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Estado nutricional de zinco em pré-escolares de creches públicas da cidade do Recife-PE

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Academic year: 2021

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(1).. PAULA SIMPLÍCIO DA SILVA. ESTADO NUTRICIONAL DE ZINCO EM PRÉ-ESCOLARES DE CRECHES PÚBLICAS DA CIDADE DO RECIFE-PE. RECIFE 2005.

(2) .. PAULA SIMPLÍCIO DA SILVA. ESTADO NUTRICIONAL DE ZINCO EM PRÉ-ESCOLARES DE CRECHES PÚBLICAS DA CIDADE DO RECIFE-PE. Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre.. ORIENTADOR: Profº Alcides da Silva Diniz CO-ORIENTADOR: Profª Ilma Kruze Grande de Arruda. RECIFE 2005.

(3) .. Silva, Paula Simplício da Estado nutricional de zinco em pré-escolares de creches públicas da cidade do Recife-PE / Paula Simplício da Silva. – Recife : O Autor, 2005. 103 folhas : il., fig., tab. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Nutrição, 2005. Inclui bibliografia e anexos. 1. Zinco – Nutrição – Crianças – Recife-PE. 2. Alimento – Consumo. 3. Avaliação antropométrica. I. Título. 613.2 613.2. CDU (2.ed.) CDD (22.ed.). UFPE BC2005-459.

(4) ..

(5) .. AGRADECIMENTOS. À Deus, por todo amor que nos dedica.. À Minha família por toda a compreensão, apoio e por escutarem, mesmo sem compreender bem, sobre as discussões e comentários da dissertação.. Ao Profº Alcides da Silva Diniz, pela orientação, por toda a paciência, experiência e dedicação.. À Profª Débora Catarine N. P. Pessoa por toda a amizade e dedicação desde a época da graduação.. À Profª Ilma Kruze Grande de Arruda, pela amizade, disponibilidade e apoio na realização desta dissertação.. À Keila e Ana Luiza, amigas para todas as horas e companheiras de duas fases boas da minha vida a Residência em Nutrição Clínica e o Mestrado; espero que façam parte das demais.. Ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco, pela qualidade do ensino oferecido.. À Necy, secretária da Pós-Graduação em Nutrição, por toda a amizade e presteza..

(6) .. À Maria de Jesus pela amizade e ajuda na dissertação. Por Fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração deste trabalho..

(7) .. SUMÁRIO. LISTA DE TABELAS LISTA DE FIGURAS RESUMO 1- INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------. 1. 1.1- O Zinco na Saúde Humana-----------------------------------------------------------. 1. 1.2- Aspectos Históricos---------------------------------------------------------------------. 3. 1.3- Aspectos Epidemiológicos-------------------------------------------------------------. 4. 1.4- Aspectos Metabólicos-------------------------------------------------------------------. 7. 1.5- Aspectos Diagnósticos------------------------------------------------------------------. 9. 1.6- Tratamento e Prevenção---------------------------------------------------------------. 11. 2- JUSTIFICATIVA-----------------------------------------------------------------------. 14. 3- OBJETIVO GERAL----------------------------------------------------------------------. 15. 3.1- OBJETIVOS ESPECÍFICOS--------------------------------------------------------. 15. 4- METODOLOGIA-------------------------------------------------------------------------. 16. 4.1- Desenvolvimento da Investigação----------------------------------------------------. 16. 4.2- Desenho do Estudo----------------------------------------------------------------------. 16. 4.3- População de Estudo-------------------------------------------------------------------. 17. 4.4- Amostragem------------------------------------------------------------------------------. 17. 4.4.1- Tamanho--------------------------------------------------------------------------------. 17. 4.4.2- Seleção----------------------------------------------------------------------------------. 18. 4.5- Métodos e Técnicas de Avaliação----------------------------------------------------. 20.

(8) .. 20 4.5.1- Métodos de Avaliação do Zinco---------------------------------------------------4.5.2- Fosfatase Alcalina Sérica. 21. 4.5.3- Inquérito de Consumo alimentar--------------------------------------------------. 22. 4.5.4- Antropometria-------------------------------------------------------------------------. 26. 4.6- Análise de Dados------------------------------------------------------------------------. 27. 4.7- Considerações Éticas------------------------------------------------------------------. 28. 5- RESULTADOS----------------------------------------------------------------------------. 29. 5.1- Características da Amostra-----------------------------------------------------------. 29. 5.2- Avaliação Bioquímica------------------------------------------------------------------. 30. 5.3- Consumo Alimentar--------------------------------------------------------------------. 34. 5.3.1- Zinco Alimentar-----------------------------------------------------------------------. 34. 5.3.2- Outros Componentes da Dieta-----------------------------------------------------. 37. 5.4- Avaliação Antropométrica------------------------------------------------------------. 38. 5.5- Concentrações de Zinco no cabelo vs Atividde Enzimática da Fosfatase Alcalina Sérica--------------------------------------------------------------------------------. 43. 5.6- Estado Nutricional de Zinco vs sexo------------------------------------------------. 44. 5.7- Estado Nutricional de Zinco vs idade-----------------------------------------------. 46. 5.8- Consumo Alimentar vs sexo----------------------------------------------------------. 50. 5.9- Consumo Alimentar vs idade---------------------------------------------------------. 52. 5.10- Índices Antropométricos vs variáveis demográficas---------------------------. 53. 5.11- Estado Nutricional de Zinco vs Índices Antropométricos---------------------. 59. 5.12- Consumo Alimentar de Zinco vs Consumo Alimentar de outros Nutrientes--------------------------------------------------------------------------------------. 70. 6- DISCUSSÃO-------------------------------------------------------------------------------. 76. 7- CONCLUSÕES----------------------------------------------------------------------------. 84.

(9) .. 8- RECOMENDAÇÕES--------------------------------------------------------------------. 86. 9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS----------------------------------------------. 88. 10- ANEXOS----------------------------------------------------------------------------------. 103.

(10) .. RESUMO. Introdução: A carência de zinco tem sido considerada como um importante problema nutricional, em crianças na idade pré-escolar. Objetivo: avaliar o estado nutricional de zinco (Zn) em pré-escolares de creches públicas do Recife. Métodos: Corte transversal, envolvendo 311 crianças de 6-59 meses, no ano de 1999. O Zn foi avaliado pelas concentrações no cabelo, fosfatase alcalina (FA) e pelo consumo alimentar (pesagem + recordatório). O estado nutricional foi estimado pelos índices antropométricos P/I, A/I e P/A, segundo recomendações do NCHS. Resultados: A deficiência de Zn (<1,07µMol/g) foi de 70,3%, níveis baixos de FA (<250 UI/L) foi de 15,9% e de consumo inadequado 19,6% (RDA, 2001). O retardo do crescimento linear ocorreu em 8,1%, o baixo peso, 7,5% e a desnutrição aguda, 1,9%. As concentrações de Zn não apresentaram correlação com FA (p> 0,05), embora tenham mostrado uma relação inversa (r= - 0.16) com o consumo de Zn (p> 0,05). Por outro lado, Zn e FA não se correlacionaram com o sexo (p> 0,05), nem com os índices antropométricos (p> 0,05). Houve uma correlação inversa (r= -0.17) entre o Zn e a idade. A ingestão de Zn esteve associada com a de fibras (rho= 0,17), cálcio (r= 0.72) e proteínas (r= 0.82). Conclusão: A deficiência crônica de zinco mostrou-se extremamente elevada. Ações integradas de prevenção e controle são fortemente recomendadas nessa área de risco..

(11) .. ABSTRACT. Background: Zinc Deficiency Disorders (ZnDD) has been considered as an important nutritional problem among pre-school children. Methods: Following a systematic sampling procedure, a cross sectional study was conducted involving 311 children, aged 6-59m, in Recife, 1999. Zinc status was assessed by hair-Zn, alkaline phosphatase (AP) and Food Intake (FI). Nutritional status was evaluated by the indices W/A, H/A and W/H according to NCHS guidelines. Results: ZnDD (<1,07µMol/g) was 70.3%, AP (<250 UI/L) was 15.9% and low Zn-FI was 19.6% (RDA, 2001). Stunting, wasting and low-weight were 8.1%, 1.9% and 7.5%, respectively. Hair-Zn was not correlated to AP (p> 0.05), but did inversely (r= -0.16) with Zn-FI. Hair-Zn and AP did not correlated to sex (p> 0.05), neither with anthropometric indices (p> 0.05). However, Hair-Zn inversely correlated with age (r= -0.17). Zn-FI had association with fibbers (rho= 0.17), calcium (r= 0.72) and protein (r= 0.82) intake. Conclusion: Zinc Deficiency Disorders was very prevalent among pre-school children of Recife, Northeast Brazil. Concerted actions towards prevention and control are strongly recommended in this setting..

(12) .. LISTA DE TABELAS. 1- Características demográficas de crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 30. 2 – Níveis de adequação das concentrações de zinco no cabelo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 32. 3 – Níveis de atividade sérica da fosfatase alcalina, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches do município de Recife – PE, 1999.. 34. 4- Consumo alimentar de crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999.. 37. 5 – Avaliação nutricional, segundo o índice Peso/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 39. 6 – Avaliação nutricional segundo o índice Altura/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 41. 7 – Avaliação nutricional, segundo o índice Peso/altura em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 43. 8- Distribuição dos níveis de zinco no cabelo, segundo o sexo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 45. 9- Distribuição dos níveis de atividade enzimática da fosfatase alcalina, segundo o sexo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas do município de Recife – PE, 1999. 46. 10- Distribuição dos níveis de zinco no cabelo (µmol) segundo a idade, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 48. 11- Distribuição dos níveis de atividade enzimática da fosfatase alcalina, segundo a idade, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 50. 12– Consumo de macro e micronutrientes, segundo o sexo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 51. 13- Consumo alimentar, segundo a idade, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 52. 14- Consumo alimentar, segundo a idade, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 53.

(13) .. 15- Adequação do índice Peso/idade, segundo o sexo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches da cidade do Recife – PE, 1999. 54. 16- Adequação do índice Altura/idade, segundo o sexo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches da cidade do Recife – PE, 1999. 55. 17- Adequação do índice Peso/altura, segundo o sexo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches da cidade do Recife – PE, 1999. 55. 18- Distribuição dos níveis de zinco no cabelo (µmol) segundo o índice antropométrico peso/idade, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 60.

(14) .. LISTA DE FIGURAS. 1-Curvas de distribuição das concentrações de zinco no cabelo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 31. 2–Curva de distribuição dos níveis de atividade sérica da fosfatase alcalina, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches da cidade do Recife – PE, 1999.. 33. 3-Curva de distribuição do consumo dietético de zinco em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches da cidade do Recife – PE, 1999. 35. 4 - Adequação do consumo de zinco, segundo a RDA-DRI* – 2001, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife-PE, 1999. 36. 5 - Adequação do consumo de zinco, segundo a RDA* - 1989, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife-PE, 1999. 36. 6 – Curva de distribuição do índice Peso/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 38. 7 – Curva de distribuição do índice Altura/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999 40 8 – Curva de distribuição do índice Peso/altura em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 42. 9- Correlação as concentrações de zinco no cabelo e a atividade enzimática da fosfatase alcalina de crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – 44 PE, 1999. 10- Distribuição das concentrações de zinco no cabelo (µmol) segundo a idade, em crianças de 6 a 59 meses de idade de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 47 1999 11- Distribuição dos níveis de atividade enzimática da fosfatase alcalina, segundo a idade, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 49. 12- Correlação entre o índice peso/idade e a idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 56. 13- Correlação entre o índice altura/idade, e a idade de crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999 57 14- Correlação entre o índice peso/altura, e a idade de crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 58.

(15) .. 15- Concentrações do zinco no cabelo e adequação do índice peso/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 59. 16- Concentrações do zinco no cabelo e adequação do índice altura/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 61. 17- Concentrações do zinco no cabelo e adequação do índice peso/altura em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 62. 18- Níveis séricos da atividade enzimática da fosfatase alcalina e adequação do índice peso/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife 63 – PE, 1999 19- Níveis séricos da atividade enzimática da fosfatase alcalina e adequação do índice altura/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 64. 20- Níveis séricos da atividade enzimática da fosfatase alcalina e adequação do índice peso/altura em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 65. 21- Consumo alimentar de zinco e adequação do índice peso/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 66. 22- Consumo alimentar de zinco e adequação do índice altura/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 67. 23- Consumo alimentar de zinco e adequação do índice peso/altura em crianças de 6 a 59 68 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999 24- Concentrações do zinco no cabelo e consumo alimentar de zinco em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 69. 25- Níveis séricos da atividade enzimática da fosfatase alcalina e consumo alimentar de zinco em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 70. 26- Consumo alimentar de zinco e proteína em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 71. 27- Consumo alimentar de zinco e fibras em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 72. 28- Consumo alimentar de zinco e cálcio em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 73.

(16) .. 29- Densidade do zinco alimentar e concentrações de zinco no cabelo em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. 74. 30- Densidade do zinco alimentar e atividade enzimática da fosfatase alcalina em crianças de 6 a 59 meses de idade de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 75 1999.

(17) Consumo de zinco em pré-escolares .. SILVA, P. S.. 1- INTRODUÇÃO. 1.1-. O Zinco na Saúde Humana. A deficiência crônica e endêmica de zinco tem distribuição cosmopolita, sendo mais prevalente em áreas onde a população subsiste com a ingestão protéica de origem vegetal, raízes e tubérculos, que têm baixo conteúdo de zinco, e apresentando um baixo consumo de produtos de origem animal, principalmente carne. Estima-se que cerca de 10% da população da Europa Ocidental, da América do Norte, Região Norte da África e Região Mediterrânea encontram-se em risco de inadequado consumo de Zinco, enquanto que, aproximadamente, 25% habitam espaços geográficos situados na América Latina, Caribe, Sul e Sudeste da Ásia e África (HOTZ e BROWN, 2004; MAKONNEM, et al., 2003).. O zinco é um nutriente essencial para o metabolismo orgânico, podendo desempenhar papel estrutural, catalítico ou regulatório, pois faz parte de muitas metaloenzimas que estão envolvidas em numerosos processos bioquímicos, a exemplo da anidrase carbônica, cobre-zinco superóxido dismutase, fosfatase alcalina, álcool desidrogenase e proteínas dedos de zinco. Esse mineral é encontrado nas seis classes de enzimas da International Union of Biochemistry (IUB) (MAFRA e COZZOLINO, 2004; BROWN, 2003; HENRIQUES, et al., 2003; KING e KEEN, 1994, VALLEE e FALCHUK, 1993).. O zinco é um micronutriente indispensável na biologia humana, uma vez que está envolvido em muitos processos fisiológicos, incluindo crescimento e desenvolvimento, síntese de DNA, funções imunológicas, funções neurosensoriais, desenvolvimento e. 1.

(18) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. maturação de órgãos reprodutivos, cicatrização de ferimentos e outros importantes processos celulares (SHINJINI e MOULI, 2004; BLACK, 2003; BLACK e SAZAWAL, 2001; SHAY e MANGIAN, 2000; WOOD, 2000; TAKYI e ASIBEYBERKO, 1999; WALRAVENS, 1983).. Os grupos de riscos expostos à carência desse micronutriente são crianças e adolescentes na fase de crescimento, vegetarianos, idosos, alcoólatras, bem como gestantes e lactantes, situações em que o requerimento desse nutriente está aumentado. A gravidez normal requer zinco adicional, em torno de 0,16mg/dia, no primeiro trimestre, 0,39mg/dia, durante segundo e 0,39 no terceiro trimestre, para atender às necessidades do feto em crescimento, além do aumento uterino, placentário, do fluido amniótico e mamário (HOTZ e BROWN, 2004; KING, et al., 2000; OLIVEIRA e MARCHINI, 1998; SALMENPERÃ, 1997; RUZ et al., 1991). Algumas complicações que ocorrem durante a gravidez são correlacionadas com a deficiência de zinco, destacando-se o trabalho de parto mais prolongado, hipertensão arterial, hemorragias post partum, abortos e má-formação congênita (ROSADO, 1998).. As principais características clínicas e subclínicas da deficiência de zinco em humanos são retardo do crescimento linear, atraso na maturação sexual e esquelética, dermatite orificial e acral, diarréia, alopecia, mudanças comportamentais, anormalidades na adaptação ao escuro, disfunções imunológicas e maior susceptibilidade às infecções intermitentes. A deficiência do mineral pode, ainda, alterar o controle do apetite, causando anorexia e hipogeusia, por ação direta no Sistema Nervoso Central, modificando a responsividade de receptores aos neurotransmissores (SIKLAR, et al., 2003; SALGUEIRO et al., 2002; OMS, 1998; PRASAD, 1998).. 2.

(19) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Evidências recentes sugerem que a deficiência de zinco pode estar associada com déficit de atividade física, atenção e desenvolvimento motor, que são problemas de ocorrência freqüente em crianças desnutridas (BLACK, 1998).. 1.2-. Aspectos Históricos. Em 1869, o zinco foi consolidado como um mineral essencial. Neste momento, foi demonstrada a sua importância para o crescimento de plantas, embora a sua necessidade na nutrição humana só tenha sido comprovada na metade do século passado (COUSINS e HEMPE, 1991). Apesar de, nessa época, o zinco já ser considerado um micronutriente necessário na nutrição humana, os pesquisadores tenderam a descartar a probabilidade de deficiência de zinco em humanos, principalmente, de origem nutricional (HAMBIDGE, 2000).. Os primeiros estudos, ligando o zinco ao crescimento, foram realizados no Irã e no Egito. “Meninos nutricionalmente anões”, caracterizados por baixa estatura, anemia por deficiência de ferro e maturidade sexual retardada, mostraram melhora marcante com suplementação de zinco. Alguns cresceram até 12,7cm em 1 ano e mostraram progressão paralela no desenvolvimento gonadal. A causa primaria da deficiência de zinco foi atribuída a uma dieta que consistia, principalmente, de pão fibroso não fermentado (PRASAD, 1988).. Vale ressaltar que somente após a década de 60, a deficiência grave de zinco começou a ser notificada em países industrializados, notadamente com o reconhecimento da acrodermatite enteropática, uma desordem genética que afeta a absorção de zinco,. 3.

(20) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. ocasionando alterações neuropsiquiátricas, tais como irritabilidade, desordens emocionais, tremores e ataxia cerebelar, bem como lesões cutâneas do tipo orificial e acral (PRASAD, 1991; MOYNAHAN, 1974). Estudos iniciados na década de 70 enfocaram a deficiência grave de zinco em pacientes que eram submetidos a longos períodos de nutrição parental total, que não continham zinco na sua formulação (HAMBIDGE, 2000).. 1.3-. Aspectos Epidemiológicos. Estados fisiológicos que aumentam os requerimentos de zinco, a exemplo da fase de crescimento em crianças e na adolescência, gestação e amamentação, ou ingestão alimentar deficiente, podem precipitar o aparecimento de alterações bioquímicas ou funcionais da deficiência de zinco (OLIVERA e MARCHINI, 1998).. Estudo realizado com crianças pré-escolares, que apresentavam baixa estatura, verificou a ocorrência de um pequeno, mas significativo crescimento, após um ano de suplementação com zinco (WALRAVENS, et al., 1983). Este mesmo autor, em 1989, ao estudar adolescentes que apresentavam retardo do crescimento linear, segundo as curvas de referência do National Center for Health Statistics (NCHS, 1977), observou, no grupo suplementado com zinco, uma melhora na velocidade de crescimento (8,3 ± 1,5 cm/ ano).. Estudo com 103 crianças, de 3 meses a 6 anos de idade, pertencentes a famílias de baixa renda, atendidas no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), da UFRJ, encontrou que 77,7% das crianças apresentavam-se normais, quanto à avaliação. 4.

(21) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. antropométrica, 11,7% com desnutrição atual e 10% com quadros mais severos de desnutrição. Quanto aos níveis de zinco sérico, ocorreu uma diminuição em função da severidade da desnutrição, sendo significativa para as que apresentaram desnutrição atual de segundo grau e desnutrição crônica, variando desde um valor médio de 98,3 µg/dl, para as crianças normais, até 68,7 µg/dl para as que apresentaram desnutrição crônica (DONANGELO e AZEVEDO, 1984).. Crianças pré-escolares canadenses, com idade entre 4 e 5 anos (62 do sexo masculino e 44 do feminino), foram avaliadas quanto às concentrações de zinco do cabelo e o padrão alimentar. Os achados demonstraram que meninos com níveis de zinco < 70µg/g apresentaram diferença significativa, em relação à altura, quando comparados com meninos que apresentaram níveis de zinco > 70µg/g. Estes achados mostraram-se associados com o baixo consumo de alimentos ricos em zinco e um consumo elevado de componentes alimentares que podem inibir a absorção de zinco (VANDERKOOY e GIBSON, 1987).. Em estudo realizado com 126 crianças (69 do sexo masculino e 57 do sexo feminino), com idade entre 2 e 7 anos, e residentes no Município de Ribeirão Preto-SP, Favaro e Vannucchi (1990) observaram que 13% das crianças tinham concentrações plasmáticas de zinco consideradas deficientes, não havendo diferença significativa entre os sexos. Concernente aos parâmetros antropométricos, peso, altura, relação peso/altura, dobra cutânea triciptal, circunferência braquial e circunferência muscular, os autores não observaram correlação significativa com os níveis plasmáticos de zinco (FÁVARO e VANNUCCHI, 1990).. 5.

(22) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Silva-Santana et al. (2002), ao estudarem crianças pré-escolares institucionalizados do município de João Pessoa - PB encontraram uma prevalência de deficiência de zinco no cabelo da ordem de 61,9%, onde 38,5% apresentaram deficiência grave, 18,6% deficiência moderada e 4,8% deficiência leve. A prevalência de níveis inadequados de atividade enzimática da fosfatase alcalina sérica foi de 40,1%, não havendo, no entanto, correlação entre os dois parâmetros de avaliação do estado nutricional de zinco.. Uma metanálise realizada com 33 estudos de intervenção analisou o efeito da suplementação de zinco e o crescimento de crianças que apresentavam baixo peso e estatura, em vários países, sendo verificado que a suplementação tem efeito estatístico significativo no crescimento linear e ganho de peso corpóreo nessas crianças, e que outras deficiências podem estar presentes, mas não se correlacionam com o retardo no crescimento (BROWN et al., 2002).. Hotz et al. (2004), avaliando o estado nutricional de zinco em mulheres (12-49 anos), escolares (6-12 anos) e pré-escolares (0-5 anos), no México, observaram que 30% dos pré-escolares e das mulheres e 25% dos escolares apresentaram baixa concentração sérica de zinco. Estes autores observaram que este fato estava associado ao baixo consumo de zinco, avaliado através do recordatório de 24 horas, e as precárias condições sócio-econômicas dos entrevistados.. Por outro lado, a fortificação de leite com ferro ferroso, vitamina A PLUS e ácido ascórbico, e a suplementação de 10mg/L de zinco demonstrou melhorar o crescimento das crianças (12-24 meses), concentrações séricas de zinco e a disponibilidade das. 6.

(23) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. reservas séricas de ferro, em 253 crianças desnutridas de uma região pobre de Brasília nos anos de 1999-2002 (PEDERNEIRAS e DOREA, 2004).. 1.4-. Aspectos Metabólicos. O corpo humano contém entre 1,5 e 2,5g de zinco que é, primariamente, um íon intracelular, onde 80% encontram-se no citosol e o restante no núcleo. Esses valores se mantêm constante graças à absorção de, aproximadamente, 5mg/dia (COUSINS, 1997). Maiores concentrações corporais estão presentes na musculatura esquelética (57%), ossos (29%), pele (6%) e fígado (5%), bem como, nas secreções e fluidos corporais (OLIVEIRA e MARCHINI, 1998).. Na maioria dos tecidos, a exemplo do músculo, encéfalo, pulmões e coração, as concentrações de zinco são relativamente estáveis e não respondem às variações do conteúdo deste metal na dieta. Em outros tecidos, ossos, testículos, pêlo e sangue, a concentração de zinco tende a refletir a ingestão dietética (COUSINS e HEMPE, 1991).. O controle homeostático do metabolismo do zinco resulta do equilíbrio entre a absorção do zinco da dieta e as secreções endógenas, mediante uma regulação adaptativa programada pelo aporte diário desse micronutriente (COUSINS, 1997). A manutenção da homeostase do zinco ocorre no sistema gastrintestinal, especialmente, no intestino delgado, fígado e pâncreas (KREBS, 2000; SIAN et al., 1996).. A quantidade de zinco absorvida da alimentação constitui a principal forma de seu controle corporal; o zinco é absorvido ao longo de todo o intestino delgado,. 7.

(24) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. particularmente, no jejuno. Porém a solubilidade do zinco no lúmen intestinal é crítica, pois os íons de zinco estão geralmente ligados aos aminoácidos ou peptídeos curtos; no lúmen, os íons são liberados na membrana da borda em escova para absorção por meio de um mecanismo carreador. Nesse processo, os íons de zinco ligam-se à metalotioneína plasmática e outras proteínas dentro do citosol. A metalotioneína carreia o zinco (por movimento transcelular), em direção à borda da membrana basolateral, para a etapa de saída da célula (mecanismo ativo), podendo ser usado pelo enterócito ou passar para a circulação portal, onde é transportado pela albumina e, em pequenas quantidades, pela transferrina e pela alfa2-macroglobulina.. (MAHAN e ESTCOTT-STUMP, 2002;. OLIVEIRA e MARCHINI, 1998; LEE, et al.1989; REYS, 1996).. A maior parte do zinco no sangue está localizada nos eritrócitos e leucócitos. O zinco plasmático é metabolicamente ativo e flutua em resposta à ingestão dietética, assim como aos fatores patológicos, tais como lesão tecidual e inflamação (MAHAN e ESTCOTT-STUMP, 2002).. A principal forma de eliminação do zinco corporal é pelas fezes e, mesmo após longo período de dieta sem zinco, a excreção fecal atinge, aproximadamente, 1mg/dia. Em condições normais, apenas 400-600µg de zinco/dia são excretados na urina. Em situações anormais, como por exemplo, a sudorese excessiva ou as perdas sangüíneas também podem ser importantes (MAHAN e ESTCOTT-STUMP, 2002).. As principais fontes alimentares de zinco são a carne bovina, de frango e peixe; camarão, ostras e fígado; bem como, grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos. Frutas, hortaliças e outros vegetais, em geral, são fontes pobres em zinco. A. 8.

(25) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. interação entre o zinco e outros nutrientes da alimentação pode aumentar ou diminuir sua absorção (OLIVEIRA e MARCHINI, 1998).. Alguns fatores influenciam a absorção de zinco, como a quantidade desse mineral no lúmen intestinal, a presença de promotores dietéticos (ex. leite humano, proteína animal) ou inibidores (ex. fitato e outros minerais), o “status” de zinco, especialmente, em relação ao consumo crônico de zinco, e o estado fisiológico (KREBS, 2000; COPPEN e DAVIES, 1987).. 1.5-. Aspectos Diagnósticos. O diagnóstico da deficiência de zinco tem sido uma difícil tarefa, em virtude da falta de parâmetros de diagnóstico suficientemente sensíveis e específicos para avaliar o estado orgânico do mineral. Um grande número de marcadores tem sido proposto, embora nenhum deles apresente as características necessárias de um bom marcador (OMS, 1998). Nesse sentido, o uso concomitante de indicadores bioquímicos, fisiológicos e dietéticos, tem sido utilizado objetivando imprimir um maior poder discriminatório do status de zinco no organismo (GIBSON, 1990).. Na avaliação do estado nutricional de zinco estão envolvidas medidas de índice estático – concentrações do nutriente nos tecidos ou fluidos e avaliação de proteínas ou enzimas que contém o zinco – e funcionais, como o desempenho de funções fisiológicas dependentes do zinco, além de avaliação dietética (HOTZ e BROWN, 2004; SALMENPERÄ, 1997; KING e KEEN, 1994).. 9.

(26) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. O zinco plasmático ou sérico é bastante utilizado na avaliação do estado nutricional de zinco, pois indivíduos com deficiência de zinco apresentam concentrações plasmáticas e séricas reduzidas, tornando-se normais com a suplementação de zinco. Porém, essas concentrações são afetadas por muitos fatores não nutricionais, como nos casos de infecção aguda e inflamação; cirrose alcoólica e desnutrição, que são associadas com hipoalbuminemia; na presença de gravidez, devido a hemodiluição; uso de contraceptivos orais ou tratamento hormonal; e em casos de hemólise de células vermelhas (HOTZ e BROWN, 2004; WOOD, 2000; GIBSON, 1990).. O conteúdo de zinco do cabelo reflete a quantidade de zinco disponível no folículo capilar, num intervalo de tempo e, desse modo, a análise de suas concentrações tem sido utilizada na avaliação do estado crônico de zinco (HOTZ e BROWN, 2004; GIBSON, 1990; STRAIN et al.,1966). Sinais clínicos da deficiência marginal de zinco, como déficit do crescimento e anorexia, são geralmente associados com concentrações de zinco no cabelo menores que 70µg/g (1,07µmol/g) (GIBSON, 1990).. Muitas enzimas que são dependentes de zinco estão sendo utilizadas no diagnóstico do estado desse oligoelemento, dentre elas a fosfatase alcalina, a ribonuclease, a deidrogenase láctica, a superóxido dismutase e a carboxipeptidase (HOTZ e BROWN, 2004; GIBSON, 1990). Kasarskis e Schuna (1980) recomendam a utilização da fosfatase alcalina no diagnóstico da deficiência marginal de zinco.. A avaliação da adequação do consumo de zinco pode fornecer dados do risco da sua deficiência na população. Para mensurar o consumo dietético do zinco, é necessário compará-lo com a recomendação dietética, que leva em consideração as necessidades. 10.

(27) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. fisiológicas para a absorção do zinco; a estimativa da proporção do zinco dietético que é absorvido, utilizando para o cálculo a necessidade média estimada (EAR) do nutriente; e a estimativa do coeficiente de variação (CV) do consumo habitual da população (HOTZ et al., 2003).. 1.6-. Tratamento e Prevenção. Algumas estratégias de intervenção têm sido recomendadas para o combate da deficiência de zinco na população de risco, como a suplementação, fortificação de alimentos amplamente consumidos e a modificação de hábitos dietéticos (LOBO e TRAMONTE, 2004; ZINC PROTECTS, 2004).. A suplementação visa fornecer nutrientes adicionais na forma de compostos químicos ou farmacêuticos, a grupos populacionais vulneráveis, com o objetivo de melhorar o estado nutricional em um curto período de tempo (HOTZ e BROWN, 2004).. Uma metanálise, avaliando a suplementação de zinco e doenças infecciosas, observou redução de 41% na incidência de pneumonia em crianças da Índia, Jamaica, Peru e Vietnam, e redução de 18% na incidência e 25% na prevalência de diarréia em crianças residentes em países da América Latina, Caribe, Sul e Sudeste da Ásia (BHUTTA et al., 1999). Segundo Larson (2004), a suplementação diária de zinco (20mg), por 10-14 dias, reduz a duração e a severidade da doença diarréica e, provavelmente, reduz o desenvolvimento de diarréia prolongada ou persistente, além de diminuir o risco de episódios futuros por 3 a 6 meses.. 11.

(28) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Corroborando estes estudos, Brooks et al. (2004), avaliando a suplementação semanal de 70mg de zinco, em 1653 crianças menores de 2 anos em Dhaka, Bangladesh, observaram a redução de 17% na incidência de pneumonia, 49% na severidade da pneumonia, além de reduzir a mortalidade. A suplementação reduz, ainda, a severidade da infecção por Plasmodium falciparum, como observado no estudo realizado na Papua New Guinea, no qual a suplementação de 10 mg/dia de zinco reduziu em 38% as visitas clínicas atribuídas à infecção pelo Plasmodium falciparum em crianças pré-escolares (SHANKAR et al., 2000). Um estudo na Índia, com crianças apresentando baixo peso ao nascer, demonstrou que a suplementação diária de zinco reduz a mortalidade em 68% (SAZAWAL et al., 2001).. A dose recomendada para suplementação de zinco em crianças de 7 meses a 3 anos é de 5 mg/dia; para maiores de 3 anos, de 10 mg/dia; adultos com idade igual ou superior a 19 anos, gestante e nutrizes apresentam a mesma recomendação 20 mg/dia. Crianças menores de 4 anos, que apresentem desnutrição severa (Peso/altura < -3 escores Z), a recomendação é de 10 mg/dia (HOTZ e BROWN, 2004).. A fortificação de alimentos, condimentos e bebidas desempenha um importante papel na eliminação virtual da deficiência de micronutrientes nos países industrializados. Fórmulas infantis, cereais infantis e cereais matinais, normalmente são fortificados com zinco. Os compostos de zinco utilizados são sulfato de zinco, cloreto de zinco, gluconato de zinco, óxido de zinco e estearato de zinco, todos listados como GRAS (General Regarded as Safe) pela US Food and Drug Administration. A escolha do composto depende do seu efeito no produto alimentício final, da vida de prateleira e do custo. A fortificação de cereais, por exemplo, é em torno de 70 mg de zinco por. 12.

(29) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. quilograma de farinha do cereal (BOCCIO e MONTEIRO, 2004; ZINC PROTECTS, 2004).. Programas de modificação e diversificação dietética também são utilizados como estratégias de longo prazo, no combate às carências nutricionais. A orientação alimentar envolve a seleção de alimentos nutritivos e métodos de preparo e processamento de alimentos, levando em consideração os hábitos dietéticos e culturais da população. Estratégias como a utilização de fertilizantes ricos em zinco, aplicados em solo pobre neste nutriente, podem aumentar a quantidade de zinco contido nos cereais, combatendo a deficiência em populações onde o consumo deste alimento é elevado (HOTZ e BROWN, 2004; ZINC PROTECTS, 2004).. 13.

(30) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 2- JUSTIFICATIVA. Até recentemente, a deficiência de zinco não vinha merecendo a devida atenção, como uma carência nutricional específica de relevância em saúde pública, quando comparada com as deficiências de ferro, vitamina A e iodo. No entanto, nessa última década, ela passa a obter cada vez mais uma posição de destaque no panorama da epidemiologia nutricional (SILVA-SANTANA et al., 2002), sobretudo a partir dos esforços do Grupo Internacional de Consultores em Zinco (IZiNCG), no sentido de incluir o zinco na agenda dos programas de prevenção e controle da carência de micronutrientes.. Na região Nordeste do Brasil, são extremamente escassas as informações sobre a deficiência de zinco na região. Apenas um estudo de base populacional foi desenvolvido no Estado da Paraíba e os dados demonstraram elevada prevalência da deficiência bioquímica de zinco em crianças na idade pré-escolar (SILVA-SANTANA et al., 2002). Portanto, é de fundamental importância o desenvolvimento de outros estudos na região, no sentido de ampliar o nível de informação sobre a magnitude da deficiência em outros espaços geográficos e grupos populacionais potencialmente vulneráveis. Por outro lado, o uso de outros indicadores na avaliação do estado nutricional de zinco, a exemplo do consumo alimentar, é extremamente pertinente, no sentido de ampliar o leque de marcadores para o diagnóstico do estado carencial.. Nesse sentido, a determinação do perfil alimentar concernente ao zinco, em crianças institucionalizadas na cidade do Recife, bem como a avaliação bioquímica do mineral nessa população, contribuirá para uma melhor compreensão do status do mineral nesse contexto ecológico.. 14.

(31) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 3-OBJETIVO GERAL. - Avaliar o estado nutricional de zinco em pré-escolares de creches públicas da cidade do Recife-PE.. 3.1-Objetivos específicos. - Determinar a prevalência da deficiência bioquímica e dietética de zinco.. - Correlacionar as concentrações de zinco no cabelo, a atividade enzimática da fosfatase alcalina sérica e o consumo dietético de zinco.. - Avaliar o estado nutricional protéico-calórico e a sua relação com a deficiência de zinco.. - Estimar o consumo de macronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídeos), bem como, o consumo calórico total dos pré-escolares, correlacionando-os com o teor de zinco da dieta.. 15.

(32) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 4-METODOLOGIA:. 4.1- Desenvolvimento da investigação. O presente estudo foi desenvolvido, utilizando parte do banco de dados da pesquisa “Carências de Vitaminas e Minerais em Pré-escolares dos Municípios de João Pessoa e Recife 1997 – 1999”, realizado mediante convênio entre o Centro de Investigação em Micronutrientes da Universidade Federal da Paraíba (CIMICRON/UFPB), Ministério da Saúde (MS), Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), Prince Leopold Institute of Tropical Medicine – Antuérpia, Bélgica (IMT – BELGICA) e o Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (DN/UFPE).. 4.2- Desenho do estudo. Foi desenvolvido um estudo de corte transversal, em crianças menores de 5 anos, para a avaliação da carência nutricional de zinco, utilizando indicadores bioquímicos (concentrações de zinco no cabelo e fosfatase alcalina) e dietético (inquérito de consumo alimentar).. O estudo de corte transversal pretende dar uma idéia de seccionamento transversal, um corte no fluxo histórico da doença, evidenciando as suas características e correlações naquele momento; ou seja, trata-se de um estudo epidemiológico no qual causa e efeito são observados num mesmo momento histórico. Apresenta como vantagens, baixo custo, alto potencial descritivo e simplicidade analítica. No entanto, os seus resultados não são indicativos de seqüência temporal e as únicas conclusões legítimas derivadas da. 16.

(33) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. analise de estudo de prevalência restringem-se às relações de associação e não de causalidade (ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2003).. 4.3- População de estudo. Crianças na faixa etária de 6 a 59 meses, de ambos os sexos, regularmente matriculadas em 34 creches públicas da Prefeitura Municipal da Cidade do Recife- PE, no ano de 1999.. Critérios de Exclusão Foi considerado como critério de exclusão: -. Crianças cujos pais ou educadores referiram que o menor havia ingerido suplementos vitamínicos e/ou minerais, 30 dias antes da coleta de dados.. 4.4- Amostragem. 4.4.1- Tamanho. A amostra calculada foi inferida a partir de uma prevalência estimada de 60%, de concentrações inadequadas de zinco no cabelo (SILVA-SANTANA et al., 2002), com precisão de 5,5% e uma confiabilidade de 95%. Para o cálculo foi utilizada a fórmula 1. n= z2 .p.q. (fórmula 1). 2. d. 17.

(34) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Onde: n= tamanho amostral z= limite de confiança (1,96) p= prevalência estimada (60%) q= 1-p d= margem de erro aceitável (5,5%). Uma vez que se trata de uma população finita (2500) o “n” amostral foi ajustado de acordo com a fórmula 2.. n= n/1 + (n/N) (fórmula 2). Onde: n= tamanho amostral N= tamanho populacional. Ao tamanho amostral final, foi acrescido um percentual de 15% para corrigir eventuais perdas, totalizando 311 crianças.. 4.4.2- Seleção. As crianças foram selecionadas de forma aleatória, segundo a técnica de amostragem sistemática (BERQUÓ et al., 1981), uma vez que todas as creches públicas do município do Recife entraram no processo de casualização. Para a definição do intervalo amostral, tomou-se como base à equação descrita na fórmula 3.. 18.

(35) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. N = K (fórmula 3) n. Onde: N = população de estudo n = tamanho da amostra K = intervalo amostral. Após o cálculo do intervalo amostral (K), fez-se um sorteio entre os números 1,2...K, onde o número sorteado foi chamado de início amostral (i). Logo, nestas condições, com apenas este sorteio, toda a amostra fica selecionada, sendo composta de unidades amostrais que tenham recebido os seguintes números (ou ocupem a posição correspondente), considerando-se a freqüência acumulada das crianças, segundo as creches identificadas no município de Recife: i i+K i+K . . . i + (n – 1)K. 19.

(36) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 4.5- Métodos e Técnicas de avaliação. 4.5.1 – Métodos de avaliação do zinco. O diagnóstico do status nutricional de zinco foi realizado mediante análise das concentrações de zinco no cabelo, atividade enzimática da fosfatase alcalina sérica e inquérito de consumo alimentar.. Concentrações de zinco no cabelo – Método Direto. Coleta de Material Utilizando-se tesoura de aço inoxidável, amostras de 20-30mg de cabelo foram obtidas da região occipital central da cabeça, resguardando-se 1-2 cm do couro cabeludo. Após a coleta, as amostras foram acondicionadas em recipientes plásticos identificados e fechados, para impedir a contaminação pela entrada de ar e poluentes.. Processamento As amostras de cabelo foram lavadas com detergente não iônico (Triton ‰) por 30 minutos, sob agitação manual, e enxaguados cinco vezes com água deionizada. Após pernoite (aproximadamente 12 horas), em estufa, para secagem, foram pesadas, aproximadamente, 5mg da cada amostras de cabelo e transferida para um Erlenmeyer. Em seguida foi adicionado 0,1mL de ácido nítrico [HNO3 (6N)] e as amostras foram levadas a estufa (80oC), durante 12 horas para o processo de digestão. As cinzas obtidas foram então dissolvidas em água deionizada e conduzidas para leitura em espectrofotômetro.. 20.

(37) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Análise As concentrações de Zn foram determinadas pelo método espectrofotométrico de absorção atômica (HARRISON, 1969), utilizando-se um modelo GBC 908 AA (GBC Scientific Equipment PTY LTD), com comprimento de onda de 213,9nm, abertura de fenda 0,5nm, corrente de lâmpada 5mA, chama de ar-acetilino e sensibilidade de 0,008µL/mL.. Os resultados da avaliação do zinco no cabelo foram expressos em µmol/g de cabelo, e utilizou-se o ponto de corte < 1,68 µmol/g para caracterizar um quadro de deficiência (CAVAN et al., 1993), classificando-se em grave (< 1,10 µmol/g), moderado (1,10-1,51 µmol/g) e leve (1,51-1,68 µmol/g). Também se utilizou o ponto de corte < 1,07µmol/g para deficiência e 1,07-1,53µmol/g deficiência marginal (TAKYI, 2004).. 4.5.2- Fosfatase alcalina sérica. A determinação da atividade enzimática da fosfatase alcalina sérica teve como objetivo medir, de forma indireta, o status de zinco no organismo.. Coleta do Material Foi colhido 1ml de sangue por punção venosa cubital, pela manhã, com a criança em jejum noturno de 10 horas. As amostras foram colocadas em tubos de ensaio, previamente identificados. Quando houve a completa coagulação, as amostras foram centrifugadas a 3.000rpm (rotação por minuto), durante 10 minutos. Após a separação do soro, as amostras foram acondicionadas em tubos eppendorf e conservadas a 4ºC.. 21.

(38) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Processamento Como a análise é automática, as amostras foram colocadas diretamente nos recipientes próprios do aparelho (cubetas termostatizadas). O aparelho captou 6µL de soro e 200µL do reagente específico para a fosfatase alcalina. As reações ocorreram a temperatura adequada (37ºC) e, em aproximadamente 3 minutos, efetuou-se a leitura.. Análise O nível de atividade sérica da fosfatase alcalina foi determinado pelo método espectofotométrico (HAUSAMEN et al., 1967), utilizando-se o equipamento COBAS MIRA Plus, com leitura direta por automação. O teor de fosfatase alcalina inferiores a 250 UI/L foram considerados deficientes (WEISMANN e HOYER, 1985). 4.5.3- Inquérito de consumo alimentar. Coleta Foi aplicado o Inquérito Recordatório de 24 horas (anexo 3), com a mãe ou responsável pela criança, quanto ao consumo do café da manhã no dia de coleta de dados, e no dia seguinte, o consumido no jantar em seu domicílio. Posteriormente, os resultados foram transformados em gramas utilizando o Guia Prático para estimativa de consumo alimentar (MAGALHÃES et al., 2000).. Quanto às refeições realizadas na creche (almoço e lanches), foi utilizado o método de pesagem direta (anexo 4), na qual todos alimentos crus, utilizados na preparação das refeições, foram pesados. A porção de alimentos servida a cada criança foi pesada, bem como o rejeito destas.. 22.

(39) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. No Inquérito Recordatório de 24 horas, o investigador propõe ao indivíduo recordar e descrever todos os alimentos e bebidas ingeridos no período prévio de 24 horas. As quantidades dos alimentos consumidos são usualmente estimadas em medidas caseiras. Modelos de alimentos podem ser utilizados para auxiliar na estimativa das porções.. No Método de Pesagem Direta, no momento do consumo, todo o alimento e bebida ingeridos são pesados, ao invés de serem estimados em medidas caseiras.. Análise A dieta foi analisada pelo programa Virtual Nutri, versão 1.0 for windows (PHILIPPI et al., 1996). Sendo analisados os seguintes nutrientes, zinco, cálcio, fibras, carboidratos, proteínas e lipídeos, assim como o consumo calórico total. Devido à ausência do teor de zinco em alguns alimentos contidos no programa, houve a atualização do mesmo utilizando a Tabela de Composição de Alimentos (TACO, 2004).. A adequação do consumo alimentar de zinco foi realizada utilizando-se a Recommended Dietary Allowances (RDA) (National Research Council, 1989) e a Dietary Reference Intakes (DRIs) (IOM, 2001, TRUMBO, et al. 2001). Os valores recomendados são:. RDA (1989). RDA (DRI, 2001). < 1 ano – 5mg/d. 7 a 12 meses – 3mg/d 1 a 3 anos – 3mg/d. ≥ 1 ano – 10mg/d. 4 – 8 anos – 5mg/d. 23.

(40) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. A necessidade de energia foi calculada utilizando-se a Necessidade Estimada de Energia (estimated energy requeriment – EER), que é definida como o valor médio de ingestão de energia proveniente da dieta, para a manutenção do balanço energético de indivíduos saudáveis, de acordo com idade, sexo, peso, altura e nível de atividade física (NAF) (IOM, 2002; TRUMBO, et al., 2002). A adequação da energia foi calculada por regra de três, onde a EER = 100%.. EER para crianças (0 a 35 meses) 7-12 meses (89 x peso corporal kg - 100) + 22 (kcal de energia de depósito) 13-35 meses (89 x peso corporal kg - 100) + 20 (kcal de energia de depósito). EER para crianças e adolescentes (3 a 18 anos) Sexo masculino EER = 88,5 – 61,9 x idade (anos) + NAF x [26,7 (kg) + 903 x altura (m)] + energia de depósito* Sexo feminino EER = 135,3 – 30,8 x idade (anos) + NAF x [10,0 x peso (kg) + 934 x altura (m)] + energia de depósito* * 3 a 8 anos – 20 kcal de depósito e 9 a 18 anos – 25 kcal de depósito NAF: leve = 1,13 (masculino), 1,16 (feminino). Na análise de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) considerou-se a recomendação do IOM (2002), que estabelece os intervalos de distribuição aceitáveis. 24.

(41) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. dos macronutrientes (acceptable macronutrient distribuition range - AMDRs) por faixa etária (FISBERG, et al,. 2005; POSITION OF THE AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, 2004). Na adequação dos macronutrientes, utilizou-se regra de três, considerando-se 100% quando o consumo atinge a recomendação.. % de Energia. Macronutrientes. 1 – 3 anos 30-40. 4 – 8 anos 25-35. Carboidratos. 45-65. 45-65. Proteínas. 5-20. 10-30. Gorduras totais. Em crianças menores de 1 ano de idade, utilizou-se a recomendação AI (Ingestão adequada) para analisar o consumo dos macronutrientes (IOM, 2002 TRUMBO, et al., 2002). Na adequação, AI=100%.. Idade. Carboidratos. Lipídeos. Proteínas. 7 – 12 meses. 95g/d. 30g/d. 13,5g/d. Quanto ao consumo de fibra alimentar considerou-se a AI para crianças maiores de 1 ano de idade, pois ainda não foram estabelecidos valores para menores de 1 ano de idade (IOM, 2002). Na adequação AI=100%.. Idade. Fibras (g/d). 1 – 3 anos. 19. 4 – 8 anos. 25. 25.

(42) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. O consumo de cálcio foi analisado pela recomendação da IOM, 1997, de acordo com a faixa etária, sendo a AI = 100% na adequação.. Idade. Cálcio (mg/d). 7 – 12 meses. 270. 1 – 3 anos. 500. 4 – 8 anos. 800. 4.5.4- Antropométrica. A equipe, composta por dois técnicos especializados em técnicas antropométricas, realizou a avaliação antropométrica no mesmo dia da coleta de sangue.. 4.5.4.1- Peso. As crianças foram pesadas, trajando indumentária mínima e descalças, numa balança eletrônica da marca Filizola, modelo Personal Line E-150 com capacidade de até 150Kg e precisão de 100g. As crianças menores de 12 meses foram pesadas no colo de um adulto e, posteriormente, tirava-se a diferença.. 4.5.4.2- Altura. A medição das crianças foi realizada com fita métrica de 150cm da marca Stanleymilimetrada. A fita foi fixada na parede e as crianças colocadas em posição ereta, descalças, com os membros superiores pendentes ao longo do corpo, os calcanhares, o dorso e a cabeça tocando a parede (JELLIFFE, 1968). As crianças menores de 24 meses. 26.

(43) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. foram medidas em decúbito dorsal (comprimento), com infantômetro de amplitude 100 cm e subdivisões de 0,1cm.. Foram analisadas as adequações dos índices antropométricos peso/idade (P/I), altura/idade (A/I) e peso/altura (P/A), tendo como referência o padrão do National Center for Health Statistics (NCHS, 1977), recomendado pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 1986). As medidas antropométricas (peso e altura) foram medidas e registradas em formulário específico (anexo 2).. 4.6- Análise de dados. As variáveis contínuas foram testadas quanto à normalidade pelo teste de KolmogorovSmirnov. O teor de fibras na dieta mostrou distribuição não normal e os valores foram transformados na função logarítmica (log10), e descritos por média geométrica e desvio-padrão. As variáveis contínuas foram apresentadas sob a forma de médias, com os respectivos desvios-padrão. Na descrição das proporções, procedeu-se uma aproximação da distribuição binomial, à distribuição normal, pelo intervalo de confiança de 95%. As proporções foram comparadas utilizando-se o teste do Qui quadrado, com as devidas correções, quando aplicável. A associação entre duas variáveis contínuas foi testada pelo teste de correlação de Pearson (variáveis com distribuição normal) e teste de Spearman (variáveis com distribuição não normal). Na comparação entre médias, utilizou-se o teste t de student para dados não pareados (duas médias) e ANOVA (> duas médias). Quando as médias não atingiram o critério de homocedasticidade, a inferência entre as diferenças foi testada pelo teste de MannWhitney e Kruskal-Wallis, respectivamente. Nessas situações, a mediana e o intervalo. 27.

(44) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. interquartílico (Percentis 25 e 75) foram utilizados como medidas de posição e variabilidade. Em todos os testes, foi adotado o nível de significância de 5% para a rejeição da hipótese de nulidade.. Os dados antropométricos foram calculados pelo módulo EPINUT (EpiInfo, versão 6.02, CDC, Atlanta, 1994). A construção do banco de dados e todos os cálculos estatísticos foram realizados pelo pacote Statistical Package for Social Sciences (SPSS, versão 12.5, Inc., Chicago, 2005).. 4.7- Considerações Éticas. O protocolo de estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética do Prince Leopold Institute of Tropical Medicine – Bélgica e do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba, de acordo com as normas exigidas para pesquisas envolvendo seres humanos (anexo 5).. 28.

(45) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 5- REULTADOS. A amostra estudada foi de 311 crianças. A avaliação antropométrica foi realizada em 308 crianças, as concentrações do zinco no cabelo em 283, a atividade enzimática da fosfatase alcalina sérica em 290 e, em 240, a avaliação dietética. As perdas foram decorrentes de inconsistência de resultados, de fatores inerentes ao método de análise ou recusa da criança e/ou responsável na coleta de sangue, bem como do não comparecimento da criança à creche no dia da coleta de dados.. 5.1- Características da amostra. As características demográficas da população de estudo estão representadas na tabela 1. Pode-se observar que houve uma distribuição homogênea na variável sexo (p= 0,05), enquanto que na idade, houve um número significativamente menor de crianças (p= 0,043) na faixa etária de 6 – 12 meses de idade.. 29.

(46) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Tabela 1 – Características demográficas de crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. Idade (meses). N. %. IC*. 0├ 12. 11. 3,6. 1,9 – 6,5. 12├ 24. 55. 17,9. 13,8 – 22,7. 24├ 36. 88. 28,6. 23,7 – 34,0. 36├ 48. 85. 27,6. 22,7 – 33,0. 48├ 60. 69. 22,4. 17,9 – 27,5. Total. 308. 100,0. Masculino. 173. 55,6. 49,9 – 61,2. Feminino. 138. 44,4. 38,8 – 50,1. Total. 311. 100,0. Sexo. * Intervalo de Confiança de 95%. 5.2- Avaliação Bioquímica. Zinco no cabelo. As concentrações de zinco no cabelo apresentaram distribuição normal (K-S Z = 1,24; p = 0,092), com média de 0,95 µmol/g e desvio padrão de 0,36 µmol/g. Os valores limítrofes foram de 0,24 e 2,08 µmol/g (Fig. 1).. 30.

(47) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 60. 50. Nº de casos. 40. 30. K-S Z = 1,24 p = 0,092 DP= 0,36. 20. ___. X = 0,95. 10. 0 ,25. ,50 ,38. ,75 ,63. 1,00 ,88. 1,25. 1,13. 1,50. 1,38. 1,75. 1,63. 2,00. 1,88. 2,13. Concentrações de zinco no cabelo (µmol/g). Figura 1 – Curvas de distribuição das concentrações de zinco no cabelo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. A avaliação das concentrações de zinco no cabelo demonstrou que 91,9% dos préescolares apresentavam concentrações inadequadas de zinco no cabelo, sendo a grande maioria (70,3% - IC95% 64,6-75,5) de teores considerados deficientes. Quando utilizamos o ponto de corte 1,68 µmol/g, a deficiência chega a 95,1% (Tab. 2).. 31.

(48) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Tabela 2 – Níveis de adequação das concentrações de zinco no cabelo, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. IC*. % acumulado. 70,3. 64,6 – 75,5. 70,3. 61. 21,6. 17,0 – 26,9. 91,9. ≥ 1,53. 23. 8,1. 5,3 – 12,1. 100,0. Total. 283. 100,0. < 1,1. 203. 71,7. 66,0 – 76,8. 71,7. 1,1├ 1,51. 55. 19,4. 15,1 – 24,6. 91,2. 1,51├ 1,68. 11. 3,9. 2,1 – 7,1. 95,1. ≥1,68. 14. 4,9. 2,8 – 8,4. 100,0. Total. 283. 100,0. Zinco (µmol). n. %. < 1,07. 199. 1,07├ 1,53. * = Intervalo de confiança de 95%. Fosfatase alcalina. Os níveis de atividade enzimática da fosfatase alcalina sérica apresentaram distribuição normal (K-S Z = 1,35; p = 0,053), com média de 353,00 UI/L e desvio padrão de 103,60 UI/L. Os valores limítrofes foram de 107,00 e 673,00 UI/L (Fig 2).. 32.

(49) Consumo de zinco em pré-escolares .. SILVA, P. S.. 40. Nº de casos. 30. 20. K-S Z = 1,35 p = 0,053 DP= 103,6 ___. X = 353,0. 10. 0 65. 60. 55. 50. 45. 40. 35. 30. 25. 20. 15. 10. 0,. 0,. 0,. 0,. 0,. 0,. 0,. 0,. 0,. 0,. 0,. 0,. 0. 0. 0. 0. 0. 0. 0. 0. 0. 0. 0. 0. Atividade sérica da fosfatase alcalina (UI/L). Figura 2 – Curva de distribuição dos níveis de atividade sérica da fosfatase alcalina, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches da cidade do Recife – PE, 1999. Conforme se pode observar na tabela 3, cerca de 1/6 dos pré-escolares apresentam níveis inadequados de atividade enzimática da fosfatase alcalina sérica (< 250 UI/L), sugerindo uma baixa prevalência de deficiência aguda de zinco.. 33.

(50) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Tabela 3 – Níveis de atividade sérica da fosfatase alcalina, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches do município de Recife – PE, 1999. Fosfatase alcalina (UI/L). n. %. IC* 95%. < 250. 46. 15,9. 12,0 – 20,7. ≥ 250. 244. 84,1. 79,3 – 88,0. Total. 290. 100,0. * = Intervalo de Confiança de 95%. 5.3- Consumo Alimentar. 5.3.1- Zinco alimentar. O zinco dietético apresentou distribuição normal (KS-Z = 0,87; p = 0,044), com média de 5,0mg e desvio padrão de 1,72. Os valores limítrofes foram 1,18 – 13,80mg (Fig. 3).. 34.

(51) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 60. 50. 40. 30. K-S Z = 0,87 p = 0,044 DP= 1,72. 20. ___. X = 5,00. 10. 0 ,25. ,50 ,38. ,75 ,63. 1,00 ,88. 1,25. 1,13. 1,50. 1,38. 1,75. 1,63. 2,00. 1,88. 2,13. Zinco dietético (mg). Figura 3- Curva de distribuição do consumo dietético de zinco em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches da cidade do Recife – PE, 1999. Adequação do consumo de zinco. O consumo alimentar de zinco ficou abaixo do recomendado em 19,6% dos préescolares, segundo a RDA-2001, e em 97,9% quando comparado com a RDA de 1989 (Fig. 4 e 5).. 35.

(52) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 60. Consumo de zinco %. 50 40 inadequado adequado. 30 20 10 0 1 < 12. 2 12-24. 3 24-36. 4 36-48. > 548. Idade (meses) * Dietary Reference Intake. Figura 4 - Adequação do consumo de zinco, segundo a RDA-DRI* – 2001, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife-PE, 1999. 70 Consumo de zinco %. 60 50 40. inadequado adequado. 30 20 * Dietary Reference Intake - 2001 10 0. < 12. 1. 12-24. 2. 24-36. 3. 36-48. 4. > 48. 5. Idade (meses) * Recommended dietary allowances. Figura 5 - Adequação do consumo de zinco, segundo a RDA* - 1989, em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife-PE, 1999. 36.

(53) .Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 5.3.2- Outros componentes da dieta. Os constituintes da dieta consumida pelos pré-escolares apresentaram curvas de distribuição simétrica, exceto para o teor de fibras (K-S Z = 2,58; p = 0,000). No entanto, após a transformação logarítmica (log10), essa variável passou a ter distribuição normal (K-S Z = 0,88; p = 0,413) (Tab. 4).. Tabela 4- Consumo alimentar de crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. N. __ X. DP. Adequação %. Valores Limítrofes. Zinco (mg). 240. 5,0. 1,72. 147,2. 1,18 – 13,8. Energia (Kcal). 240. 1288,9. 329,9. 115,0. 435,9 – 2614,5. Proteína (g). 240. 46,8. 14,4. 106,8. 11,3 – 116,2. Carboidratos (g). 240. 196,3. 51,2. 115,9. 61,5 – 365,0. Lipídeos (g). 240. 36,8. 11,9. 90,6. 8,4 – 103,3. Fibra (g)*. 240. 7,8. 5,4. 45,6. 0,02 – 1,48. Cálcio (mg). 240. 802,9. 350,2. 146,0. 91,8 – 3461,3. Consumo Alimentar. * Valores em Média Geométrica. 37.

(54) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. 5.4- Avaliação Antropométrica. Peso/Idade O índice antropométrico peso/idade, expresso em escores Z, apresentou distribuição normal (K-S Z = 0,7; p = 0,77), com média de - 0,49 e desvio padrão de 1,06. Os valores mínimo e máximo foram de -3,11 e 3,04, respectivamente (Fig. 6).. 40. Nº de casos. 30. 20. K-S Z = 0,7 p = 0,77 DP= 1,06 ___. X = -0,49. 10. 0 3,. 2,. 2,. 1,. 1,. ,5. 0,. 00. 50. 00. 50. 00. 0. 0. 0. 0. 0. 0. 00. 0. ,0. ,5. ,0. ,5. ,0. -,5. -1. -1. -2. -2. -3. Peso/idade (escore Z). Figura 6 – Curva de distribuição do índice Peso/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. A prevalência de baixo peso (< - 2 DP) foi de 7,5% (IC 95% 4,9 – 11,1) e de sobrepeso/ obesidade 2,3% (IC 95% 1,0 – 4,8), conforme pode ser observado na tabela 5.. 38.

(55) . Consumo de zinco em pré-escolares. SILVA, P. S.. Tabela 5 – Avaliação nutricional, segundo o índice Peso/idade em crianças de 6 a 59 meses de idade de creches públicas da cidade do Recife – PE, 1999. Peso/idade (escore Z). n. %. IC*. < -2DP. 23. 7,5. 4,9 – 11,1. -2DP├ +2DP. 278. 90,3. 86,3 – 93,2. ≥ +2DP. 7. 2,3. 1,0 – 4,8. Total. 308. 100,0. * = Intervalo de Confiança de 95%. Altura/idade O índice antropométrico Altura/idade, expresso em escores Z, apresentou distribuição normal (K-S Z = 0,7; p = 0,78), com média de - 0,6 e desvio padrão de 1.08. Os valores mínimo e máximo foram de -4,5 e 2,8, respectivamente (Fig. 7).. 39.

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