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Comparação de indicadores de performance no campeonato do mundo de Rugby de 2003 a 2005

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

COMPARAÇÃO DE INDICADORES DE PERFORMANCE NO

CAMPEONATO DO MUNDO DE RUGBY DE 2003 A 2015

Dissertação de Mestrado em Ciências do Desporto – Especialização em Jogos Desportivos Colectivos

Bruno Emanuel Morais Teixeira

Orientador:

Professor Doutor Luís Miguel Teixeira Vaz

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III UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

COMPARAÇÃO DE INDICADORES DE PERFORMANCE NO

CAMPEONATO DO MUNDO DE RUGBY DE 2003 A 2015

Dissertação de Mestrado em Ciências do Desporto – Especialização em Jogos Desportivos Colectivos

Bruno Emanuel Morais Teixeira

Orientador:

Professor Doutor Luís Miguel Teixeira Vaz

Composição do Júri:

Professor Doutor Victor Manuel de Oliveira Maçãs – Presidente

Professor Doutor Luís Miguel Teixeira Vaz – Orientador

Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João – Arguente

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IV Dissertação elaborada com visa à obtenção do grau de Mestre, no âmbito do 2º Ciclo em Ciências do Desporto – Especialização em Jogos Desportivos Coletivos, apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, sob a orientação do Professor Doutor Luís Vaz.

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V

AGRADECIMENTOS

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e em especial aos docentes do departamento de desporto pelos conhecimentos transmitidos ao longo da Licenciatura e do Mestrado, permitindo o meu crescimento profissional e pessoal.

Ao orientador Professor Doutor Luís Vaz, pelos conselhos, amizade, sugestões, ensinamentos transmitidos, autonomia e confiança concedida durante o trabalho e pela capacidade de incutir curiosidade em mim ao longo dos últimos quase três anos e meio de trabalho em conjunto. Aos SAS UTAD por me terem permitido colaborar desde 2016, levando-me a melhorar as minhas capacidades de organização, compromisso e interação com as mais diversas personalidades, fazendo-me crescer sobretudo a nível pessoal.

Ao Professor e amigo Paulo Sena pelos quase 10 anos de amizade e orientação e pela capacidade de me guiar para o sucesso, me fazer arriscar e desenvolver sentido crítico.

Ao Powerlifting por me aliviar o stress e ter criado em mim disciplina e capacidade de sacrifício.

Ao pessoal da ONE WAY pelo bom trabalho de grupo e pelo crescimento em conjunto. À Inês por todo o apoio, amizade, carinho e compreensão.

Ao Nuno pela ajuda, conselhos e motivação. À minha família e amigos.

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VII

RESUMO

O Campeonato do Mundo de Rugby (competição da World Rugby) é considerado um dos principais eventos desportivos do planeta. As nações que o disputam são dividas, desde 2004, pela World Rugby, em diferentes grupos de performance (Tiers), segundo o seu ranking de jogo e o seu potencial de desenvolvimento, grupos que clarificam o nível de investimento a ser realizado em cada país. Desde o primeiro Campeonato do Mundo que treinadores e dirigentes procuram aumentar o conhecimento sobre o jogo e aumentar a performance das suas equipas, realizando uma análise de jogo detalhada utilizando como uma das ferramentas, instrumentos de medição de desempenho – indicadores de performance. O objetivo deste trabalho é comparar indicadores de performance das nações que disputaram o Campeonato do Mundo de Rugby nas últimas quatro edições (2003, 2007, 2011 e 2015), comparando as nações dos dois grupos de Alta Performance (Tier 1 e Tier 2) quer entre si próprios (Tier 1 vs Tier 1 e Tier 2 vs Tier 2), quer entre os dois grupos (Tier 1 vs Tier 2), podendo tais dados levar ao entendimento de como o Campeonato do Mundo de Rugby tem evoluído, mas também caraterizar e observar como tem sido a evolução da dinâmica de jogo dos vários países que o disputam. Foi utilizado um desenho metodológico que consiste numa análise de jogo empírica e descritiva, sendo realizada uma análise comparativa de resultados de jogo e níveis de rendimento competitivo, utilizando uma amostra de 192 jogos no total das últimas quatro edições do Campeonato do Mundo de Rugby, dos quais fizeram parte um conjunto de 22 países diferentes. As variáveis foram divididas em: 1) Variáveis de resultados; 2) Variáveis de ações do jogo. Foram analisados vários indicadores de performance de cada uma das variáveis, os quais foram retirados dos relatórios de jogo oficiais da World Rugby e analisados através de contraste com informações presentes na literatura. Após a discussão dos resultados as conclusões dividiram-se em quatro parâmetros: a) Escolha e fiabilidade dos indicadores de performance – devem ser escolhidos de forma a que respondam a questões e hipóteses previamente formuladas; permitem uma maior fiabilidade quando são interrelacionados entre si e inseridos num contexto; são uma ferramenta eficaz para traduzir os resultados e a dinâmica de jogo; b) Evolução do Campeonato do Mundo de Rugby – os jogos são cada vez mais equilibrados; atualmente predomina o jogo à mão e o ataque aberto; c) evolução dos dois Tiers de Alta Performance – apesar do aumento de equilíbrio, 46% dos jogos entre nações de Tier 1 e Tier 2 ainda são muito desequilibrados; entre nações do mesmo Tier os jogos são cada vez mais equilibrados; e d) Modificação/evolução da dinâmica de jogo das nações – os indicadores de performance são capazes de caraterizar a dinâmica de jogo das nações e a sua evolução; o “estilo” de jogo está ligado à localização geográfica e herança cultural; algumas nações preferem apostar na sua forte defesa para vencer jogos; a dinâmica de jogo difere consoante o hemisfério e os diferentes grupos de performance.

Palavras-chave: indicadores de performance; Campeonato do Mundo de Rugby; comparação; evolução; tiers; dinâmica de jogo

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IX

ABSTRACT

Rugby World Cup is considered one of the main sport events on the planet. Since 2004, the nations that dispute it, are divided by World Rugby, into different performance groups (Tiers), according to their game ranking and development potential, groups that clarify the level of investment to be made in each country. Since the first World Cup, coaches and managers seek to increase their knowledge of the game and increase the performance of their teams by performing a detailed game analysis using as one of the tools, instruments of performance measurement – performance indicators. The aim of this study is to compare the performance indicators of the nations that played the last four editions (2003, 2007, 2011 and 2015) of the Rugby World Cup , comparing the nations of the two High Performance groups (Tier 1 and Tier 2), between themselves (Tier 1 vs Tier 1 and Tier 2 vs Tier 2 ), and between the two groups (Tier 1 vs Tier 2), such data may lead to an understanding of how the Rugby World Cup has evolved, but also to characterize and observe how has been the evolution of the game dynamics of the various countries that dispute it. Was used a methodologic design consisting in an empirical and descriptive game analysis, being performed a comparative analysis of game results and competitive performance levels, by using a sample of 192 games disputed by 22 different nations, in the total of the last four editions of the Rugby World Cup. The variables were divided into: 1) Results variables; 2) Game action variables. Several performance indicators were analyzed for each of the variables. The performance indicators were taken from the official World Rugby game reports and analyzed by contrast with information in the literature. After results discussion, the conclusions were divided in 4 parameters: a) Choice and reliability of performance indicators – should be chosen in way that can answer questions and hypotheses previously formulated; allow greater reliability when they are interrelated and inserted in a context; are an effective tool to translate results and game dynamics; b) Evolution of the Rugby World Cup – the matches are becoming more balanced; actually hand-based play and open attack are predominant; c) Evolution of the two High Performance Tiers – despite the increased balance in the games, 46% of the matches between nations of Tier 1 and 2 are still very unbalanced; between nations of the same Tier, the matches are increasingly balanced; and d) Modification/evolution of nations game dynamics – the performance indicators are capable to characterize the nations game dynamics and its evolution; the “style” of the play is connected to geographic location and cultural heritage; some nations prefer to bet in a strong defense to win games; the dynamics of the game differ according to the hemisphere and the different performance groups.

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XI

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ... V RESUMO ... VII ABSTRACT ... IX ÍNDICE GERAL ... XI ÍNDICE DE FIGURAS ... XIII ÍNDICE DE TABELAS ... XVII LISTA DE ABREVIATURAS ... XVIII

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. REVISÃO DA LITERATURA ... 5

2.1. Caraterização do rugby ... 7

2.2. Classificação dos jogadores ... 10

2.3. Campeonato do Mundo de Rugby – definições e organização ... 11

2.4. Análise da performance ... 14

2.5. Indicadores de performance (IP) ... 15

2.6. Exemplos de relatórios oficiais das principais competições mundiais de rugby ... 17

3. METODOLOGIA ... 21

3.1. Caraterização da amostra ... 23

3.2. Definição das variáveis ... 23

3.3. Procedimentos ... 26

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ... 27

4.1. Considerações iniciais – equilíbrio das partidas no RWC ... 29

4.2. Evolução do número de vitórias ... 33

4.3. Caraterização e evolução do tipo de jogo ... 36

4.3.1. Indicadores de performance – passe, posse de bola, pontapés e ruck/maul ... 39

4.3.1.1. Passe ... 39

4.3.1.2. Posse de bola ... 44

4.3.1.3. Pontapés ... 52

4.3.1.4. Ruck/maul ... 58

4.3.2. “Estilo” de jogo atual das nações envolvidas no Campeonato do Mundo de Rugby 66 4.3.3. Defesa e ataque ... 71

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XII

6. PROPOSTAS FUTURAS DE INVESTIGAÇÃO ... 83

7. REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 87

8. APÊNDICES ... 93

8.1. Apêndice A – nações do Tier 1 ... 95

8.2. Apêndice B – nações do Tier 2 ... 97

9. ANEXOS ... 99

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XIII

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Disposição dos jogadores de rugby dentro de campo ... 11 Figura 2 – “Analogia da cebola” – formas de medir a performance. Adaptado de Parmenter (2007) ... 15 Figura 3 – Relatório geral sumário da fase de grupos dos últimos quatro Campeonatos Mundiais de Rugby. Retirado de Rugby (2015b) ... 18 Figura 4 – Relatório geral sumário das últimas quatro edições do “Torneio das 6 Nações” de 2017. Retirado de Rugby (2017c) ... 19 Figura 5 – Relatório sumário de cada nação nas duas últimas edições do “The Rugby Championship” (antigo Torneio das 3 Nações). Retirado de Rugby (2016a) ... 20 Figura 6 – Diagrama representativo das variáveis de resultados ... 24 Figura 7 - Diagrama representativo das variáveis de ações do jogo ... 25 Figura 8 - Representação gráfica da percentagem de equilíbrio nos jogos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 ... 29 Figura 9 - Representação gráfica da percentagem de equilíbrio nos jogos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2007 ... 29 Figura 10 - Representação gráfica da percentagem de equilíbrio nos jogos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2011 ... 30 Figura 11 - Representação gráfica da percentagem de equilíbrio nos jogos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2015 ... 30 Figura 12 – Representação gráfica da evolução do número de jogos equilibrados, desequilibrados e muito desequilibrados do Campeonato Mundial de Rugby de 2003 a 201531 Figura 13 - Representação gráfica da evolução do número de jogos equilibrados, desequilibrados e muito desequilibrados do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015, comparando jogos entre nações do Tier 1, defrontando nações do mesmo Tier... 31 Figura 14 - Representação gráfica da evolução do número de jogos equilibrados, desequilibrados e muito desequilibrados do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015, comparando jogos entre nações do Tier 2, defrontando nações do mesmo Tier... 32

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XIV Figura 15 - Representação gráfica da evolução do número de jogos equilibrados, desequilibrados e muito desequilibrados do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015, comparando jogos entre nações do Tier 1, defrontando nações do Tier 2 ... 33 Figura 16 - Evolução do número de vitórias das nações do Tier 1, participantes do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015 ... 34 Figura 17 - Evolução do número de vitórias das nações do Tier 2, participantes do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015 ... 35 Figura 18 – Indicadores de performance referentes às diferentes formas de pontuar no jogo das nações, que caraterizam a evolução dos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2003 a 2015, na totalidade dos 48 jogos de cada edição ... 37 Figura 19 - Indicadores de performance referentes à dinâmica de jogo das nações, que caraterizam a evolução dos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2003 a 2015, na totalidade dos 48 jogos de cada edição ... 37 Figura 20 – Diferentes “estilos” de jogo (à mão ou ao pé), que caraterizam algumas nações do hemisfério norte e sul ... 38 Figura 21 – Número médio de passes por jogo, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 ... 40 Figura 22 - Número médio de passes por jogo, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2007 ... 41 Figura 23 - Número médio de passes por jogo, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2011 ... 42 Figura 24 - Número médio de passes por jogo, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2015 ... 43 Figura 25 - Média de percentagem de posse de bola, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 ... 45 Figura 26 - Média de percentagem de posse de bola, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2007 ... 46 Figura 27 - Média de percentagem de posse de bola, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2011 ... 49

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XV Figura 28 - Média de percentagem de posse de bola, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2015 ... 50 Figura 29 - Média de pontapés por jogo, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 ... 52 Figura 30 - Média de pontapés por jogo, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2007 ... 54 Figura 31 - Média de pontapés por jogo, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2011 ... 55 Figura 32 - Média de pontapés por jogo, das nações envolvidas na fase de grupos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2015 ... 57 Figura 33 - Média de ruck/maul por jogo, da Argentina na fase de grupos e média de todas as nações, nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2013, 2007, 2011 e 2015. ... 59 Figura 34 - Média de ruck/maul por jogo, da França na fase de grupos e média de todas as nações, nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2013, 2007, 2011 e 2015 ... 60 Figura 35 - Média de ruck/maul por jogo, da Austrália na fase de grupos e média de todas as nações, nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2013, 2007, 2011 e 2015 ... 61 Figura 36 - Média de ruck/maul por jogo, da África do Sul na fase de grupos e média de todas as nações, nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2013, 2007, 2011 e 2015 ... 61 Figura 37 - Média de ruck/maul por jogo, da Inglaterra na fase de grupos e média de todas as nações, nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2013, 2007, 2011 e 2015 ... 62 Figura 38 - Média de ruck/maul por jogo, da Irlanda na fase de grupos e média de todas as nações, nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2013, 2007, 2011 e 2015 ... 63 Figura 39 - Média de ruck/maul por jogo, do Japão na fase de grupos e média de todas as nações, nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2013, 2007, 2011 e 2015 ... 64 Figura 40 - Média de ruck/maul por jogo, de Tonga na fase de grupos e média de todas as nações, nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2013, 2007, 2011 e 2015 ... 64 Figura 41 - Média de ruck/maul por jogo, de Samoa na fase de grupos e média de todas as nações, nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2013, 2007, 2011 e 2015 ... 65

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XVI Figura 42 – Diagrama representativo do “estilo” de jogo e tipo de ataque atual (2015) de 18 nações participantes no Campeonato do Mundo de Rugby – 10 nações do Tier 1 e 8 nações do Tier 2 ... 68 Figura 43 - Representação em campo do “estilo” de jogo e do tipo de ataque atual (2015) da África do Sul (jogo ao pé e ataque penetrante) numa situação de alinhamento ... 70 Figura 44 - Representação em campo do “estilo” de jogo e do tipo de ataque atual (2015) da Geórgia (jogo ao pé e ataque aberto) numa situação de alinhamento ... 70 Figura 45 - Representação em campo do “estilo” de jogo e do tipo de ataque atual (2015) da Inglaterra (jogo à mão e ataque penetrante) numa situação de alinhamento ... 70 Figura 46 - Representação em campo do “estilo” de jogo e do tipo de ataque atual (2015) da Argentina (jogo à mão e ataque aberto) numa situação de alinhamento ... 70 Figura 47 - Percentagem de jogos equilibrados, jogos desequilibrados e jogos muito desequilibrados da Nova Zelândia no Campeonato do Mundo de Rugby de 2007 ... 76 Figura 48 – Percentagem de jogos equilibrados, jogos desequilibrados e jogos muito desequilibrados da Austrália no Campeonato do Mundo de Rugby de 2007 ... 76 Figura 49 - Percentagem de jogos equilibrados, jogos desequilibrados e jogos muito desequilibrados da África do Sul no Campeonato do Mundo de Rugby de 2007 ... 76 Figura 50 - Percentagem de jogos equilibrados, jogos desequilibrados e jogos muito desequilibrados da Nova Zelândia no Campeonato do Mundo de Rugby de 2015 ... 76 Figura 51 – Percentagem de jogos equilibrados, jogos desequilibrados e jogos muito de desequilibrados da África do Sul nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2003, 2007, 2011 e 2015 ... 77

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XVII

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Representação do equilíbrio nos jogos do Campeonato Mundial de Rugby de 2003, 2007, 2011 e 2015 ... 29 Tabela 2 - Ranking oficial (Top 5) em 13/10/2003 – início do RWC 2003 (adaptado de Rugby (2003)) ... 34 Tabela 3 - Ranking oficial (Top 5) em 24/11/2003 – fim do RWC 2003 (adaptado de Rugby (2003)) ... 34 Tabela 4 - Ranking oficial do 17º ao 20º em 24/11/2003 – fim do RWC 2003 (adaptado de Rugby (2003)) ... 36 Tabela 5 - Ranking oficial do 10º ao 14º em 02/11/2015 – fim do RWC 2015 (adaptado de Rugby (2015a) ... 36 Tabela 6 - Investimento estratégico da IRB (World Rugby) para o período de 2005 a 2008. Adaptado de (IRB, 2007b). ... 48 Tabela 7 – Total de pontos sofridos na fase de grupos, por cada uma das nações participantes no Campeonato do Mundo de Rugby de 2003, 2007, 2011 e 2015 e valor médio de pontos sofridos em cada uma das edições ... 71 Tabela 8 - Total de pontos marcados na fase de grupos, por cada uma das nações participantes no Campeonato do Mundo de Rugby de 2003, 2007, 2011 e 2015 e valor médio de pontos marcados em cada uma das edições ... 74

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XVIII

LISTA DE ABREVIATURAS

IP – Indicadores de performance;

ICR – Indicadores-chave de resultados; ICP – Indicadores-chave de performance; FO – Formação ordenada;

¾’s – Denominação para o grupo de jogadores defesas; IRB – International Rugby Board;

RWC – Abreviatura de Rugby World Cup (nome oficial do Campeonato do Mundo de Rugby); Fig. – Figura;

P. e. – Por exemplo;

EUA – Estados Unidos da América; HN – Hemisfério Norte;

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1

1. INTRODUÇÃO

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3 O Rugby é um desporto coletivo de contacto, jogado por 15 jogadores em cada equipa com o objetivo de marcar mais pontos, sendo o seu expoente máximo a competição da World Rugby denominada de Campeonato do Mundo de Rugby, considerado um dos principais eventos desportivos do planeta (Fuller et al., 2008), sendo disputado desde 1987 e contando atualmente com vinte países na sua fase final.

As várias nações participantes no Campeonato do Mundo de Rugby são dividas pela World

Rugby, desde 2004, em diferentes grupos de performance consoante o seu ranking de jogo e

potencial de desenvolvimento. Após várias reformulações, esses grupos de performance são atualmente divididos em três grupos: Alta Performance (Tier 1 e Tier 2), Performance (1 e 2) e Desenvolvimento (1, 2 e 3). O investimento por parte da World Rugby é realizado em cada país consoante essa divisão e classificação das nações nos respetivos grupos de performance.

Desde a primeira edição do Campeonato do Mundo de Rugby em 1987 que existe um acentuado interesse por parte dos treinadores e dirigentes na inovação tecnológica e na análise dos jogos, com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre o mesmo e melhorar a performance das suas equipas (Vaz, 2008). Entre as formas de analisar o jogo são distinguidas duas: a qualitativa e a quantitativa (Franks & Goodman (1986); Sampaio (1997); Morrison (2000)).

Um dos principais instrumentos para a medição do desempenho desportivo são os indicadores de performance (IP). Os mesmos devem representar a performance individual ou coletiva da equipa, possibilitando comparações quer entre os próprios atletas, quer com atletas e equipas adversárias, consoante o que se deseja medir e dependendo do objetivo estratégico por detrás dessa medição (England (2001); Hughes & Bartlett (2002)).

O presente trabalho de dissertação de mestrado, tem como objetivo comparar os indicadores de performance das várias equipas que disputaram o Campeonato Mundial de Rugby desde o ano de 2003 até ao ano de 2015 - quatro edições (2003, 2007, 2011 e 2015), comparando as nações do grupo de Alta Performance (Tier 1 e Tier 2) quer entre si próprias (Tier 1 vs Tier 1 e Tier 2 vs Tier 2), quer entre os dois grupos (Tier 1 vs Tier 2). É também um dos objetivos, perceber como o Campeonato do Mundo de Rugby evoluiu ao longo das quatro edições analisadas, compreendendo também, qual a dinâmica de jogo das várias nações participantes no mesmo e como essa dinâmica de jogo evoluiu.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

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7 2.1. Caraterização do rugby

O rugby é caraterizado por ser um desporto coletivo de contacto, jogado com uma bola oval (Lei do Jogo nº2) em que o objetivo é marcar mais pontos que o adversário. Entre as formas de marcar pontos podem ser identificadas cinco formas diferentes (Lei do Jogo nº9):

a) Ensaio – com o valor de 5 pontos. Ocorre quando o jogador consegue invadir a área de ensaio adversária apoiando a bola no chão;

b) Ensaio de penalidade – com o valor de 7 pontos. Ocorre como forma de penalização quando uma equipa ia marcar um ensaio, mas através de “jogo sujo” foi impedida. O pontapé de conversão não se realiza e os dois pontos referentes ao seu valor são acrescentados aos 5 pontos do ensaio, perfazendo o total de 7 pontos.

c) Pontapé de conversão – sempre que uma equipa marca um ensaio, dá à sua equipa o direito a um pontapé aos postes de uma linha paralela àquela onde foi marcado o ensaio, com o valor de 2 pontos;

d) Pontapé de penalidade – vale 3 pontos. Quando uma equipa sofre falta pode optar por um pontapé aos postes do sítio onde ocorreu a infração;

e) Pontapé de ressalto – durante o jogo, qualquer jogador pode chutar aos postes, tendo como obrigatoriedade a bola tocar no chão e no seu ressalto efetuar o pontapé. Vale 3 pontos.

A duração do jogo de rugby é de duas partes de 40 minutos, perfazendo um total de 80 minutos (Lei do Jogo nº5).

Comparativamente aos outros desportos coletivos, o rugby tem algumas caraterísticas que o tornam único, como:

a) Um número elevado de jogadores dentro de campo – 15 jogadores por equipa (Lei do Jogo nº3);

b) A bola não pode ser passada para a frente (Lei do Jogo nº12);

c) Elevado número de contatos físicos por jogo – em média por jogo, segundo os valores registados por Fuller et al. (2007) relativos ao Campeonato Inglês de Rugby (um dos mais importantes do mundo), durante 50 jogos nas épocas de 2003/2004 e

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8 2005/2006): 14,8 contatos; 221 placagens; 142,5 rucks; 18,4 mauls; 31,2 alinhamentos e 28,9 formações ordenadas.

Para além do rugby possuir uma caraterística bastante incomum como a proibição de passar a bola para a frente através do passe, possui ainda outra caraterística relevante que é a incerteza sobre a posse de bola, excetuando os pontapés livres e de penalidade, pois, apesar de a bola ser colocada em jogo por um jogador de uma das equipas, a mesma é disputada por ambas as equipas de igual forma (Vaz, 2012b).

Segundo Vaz (2008) e de acordo com as leis de jogo, o jogo de Rugby pode ser dividido em duas fases distintas: a) fases de conquista (a bola é disputada pelas duas equipas, como por exemplo nos alinhamentos e formações ordenadas) e b) fases de lançamento do jogo (como por exemplo o pontapé de início, pontapé livre ou pontapé de penalidade). Estes momentos são desencadeados através do posicionamento dos jogadores e da bola, quer através de situações ordenadas pelo árbitro. Com o desenrolar do jogo podem acontecer as seguintes situações:

a) Defesa bloqueia o ataque – acontece quando um jogador é parado/derrubado, ou seja, sofra uma placagem (Lei do Jogo nº15) acontecendo assim uma paragem espontânea do jogo, que levará a que vários jogadores se agrupem junto da bola, recebendo o nome de ruck se nesse agrupamento a bola estiver no solo (Lei do Jogo nº16), ou de maul se a bola estiver nas mãos de um dos jogadores e estejam pelo menos 3 jogadores junto da bola, todos de pé (Lei do Jogo nº17);

b) O ataque supera a defesa sem oposição;

c) Defesa recupera a bola – pode ocorrer um contra-ataque.

Quando um jogador recebe uma bola pontapeada pelo seu adversário (excetuando o pontapé de início ou de reinício), dentro da sua zona de 22 metros, pode pedir um “marco”. O jogador que pediu o “marco” terá então direito a pontapear a bola ou dar um toque na bola e correr, de uma linha paralela sob o local onde apanhou a bola ou mais atrás (Lei de Jogo nº18).

Os alinhamentos e as formações ordenadas são momentos onde ocorre uma disputa pela bola. O primeiro ocorre quando a bola sai pela lateral, sendo executado no local onde a bola saiu, pelo talonador da equipa que não foi responsável pela saída da bola. Este jogador deve lançar a bola para o meio de um corredor (com distância de 1 metro) formado no mínimo por 2 jogadores da cada equipa paralelamente em fila, sendo o número máximo definido pela equipa

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9 que efetua o lançamento, afastados 5 metros da linha lateral (linha de 5 metros) e não ultrapassando a linha dos 15 metros, ou seja, devem posicionar-se entre a linha dos 5 e dos 15 metros. Todos os jogadores devem ficar a 10 metros de distância da linha do alinhamento. Se as equipas colocarem recetores (devem ficar a 2 metros do alinhamento, entre as linhas de 5 e 15 metros). Um jogador da equipa contrária à que faz o lançamento, tem de ficar parado entre a linha lateral e a dos 5 metros até o alinhamento findar (Lei do Jogo nº19).

As formações ordenadas (FO) têm lugar quando é pretendido o reinicio do jogo de um modo rápido e imparcial após uma pequena infração. O grupo de jogadores avançados de uma equipa juntamente com o grupo de jogadores avançados da equipa adversária ligam-se entre si formando 3 linhas. A bola é introduzida num túnel formado pelas duas equipas, pelo

médio-formação da equipa que não cometeu a infração. Os dois grupos de jogadores avançados devem

então disputar a bola empurrando o grupo de jogadores avançados adversário, para que o

talonador (jogador da 1ª linha da formação ordenada que se encontra entre os dois pilares)

possa “talonar” (ação de pontapear a bola com o calcanhar) a bola para fora da FO, excetuando a direção do túnel, para que o médio-formação possa pegar nela e jogá-la. Todos os outros jogadores não envolvidos na FO, devem estar a 5 metros do último jogador presente na FO da sua equipa (Lei do Jogo nº20).

Segundo a literatura (Vaz (2012a); Johnson (2014); Coles (2015)), podem ser destacadas três formas de as equipas atacarem durante o jogo:

➢ Ataque aberto – feito em toda a largura do campo utilizando o passe e maioritariamente pelos defesas;

➢ Ataque penetrante ou agrupado – com utilização de passe (jogo à mão) e maioritariamente feito pelos avançados, utilizando a profundidade do campo e tentando penetrar na defesa adversária quando esta se encontra mais dispersa no campo;

➢ Ataque ao pé – com o objetivo de avançar no terreno de jogo através da ação de pontapear a bola, de modo a criar desequilíbrios.

As formas de atacar escolhidas por cada equipa dependem não só das caraterísticas dos próprios jogadores como também da forma de defender da equipa adversária, que pode ser uma defesa que pressione mais e deste modo obrigar a equipa atacante a jogar maioritariamente ao

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10 pé, procurando a profundidade e tentando criar desequilíbrios em vez de fazer um jogo mais aberto (Vaz, 2008).

2.2. Classificação dos jogadores

Os 15 jogadores presentes dentro de campo, por cada equipa, no jogo de rugby, podem ser divididos segundo Duthie et al. (2003), Ferreira (2012) e Vaz (2012b), em dois grupos distintos: avançados (8 jogadores) e defesas ou “3/4’s” (7 jogadores). Cada um desses jogadores tem um número e um nome para a sua posição específica (de 1 a 8 os avançados e de 9 a 15 os defesas).

Os jogadores avançados podem ainda ser subdivididos em três pequenos grupos:

a) 1ª linha (posição 1 a posição 3) – constituído pelo pilar do lado aberto (posição 1),

pilar do lado fechado (3) e o talonador (2);

b) 2ª linha (posição 4 e 5) – geralmente são os atletas mais altos pois desempenham a posição de saltadores das equipas e costumam ser os jogadores levantados nos alinhamentos.

c) 3ª linha (posição 6 a 8) – asa esquerdo (6), asa direito (7) e 3ª linha centro (8) Os jogadores defesas podem ser subdivididos em:

a) Médios (posição 9 e 10) – médio-formação (9) e médio-abertura (10); b) Centros (posição 12 e 13) – primeiro centro (12) e segundo centro (13);

c) Exteriores (posição 11, 14 e 15) – constituído pelo ponta esquerdo (11), ponta direito (14) e defesa (15).

A seguinte figura (figura 1) mostra de uma forma mais explícita a disposição dos jogadores no terreno de jogo:

(29)

11

Figura 1 – Disposição dos jogadores de rugby dentro de campo

Os dois grupos de jogadores têm funções diferentes no jogo e por isso exigências físicas e fisiológicas diferentes. Enquanto os avançados estão maioritariamente envolvidos em situações de corrida pouco intensas, mas num elevado número de atividades de ruck, maul, formações ordenadas e placagens, utilizam muito mais a via anaeróbia do que os defesas (Deutsch et al., 2007), por sua vez, os defesas estão mais envolvidos em ações de transporte da bola e percorrem por jogo uma distância quer total, quer a alta velocidade, muito maior que os avançados (Lindsay et al., 2015).

Relativamente à composição corporal e caraterísticas antropométricas também são verificadas diferenças, pois os jogadores avançados são significativamente mais altos, mais pesados e com maiores índices de massa gorda e massa muscular que os jogadores defesas (Duthie et al. (2003), Zemski et al. (2015)), devido ao tipo de funções inerentes a cada grupo de jogadores, passando os avançados mais tempo em situações de contacto e por isso necessitarem de ser maiores e mais pesados e os defesas em situações de corrida, necessitando por isso de serem mais leves e rápidos (Duthie et al., 2003).

2.3. Campeonato do Mundo de Rugby – definições e organização

Entre as várias competições de rugby, o Campeonato do Mundo de Rugby (Rugby World Cup) – competição da World Rugby (ex- International Rugby Board) – é considerado um dos principais eventos não só entre as competições de rugby como também entre todos os outros grandes eventos desportivos como o Campeonato do Mundo de Futebol ou os Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, funcionando como uma montra para o desporto (Fuller et al., 2008).

Um estudo realizado pela URS (2004), refere que o Campeonato do Mundo de Rugby de 2003, que teve lugar na Austrália, ficou apenas atrás dos Jogos Olímpicos de 2000 e do Campeonato do Mundo de Futebol de 2002 no que diz respeito a audiências televisivas e

(30)

12 espetadores nos jogos, registando respetivamente, 3.4 biliões de assistência pela televisão e 1.8 milhões de espetadores nos estádios.

O primeiro Campeonato do Mundo de Rugby teve lugar em 1987, tendo sido disputado pelas 7 equipas fundadoras da International Rugby Football Board (tendo evoluído posteriormente para International Rugby Board e presentemente para World Rugby) e por mais 9 equipas convidadas. Desde então realiza-se de 4 em 4 anos e a sua estrutura tem mudado ao longo do tempo.

Na sua segunda edição, em 1991, teve lugar pela primeira vez uma fase de qualificação para ocupar 8 das 16 vagas do Campeonato do Mundo de Rugby. As outras 8 vagas foram automaticamente ocupadas pelos quarto-finalistas da edição anterior.

Na terceira edição (1995), apesar da forma se manter, apenas 7 vagas foram ocupadas por uma fase de qualificação e pela primeira vez essa fase foi divida por continentes: África, América, Ásia, Europa (3 equipas) e Oceânia. A seleção sul-africana participou pela primeira vez e como anfitrião, ocupando assim uma das vagas.

Em 1999, a organização voltou a sofrer alterações. Pela primeira vez e desde então passaram a ser 20 equipas a participar no mundial. Apenas os finalistas, o 3º classificado e o anfitrião (País de Gales) tiveram lugar automaticamente, sendo os restantes 16 lugares ocupados por uma fase de qualificação em que participaram 65 equipas.

A quinta edição ocorreu em 2003 na Austrália, sendo 4 vagas reservadas para os semifinalistas da edição anterior, onde já se incluía o anfitrião, Austrália. Os restantes 12 lugares foram disputados por 81 equipas.

Na sexta edição (2007), voltaram a ser garantidas 8 vagas para os quarto-finalistas da edição anterior e as restantes 10 vagas foram disputadas por mais de 90 equipas.

Na edição número sete (2011), passaram a ser garantidas 12 vagas para as equipas que ficaram nos 3 primeiros lugares dos seus grupos (4 grupos de 5 equipas) na edição anterior. As restantes 8 vagas foram ocupadas pela primeira vez através dos rankings das equipas à data de dezembro de 2017 (BBC, 2008, February, 22).

A ultima edição foi a número oito e ocorreu no ano de 2015, tendo a mesma forma de qualificação da edição anterior e tendo sido vencida pela seleção da Nova Zelândia. Esta seleção

(31)

13 é atualmente aquela com mais Campeonatos Mundiais de Rugby conquistados (3 de 8) e foi a vencedora das últimas duas edições posicionando-se frequentemente em 1º lugar no ranking.

A próxima edição terá lugar no Japão, em 2019, e será o primeiro Campeonato do Mundo de Rugby a ter lugar no continente asiático. Doze lugares estão assegurados para os três primeiros lugares (da edição de 2015) de cada um dos quatro grupos e os restantes oito serão disputados numa fase de qualificação, entre março de 2016 e novembro de 2018.

Os rankings são estabelecidos através de um sistema de pontos de 0 a 100 com base nos resultados dos jogos, atualizados semanalmente e foram lançados a partir de outubro de 2003. Nas finais dos Campeonatos do Mundo, os pontos contam a dobrar, dada a importância deste evento, mas nos outros jogos internacionais quer sejam amigáveis ou competitivos, contam da mesma forma. O ranking funciona através de uma troca de pontos entre as equipas que se defrontam, sendo atribuídos 3 pontos extra à equipa que joga em casa. O valor menor de pontos é subtraído ao maior valor, dando assim a diferença de pontos a favor de uma das equipas que corresponderá a um coeficiente de vitória ou derrota baseado num algoritmo da World Rugby, permitindo assim à equipa que vença somar pontos e à equipa derrotada perder pontos, com base nesse algoritmo. Caso a diferença de pontos no jogo seja superior a 15, os coeficientes das equipas são multiplicados por 1.5 (Rugby, 2014).

A World Rugby divide também as várias seleções que praticam a modalidade em diferentes grupos, denominados de Tiers. Esta forma de divisão surgiu em 2004, de forma a potencializar as decisões para investimento em cada país, sendo as equipas divididas pelos Tiers consoante a sua “força de jogo e potencial”, pertencendo ao Tier 1: Argentina, Austrália, Inglaterra, França, Irlanda, Itália, Nova Zelândia, Escócia, África do Sul e País de Gales; e ao Tier 2: Canadá, Fiji, Japão, Roménia, Samoa, Tonga e Estados Unidos da América; existindo ainda mais 4 Tiers (no total são 6), considerados como Tiers de desenvolvimento, segundo o relatório publicado pela IRB (2004).

Em 2008 começou a ser usada uma nova forma de classificação (embora a forma anterior em Tiers continuasse a ser a mais referenciada) dividida em: Alta Performance, Performance,

Targeted e Desenvolvimento, que viria a sofrer sucessivamente algumas alterações (IRB,

2007b). A primeira se às 17 seleções do Tier 1 e Tier 2, o grupo de Performance refere-se a 6 refere-seleções e as restantes pertencem aos outros dois grupos consoante a sua performance e potencial de desenvolvimento.

(32)

14 Atualmente, (Rugby, 2016b) os dois sistemas de classificação foram transformados num só, ficando divididos em:

1. Alta Performance Tier 1 – constituído por 10 seleções: Argentina, Austrália, Inglaterra, França, Irlanda, Itália, Nova Zelândia, Escócia, África do Sul e País de Gales;

2. Alta Performance Tier 2 – constituído por 10 seleções: Canadá, Fiji, Geórgia, Japão, Namíbia, Roménia, Samoa, Tonga, Uruguai e Estados Unidos da América;

3. Performance 1 – constituído por 4 seleções: Chile, Portugal, Rússia e Espanha; 4. Performance 2 – constituído por 8 seleções: Bélgica, Alemanha, Hong Kong,

Quénia, Coreia, Papua Nova Guiné, Tunísia e Zimbabué; 5. Desenvolvimento 1 – constituído por 15 seleções;

6. Desenvolvimento 2 – constituído por 28 seleções; 7. Desenvolvimento 3 – constituído por 28 seleções;

Apesar de existirem algumas discussões acerca dos critérios para uma equipa pertencer a um grupo em detrimento de outro e ao facto de existir pouca informação sobre os mesmos (IRB (2011b); Rugby (2017a)), estas divisões ditam o investimento que é realizado em cada um dos diferentes grupos.

2.4. Análise da performance

Segundo Vaz (2008), com o surgimento do primeiro Campeonato do Mundo de Rugby em 1987, a modalidade começou a desenvolver-se e evoluir, levando isso ao interesse em melhorar a qualidade do jogo e à procura por parte dos treinadores e dirigentes, de novos recursos tecnológicos que permitissem analisar os seus próprios jogos de modo a que tal pudesse levar a um melhor conhecimento do jogo e a um sucessivo aumento da performance das suas próprias equipas.

Entre as formas de analisar o jogo, podem ser identificadas duas: a quantitativa e a qualitativa. A primeira, diz respeito às estatísticas de jogo e permite, segundo Sampaio (1997),

(33)

15 integrada num conjunto de comportamentos observados, registados e interpretados no jogo, obter informações mais consistentes e objetivas. A análise qualitativa diz respeito a aspetos observacionais, na qual a subjetividade e a experiência do observador/analista, entra na análise realizada (Franks & Goodman (1986); Morrison (2000)).

2.5. Indicadores de performance (IP)

Indicadores de performance podem ser descritos como instrumentos de medição do desempenho de alguma coisa ou de alguém e devem os mesmos ir de encontro aos objetivos estratégicos daquilo ou de quem estão a medir (England, 2001), por isso a sua escolha é importante.

Segundo Parmenter (2007), existem três formas de medir a performance:

• Através de indicadores-chave de resultados (ICR), que mostram em perspetiva aquilo que está a acontecer;

• Através de indicadores de performance (IP), que nos dão uma ideia do que deve ser feito;

• Através de indicadores-chave de performance (ICP), que sugerem o que deve ser feito para o desempenho em algo aumentar de uma forma vertiginosa.

Uma forma melhor de entender esta abordagem proposta pelo autor é através da seguinte figura:

(34)

16 Através da “analogia da cebola” referida por Parmenter (2007), pode ser observado que a casca da cebola é equiparada aos ICR que podem transmitir algumas informações tal como a casca da cebola transmite (quantidade de água, sol, como foi tratada, etc); as várias camadas da cebola que se vão descascando e quanto mais se descasca mais informação se obtém são vistas como as várias camadas de IP até chegar ao núcleo, com os quais vamos obtendo informação; o centro da cebola é onde estão os ICP, caraterizados por fazerem a medição da performance dos aspetos mais críticos e aqueles que mais contribuem para mudanças na estrutura organizacional.

No desporto, os indicadores de performance devem estar relacionados com uma performance de sucesso para desse modo poderem ser úteis. Devem representar a performance individual, coletiva ou de cada um dos elementos da equipa (de acordo com o que for pretendido), podendo ser usados de um modo comparativo, quer entre os próprios atletas, com os adversários ou equipas adversárias (Hughes & Bartlett, 2002).

Hughes & Bartlett (2002), referem também que os indicadores de performance podem ser divididos de várias formas, tais como: indicadores gerais de jogo; indicadores táticos; indicadores técnicos; e indicadores biomecânicos – sendo os três primeiros referentes à análise notacional (quantitativa). Dependendo das caraterísticas de cada desporto, os indicadores gerais de jogo, podem ainda ser categorizados em indicadores de pontuação (e.g., golos, cestos, ensaios, etc.) e indicadores de qualidade (e.g., passes, placagens, perdas de bola, etc.) – estes últimos podem também ser incluídos nos parâmetros técnicos, táticos e biomecânicos.

Mora (2015, April, 24) escrevendo na “Performance Magazine”, propriedade do “The KPI

Institute” e baseando-se em Joshua Macy (treinador norte-americano de rugby), mostra uma

abordagem ligeiramente diferente no que se refere ao rugby, indicando que os indicadores-chave de performance podem ser divididos em 5 grandes grupos onde dá o exemplo de pelo menos três ICP que podem fazer parte de cada grupo:

1. Indicadores de performance do ataque – (p. e.) percentagem de tempo gasto no ataque; percentagem jogadas completas com sucesso; número de ensaios convertidos.

2. Indicadores de performance da defesa – (p. e.) percentagem de sucesso das placagens realizadas; percentagem de sucesso das interceções; número de ensaios sofridos.

(35)

17 3. Indicadores de performance da dinâmica da equipa – (p. e.) percentagem de

sucesso dos passes realizados; percentagem total da posse de bola; número de perdas de bola.

4. Indicadores de performance de momentos isolados – (p. e.) percentagem de alinhamentos ganhos; percentagem de formações ordenadas ganhas; percentagem de pontapés livres completo com sucesso.

5. Indicadores de performance de resultados – (p. e.) número de vitórias; número médio de ensaios marcados por jogo; número médio de vezes que o resultado se altera por jogo.

2.6. Exemplos de relatórios oficiais das principais competições mundiais de rugby

A World Rugby tem por hábito efetuar relatórios oficiais das suas principais competições, nos quais se encontram vários indicadores de performance. Nas figuras seguintes (figuras 3, 4 e 5) podemos observar os relatórios oficiais de algumas das competições mais importantes a nível mundial.

(36)

18

Figura 3 – Relatório geral sumário da fase de grupos dos últimos quatro Campeonatos Mundiais de Rugby. Retirado de Rugby (2015b)

(37)

19

Figura 4 – Relatório geral sumário das últimas quatro edições do “Torneio das 6 Nações” de 2017. Retirado de Rugby (2017c)

(38)

20

Figura 5 – Relatório sumário de cada nação nas duas últimas edições do “The Rugby Championship” (antigo Torneio das 3 Nações). Retirado de Rugby (2016a)

(39)

21

3. METODOLOGIA

(40)
(41)

23 Para a elaboração da dissertação, utilizamos um desenho metodológico que consiste numa análise de jogo empírica e descritiva, tendo como base uma análise comparativa de resultados de jogo e níveis de rendimento competitivo (Marcelino et al., 2011), usando para tal a amostra, variáveis e indicadores de performance abaixo descritos.

3.1. Caraterização da amostra

A amostra será composta por dados estatísticos recolhidos e publicados pela World Rugby nos seus relatórios após cada um dos Campeonatos Mundiais de Rugby desde 2003, ou seja, na sua totalidade quatro edições (2003, 2007, 2011 e 2015). As quatro edições perfazem um total de 192 jogos (48 em cada edição) nas quais participaram um conjunto de vinte e duas seleções nacionais de países diferentes (África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Escócia, Estados Unidos da América, França, Geórgia, Ilhas Fiji, Inglaterra, Irlanda, Itália, Japão, Namíbia, Nova Zelândia, País de Gales, Portugal, Roménia, Rússia, Samoa, Tonga e Uruguai).

3.2. Definição das variáveis

As variáveis utilizadas foram definidas após consulta da literatura (Hughes & Bartlett (2002); Vaz (2008); O'Donoghue (2009); Mora (2015, April, 24)) e dos relatórios de jogo elaborados pela World Rugby referente a cada uma das quatro edições do Campeonato do Mundo de Rugby descritas na amostra, podendo assim ser identificadas as variáveis mais usuais e representativas da performance desportiva.

Procedeu-se a uma divisão das variáveis em:

• Variáveis de resultados – representativas das ações técnicas das quais foi possível obter pontos que contribuíram para o desfecho do jogo incluindo o próprio desfecho em si, classificada como: indicadores de performance de resultados – vitórias; derrotas; pontos marcados; pontos sofridos; ensaios marcados por jogo; ensaios concedidos por jogo;

• Variáveis de ações do jogo – representativas das ações técnico-táticas do jogo realizadas por jogadores e equipa, classificadas em:

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24 a) Indicadores de performance da defesa – pontos sofridos; ensaios

concedidos; pontapés de penalidade concedidos;

b) Indicadores de performance do ataque – pontos marcados; ensaios marcados; pontapés de ressalto;

c) Indicadores de performance da dinâmica da equipa – número médio de passes por jogo; número médio de pontapés por jogo; número médio de rucks/mauls por jogo; percentagem de posse de bola;

d) Indicadores de performance de momentos isolados – número médio de alinhamentos por jogo.

Uma melhor interpretação das variáveis pode ser identificada nas figuras seguintes (6 e 7):

Figura 6 – Diagrama representativo das variáveis de resultados

V

ARIÁVEI

S

DE

RESUL

T

ADOS

INDICADORES DE PERFORMANCE DE RESULTADOS VITÓRIAS DERROTAS PONTOS MARCADOS PONTOS SOFRIDOS

ENSAIOS MARCADOS POR JOGO

(43)

25

Figura 7 - Diagrama representativo das variáveis de ações do jogo

V

ARIÁVEI

S

DE

AÇÕES

DO

JOGO

INDICADORES DE PERFORMANCE DA DEFESA PONTOS SOFRIDOS ENSAIOS CONCEDIDOS PONTAPÉS DE PENALIDADE CONCEDIDOS INDICADORES DE PERFORMANCE DO ATAQUE PONTOS MARCADOS ENSAIOS MARCADOS PONTAPÉS DE RESSALTO INDICADORES DE PERFORMANCE DA DINÂMICA DA EQUIPA

Nº MÉDIO DE PASSES POR JOGO

Nº MÉDIO DE PONTAPÉS POR JOGO Nº MÉDIO DE RUCKS/MAULS POR JOGO % POSSE DE BOLA INDICADORES DE PERFORMANCE DE MOMENTOS ISOLADOS Nº MÉDIO DE ALINHAMENTOS POR JOGO

(44)

26 De referir que nem todos os indicadores de performance acima referidos serão possíveis de ser identificados na amostra, pois nem todos se encontram nos relatórios de jogo oficiais de cada uma das quatro edições dos Campeonatos do Mundo de Rugby, não estando também disponíveis todos os IP de cada uma das nações envolvidas no mesmo, optando-se, então, pelo uso do máximo de indicadores de performance disponíveis.

3.3. Procedimentos

Utilizando como referência o relatório do último Campeonato do Mundo de Rugby de 2015, intitulado de “Rugby World Cup 2015 Statistical Report – World Rugby Game Analysis” (Rugby, 2015b), assim como os relatórios das edições anteriores (IRB (2003); IRB (2007a); IRB (2011a)) nos quais estão presentes dados estatísticos de todas as nações que participaram no Campeonato do Mundo de Rugby e após consulta da literatura e de outros relatórios de jogo oficiais das competições mais importantes a nível mundial, foram identificadas as principais variáveis e indicadores de performance.

Os dados foram retirados e tratados usando o software “Microsoft Excel”, versão 16.0.7329.1054 (Microsoft, 2016), no qual foram construídos gráficos que serão apresentados, visando explicar melhor os indicadores de performance recolhidos dos relatórios de jogo e poder então relacioná-los entre eles assim como com informações presentes na literatura no que aos resultados de jogo e níveis de rendimento competitivo diz respeito.

Os resultados obtidos permitirão tirar algumas conclusões sobre como o Campeonato do Mundo de Rugby, tem evoluído desde 2003 até ao ano de 2015, tal como as nações que neles participaram, identificando relações do “estilo” de jogo com a performance das mesmas e a sua evolução no ranking mundial, bem como a evolução dos diferentes Tiers ao longo do período referenciado.

(45)

27

4. APRESENTAÇÃO E

DISCUSSÃO DE RESULTADOS

(46)
(47)

29 4.1. Considerações iniciais – equilíbrio das partidas no RWC

Na tabela seguinte, encontram-se compilados o total de 48 jogos de cada um dos últimos quatro Campeonatos Mundiais de Rugby e segundo a categorização proposta e usada por Vaz (2008), foram divididos em: jogos equilibrados (diferença pontual entre 0 e 14 pontos), jogos desequilibrados (entre 15 e 34 pontos) e jogos muito desequilibrados (mais de 35 pontos de diferença), obtendo-se os seguintes números de jogos em cada edição do Campeonato do Mundo de Rugby:

Desde logo é possível identificar que a maior parte dos jogos das últimas quatro edições do Campeonato Mundial de Rugby são desequilibrados ou muito desequilibrados, o que evidencia que é comum o desfecho final da maioria dos jogos ter uma diferença pontual superior a 15 pontos, ultrapassando por vezes os 35 pontos de diferença. Contudo, algumas evoluções podem ser identificadas observando as figuras seguintes:

Figura 8 - Representação gráfica da percentagem de equilíbrio nos jogos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003

Figura 9 - Representação gráfica da percentagem de equilíbrio nos jogos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2007 27% 40% 33%

RWC 2003

Jogos Equilibrados Jogos Desequilibrados Jogos Muito Desequilibrados 44% 25% 31%

RWC 2007

Jogos Equilibrados Jogos Desequilibrados Jogos Muito Desequilibrados

Tabela 1 – Representação do equilíbrio nos jogos do Campeonato Mundial de Rugby de 2003, 2007, 2011 e 2015

RWC JOGOS EQUILIBRADOS (0 – 14 pontos) JOGOS DESEQUILIBRADOS (15 – 34 pontos) JOGOS MUITO DESEQUILIBRADOS (+35 pontos) Total 2003 13 19 16 48 2007 21 12 15 48 2011 22 13 13 48 2015 22 14 12 48

(48)

30 Os gráficos em cima, representam as percentagens de jogos equilibrados, desequilibrados e muito desequilibrados nas edições de 2003 e 2007 do Campeonato do Mundo de Rugby. Uma diferença significativa é facilmente observável no que diz respeito à percentagem de jogos equilibrados, que subiram de apenas 27% para 44%, tendo em contrapartida caído em 15% (de 40 para 25%) a percentagem de jogos desequilibrados. Por sua vez a percentagem de jogos muito desequilibrados não sofreu grandes alterações, traduzindo-se a diferença percentual em apenas menos um jogo com diferença pontual superior a 35 pontos. Mais à frente, usando outros indicadores de performance e conjugando com estes dados, será possível explicar o que permitiu esta evolução nos jogos equilibrados e nos jogos desequilibrados.

As seguintes figuras representam o equilíbrio nos Campeonatos do Mundo de Rugby de 2011 e 2015:

Figura 10 - Representação gráfica da percentagem de

equilíbrio nos jogos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2011

Figura 11 - Representação gráfica da percentagem de

equilíbrio nos jogos do Campeonato do Mundo de Rugby de 2015

É possível observar que desde 2003 as partidas do Campeonato do Mundo de Rugby têm vindo a ser cada vez mais equilibradas, estando muito perto de quase metade dos jogos serem equilibrados (46% em 2015), contudo ainda continua a ser comum a maioria das equipas perder por mais do que 15 pontos, embora as grandes diferenças no resultado final do jogo (mais do que 35 pontos) tenham vindo a diminuir. O gráfico seguinte demonstra a evolução do equilíbrio nos jogos ao longo das últimas quatro edições do Campeonato do Mundo de Rugby:

46% 27% 27%

RWC 2011

Jogos Equilibrados Jogos Desequilibrado s Jogos Muito Desequilibrado s 46% 29% 25% RWC 2015 Jogos Equilibrados Jogos Desequilibrad os Jogos Muito Desequilibrad os

(49)

31

Figura 12 – Representação gráfica da evolução do número de jogos equilibrados, desequilibrados e muito desequilibrados do Campeonato Mundial de Rugby de 2003 a 2015

Estes dados podem indicar que as equipas estão com um nível de performance mais idêntico entre si, permitindo assim um maior equilíbrio nos jogos e por sua vez um aumento do nível competitivo. Os dados seguintes permitirão entender melhor se esta possibilidade se verifica. Entretanto podemos perceber como evoluiu o equilíbrio nos jogos quando se defrontaram equipas do mesmo Tier ou de diferentes Tiers. Para uma melhor comparação, equipas que não fazem parte do Tier 1 ou Tier 2 (casos de Portugal em 2007 e da Rússia em 2011), mas participaram nos Campeonatos do Mundo, não foram contabilizados nesta comparação de

Tiers. As figuras seguintes mostram a evolução desde 2003 da percentagem de equilíbrio dos

jogos:

Figura 13 - Representação gráfica da evolução do número de jogos equilibrados, desequilibrados e muito desequilibrados do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015, comparando jogos entre nações do Tier 1, defrontando nações do mesmo Tier

13 21 22 22 19 12 13 14 16 15 13 12 2003 2007 2011 2015

EVOLUÇÃO DO EQUILÍBRO NOS JOGOS

Jogos Equilibrados Jogos Desequilibrados Jogos Muito Desequilibrados

37,50% 53% 75% 56,25% 50% 27% 25% 37,50% 12,50% 20% 0% 6,25% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 2003 2007 2011 2015

TIER 1 VS TIER 1

(50)

32 Na figura 13, é possível identificar que quando as nações de um nível competitivo mais elevado (Tier 1) se defrontam entre si, os jogos são maioritariamente equilibrados, tendo essa tendência vindo a subir (desde 2007 mais de metade dos jogos), havendo, contudo, uma ligeira descida na edição de 2015, o que revela que podem estar a surgir nações do Tier 1 que estão a reduzir a sua performance quando defrontam seleções do mesmo grupo. De forma a entender se de facto isto se verifica, será necessário analisar mais indicadores de performance, para poder confirmar esta hipótese e então, caso a mesma seja verdadeira, verificar qual ou quais as nações que estão a diminuir a sua performance.

Na figura seguinte, está presente a percentagem do equilíbrio nos jogos, quando se defrontam equipas do Tier 2 entre si:

Figura 14 - Representação gráfica da evolução do número de jogos equilibrados, desequilibrados e muito desequilibrados do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015, comparando jogos entre nações do Tier 2, defrontando nações do mesmo Tier

Apesar de ligeiras subidas e descidas desde 2003, é possível entender que os jogos muito desequilibrados entre equipas dos Tier 2 não são significativos, tendo vindo a reduzirem e atingido por duas vezes o valor de 0% (2007 e 2015), o qual permite concluir que nestas duas edições do Campeonato Mundial de Rugby não existiram jogos muito desequilibrados quando equipas do Tier 2 se defrontaram entre si, o que pode revelar um nivelamento de performance entre as equipas do Tier 2 que participaram nestas edições. Estas foram também as edições onde se verificou uma grande parte de jogos equilibrados.

A próxima figura representa a percentagem de equilíbrio nos jogos, mas desta vez, quando equipas de Tiers diferentes se defrontaram entre si:

37,50% 86% 43% 75% 37,50% 14% 43% 25% 25% 0% 14% 0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 2003 2007 2011 2015

TIER 2 VS TIER 2

(51)

33

Figura 15 - Representação gráfica da evolução do número de jogos equilibrados, desequilibrados e muito desequilibrados do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015, comparando jogos entre nações do Tier 1, defrontando nações do Tier 2

Como seria de esperar, dado o diferente nível de performance das nações envolvidas em cada um dos Tiers, a maioria dos jogos foram muito desequilibrados. Na edição de 2003, exatamente metade dos confrontos entre nações do Tier 1 contra as do Tier 2, foram muito desequilibrados, não voltando a atingir esse valor nas edições seguintes e tendo o mesmo vindo a baixar. Os jogos equilibrados que em 2003 representavam apenas 17%, têm também vindo a subir, atingindo os 29% em 2011. Isto parece querer dizer que apesar das diferenças de performance entre equipas do Tier 1 e 2 ainda serem muito significativas, está a ter lugar uma ligeira aproximação. Uma análise posterior e mais profunda permitirá perceber se são as nações do Tier 2 que estão a melhorar o seu nível de performance, ou se pelo contrário, são as nações do Tier 1 que estão a diminuir o seu desempenho competitivo.

4.2. Evolução do número de vitórias

Utilizando como referência o número de vitórias de cada uma das nações participantes no Campeonato do Mundo de Rugby desde 2003 até 2015, procedemos à elaboração de dois gráficos. O primeiro representa a evolução do número de vitórias das nações do Tier 1 e o segundo, das nações do Tier 2:

17% 27% 29% 25% 33% 27% 29% 29% 50% 45% 43% 46% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 2003 2007 2011 2015

TIER 1 VS TIER 2

(52)

34

Figura 16 - Evolução do número de vitórias das nações do Tier 1, participantes do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015

Pela observação atenta da figura 16, podemos desde logo identificar um enorme declínio do número de vitórias da seleção nacional da Inglaterra. Esta nação teve sete vitórias no Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 (única edição que venceu desde o início da competição em 1987), tendo vindo sempre a decair, até na última edição atingir apenas duas vitórias que não foram sequer suficientes para passar a fase de grupos da competição. Na edição de 2003 a Inglaterra estava classificada em 1º lugar no ranking oficial, tanto no início do Campeonato como no final do mesmo (ver tabelas 2 e 3), que acabaria por vencer. Na edição seguinte, de 2007, voltaria a chegar à final da competição, perdendo para a África do Sul. Em 2011 apenas atingiu os quartos-de-final e em 2015 acabaria mesmo por não passar da fase de grupos. Consideramos ser interessante entender o que levou a este declínio. Poderá este decréscimo em termos de vitórias ser traduzido por um decréscimo de performance, ou a performance manteve-se apesar das vitórias não surgirem? A análise de mais indicadores de performance, nomeadamente os relativos as variáveis das ações do jogo, poderão responder a esta questão.

POSIÇÃO EQUIPA PONTOS

1 Inglaterra 89.95

2 Nova Zelândia 89.80

3 Austrália 84.76

4 Irlanda 83.92

5 França 82.85

Tabela 2 - Ranking oficial (Top 5) em 13/10/2003 – início do RWC 2003 (adaptado de Rugby (2003))

POSIÇÃO EQUIPA PONTOS

1 Inglaterra 93.99

2 Nova Zelândia 90.12

3 Austrália 86.58

4 França 82.71

5 África do Sul 81.23

Tabela 3 - Ranking oficial (Top 5) em 24/11/2003 – fim do RWC 2003 (adaptado de Rugby (2003))

3 2 6 3 5 7 3 2 6 3 7 6 4 3 4 5 2 2 4 2 4 3 5 2 4 4 4 2 7 4 5 4 6 3 3 2 4 2 7 3 África do Sul

Argentina Austrália Escócia França Inglaterra Irlanda Itália Nova Zelândia País de Gales 1 2 3 4 5 6 7 8

VITÓRIAS TIER 1

RWC 2003 RWC 2007 RWC 2011 RWC 2015

(53)

35 Outro facto curioso observável no gráfico da figura 16 é a prestação da Itália, que desde 2003 tem mantido o mesmo registo de vitórias, sendo o mais baixo das equipas do Tier 1. Por sua vez a Nova Zelândia, depois de em 2007 não ter passado dos quartos-de-final, parece ter assumido a liderança nas duas últimas edições, vencendo todos os jogos que disputou.

Embora com menos expressão é também possível verificar uma ligeira tendência evolutiva da Irlanda desde a edição de 2011 e um ligeiro declínio nas vitórias da França desde 2003 (de cinco vitórias em 2003 para apenas três em 2015).

O gráfico que se segue é relativo às vitórias das nações do Tier 2, como previamente tinha sido indicado:

Figura 17 - Evolução do número de vitórias das nações do Tier 2, participantes do Campeonato do Mundo de Rugby de 2003 a 2015

Na figura é possível identificar uma subida gradual da Geórgia que não conseguiu obter qualquer vitória no Campeonato do Mundo de 2003, tendo conseguido a sua primeira vitória em 2007, mantendo o valor em 2011 e conseguido aumentar para duas vitórias em 2015. O

ranking mostra essa melhoria da Geórgia em termos de performance tendo subido do 19º lugar

em 2003, com 61,57 pontos para a 14ª posição em 2015, com 71,45 pontos. Outra nação em destaque é o Japão que após não conseguir nenhuma vitória nas edições do Campeonato do Mundo de 2003, 2007 e 2011, teve uma subida acentuada em 2015 conseguindo três vitórias, o que se traduz numa subida no ranking de 10 lugares e mais de 15 pontos, ou seja, do vigésimo para o décimo lugar e dos 61,42 para os 77,05 pontos, colocando o Japão no Top 10 do ranking mundial após a edição de 2015 do Campeonato do Mundo, ficando à frente da Itália (12º lugar com 72,74 pontos) que é uma nação do Tier 1 (ver tabelas 4 e 5).

1 1 0 2 0 0 1 2 0 1 0 0 1 3 0 0 1 1 2 -1 1 1 1 0 0 0 2 2 -0 0 2 1 3 0 1 1 1 0 Canadá Estados Unidos América

Geórgia Ilhas Fiji Japão Namíbia Roménia Samoa Tonga Uruguai 0 1 2 3 4

VITÓRIAS TIER 2

RWC 2003 RWC 2007 RWC 2011 RWC 2015

(54)

36

POSIÇÃO EQUIPA PONTOS

17 Tonga 63.15

18 Portugal 62.03

19 Geórgia 61.57

20 Japão 61.42

(…) (…) (…)

Tabela 4 - Ranking oficial do 17º ao 20º em 24/11/2003 – fim do RWC 2003 (adaptado de Rugby (2003))

POSIÇÃO EQUIPA PONTOS

10 Japão 77.05

11 Ilhas Fiji 76.96

12 Itália 72.74

13 Tonga 71.60

14 Geórgia 71.45

Tabela 5 - Ranking oficial do 10º ao 14º em 02/11/2015 – fim do RWC 2015 (adaptado de Rugby (2015a) Por outro lado, é possível observar um ligeiro declínio nas vitórias das Ilhas Fiji, que em 2007 era uma das melhores nações do Tier 2, mas que nas últimas duas edições não foi além de apenas uma vitória. A seleção nacional da Namíbia, por sua vez, ainda não conseguiu qualquer vitória nos Campeonatos Mundiais de Rugby, nas quatro edições da amostra desta dissertação.

4.3. Caraterização e evolução do tipo de jogo

De acordo com a literatura, as nações têm formas de jogar e dinâmicas de jogo diferentes (Tuck (2003); Williams et al. (2005); Mouchet (2005); Reeves (2006); Roberts et al. (2008); Vaz (2008); Ortega et al. (2009); Vaz et al. (2010); Quinn et al. (2015)). Umas preferem passar mais a bola e outras pontapeá-la. Umas são melhores a atacar e outras a defender. Outras ainda, preferem aproveitar os momentos isolados de jogo como é o caso dos alinhamentos, para ganharem vantagem. Esses padrões de jogo são também diferentes consoante se as nações pertencem ao hemisfério norte ou ao hemisfério sul.

Tentaremos caraterizar segundo os indicadores de performance e as informações presentes na literatura qual o tipo de jogo caraterístico de algumas nações e como essa forma de jogar se reflete na evolução do “estilo” de jogo geral de cada uma das edições do Campeonato do Mundo de Rugby.

As figuras seguintes (Fig. 18 e 19) permitem, através da utilização de alguns indicadores de performance, obter uma visão geral de como o jogo tem evoluído ao longo das últimas quatro edições do Campeonato do Mundo de Rugby:

Imagem

Figura 4 – Relatório geral sumário das últimas quatro edições do “Torneio das 6 Nações” de 2017
Figura 7 - Diagrama representativo das variáveis de ações do jogo
Figura  8  - Representação  gráfica  da  percentagem  de  equilíbrio  nos  jogos  do  Campeonato  do  Mundo  de  Rugby de 2003
Figura 10 - Representação gráfica da percentagem de  equilíbrio  nos  jogos  do  Campeonato  do  Mundo  de  Rugby de 2011
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Referências

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