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Estudo da dinâmica do golo em futsal: Análise de padrões escondidos de todos os golos da fase regular da Liga Espanhola de Futbol Sala, temporada 2005/2006.

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Texto

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(2)

Sousa, T. (2010). Estudo da Dinâmica do Golo em Futsal: Análise de padrões escondidos

de todos os golos da fase regular da Liga Espanhola de Futbol Sala, na temporada

2005/2006. Dissertação de Mestrado. Vila Real: UTAD.

Palavras-Chave: Futsal; Processo Ofensivo; Padrões de Jogo; Metodologia Observacional;.

Sob Orientação do professor Jorge Manuel Gomes Campaniço (UTAD)

Sob Co-Orientação da professora Maria Teresa Anguera Argilaga (UB)

(3)

A Dissertação,

Estudo da Dinâmica do Golo em Futsal: Análise de padrões escondidos de todos os golos

da fase regular da Liga Espanhola de Futbol Sala, temporada 2005/2006.

Elaborada pelo professor Tiago Lino Polido Coelho de Sousa e aprovada por todos os

membros da Banca Examinadora foi aceite pela Faculdade de Desporto da Universidade

de Trás-os-Montes Alto Douro e homologada pelo Conselho de Ensino, como requisito

parcial á obtenção do titulo de:

MESTRE EM EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO na área da Observação e Análise do

Movimento Humano.

DATA: ___/____/______.

(4)

Dedico este trabalho:

Aos meus Pais, na ausência e na presença… construíram em

mim um exemplo para a vida. Ainda sou pequeno… mas a vós,

devo tudo o que sou!

Á minha Irmã Cláudia por ser o epicentro da minha força. A

razão da minha motivação diária. Obrigado por partilhares

connosco o teu olhar singelo, ternurento, sincero e silencioso…

(5)

v

A

GRADECIMENTOS

Levava já alguns anos que tentávamos terminar esta tese, mas as distâncias que a minha

vida profissional provocou com a Universidade impediram-nos de dar uma continuidade

necessária.

Não teria sido possível levar a cabo esta investigação sem a ajuda e suporte, constante de

várias pessoas. Queremos assim, agradecer:

Ao Doutor, Professor e Técnico Jorge Campaniço, orientador deste trabalho, que com a

sua experiência e sabedoria me incentivou e orientou durante todo o processo de

elaboração desta dissertação.

Á Doutora, Professora Teresa Anguera e á Drª Maria da Conceição Oliveira pelo seu

empenho no aprofundamento da Metodologia Observacional, ensinamentos que

contribuíram para a qualidade do presente trabalho.

Ao Venâncio, pela disponibilidade, amabilidade, por tudo o que me ensinou e continua a

ensinar… Em especial, pelo que aprendi durante um ano de convívio e de tertúlias sobre

Futsal, pela permanente atitude reflexiva que me induzia em cada conversa, por me

responder às minhas duvidas, com perguntas e por incrementar em mim o caminho do

saber da competência e do trabalho, para atingir os objectivos.

À instituição, Lobelle de Santiago Futbol Sala, pela receptividade, disponibilidade e

oportunidade de cooperar com tamanha estrutura Humana.

Aos colegas de mestrado, em especial ao Fernando Oliveira pela constante disponibilidade

para discutir mesmo em momentos de apuro académico.

Ao Sérgio Miranda, pela partilha científica e pelo empenho na análise dos padrões de

Jogo.

A todos os meus Atletas, que durante estes anos fizeram parte de um processo de

crescimento enquanto treinador, e me deram o privilégio de treinar, ensinando-me.

(6)

Í

NDICE

G

ERAL

AGRADECIMENTOS ... V

ÍNDICE GERAL ... VI

INDICE DE FIGURAS ... VIII

INDICE DE QUADROS ... IX

INDICE DE GRÁFICOS ... X

RESUMO ... XI

ABSTRACT ... XII

LISTA DE ABREVIATURAS ... XIII

1. INTRODUÇÃO ... 2

1.1

P

ERTINÊNCIA E ÂMBITO DO ESTUDO

... 2

1.2

E

STRUTURA DO

T

RABALHO

... 3

2. CONTEXTO DE ESTUDO ... 6

2.1

O

BJECTO DE

E

STUDO

... 6

2.2

O

P

ROBLEMA DO

E

STUDO

... 7

2.3

O

BJECTIVOS DO

E

STUDO

... 8

2.4

L

IMITAÇÕES

C

ONCEPTUAIS E OPERACIONAIS

... 9

3. REVISÃO À LITERATURA ... 11

3.1

S

ÍNTESE

H

ISTÓRICA DA

M

ODALIDADE

... 11

3.2

O

F

UTSAL EM

P

ORTUGAL

... 14

3.3

C

ARACTERIZAÇÃO DO

J

OGO DE

F

UTSAL

... 16

3.4

I

MPLICAÇÃO

T

ÉCNICO E

T

ÁCTICA

J

OGO DE

F

UTSAL

... 20

3.6

T

RANSIÇÃO

P

ROCESSO

D

EFENSIVO PARA

P

ROCESSO

O

FENSIVO

... 25

3.7

F

RAGMENTOS

C

ONSTANTES DO

J

OGO

:

B

OLAS

P

ARADAS

... 26

3.8

A

P

ROCURA DE

R

EGULARIDADES NO

J

OGO

:

P

ADRÕES

C

ONDUCTURAIS

... 27

4. METODOLOGIA ... 31

4.1

C

ONCEITO DE

M

ETODOLOGIA

O

BSERVACIONAL

... 31

4.3

A

MOSTRA

O

BSERVACIONAL

... 35

4.4

I

NSTRUMENTOS DA

M

ETODOLOGIA

O

BSERVACIONAL

... 36

4.5

O

BSERVAÇÃO E

R

EGISTRO DOS

D

ADOS

... 47

4.5.1 Características do Processo de Observação ... 47

4.5.2 Procedimentos de Observação ... 48

4.5.3 Procedimentos de Registro ... 49

4.5.4 Fase Exploratória ... 53

4.5.5 Análise da Qualidade dos Dados ... 53

4.6

A

NÁLISE DOS

D

ADOS

... 55

4.6.1 Análise Sequencial ... 55

4.6.2 Análise da Detecção de Padrão (t-pattem) ... 57

5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ... 61

5.1

A

NÁLISE

S

EQUENCIAL

... 61

5.1,1 Análise – Lobelle Santiago ... 65

5.2

A

NÁLISE

D

ESCRITIVA

... 73

5.2.1 Início do Processo Ofensivo (IPO) ... 73

5.2.2 Fases de Jogo do Processo Ofensivo (FJ) ... 75

5.2.3 Desenvolvimento do Processo Ofensivo (DPO) ... 76

5.2.4 Espacialização do Terreno de Jogo (Zonas e Pontos) ... 77

5.2.5 Zona de Finalização ... 78

(7)

vii

5.3.1 Padrões dos Golos a Favor (completos) ... 80

5.3.2 Padrões dos Golos Contra (completos) ... 91

6. CONCLUSÕES ... 96

7. SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS ... 99

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 101

(8)

I

NDICE DE

F

IGURAS

FIGURA 1. DINÂMICA DA ACÇÃO DE JOGO (ADAPTADO, VENANCIO LOPEZ 2005) ... 17

FIGURA 2. ESTRUTURA TÁCTICA DE UMA EQUIPA (ADAPTADO, VENANCIO LOPEZ 2005) ... 18

FIGURA 3. PROCESSO DA TOMADA DE DECISÃO (ADAPTADO, VENANCIO LOPEZ 2005) ... 21

FIGURA 4. DESENHOS OBSERVACIONAIS EM QUADRANTES DEFINIDOS (ADAPTADO DE LOSADA, 1997) ... 34

FIGURA 5. EXEMPLIFICAÇÃO DO REGISTRO DE UMA ACÇÃO OFENSIVA QUE TERMINA EM GOLO. ... 52

FIGURA 6. PROCESSAMENTO DA DETECÇÃO DE PADRÕES ... 58

FIGURA 7. REPRESENTA TODOS OS COMPORTAMENTOS QUE FAZEM PARTE DA NOSSA AMOSTRA,

DISTRIBUÍDOS ATRAVÉS DE UMA RÉGUA TEMPORAL. ... 59

FIGURA 8. SISTEMA DE CODIFICAÇÃO NO PROGRAMA SDIS – GSEQ. ... 61

FIGURA 9. PERCENTAGEM DE TODOS OS GOLOS (FR), EM RELAÇÃO ÀS ZONAS DE FINALIZAÇÃO. ... 64

FIGURA 10. DISTRIBUIÇÃO DAS ZONAS DE FINALIZAÇÃO E DOS PASSES AO SEGUNDO POSTE DOS GOLOS

CONTRA (FA), DA EQUIPA DO LOBELLE. ... 65

FIGURA 11. DISTRIBUIÇÃO DAS ZONAS DE FINALIZAÇÃO E DOS PASSES AO SEGUNDO POSTE DOS GOLOS A

FAVOR (FA), DA EQUIPA DO LOBELLE. ... 66

FIGURA 12. DISTRIBUIÇÃO DAS ZONAS DAS VARIÁVEIS DA ORIGEM DO PROCESSO OFENSIVO REFERENTE

AOS GOLOS CONTRA (FA), DA EQUIPA DO LOBELLE. ... 67

FIGURA 13. DISTRIBUIÇÃO DAS ZONAS DAS VARIÁVEIS DA ORIGEM DO PROCESSO OFENSIVO REFERENTE

AOS GOLOS A FAVOR (FA), DA EQUIPA DO LOBELLE. ... 69

FIGURA 14. ANALISE INDIVIDUAL DOS JOGADORES DO LOBELLE QUE EXECUTARAM REPOSIÇÕES LATERAIS

QUE ORIGINARAM GOLO (FA). ... 70

FIGURA 15. ANALISE INDIVIDUAL DOS JOGADORES DO LOBELLE QUE MAIS FINALIZARAM AS ACÇÕES

OFENSIVAS (FA). ... 71

FIGURA 16. ANÁLISE INDIVIDUAL DOS JOGADORES DO LOBELLE QUE NO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO

OFENSIVO, MAIS PASSES EXECUTOU AO SEGUNDO POSTE, ORIGINANDO GOLO (FA). ... 72

FIGURA 17. ANÁLISE INDIVIDUAL DOS JOGADORES DO LOBELLE QUE NO INICIO DO PROCESSO OFENSIVO,

MAIS INTERCEPÇÕES EXECUTARAM, ORIGINANDO GOLO (FA). ... 73

FIGURA 18. CAMPOGRAMA DA ESPACIALIZAÇÃO DO TERRENO DE JOGO EM DOZE ZONAS E CINCO PONTOS77

FIGURA 19. ILUSTRAÇÃO DO PADRÃO Nº 7 ... 81

FIGURA 20. ILUSTRAÇÃO DO PADRÃO Nº 31 ... 83

FIGURA 21. ILUSTRAÇÃO DO PADRÃO Nº 38 ... 86

FIGURA 22. ILUSTRAÇÃO DO PADRÃO Nº 97 ... 88

FIGURA 23. ILUSTRAÇÃO DO PADRÃO Nº 115 ... 90

FIGURA 24. ILUSTRAÇÃO DO PADRÃO Nº 3 ... 92

(9)

ix

I

NDICE DE

Q

UADROS

QUADRO 1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO JOGO DE FUTSAL. ADAPTADO DE OLIVEIRA, (1998) ... 19

QUADRO 2. DISTRIBUIÇÃO DOS GOLOS NOS JOGOS OBSERVADOS ... 36

QUADRO 3 . CRITÉRIO 1 DO FORMATO DE CAMPO: INÍCIO DO PROCESSO OFENSIVO (IPO) ... 39

QUADRO 4. CRITÉRIO 2 DO FORMATO DE CAMPO: FASES DE JOGO DO PROCESSO OFENSIVO (FJ) ... 41

QUADRO 5. CRITÉRIO 3 DO FORMATO DE CAMPO: DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO OFENSIVO (DPO) ... 42

QUADRO 6. CRITÉRIO 4 DO FORMATO DE CAMPO: ESPACIALIZAÇÃO DO TERRENO DE JOGO ... 44

QUADRO 7. CRITÉRIO 5 DO FORMATO DE CAMPO: SUPERFÍCIE DE FINALIZAÇÃO (SF) ... 45

QUADRO 8. CRITÉRIO 6 DO FORMATO DE CAMPO: JOGADOR (J) ... 45

QUADRO 9. INSTRUMENTO DE OBSERVAÇÃO AD HOC: COMBINAÇÃO FORMATO DE CAMPO – SISTEMAS DE

CATEGORIAS ... 46

(10)

I

NDICE DE

G

RÁFICOS

GRÁFICO 1. 126 GOLOS A FAVOR (IPO) ... 74

GRÁFICO 2. 99 GOLOS CONTRA (IPO) ... 74

GRÁFICO 3. 99 GOLOS CONTRA (FJ) ... 75

GRÁFICO 4. 126 GOLOS A FAVOR (FJ) ... 75

GRÁFICO 5. 126 GOLOS A FAVOR (DPO) ... 76

GRÁFICO 6. 99 GOLOS CONTRA (DPO) ... 76

GRÁFICO 7. 126 GOLOS A FAVOR (ESPACIALIZAÇÃO) ... 77

GRÁFICO 8. 99 GOLOS CONTRA (ESPACIALIZAÇÃO) ... 77

GRÁFICO 9. 126 GOLOS A FAVOR (ZONA DE FINALIZAÇÃO) ... 78

GRÁFICO 10. 99 GOLOS CONTRA (ZONA DE FINALIZAÇÃO) ... 78

GRÁFICO 11. 126 GOLOS A FAVOR (SF) ... 79

GRÁFICO 12. 99 GOLOS CONTRA (SF) ... 79

GRÁFICO 13. PADRÃO DE JOGADA Nº 7 ... 80

GRÁFICO 14. PADRÃO DE JOGADA Nº 31 ... 82

GRÁFICO 15. PADRÃO DE JOGADA Nº 38 ... 85

GRÁFICO 16. PADRÃO DE JOGADA Nº 97 ... 87

GRÁFICO 17. PADRÃO DE JOGADA Nº 115 ... 89

GRÁFICO 18. PADRÃO DE JOGADA Nº 3 ... 91

(11)

xi

R

ESUMO

No presente estudo recorremos à Metodologia Observacional para perceber a dinâmica da

origem dos golos em futsal tendo como referência todos os golos da fase regular da Liga

Nacional Espanhola de Fútbol Sala (División Honor), bem como detectar alguns padrões

de comportamento da equipa Lobelle de Santiago, tanto nos golos efectuados como nos

golos sofridos. Como tal, criou-se uma ferramenta de observação had hoc, constituída por

formatos de campo e com sistemas de categorias, particularmente orientado para a

análise e descrição das jogadas que resultam em golo, no futsal.

A análise da qualidade dos dados foi elaborada através da concordância intra-observador,

verificado por intermédio do índice de fiabilidade de Kappa. O instrumento revelou-se

suficientemente discriminativo, cumprindo os requisitos para o objectivo para o qual foi

criado.

Nesta investigação, registaram-se 1548 golos correspondentes a 206 jogos envolvendo 16

equipas do qual resultaram 8329 eventos codificados. Ainda de forma objectiva foram

analisados os 126 golos marcados pela equipa do Lobelle de Santiago e os 99 golos

sofridos pela mesma equipa do Lobelle de Santiago, num universo de 30 sessões de 40

minutos cada do qual resultaram 1143 eventos codificados, dos quais 678 pertencem aos

golos a favor e 465 aos golos contra, segundo um registo contínuo e perante um

procedimento sistemático de observação.

Os dados codificados foram submetidos a análise sequencial através SDIS-GSEQ

(Bakeman e Quera, 1996), para verificar a probabilidade de existência de relações de

associação significativas entre as diferentes categorias do instrumento de observação,

assim como a força de coesão existente entre a conduta critério e as condutas objecto.

Complementarmente, com o apoio de uma ferramenta estatística específica, o THÈME 5.0

(Magnusson et al., 2004) foi-nos possível analisar e caracterizar padrões de

comportamento (T-pattern) correspondentes a equipa do Lobelle de Santiago.

A análise dos resultados permitiu concluir que, a fase de jogo que garante mais golos é o

ataque posicional, com 31,4%, logo a seguir destacam-se as situações de ataque rápido e

de contra ataque, com 29,1%, e por último as situações de bola parada, com 28,3%. Estas

fases somadas contabilizam aproximadamente 90 % do total dos golos. Ainda, concluiu-se

que existe uma maior percentagem de golos obtidos nos corredores centrais nos últimos

10 metros do campo. Por outro lado os dados indicam que há valores relevantes de

passes ao 2º poste que originam golo.

No que a uma só equipa diz respeito e analisando somente os padrões completos, visto

serem os que contêm maior aglomeração de informação, os resultados demonstraram que

os padrões de jogada apresentados traduzem jogadas simples e básicas do futsal. Tais

como jogadas de pivot, paralelas, diagonais e jogadas de bola parada e correspondem a

27 golos (21%), quase um quarto das jogadas finalizadas com êxito desta equipa.

(12)

A

BSTRACT

In this study we used the Observational Methodology to understand the dynamics of the

origin of goals in futsal with reference to all the goals of the regular phase of the Spanish

Liga Nacional de Fútbol Sala (División Honor), and detect some patterns of team Lobelle

de Santiago, both in goals made and goals conceded. As such, was created an observation

tool had hoc, consisting of field formats and category systems, particularly suited for the

analysis and description of the moves that result in goal in futsal.

The analysis of data quality has been produced by intra-rater, verified through the reliability

index Kappa. The instrument has proved sufficiently discriminative, fulfilling the

requirements for the purpose for which it was created.

In this investigation, there were 1548 goals corresponding to 206 matches that involved 16

teams which resulted in 8329 events encoded. Were analyzed objectively the 126 goals

scored by team Lobelle de Santiago and the 99 goals conceded by the same team Lobelle

de Santiago, in a universe of 30 sessions of 40 minutes each which resulted in 1143 events

encoded, of which 678 belong to goals for and 465 to goals against, according to a streak

and facing a systematic procedure for observation.

The encoded data were analyzed by sequential SDIS-GSEQ (Bakeman and Quera, 1996),

to check the likelihood of significant association relationship between different categories of

the observation instrument, as well as the cohesive force between the conduct criteria and

conduct object. In addition, with the support of a specific statistical tool, the THÈME 5.0

(Magnusson et al., 2004) we were able to analyze and characterize patterns of behavior

(T-pattern) corresponding to the team Lobelle de Santiago.

The results showed that the phase of the game which guarantees more goals is the

positional attack with 31.4%, just below there are the situations of rapid attack and

counterattack, with 29.1% and finally the dead-ball situations, with 28.3%. These phases

combined account for approximately 90% of all goals. Still, it was concluded that there is a

higher percentage of goals achieved in the central aisles in the last 10 meters of the field.

Furthermore the data indicate that there are significant amounts of passes to the 2nd post

that originate goal.

With respect to a single team and analyzing only the comprehensive standards, since they

are the largest conurbation containing information, the results showed that the patterns of

play presented translated simple and basic moves of futsal. Such as pivot moves, parallel,

diagonal, and dead-ball match and correspond to 27 goals (21%), almost one quarter of the

moves this team successfully completed.

(13)

xii

i

L

ISTA DE

A

BREVIATURAS

ABREVIATURA DESCRIÇÃO

ACM

Associação Cristã de Mocidade

FIFA

Federação Internacional de Futebol Associado

UEFA

União Europeia de Futebol Associado

FIFUSA

Federação Internacional de Futebol de Salão

FPF

Federação Portuguesa de Futebol

FPFS

Federação Portuguesa de Futebol de Salão

LNFS

Liga Nacional de Futbol Sala

(14)

A

A DINÂ

ÂMICA

I

A DO G

INTROD

GOLO E

UÇÃO

EM FU

Cap

UTSAL

ítulo 1

(15)

Introdução

A DINÂMICA DO GOLO EM FUTSAL

2

1.

I

NTRODUÇÃO

“Apesar de integrado no conjunto de modalidades que

constituem os JDC, o Futsal ainda não possui lugar de

destaque na pesquisa científica, ao invés do Futebol,

Basquetebol, Andebol e Voleibol.”

(Barbero, 2002).

1.1 Pertinência e âmbito do estudo

O jogo de futsal como outro jogo desportivo colectivo (JDC) compreende em si uma

complexidade tal que não é possível compreendê-lo de uma forma tão simples e tão linear.

É sabido que os JDC são influenciados por diversos factores que inter-agem entre si,

complexificando o próprio jogo e as suas acções.

“Esta modalidade tem evoluído, devendo-se este factor à paixão dos treinadores, que

adquiriram a sua formação com a experiência e com a pesquisa em livros e vídeos

oriundos de países onde a modalidade é mais desenvolvida” (Gama, R.,1999).

Segundo, Tavares (1999), “Uma das características das acções de jogo nos jogos

desportivos é a sua clara determinação segundo o ponto de vista táctico,..., outra condição

que caracteriza os JDC é a variabilidade das situações de jogo, a rapidez com que se

devem tomar decisões tácticas e a velocidade na realização das acções motoras”.

As investigações, em todos os campos considerados como factores determinantes do

rendimento desportivo (técnico, táctico, físico e psicológico), são necessárias para

conhecer as particularidades, características e personalidade própria de cada modalidade

desportiva.

De acordo com Teixeira (1999), o Futsal tem sido alvo de reflexões, na maior parte das

vezes, norteadas por demasiados juízos de valor. O conhecimento científico é escasso e

pouco consistente.

Segundo Bayer (1994), o Futsal possui as seis invariantes atribuídas a esta categoria: uma

bola ou implemento similar, um espaço de jogo, adversários, colegas, um alvo a atacar e

outro para defender e regras específicas.

(16)

Introdução

(Osimani, 2004) refere que no Brasil a aprendizagem do jogo se processa através do

método analítico, aprendizagem das técnicas básicas. Em Espanha utiliza-se mais o

método global, partindo do jogo. (Lozano Cid, 2005), refere que os jogadores espanhóis

usam a cabeça durante todo o tempo e raramente apresentam as mesmas soluções, nem

que se encontrem em situações similares.

Sendo o Futsal uma modalidade complexa na inter-relação sob os aspectos técnicos,

tácticos, psicológicos e físicos, induz numerosas questões por parte dos treinadores e

jogadores e para compreender a capacidade dos movimentos ocorridos ao longo do jogo,

implica antes de mais, compreender a estrutura do jogo.

Sem um conhecimento adequado do mesmo, dos seus princípios e regras, é quase

impossível estudar as condutas de um jogo de futsal. Será necessário que os treinadores

conheçam e dominem teoricamente todos os princípios tácticos quer ofensivos quer

defensivos, e que desde logo saibam de que forma treiná-los e adaptá-los aos seus

jogadores e às equipas adversárias. Pois será importante que uma equipa se organize em

termos ofensivos, de forma a alcançar o principal objectivo do jogo – o golo.

Esperamos conseguir com esta investigação proporcionar novas perspectivas que

contribuam para o melhoramento da qualidade do conhecimento mais científico, deste

magnífico desporto que é o Futsal.

1.2 Estrutura do Trabalho

A estrutura do trabalho está organizada em sete capítulos:

No primeiro capítulo, INTRODUÇÃO, pretende-se enquadrar a pertinência do estudo

através do actual estado do conhecimento do tema, expõe-se às razões pelas quais é

estudado, aborda-se a importância para o jogo de Futsal e apresenta um breve relato da

estrutura do estudo.

O segundo capítulo, CONTEXTO DE ESTUDO, procura-se através da definição do

problema quais as questões centrais do estudo, os objectivos propostos para o mesmo e

as principais limitações sentidas no decorrer da elaboração da dissertação.

(17)

Introdução

A DINÂMICA DO GOLO EM FUTSAL

4

O terceiro capítulo consiste numa REVISÃO Á LITERATURA da especialidade no sentido

de contextualizar o tema e os objectivos do trabalho. Neste capítulo abordamos as

características do jogo de Futsal, enquanto JDC, a sua natureza contextual e a evolução

dinâmica do jogo numa perspectiva cronológica. Tentamos, ainda, caracterizar as

principais dimensões actuantes no rendimento de jogo de Futsal, do ponto de vista da sua

macro organização. Procurando enfatizar os aspectos técnicos e tácticos ofensivos. Por

fim, aborda-se a necessidade de encontrar regularidades dos processos ofensivos que

resultam em golo no fluxo conductural do jogo para que os conhecimentos possam ser

sistematizados e regulados.

A METODOLOGIA do trabalho é apresentada no quarto capítulo. Num trabalho cuja

Metodologia requeria a construção de um instrumento de observação ad hoc, como é o

presente, a informação deste capítulo constitui-se como uma base de sustentabilidade de

conhecimentos e de apoio aos procedimentos metodológicos. Assim, apresentaremos o

processo de elaboração da ferramenta de observação, onde se combinam formatos de

campo e sistemas de categorias, assim como, as estratégias que seguimos para observar

e a analisar o comportamentos no processo ofensivo que resultam em golo, sendo este o

centro das atenções no presente trabalho.

A APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS constitui o quinto capítulo do

estudo. São aqui analisados os resultados através da técnica sequencial e reforçado pela

análise da regularidade temporal, sendo depois expostos e submetidos a uma discussão

que procura produzir informação com qualidade.

No sexto capítulo é apresentado as CONCLUSÕES, de acordo com os resultados

encontrados, afinadas ao problema e aos objectivos do estudo.

No sétimo capítulo, SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS são propostas novas

linhas de investigação relacionadas com a caracterização do estado actual do Futsal.

No oitavo capítulo surgem as REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS, que constituem a base

teórica em que se sustenta à realização do presente estudo.

(18)

A

A DINÂ

ÂMICA

C

A DO G

CONTEX

GOLO E

XTO DE E

EM FU

ESTUDO

Cap

UTSAL

ítulo 2

(19)

Contexto de Estudo

A DINÂMICA DO GOLO EM FUTSAL

6

2.

C

ONTEXTO DE

E

STUDO

2.1 Objecto de Estudo

A presente investigação visa o último passo para a realização da tese de mestrado, que se

enquadra nas investigações das Ciências do Comportamento, referentes às Metodologias

Observacionais, no quadro dos estudos dos Jogos Desportivos Colectivos e em particular

do basquetebol.

As técnicas dessa metodologia, além de pertinentes e inovadoras, podem ajudar a

perceber melhor as relações, as condutas e os comportamentos no jogo permitindo não só

quantificar, mas essencialmente, qualificar as suas condutas no contexto natural.

Esta foi uma das áreas que surgiu no âmbito do rendimento desportivo, através do estudo

do jogo a partir da observação do comportamento dos jogadores e das equipas (Garganta,

2001).

Vários são os autores que actualmente, no âmbito do desporto, desenvolvem programas

informáticos para a análise de jogo, tornando-a mais fácil e rápida, uma vez que esta tem

um papel preponderante na interpretação do desempenho, sendo simultaneamente um

factor chave na preparação e melhoria do rendimento.

Entre os diferentes programas informáticos destacam: CASMAS; SPORTCODER que

actualmente se denomina THÈMECODER; SDIS-GSEQ; SOCCAF; CODEX; MATCH

VISION STUDIO e o SOF-5.

Assim, na perspectiva do investigador e do treinador, torna-se essencial recolher o máximo

de informação do jogo, para uma melhor direcção e condução dos processos de ensino e

treino.

Em termos processuais, procuraremos conceber uma metodologia de observação

inovadora, que funcionando como reforço aos sistemas actuais da análise do jogo em

futsal, proporcionando aos especialistas um acréscimo de informações específicas, sobre

o comportamento (as acções) da equipa durante a fase ofensiva, para que estes possam

intervir com maior eficácia no processo de ensino/aprendizagem. Desta forma,

(20)

Contexto de Estudo

contribuiremos para a optimização dos comportamentos dos jogadores/equipas em

competição.

Para isso, recorrendo a procedimentos científicos inerentes à Metodologia Observacional

(Anguera, 1990), para a codificação e tratamento minuciosos da informação proveniente

dos indicadores de jogo na fase ofensiva, procuraremos centrar especificamente a nossa

atenção no jogador nas que resultam em golo.

2.2 O Problema do Estudo

“O conhecimento não parte de percepções,

de observações nem de recolha de dados ou de factos,

mas sim de problemas”

(Popper, 1992)

Neste Estudo, utilizamos a Metodologia Observacional (Anguera, 1998), considerada por

muitos investigadores como o procedimento mais flexível e simultaneamente rigoroso para

este tipo de análise e que tem assumido um papel decisivo no desenvolvimento do

desporto (Campaniço & Oliveira, 2003).

Subjacentes ao problema do nosso estudo estão os princípios da dinâmica de jogo de

Futsal na perspectiva de alto rendimento, a acção de jogo no Futsal, a natureza do

confronto entre dois sistemas complexos (as equipas), a análise da lógica interna desta

actividade e da sua tendência evolutiva, o registo do fluxo de condutas e comportamentos

de jogadores protagonistas da acção de jogo, a contextualização da evolução de jogo, a

descrição e conhecimento da dinâmica e interacção desenvolvida por jogadores e equipas

na acção de jogo.

A partir da validação destas mesmas acções, iremos analisar as tomadas de decisão que

o(s) jogador(es) tomam, para assim podermos apurar padrões de conduta eficazes, por

forma a que os treinadores, investigadores e pedagogos possam melhorar o processo de

treino.

Questão Central

Será que existe, nas acções ofensivas que terminam com êxito, em futsal de alto

rendimento, um carácter de regularidade e de probabilidade de determinadas

(21)

Contexto de Estudo

A DINÂMICA DO GOLO EM FUTSAL

8

condutas ou comportamentos, relativamente a outras, que ultrapassa o mero

conceito da sorte ou acaso?

Sub - questões

Se assim for, será que esta maior regularidade e/ou probabilidade de determinadas

condutas ou comportamentos em relação a outras, permite a configuração de

padrões que caracterizam a natureza desta modalidade desportiva e das condutas

que dela emergem?

Serão tais padrões de jogo modificados ou alterados por circunstâncias inerentes ao

próprio jogo?

Será possível analisar e caracterizar os padrões de jogadas finalizadas com golo (a

favor e contra), de uma equipa da Liga Nacional de Fútbol Sala – División Honor

(Espanhola), tirando informações sobre os seus processos ofensivos e defensivos?

2.3 Objectivos do Estudo

“a expressão do Futsal está proporcionada ao espetáculo,

que é proporcionado pelo seu objectivo fundamental – o golo”.

Júnior (1998)

Esta investigação pretende analisar as acções ofensivas que terminam com êxito no Futsal

de alto rendimento, tomando como amostra, todas as equipas que disputaram a Liga

Espanhola, na divisão de Honor (1ªdivisão), na temporada de 2005/2006. Tudo isto, com o

propósito de estabelecer possíveis relações entre aspectos tácticos presentes nas ditas

acções ofensivas. Assim, através de uma análise sequencial, isolando condutas critério,

obteremos padrões de conduta de cada equipa e as situações de jogo que têm mais

eficácia, para deste modo poder desenhar tarefas de treino.

Podemos definir como objectivos específicos do nosso estudo, os seguintes.

Detectar a existência de padrões de conduta retrospectivos entre as categorias

comportamentais que formam as fases de início e desenvolvimento do processo

ofensivo.

Detectar padrões de conduta nas fases do processo ofensivo que terminam com

êxito, entre as diferentes equipas em análise.

(22)

Contexto de Estudo

Oferecer informação sobre a média de jogadores atacantes que intervêm na

obtenção do golo.

Relacionar em termos percentuais, as diversas formas de obtenção do golo.

Conhecer o microespaço de finalização mais utilizado.

Determinar os microespaços mais utilizados em relação ao tipo de

desenvolvimento do processo ofensivo.

Conhecer no microespaço, o passe mais utilizado.

E por último pretendemos apresentar propostas de intervenção didáctica em

função dos dados obtidos.

Para que estes objectivos adquirem uma plena funcionalidade, é preciso ter em conta as

seguintes permissas:

Uma equipa encontra-se em fase ofensiva quando têm a posse de bola

Uma equipa têm a posse de bola quando um jogador da mesma equipa, mantém

de forma controlada, em termos técnico-tácticos, a posse da mesma e está em

disposição de dar continuidade ao processo ofensivo.

2.4 Limitações Conceptuais e operacionais

Devido à existência de uma bibliografia muito reduzida e pouco específica nesta área,

tivemos pela frente um caminho sinuoso onde não podemos apoiar em investigações

idênticas à nossa, o que impede a comparação entre os resultados por nós obtidos e

outros estudos realizados.

A instabilidade profissional sentida, também foi uma barreira bastante difícil de ultrapassar,

pois as exigências laborais, encurtaram o tempo disponível para a realização desta tese.

Outro obstáculo foi o facto de sentirmos bastantes dificuldades a nível operacional para

recolha de todos os Jogos da fase regular.

No entanto, 1548 golos em 206 jogos parece-nos uma amostra considerável e importante

para aferir dados importantes.

(23)

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(24)

Revisão à Literatura

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ITERATURA

3.1 Síntese Histórica da Modalidade

O Futebol de Salão, primeira designação da modalidade, nasceu no Uruguai no

início da década de 30 e foi criado na Associação Cristã de Moços (ACM) de

Montevideu. Naquela época, o Futebol era uma autêntica loucura nas ruas da

cidade pois o Uruguai tinha-se sagrado campeão Mundial de Futebol.

(Braz, 2006)

Desde sempre quando se pesquisa a verdadeira origem de certas modalidades surgem

algumas dúvidas. No Futsal existem duas versões, sendo que uma defende que foi na

década de 30 no Uruguai que tudo começou e outra que defende que o Futsal é

genuinamente brasileiro.

O futebol estava em alta no Uruguai pois, como o país era bicampeão olímpico de futebol

(1924-1928), obteve o direito de organizar a primeira Copa do mundo de futebol (1930),

que também foi ganha pelo país organizador. Com essas vitórias, todos passaram a

praticar o futebol, como forma recreativa, em ruas, ginásios, quadras e salões de clubes,

não havendo preocupação com regras, número de jogadores, balizas (em ginásios, eram

pintadas nas paredes) e a bola (eram utilizadas bolas de borracha, de basquete, de meia

etc.). Surge então, Juan Carlos Ceriani Gravier, professor da ACM de Montevideu,

observando a grande procura dos jovens pela prática de futebol, teve a ideia de colocar

regras na actividade que era praticada, sendo-lhe, portanto, atribuída a paternidade desta

modalidade. Aproveitou regras de outras modalidades como as do basquetebol, o limite do

número de faltas, a substituição, e a duração dos tempos; do pólo aquático, a

regulamentação referente ao guarda-redes, como lançar a bola, além da linha divisória do

campo; do andebol, a área do guarda-redes, com os jogadores não podendo chutar de

dentro da área (Melo, 2001).

Outros há, que afirmam que a modalidade terá surgido no Brasil, no início da década de

40, mais propriamente na Associação Cristã de Mocidade (ACM) de São Paulo, uma vez

que havia uma grande dificuldade em encontrar campos de futebol livres para jogar. Foi

então que o Futebol de Salão terá conhecido os seus primeiros regulamentos e começou

então a expandir-se por toda a América do Sul e, posteriormente, Europa e resto do

Mundo.

(25)

Revisão à Literatura

A DINÂMICA DO GOLO EM FUTSAL

12

Por ocasião de um curso promovido pelo Instituto Técnico da Federação Sul Americana de

Associações Cristãs de Moços, foram distribuídas cópias destas regras a todos os

representantes da América do Sul, e entre eles alguns brasileiros como Asdrúbal Monteiro,

João Lotufo e José Routhier (Ferreira, 2001).

Através das ACMS do Rio de Janeiro e São Paulo foram protagonizadas as primeiras

práticas do futebol de salão no Brasil, e através do entusiasmo e abnegação de alguns, o

futebol de salão começou a ser mais divulgado, chegando até os clubes recreativos e

escolas regulares, ganhando cada vez mais popularidade, popularidade esta que de certa

forma impôs a necessidade de se aperfeiçoar e unificar as regras de jogo para a prática

em todo o território nacional. A 26 de julho de 1954, é fundada a primeira entidade oficial, a

Federação Metropolitana de Futebol de Salão no Rio de Janeiro, e no ano seguinte (junho

de 1955), a fundação da Federação Paulista de Futebol de Salão, que juntas promoveram

os primeiros intercâmbios salonistas no Brasil. A partir daí, surge a necessidade de ter

uma entidade, a nível nacional, para unificar as regras e promover competições, a nível

nacional, de clubes e selecções. Então, em Março de 1958, a Confederação Brasileira de

Desportos (CBD) oficializa a prática de futebol de salão no país, fundando o Conselho

Técnico de Futebol de Salão, tendo as federações estaduais como filiadas. Actuando em

conjunto, aperfeiçoaram e unificaram ainda mais as regras de jogo, objectivando com isso

a realização de competições a nível nacional envolvendo clubes e selecções estaduais,

possibilitando assim a realização em São Paulo (1959) do Primeiro Campeonato Brasileiro

de Selecções, ocasião em que o Rio de Janeiro sagrou-se campeão (Ferreira, 2001).

Sem dúvida, é um assunto que gera muita polémica. Contudo, parece um dado adquirido,

o facto de a modalidade ter surgido no início da década de 1930 e 1940, numa das ACM

espalhadas pela América do Sul.

A Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA) surgiria a 25 de Julho de 1971,

no Rio de Janeiro, sendo João Havelange o seu primeiro presidente, a qual passou a

superintender os destinos da modalidade a nível mundial, com a filiação de 32 países. A

sua fraca projecção mundial viria a ser fulcral na incapacidade para impor

internacionalmente as suas regras oficiais, tanto mais que a generalidade dos países

manteve os seus próprios regulamentos, contribuindo decisivamente para a tímida

evolução que a modalidade conheceu durante a sua gestão.

(26)

Revisão à Literatura

Amador (FIFA) passou a constituir o principal impulsionador do futebol de dimensões

reduzidas, tendo o seu futsal assumido uma posição de hegemonia face ao futebol de

salão.

A nova e universal designação, “FUTSAL”, tornou-se a conveniente abreviatura não só de

FUTbol de SALon e FUTebol de SALão (América do Sul), assim como de FUTbol SALa

(Espanha), uma vez que se tratavam das designações mais difundidas por todo o mundo

(Oliveira, 1998).

Sem dúvida que o prestígio e experiência de uma organização como a FIFA, veio dar um

grande impulso ao futebol de dimensões reduzidas em geral, e ao futsal em particular.

Deste modo, facilmente se distinguem dois importantes períodos no desenvolvimento da

modalidade: Durante a égide da FIFUSA, onde verificamos um avassalador domínio dos

países sul americanos, de entre os quais se destacam o Brasil, o Uruguai, o Paraguai e a

Argentina, e um outro, ainda em curso, após a intervenção da FIFA, onde assistimos ao

aparecimento de vários outros países nos lugares cimeiros das competições

internacionais, como a Espanha, a Itália, a Rússia, a Bélgica e a Ucrânia, mas também os

Estados Unidos da América, a Ásia bem como a África, mais recentemente, a Espanha

tem assumido um papel de destaque na evolução da modalidade, conquistando as

principais competições de selecções e de clubes nos últimos anos. Para tal muito contribui

a organização da modalidade no país.

Na actualidade, a Liga Nacional de Fútbol Sala (LNFS) é que gere e organiza o Futsal em

Espanha e, na opinião de vários autores (Sampedro, 1997; Alcázar, 2001), de uma forma

muito positiva. A LNFS é uma competição totalmente profissional, com todos os factores

caracterizadores de uma modalidade desportiva extremamente desenvolvidos.

Ainda que existam inúmeras situações por resolver, nomeadamente a uniformização

mundial das regras, assim como a implantação de competições internacionais regulares, a

modalidade desenvolve-se a bom ritmo na generalidade dos países europeus pelo que o

seu futuro parece assegurado.

Vários são os casos onde o seu franco desenvolvimento contrasta com o decréscimo do

número de praticantes do futebol, facto que não deixa os responsáveis federativos

indiferentes, que evitam ficar à margem desta nova realidade desportiva.

(27)

Revisão à Literatura

A DINÂMICA DO GOLO EM FUTSAL

14

Já se percorreu um longo caminho desde a sua origem e anonimato, ultrapassando

enormes obstáculos, até à previsível oportunidade de se converter em desporto olímpico,

tarefa que a FIFA, através do seu Comité para o Futsal, procura concretizar.

Actualmente praticado em todos os continentes, com a implementação de várias

competições internacionais sob a égide da FIFA e da União Europeia de Futebol

Associado (UEFA) e uniformização das regras a nível mundial. O conceito de futebol de

dimensões reduzidas é já um fenómeno universal que se desenvolve a bom ritmo e o seu

futuro parece assegurado.

3.2 O Futsal em Portugal

Portugal despertou para a realidade do futebol de dimensões reduzidas nos finais da

década de 70, apesar da existência de alguns clubes de bairro que até à data se

dedicavam à prática recreativa da modalidade, organizando torneios de carácter particular.

Como consequência da espectacularidade e do futebol de dimensões reduzidas e ao

aumento constante e progressivo de praticantes, começaram a surgir as primeiras

Associações de Futebol de Salão. Assim, em 1985 reuniram-se as condições para a

criação da Associação de Futebol de Salão de Lisboa, seguindo-se a do Porto em 1986,

em Outubro de 1986 a do Ribatejo, em Novembro de 1986 a do Minho e em Dezembro de

1987 a de Alcobaça (futura Leiria).

Deste modo, surge a necessidade da criação de uma entidade a nível nacional que

regulasse e gerisse o futuro da modalidade. Surge então, em 8 de Abril de 1988 a

Federação Portuguesa de Futebol de Salão (FPFS), como organismo máximo da

modalidade em Portugal.

A nível internacional, a FIFA, receando o desenvolvimento exagerado da FIFUSA,

promoveu a criação de uma variante do futebol de salão no seio das várias federações

nacionais de futebol, o futebol de cinco.

O futebol de salão foi crescendo gradualmente em Portugal, até que em 1991, o clima de

tensão latente, dá origem a um movimento liderado pela Associação de Futebol de Salão

(28)

Revisão à Literatura

do Porto, que, apoiada pelas Associações de Futebol de Salão de Bragança, Vila Real e

Algarve conduziu à separação/desvinculação da FPFS e, consequentemente, ao

abandono das provas organizadas por esta. Assistiu-se, então, ao nascimento do Futsal

em Portugal.

Conscientes do facto de o país ser demasiado pequeno para a existência de três variantes

de uma mesma modalidade, no Norte o Futsal, no Centro e Sul o Futebol de Cinco e em

Lisboa e Setúbal o Futebol de Salão, com consequências nefastas para o seu

desenvolvimento, nomeadamente no que diz respeito ao desinteresse da comunicação

social, a Federação Portuguesa de Futsal é fundada em 1991. Sem meios financeiros

capazes, assiste-se à regionalização das diversas variantes.

Em 1994, dá-se a primeira tentativa de fusão das três variantes, com a realização de um

seminário subordinado ao tema "Do futebol de dimensões reduzidas". O seminário teve

como objectivo abrir um espaço de debate com vista a uma possível junção, acabando

com as divergências de forma a desenvolver uma modalidade cheia de potencialidades de

se implantar no nosso país que, no entanto, não viria a surtir os efeitos desejados.

Desde logo ficou a sensação de que apenas seria possível o diálogo e a aproximação

entre o futsal e o futebol de cinco.

Em meados de 1997, a F.P. de Futebol e a F.P. de Futsal assinaram um protocolo, que

previa a integração das associações de futsal no seio das associações de futebol e a

criação de uma comissão nacional, na FPF de gestão para a modalidade. Com esta união

o número de equipas e de atletas aumentou consideravelmente.

Teve lugar um reajustamento, ao nível da competição organizada pela FPF, em que, após

a junção, a organização na primeira divisão se estabelecia em duas séries, Norte e Sul. Os

três primeiros classificados de cada jogavam entre si a duas voltas, apurando-se assim o

campeão nacional.

Na época de 2000/01 criou-se o primeiro campeonato nacional de Futsal nos moldes que

vigoraram até á época de 2003/04. Na época 2004/05 entraram em vigor os play-offs e os

play-outs, com o objectivo de trazer uma, ainda, maior espectacularidade à modalidade,

possibilitando a atracção de sponsors. Na actualidade, existem cerca de 25605 (dados da

UEFA) atletas, em todos os escalões e sexos, a nível nacional, distribuídas pelas várias

(29)

Revisão à Literatura

A DINÂMICA DO GOLO EM FUTSAL

16

associações distritais, sobre a égide da FPF. Se a estes juntarmos os praticantes do

Desporto Escolar e do Desporto Universitário teremos neste momento cerca de 50000

pessoas a nível nacional, a praticar a modalidade, de todas as idades e ambos os sexos

(Rocha, 2005).

3.3 Caracterização do Jogo de Futsal

“O Futsal, modalidade de grande popularidade no contexto desportivo, é um

desporto inserido na classificação dos JDC pois apresenta características

comuns a outras modalidades deste grupo.”

(Souza, 2002)

O jogo de Futsal compreende um conjunto coordenado de princípios, dispositivos e de

acções técnicas individuais, que tem por objectivo a organização defesa/ataque

organizada e a passagem rápida da situação defensiva à situação ofensiva e vice-versa.

No entanto, contrariamente a outras modalidades, por exemplo ao Futebol, Basquetebol,

Andebol e Voleibol, o Futsal não possui um lugar de destaque no âmbito científico.

Denota-se uma escassez de dados e informações referentes ás variáveis do jogo de futsal

(Souza, 2002, Barbero, 2002).

Segundo Garganta (1997) “o Futebol surge como um jogo desportivo colectivo (JDC) que

se desenvolve num contexto no qual as equipas em confronto disputando objectivos

comuns, lutam para em proveito próprio, o tempo e o espaço, realizando em cada

momento, acções reversíveis de sinal contrário (ataque-defesa) alicerçadas em relações

de oposição-cooperação.”

O Futsal, integrado no conjunto de modalidades que constituem os JDC, pode ser definido

como um jogo de actividade complexa e dinâmica, devido à multiplicidade de factores que

incidem directamente na acção sócio-motriz e no desenrolar do próprio jogo (Sampedro,

1993). Assim, os diferentes tipos de JDC consubstanciam estruturas e dinâmicas distintas

o que remete, no momento de realizar o treino desportivo, para uma abordagem

específica.

Deste modo, cada desporto exige comportamentos motores e condutas motrizes

diferenciadas, em função da sua estrutura funcional. Deduz-se assim, que a preparação no

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(32)

Revisão à Literatura

elevada variabilidade, imprevisibilidade e aleatoriedade, o que faz dele uma actividade de

grande complexidade.

No entanto, apesar de por vezes, o Futsal ser comparado ao Futebol de 11, verifica-se a

existência de uma grande diferença entre estas duas modalidades: ao nível regulamentar,

técnico, táctico e mesmo energético.

P

RINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO JOGO DE

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UTSAL

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EGULAMENTAR

O espaço disponível por jogador é de 80m², sem qualquer tipo de restrição,

como acontece no andebol (área do guarda redes) ou no basquetebol (área

restritiva.

O regulamento prevê a existência de faltas acumulativas, descontos de

tempo e um número ilimitado de substituições de jogadores (semelhante aos

desportos de pavilhão).

Tempo de jogo efectivo

P

LANO

E

NERGÉTICO

Elevada solicitação do metabolismo glicolítico (Maclaren et al. 1988; Molina,

1992).

Esforço de natureza intermitente e aleatória.

As mudanças de direcção e sentido, assim como as travagens bruscas são

frequentes.

A possibilidade de efectuar um número ilimitado de substituições, permite a

recuperação de níveis elevados de fadiga, possibilitando o aumento do ritmo

do jogo.

P

LANO

T

ÉCNICO

Exigência de um apurado nível técnico, e elevada velocidade de execução

(Fraschetti, 1989).

O controlo da bola com a planta do pé é um gesto técnico muito

característico.

Elevado número de contactos com a bola, assim como de situações de

finalização.

P

LANO

T

ÁCTICO

Os esquemas tácticos mais rudimentares (2:2), assemelham-se aos

habitualmente utilizados no hóquei em patins.

A defesa individual pressionante em todo o campo começa a ser difundida,

apesar de ainda prevalecer a defesa mista.

Nas movimentações ofensivas, os bloqueios, típicos do basquetebol são

cada vez mais frequentes.

Recurso frequente a situações de 1x1 no ataque (Chaves e Amor, 1998).

A utilização do guarda-redes como um elemento integrante do processo

ofensivo em situações de desvantagem no marcador, é já uma realidade.

Rápida alternância entre situações de ataque e defesa (Chaves e Amor,

1998).

Crescente exigência de jogadores polivalentes, com uma elevada

capacidade e rapidez de decisão.

(33)

Revisão à Literatura

A DINÂMICA DO GOLO EM FUTSAL

20

3.4 Implicação Técnico e Táctica Jogo de Futsal

“a actuação de um jogador está fortemente condicionada

pelo modo como ele percebe e

compreende o jogo em si.”

(Souza 2002)

Segundo Teodorescu (1984) e Castelo (1994), a táctica pode ser definida como sendo um

conjunto de acções, quer individuais quer colectivas, no domínio da preparação física,

psicológica e técnica dos jogadores, que seleccionados, organizados e coordenados

conjuntamente, tentam alcançar a finalidade do jogo através da utilização lógica e oportuna

do mesmo.

“Ao observarmos o jogo de futebol imediatamente chegamos à conclusão do elevado grau

de complexidade que os comportamentos técnico-tácticos dos jogadores em si encerram.

Executar uma acção correcta, no momento exacto, empregando a força necessária,

imprimindo a velocidade ideal, antecipando as acções dos adversários, e tornando

compreensível a sua acção em relação aos companheiros, são alguns do elementos que

qualquer jogador deve ter em conta antes de tomar uma decisão. Com efeito, o

comportamento dos jogadores só é compreensível considerando-os como indivíduos que

têm que dar uma resposta eficaz às várias situações momentâneas de jogo, portanto estes

são obrigados a adaptar-se rápida e continuamente a si próprios, às necessidades da

equipa e aos problemas postos pela equipa adversária” (Castelo, 1996)

No Futsal as acções estão baseadas num alto deficit de tempo, no qual os jogadores

procuram eleger a decisão mais adequada, necessitando também de uma boa destreza

técnica. Deste modo, o rendimento no futsal, está directamente associado a duas

componentes, a componente cognitiva (táctica) e a componente motora (técnica) que não

se podem dissociar uma da outra.

(34)

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Figura 4.  Desenhos Observacionais em quadrantes definidos (Adaptado de Losada, 1997)
Figura 5. Exemplificação do registro de uma acção ofensiva que termina em golo.
Figura 14. Analise individual dos jogadores do Lobelle que executaram Reposições Laterais que originaram golo (FA)
Figura 15. Analise individual dos jogadores do Lobelle que mais finalizaram as acções ofensivas (FA)
+3

Referências

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