entaovem
a
ruína. " (Maquiavel)LISTA
DE
FIGURAS
... _.x
LISTA
DE
QUADROS
... _. XiRESUMO
... .. xiiABSTRACT
... ._ xiiINTRODUÇÃO
... .. 01 1.1 Caracterizaçãodo Problema
... .. 01 1.2 Justificativa ... .. O3 1.3 Objetivos ... ._O4
1.3.1 Objetivo Geral ... ._O4
1.3.2 Objetivos Específicos ... ..04
1.4 Estrutura ... ._O4
2.FUNDAMENTAÇÃO
CONCEITUAL
... _.06
2.1
Modelos
Taylorista, Fordista e Toyotista ... ._06
2.1.1
Modelo
Taylorista ... ._07
2.1.2
Modelo
Fordista ... _. 112.1.3
Modelo
Toyotista ... ._ 162.2 Sistema de
Produção
Just-in-Time ... .. 182.2.1 Estratégia de Produção: Importância atual
do
Just-in-Time ... _. 182.2.2 Princípios e Objetivos
do
J ust-in-Time ... ..22
2.2.3 Eliminação dos Desperdícios ... .. 23
2.2.4 Melhoria contínua ... .. 25
2.2.5
Envolvimento
do
pessoal ... _.26
2.2.6 Flexibilidade e Simplicidade ... _.
26
2.2.7 Organização e Visibilidade ... _.
27
2.2.8 Eliminação de funções que
não
agregam
valor ... ._29
2.3 Aplicação
do
J ust-in-Timeno
Sistema deProdução
... _.29
2.3.1 Planejamento e
programação da
produção ... _.29
2.3.2 Fluxo e Controle
da Produção
... .. 312.3.3 Materiais ... _. 32
2.3.4
Tempos
do
Processo ... .. 342.3.5 Famílias de produtos,
Lay-Out
e Manufatura Celular ... _. 362.3.6 Qualidade ... ._ 39
2.3.7 Recursos
Humanos
... ._40
2.3.8
Fomecedores
... ._ 412.4 Melhorias obteníveis
com
a Implantaçãodo
JIT/TQC
... ..43
2.5
TQC
~
Total Quality Controlou
Controle de Qualidade Total ... _.46
2.5.1 Conceituação de Qualidade ... _.
46
2.5.2
A
Evolução da
Qualidade ... _.48
2.5;3
Modelos
para a obtençãoda
Qualidade ... ._ 542.5.3.1
A
Qualidade segundo Shewhart ... ._ 542.5.3.2
A
Qualidade segundo Juran ... ._ 552.5.3.3
A
Qualidade segundoDeming
... _.56
2.5.4 Implantação da Qualidade Total ... ..
57
2.5.5 Aspectos relevantes
do
TQC/TQM
... ._ 593.1 Delineamento da Pesquisa ... ..
62
3.1.1 Variáveis ... _. 63 4.
ANÁLISE
E DISCUSSÃO
DOS
DADOS
... .. ós 4.1 Indústria de confecçõesem
Colatina ... .. 654.2 Caracterização
da
Empresa
de ConfecçõesMimo
Ltda. ... .. 684.3 Contextualização
da
Implantaçãodo
JIT/TQC
na
Empresa
Mimo
... .. 714.4 Variáveis Dependentes
do
Sistema JIT/TQC
na
Empresa
Mimo
... .. 734.4.1 Cultura Organizacional
da empresa
quando
da implantaçãodo
JIT/TQC
73 4.4.2 Relaçãocom
fornecedores e clientes ... .. 754.4.2.1 Relação
com
fornecedores ... _. 75 4.4.2.2 Relaçãocom
os clientes ... ..76
4.4.3 Qualidade ... ..
77
4.4.4 Recursos
Humanos
... ..79
4.4.5
Lay-Out Intemo
... .. 814.4.6
Programação da
produção ... ..92
4.4.7
Tamanho
do
lote, set-up e amanutenção
preventiva ... .. 954.4.7.1
Tamanho
do
lote ... ..95
4.4.7.2Tempos
de processo/set-up ... .. 95 4.4.7.3Manutenção
Preventiva ... ._98
4.4.8 Eficiência deAtendimento
... .. 103 5.CONCLUSÕES
E
RECOMENDAÇÕES
... .. 107 5.1 Conclusões ... .. 107 5.-2Recomendações
... .. 109REFERENCIAS
... .. 110BIBLIOGRAFIA
... .. 113ANEXOS
... .. 114ANEXO A
... ._ 115ANEXO
B
... .. 116 1XFigura 2.1 Figura 4.1 Figura 4.2 Figura 4.3 Figura 4.4 Figura 4.5
Controle de qualidade
em
toda aempresa
... .. 5lLay-out
da
produçãoem
malhas (porão) fabricação demodelos que
84possuem maior
parte das operaçãoem
máquina
“reta”Lay-out
da
produçãoem
malhas (porão) fabricação de camisas “regata” 85 Tecido plano-
parte dianteira da calça “jeans”-
2° andar ... ._87
Tecido plano
-
traseirada
calça-
2° andar ... _. 89Montagem
e pré-acabamento-
1° andar ... _. 91Quadro
2.1Quadro
2.2Quadro
4.lQuadro
4.2Quadro
4.3Quadro
4.4Quadro
4.5Quadro
4.6Quadro
4.7Quadro
4.8Quadro
4.9Quadro
4.10Quadro
4.11Melhorias obteniveis
com
as técnicas Japonesas face aos problemas nasindustrias ... ..
45
Principais intérpretes
da
escola da qualidade ... ..47
Número
de empresas de confecçõesdo
Estadodo
Espírito Santo ... .. 65Programação
diáriada
produção ... ..94
Tempos
padrões etempos
reais, hoje para a produção de calças jeansna
Indústria de ConfecçõesMimo
Ltda. ... ..97
Peças produzidas e vendidas
no
período de 1992 a2000
... ..99
Indústria de Confecções
Mimo
Ltda. (Lei Básica) índice de peças não- conformes ... .. 100Coeficiente de produção
- Resumo -
Indústria de ConfecçõesMimo
101 Ltda. ... ..Taxas
de retrabalhona empresa
ena
facção-
Ind. de ConfecçõesMimo
102 Ltda. ... ..Resumo
dasVendas
1992/2000~
Ind. de ConfecçõesMimo
Ltda. 102 Relação entre o n.° de pedidos solicitados e o n.°. de pedidos atendidos 104 Relação entreo
n.° de pedidos atendidos e as reclamações de clientes .... .. 105Melhorias obtidas
com
a implantaçãodo
JIT/TQC
na
Ind. de Confecções 106Mimo
Ltda ... ..BRAGA,
OLNEY.
O
Impactoda
Implantaçãodo
Sistema deProdução
Just-In-Time
na Indústria de ConfecçõesMimo,
de Colatina-
ES.As
condições de qualidade,produtividade e competitividade nos
mercados
interno e extemo,bem
como
o ajustamento às necessidades dos consumidores constituem os principais fatoresresponsáveis pela modernização nas fonnas de administração da indústria.
Algumas
estratégias de produção 'e qualidade estão sendo reavaliadas
em
busca de novaspropostas de se implantar
uma
gestão enxutacom
controle de qualidade dos serviços e produtos ofertados pela empresa.Com
baseem
tais proposições, definir omodo
produtivo consiste
numa
maneira de desenvolver, deforma
sistêmica e metódica, conceitosque
podem
ser aprendidos e utilizados,como
oJIT/TQC
(Just InTime
e Total Quality Control).O
HT
tem
mostrado seu potencial de beneficiosquando
aplicadocomo
processo de melhoria contínua, atravésdo
envolvimentohumano,
procurandoflexibilidade
no
atendimento às demandas, simplicidade nos processosbem
como
excluindo todo o tipo de atividades desnecessárias, garantindo o lucro e a qualidade continua dos produtos e serviços,além
de dar prioridade à solução de possíveisproblemas
que
venham
acomprometer
as atividadesda
empresa.Assim
sendo, o presente estudo reflete o impactoda
implantaçãodo
sistema JIT/TQC
no
Sistema deProdução da
Indústria de ConfecçõesMimo,
situadana
cidade de Colatina~
ES. Paratanto, inicialmente fez-se necessário formar
mn
quadro teórico acerca dos dois sistemase,~a seguir, optou-se por
um
estudo de casona
referida empresa.Com
esse estudo,constatou-se
que
asmudanças
advindascom
a implantaçãodo
sistema JIT/TQC
foram
muitas; talvez que a mais significativa delas seja referente ao processo produtivo,
que
gerou as demais.
BRAGA,
OLNEY,
the impact of the implementation of the Just-in-TimeSystem
of Production at “Indústria de ConfecçõesMimo
Ltda” (ready-made clothesindustry),
from
Colatina-
ES.The
conditions of quality, productivityand
competitivein the internal
and
external market as well the adjustment to the necessities of theconsumers
constitute themain
reasons responsible for the modernizationon
theway
toadministrate the industry.
Some
strategies productionand
quality are being revised insearch
of
anew
proposal toimplement
amuch
more
economic
management
with totalcontrol of services
and
products offeredby
the enterprise.Based
on
those propositions,to
define
the productive system consists in amanner
of development in a systematicand
methodicalway
ofsome
concepts of business that canbe
learnedand
used likeJIT/TQC
(Just-in-Timeand
Total Quality Control). .TIT hasshown
its potential ofbenefit
when
applied as a continuous processof
improvement,by
means
ofhuman
involvement looking for flexibility to attend demands, simplicity in the processes aswell as exclusion of all kind
of
unnecessary activities in order to guarantee profit without givingup of
the quality about servicesand
products offered. This way, the present study reflects the impact after the implementationof
theJIT/TQC
system atMIMO
ready-made
clothes industry addressed in Colatina-
ES.At
first, itwas
necessary to search a theoretical support about these
two
systems and, afier that, itwas
made
a study of case at the aforesaid enterprise.And
it has verified that therewere
changes after the implementation
of
HT/T
QC
system especiallyon
thatconcemed
to the productive process.1.1 Caracterização
do
Problema
As
condições de qualidade, produtividade e competitividade nosmercados
intemo e externo,bem como
o ajustamento das organizações às necessidades dos consumidores constituem os principais fatores responsáveis pelamodemização
tecnológicada
indústria, de
modo
geral, e da indústria de confecções,em
particular. Busca-se encontrar metodologias, técnicas demanufatums
e gerenciamento empresarialque pennitam
àsorganizações alcançar melhores níveis de
desempenho
global, especialmentequando
setrata de variáveis
como
qualidade, custo e flexibilidade.Precisamente para alcançar essa meta, as organizações
procuram
aperfeiçoar seus sistemas de manufatura pela incorporação de tecnologias e metodologias avançadas de produção. Neste contextotambém
se faz necessária a reconfiguração de seus sistemas de administração de controle das operaçõesem
nível de chão-de-fábnca. Assim, aestratégia de produção derivada de
economia
de escala perdeu validade, face às outras estratégiasque
focalizam a produçãoem
pequenos lotescom
flexibilidade e controle total.O
Just-In-Time (justono tempo)
-um
sistema de produção provenientedo
Japãoe,
mais
especificamente,do
Sistema Toyota deProdução que “tem
suafilosofia
voltadapara a otimização
da
produção” (Tubino, 1999, p.26), -tem
sido objeto de especialinteresse
no
mundo
ocidental, graças ao sucesso obtido inicialmenteno
seu país de origem,o
Japão, e atualmenteem
empresas de todoo
mundo.
Esse sistematem
mostrado seu potencial de beneñcios
quando
aplicadocomo
um
processo de melhoria contínua, atravésdo
envolvimentohumano,
pennitindo a flexibilidadeno
atendimentoàs demandas, simplicidade nos processos e eliminação de todo tipo de atividades desnecessárias.
As
empresasque
trabalham sobo
enfoque Just-in-Time (JI T)têm
no
TQC
(Total QualityControl-
Controle de Qualidade Total), sistematambém
provenientedo
Japão,Enquanto
o Just-in-Time volta-se para a otimizaçãoda
produção, afilosofia do
Total Quality Control está voltada para a “identificação, análise e solução de problemas” (Tubino, 1999, p.27).
Por
possuíremuma
interfacecomum
muito grande e levandoem
consideração a sua aplicação conjunta,achamos
porbem
tratá-los pelassiglas
JIT/TQC.
Registre-se que o
Kanban,
um
“sistemapuxado
deprogramação
eacompanhamento
da produção” (Tubino, 1999, p.85),também
procedentedo
sistemaToyota, e
que
funcionacomo
uma
das estratégiasdo
JIT, enormalmente
utilizadoatravésde cartões,
não
será objeto deste estudo, tendoem
vista que aempresa
sob pesquisa delenão
se vale.O
JIT, utilizadona
fabricação de produtos somente nas quantidades e nosmomentos
certos,no
que sedenomina
produção “puxada” pelos pedidos, requeruma
grande quantidade de
mudanças
organizacionais, nos processos produtivos ecomportamentais, desde a gerência até o chão-de-fábrica; exige, ainda,
que
as condiçõesda
demanda
sejam relativamente estáveis,que
a produção seja “nivelada” ebem
próxima do
programado, devendo-se estabelecer condições quepermitam
associar otipo de produção
da
fábrica aomodelo
de produção repetitiva; requermudança
no
layout
da
fábrica para propiciarum
fluxo de produção unitário e uniforme, o que,dependendo do
tipo de produçãobem como
das características de produtos e processos,pode
ser diñcil de se conseguir; requer, ainda,mudanças do
equipamento para diminuiros
tempos
de preparação de ferramentas emudanças
dos procedimentos de trabalho parauniformizar o
fluxo
de produção, o que significaaumento do
número
de tarefas diferentes que cada operário deve executar.Todo
o trabalho de implantação deum
sistemaJIT/TQC
deve terum
planejamento minucioso e
um
gerenciamento focado, poisdepende
de muitas variáveis:ambientais, culturais, organizacionais e até políticas,
que
podem
facilmente obstruir a construçãode
um
modelo
de produção,mesmo
que este tenhauma
carga de beneficiosamplamente
demonstrada sobre os sistemas mais antigos e tradicionais.De
acordocom
as considerações anteriores, pretende-se investigar quais oscritérios adotados
na
implantaçãodo
SistemaJIT/TQC
na
Indústria de Confecções1.2 Justificativa
Com
a preocupaçãoem
setomarem
flexíveis paramelhor
responder àsmudanças
arnbientais
com
as quais as organizações estão se confrontando,uma
série de técnicas, tecnologias, ferramentas,ou
ñlosofiasvem
surgindo, determinando novas formas de organizaçãodo
trabalho (e novas configurações estruturais).Quer
sejacom
fundamento
básico
em
automação
industrialou
processos racionalizadoresdo
trabalhoou
com
envolvimentos significativos
com
mudanças
culturais, “novos sistemas de produçãocomo
SFM
(Sistemas Flexíveisde
Manufatura),JIT
(Just in Time),TQC/TQM
( TotalQuality
Control/
Total QualityManagement)
vêm
se apresentandocomo
importantesalternativas para o confronto
com
anova
realidade” (Dellagnello, 1993, p. 119-120). Dentre estes, o presente estudo vai ater-se aoJIT/TQC,
que, segundoCampos
(1992, p.15), diz respeito ao "controle exercido por todas as pessoas para a satisfação das necessidades de todas as pessoas."
De
fato, a crescente internacionalização dosmercados
e daseconomias
tem
produzido efeitos surpreendentes
em
muitos âmbitos,um
dos quais o acirramentoda
concorrência e a necessidade de se perseguirem vantagens competitivas sustentáveis.
Adicionalmente, as organizações enxutas,
que emergiram
dos processos de adoção indiscriminada de novas tecnologias e terceirizaçõesnão
planejadas, fizeram verque
a redução generalizada de custos,em
muitos casos,redundou
em
perdas de grandesvalores,
como
a experiência e o conhecimento tácito das pessoas.Por
último, a conjugação das tecnologias de informática e telecomunicaçõestomou
viávelum
grandenúmero
de atividades antes sequer imaginadas,como
as redes globais e internas, ossistemas integrados, groupware, vídeo e tele-conferências etc..
Nesse
contexto, pode-se visualizar as empresasmigrando do
velho modelo,no
qual os
insumos
entravamnuma
espécie de caixa preta e dela originavam-se os produtosfinais, para
um
modelo
dinâmico que reconhece a forçado
material intelectual, dosrelacionamentos e dos processos.
A
diferenciação passa a virdo
conhecimento, os produtos e serviços transformam-seem
agregados de idéias e o valor dos ativos intangiveis superaem
muito os valores dos ativos financeiros.Este trabalho analisa o impacto
da
implantaçãodo
sistema JIT/TQC,
de acordocom
uma
realidade preexistente. Impacto esse que, se estende às influencias resultantes.Deve-se ressaltar
que não
se busca,com
este trabalho, desenvolver urna metodologia para implementaçãodo JIT/TQC,
mas
analisarum
processo de implantação realizado esemelhantes, quanto ser utilizadas
na empresa
estudada, para corrigir possíveis deficiências.1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Identificar os critérios de implantação
do
Sistema JIT/TQC
e analisar o impacto dessa implantaçãono
Sistema deProdução da
Indústria de ConfecçõesMimo
Ltda., situadana
cidade de Colatina-
ES.1.3.2 Objetivos Específicos
- Identificar as características, princípios e objetivos
da
aplicaçãodo JIT
no
sistema de produção;- Descrever as alternativas e os critérios considerados
na
implantaçãodo
JI
T
na
empresa;- Discorrer sobre os conceitos, objetivos e vantagens
do
TQC
( Total
Quality Control
~
~oW);
- Analisar, através de estudo de caso, as influencias
da
implantaçãodo
JIT/TQC
para a otimizaçãodo
sistema de produção na Indústria deConfecções
Mimo,
de Colatina(EST
O-\/'Z'
1.4 Estrutura
O
presente estudo está assim estruturado:no
capítulo 1 faz-seuma
apresentaçãogeral
do
trabalho;definem-se
seus objetivos e justifica-se sua realização.No
capítulo 2, é feita tunaampla
revisãoda
literatura existente a respeito dos termos de importância ao estudo: SistemaJIT
eTQC,
que influenciaram a culturaorganizacional
da empresa
analisada, levando-a a mudanças.No
terceiro capítulo, descreve-se a metodologia de pesquisa desenvolvida.O
quarto capítulo relata o estudo de caso. Inicialmente é feitauma
apresentaçãogeral
da
organização.A
seguir, registram-se a descrição e a análisedo
processo de implantaçãodo
sistema JI T/TQC
na
Indústria de ConfecçõesMimo
Ltda., de Colatina-
ES.No
quinto capítulo, são estabelecidas algumas conclusões sobre a pesquisarealizada e, por
fm,
elaboradas algumasrecomendações
à empresa, diante das análisesefetuadas.
As
últimas décadasdo
séculoXX
apresentamum
cenário de grandes transformações tecnológicas caracterizadas pelaconfiguração
de novos conhecimentosque levam
a novas tecnologias, gerandomudanças que visam
substituir as formasrígidas de produção (produção e
consumo
em
massa
com
produtos padronizados epequena
diversidade), por formas mais flexíveis ( produção emercado
flexíveis euma
grande diversidade de produtos). Essas transformações
têm
privilegiado a implantação de novas técnicas de produtividade e qualidade, taiscomo
o sistema Just inTime
e os programas de qualidade total.Sendo
assim, o presente capítulo traz, inicialmente,uma
breve incursão sobre os
modelos
de produção taylorista, fordista e toyotista, para, daí,adentrar o foco central deste estudo
~
Just~in-Time/Total Quality Control -buscando
formar
uma
base conceitual que serviráde
alicerce para o estudoda
Indústria de ConfecçõesMimo
Ltda., de Colatina - ES.2.1
Modelos
Taylorista, Fordista e ToyotistaA
racionalidade dosmodelos
Taylorista e Fordista desenvolve-seno
bojo de contextosque
combinam,
porum
lado, o grau de desenvolvimento das forças produtivasno
interior das empresas nas quaissurgem
e, por outro, omeio
ambiente circundante a essas empresas (tipo de organização ede
atuação políticada
classe trabalhadora e empresarial, naturezada
relaçãoda
classe empresarialcom
o Estado etc), que tantofavorece quanto
impõe
limites à elaboração e disseminação deum
projeto racional demudança
nas formas de organização dos processos produtivos e nas relações sociais(ditando novas formas de
comportamento
ede consumo,
interferindo nos padrões de moralidade etc.).A
generalização gradual de novas fonnas de organizaçãodo
trabalho-
a revolução taylorista e, depois, a fordista~
gerou ganhos de produtividadesem
precedentes até então (na França, daordem
de5,6%
ao ano, contrauma
média
de2%
desde a primeiraRevolução
Industrial, segundo Lipietz (1988)), e o SistemaToyota
desobre tais sistemas antes de entrar
no tema
central deste trabalho que é o Sistema deProdução
Just In Time.2.1.1
Modelo
TayloristaFrederick
Winslow
Taylor (1856-1915) é considerado o fundadorda
Administração Científica.
O
projeto desenvolvido por Taylor,no
finaldo
séculoXIX
einício
do
XX,
busca responder aodesafio
maiorcom
o qual se defrontava 0 capitalismo americano, a cuja expansão e consolidação são impostos limites:uma
classetrabalhadora organizada
em
tomo
de oficios,com
domínio
emonopólio do
saberprodutivo.
A
falta de uniformidade das técnicas de trabalho, a escassez de mão-de-obra qualificada e a “indisciplina” dos trabalhadores(mormente
a sua participaçãoem
movimentos
sindicais)eram
fatores tidoscomo
grandes obstáculos aomovimento
deacumulação do
capital.As
possibilidades de desenvolvimento das empresas capitalistaseram
então fortemente dependentes dosmovimentos
das classes trabalhadoras, desde a escolhado
local de implantação
da
fábrica, que deveria serpróxima
da residência dostrabalhadores, até às negociações
com
os sindicatos e associações que ditavam asnormas
de trabalho, os princípios de qualidade dos produtos, os salários e fonnas deremuneração etc.
Antes de Taylor, são desenvolvidas, de
forma
maisou
menos
sistemáticas,algumas
práticasque visam
atingir aspectos tantoeconômicos
(aumentoda
produtividade) quanto políticos (limitação
do
poder de barganhada
classe trabalhadora) envolvidosno
processo produtivo, práticas estas que, dealguma
forma, inspiraram efomeceram
as bases de elaboração dos estudos tayloristas; segundo Coriat (1994),dentre elas, destacam-se:
1. o incentivo ao uso de maquinarias, produto da união entre capital e ciência,
que
se traduz
na
ciência aplicada;2. o
emprego
de“menores”
nas linhas de produçãocom
economia
de salários eredução
do
poder de articulaçãocom
os trabalhadores adultos; e3. práticas de subcontratação
que
utilizavamum
trabalhador qualificado (dotadotanto
do
conhecimentodo
oñcio quantodo
conhecimentoda
perfomance
dos seus colegas) para contratar, coordenar e fiscalizar o processo produtivo dealgumas
oñcinas.Segundo
Coriat (1994, p. 21), ao recorrer a práticas de subcontratação, o capitalismo atingia duramente a organização dos trabalhadoresem
tomo
de oficios,uma
vezque
utilizava:“el oficio contra sí mesmo empleando a un hombre de oficio para vigilar
y
controlar eltrabajo de los demás.
De
ahi la oposición, a menuno muy enérgica, de los obreros al sistemade desajos, pues resulta evidente para ellos que con "el detajista uno no puede relajarse en el
trabajo " como poderia hacerlo con un patrón situado demasiado alto 0 demasiado lejos, el
cual no puede, como hace el desajista, organizar el trabajo según los métodos más racionales
y controlar su ejecucíon.”
Embora
a adoção dessasmedidas
tenha apresentado inúmeros resultadospositivos, o
problema
maior de dependência / subordinaçãodo
capital aum
conhecimento operário ainda persistia, agravado pelonúmero
limitado de trabalhadoresN
capazes de tocar" a produção
em
contrastecom
oenorme
contingente de trabalhadoressem
ofício disponíveis.Segundo
Chiavenato (1980, p.53), os desafios que seopunham
aodesenvolvimento capitalista americano,
com
os quais Taylor se defronta,podem
sersumariamente descritos
como:
-
pequeno
núcleo de trabalhadores de oficio qualificados e fortemente organizadosem
associações e sindicatos;- grande
número
de trabalhadoressem
qualificação, disponíveis para vender suaforça de trabalho e
sem
organização (até porque sofriam forte discriminação por partedos sindicatos
que buscavam
mobilizar a opinião públicano
sentido de nãocomprar
produtos produzidos por trabalhadores
não
filiados);- forte crença
na
capacidade da ciência de intervirna
organizaçãoda
sociedadepara melhorar as condições de vida dos
homens;
- centralidade
do
trabalhocomo
princípio gerador de riqueza, porum
lado,e, de
outro, fonte
de
conflitos sociais;- necessidade de aumentar a produtividade
do
trabalho e a produção demercadorias
bem como
ampliar osmercados
consumidores (interno e externo).Taylor se propõe analisar cientificamente
o
modo como
se desenvolveo
trabalhono
“chão de fábrica”, defonna
adecompô-lo
nas suas diversas tarefas para, a partirestabelecer
um
tempo
“ideal” a ser perseguidocomo
forma
de aumentar a produtividade.Segundo
Riggs (1976), a partir de tais observações, projetaram-semétodos
de trabalhos nos quais ohomem
e amáquina
fonnavam
uma
só unidadeoperacional,
um
homem
inspirado por incentivos salariais, utilizandouma
máquina
eficientemente, de acordo
com
instruções exatas.Taylor separou o planejamento de atividades
da
sua implantação, colocando o planejamentono
campo
da
administração profissional.Ao
fazê-lo,toma
possível a eliminação detempos
mortos existentesna
produção(movimentos
executados deforma
“incorreta” que acarretam, inclusive, danos ao corpo
do
trabalhador) e concentra, nasmãos
do
capitalista, o conhecimento necessário à realização das mercadorias. Destaforma, atinge os trabalhadores de oñcios naquilo que, até então, era o seu grande trunfo:
0 conhecimento produtivo, liberando parcialmente, dessa forma, o capital, das amarras
do
sindicalismo organizado,uma
vezque
toma
possível a contratação de trabalhadoresnão
sindicalizados e não qualificados que, mediante alguns treinamentos intemos desenvolvidosna
própria empresa, facilmente estariam disponíveis para fazer fluir a produção.A
este respeito, Coriat (1994, p.3 1) afinna:“Decomponiendo el saber obrero, "demenuzándolo" en gestos elementares - por medio del
"time and motion study”› haciéndose su dueño y poseedor, el capital efectúa una
"transferencia del poder " en todas las cuestiones concernientes al desarrollo
y
la marcha de lafabricación.
De
esta forma, Taylor hace posible la entrada masiva de los trabajadores noespecializados en la produccion. Con ello, el sindicalismo es derrotado en dos frentes. Pues
quen progresivamente es expulsado de laƒábrica, no es sólo el obrero de ofício, sino también
el obrero sindicado y organizado.
La
entrada del "unskilled" en el faller no es sólo la entradade un trabajador "objetivamente" menos caro, sino también Ia entrada de un trabajador no
organizado, privado de capacidad para defender el valor de su ƒiierza de trabajo.”
O
projeto de racionalização taylorista,embora
posterionnente extrapole os limitesda empresa
e alterando determinadas relações sociais (relação empresário/sindicatos,por exemplo), visa à racionalização
do
interior daempresa
capitalista, objetivando oaumento
da produção eda
produtividadesem
ter que recorrer a inovações de basetécnica.
Atua
sobre o posto de trabalho individual atravésdo
planejamento e controledo
trabalhador e das suas práticas de trabalho, de
modo
que se possa eliminar o desperdíciodo
esforço fisico (via estudo dostempos
e movimentos).Segundo
Rago
e Moreira (1986), pode-se dizer que o taylorismo é ométodo
de“economizando
tempo”, suprindo gastos desnecessários ecomportamentos
supérfluosno
interiordo
processo produtivo, aperfeiçoando a divisão socialdo
trabalho introduzido pelo sistema de fábrica, assegurando definitivamente o controle detempo
do
trabalhador pela classe dominante.Como
princípios desse projeto estão presentes: adecomposição
das tarefasem
operações simples; a inserção
do
engenheiro/planejadorno
processo produtivocomo
mn
elemento crucial parao
planejamento/acompanhamento dostempos
emovimentos
alocados a cada operação; a eliminação
do
desperdíciodo
esforço fisico; ocumprimento
do
tempo
prescrito; a supervisãodo
trabalho e a implantação deum
sistema de“proteções” (programas de beneficios) que,
combinado
com
um
sistema de remuneração por quantidade de peças produzidas, consegue tanto mobilizaro
trabalhador para produzir mais,como
também
visa substituir a antiga dependência dos trabalhadoresem
relação às instituições sindicais, atingindo, portanto, objetivos tantoeconômicos
quantosociais.
De
acordocom
Chiavenato (1980, p. 35-36), para Taylor, o ponto de partida da organização racionaldo
trabalho baseia-se nos seguintes aspectos:- ciência
no
lugardo
empirismo eda
improvisação;- seleção e treinamento dos funcionários;
- articulação
do
trabalhocom
a ciência; - divisãodo
trabalhocom
responsabilidade.Complementa,
ainda, que (p. 37-40) os fundamentosda
administração científicade Taylor são:
a) Objetivo principal
da
administração-
O
principal objetivoda
administração deve ser o de assegurar omáximo
deprosperidade ao patrão e, ao
mesmo
tempo, ao empregado;b) Identidade
de
Interessede
empregados
eempregadores
-
A
administração Científicatem
por seus fundamentos a certeza de que osverdadeiros interesses de
empregados
e empregadores sãoum
único emesmo
interesse:“o
de que a prosperidadedo empregador
nãopode
existir por muito tempo, senão
foracompanhada
da prosperidadedo
empregado
e vice-versa”.É
necessário dar aoempregado
o que ele mais deseja: altos salários e, ao empregador, oque
ele maisc) Influência
da produção na
prosperidadede empregadores
eempregados
-
Ninguém
atingirá maior prosperidadesem
que tenha atingidoo
mais alto grau deeñciência e produtividade.
d)
A
administração científica e o sistemade
iniciativa e incentivo-
O
sistema de iniciativa e incentivo depende quase que inteiramenteda
obtençãoda iniciativa
do
operário.Na
Administração Científica, as responsabilidadesdevem
ser repartidas entre a gerência e o trabalhador,devendo
a gerência tomar a seu cargo, o estudo minuciosodo
trabalho e dar assistência contínua ao trabalhador durante a produção.e)
Elementos de
aplicaçãoda
Administração
Científica-
A
gerência passa ter novas atribuições e responsabilidades, baseadas nosseguintes princípios: princípio
do
planejamento, preparo, controle, execução.Além
destes, Taylor aponta: estudo
do
tempo; supervisão funcional; padronização de ferramentas e instrumentos; fichascom
instruções de serviços; gratificação diferencial;sistema de delineamento da rotina de trabalho;
modemo
sistema de cálculo de custo etc.Segundo
Rago
e Moreira (1986, p. 25):“
O
taylorismo, enquanto método de organização “científica” da produção, mais do que
uma
técnica de produção, é essencialmente
uma
técnica social de dominação.Ao
organizar oprocesso de trabalho, dividir o trabalho de concepção e o de execução, estruturar as relações do trabalho, distribuir individualizadamente a força do trabalho no interior do espaço fabril, a
classe dominante faz valer seu controle e poder sobre os trabalhadores para sujeita-los de maneira mais eficaz e menos custos à exploração econômica”.
Analisando as idéias concebidas por Frederick
W.
Taylor, é inegávelque
elasinfluenciaram significativamente o estudo
da
organização eda
gestãodo
trabalho, apartir
da
racionalização industrial, pois tinhamcomo
fundamento
principal que, para sermelhor
eeconomicamente
executável, o trabalho deveria ter todos osmovimentos
necessários para sua execução, divididos e subdivididos
em
operações simples.2.1.2'
Modelo
FordistaHenry
Ford, o mais conhecido de todos os precursoresda
moderna
administração,que
pennitiu o desenvolvimento industrialda
produçãoem
série(moderna
metodologiapela qual grandes quantidades de
um
determinado produto padronizado são fabricadas).Embora
omodelo
fordista sejanonnalmente
associado auma
evolução nosprincípios e práticas tayloristas, a
forma
como
cadaum
deles se apropna, interpreta e atua junto ao ambiente circundante apresenta diferenças substanciais. Seno modelo
taylorista, grosso
modo,
as circunscriçõesdo
ambiente entramcomo
um
"dado" a serconsiderado
na
busca defins econômicos (tomando o modelo
de racionalidade mais voltado para aspectos intemosda
empresa), omodelo
fordista busca,de fonna
muito mais enfática, alterar e construirum
ambiente que lhe seja favorável, que permita arealização de
um
detenninado projeto econômico. Desta forma, elenão
se limita apenas aos espaços produtivos,mas
busca construir novas relações, novos padrões deconswno
e de valores sociais
que
possam
dar sustentação aum
determinado"modo
de produzir"no
interior da fábrica.Nesse
sentido, omodelo
fordista evidencia a conjunção de diferentesracionalidades - econômica, social e política -
que atuam
simultaneamenteem
espaços distintos,numa
espécie de “coordenação”em
busca defins
que,embora visem
a aspectos econômicos,não
se limitam a eles.Os
princípios fordistasforam
gerados logo após a primeira guerra mundial, quedemandou
uma
expansãoda
produção industrial pesadaem
tomo
da
indústria bélica,forçando a criação de novas racionalizações dos processos produtivos que propiciassem a produção
em
série (esta, por sua vez, apresenta desafiosem
relação à normatização epadronização de materiais,
componentes
e equipamentos).De
acordocom
Chiavenato (1980, p.46), Ford adotou três princípios básicos:- Princípio
da
intensificação: consisteem
diminuir otempo
de produçãocom
oemprego
imediato dos equipamentos e
da
matéria-prima e rápida colocaçãodo
produtono
mercado;
~ Princípio
da
economicidade: consisteem
reduzir aomínimo
ovolume do
estoqueda
matéria-prima
em
transformação.A
velocidadeda
produção deve ser rápida;- Princípio
da
produtividade: consisteem
aumentar a capacidade de produçãodo
homem
no
mesmo
período, atravésda
especialização eda
linha demontagem.
Assim, ooperário poderia ganhar mais,
num
mesmo
período de tempo, e o empresário ter maiorPelo lado social, o
panorama
vigente aponta parauma
sociedade fragmentada pelaguerra,
com
valores enormas de
conduta enfraquecidos e sendo cada vezmais
questionados após
uma
revolução socialista vitoriosa.A
classe trabalhadora americana, por sua vez, encontrava-se organizada e disciplinadaeconômica
e socialmente.O
desafio deFord
dirige-se à produção (e necessárioconsumo)
de massa:um
automóvelpara cada família americana passaria a ser o seu lema.
A
racionalidadedo modelo
fordista baseava-se tantona promoção
demudanças
no
interiorda
fábrica, via inovações de base técnica e organizacionais, quantona
promoção
demudanças
nas relações sociais: tomava-se necessária a mercantilizaçãoda
classe trabalhadora. Para
que
o
consumo
em
massa
pudesse ser bem-sucedido,tomava-
se mister
que
os trabalhadoresnão
dispusessem de outros meiosque
não o
mercado
paragarantir a sua reprodução.
O
projeto fordista deconsumo
demassa
ataca a organizaçãodo
cotidiano operárionão
apenas nos seus hábitos deconsumo
de mercadorias,mas
também
nas fonnas emodos
de consumir seutempo
livre, nas relações familiares (valorizando a famílianuclear e
monogâmica)
e sexuais, acentuandoo
valor "moral"do
trabalhocomo
elemento disciplinador e organizativoda
sociedade e atingindo a própria cultura, .
operana.
A
esse respeito,Gramsci
([s. d.] p. 324-325. ) afirma:“A
vida na indústria exigeuma
experiência geral,um
processo de adaptaçao psicofisico para determinadas condições de trabalho, de nutrição, de habitação, de costumes etc., que não é algode inato, de "natural", mas que exige ser adquirido", e continua afirmando
em
relação à questãoda sexualidade: "a verdade é que não se pode desenvolver o novo tipo de
homem
requerido pela racionalização da produção e do trabalho enquanto o instinto sexual não for reguladoem
conformidade, não for também ele racionalizado”.Nos
aspectos relacionados ao “interior”da
empresa, o projeto fordista busca fazer frente às relações de trabalho e de produção até então vigentes. Para tanto, parteda
decomposição do
produto(em
vezda decomposição do
trabalhocomo
em
Taylor)em
seus vários elementos constitutivos, fazendo
com
que esses elementos circulem pela “linha demontagem”.
Esse aprofundamento e avanço
em
relação à lógica taylorista de organizaçãoda
produção é
acompanhado
deuma
completa fragmentaçãodo
conteúdodo
trabalho que, de “qualificado” (queembora empobrecido
pelos estudos detempos
emovimentos
ainda se mantinha
uma
“unidade”) toma-se "especializado"em uma
única tarefaou
movimento,
cujo ritmo agora é ditado pela esteirada
linha demontagem, no
que ficouconhecido
como
tempo
imposto pela máquina.Daí
decorre 0 fato deque
as inovaçõesna
base técnica, taiscomo
o desenvolvimento demáquinas
e equipamentos dedicados,ocupam
uma
posição privilegiadano
seu projeto, modificando, inclusive, acomposição
orgânica
do
capital.Como
decorrência, ostempos
“mortos” dedicadosao
transporte de materiaisbem
como
àpassagem do
produto demn
posto de trabalho para outro(momentos
desocialização
da
classe trabalhadora) são eliminados, assimcomo
um
número
razoável de funções de manutenção, permitindo a reduçãodo
efetivo de mão-de-obra necessário à operação da planta produtiva e à suamudança
qualitativa.Obtém-se
tanto 0 alongamentoda
jomada
efetiva de trabalho pela concentração eintensidade
do
trabalho concreto despendido quantouma
diminuiçãono
tempo
de treinamento necessário à "formação"do
trabalhador, o que,em
tese, faz cair o seu valor de reprodução.A
forma
de remuneraçãotambém
é objeto de racionalização, o salário sofreaumento do
seu valor nominal e passa a ser diário - o conhecido“five
dollars day”(
cinco dólares dia) -
porém
não
atinge todos os trabalhadores.O
“direito”ao
saláriode
cinco dólares pressupunha
uma
relação de estabilidadeno
emprego
(apenas trabalhadorescom
mais deum
ano deempresa
poderiam pleiteá-lo) e sujeitava os trabalhadores a controles disciplinares extra-fábrica.Na
visão deGramsci
[s.d.], instaura-se a “gestãoda
vida” edo
comportamento
privado,bem como
da
“intimidade”,na medida
em
que para se ter "direito" ao salário,torna-se necessário seguir
um
conjunto de restrições quanto aosmodos
de fazer usodo
dinheiro (controle de gastos e consumo), a
não
participaçãoem
jogos de azar,ou
comportamento
sexual etc. Esses seriam os indícios mais explícitosda
tentativa deadequação das relações sociais desenvolvidas extra-produção a
uma
racionalidadeeconômica
e técnicaque
opera intra-produção (internamente à fábrica).Mais que
isso, omodelo
fordista estabelece aindaum
novo
patamar parao
surgimento
de
empresas,uma
vezque
se volta à produção de grandes lotes demercadorias; o montante de investimentos necessários para se abrir e manter
uma
planta produtivaimpõe
limites quanto ao tipo de indivíduoque pode
vir a setomar
empresário, favorecendo urna maior articulação entre o capital financeiro e o capital produtivo.Em
síntese, segundo Sabel (1985), a racionalidade fordistapode
sersumariamente descrita
como:
-
tempo
de trabalho imposto pela máquina;- apoiada
no
desenvolvimento de inovações de base técnica;- especialização
da
maior parte dos trabalhadoresem
uma
única e repetida tarefagraças à total fragmentação
do
produto nas suas partes componentes;- diminuição
do
tempo
de treinamento necessário;- controle
da
vida privada;- diminuição dos pontos de contato entre trabalhadores
no
local produtivo (contatohomem-máquina
enão
maishomem-homem);
- total mercantilização
na forma
de vidada
classe trabalhadora; - salário "diária";- produção
em
grandes volumes, padronizada e necessitando de altosinvestimentos;
- racionalização arquitetônica da planta produtiva (espaço dedicado à supervisão
com
ampla
visãoda
produção, sinais coloridos queinformam
o estadodo
processoprodutivo
em
cada posto de trabalho, locais específicos para as ferramentas etc.)-
um
grau considerável de "certeza"em
relação aomercado consumidor
paraprodutos de "massa" produzidos
em
série;Sob
esse aspecto presenteno modelo
de racionalização fordista, Sabel (1985. p. 281) avança colocandoem
relação urna detenninada concepçãodo
quevenha
a ser oconsumidor
e os seus desejoscom
a organização rígidado
processo produtivo,característica
da
produçãoem
série:“El fordismo se basa en el supuesto de que existe un gran número de clientes potenciales que
tienen esencialmente deseos ídéntícos e
muy
definidos de una larga lista de productos. Una vezque es posible fabricar un producto generalmente aceptable a un precio ampliamente
accesible, éste estabelece un criterio que define cóme se satísfará el deseo específico. Para poder racionalizar Ia producción, se fija el diseño del producto.
Y
cuanto más racionalizadoy
especifico del producto llegue a ser el procedimiento de fabricacíon, menos posibilidades
habrá de modificar su diseño. Alƒinal, las limitaciones sobre el producto
y
la producción están tan entremezcladas que se paralizany
el bien manufacturado se parece a una mercancía.Aprofundamento da
divisão entre concepção/planejamentodo
trabalho e sua execução. Estanão
éuma
característicado
modelo
fordista,uma
vezque
ela é geradano
âmbitodo modelo
taylorista.No
entanto,o
fordismo a aprofunda e radicaliza. Sabel (1985, p. 293)denomina
essesmodelos
como
sistemas de“pouca
confiança”,em
contraste
com
os sistemas de “muitaconfiança”
em
que o trabalhadormantém
acompreensão
da lógica constitutivado
seu trabalho: “el fordismo esun
sistema de 'pocaconfianza'
que
separa la concepción de las areas de su ejecución:una
vezque
existen las rutinas, los subordinados sólodeben
aplicarlas. ”Sinteticamente, pode-se dizer que a lógica
do Fordismo
estána
aplicação detécnicas racionais de produção que
permitem
à organização atingir resultadossatisfatórios de produtividade - produção
em
massa
paraconsumo
em
massa.2.1.3
Modelo
ToyotistaÉ uma
forma
de fabricar produtos, tendocomo
baseuma
total eliminação de~
elementos
que nao
são necessários, afim
de reduzir os custos dos produtos.O
Japão obteveum
grande crescimentoeconômico
nas últimas três décadasdo
trabalho dedicado, aplicação de novas tecnologias, investimentos acelerados
em
novasfábricas,
em
equipamentos etambém
na
cooperação entre oshomens
de negócios, governo e sindicatosde
classe. Isso foi suportado porum
crescimento aceleradona
produtividade, particularmente
no
setor de manufatura.Até o ano
de 1973,quando
oembargo
de óleo reduziu drasticamente as atividadeseconômicas do
mundo,
a produtividade industrialdo
Japão havia crescido cerca de10%
(dez por cento) por ano,
em
duas décadas.Desde
o início da era de crescimento moderado,tem
sido reduzidosubstancialmente o
aumento
da produtividade,bem como
o sistema deemprego
por toda a vida forçou a gerência a reter a força de trabalho excessiva. Impossibilitadas dereduzir' a força de trabalho proporcionalmente à redução da
demanda
do
mercado, as indústrias japonesas sofreramum
rápido declíniona
produtividade,comparadas
com
asde muitos países europeus,
onde
o ajustamento da mão-de-obra foi executadocom
relativa facilidade.
Nos
quatro anos seguintes à crisedo
petróleo, o Japãoempenhou-se
em
reviversua
economia
através de investimentosem
pesquisas, desenvolvimento e criação deum
~
reduzirem os seus custos de produção. Surge entao a Toyota
com
o seu próprio sistema de produção, praticando e aperfeiçoando a técnica pelo periodo de 10 anos; foi nessaépoca que a técnica tornou-se popular
em
muitos setores de produção.Pequenos
lotes de produção, entregas de peças e componentes, nivelamentono
volume
de produção e reduçãono tempo
de troca de ferramentas são práticas destesistema através
do
treinamento de habilidades múltiplas dos operários e concentração dos esforços para melhorar a qualidade dos produtos.Isso possibilitou aos japoneses sairem
do
periodo prolongado de recessão, atravésda
redução drástica dos custos de produção.A
aplicaçãodo
Sistema deProdução
Toyota e o esforço acelerado para aplicaro
sistema de produção flexível,
com
utilização de robôs, manipuladores, centro deusinagem
etc.,deram
aos japonesesuma
margem
competitiva nas indústrias deautomóveis e produtos eletrônicos nos anos seguintes.
A
partir daí, através deum
lento período de crescimento, o Sistema deProdução
da
Toyotapôde
obter lucros pela redução de custo deum
únicomodo:
a completa eliminação de excesso de inventários (estoque, principalmente).Esse sistema segue
o
Sistema Taylor (administração Cientifica) e o Sistema Ford (Linha deMontagem
em
Massa).O
Sistema Taylor deProdução
foi criado utilizando simultaneamenteuma
teoria geral de produção euma
listagem empíricada
teoria. Essa teoria apresenta várias fases,que vão desde aspectos ligados à
Economia
Industrial até à Engenharia de Produção. Assim, os conhecimentos desenvolvidos para a criaçãodo
Sistema Toyota deProdução mostram
váriosexemplos
de conceitos e técnicas geradas nesse processo. Eisos principais:
-
O
método da
troca rápida de ferramentas,um
pré-requisito básicodo
SistemaToyota
deProdução
de Just-In-Time (set-up);-
O
conceito de garantia de qualidade dos produtos,embasado no
conceitodo
Controle de Qualidade
com
defeitos zero;-
O
método Kanban;
Para a criação
do
sistema Toyota é necessário entender a funçãoda
produçãocomo
um
todo.Produção
éuma
rede de processos e operações.Como
processo, pode-se entendercomo
um
fluxo de materiaisno
tempo
eno
espaço; seria a transformação damatéria-prima
em
componentes
semi-acabados e, então, a produto acabado.As
operaçõespodem
ser visualizadascomo
o trabalho realizado para efetivar essa transformação.Após
estaabordagem
sintetizada, dos sistemas de produção que antecederam aoJust-In-Time, os itens a seguir trazem os objetivos, princípios, características e aspectos
relevantes deste.
2.2 Sistema
de
Produção
Just-In-TimeO
objetivo deste item é mostrar a importânciada
modema
estratégia de produção Just-In-Time,que
permite às empresas se desenvolveremem
um
mercado
cada vezmais
competitivo,
bem
como
o aporte que essenovo
sistema oferece para a melhoria de qualidade e competitividade das empresas.Ao
longo de todo o item, apresentar-se-ão os objetivos, os princípios básicos e as característicasdo
Just-In-Time (JIT), comparando-o,em
critérios,com
o
sistema convencional de produção. Através desses princípios, poder-se-ão entender ascaracterísticas de funcionamento das empresas
que têm
adotado oJIT
como
sistema de administração, focalizando os aspectos relativos ao sistema de produção e asferramentas
que
são implementadas para atingir os objetivos. Tais ferramentas,que
em
algum 'momento
estarão todasem
operação, representam,em
essência, o trabalho demelhoria contínua, que
tem
iníciomas
não
tem
fim,
dentrodo
espíritodo
kaizen japonês (sinônimo de melhoria).2.2.1 Estratégia de Produção: Importância Atual