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Uma análise da mobilidade ocupacional no Brasil segundo o nível tecnológico das ocupações

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Academic year: 2021

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Elaine Soares Rodrigues Bacharel em Ciências Econômicas pela UFMG em 2006. Aluna de mestrado em Demografia, Cedeplar/UFMG em 2007. Bolsista de iniciação científica do CNPq entre 2004 e 2005. Área de trabalho: Ciência e Tecnologia. Orientador: Prof. Eduardo da Motta e Albuquerque (UFMG). Co-autoria em artigos, projetos e pesquisas na área de Ciência e Tecnologia. Interesse na área do mercado de trabalho e da estratificação social.

Ana Maria Hermeto Camilo de Oliveira Doutora em Demografia, Universidade Federal de Minas Gerais, 2002. Professora Adjunta do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG. Áreas de interesse: economia social; demografia econômica; métodos quantitativos.

Eduardo da Motta e Albuquerque

Doutor em Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998. Professor Adjunto do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG. Áreas de interesse: economia da ciência e da tecnologia e desenvolvimento econômico.

RESUMO

“Uma análise da mobilidade ocupacional no Brasil segundo o nível tecnológico das ocupações” é uma parte do trabalho “Classificação das ocupações brasileiras segundo o nível tecnológico”. Ambos oferecem a possibilidade de diálogo entre as mudanças tecnológicas atuais e o mercado de trabalho.

No trabalho original, foram criados oito estratos distintos que agrupam as ocupações brasileiras atuais segundo seu teor tecnológico por meio do método da atribuição de scores a diversas “características tecnológicas” presentes na descrição das ocupações efetuadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE, CBO 2002). Na segunda parte, que é reproduzida neste artigo, a nova classificação é aplicada ao campo da estratificação social e da mobilidade. Os resultados preliminares sugerem que diversos impactos do progresso técnico e tecnológico já possam ser sentidos no mercado de trabalho.

Palavras-chave: Classificação, estratos, mercado de trabalho, ocupações, tecnologia, mobilidade.

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Uma análise da mobilidade ocupacional no Brasil segundo o nível

tecnológico das ocupações

Elaine Soares Rodrigues Ana Maria Hermeto Camilo de Oliveira Eduardo da Motta e Albuquerque

INTRODUÇÃO

Existe um intenso debate entre os acadêmicos e políticos se o progresso e a tecnologia aumentam ou diminuem as desigualdades econômico-sociais. Em relação ao mercado de trabalho, há aqueles que acreditam que uma vez introduzida ou incorporada, a nova tecnologia destrói postos de trabalho e aliena ainda mais os que não têm o mínimo acesso a ela; enquanto a corrente contrária defende que novos postos são criados e novas riquezas são geradas a partir da maior competitividade adquirida em nível internacional, o que leva inevitavelmente a um crescimento como um todo da economia e à conseqüente diminuição das disparidades.

Paralelamente, nota-se o aumento do nível educacional da população ao longo dos últimos anos, concomitante ao aumento do grau de qualificação exigido pelo mercado de trabalho. Soma-se a isso o progresso contínuo e o surgimento de novas tecnologias a todo o momento, o que contribui para a dinamização ainda maior do mercado de trabalho. Tudo isso deve afetar a mobilidade que o mercado de trabalho oferece aos indivíduos.

Pretende-se captar o grau de mobilidade dos indivíduos entre ocupações tecnológicas. Se ela existe, será ela significativa? Ou tímida? Em relação a esse ponto, já é sabido que algumas ocupações rurais e agrárias diminuíram ou se extinguiram devido à crescente urbanização (sobretudo depois da metade do século passado) e à mecanização.

Uma pergunta que ficará sem resposta por enquanto é se o progresso tecnológico sofrido até agora no país foi suficiente para melhorar a qualidade de vida da população. Por isso, uma idéia para a expansão dos objetivos deste trabalho é comparar as informações a respeito da mobilidade de ocupações tecnológicas com a evolução dos rendimentos do trabalhador e com o nível de desemprego, a fim de captar ou não a relação entre tecnologia e desemprego estrutural, por exemplo.

A expectativa é que o progresso pouco tenha mudado, pelo menos por enquanto, o mercado de trabalho no Brasil, exatamente pelo fato de o progresso, neste país, ser caracterizado pela “importação de tecnologia” e não por uma mudança interna em direção ao progresso técnico. Ao menos em nível de igualdade, esperamos encontrar sutis melhoras e pouca criação de novos postos de trabalho “modernos”. Caso fosse possível obter dados semelhantes de países desenvolvidos para efeito de comparação – e este parece ser outro possível campo a ser explorado a partir das idéias deste estudo -, provavelmente essa constatação seria mais fácil e mais clara.

Na primeira seção, o papel da tecnologia no mundo moderno é introduzido, bem como sua relação com o mercado de trabalho.

Na segunda seção, são apresentadas algumas classificações ocupacionais existentes, para então introduzir, na seção seguinte, a nova classificação tecnológica a ser utilizada.

A quarta seção traz uma aplicação dos estratos ocupacionais criados. Duas tabelas de mobilidade são construídas e, a partir dessas tabelas, são obtidos resultados preliminares de

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prováveis ascendências ou descendências de trabalhadores no mercado de trabalho em termos do nível tecnológico presente em cada uma das suas ocupações exercidas.

1 A tecnologia no estudo das ocupações

Estudos que incorporem a variável tecnologia são cada vez mais requisitados pelo meio acadêmico, por pesquisadores e por formuladores de políticas públicas. Num contexto de globalização, mudanças tecnológicas, automatização em vários setores e criação de postos de trabalho, as novas propostas de análise econômica e demográfica deveriam considerar cada vez mais o papel da tecnologia e de seus “diferentes níveis”.

A despeito de todas as publicações acerca da tecnologia, parece haver certa dificuldade quando se faz necessário incorporá-la aos estudos, principalmente de maneira quantitativa. Para estudos do mercado de trabalho, essa dificuldade também existe. Como medir o efeito da tecnologia sobre o desenvolvimento econômico? Sobre o crescimento da renda? Da desigualdade social? Da urbanização?

Por isso este trabalho utiliza a classificação tecnológica das ocupações de Rodrigues (2006), elaborada com base na identificação de uma gama de elementos tecnológicos. Trata-se de uma proposta de classificação ocupacional que Trata-se relacione tanto à tecnologia como ao mercado de trabalho. Na realidade, este artigo constitui a segunda parte desse trabalho, intitulado “Classificação das ocupações brasileiras segundo seu nível tecnológico”. Trata-se de uma primeira aplicação da classificação criada e que é reproduzida neste artigo.

Far-se-á uso dessa classificação tecnológica para analisar a mobilidade ocupacional no mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos. Qual o papel da tecnologia incorporada às ocupações, no mercado de trabalho? A criação de novos postos de trabalho - medida pela mobilidade estrutural - é significativa? A estrutura do mercado de trabalho ficou mais “engessada” ou há ainda elevadas taxas de mobilidade circular – dois indivíduos se movendo na direção de preencher a ocupação do outro? Existem diferenças nas oportunidades de mobilidade entre 1) pretos e brancos; 2) homens e mulheres; 3) trabalhadores do Nordeste e do Sudeste; 4) grupo de trabalhadores entre 25 e 45 anos e aqueles entre 45 e 65 anos?

Em quanto a desigualdade contribui para a não-realização ou o atraso do desenvolvimento tecnológico? Ou ainda, exatamente o contrário: em quanto o progresso técnico favorece ou não uma sociedade mais igual, a começar por ampliar as profissões tecnológicas as quais, por sua vez, por exigirem mais conhecimentos e habilidades, ofereceriam uma remuneração melhor e, conseqüentemente, melhorariam a qualidade de vida da população como um todo?

Finalmente, o uso dessa nova classificação na construção de matrizes de mobilidade permitirá uma melhor visualização da evolução das ocupações e do seu conteúdo tecnológico. O estudo da mobilidade intergeracional (entre gerações) mostrará que os filhos –as novas gerações - tendem a se mover para ocupações mais tecnológicas; e o estudo da mobilidade intrageracional (dentro da mesma geração) mostrará que os indivíduos tendem a se mover, também, para ocupações mais tecnológicas ao longo da sua carreira. Alguns resultados são apresentados, muito mais como um incentivo a trabalhos futuros do que como resultados robustos de aplicação empírica da nova classificação.

2 Classificações ocupacionais existentes

Nos estudos de estratificação social, a fim de captar as diferenças sociais e as oportunidades de mobilidade, a maioria opta pela mensuração dos níveis de escolaridade e dos níveis de renda do trabalhador.

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Contudo, o objetivo deste trabalho é captar a mobilidade em termos do caráter tecnológico da ocupação, ao considerar que a difusão tecnológica proporciona novas possibilidades de mobilidade ocupacional tecnológica.

Para muitos estudiosos, a ocupação é o principal papel social dos adultos fora de suas famílias. Mais do que isso, a ocupação é indicativa da qualificação técnica e social do trabalhador que é levada ao mercado de trabalho e, por isso, ela ajudaria na delimitação das suas perspectivas econômicas atuais e futuras.

Entretanto, muitas vezes, as classificações existentes acabam por ser muito restritas. ACEMOGLU (2002), por exemplo, pretende discutir o efeito da mudança tecnológica sobre a desigualdade salarial. A conclusão de que a tecnologia favorece os trabalhadores mais qualificados, entretanto, é obtida pela observação do comportamento dos salários daqueles que possuem curso superior. A variável tecnológica considerada, portanto, é apenas a posse ou não de curso superior pelo trabalhador.

No Brasil, o trabalho mais relevante na área, sendo o mais citado e utilizado por autores que desejem incorporar algum medidor de tecnologia nas suas estatísticas, é a classificação do IBGE (2004). Distribuída em quatro agregações industriais, de acordo com a

intensidade tecnológica das indústrias, tal classificação foi feita a partir dos dados da Pesquisa

Industrial Anual–Empresa (PIA) do ano de 2000 e a proxy utilizada para medir a intensidade tecnológica foi o gasto de cada indústria em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em relação a sua receita, disponibilizados na Pesquisa Industrial de Pesquisa Tecnológica (PINTEC) de 2000.

A classificação internacional e padrão da ISCO agrupa as ocupações semelhantes segundo suas atividades e a qualificação do seu trabalhador, enquanto a classificação de Goldthorpe parte de um critério mais próximo ao conceito de estrutura de classes e do controle ou não dos meios de produção pelo trabalhador, da sua administração ou não de ativos e da sua qualificação.

3 A classificação tecnológica utilizada

A nova classificação de Rodrigues, chamada aqui também de classificação tecnológica das ocupações, foi utilizada neste trabalho de mobilidade tecnológica porque ela considera as dimensões tecnológicas de uma maneira mais abrangente. As demais classificações ocupacionais partem somente do nível educacional de cada ocupação e/ou do rendimento médio recebido pelos trabalhadores de cada uma, ao passo que a classificação tecnológica foi construída a partir da atribuição e posterior soma de pontos (scores) 1 a quatro grupos diferentes de descrições: i) Níveis de escolaridade; ii) Ações tecnológicas; iii) Recursos de trabalho tecnológicos; iv) Palavras-chave tecnológicas.

Esses grupos de descrições são encontrados na classificação-base utilizada por Rodrigues: a Classificação Brasileira de Ocupações. A CBO é uma publicação do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) realizada pela primeira vez em 1994.

i) Níveis de escolaridade

A proxy do nível de competência utilizado é a escolaridade. Há uma idéia intuitiva de que a tecnologia e seu manuseio implicam em um conhecimento maior, por isso foram atribuídos diferentes scores à escolaridade exigida por cada ocupação.

Tanto os dirigentes, gerentes e diretores (GG1) 2, assim como os membros das forças armadas (GG2) possuem nível de escolaridade bastante diversificado e por isso não têm

1

Uma outra classificação que utiliza scores é a classificação também ocupacional de Pastore e Silva (2000). 2

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especificados seus níveis de competência. A classificação parcial de escolaridade de Rodrigues, entretanto, sugere que esses dois grandes grupos têm como exigência, em geral, um alto nível de escolaridade (a grande maioria exige curso superior completo ou mais).

Em termos de títulos, a diferença entre os grandes grupos 7, 8 e 9 não é tão sutil quanto possa parecer: o GG 7 abrange os trabalhadores que trabalham com os “sistemas de produção” discretos, quase sempre traduzidos na lida com a forma do produto. Contrariamente, o GG 8 abarca os trabalhadores que operam “sistemas de produção” contínuos. Finalmente, o grande grupo 9 abrange os trabalhadores de manutenção e reparação, como o próprio título ocupacional sugere. Apenas a definição desses últimos três grupos apresenta algumas diferenças em relação à definição dos grandes grupos da classificação internacional.

Por se tratar de uma classificação tecnológica, a exigência de cursos técnicos, profissionalizantes, de qualificação ou outros são bastante valorizados. Isso porque o conhecimento técnico está intrinsecamente ligado ao conhecimento tecnológico, por razões óbvias.

A classificação tecnológica também leva em conta as últimas transformações do mercado de trabalho e, portanto, outras esferas de “competência” são consideradas, tais como: Aprovação em exame ou concurso público; Experiência; Fluência em idiomas ou línguas estrangeiras e outros.

ii) Variáveis tecnológicas

As variáveis tecnológicas são palavras-chave que se relacionam de alguma forma à tecnologia. Na classificação tecnológica de Rodrigues, elas foram divididas em três grupos: As Ações Tecnológicas, os Recursos de Trabalho Tecnológicos e as Palavras-Chave Tecnológicas. Foi reproduzida a tabela com cada uma das variáveis tecnológicas consideradas e seus respectivos scores:

TABELA 1

Scores das variáveis tecnológicas

Ações tecnológicas Scores Palavras-chave tecnológicas Scores

Acompanhando tendências tecnológicas 4 Aeronáutica 2

Construção de equipamentos 3 Atividades de extensão 3

Controle de (controlam a) qualidade 2 Atividades de pesquisa 4

Controlam parâmetros 3 Atividades de tecnologia 5

Desenvolvem atividades de pesquisa 5 Atividades técnicas 2

Desenvolvem melhorias no processo

produtivo 4 Automação industrial 1

Desenvolvem processos 4 Automático 1

Biotecnologia 4

Desenvolvem produtos (desenvolvimento de

novos produtos); sistemas 4 Ciência e Tecnologia (C&T) 5

Efetuam manutenção 1 Científico(a)(s) 2

Elaboram/redigem documentos técnicos 2 Combustíveis nucleares 3

Fabricação e montagem 1 Conhecimento técnico 2

Fabricação de máquinas e equipamentos 2 Digital/Digitais 1

Fabricação de produtos 1 Efeitos Especiais 3

Identificam oportunidades de aplicação

(desta) tecnologia 5 Eletrônico(a) 0,5

Operam equipamentos 1 Indústrias de transformação 2

Pesquisam novas tecnologias 3 Informática 1

Programação/Programações (da produção; de máquinas; de sistema; de computador; visual gráfica)

3

Inovação tecnológica 5

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Programam a produção 3

Laboratório 3

Promovem mudanças tecnológicas 5 Linha de produção 3

Prover soluções tecnológicas 5 Mecanização 1

Testam (sistemas; motores, desempenho;

funcionamento de máquinas) 3 Modelista de produtos 1

Traçam diretrizes científicas e tecnológicas 4 Modernização 3

Multidisciplinar 2

Pesquisas científicas 5

Recursos de trabalho tecnológicos Scores Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) 5

Bip 0,5 Procedimentos técnicos 2

Computador 1 Processo de produção 2

Datashow 2 Semi-automático 0,5

TABELA 1

Scores das variáveis tecnológicas (cont.)

Recursos de trabalho tecnológicos Scores Palavras-chave tecnológicas Scores

Fax 0,5 Sistema(s) de informação 4

GPS (Global Position System) 2 Sistema(s) de qualidade 1

Instrumentos de precisão e ópticos 3 Sistemas operacionais 3

Internet 1 Técnica(s) 1

Laptop / Notebook 2 Técnicos de produção 4

Laser 2 Tecnologia/Tecnológica(s)/Tecnológico(s) 3

Literatura técnica 1 Telecomunicação (ões) 1

Máquina 0,5

Manuais técnicos 1

Publicações (científicas e outras) 3

Robô/Robotizados 3 Softwares 2

Fonte: RODRIGUES (2006).

Estratos tecnológicos

O resultado final da classificação tecnológica foi distribuído em oito estratos. São esses estratos que são utilizados na nossa análise de mobilidade ocupacional.

TABELA 2 Definição dos estratos

Estratos Scores Alto-Superior (1) 37,1 a 44 Alto-Inferior (2) 30,1 a 37 Médio-Superior (3) 25,1 a 30 Médio-Médio (4) 20,1 a 25 Médio-Inferior (5) 15,1 a 20 Baixo-Superior (6) 10,1 a 15 Baixo-Médio (7) 5,1 a 10 Baixo-Inferior (8) 0 a 5 Fonte: RODRIGUES (2006).

A definição de cada estrato é assim sumarizada por Rodrigues:

Baixo-Inferior: Abrange aquelas ocupações sem exigência escolar ou com exigência muito baixa na sua maioria. Há ocupações de todos os dez grandes grupos nesse estrato, sendo a maioria pertencente ao GG 5,6 e 73 e apenas 3 do GG 2, todos relacionados à cultura/lazer: 2631 Ministros de culto, missionários, teólogos e

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profissionais assemelhados, 2628 Artistas da dança (exceto dança tradicional e popular) e 2627 Músicos intérpretes.

Baixo-Médio: Trata-se do estrato mais abrangente. Possui exigência de escolaridade em geral médio-baixa ou médio-média, ou seja, até Ensino Fundamental Completo ou Ensino Médio incompleto, com algumas exceções de ocupações que exigem Médio Completo ou mesmo Ensino Superior4. A composição em termos dos grandes grupos pouco difere da anterior, com a predominância do GG 7.

Baixo-Superior: Bastante heterogêneo, esse estrato possui muitos representante dos estratos 3, 7 e 8. No caso do estrato 3 (Médio-Superior) o peso maior foi da alta escolaridade dos trabalhadores dessas ocupações. Por outro lado, algumas ocupações obtiveram score acima de 6 na soma total de elementos tecnológicos (Ações, Recursos de trabalho e Palavras-chave tecnológicas), o que representa de metade a um terço do total de scores que caracterizam esse estrato (de 10,1 a 15).

Médio-Inferior: Esse grupo traz praticamente somente ocupações dos grupos 1, 2 e 3, com algumas poucas exceções. A grande maioria tem como escolaridade requerida o Ensino Superior completo, sendo que todas apresentam um score para escolaridade acima de 8, com 3 exceções, apenas. A escolaridade ainda tem um peso maior do que os elementos tecnológicos na soma total para a maioria das ocupações agrupadas nesse estrato. Das poucas exceções, a maioria encontra-se naquelas ocupações que não pertencem aos GG 1,2 e 3 ou 0.

Médio-Médio: A partir desse estrato já podemos considerar as ocupações aí encontradas como sendo altamente tecnológicas. Da mesma forma que o estrato anterior, os grandes grupos constituintes são o 1, 2 e 3, com 1 exceção (do grupo 9). A distribuição da composição dos scores encontra-se bem equilibrada, sendo necessário fazer duas observações pertinentes: 1) As ocupações do GG 1, “Membros Superiores do Poder Público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes” tiveram em sua maioria maior peso do nível de escolaridade, como era de se esperar. No outro extremo, a exceção “9101 Supervisores em serviços de reparação e manutenção de máquinas e equipamentos industriais, comerciais e residenciais” obteve um score total para os elementos tecnológicos que foi mais do que o dobro da soma dos seus scores de nível de escolaridade; 2) Quanto maior a soma total dos scores e mais próximos do próximo estrato, o Médio-Superior, maior foi o peso dos elementos tecnológicos.

Médio-Superior: Engloba apenas 18 ocupações. Com apenas três exceções, todas as ocupações classificadas nesse estrato exigem escolaridade acima do Ensino Superior completo. Em relação ao peso dos elementos tecnológicos e nível educacional na soma total dos scores, eles estão bem distribuídos e cada um predomina em cerca de metade das ocupações. A maioria é do grande grupo 2, como era de se esperar.

Alto-Inferior: Trata-se das ocupações “de ponta”, assim como aquelas que abrigam a classe dos pesquisadores (responsáveis em grande medida pela inovação, através da geração de conhecimento) e a classe das ocupações avançadas em informática. Com apenas uma exceção, todas exigem escolaridade acima do Superior completo e todas possuem uma soma de elementos tecnológicos acima de 15, com o limite de 23.

Alto-Superior: O estrato mais tecnológico contém apenas três ocupações, sendo duas do grande grupo 1 e uma do GG 2. Em termos educacionais, todas as três requerem a maior exigência possível, qual seja, o Ensino Superior completo seguido de cursos de pós-graduação ou outros. Todas as três ocupações também somam 27 ou 28 pontos de elementos tecnológicos. Com certeza essas ocupações fazem parte dos setores que mais inovam e que estão à frente do mercado com novas tecnologias, novos produtos e novos métodos/processos, principalmente porque as duas primeiras estão diretamente ligadas ao processo inovativo: 1237 Diretores de pesquisa e desenvolvimento e 1426 Gerentes de pesquisa e desenvolvimento.

Fonte: RODRIGUES (2006).

4 A estratificação social e a análise de mobilidade

Há várias metodologias que auxiliam na análise da mobilidade social.

Pastore e Silva (2000) quiseram buscar alternativas para medir a desigualdade social no Brasil, ainda que não no plano da tecnologia. Para isso, os autores apresentaram uma classificação das ocupações em seis estratos (grupos) ocupacionais construídos a partir de

scores obtidos por uma média dos níveis de rendimentos e de educação do indivíduo.

Já os funcionalistas Davis e Moore (1973), por exemplo, vêem o sistema de estratificação como uma ferramenta que garante, inconscientemente, que as posições mais importantes da sociedade sejam preenchidas pelas pessoas mais qualificadas.

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Essas ocupações de alta demanda de escolaridade foram classificadas no estrato Baixo-Superior pela minguante ou inexistente presença de elementos tecnológicos na sua descrição.

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A estratificação, em si, também pode ser um indício de desigualdade. “O sistema de estratificação se refere ao complexo de instituições sociais que geram as desigualdades observadas nesse sistema” (GRUSKY, 2001). No caso de estratos tecnológicos, essa posição parece prevalecer, uma vez que as ocupações mais tecnológicas são aquelas que exigem melhor formação (escolaridade e atributos – como possuir conhecimentos de informática), assim como são aquelas cujos profissionais recebem um salário maior (no caso do Brasil, um salário bem maior, vale pontuar).

Em uma outra vertente, o clássico “modelo de realização socioeconômica” dos pioneiros Blau e Duncan (1967) possui caráter individualista e basicamente se preocupa com os fatores na história de um indivíduo qualquer que o teriam condicionado a estar naquela posição ocupacional e a possuir determinada realização socioeconômica naquele instante. A contrapartida mais contemporânea, entretanto, tem caráter estrutural5, na medida em que o objetivo passa da trajetória social do indivíduo para a relação entre os diversos estratos sociais.

A idéia da tabela de mobilidade é captar exatamente essa relação entre os estratos. A partir dela, inúmeras estatísticas podem ser feitas e tentar-se-á, com este primeiro resultado obtido, calcular algumas delas a fim de explicitar o papel da tecnologia no Brasil visto pelo prisma da mobilidade.

A fim de confirmar a hipótese de que o progresso tecnológico da segunda metade do século passado, no Brasil, favoreceu uma maior igualdade no mercado de trabalho, esperam-se dois principais resultados: altas taxas de mobilidade ascendente e significativas taxas de mobilidade estrutural.

4.1 Metodologia e compatibilização

Para medir a mobilidade, foram construídas tabelas de contingência, nas quais os indivíduos são alocados em estratos determinados (de acordo com sua posição no mercado de trabalho). A partir da sua comparação em dois momentos diferentes no tempo, podemos afirmar o que aconteceu e tirar conclusões de acordo com nossos objetivos iniciais de investigação.

Foram utilizados os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD) de 1996, posto que esse é o último ano cujo questionário suplementar cobre a mobilidade no mercado de trabalho. A PNAD é também o único banco de dados que fornece informações diretas acerca da mobilidade das ocupações6. As perguntas que foram utilizadas para a construção das tabelas de mobilidade foram: (6) “Qual era a ocupação que você exercia no primeiro trabalho em que permaneceu pelo menos 6 meses?” e (13) “Quando você tinha 15 anos de idade, qual era a ocupação que seu pai exercia?” Além disso, para obter os dados da ocupação atual do entrevistado, a pergunta do questionário principal, “Qual sua ocupação atual?”, também foi utilizada.

Há grande problema em trabalhar com a classificação tecnológica de Rodrigues. Os códigos ocupacionais utilizados pelo IBGE até 2000 eram de uma classificação própria, completamente diferente da classificação da CBO, base da classificação tecnológica. Porém, foram esses outros códigos ocupacionais os utilizados na PNAD de 1996.

Além de ser uma classificação bem mais agregada, os códigos são completamente diferentes assim como a própria metodologia de classificação, que agrega as ocupações principalmente pela sua atividade econômica. Como a CBO agrega pela similaridade das

5

Os primeiros modelos foram propostos por Goodman (1979), Hauser (1980) e Goldthorpe (1980)

6

Por esse motivo a possibilidade de estudo empírico acerca da mobilidade social é tão limitada no Brasil, sobretudo, quanto à análise temporal. (O ano de 1996 já está 10 anos distante e nada foi realizado depois disso para a mobilidade.)

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atividades, mas também pelo nível educacional, os grupos não poderiam ser mantidos para as duas.

A solução encontrada foi a compatibilização das ocupações7, guiada sobretudo pelos títulos ocupacionais. Quatro, das 594 ocupações da CBO foram perdidas, por não encontrarem nenhum representante próximo na classificação utilizada pelo IBGE. Além disso, passou-se de 594 para apenas 173 ocupações. O alto grau de agregação fez com que muitas ocupações, a princípio bastante distintas em nível educacional ou em nível tecnológico, fossem alocadas sob um mesmo código e, logicamente, em um mesmo estrato. Com isso, algumas ocupações acabaram por mudar de estrato – em relação à classificação original utilizando os códigos da CBO - e serem classificadas além ou aquém do que seria o seu “verdadeiro nível tecnológico”.

Apesar dos prejuízos trazidos pela compatibilização, ainda é viável trabalhar com essa classificação tecnológica adaptada sempre que os dados a serem utilizados forem dados de pesquisas realizadas pelo IBGE anteriormente ao ano de 2000. Após esse ano, a classificação da CBO foi incorporada por esse instituto nas suas pesquisas de campo. Logo, a classificação tecnológica produzida neste trabalho é a ideal para trabalhar com microdados desse período até o atual.

Após a compatibilização, foram construídas duas tabelas (matrizes) de mobilidade a partir das três informações geradas – Ocupação Atual, Ocupação do Pai, Primeira Ocupação. Ambas englobam alguns dos principais indicadores de mobilidade, sendo que a primeira aborda a mobilidade intrageracional (ver tabela 3) e a segunda, a mobilidade intergeracional (ver tabela 4). A mobilidade intrageracional, como o próprio nome indica, diz respeito às mudanças verificadas na mesma geração, entre o ingresso do indivíduo no mercado de trabalho e a sua posição atual. A mobilidade intergeracional, por sua vez, permite verificar as mudanças ocorridas entre duas gerações, desde a época da ocupação do pai do entrevistado, quando esse tinha 15 anos, até o período presente, no qual o entrevistado encontra-se na sua ocupação atual.

O ano de análise, como definido anteriormente, é o ano de 1996. Porém, como lembram Pastore e Silva (2000), os estudos de mobilidade não são flashes de curto prazo. Como a análise parte de uma tabela de contingência, os dados podem alcançar a primeira ocupação de um indivíduo que hoje tem 60 anos e que, portanto, àquela época, encontrava-se com 15 anos. Neste sentido, o mercado de trabalho apresentado não é apenas o mercado de trabalho atual. O cenário apresentado é um cenário contínuo e dinâmico, daí a possibilidade de inferência a respeito da evolução das ocupações entre gerações (intergeracionais), ou na mesma ocupação (intrageracionais).

Foram efetuadas quatro decomposições, tanto nas análises intra como intergeracionais, pois elas são julgadas essenciais para o aprofundamento da discussão de desigualdade social e oportunidades diferenciadas no mercado de trabalho “tecnológico”. São as 4 decomposições: 1) Sexo (Homens; Mulheres); 2) Raça (Brancos e Amarelos; Pretos e Pardos8); 3) Região (Nordeste e Sudeste); 4) Por coorte (Entre 25 e 45 anos; Entre 45 e 65 anos).

Em relação às três primeiras, os debates já são conhecidos. A última desagregação, em especial, foi feita baseada no fato de que os jovens e adultos nascidos após a década de 60 ingressaram no mercado de trabalho nos anos 80 ou mais, período no qual a revolução tecnológica, incluindo a informática, começava a sua expansão acelerada. Dessa forma, a hipótese básica é que essas coortes tenham maiores facilidades e mais oportunidades não só

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A autora agradece a ajuda fundamental de Pedro Carlos Antunes Dias na transformação dos códigos da CBO para aqueles utilizados pelo IBGE até 2000.

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de ingressar em ocupações de alto teor tecnológico, como também de mover ao longo dessas ocupações, sobretudo de maneira ascendente.

Antes de passar aos indicadores, uma última observação é importante: o primeiro (Alto-Superior) e o segundo (Alto-Inferior) estratos, aqueles mais tecnológicos, foram agregados no estrato 1, já que eles seriam muito pouco representativos sozinhos (O primeiro consiste de 3 títulos ocupacionais e o segundo, de 12).

4.2 Panorama das ocupações brasileiras segundo o nível tecnológico para o ano de 1996

Ainda de acordo com o trabalho de Rodrigues, em 1996, no Brasil, as ocupações altamente tecnológicas (consideradas aquelas do estrato Médio-Superior, Inferior e Alto-Superior) contabilizaram apenas 38 de um total de 5949 ocupações, o que corresponde a apenas 6,4%. Os três estratos inferiores corresponderam a 74,41% do total das ocupações. Isso significa que grande parte das ocupações do mercado de trabalho brasileiro ainda é predominantemente de baixa tecnologia.

A classificação tecnológica de Rodrigues sugere uma forte relação10 com o status de cada ocupação, assim como da sua remuneração típica. A hipótese é que há uma relação intrínseca e de duplo efeito, o que torna a inserção do indivíduo no mercado brasileiro um círculo virtuoso ou vicioso.

Esse estudo inicial de mobilidade ocupacional pretende ser uma provocação e incentivo ao surgimento de estudos que retomem esta relação perversa entre o grau tecnológico de uma ocupação, sua remuneração oferecida e a classe social típica dos seus representantes.

4.3 Indicadores sintéticos de mobilidade

Tabela 3 Mobilidade Intrageracional

Sexo Raça Região COORTE

INDICADORES GERAL

Homens Mulheres Brancos Negros NE SE 25-45 45-65 Taxa de Imobilidade 64,9% 61,8% 66,0% 59,2% 69,4% 67,7% 58,8% 59,5% 68,4% Taxa de Mobilidade Total 35,1% 38,2% 34,0% 40,8% 30,6% 32,3% 41,2% 40,5% 31,6% Taxa de Mobilidade

Ascendente 23% 25% 19,6% 27,4% 18,1% 12,7% 23,2% 25,3% 20,3% Mobilidade Total 8252479 5863865 2982092 5932575 2905163 1764120 4479263 6726863 2349773 Mobilidade Estrutural 21,1% 27,9% 14,9% 27,1% 21,9% 30,6% 27,3% 25,5% 23,2% Mobilidade Circular 78,9% 72,1% 85,1% 72,9% 78,1% 69,4% 72,7% 74,5% 76,8% Mobilidade sem Troca 52,0% 51,4% 44,6% 55,6% 47,5% 21,2% 43,9% 50,1% 50,8% Mobilidade com Troca 48,0% 48,6% 55,4% 44,4% 52,5% 78,8% 56,1% 49,9% 49,2% Mobilidade Líquida 14,5% 19,6% 7,6% 21,7% 10,3% 6,9% 13,4% 16,3% 14,0% MOBILIDADE PERFEITA Coeficiente de Yasuda 0,656 0,6574572 0,6338741 0,6429056 0,6559211 0,59262661 0,65178925 0,6830563 0,6426208 Mobilidade Total (MB) 11662445 8066453 4448200,4 8333823,8 4094953,2 2605783,95 6218678,63 9052627,8 3353551,2 Mobilidade Estrutural (MB) 14,9% 20,3% 10,0% 19,3% 15,6% 20,7% 19,7% 18,9% 16,2% Mobilidade Circular (MB) 85,1% 79,7% 90,0% 80,7% 84,4% 79,3% 80,3% 81,1% 83,8% L2= 5837673 3442673,8 2720950,9 3740502,8 1962267 1876522,1 3755107,19 3851692,7 1710898 X2 = 12309764 7344253,5 4513455,3 7428573,3 3098826,4 2117880,07 6174970,7 7867665,5 3496478,7 9

Apesar de a publicação falar em um total de 596 ocupações, duas delas não aparecem nas fichas de descrições, o que reduz esse número a 594 ocupações.

10

Há algumas exceções, como os legisladores, os dirigentes gerais da administração pública, os artistas da dança, os ministros de cultos e os instrutores de cursos livres que receberam baixíssimos scores principalmente pela falta de exigência formal ou específica de algum grau de escolaridade, segundo a CBO.

(11)

coef.contingência 0,7237311 0,6920676 0,717752 0,714446 0,5711585 0,62282691 0,75340665 0,6878518 0,6854306 Índice de Dissimilaridade 0,1707545 0,1602338 0,2014906 0,1926559 0,1373937 0,14879062 0,17478586 0,1623075 0,1643943 Fonte: Dados da PNAD 1996.

A taxa de imobilidade é alta para todos os casos analisados. No total, 64% dos indivíduos não mudaram de ocupação (em relação ao nível tecnológico) desde sua inserção no mercado de trabalho.

A menor desigualdade em relação à imobilidade parece ser entre os homens e as mulheres, ainda que ela exista. Uma análise temporal seria interessante para verificar o grau dessa melhoria ao longo dos últimos anos e para traçar um paralelo com as conquistas graduais da mulher no mercado de trabalho. Pela tabela de mobilidade11, sabe-se que é mais difícil para a mulher ascender no “mercado de trabalho tecnológico”. No momento da inserção no mercado de trabalho, enquanto apenas 1,91% das mulheres entrevistadas declararam ter, como primeiro emprego, alguma ocupação classificada no estrato 1, 3 ou 4, essa proporção foi de 3,5% para os homens.

Os brancos se movem cerca de 10% mais do que os negros no mercado de trabalho tecnológico e a diferença é praticamente a mesma entre o Sudeste e o Nordeste, o que evidencia as grandes disparidades raciais e regionais no Brasil, ainda nos tempos atuais. De todos os indivíduos que estavam empregados em ocupações do estrato Médio-Inferior (5) como primeiro emprego, 19,51% entre aqueles brancos e amarelos e 7,02% entre os pretos e pardos ascenderam de estrato.

Em relação à inserção ocupacional (primeira ocupação), os pretos e pardos se concentram nos estratos inferiores tecnologicamente, com a proporção de ocupados de 0,03%, 0,11%, 1,19%, 3,78%, 2,57%, 14,20% e 76,45% como primeira ocupação em cada estrato, em ordem decrescente de nível tecnológico. Essa distribuição, para as primeiras ocupações dos brancos e amarelos é de: 0,22%, 0,75%, 2,97%, 4,50%, 5,68%, 18,90% e 66,85%. Nota-se que os pretos e pardos ingressam em maior proporção apenas no estrato baixo-inferior. Em todos os outros, a proporção de brancos e amarelos em relação ao total de entrantes desse grupo é maior, o que leva à suposição de que a distribuição de pretos e pardos é mais homogênea.

Quando se olha para a ocupação atual, a despeito do aumento geral da participação em ocupações mais tecnológicas, a desigualdade entre pretos e brancos parece aumentar. As proporções de participação, em ordem decrescente de estrato, passam a ser: 0,07%, 0,29%, 3,64%, 3,73%, 4,68%, 15,07% e 71,16% para o primeiro e 0,57%, 0,82%, 9,89%, 6,36%, 7,43%, 17,28% e 57,53% para o segundo.

Em todos os casos, a mobilidade ascendente é maior que a mobilidade descendente, exceto na região Nordeste. O atraso tecnológico dessa região, assim como o problema típico do êxodo rural pode contribuir para esse resultado. No caso das mulheres, elas descenderam na mesma proporção dos homens, mas a porcentagem das que ascenderam foi bem menor em relação à daqueles (19,6% contra 25%).

Um fato intrigante é a maior taxa de mobilidade estrutural da região Nordeste. Se considerarmos a sua baixa mobilidade ascendente citada anteriormente, chegamos a uma provável alta desigualdade de oportunidades no mercado de trabalho dessa região, principalmente com a baixa mobilidade sem troca verificada: são poucos os que se movem, mas aqueles que o fazem vão para novos postos muito tecnológicos. Uma outra possível explicação para essa contradição é o desenvolvimento recente e industrial dessa região, quando comparada ao desenvolvimento tecnológico da região Sudeste, por exemplo.

11

Todas as considerações que forem feitas, não com base nos indicadores apresentados, mas sim nas distribuições entre os estratos, foram retiradas das tabelas de mobilidade geradas. Por motivos de espaço elas não foram incluídas neste estudo, mas estão disponíveis para consulta aos interessados, conforme declarado anteriormente.

(12)

Cerca de 66% da mobilidade circular esperada pela mobilidade perfeita foi verificada, conforme mostra o coeficiente de Yasuda. Todos os grupos obtiveram valores muito próximos na relação entre a mobilidade circular verificada e a esperada. No caso dos negros, eles se aproximaram mais da taxa esperada do que os brancos, o que sugere uma análise perversa: como a taxa complementar à taxa de mobilidade circular é a taxa de mobilidade estrutural, pode ser que esse resultado reflita maiores oportunidades para brancos de preencher as novas vagas criadas no mercado de trabalho, daí seu menor coeficiente de

Yasuda.

A taxa de dissimilaridade acusa que 17% dos indivíduos não se encontram na ocupação que deveriam estar caso existisse mobilidade perfeita. Os maiores valores encontrados para o grupo das mulheres e dos brancos, entretanto, levantam uma duplicidade desse indicador, que pode indicar tanto uma alocação errada “positiva” ou uma alocação “negativa”. No caso das mulheres, aquelas que ocupam posições errôneas provavelmente estão “subocupadas” em relação ao que deveria ser. Em relação aos brancos, entretanto, pode ser que haja pelo menos parte dos 19% classificados erroneamente que estejam “sobre ocupados”. Em estudos futuros poder-se-á vir a estudar essa decomposição do índice de dissimilaridade aplicado ao mercado tecnológico brasileiro.

Na análise da tabela de mobilidade construída, nota-se logo a grande imobilidade ao longo de todas as ocupações (diagonal da matriz), proporcional à diminuição do grau tecnológico de cada estrato. Outro dado interessante é a queda do número absoluto de trabalhadores do estrato Baixo-Inferior (8): 17 mil entrevistados relataram possuírem a primeira ocupação nesse estrato, enquanto foram contabilizados pouco mais de 15 mil que, no momento da entrevista, estavam empregados nesse estrato. Isso pode significar uma expressiva mobilidade ascendente ou ainda o efeito do progresso técnico e o desaparecimento de ocupações menos tecnológicas. O mesmo ocorre com o estrato 7.

Em relação aos estratos mais tecnológicos, nota-se o contrário: Enquanto havia apenas 37 mil trabalhadores alocados nas ocupações classificadas no estrato mais tecnológico na sua “primeira ocupação”, como “ocupação atual” já se encontram mais de 80 mil trabalhadores. Se considerarmos o tempo entre a primeira ocupação e a ocupação atual do indivíduo varia entre 5 a 45 anos, a evolução do progresso tecnológico parece ser um dos componentes que deve contribuir para explicar esse resultado.

A análise mais interessante parece ser a altíssima porcentagem de indivíduos que ingressam no estrato 1 e 7 (21% e 31,%, respectivamente), opostos em teor tecnológico. Dos que entram no estrato 1, quase 55% descendem. Isso corrobora a idéia da dificuldade de inserção do jovem trabalhador brasileiro no mercado de trabalho

Dos 23% de Mobilidade Ascendente, o destaque é para o estrato 8. 16% dos indivíduos que ingressaram no mercado de trabalho em ocupações classificadas nesse estrato ascenderam para o estrato imediatamente superior ou para o estrato 6 e mais de 5% ascenderam para ocupações do estrato 4, 3 ou 1 (1 e 2). Mais de 45% dos ingressantes no estrato 1 caíram para estratos inferiores. Essa proporção chega a quase 55% para os indivíduos do estrato 3 que também descenderam.

Tabela 4 Mobilidade Intergeracional

Sexo Raça Região COORTE

INDICADORES GERAL

Homens Mulheres Brancos Negros NE SE 25-45 45-65 Taxa de Imobilidade 62,0% 61,0% 62,3% 53,8% 67,6% 74,2% 55,6% 57,0% 72,6% Taxa de Mobilidade Total 38,0% 39,0% 37,7% 46,2% 32,4% 25,8% 44,4% 43,0% 27,4% Taxa de Mobilidade Ascendente 27% 28% 21,7% 31,0% 21,1% 16,1% 30,3% 28,6% 23,5% Taxa de Mobilidade Descendente 11% 9% 12,5% 8,4% 8,3% 7,2% 13,2% 11,8% 8,2%

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Mobilidade Total 11556765 7200025 4578392 8426996 4001059 2062928 5745726 9043695 2479437 Mobilidade Estrutural 40,4% 47,9% 44,1% 59,9% 49,3% 49,1% 35,7% 43,1% 36,1% Mobilidade Circular 59,6% 52,1% 55,9% 40,1% 50,7% 50,9% 64,3% 56,9% 63,9% Mobilidade sem Troca 57,8% 60,5% 41,2% 54,2% 55,1% 47,6% 52,8% 53,4% 70,7% Mobilidade com Troca 42,2% 39,5% 58,8% 45,8% 44,9% 52,4% 47,2% 46,6% 29,3% Mobilidade Líquida 30,4% 32,4% 26,4% 41,2% 25,4% 19,9% 29,2% 31,3% 27,9%

MOBILIDADE PERFEITA

Coeficiente de Yasuda 0,743 0,686256 0,693926 0,631793 0,787195 0,628736 0,756009 0,76999 0,83372 Mobilidade Total (MB) 13940133 8915301 5708069 10397929 4549022 2683436 6937566 1,1E+07 2795285

Mobilidade Estrutural (MB) 33,5% 38,7% 35,3% 48,5% 43,4% 37,7% 29,6% 36,8% 32,0% Mobilidade Circular (MB) 66,5% 61,3% 64,7% 51,5% 56,6% 62,3% 70,4% 63,2% 68,0% L2= 3162063 3060503 2413839 3740503 1962267 1488334 1666915 3851693 1710898 X2 = 4154316 3242231 2437681 4040029 1085947 2209370 1868193 2599069 1304117 coef.contingência 0,36964 0,41893 0,45 0,47084 0,296542 0,526028 0,379742 0,35155 0,37944 Índice de Dissimilaridade 0,108066781 0,113376 0,110251 0,13667 0,0595735 0,08812651 0,12047038 0,0983 0,08185

Fonte: Dados da PNAD 1996.

A análise intergeracional implica necessariamente em um maior intervalo de tempo captado. Mais de 25% dos filhos de pais que trabalhavam em ocupações do mais avançado estrato baixo, o Baixo-Superior (6) encontram-se hoje empregados em ocupações mais tecnológicas – estratos 5, 4, 3, 2 ou 1. Nesse sentido, a expectativa é de que o aumento das ocupações tecnológicas tenha sido mais expressivo e possa ser mais verificado, seja pela maior mobilidade estrutural, seja pelo aumento efetivo na taxa de mobilidade total.

Comparando as duas tabelas (intra e intergeracionais), verifica-se a diminuição das taxas de imobilidade total para todos os grupos, como esperado, exceto para a região Nordeste e para a coorte de 45-65 anos. Possíveis explicações seriam o grande peso da herança ocupacional paterna na região Nordeste, sobretudo no interior, ao mesmo tempo em que a coorte de 45-65 abrange aqueles indivíduos que entraram no mercado de trabalho em uma época em que a mesma herança ocupacional paterna ainda era determinante na escolha da profissão do filho.

Ainda para as diferentes coortes, a grande diferença das suas taxas de imobilidade sugere a maior facilidade dos mais jovens em assimilar uma nova tecnologia. Sugere também uma mudança gradual do mercado de trabalho em direção à modernização das ocupações, uma vez que 6,71% das pessoas entre 25 e 45 anos encontram-se ocupadas no estrato 1, sendo essa taxa de 1,54% para a coorte de 45 a 65 anos. Contrariamente, 77,34% da coorte mais jovem encontra-se atualmente empregada em ocupações de baixa tecnologia (Baixo-Inferior), enquanto essa proporção é de 89,84% para a coorte mais velha. Enxerga-se, desse modo, um cenário de enxugamento das ocupações menos tecnológicas e ampliação daquelas mais intensivas em tecnologia.

A diferença da taxa de imobilidade de homens e das mulheres é quase nula, mas isso está longe de indicar uma igualdade. Pode indicar simplesmente, por exemplo, que os homens entram em ocupações tão tecnológicas (de maneira geral) quanto dos pais, e as mulheres ainda não conseguem deixar de ocupar as profissões de baixa tecnologia das mães. Entretanto, em todos os outros grupos a diferença aumentou e esse distanciamento ocorreu, sobretudo, pela queda mais significativa da imobilidade nos grupos mais privilegiados, como os brancos, a região Sudeste e a coorte de 25-45 anos. Isso parece sugerir um maior aproveitamento desses grupos em relação às oportunidades tecnológicas nas ocupações criadas ou modificadas entre sua geração e a do seu pai. A grande diferença também da taxa de mobilidade total entre os últimos 3 grupos reforça essa idéia.

As mobilidades ascendentes foram bem maiores do que as mobilidades descendentes, para todos os cortes. Destaque para a região Sudeste, que “ascendeu” no mercado de trabalho tecnológico quase duas vezes mais do que a região Nordeste. A rápida urbanização e industrialização dessa região desde meados do século passado provavelmente consegue

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explicar em grande parte esse resultado. Entretanto, a taxa de mobilidade descendente dessa região também é elevada, o que reflete seu mercado de trabalho bastante dinâmico e competitivo.

Uma maior proporção de homens ainda consegue ascender de ocupação, em relação às mulheres. Contrariamente, essas tiveram uma maior queda na análise intergeracional do que aqueles, o que sugere a dificuldade ainda grande de a mulher ser reconhecida no mercado de trabalho.

Todas as mobilidades sem troca mensuradas, com exceção das mulheres e do Nordeste, foram maiores do que as mobilidades com troca, o que corrobora para a defesa da criação de novos postos tecnológico e do aproveitamento desses mesmos postos.

O alto coeficiente de Yasuda para o grupo dos 45-65 anos é bastante sugestivo, uma vez que esses grupos aparentemente teriam uma mobilidade circular bastante semelhante à mobilidade circular no caso de mobilidade perfeita. Se a mobilidade circular é complementar à mobilidade estrutural, isso significa que muitos desses indivíduos podem preferir “apenas” trocar de ocupações do que inserir em novas, talvez porque não estejam habituados ao seu conteúdo tecnológico.

A alta relação entre a origem (ocupação dos pais) e o destino (ocupação atual) é evidenciada pela queda significativa do coeficiente de contingência, em relação à análise intrageracional. De maneira geral, a realidade corresponde em 36,96% do cenário de independência estatística.

A favor da hipótese de que o progresso tecnológico da segunda metade do século passado teve influências fortes no mercado de trabalho brasileiro, havia cerca de 15 mil pais de entrevistados empregados nos estratos mais tecnológicos (1 e 2, agregados no estrato 1) quando os últimos tinham 15 anos. Esses mesmos entrevistados que estão empregados nos estratos 1 e 2 somam quase 150 mil, hoje (em 1996), ou seja, 10 vezes mais.

Há menos “pessoas alocadas erroneamente”, medidas pelo índice de dissimilaridade, na análise intergeracional do que na análise intrageracional. É certo que o maior intervalo de tempo permite maiores acomodações, mas é importante considerar que muitos indivíduos ainda devem estar “subalocados” e, portanto, excluídos da tecnologia nas ocupações. Os destaques são para as mulheres que, em relação à análise anterior, estão 50% mais corretamente alocadas, se considerar sua mobilidade em relação à ocupação do pai, tendo o mesmo acontecido com os negros e a coorte de 45-65 anos. Indiretamente, pode-se inferir que a tecnologia trouxe mais oportunidades que, portanto, ajudam a diminuir a diferença em relação à mobilidade projetada (esperada). Como essa mobilidade esperada trata-se da mobilidade perfeita, deve-se sempre estar atento à diferença entre as oportunidades que a tecnologia traz (sobretudo pela mobilidade estrutural) e à possibilidade de diminuição das desigualdades - e, portanto, de uma mobilidade perfeita -, ainda que aquela tenha influência na aproximação dessa nos cálculos estatísticos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fenômenos como a globalização e a expansão da informática e da internet produzem impactos diretos sobre todas as esferas da economia.

É interessante e cada vez mais necessário localizar as ocupações brasileiras em uma escala tecnológica. O trabalho inicial de Rodrigues (1996) sugere que ainda são poucas em termos absolutos aquelas ocupações que “coexistem” com o progresso técnico, fazendo uso de suas ferramentas, incorporando ações tecnológicas e requisitando trabalhadores bem educados e qualificados. Por outro lado, a grande massa das ocupações é de baixa exigência educacional, baseiam-se em trabalhos físicos ou manuais e estão longe de utilizar, de alguma

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forma, as tecnologias mais avançadas. Vê-se que o alto grau de desigualdade no Brasil se repete também na qualidade tecnológica das ocupações.

Profissões menos tecnológicas devem desaparecer à medida que são substituídas por tecnologias modernas, como foi mostrado com a diminuição absoluta de número de empregados nas ocupações dos estratos 7 (Baixo-Médio) e 8 (Baixo-inferior) nas ocupações do pai e na ocupação atual do indivíduo. Ao mesmo tempo, novos postos de trabalho devem ser criados, como as novas profissões na área da biotecnologia e na área de análise de sistemas (computação/programação). O debate do malefício da tecnologia e do desemprego estrutural parece procedente, mas não se deve esquecer que há como tirar vantagem da transição por qual o mercado de trabalho passa no momento.

Políticas de incentivo às empresas de setores mais tecnológicos, assim como um aumento da educação e da qualificação geral do trabalhador são algumas das saídas. A valorização dos pesquisadores, que são geradores maiores dos conhecimentos e das inovações, é uma outra opção.

A análise da mobilidade ocupacional também sugere que haja uma tendência de melhoria da qualidade da ocupação do trabalhador, medida pelo seu grau de tecnologia. As marginais das tabelas construídas mostram que há cada vez mais indivíduos empregados em ocupações dos estratos de 1 (Alto-Superior e Alto-Inferior, pois, nesse caso, ele está agregando o 1 e 2) a 3 (Médio-Superior). Entretanto, todas as vantagens oferecidas, como a de mobilidade ascendente e a mobilidade estrutural parecem ser bem maiores para “grupos privilegiados”, como homens, brancos, entre 25 e 45 anos e habitantes da região Sudeste.

As altas taxas de mobilidade estrutural do nordeste, coexistentes com sua baixa taxa de mobilidade ascendente e de mobilidade sem troca acabaram por sugerir que o Nordeste seja uma “terra de extrema desigualdade” em relação ao mercado de trabalho, hipótese que deverá ser testada mais tardiamente.

Em relação às coortes, resultados preliminares parecem corroborar com o senso-comum de que os jovens são mais propensos a estarem empregados em ocupações mais tecnológicas. Provavelmente, por terem nascido e já estarem ambientados em um mundo moderno, eles têm também mais facilidade para assimilarem novas tecnologias.

Na mesma linha, o indivíduo inserido em ocupações altamente tecnológicas deve ter mais facilidade para desenvolver novos e melhores projetos. Ele é, portanto, mais reconhecido e melhor remunerado e recebe mais e melhores oportunidades. Esse ciclo vicioso, se expandido e repetido para vários indivíduos, acredita-se ser capaz de desenvolver a economia e o país, além de amenizar as desigualdades salariais. Contrariamente, trabalhadores menos qualificados dificultam a assimilação de novas tecnologias e a realização de grandes descobertas e inovações, que se acredita ser o principal motor do desenvolvimento econômico.

A desigualdade entre os sexos e a desigualdade de raça, eternos tabus, também são observadas na alocação desses grupos no mercado de trabalho tecnológico. Os negros parecem ter muito mais influência da ocupação exercida pelo pai e apresentam enorme dificuldade em ingressar em ocupações de alto teor tecnológico, enquanto as mulheres encontram bem menos oportunidades de ascensão ocupacional.

Tanto o estudo da mobilidade intergeracional como da mobilidade intrageracional indicam uma mudança gradual do mercado de trabalho em direção à modernização das ocupações, com a diminuição de indivíduos alocados em ocupações de estratos menos tecnológicos e o grande aumento do número de indivíduos alocados em ocupações de alto teor tecnológico.

Parece certo de que a tecnologia, nos últimos cinqüenta anos, teve impactos negativos (desigualdade e ciclo vicioso) e positivos (novos postos de trabalho e maiores possibilidades de ascensão em termos tecnológicos) no mercado de trabalho brasileiro. Contudo, se tomar

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como verdadeiro que ocupações tecnológicas são melhores remuneradas e ao mesmo tempo qualificam o trabalhador, tem-se uma janela de oportunidades no aproveitamento desse ciclo virtuoso. Deve haver, para isso, o aumento das ocupações tecnológicas, seja pela ampliação das já existentes, seja pelo incentivo aos setores em que elas se encontram ou ainda pela criação espontânea de novas ocupações se houver a manutenção de um ambiente propício de inovações.

Uma idéia para estudos posteriores seria aprofundar a análise dessas oportunidades e mensurar a melhora ou piora da qualidade de vida da população como um todo. De posse de uma classificação tecnológica das ocupações, o próximo passo é incorporar as variáveis clássicas de salário/renda e verificar a relação entre o teor tecnológico de uma ocupação e sua média salarial.

ANEXOS

ANEXO 1

Níveis de competência, dez grandes grupos, CBO 2002

GG Título dos Grandes Grupos Nível de

competência

0 Forças Armadas, Policiais e Bombeiros Militares Não definido

1 Membros Superiores do Poder Público, dirigentes de organizações de interesse

público e de empresas e gerentes Não definido

2 Profissionais das ciências e das artes 4

3 Técnicos de nível médio 3

4 Trabalhadores de serviços administrativos 2

5 Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados 2

6 Trabalhadores pecuários, florestais, da caça e pesca 2

7 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 2

8 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 2

9 Trabalhadores de manutenção e reparação 2

Fonte: RODRIGUES (2006)

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(17)

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<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/pia/empresas/comentario20 03.pdf> (Último acesso em 10/10/2006).

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Referências

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