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NÍVEIS E TENDÊNCIAS DA MOBILIDADE SOCIAL EM CINCO REGIÕES METROPOLITANAS

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NÍVEIS E TENDÊNCIAS

DA MOBILIDADE SOCIAL

EM CINCO REGIÕES METROPOLITANAS

1

Flávia Cristina Drumond Andrade2

O presente trabalho busca comparar os níveis da mobili-dade intra e intergeracional e as tendências da mobilimobili-dade de circula-ção nas Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte (RMBH), São Paulo (RMSP), Rio de Janeiro (RMRJ), Recife (RMRE) e Porto Alegre (RMPA)3. Como estas regiões metropolitanas apresentam contextos

sócioeconômicos bastante distintos, a comparação entre as mesmas poderá fornecer importantes subsídios para uma análise mais detalha-da de seus movimentos sociais.

A primeira parte do trabalho busca introduzir o tema e as questões específicas da mobilidade social, de tal forma a delinear seu alcance e possibilidades analíticas enquanto elemento importante da caracterização sócio-demográfica da população. Para isso, inicia-se com uma breve apresentação dos diversos conceitos utilizados para aferição da mobilidade social. A segunda parte consiste na apresenta-ção da metodologia e fonte de dados e na última, são discutidos os níveis da mobilidade intra e intergeracional e as tendências da mobi-lidade de circulação.

1 CONCEITOS DE MOBILIDADE SOCIAL

A mobilidade social diz respeito a toda mudança de uma posição social para outra. Existem dois tipos de mobilidade social: a

1 Este trabalho está baseado na dissertação “Níveis e Padrões de Mobilidade Social em Cinco Regiões Metropolitanas” apresentada ao CEDEPLAR/UFMG. Gostaria de agradecer a valiosa orientação dos Professores Eduardo Luiz Gonçalves Rio-Neto e Roberto do Nascimento Rodrigues.

2 Mestre em Demografia pelo CEDEPLAR/UFMG.

3 Para uma análise mais detalhada destas cinco regiões metropolitanas ver Andrade (1997).

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intrageracional e a intergeracional. A mobilidade social intrageracional diz respeito às variações ocorridas ao longo da vida do indivíduo, e a mobilidade intergeracional refere-se às mudanças sociais entre gerações. Os movimentos sociais podem ser qualificados enquanto mobilidade horizontal ou vertical. A mobilidade horizontal refere-se à transição de um indivíduo de um grupo social a outro, situado no mesmo nível ou de mesmo status4. Por mobilidade social vertical

entende-se a mudança de posição social de um indivíduo de um nível a outro. O estudo da mobilidade social vertical procura identificar de que modo os indivíduos se distribuem nos diversos níveis da estrutura social através do tempo, qual o peso da herança social, dos recursos individuais e das oportunidades econômico-sociais proporcionadas naquele período de tempo (Pastore, 1979).

Quanto à direção, se o indivíduo realiza uma mudança de uma posição mais baixa para uma mais alta na hierarquia social, então seu movimento é ascendente, enquanto que movimentos inversos são denominados de mobilidade descendente.

Outros importantes conceitos utilizados nos estudos de mobilidade são os de mobilidade estrutural e circular. A mobilidade estrutural ocorre quando a estrutura social está se alterando a partir da criação de novas oportunidades ocupacionais5, que surgem de modo

rápido e em grande volume no mercado de trabalho. Ou seja, a mobilidade estrutural capta as mudanças de status geradas a partir de uma alteração na estrutura ocupacional. Essa, por sua vez, ocorre devido a um processo de modernização ou diversificação da economia que impõe transformações no mercado de trabalho ao criar novas ocupações. Nesse caso, as oportunidades precisam ser preenchidas por indivíduos provenientes de outras origens sociais e que se encontram em outros níveis ocupacionais. Dado que as oportunidades são volu-mosas e novas, a habilidade para o exercício da atividade vem do

4 Em termos macrossociais o status social refere-se à posição que um indivíduo ocupa numa hierarquia de um determinado sistema de estratificação social, sendo que a localização dessas posições encontra-se definida por normas que regem aquele sistema (Pastore, Castro, 1983).

5 Até agora tratamos de mobilidade social mas, como iremos discutir mais adiante, a maior parte dos estudos utiliza a variável ocupação como uma “proxy” de posição

social, de onde decorre a estratificação/hierarquia social baseada em critérios ocupacionais.

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treinamento em serviço e da capacidade de improviso. Como ressaltam Pastore, Haller (1993), nessas condições muitos indivíduos ascendem socialmente sem que possuam muita instrução.

A mobilidade circular é um fenômeno que ocorre quando as mudanças de status sobrevêm em função de características indivi-duais e não devido à criação de novas ocupações. Buscando mensurar a influência da capacidade individual na movimentação social, a mo-bilidade circular encontra-se estreitamente vinculada aos atributos individuais que sejam capazes de promover uma alteração na posição social da pessoa. Nesse caso, diferentemente do que ocorre na mobili-dade estrutural, há a necessimobili-dade de que algum indivíduo desocupe6

uma posição para que outro a ocupe. Isto acontece porque a mobilidade circular ocorre não devido à criação de um novo posto de trabalho mas por causa de mudanças entre indivíduos para um mesmo posto. Nesse contexto, as habilidades e qualificações pessoais se revestem de grande relevo, cabendo à educação um grande peso na mobilidade social (Pastore, Haller, 1993).

Pelo exposto, vimos que a mobilidade social depende tanto de mudanças estruturais quanto de mudanças individuais. As mudan-ças estruturais podem ser vistas a partir de transformações setoriais, nos tipos de emprego e ocupação. Já no que diz respeito às mudanças individuais, destacam-se a educação, experiência, informação e rela-cionamentos – contatos (Peliano, 1992).

Uma questão freqüentemente abordada nos estudos sobre mobilidade refere-se ao grau de abertura de cada sociedade, sendo que estas poderiam ser classificadas como mais fechadas ou abertas, de-pendendo do volume de mobilidade que apresentam.

Sorokin (1956) destaca que teoricamente pode existir uma sociedade na qual a mobilidade vertical seja nula. Isto quer dizer que dentro dela os indivíduos não melhoram nem pioram sua situação, estando sempre atados à classe social na qual nasceram. Neste caso, as membranas que separam os diversos estratos sociais seriam suficientemente rígidas a ponto de não permitirem qualquer movimento vertical. Por outro lado, há um tipo teórico oposto em que a mobilidade é extremamente intensa e geral e, neste caso, as

6 A desocupação de uma posição pode se dar através de morte, aposentadoria ou movimentação social.

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membranas são muito delgadas e não se constituem em obstáculos à mobilidade. No primeiro caso, a sociedade seria considerada “fechada” e, no segundo, “aberta”.

Contudo, o que observamos é que as sociedades se encon-tram entre estes dois tipos teóricos, ou seja, não são totalmente fechadas e nem completamente abertas.

Uma questão freqüentemente levantada nos estudos sobre mobilidade social diz respeito à relação entre esta e a industrialização. A partir da observação de que sociedades tradicionais apresentam um sistema rígido e com pouca mobilidade social, enquanto que as socie-dades industrializadas apresentam uma elevada mobilidade, diversos autores têm sugerido que a democratização de oportunidades é função da industrialização de sua economia (Silva, Roditi, 1988). Os defenso-res da tese do industrialismo argumentam que o desenvolvimento econômico gera uma racionalização da alocação de papéis. Sugerem ainda que a expansão da comunicação em massa atenua as barreiras culturais para a mobilidade, alarga os horizontes e aumenta as aspi-rações dos indivíduos e que o aumento dos movimentos geográficos reduz o controle dos pais sobre as ocupações de sua prole. Dessa forma, a industrialização acabaria por diminuir as barreiras entre os estratos sociais e criaria um ambiente de maior igualdade de oportunidades. Além disso, a industrialização ao promover um maior uso de tecnologia avançada elevaria a qualificação do nível de empregos e, com o cresci-mento destes postos a mobilidade ascendente seria mais provável de ocorrer que a descendente (Erikson, Goldthorpe, 1994). Apesar de alguns estudos terem verificado uma relação positiva entre industria-lização e mobilidade, outros reportam uma associação não significante (Grusky, Hauser, 1984).

Outra questão que têm dominado os estudos comparativos de mobilidade social têm como ponto de partida o trabalho de Lipset, Zetterberg (1959). Estes argumentam que os padrões de mobilidade intergeracional nos países industrializados do Ocidente seriam basi-camente os mesmos. Entretanto, informações mais recentes e deta-lhadas têm concedido poucas evidências que confirmem esta posição (Grusky, Hauser, 1984).

Featherman, Jones, Hauser (1975) têm sugerido que as variações nas taxas observadas de mobilidade são resultado de dife-renças nas estruturas ocupacionais dos países que derivam de

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diferen-tes circunstâncias culturais e históricas. Ou seja, as matrizes dos países difeririam devido a diferenças nas distribuições marginais (estruturas ocupacionais). Segundo os autores, controlados os efeitos das margens, a mobilidade entre países e regiões apresentaria uma grande similaridade. Esta hipótese chamada de FJH conduz à predição de que as chances de mobilidade são invariáveis, uma vez que as variações nas distribuições de origem e destino tenham sido controla-das. De acordo com esta versão, ao se controlar os efeitos das distri-buições marginais, ou seja, controlando-se a mobilidade estrutural, o padrão de mobilidade circular deveria ser idêntico entre países. Erik-son, Goldthorpe (1993) argumentam que o modelo clama para que as taxas sejam exatamente as mesmas enquanto que na realidade os valores parecem ser basicamente os mesmos e não exatamente. Pro-põem então que seja avaliada a similaridade entre estas taxas. De fato, a hipótese FJH verificou-se em diversas comparações entre países embora diferenças residuais em relação a este padrão único tenham surgido. Grusky, Hauser (1984) encontraram uma substancial simila-ridade na mobilidade e imobilidade de 16 países, mas destacam que variáveis exógenas podem explicar diferenças sistemáticas entre os países.

2 FONTE DE DADOS E METODOLOGIA

Os dados utilizados são provenientes da Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio (PNAD), ano de 1988. Para o estudo da mobilidade social foi selecionada uma subamostra de homens e mu-lheres, chefes de domicílio ou cônjuges, de idade compreendida entre 20 e 64 anos, que trabalharam ou que tinham trabalho, residentes nas Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte (RMBH), Porto Alegre (RMPA), Recife (RMRE), Rio de Janeiro (RMRJ) e São Paulo (RMSP). Apesar de, em geral, os estudos sobre mobilidade social incluírem apenas homens chefes de domicílio, julgamos que a inclusão das mulheres é de extrema relevância visto que a participação femini-na femini-na PEA em muito se ampliou femini-nas últimas décadas. Além disso, houve um crescimento do número de famílias chefiadas por mulheres, 23,6% das famílias pobres e 19,4% no caso das não-pobres7 (Albuquer-7 No caso do conjunto das regiões metropolitanas esse fato é ainda mais marcante,

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que, 1993, p. 73). Assim, nos dias de hoje, a participação feminina na PEA e enquanto chefe de domicílio não deve ser desprezada.

Quanto aos grupos de menos de 19 anos optamos por man-tê-los excluídos, tendo em vista que as pessoas nessas faixas etárias ainda se encontram numa fase muito incipiente de suas carreiras, sendo que muitos ainda nem terminaram sua formação educacional.

Foram obtidas 24797 observações, divididas da maneira especificada na Tabela 1.

Tal como a maioria dos estudos sobre mobilidade social utilizaremos o status ocupacional como uma proxy de status social, apesar de outros trabalhos a abordarem pelo enfoque educacional ou da renda. Peliano (1992) considera que

“no decorrer da vida profissional os indivíduos se posicionam na estrutura social, decorrendo, em conseqüência, seus estilos de vida de acordo com a ocupação que possuem e do cargo que ocupam. Daí que a maior parte dos estudos sobre mobilidade e estratificação social tome o status ocupacional como espelho (proxy) de sta-tus social” (Peliano, 1992, p. 135).

A mobilidade ocupacional é então entendida como resulta-do das mudanças que ocorrem na posição de trabalho, as quais, por seu turno, implicam em modificações nas condições de trabalho e bem-estar para as famílias.

Tabela 1

NÚMERO DE OBSERVAÇÕES POR REGIÃO METROPOLITANA, 1988 Região metropolitana Número de observações

Belo Horizonte 5040 Porto Alegre 4872 Recife 3421 Rio de Janeiro 5565 São Paulo 5899 Total 24797

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Pastore, Castro (1983) consideram que as transforma-ções nos diversos setores da economia, caracterizadas pelo volume que geram e pelos graus de diferenciação das novas ocupações constituem forças estruturais que exercem maior peso sobre a mobilidade social. Vieira Cunha (1983) prossegue afirmando que é o ritmo da acumulação do capital que determina, em grande medida, a taxa de mobilidade ocupacional, ao induzir não só a geração de empregos como também a destruição de alguns segmentos da estru-tura de produção existente.

Uma questão que emerge quando se utiliza a variável ocupação como “proxy” de status social é como agrupar as diferentes categorias de modo a se obter hierarquias ocupacionais. Duas estraté-gias têm sido adotadas: a primeira consiste em tentar estabelecer classificações de ocupações em termos de critérios socioeconômicos baseados nos indivíduos que desempenham estas funções. Freqüente-mente a construção dessas classificações faz uso das variáveis renda e educação para estabelecer o escore de cada ocupação; depois, estes escores são ordenados de modo a se ter uma hierarquia das ocupações e, a partir daí, as mesmas podem ser agrupadas em categorias mais homogêneas. A outra estratégia é fundamentada em uma linha ava-liativa-subjetiva e consiste no estudo de prestígio social das ocupações. Normalmente uma lista de ocupações é apresentada a uma amostra de respondentes, aos quais é solicitado que avaliem o prestígio de cada uma. Os escores são calculados como o percentual de avaliações de cada nível para cada ocupação (Silva, 1974).

Silva (1974, 1985) levanta alguns problemas das escalas de prestígio. O primeiro diz respeito a como os respondentes entendem o pedido de que indiquem o prestígio de uma ocupação. Contudo, alguns estudos mostram que as pessoas tendem a atribuir o prestígio a uma ocupação baseados em quanto ganham ou qual nível de escola-ridade dos que exercem esta profissão. Assim, grande parte da variân-cia do prestígio ocupacional é explicado pela combinação das variáveis renda e educação. Pastore afirma ainda que as escalas de prestígio não medem “prestígio” em sua concepção clássica e que na verdade o que é mensurado apresenta uma multiplicidade de dimensões sendo que a mais importante é a socioeconômica. Dessa forma, não haveria porque trabalhar com uma escala que é afetada por outras dimensões, quando se pode ter uma que não sofre destas perturbações.

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Ressalta, também, que em estudos sobre mobilidade social a dimensão socioeconômica é preferível à de prestígio, mas que esta preferência não descarta o uso de outras dimensões ocupacionais em outros contextos de pesquisa.

Pastore (1979) destaca ainda que muitos especialistas questionam a unidimensionalidade das classificações ocupacionais, a legitimidade de se agruparem as ocupações em estratos sociais e de se estabelecerem distâncias entre esses. No entanto, o status ocupacional é reconhecido como a indicação mais sintética e estável para a compa-ração de gerações e grupos sociais no tempo. Normalmente utiliza-se uma mesma escala de status ocupacional para todo o período com-preendido na análise. Na realidade, o ideal seria que, ao longo do período, mudanças fossem introduzidas na escala. Contudo, Pastore (1979) observa que, apesar do significado de uma ocupação não ser o mesmo durante todas as décadas envolvidas num estudo sobre mobi-lidade social, dificilmente uma ocupação cruza a fronteira de estratos ou classes sociais.

Neste trabalho as variáveis de status foram construídas a partir da “escala de posição social” desenvolvida por Silva (1974, 1985). Silva construiu uma escala de diferenciação social das ocupa-ções a partir da combinação das variáveis ocupação, educação e renda. Essas três variáveis formam o status social dos indivíduos. Na sua primeira versão foi utilizado o Censo de 1970. Foram hierarquizadas as 259 ocupações de acordo com a metodologia de Bogue (1963) e Blishen (1958) (Pastore, Castro, 1983).

Em 1985 foi realizada uma revisão desta escala com base nas informações de 1980. Silva buscou então desagregar as categorias com grande variação interna, no intuito de obter códigos ocupacionais que fossem socioeconomicamente mais homogêneos. Em al- guns casos esta separação foi feita considerando a função, o tipo de trabalho e a posição na ocupação.

De posse dos novos escores ordenamos os mesmos em seis estratos ocupacionais8: alto, médio-superior, médio-médio,

médio-in-ferior, baixo-superior e baixo-inferior (veja Quadro 1).

8 Para criar estes estratos fizemos uso dos mesmos intervalos utilizados por Pastore (1979).

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As variáveis status ocupacional atual e inicial (do respon-dente) e status ocupacional do pai serão utilizadas para a construção das matrizes de mobilidade. Vale destacar que quando nos referimos a status atual, este refere-se ao status do indivíduo em 1988 – ano da PNAD.

A variável status ocupacional do pai será utilizada como uma “proxy” de origem social. Consideramos que a variável origem social se relaciona fortemente com a educação do indivíduo e com sua forma de inserção no mercado de trabalho, bem como na conformação de sua carreira.

A análise será ainda controlada pela variável sexo. Esta variável se mostra de grande relevância, na medida em que os com-portamentos quanto à participação no mercado de trabalho, forma de inserção e possibilidades de mobilidade apresentam diferenças entre homens e mulheres.

Quadro 1

ESTRATOS OCUPACIONAIS, ESCORES E PRINCIPAIS OCUPAÇÕES Estratos Escores Principais ocupações

Alto 88,75 – 40,06 Profissionais liberais de alta renda, empresários, altos executivos, juízes, professores superiores, magistrados.

Médio-superior 38,57 – 24,72

Administradores de grandes empresas

(públicas ou privadas), professores secundários, criadores, avicultores, corretores,

propagandistas.

Médio-médio 23,22 – 9,77 Ocupações não manuais qualificadas (administradores na agropecuária, secretárias, mestres nas indústrias, professores primários). Médio-inferior 9,76 – 7,66 Ocupações manuais qualificadas (artesãos,mecânicos, eletricistas, pintores, marceneiros). Baixo-superior 7,65 – 1,81 Fiandeiros, bordadeiras, sapateiros, doceiros,ambulantes, barbeiros e agricultores.

Baixo-inferior 4,79 – 2,50 Mão-de-obra “rural” não qualificada (madereiros, tratoristas, trabalhadores na agricultura, apanhadores, garimpeiros)

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A variável tempo de permanência no mercado de trabalho, que serve como uma “proxy” da experiência, foi criada a partir da subtração: idade atual – idade em que começou a trabalhar, sendo que a partir desta variável obtemos a variável coorte no mercado de trabalho, a qual é estimada da seguinte forma: coorte no mercado de trabalho = 1988 – tempo de permanência no mercado.

A metodologia utilizada para a análise da mobilidade foi a construção de matrizes de transição de status, que relacionam origem e destino social e algumas medidas de mobilidade. O principal instru-mento estatístico para a mensuração e análise da mobilidade social é a matriz de transição, sendo que as medidas de mobilidade dela decorrem.

A matriz de transição evidencia as mudanças no status social ocorridas entre os grupos populacionais ao longo do tempo, e são essas mudanças que refletem a noção de distância social percorrida quando se move de um segmento a outro.

A matriz de transição serve tanto para relacionar o status social do pai vis-à-vis o do filho (respondente) quanto para mostrar a situação atual do indivíduo, tendo em vista o seu status inicial. No primeiro caso, trata-se da mobilidade intergeracional e, no segundo, da mobilidade intrageracional. No estudo da mobilidade intergeracio-nal, duas abordagens são utilizadas: uma compara as informações do status do pai quando o filho começou a trabalhar com o status inicial do filho. Neste caso, ambas as informações se referem a fatos que ocorreram num mesmo ponto do tempo e, como se dispõe de informa-ções a respeito da idade em que o respondente (filho) entrou no mercado de trabalho, pode-se saber a que ano estas informações pertencem. Assim, pode-se construir coortes que tenham entrado no mercado de trabalho em uma mesma época e daí avaliar as diferenças temporais na mobilidade ocupacional. Denominaremos esta mobilida-de mobilida-de “mobilidamobilida-de intergeracional”. Uma segunda alternativa é a mobilida-de cruzar o status atual do filho e o status do pai. Esta perspectiva busca, por sua vez, captar a mobilidade em fases mais maduras da carreira tanto do pai quanto do filho. Além disso, nela estão embutidos não só os movimentos entre gerações mas também ao longo da carreira do indivíduo, visto que se utiliza o ponto atual da carreira do respondente. Denominaremos esta mobilidade de “mobilidade intergeracional to-tal”. Para a obtenção de nossas tabelas utilizamos ainda o fator peso da pessoa para a expansão da amostra.

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A matriz de mobilidade apresenta-se da seguinte forma:

As linhas da matriz de transição indicam o destino dos indivíduos pertencentes a uma mesma origem social. Já as colunas dizem respeito às diversas origens das pessoas, dada uma mesma situação de destino. Se no lugar da origem colocarmos o status social dos pais e, no destino, o status social dos filhos, as linhas representarão o status dos filhos, tendo em vista uma origem social comum (pais com o mesmo status), ao passo que as colunas dirão, para cada status dos filhos, quais os status dos pais.

A diagonal principal da matriz de transição indica os casos de imobilidade social, ou seja, aqueles casos em que não houve altera-ção entre o status de origem e destino. Assim, quanto maiores as porcentagens encontradas na diagonal principal, menor o grau de mobilidade social, representando, dessa forma, uma sociedade “mais fechada”.

Considerando o status 1 como o mais elevado e t como o inferior, tem-se que acima da diagonal principal a mobilidade é des-cendente, e abaixo dessa a mobilidade é ascendente. A soma de todos os casos de mobilidade ascendente ou descendente irá fornecer a magnitude da mobilidade social total. Quanto maior for o seu valor, mais flexível é a sociedade, pois permite que os indivíduos troquem de posições (Pastore, 1979). Status de origem (i) Status de destino (j) Total 1 2 3 . . t 1 n11 n12 n13 . . n1t n1. 2 n21 n22 n23 . . n2t n2. 3 n31 n32 n33 . . n3t n3. . . . . . . . . t nt1 nt2 nt3 . . ntt nt. Total n.1 n.2 n.3 . . n.t N

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Quanto às medidas de mobilidade, essas buscam mensurar a mobilidade total, ascendente, descendente e imobilidade.

– Mobilidade Total: 1 – Σ nii / N, onde nii são os valores da diagonal principal (i=j) e N é o total de indivíduos; – Mobilidade Descendente: Σ (+ni. –nii) / N, onde + ni.

são as magnitudes acima da diagonal principal9;

– Mobilidade Ascendente: Σ (–n.i –nii) / N, onde –n.i são os valores abaixo da diagonal principal;

– Imobilidade: Σ (nii) / N, onde nii são os valores da diagonal principal.

A mobilidade total agrega o conjunto de indivíduos que alteraram (melhoraram ou pioraram) sua posição na hierarquia de estratificação social, sendo que essa alteração pode observar-se ao longo da carreira do indivíduo ou em relação ao status de seus pais.

Como destacado por Erikson, Goldthorpe (1994) estas medidas de mobilidade são expressas em termos de taxas absolutas, estando, portanto, fortemente influenciadas pelo contexto estrutural da mobilidade que deriva tanto de circunstâncias econômicas como demográficas, ou seja, estas medidas são afetadas pelas distribuições marginais, as quais representam as estruturas ocupacionais de dife-rentes contextos. Como são dependentes do tamanho relativo dos estratos sociais estas medidas de mobilidade têm sua utilização limi-tada. Em suma, é importante utilizar medidas que sejam pouco dependentes do tamanho relativo dos grupos.

Como destacado por Sedlacek, Barros, Varandas (1988) a transição de um indivíduo de um segmento a outro possui dois com-ponentes. A transição (mobilidade) pode ser decorrente de um aumen-to no tamanho relativo de um segmenaumen-to em relação aos outros ou pode advir de uma mobilidade por trocas, sem que tenha havido mudanças no tamanho relativo dos grupos. Ou seja, é importante distinguir a mobilidade estrutural da circular. A estratégia adotada pelos autores foi a de decompor a mobilidade total em mobilidade estrutural e por trocas (circular), além de fazerem uso de um coeficiente de abertura

9 Tanto no caso da mobilidade ascendente quanto descendente não são computados os valores da diagonal principal, daí a subtração de nii.

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que representa a razão entre a mobilidade circular observada e aquela que teria se verificado caso as situações entre os dois períodos de tempo fossem independentes, numa tentativa de se corrigir pelo tamanho relativo dos grupos. A importância deste coeficiente encontra-se jus-tamente no fato de se considerar a parcela da mobilidade circular como a relevante para a análise de abertura de uma economia.

Nossa estratégia numa segunda fase foi a de avaliar as tendências da mobilidade de circulação nas cinco regiões metropolita-nas. Para tanto fizemos uso dos modelos log-lineares.

O modelo log-linear geral expressa o logaritmo da freqüên-cia de cada célula em uma tabela cruzada expandida como uma combinação linear de cada possível interação com as variáveis envol-vidas na tabela. A vantagem de não se ter nenhuma variável em particular como dependente permite ao pesquisador fazer testes de independência entre as combinações das variáveis, mas a principal vantagem do uso do instrumental dos modelos log-lineares no contexto dos estudos de mobilidade social é poder controlar os efeitos da margem e, dessa forma, entender as associações contidas nas matrizes de mobilidade. Como as margens influenciam a mobilidade estrutural o que se capta são os efeitos da mobilidade circular.

O modelo log-linear proporciona ambos os efeitos: o cha-mado “efeito principal” e o efeito da composição de variáveis, conhe-cido como “efeito interação”. Os dois tipos de efeito descrevem juntos a informação. O modelo que contempla todos estes possíveis efeitos é chamado de modelo saturado. Este modelo reproduz perfeitamente a tabela original. Dessa forma, não há diferença entre as tabelas obser-vada e esperada. Nele o número de parâmetros independentes é igual ao número de células da tabela de contingência. Se o número de parâmetros for menor, então o modelo é insaturado.

O modelo saturado é o seguinte:

Fij

= ητiO

τ

jDτijOD (1)

onde: Fij representa o número ou a freqüência de casos na célula ij que são es-perados se o modelo é verdadeiro;

η é a média geométrica do número de casos em cada célula da tabela. Este termo se assemelha ao termo “intercepto” da equação de regres-são.

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Os termos τ representam os efeitos das distribuições de origem, desti-no (margens) mais os efeitos da interação destas sobre a determinação da freqüência na célula ij.

A partir destes parâmetros de efeitos podemos obter as razões de chance. Note que no modelo log-linear as freqüências espe-radas das células são apresentadas como o produto de uma série de termos. Se todos os efeitos (τ) forem iguais a 1,0 então não há impacto sobre a alocação de casos na matriz e, se não existem estes efeitos, a freqüência de cada célula será igual à das demais e todas serão iguais ao valor de η. Se τ for maior do que 1,0 então existem mais casos que o número médio de casos esperados naquela célula, enquanto que valores inferiores a 1,0 mostram que existem menos casos do que o esperado (Knoke, Burke, 1980). O modelo log-linear pode ser apresen-tado também em sua forma aditiva. Para isso, aplicamos o logaritmo natural na equação (1), assim:

ln Fij = µ + λiO +

λ

jD +

λ

ijOD (2)

onde: µ = ln η (fator de escala);

λiO = ln τiO (efeito principal da distribuição de indivíduos entre as clas-ses de origem);

λjD = ln τjD (efeito principal da distribuição de indivíduos entre as clas-ses de destino);

λij I = ln τijOD (nível particular de interação em que cada célula ij é aloca-da dentro aloca-da matriz).

Na forma aditiva, valores de λ10 iguais a zero mostram que

não há o efeito da variável na alocação de valores nas células da tabela. Para testar as tendências temporais na mobilidade inter-geracional, utilizamos:

ln Fijk = µ + λiO + λjD + λkC + λijOD + λikOC

+

λ

jkDC + λijkODC (3)

Onde C é a coorte de entrada no mercado de trabalho. Como já visto antes, este modelo é saturado e, dessa forma, apresenta

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pouco interesse teórico. Os termos

λ

ik OC

e

λ

jk DC

representam o efeito das mudanças temporais nas distribuições ocupacionais de pais e filhos. Como destacam Silva, Roditi (1988)

“quando empregados simultaneamente esses coeficientes controlam os efeitos de variações na mobilidade estrutural ao longo do tempo” (p. 105).

Então, se considerarmos o modelo:

ln Fijk = µ + λiO + λjD + λkC + λikOC + λjkDC (4)

teremos um modelo que capta a mobilidade estrutural e sua variação entre as coortes. Este modelo servirá como modelo base.

O parâmetro

λ

ij OD

representa o efeito sobre a mobilidade total da interação estrato do pai e do filho, ou seja, o padrão constante da mobilidade de circulação. O termo de maior ordem (λijkODC) repre-senta a variação temporal no padrão de mobilidade de circulação. Se adotarmos então o modelo que exclui este último termo teremos um modelo de mobilidade de circulação constante no tempo e, no caso das freqüências estimadas por este modelo serem próximas das observa-das, podemos admitir que a mobilidade de circulação não se alterou ao longo do tempo. O modelo de mobilidade de circulação constante no tempo é representado pela equação 5.

ln Fijk = µ + λiO + λjD + λkC + λikOC + λjkDC

+

λ

jkOD (5)

Para a definição dos parâmetros são necessárias algumas restrições. No programa utilizado, SAS-GENMOD, são fixados alguns parâmetros com o valor zero em sua forma aditiva para que os demais possam ser obtidos.

De acordo com Silva, Roditi (1988)

“ao se julgar a adequação de um modelo não se pretende, porém, colocar muita ênfase nos testes convencionais de significância” (p. 107).

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Isto porque o desenho da PNAD não é de uma amostra aleatória simples e, dessa forma, a estatística de G2 se vê afetada. Além disso,

como o valor de G2 depende do tamanho da amostra, temos que em

pesquisas grandes como a PNAD 1988, corremos um risco muito grande de rejeitar a hipótese nula em favor de hipóteses alternativas. Uma estratégia bastante adotada para verificar o ajuste de um padrão consiste em tomar um modelo de base simples e a ele comparar um modelo mais complexo. A estatística é a seguinte:

R2 =

1

G2

do

modelo complexo

G2do modelo base

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A partir daí podemos avaliar o quanto a utilização do modelo complexo melhora a explicação das freqüências observadas em relação àquela estimada pelo modelo de base.

Outro teste utilizado foi o G2(S) que padroniza a estatística

G2 pelo tamanho da amostra. Erikson, Goldthorpe (1994) definem

G2(S) da seguinte forma:

G2(S) = [ (G2 g.1.) N] K + g.1. (7) onde: N é o tamanho da amostra e K é o tamanho da amostra tomado como “standard”, que normalmente é a menor amostra.

De posse dos valores de G2, g.1., R2 e G2(S) buscamos

escolher os modelos mais parcimoniosos de interpretação que melhor representassem as relações existentes nas matrizes de mobilidade.

3 RESULTADOS

3.1 Mobilidade intrageracional

A mobilidade intrageracional diz respeito à evolução ao longo da carreira do indivíduo e reflete como a experiência repercute no status social. A expectativa é que grande parte dos trabalhadores mudem de status ocupacional, pois se espera que os ganhos em

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experiência e qualificação possibilitem a ocupação de melhores postos e a ascensão social. No entanto, são as relações entre a oferta e demanda no mercado de trabalho que irão condicionar o nível de mobilidade ocupacional.

Em momentos de retração da demanda do trabalho, as oportunidades de ascensão ocupacional reduzem-se, pois a geração de novos postos torna-se insuficiente para que os atuais trabalhadores subam na escala social, e para que novos contingentes de trabalhado-res sejam absorvidos nos postos vagos. Por outro lado, em contextos de mudança tecnológica e concomitante transformação da estrutura ocupacional, a exigência de novas capacidades e habilidades dos tra-balhadores impõe dificuldades de ascensão àqueles que não se encon-tram aptos a desempenhar as novas funções. Entretanto, apesar de encontrarem obstáculos para trabalhar nos setores mais dinâmicos da economia, outros setores menos desenvolvidos podem absorvê-los. Por último, vale mencionar que os trabalhadores, mesmo passando a ocupar melhores postos – obtendo ganhos na escala ocupacional –, nem sempre auferem ganhos salariais reais. Ou seja, não necessariamente a ascensão ocupacional resulta em melhoria salarial.

A questão que então se coloca é em que medida as regiões metropolitanas mais dinâmicas têm sido capazes de promover uma maior ascensão social aos seus residentes. De acordo com a Tabela 2 o percentual de homens ascendentes é bastante elevado em todas as RMs – mais de 46%. A RMBH encontra-se numa posição inter-mediária, juntamente com a RMPA. Cerca de 58,6% dos residentes nessas áreas ascenderam ao longo da carreira. A RMSP foi a que proporcionou ascensão a uma parcela maior de seus residentes – mais de 60% melhoraram de posição ao longo da carreira. Por outro lado, a RMBH foi a que teve a menor porcentagem de descensão entre os homens (6,4%), cerca de metade do observado na RMRJ e RMRE. Quanto aos sem mobilidade, eles representam mais de 40% no Rio e no Recife. A RMBH se encontra um pouco abaixo desse nível (35%). No caso das mulheres, a RMBH, RMRE e a RMRJ são as que têm as maiores porcentagens de mulheres que não mudaram de estrato durante a carreira (mais de 60%). A RMSP e a RMPA são as que detêm a maior proporção de mulheres que apresentaram ascensão social (Tabela 2).

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3.2 Mobilidade intergeracional

A mobilidade intergeracional relaciona o status social do filho quando começou a trabalhar e o status do pai quando o filho entrou no mercado de trabalho. A variável status ocupacional do pai será utilizada como uma “proxy” de origem social. Consideramos que a variável origem social se relaciona fortemente com a educação do indivíduo e com sua forma de inserção no mercado de trabalho, bem como na conformação de sua carreira.

Quando analisamos os homens e mulheres das diversas RMs vemos que são estas que apresentam uma maior mobilidade ascendente e uma menor descensão, quando comparadas a seus pais. Entre os homens, a imobilidade se mostra mais presente que entre as mulheres. Os homens da RMSP foram os que verificaram a maior mobilidade ascendente e os da RMBH os que mais descenderam. Já entre as mulheres, as Regiões Metropolitanas de Porto Alegre, Recife e São Paulo foram as que permitiram a uma maior parcela de mulheres ascender (Tabela 3).

Tabela 2

MOBILIDADE INTRAGERACIONAL

SEGUNDO O SEXO E AS RMs DE BH, PA, RE, RJ E SP – 1988 Homens

RM Ascendente Descendente Imobilidade Total Belo Horizonte 58,63 6,40 34,96 100,00 Porto Alegre 58,66 8,35 32,99 100,00 Recife 46,25 11,21 42,53 100,00 Rio de Janeiro 47,37 11,32 41,32 100,00 São Paulo 61,95 6,65 31,40 100,00 Mulheres

RM Ascendente Descendente Imobilidade Total Belo Horizonte 28,38 7,98 63,64 100,00 Porto Alegre 31,49 9,42 59,09 100,00

Recife 21,53 9,31 69,17 100,00

Rio de Janeiro 23,74 9,47 66,79 100,00

São Paulo 38,78 10,51 50,72 100,00

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3.3 Mobilidade intergeracional total

A análise das variações ocorridas entre as estratificações sociais nas gerações dos pais e dos filhos reflete as mudanças na estrutura ocupacional entre as gerações consideradas11. O estrato

baixo-inferior, entre os filhos, é cerca de 97,79% menor do que entre seus pais. Este fato reflete as transformações do mercado de trabalho agrícola, os fluxos de migração rural-urbana e a acelerada urbaniza-ção. Ou seja, dada a redução do peso do emprego agrícola e o avanço do movimento de modernização da economia, grandes contingentes populacionais migraram para os centros urbanos, especialmente para

Tabela 3

MOBILIDADE INTERGERACIONAL,

SEGUNDO O SEXO E AS RMs DE BH, PA, RE, RJ E SP – 1988 Homens

RM Ascendente Descendente Imobilidade Total Belo Horizonte 22,55 23,79 53,64 100,00 Porto Alegre 21,24 22,84 55,91 100,00 Recife 25,53 23,37 51,12 100,00 Rio de Janeiro 26,31 22,44 51,24 100,00 São Paulo 26,95 16,58 56,48 100,00 Mulheres

RM Ascendente Descendente Imobilidade Total Belo Horizonte 34,62 21,53 43,85 100,00 Porto Alegre 38,49 19,02 42,51 100,00

Recife 37,48 20,06 42,41 100,00

Rio de Janeiro 29,92 23,87 46,21 100,00

São Paulo 36,76 15,23 48,01 100,00

Fonte: Elaboração da autora – dados básicos PNAD 1988.

11 Vale destacar que estamos trabalhando com uma amostra de filhos. Dessa forma, como existem diferenciais de fecundidade, temos que dois filhos podem ter reportado a seu pai, o qual foi então mencionado duas vezes, enquanto que outro pai que teve seis filhos pode ter sido reportado mais vezes. Assim, a estrutura ocupacional que emerge para os pais deve ser avaliada com cuidado.

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regiões metropolitanas, para ocupar as novas e crescentes oportuni-dades de emprego geradas nas cioportuni-dades. Os estratos médios observaram grandes acréscimos (entre 39,7 e 89,5%), sendo que o grupo médio-médio foi o que mais cresceu. O estrato alto também observou uma grande expansão (45,7%). Uma possível explicação deve-se à grande presença de profissionais liberais e altos funcionários públicos nas RMs (Tabela 4).

Essas transformações na estrutura produtiva permitiram a 61% dos indivíduos ascender socialmente em relação a seus pais, cerca de 27% manter-se na mesma posição e menos de 12% descender (Conjunto das RMs). Desagregando segundo as RMs vemos que a RMSP foi a região metropolitana que proporcionou não só uma maior percentagem de ascensão de filhos em relação a seus pais, mas a menor descensão. A RMRJ e a RMRE apresentam a situação mais desfavo-rável, com as menores proporções de indivíduos ascendentes e maiores de descendentes, tanto para o contingente masculino quanto para o feminino (Tabela 5), enquanto a RMBH e a RMPA se encontram em uma situação intermediária. Uma possível explicação deste comporta-mento pode ser a perda de dinamismo destas economias, principal-mente no caso da RMRJ e da RMRE. Se considerarmos a Taxa Líquida

Tabela 4

MUDANÇA NA ESTRUTURA OCUPACIONAL CONJUNTO DAS RMs DE BH, PA, RE, RJ E SP – 1988 Estrato ocupacional (1) Situação dos pais (2) Situação dos filhos em 1988 (2-1) Expansão/ redução (2-1)/1*100 Expansão/redução em relação aos pais

Alto 3,5 5,1 1,6 45,71 Médio-superior 3,3 5,5 2,2 66,67 Médio-médio 22,8 43,2 20,4 89,47 Médio-inferior 7,8 10,9 3,1 39,74 Baixo-superior 26,5 34,5 8,0 30,19 Baixo-inferior 36,2 0,8 –35,4 –97,79 Fonte: Elaboração da autora – dados básicos PNAD 1988.

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de Migração (TLM) como um indicador deste dinamismo vemos que a RMRJ apresenta uma TLM negativa para os homens e um valor muito pequeno no caso das mulheres. Para a RMRE os valores, apesar de positivos, são ainda pequenos, enquanto que nas demais RMs os valores são positivos e bem mais significativos12.

Tabela 5

MOBILIDADE INTERGERACIONAL TOTAL SEGUNDO AS RMs DE BH, PA, RE, RJ E SP – 1988

Homens

RM Ascendente Descendente Imobilidade Total Belo Horizonte 60,74 10,68 28,58 100,00 Porto Alegre 60,76 11,90 27,33 100,00 Recife 52,88 14,66 32,46 100,00 Rio de Janeiro 56,26 13,01 30,73 100,00 São Paulo 71,74 7,87 20,38 100,00 Mulheres

RM Ascendente Descendente Imobilidade Total Belo Horizonte 49,42 16,66 33,92 100,00 Porto Alegre 57,68 15,54 26,78 100,00

Recife 49,39 17,83 32,78 100,00

Rio de Janeiro 44,44 20,46 35,10 100,00

São Paulo 62,21 13,26 24,53 100,00

Fonte: Elaboração da autora – dados básicos PNAD 1988.

12 A TLM masculina na RMRJ foi de –0,48 e a feminina 1,49. Na RMRE os valores foram, respectivamente, 0,01 e 1,75. Na RMBH, 7,72 (homens) e 9,44 (mulheres) enquanto que na RMPA verificou-se 12,36 de TLM masculina e 13,26 feminina, sendo que na RMSP foi de 4,16 e 5,68. Vale destacar que estes dados referem-se a um período recente (1981/91), mas servem como um indicador de que as RMs do Rio de Janeiro e de Recife perdem dinamismo e, com isso, podem apresentar menores possibilidades de ascensão para os indivíduos que lá residem. Entretanto, uma análise mais detalhada do caso das mulheres residentes no Rio de Janeiro se faz necessária.

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3.4 Síntese

A partir da comparação entre as regiões metropolitanas vemos que as áreas mais dinâmicas proporcionaram uma maior mo-bilidade ascendente e menor momo-bilidade descendente e imomo-bilidade entre seus residentes. As Tabelas 6 e 7 sumarizam as informações acerca da mobilidade social nas diversas RMs. De uma forma geral, as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Porto Alegre são as que apresentam as melhores condições. A RMBH se encontra numa posi-ção intermediária, enquanto a RMRE e a RMRJ foram as que apre-sentaram as piores oportunidades de melhoria social aos seus resi-dentes.

Interessante notar que independentemente a situação ve-rificada em relação aos seus pais, os homens ascendem mais que as mulheres ao longo da carreira enquanto essas vivenciam uma grande imobilidade, o que demonstra, mais uma vez, uma pior situação destas no mercado de trabalho.

Tabela 6

DISTRIBUIÇÃO DA MOBILIDADE INTRAGERACIONAL A PARTIR DO COMPORTAMENTO

DA MOBILIDADE INTERGERACIONAL – HOMENS, SEGUNDO AS RMs DE BH, PA, RE, RJ E SP – 1988

Intergeracional Intrageracional RMBH RMPA RMRE RMRJ RMSP

Imobilidade Imobilidade 29,98 29,02 38,43 37,47 20,17 Ascendente 66,27 67,11 56,02 56,50 77,59 Descendente 3,75 3,87 5,55 6,03 2,24 Ascendente Imobilidade 54,04 43,69 50,96 52,41 50,78 Ascendente 30,92 35,93 26,81 25,06 33,74 Descendente 15,04 20,38 22,23 22,53 15,48 Descendente Imobilidade 20,90 25,43 32,21 29,11 21,19 Ascendente 77,51 70,58 62,35 66,85 75,71 Descendente 1,59 3,99 5,44 4,04 3,11 Fonte: Elaboração da autora – dados básicos PNAD 1988.

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3.5 Avaliação da tendência da mobilidade de circulação

Avaliando as RMs, percebemos que em todas houve um aumento nas taxas absolutas de mobilidade intergeracional (se consi-deramos as coortes extremas), mas não deixa de ser interessante notar que, tanto na RMRE quanto na RMRJ, houve uma diminuição da mobilidade entre as coortes que iniciaram entre 1970/79 e 1980/88, fato que pode reforçar outros indícios sobre a perda de dinamismo destas economias (Gráfico 1). Como discutido anteriormente vários autores têm sugerido que a democratização de oportunidades é função da industrialização da economia. Assim, seria de se esperar que as sociedades industrializadas apresentassem uma elevada mobilidade. De fato, a RMSP (a mais industrializada entre as RMs) foi a que apresentou a maior taxa absoluta para a coorte mais recente. Entre-tanto, por sofrerem influência de fatores estruturais, as taxas absolu-tas não são consideradas boas medidas para a comparação de níveis de mobilidade. Dessa forma, buscaremos, nesta parte do trabalho, considerar a mobilidade livre destes efeitos e avaliar se ao longo do tempo houve mudanças na mobilidade circular a partir da utilização

Tabela 7

DISTRIBUIÇÃO DA MOBILIDADE INTRAGERACIONAL A PARTIR DO COMPORTAMENTO

DA MOBILIDADE INTERGERACIONAL – MULHERES, SEGUNDO AS RMs DE BH, PA, RE, RJ E SP – 1988

Intergeracional Intrageracional RMBH RMPA RMRE RMRJ RMSP

Imobilidade Imobilidade 56,87 44,47 58,73 59,56 35,65 Ascendente 37,75 51,01 35,44 34,97 59,35 Descendente 5,39 4,52 5,82 5,46 5,00 Ascendente Imobilidade 68,82 65,25 77,59 70,89 61,08 Ascendente 17,48 18,75 9,84 12,24 21,02 Descendente 13,70 15,99 12,57 16,88 17,90 Descendente Imobilidade 54,38 57,06 59,19 58,73 52,06 Ascendente 42,87 37,39 32,65 34,39 42,47 Descendente 2,75 5,55 8,16 6,88 5,48 Fonte: Elaboração da autora – dados básicos PNAD 1988.

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Gráfico 1

TAXAS ABSOLUTAS DE MOBILIDADE INTERGERACIONAL, POR COORTES DE ENTRADA NO MERCADO DE TRABALHO,

SEGUNDO AS RMs DE BH, PA, RE, RJ E SP

Fonte: Elaboração da autora – dados básicos PNAD 1988.

A utilização do instrumental de modelos log-lineares pos-sibilita uma avaliação das tendências da mobilidade. A análise da Tabela 813 nos indica que a inclusão do termo que capta a associação

entre as ocupações de pais e filhos se mostrou de grande importância (dadas as quedas em G2 e G2(S)). Como trabalhamos com a amostra

expandida da PNAD, encontramos valores muito elevados de G2 dado

que o tamanho da amostra afeta esta estimativa. Assim, tendo verifi-cado valores elevados de R2 e quedas significativas nas estimativas de

G2 e G2(S) concluímos que o modelo de padrões de mobilidade

ocupa-cional constante ao longo do tempo (equação 5) se ajusta bem aos dados. Vale ainda considerar que as diferenças entre as RMs são pequenas, visto que os valores de G2(S) são bem parecidos. Logo,

existem indícios nos dados sobre mobilidade intergeracional que indi-cam a inexistência de mudanças significativas na mobilidade circular ao longo do tempo em todas as RMs analisadas.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1920/49 1950/69 1970/79 1980/88 % R M B H R M P A R M R E R M R J R M S P

13 Optamos por não desagregar segundo o sexo visto que não houve convergência em alguns casos.

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Tabela 8

AJUSTE DOS MODELOS DE TESTE DAS TENDÊNCIAS DA MOBILIDADE INTERGERACIONAL, AMBOS OS SEXOS,

SEGUNDO AS RMs DE BH, PA, RE, RJ E SP – 1988

Modelo G2 g.1. G2 (S) R2 RMBH O, C 865471 135 542208 D, C 763243 135 478169 OC, DC 277169 100 173665 0, 0 OC, DC, OD 21165 75 13286 92, 4 RMPA O, C 905748 135 545370 D, C 791632 135 476665 OC, DC 324070 100 203045 0,0 OC, DC, OD 17952 75 11274 94,5 RMRE O, C 527034 135 527034 D, C 449073 135 449073 OC, DC 161622 100 161622 0,0 OC, DC, OD 15571 75 15571 90,4 RMRJ O, C 2484792 135 530768 D, C 2094815 135 447483 OC, DC 835148 100 178436 0, 0 OC, DC, OD 50523 75 10849 94,0 RMSP O, C 4813828 135 572393 D, C 2094815 135 249153 OC, DC 835148 100 99372 0,0 OC, DC, OD 50523 75 6072 94,0

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4 CONCLUSÕES

O controle por região metropolitana mostrou que áreas mais dinâmicas proporcionam, via de regra, uma maior mobilidade ascendente e uma menor descensão social para seus residentes (mo-bilidade intrageracional e intergeracional total). A Região Metropoli-tana de Belo Horizonte se mostrou numa posição intermediária em relação às demais RMs. De fato, a RMSP e a RMPA foram as que proporcionaram as maiores oportunidades de melhoria social aos seus residentes. As áreas das RMs do Rio de Janeiro e Recife apresentam alguns indícios de perda de dinamismo econômico o que se reflete sobre o comportamento da mobilidade social. Visto que a mobilidade social depende tanto de fatores estruturais quanto de características individuais, a promoção de políticas que promovam um aumento dos postos de trabalho aliadas a políticas de educação e formação de pessoal são de extrema importância para o incremento das oportuni-dades para a população.

A análise realizada no presente trabalho demonstrou ain-da que existem vantagens de se trabalhar com todos os tipos de mobilidade. Tal como vimos, os níveis de mobilidade ao longo da carreira e da mobilidade intergeracional e intergeracional total dife-rem. Em particular, vale notar que boa parte da mobilidade interge-racional total advém de movimentos ao longo da carreira.

Outro ponto evidenciado é que existem diferenças signifi-cativas entre homens e mulheres. Em todas as RMs verificamos que a proporção de mulheres que não realiza mobilidade ao longo da carreira (mobilidade intrageracional) é muito maior que a verificada entre os homens. Mesmo que estas, quando iniciam carreira, apresen-tem uma maior ascensão em relação a seus pais, o fato de apresenta-rem uma grande imobilidade durante o tempo de permanência no mercado de trabalho faz com que verifiquem uma menor ascensão na mobilidade intergeracional total.

Por fim, encontramos indícios de que o modelo de padrões de mobilidade ocupacional constante ao longo do tempo se ajusta bem aos dados, ou seja, se aceitamos este modelo podemos dizer que a mobilidade de circulação permaneceu inalterada durante o período analisado em todas as RMs.

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