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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO. Camila Mastrorosa Ramires dos Reis. ASPECTOS PSICODINÂMICOS DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. São Bernardo do Campo 2013.

(2) CAMILA MASTROROSA RAMIRES DOS REIS. ASPECTOS PSICODINÂMICOS DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação - Mestrado em Psicologia da Saúde, da Universidade Metodista de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Psicologia da Saúde.. Orientadora Profa. Dra Marília Martins Vizzotto. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PSICOLOGIA DA SAÚDE LINHA DE PESQUISA: PREVENÇÃO E TRATAMENTO. São Bernardo do Campo 2013.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA Mastrorosa-Reis, Camila R277a Aspectos psicodinâmicos de mulheres em situação de violência doméstica / Camila Mastrorosa Ramires dos Reis. 2013. 168 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde) – Faculdade de Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2013. Orientação de: Marília Martins Vizzotto. 1.. Aspectos psicológicos – 2. Dinâmica Psíquica – 3. Mulher e violência I. Título CDD 157.9.

(4) DEDICATÓRIA:.

(5) A minha família que acreditou em mais uma etapa do meu crescimento profissional e pessoal.. AGRADECIMENTOS: Em primeiro lugar a Deus, por me guiar na minha fé. A minha família pelo apoio e incentivo, por estar comigo sempre, e me mostrar alguns caminhos a seguir. À Profa. Dra. Marília Martins Vizzotto, minha orientadora, pelas lições dadas ao longo de todo este processo, e de como lidar com o conhecimento. Obrigada, por disponibilizar seu tempo e conhecimento, acreditando na minha capacidade, nas minhas possibilidades, guiando assim, meu crescimento profissional e pessoal. A Profa. Dra. Hilda Capelão Avoglia pelas importantes sugestões na ocasião do exame de qualificação e pela competência dedicação e disponibilidade, durante todo este processo. A Profa. Dra. Sonia Grubits por participar da banca examinadora deste trabalho. À Sandra Muller, amiga que levo desta etapa, por compartilhar momentos cruciais e pela solidariedade em todas as fases deste trabalho, indicando referências e bibliografias sempre que necessário, além de ser a “hacker” da internet que toda mestranda deveria ter. Aos queridos colegas do mestrado, com quem tive a alegria de conhecer e compartilhar momentos agradáveis que contribuíram para amenizar as dificuldades, surgidas durante a travessia do curso..

(6) O que vive fere. O homem, porque vive choca com o que vive. Viver é ir entre o que vive... ... O que vive choca, tem dentes, arestas, é espesso como um cão, um homem como aquele rio.. (João Cabral de Melo Neto).

(7) RESUMO:. O presente estudo investigou aspectos psicológicos relacionados com a violência doméstica. Violência esta definida como qualquer ato que resulta ou possa resultar em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, coerção ou privação arbitrária de liberdade em público ou na vida privada. A violência em si mesma é considerada um grave problema, de saúde pública em todo o mundo. De modo que, ante à gravidade do problema, percebeu-se a necessidade de compreensão da dinâmica desses casos. Os objetivos foram: a) descrever histórico das queixas de 5 casos de mulheres que fizeram denúncia de violência doméstica conjugal/gênero em uma Delegacia da Mulher; b) identificar aspectos da dinâmica psíquica, de seu funcionamento e de seus recursos defensivos. As participantes tinham idade média de 30,4 anos e foram utilizados como instrumentos um Roteiro de Entrevista e o Teste Projetivo HTP- House – Tree – Person. Os resultados indicaram que em todos os casos havia um funcionamento psíquico com tendência regressiva, com fixação em estágios primitivos do desenvolvimento; apresentaram comportamentos retraídos, regressivos e baixa auto-estima. Também foram observados agressividade e impulsividade, mesmo sendo essas mulheres consideradas “vítimas” da violência; entretanto, havia busca de satisfação na fantasia, ou seja, resolução do conflito de forma mágica e não realista. Aspectos esses que denotaram pobre contato com a realidade, sendo, inclusive observados utilização de mecanismos de defesa primitivos e controle egóico pobre. Sugeriu-se acompanhamento psicoterapêutico de logo prazo.. Palavras-chave: Aspectos psicológicos; Dinâmica psíquica; Mulher e violência..

(8) ABSTRACT:. The present study investigated the psychological aspects related to domestic violence. This violence defined as any act that results or could result in harm or suffering physical, sexual or psychological to the woman, coercion or arbitrary deprivation of liberty in public or in private life. The violence itself is considered a serious problem in public health throughout the world. So, compared to the severity of the problem, we realized the need for understanding the dynamics of these cases. The objectives were to: a) describe the historical grievances of 5 cases of women who made the complaint of domestic violence marital / gender in a Women's Police Station b) identify aspects of the psychic dynamics of its operation and its defensive resources. The participants had a mean age of 30.4 years and were used as instruments of a Roadmap Interview and Test Projective HTP -House - Tree - Person. The results indicated that in all cases there was a downward trend in psychological functioning, with fixation in early stages of development; behaved withdrawn, regressive, and low self -esteem. Were also observed aggression and impulsivity, even though these women considered "victims" of violence, however, was seeking satisfaction in fantasy, conflict resolution so magical and unrealistic. Those aspects which denote poor contact with reality, including being observed use of primitive defense mechanisms and ego control poor. It was suggested psychotherapeutic logo term.. Key-words: Psychological aspects; Mental dynamics; Women and violence..

(9) SUMÁRIO. I.. II.. RESUMO ......................................................................................................... ABSTRACT ..................................................................................................... 7 8. APRESENTAÇÃO ..................................................................................... Objetivos ...................................................................................................... Fundamentação Teórica I. 1 A violência e a mulher ......................................................................... Aspectos psicológicos das mulheres em situação de violência ................... I. 2 Mecanismos defensivos primitivos do desenvolvimento humano ......... Estágios Primitivos ........................................................................................ 9 11. MÉTODO ................................................................................................ II. 1 Participantes .......................................................................................... II. 2 Local ..................................................................................................... II. 3 Instrumentos............................................................................................ II. 4 Procedimentos ........................................................................................ Aspectos Éticos ............................................................................................... 18 18 18 19 20 20. 12 13 15 16. III. RESULTADOS E DISCUSSÃO III. 1 Caso I - Safira ...................................................................................... 22 Quadro I - Análise de aspectos gerais do HTP – Safira ........................... 27 Quadro II - Análise dos aspectos específicos do desenho da casa ........... 31 Quadro III - Análise dos aspectos específicos do desenho da árvore ....... 34 Quadro IV - Análise dos aspectos específicos do desenho da pessoa ...... 38 III. 2 Caso II - Nana ....................................................................................... 45 Quadro V - Análise de aspectos gerais do HTP – Nana ........................... 4 47 Quadro VI - Análise dos aspectos específicos do desenho da casa ........... 53 Quadro VII - Análise dos aspectos específicos do desenho da árvore ...... 57 Quadro VIII - Análise dos aspectos específicos do desenho da pessoa .... 6 63 III. 3 Caso III -Jasmim ..................................................................................... 72 Quadro IX - Análise de aspectos gerais do HTP – Jasmim ...................... 75 Quadro X - Análise dos aspectos específicos do desenho da casa ............ 79 Quadro XI - Análise dos aspectos específicos do desenho da árvore ....... 83 Quadro XII - Análise dos aspectos específicos do desenho da pessoa ..... 89 III. 4 Caso IV - Esmeralda ............................................................................. 95 Quadro XIII - Análise de aspectos gerais do HTP – Esmeralda................ 98 Quadro XIV - Análise dos aspectos específicos do desenho da casa ........ 102.

(10) Quadro XV - Análise dos aspectos específicos do desenho da árvore ...... Quadro XVI - Análise dos aspectos específicos do desenho da pessoa .... III. 5 Caso V - Rubi ......................................................................................... Quadro XVII - Análise de aspectos gerais do HTP – Rubi ....................... Quadro XVIII - Análise dos aspectos específicos do desenho da casa ...... Quadro XIX - Análise dos aspectos específicos do desenho da árvore ..... Quadro XX - Análise dos aspectos específicos do desenho da pessoa ...... III. 6 Discussão ................................................................................................. Quadro XXI - Síntese geral da análise das 5 participantes ........................ 106 111 119 121 125 129 134 142 144. IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 153. V.. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 154. APÊNDICES APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE ................ APÊNDICE B - Roteiro de Entrevista .................................................................... APÊNDICE C - Parecer Comitê de Ética e Pesquisa – UMESP .............................. 159 161 164.

(11) APRESENTAÇÃO Este estudo propõe-se a investigar aspectos psicológicos da dinâmica psíquica de mulheres com histórico de violência doméstica conjugal. A violência conjugal insere-se também no que pesquisadores chamam de “violência de gênero” e que é descrita por Kronbauer e Meneghel (2005) como qualquer ato que resulta ou possa resultar em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, coerção ou privação arbitrária de liberdade em público ou na vida privada. A violência em si mesma é considerada um grave problema, não só social ou étnico, mas, principalmente, de saúde pública em todo o mundo. Sobre a variável violência, a A Organização Panamericana de Saúde (OPAS, 2002), de comum acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS) a qual em já havia definido “violência”, nos anos de 1996 como a ação que faz uso intencional de força física ou poder, seja real ou não, contra si ou demais pessoas e, que resulta em lesão, morte, dano psicológico ao desenvolvimento. A questão da violência envolvendo mulheres tornou-se um grave problema social no Brasil e em vários países do mundo. A problemática tornou-se tão grave que o Brasil aprovou a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) que completou sete anos. Esta lei se popularizou e deu mais visibilidade à problemática da violência de gênero, além de criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Esta lei prevê que os agressores sejam presos em flagrante ou tenham prisão preventiva decretada (FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 2012). A gravidade do fenômeno tem preocupado a sociedade e a área científica, de modo que pesquisadores do campo da Psicologia também têm se debruçado aos estudos desse grave problema e, como destacam Bruschi, Paula e Bordin (2006), este é um problema que vem afetando cada vez mais as famílias pelo mundo, em particular no Brasil. Dados recentes indicam que, no Brasil, de 1980 a 2010, foram assassinadas perto de 91 mil mulheres e, desse total, 43,5 mil só na última década; além disso, o número de mortes nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de 217,6%. Acresce-se ainda, que havia uma concentração de mulheres vitimadas na faixa etária de 15 a 29 anos de idade, com predomínio no intervalo de 20 a 29 nos (intervalo este que é o que mais cresceu nessa década); entretanto, para as mulheres com idade acima dos 30 anos, a tendência foi de queda no número de mortes (INSTITUTO SANGARI, 2013).. Assim, observa-se que o problema da violência envolvendo as mulheres, além da sua gravidade, traz indicativos de que incidências e resistências sobre a violência feminina são.

(12) apenas alguns “nós” de uma rede de processos multidirecionais (GRANJA; MEDRADO, 2009). Hoje continuam os autores, a violência é um problema público complexo, classificado como um problema de segurança pública e justiça, assim como de saúde e de direitos humanos. Segundo relatório da Organização Panamericana de Saúde (OPAS, 2002) a Organização Mundial de Saúde, a partir do ano de 2002 passou a reconhecer tal problemática como um problema de saúde publica, de modo que é um fenômeno que deve ser estudado pelos alicerces da Psicologia. Marinheiro Vieira e Souza (2006) demostraram que a prevalência da violência exercida contra as mulheres, entre as usuárias de centro de saúde em uma cidade do interior do estado de São Paulo (Ribeiro Preto) durante o ano de 2006 foi alta, pois, de uma amostra de 265 usuárias, 41,5%, relataram que sofreram violência psicológica pelo menos uma vez na vida; 26,4% sofreram violência física para e 9,8% violência sexual. Então após estas constatações sobre fenômeno da violência, observamos que a partir dos dados disponibilizados pelo INSTITUTO SANGARI (2013) a faixa etária que corresponde dos 15 aos 29 anos, tem como autor da violência perpetrada contra a mulher o seu cônjuge. Schraiber et al. (2007) analisando os resultados do WHO Multi-country Study on Women´s Health and Domestic Violence sobre a prevalência da violência contra mulheres por parceiros íntimos encontrada no Brasil, obteve como resultados que estas taxas não estão entre as mais altas quando comparadas com dados internacionais, porém estes dados crescem a cada ano. Além dos dados sobre incidência, ocorrência e prevalência, também interpretações variadas acerca do fenômeno são dadas pelos pesquisadores; Saffioti (1999) entende que a violência sexual contra as mulheres não decorre do desejo sexual ou amoroso, mas sim de uma demonstração de poder, na subjugação do corpo, tornado objeto, e da sua autonomia como sujeito. É também uma forma de agressão entre homens, já que a posse sexual do corpo de uma mulher incorpora o significado simbólico de aviltamento e humilhação dos homens com os quais esta mulher mantém qualquer tipo de relação. Oliveira, Carissimi e Oliveira (2010) ao estudarem a autoimagem de mulheres vitimizadas por seus parceiros, indicaram os agravos do desenvolvimento de transtornos mentais, assim como baixa qualidade de vida, limitações no desenvolvimento pessoal e profissional e dificuldades no estabelecimento de relacionamentos interpessoais e afetivos. Assim, entendemos a relevância de se estudar mais esse tema, tendo em vista não só o crescente número de violência, mas, também ter em conta a necessidade de compreensão da.

(13) dinâmica subjetiva, do conhecimento acerca dos aspectos psicológicos inerentes a cada indivíduo e como se da à percepção dessas mulheres consigo mesmas.. A partir dessa contextualização, o presente estudo propõe-se aos seguintes objetivos: a) descrever aspectos da dinâmica psíquica de mulheres que buscaram ajuda e passaram pelo serviço de plantão psicológico em delegacias da mulher; b) identificar aspectos da dinâmica psíquica, de seu funcionamento, de suas defesas e as relações com o desenvolvimento.. Para tal, estruturamos, a seguir, uma fundamentação teórica que descreve primeiramente sobre os principais estudos realizados sobre violência e gênero, indicando incidência prevalência e a gravidade do fenômeno no Brasil e no mundo; em seguida buscouse as concepções psicológicas que subsidiarão a explicação de procuram explicar tal problemática..

(14) I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: I 1. A VIOLÊNCIA E A MULHER A violência doméstica, e em particular, a violência sofrida por mulheres é um problema complexo e que vem se tomando, cada vez mais, uma conotação epidemiológica. As vítimas de violência doméstica são, mais frequentemente, do sexo feminino, incluindo as crianças, adolescentes e mulheres jovens (GOMES; FALBO NETO; VIANA; SILVA, 2006; RIBEIRO; FERRIANI; REIS, 2004; FAUNDES; ROSAS; BEDONE; OROZCO, 2006; SCHRAIBER, D`OLIVEIRA; COUTO, 2006). No que se refere à violência sexual contra a mulher, sua conceituação baseia-se no gênero e na origem de um desequilíbrio de poder entre homens e mulheres (GIFFIN, 1994; FAUNDES et al., 2006). Assim, encontramos diferentes autores que têm abordado essa questão sob diferentes óticas e com diferentes recortes. Marques e Dela Coleta (2010) investigaram as justificativas dadas pelas mulheres vitimizadas pelos parceiros sobre quais as causas da agressão sofrida. Classificaram as causas como internas para o primeiro e último episódio de violência; verificaram que os primeiros episódios eram controláveis e os últimos perduravam e eram incontroláveis. Além disso, as mulheres tenderam a perceber no companheiro culpa e maior intenção de agredir, assim como expectativas de que a situação ficaria pior, caso permanecessem na relação. Ao estudar os relatos de presidiárias, Almeida (2006) observou que a violência é um fenômeno recorrente na vida dessas mulheres e que interfere na constituição da identidade pessoal. Entre os inúmeros estudos sobre violência e mulher, destaca-se o estudo de Gomes (2003), que faz um levantamento sobre a forma como os diferentes autores explicam a violência contra a mulher, e constatou a existência de muitos trabalhos de autores que consideravam a “violência contra mulher” como violência de gênero; outros não sugeriam explicações para a violência contra a mulher; outros autores a associaram aos aspectos socioestruturais, e por último, encontrou autores que associaram a violência ao alcoolismo do parceiro, ou à forma como a afetividade é desenvolvida pelo casal. Assim, entendemos que o termo violência conjugal é mais adequado para explicar a dinâmica relacional com vivências múltiplas, ambíguas, embora exista uma realidade de.

(15) subordinação feminina e diferenças simbólicas entre os sexos que são utilizados como forma de dominação ora do sexo masculino, ora do feminino. Deste modo, tal como Oliveira e Sousa (2006), entendemos que a violência conjugal é construída em um contexto sociocultural e afetivo, articulados de forma complexa. Esse afeto conjugal é caracterizado por construções simbólicas e dinâmicas não restritas à simbolização da mulher subjugada ao homem, da mulher como um objeto masculino, pois, como apontou Gomes (2003), tanto mulheres quanto homens podem ser agentes de violência conjugal, embora de maneiras diferentes; e a violência nos relacionamentos amorosos é uma realidade que afeta homens e mulheres, que podem assumir as condições de agressores e vítimas, dinamicamente. Assim, a violência entre parceiros funciona muitas vezes como uma forma de comunicação que, ainda que perversa, deve ser radicalmente contextualizada (GREGORI, 1993) e também como uma forma de resolver conflitos. •. Aspectos Psicodinâmicos das Mulheres em situação de violência:. Quando nos referimos a um relacionamento conjugal, referimo-nos a união entre dois indivíduos e que contém muitos fatores que influenciam este relacionamento, tais como a história de vida de ambos, seus desejos, suas fantasias; tudo isso compõe sua dinâmica psíquica, e isso nada mais é do que um cenário ou contexto desta relação. É nesse “contexto” que circunda violência. É ainda nesse contexto violento que os casais formam vínculos patológicos que se retro-alimentam em uma progressiva onda de violência, como num circulo vicioso. Kernberg (1995b) em sua obra clássica sobre a psicopatologia das relações amorosas abre a seu texto dizendo que “é impossível estudar ao amor sem também estudar as vicissitudes da agressão, independente do foco ser o relacionamento do casal ou do indivíduo” (p. xiv), pois em todos os relacionamentos entre casais os aspectos agressivos do relacionamento erótico/sexual emergem e constituem uma dinâmica psíquica onde há a interação de amor e agressão no relacionamento emocional, e neste relacionamento há (inevitavelmente) ambivalências afetivas advindas das relações edípicas e pré-edípicas. É nesse ponto que observar a dinâmica psíquica da vítima cumpre um importante papel nestes casos, pois auxilia a investigação da dinâmica conjugal (de vitima e agressor) e com isso pode-se compreender a dinâmica da violência a partir dos pressupostos psicanalíticos. Também numa perspectiva psicanalítica, Adamo (1999) considera que.

(16) “um ambiente que não se ajusta adequadamente a urgente sensação de um recém-nato pertencer a uma dinâmica familiar, que não propicia discriminar fatos de fantasias, contribui para o desenvolvimento de indivíduos que sofrem de constantes ameaças de desintegração do ego” (p. 154).. É a partir dessa visão que se desenvolve nos indivíduos em situação de violência um sistema defensivo altamente rigoroso, mantendo-se organizado com em torno de defesas primitivas como a negação e a recusa. É com essa estrutura e dinâmica que o ego se protege da ansiedade gerada, havendo uma distorção do contato com a realidade “... está assim estruturado um campo fértil para a proliferação da violência” (ADAMO, 1999, p.154). Nessa dinâmica, a mera eminência da perda do objeto amado é vivenciada pelo agressor como perda total, de si mesmo, por não possui as imagens internas para garantir sua segurança (KERNBERG, 1995a), e esta dinâmica psíquica colabora para que mesmo que em situações de violência, observamos que muitos companheiros continuem nestas relações conjugais estabelecidas. Ainda segundo Kernberg (1995b) a busca dos indivíduos para ser um casal é do ponto de vista psicanalítico o preenchimento das mais profundas e remotas “necessidades inconscientes de uma identificação amorosa com os próprios pais e seus papéis num relacionamento sexual é tão importante quanto as forças agressivas que tendem a minar relacionamentos íntimos; e o que destrói o apego apaixonado e talvez pareça ser um sentimento de aprisionamento e ‘aborrecimento sexual’ - é na verdade a ativação da agressão, que ameaça o delicado equilíbrio entre o sadomasoquismo e o amor no relacionamento do casal, tanto sexual quanto emocional” (p. 80).. A partir dessas observações, entendemos que ao ser unir e se tornar um casal, como referenciado, a dinâmica psíquica subjetiva adquire uma nova configuração e passa a ser dinâmica conjugal, e tais casais passam a ter, até mesmo, forma física parecida. Kernberg (1995b) ainda complementa dizendo que o casamento do “objeto de amor e da gratificação narcisista protege o casal contra a ativação da agressão destrutiva” (p. 84). É nessa nova configuração conjugal que a partir dos pressupostos psicanalíticos o papel do superego ganha importância, pois esta dinâmica atinge as funções conscientes e inconscientes do superego dos membros e este casal estabelece seu próprio superego (KERNBERG, 1995b). Assim, nessa linha de raciocínio, ou seja, a partir da necessidade de se identificar os recursos defensivos e seu funcionamento nesses indivíduos envolvidos na relação (ADAMO, 1999), também são destacados os recursos e as defesas observadas pelo ponto de vista da.

(17) teoria kleiniana, pois, segundo Piccolo (2003) são mais identificáveis e facilitam o diagnóstico a partir da avaliação e análise dos testes projetivos gráficos. Neste ponto de vista, as defesas “são parte de processos dinâmicos em que estão sempre implicados vínculos com objetos” (PICCOLO, 2003, p.255). Neste estudo, identificamos e observamos apenas as defesas egóicas que mulheres (com parceiros) em situação de violência demonstraram, porém a partir destas defesas podemos realizar um trabalho terapêutico, pois segundo Kernberg (1995b) basta haver uma patologia “mais severa” no superego de um dos parceiros, para a destruição do equilíbrio dinâmico do casal.. I 2. MECANISMOS DEFENSIVOS MAIS PRIMITIVOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Embasados pela literatura psicanalítica, há na dinâmica psicológica o uso de defesas egóicas. Roudinesco (1998) explica as defesas, a partir da obra de Sigmund Freud, afirmando que defesas são “o conjunto das manifestações de proteção do eu contra as agressões internas (de ordem pulsional) e externas, suscetíveis de constituir fontes de excitação e, por conseguinte, de serem fatores de desprazer. As diversas formas de defesa em condições de especificar afecções neuróticas costumam ser agrupadas na expressão “mecanismo de defesa” (p.155).. Segundo Melanie Klein (1982), fundadora da teoria das relações objetais, nos primeiros anos do desenvolvimento infantil manifestam-se ansiedades características da psicose que obrigam o ego a desenvolver mecanismos específicos de defesa (chamados de mecanismos de defesas primitivos), e estes têm grande influência sobre o desenvolvimento humano, incluindo o desenvolvimento do ego, superego e relações objetais. Portanto mecanismos de defesa primitivos do desenvolvimento psicológico são considerados pela literatura como psicóticos, os quais são mecanismos usados por bebês na fase inicial do desenvolvimento humano. Estes são utilizados no aparelho psíquico, mesmo antes de haver a divisão deste aparelho, em id, ego e posteriormente na formação do superego. O uso destes mecanismos defensivos primitivos contribui para a instalação de um ego rigoroso, punidor e frágil ao mesmo tempo, forçando a ação do superego, que passa a manter um controle mais rigoroso ainda, porém frágil e precário (HINSHELWOOD, 1992)..

(18) Seguindo o raciocínio deste mesmo autor, observamos que, nessa dinâmica psíquica muito regredida e repetitiva destes mecanismos, há a introjeção dos objetos internos agressivos e consequentemente a projeção destes para fora, uma vez que o sujeito não consegue suportar tais objetos dentro de si. Nesse dinamismo é que os indivíduos com graves conflitos se mostram de maneira não integrada, com tendências a busca de satisfação na fantasia. Portanto, conforme essa dinâmica descrita acima é possível afirmar que estes indivíduos não possuem integração harmônica dos aspectos psicológicos, resultando num funcionamento psíquico regressivo e mal adaptado ao ambiente. •. Estágios Primitivos:. A partir dos pressupostos da teoria psicanalítica freudiana sobre a realidade psíquica é que procuramos compreender essas mulheres em situação de violência. De modo que compreende-se aqui, que é nesta realidade que há um mundo “particular” e contínuo, com dinâmica própria, no qual a fantasia se encontra em plena atividade, e portanto este conceito é fundamental para qualquer investigação dessa personalidade. Também a noção de “fantasia inconsciente” se faz necessária nessa compreensão e, sobre esse conceito, Susan Isaacs (1952) discorre sobre o uso da palavra fantasia e as suas implicações sobre os diversos pontos teóricos dentro da psicanálise. Fantasia é um conteúdo mental inconsciente que pode ou não ser tornar consciente, e difere dos fatos externos ou objetivos que compõe o que seria a realidade externa. Portanto, para a autora fantasia esta em plena atividade na “mente humana”, em qualquer estágio de desenvolvimento humano. “Fantasias são o conteúdo primário dos processos mentais inconscientes” (ISAACS 1952 p. 96). É com essa frase que a autora descreve a função da fantasia, e, portanto, aponta que todos os impulsos, defesas e sentimentos inconscientes “emergem” em fantasias experimentadas pelos indivíduos em sua vida mental. Piccolo (2003) afirma ainda que é papel do Ego criar fantasias, e esta não é apenas uma fuga da realidade, mas sim a acompanhante desta. Portanto fantasia e realidade estão em constante interação. A autora ainda distingue fantasia de mecanismos defensivos, onde nas defesas há acionamentos de diversas fantasias “relacionadas com a forma de conservar a relação harmônica com o objeto e evitar o sofrimento causado por fantasias sobre o estado do ego e do objeto” (p. 259). Após estas constatações psicanalíticas, Melanie Klein (1982), desenvolveu estudos acerca da dinâmica psíquica nos primórdios da vida emocional infantil. Segundo esta teoria denominada de Teoria das Relações Objetais, é. no estágio mais primitivo do.

(19) desenvolvimento, o qual a autora deu o nome de esquizoparanóide, que a ansiedade é combatida por defesas extremas e poderosas, como a divisão ou cisão, a onipotência e a negação. Segundo Klein (1982), se essas defesas persistirem excessivamente além do estágio primitivo que lhes é próprio, o desenvolvimento poderá sofrer de varias maneiras e a integração egóica fica impedida, os desejos libidinais e de vida e a fantasia serão impedidos e, por consequência as sublimações, tendências reparadoras, relações objetais e a relação com a realidade podem ser prejudicadas.. Assim sendo, entendeu-se aqui que é de suma importância o conhecimento do mundo interno e da dinâmica psíquica dessas mulheres que passam pelo que os autores consideram como “violência de gênero”. Do mesmo torna-se importante o conhecimento da realidade psicodinâmica para a compreensão psicológica dessas pessoas..

(20) II. MÉTODO O presente estudo teve como principal caminho o método clínico de estudo diagnóstico. Este método tem como base teórica a teoria psicanalítica e é derivado do método naturalístico, que por natureza é aquele que observa os fenômenos no seu estado natural e dele se desdobra investigação pelo método clínico. Assim, nesse método, além de observar e descrever os fenômenos psíquicos e comportamentais que os indivíduos apresentam principalmente quando estão em convívio com a comunidade e, portanto a observação é antes de tudo o primeiro passo para investigação científica (VIZZOTTO, 2003).. Participantes: Participaram deste estudo, 5 mulheres, com idade média de 30,4 anos que foram atendidas em um programa de plantão psicológico durante os meses de Abril, Maio, Junho e Agosto de 2012, numa Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade de São Paulo. Essas apresentaram queixas iniciais de violência doméstica conjugal. Estas, após o primeiro contato no plantão foram convidadas a participar desta pesquisa e posteriormente, ao concordarem, assinaram o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (TCLE) Apêndice A.. Local: O trabalho foi desenvolvido na 8ª. Delegacia de Defesa da Mulher (Artur Alvim – São Paulo - Capital) local que disponibilizou uma sala para os atendimentos psicológicos, regularmente realizados nessa instituição, conforme convênio entre a instituição pública e a universidade Metodista de São Paulo, no qual este estudo se realizou. Na cidade de São Paulo existem 9 delegacias especializadas que prestam atendimentos à mulheres. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, SP (2013) essas instituições têm por objetivos prestar atendimento de polícia judiciária e atendimento psicossocial à vítima de violência doméstica, violência sexual, adultos, crianças e adolescentes. Essas unidades também estabeleceram parceria com a Coordenadoria da Mulher, um órgão da prefeitura de São Paulo, que também acompanha as políticas públicas referentes à mulher, na defesa de seus direitos e desenvolvimento de sua autonomia..

(21) Instrumentos: foram utilizados os seguintes instrumentos: a) Roteiro de Entrevista - Apêndice B - o roteiro foi elaborado especialmente para o presente trabalho e segue, com sua técnica de entrevista semi-dirigida. Segundo Cunha (2000) essa técnica é um importantíssimo instrumento para a avaliação psicológica, já que possibilita que o sujeito entrevistado configure o campo psicológico naquele dado momento e permite ao entrevistador que dirija em certos pontos a entrevista com a finalidade de obter dados que sejam mais relevantes para aquele contexto apresentado. Esta tem como objetivo “descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos (indivíduo, casal, família, rede social), em um processo que visa a fazer recomendações, encaminhamentos ou proporcionar algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas” (CUNHA, 2000 p. 45).. b) Teste Projetivo House – Tree – Person -(Casa, Árvore, Pessoa, em português). Este foi um instrumento escolhido pela facilidade de acesso, bem como pelo fato de favorecer o contato, a proximidade nas relações com o paciente que este teste proporciona. É um teste projetivo que obtém informações de como a pessoa experiência a sua individualidade em relação aos outros, e ao ambiente do lar, estimulando a projeção de elementos da personalidade e das áreas de conflitos (REIS; SOUZA, 2007). Os desenhos representam uma forma de linguagem simbólica que mobiliza níveis primitivos de personalidade. Van Kolck (1984); Trinca (1984); Medeiros (1988); entre outros autores, dizem que, por isso, no desenho pode haver uma projeção de autoconceito, de atitudes para com alguém do ambiente, de imagem ideal do eu, resultando uma expressão de padrões de hábitos, com projeção de atitudes do sujeito para com o examinador e a situação. Já que possibilita tais projeções, este é um instrumento de fácil manipulação de aplicação para diagnósticos na prática clínica; porém e um instrumento de difícil avaliação e requer habilidade, além da supervisão necessária para garantir a veracidade dos resultados encontrados. Vale ressaltar que neste teste projetivo, ao se utilizar de formas pictóricas como a da “Casa”; “Árvore” e “Pessoa” estão implícitas as simbologias quanto às relações profundas familiares existentes num lar, no caso da “Casa”. Já para a “Árvore” esta simbolizada como o.

(22) todo, o Universo, ou a vida, pois segundo Kock (1968), esta forma é representada desde os primórdios da humanidade, com uma conotação simbólica muito ligada ao cristianismo e, portanto com o passar da evolução da humanidade passou a ser representada como símbolo do humano, da geração e fecundidade. Então passou a ser usada como forma de representação do homem, porém com projeções mais profundas e inconscientes do que aparece no desenho da “Pessoa” esta a projeção mais consciente de si mesmo, ou seja, de sua imagem corporal que não é a representação fiel do corpo físico, mas sim da percepção que temos influenciadas por todas as variantes que afetam essa percepção como mencionada anteriormente sendo resultados de suas projeções, identificações e introjeções.. Procedimentos: A presente pesquisa foi realizada em 12 plantões psicológicos na referida DDM, nos meses de Abril, Maio, Junho e Agosto de 2012, onde a pesquisadora ouviu e selecionou os casos de mulheres em situação de violência, e de acordo com a decisão de participação de cada mulher ouvida, foi realizada de modo individual a entrevista e a aplicação do teste proposto. Este procedimento teve duração, em média, de 2 a 3 horas seguidas com cada participante.. Aspectos Éticos: Por se tratar de uma investigação, o presente estudo atendeu aos requisitos descritos na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – que trata de pesquisas que envolvem seres humanos proporcionando (oferecendo) o mínimo de riscos aos participantes. Porém, foi explicitado que, se os participantes sentissem qualquer tipo de desconforto psicológico este seria atendido pela pesquisadora que é habilitada para prestar atendimento terapêutico, e, caso necessário, seria feito o encaminhado para outro profissional da área. Nesta pesquisa, por utilizar a entrevista clínica, este encaminhamento foi proposto a todos os participantes. Os benefícios do presente estudo podem não ocorrer de forma imediata, embora sirvam para o desenvolvimento acadêmico cientifico. Futuramente, poderão servir para o aprimoramento de técnicas de intervenção psicológica, na medida em que há compreensão de aspectos psicológicos e da dinâmica intra-psiquica de mulheres vítimas de violência conjugal. A esses pacientes foi dada uma devolutiva sobre seu estado e, essas devolutivas foram feitas de forma individual, garantindo-se assim seu bem-estar e o sigilo, pois como pesquisadores.

(23) do campo da saúde mental, entendemos as investigações neste campo como sigilosas, preservando-se a integridade física e psicológica dos participantes. A qualquer momento o participante foi informado de que poderia se retirar da pesquisa sem nenhum prejuízo. Este projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Metodista de São Paulo (APÊNDICE C)..

(24) III. RESULTADOS E DISCUSSÃO A seguir apresentamos a descrição e análise dos casos que compõem este estudo. Para a análise dos casos foi considerada a entrevista clínica e a técnica projetiva HTP. A análise de cada caso foi sistematizada, seguindo os indicadores de análise estabelecidos por Buck (2003); Retondo (2000); Hammer (1991) Van Kolck (1984). Na sequência, foi feita uma síntese, integrando os dados obtidos em cada caso.. CASO I: Safira Dados Gerais do Caso: Identificação: Safira. 27 anos, natural e residente em São Paulo. Estado Cívil: Casada. Tempo de Casamento (ou Relacionamento): 5 anos. Sendo este seu terceiro relacionamento; o qual se casou legalmente. Número de Filhos: 04: [11 anos (filha)] fruto do seu primeiro relacionamento; [9 anos (filha)] fruto do primeiro relacionamento; [7 anos (filho)] fruto de um segundo relacionamento; [2 anos (filho)] fruto desse relacionamento atual. Queixa: Compareceu à Delegacia da Mulher acompanhada do filho mais novo de 2 anos, solicitando de que fosse lavrado um Boletim de Ocorrência (BO) em razão da agressão sofrida e que fora perpetrada por seu próprio marido. Tal BO foi lavrado após a realização da entrevista. Descrição da participante: Moradora na região leste da cidade de São Paulo tem ensino fundamental completo e atualmente é estudante do curso técnico de auxiliar de necropsia. Exerce a profissão de auxiliar de necropsia. É casada legalmente (casada pela primeira vez com o atual companheiro com quem vive há 5 anos). Safira tem quatro filhos, mas somente um deles é filho desse atual companheiro (o de 2 anos). A paciente afirmou que parou de.

(25) estudar porque engravidou. O companheiro trabalha em mecânica e funilaria. Na sua atual moradia convivem em 6 pessoas (as 4 criança, Safira e o companheiro); as crianças dormem em um cômodo e o casal em outro; não verbalizou possuir qualquer bem material.. Dados da entrevista: A participante comparece à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) esperando que, com este ato, obtenha “mudança em sua vida” (sic). Conta que vivia com seus três filhos, sendo 2 destes de um mesmo companheiro, e um outro filho, de outro companheiro. Relacionou-se com um novo companheiro com quem teve seu quarto filho. Há aproximadamente 5 anos, Safira separou-se desse companheiro (pai do terceiro filho) e passou a conviver com o atual marido, com quem já mantinha uma relação de amizade. Afirma que começou a namorar muito jovem, aos 14 anos. Aos 15 anos engravidou de uma menina, sua primeira filha, hoje com 11 anos. A partir desse nascimento, foi morar junto com o pai dessa menina, que nessa época tinha 19 anos. Logo depois, engravidou novamente de outra menina. Quando esta segunda criança estava com 6 meses de idade, a participante se separou do pai desses filhos porque o julgava irresponsável; alegou que discutiam frequentemente. Esta separação ocorreu, pois, em um dado momento, ele tentou enforcá-la. Após a separação, S, com 19 anos, deu sequência aos seus estudos. Nessa época foi morar com um novo namorado, engravidou de seu terceiro filho, um menino que hoje tem 7 anos de idade. O casal manteve essa relação por 3 anos. Contudo, também afirmou que o relacionamento não deu certo. Após, conheceu seu atual companheiro e, 1 ano e 5 meses depois se casaram legalmente. Afirmou que até então, se davam “super bem” (sic), entretanto, esta relação começou a mudar há 1 ano e 2 meses, quando sua irmã veio a falecer. A participante relata sobre a morte de sua irmã (N.) aos 24 anos. Sua irmã N. morreu, estando grávida de 5 meses , em meados do mês de março do ano de 2012. Safira afirmou que sua irmã “passou mal” e acabou sendo hospitalizada em caráter emergencial; diagnosticada com broncopneumonia. Devido aos problemas de saúde esta sua irmã perdeu o bebê, ainda no útero, pois sofreu uma parada cardíaca que agravou ainda mais o caso; veio a falecer em função de uma septicemia..

(26) A Sra. Safira dedicou-se um grande tempo a relatar sobre essa irmã; entretanto, mais adiante observaremos essa relação estabelecida por Safira com sua vida conjugal. Sra. Safira então continua a relatar sobre seu atual marido. Afirmou que este é seguidor da Igreja Pentecostal, o que, segundo Safira, o tornou ainda mais rigoroso do que antes, pois passou a seguir os dogmas propostos pela referida igreja. Comenta ainda que o marido jejuou como forma de pedir proteção para a sua irmã melhorar seu estado, quando esta ainda estava internada. A participante faz uso do espaço da entrevista na Delegacia Defesa da Mulher (DDM) para queixar-se do tratamento que sua irmã recebeu em um hospital público do município de Santo André/SP. Alega que muitas coisas “erradas” ocorreram nesse período, brigou com a equipe médica e administrativa do hospital e isso desencadeou um intenso nervosismo e irritação levando-a a abandonar os cuidados com a casa e com seu marido. Logo após a esta fala, a participante diz que hoje frequenta um curso técnico de Auxiliar de Necropsia, e que fez questão de ver os corpos de sua irmã e do bebê no Instituto Médico Legal (IML). Afirma que foi ela própria que acabou liberando os corpos. Reflete que durante essa fase esperava que o marido lhe oferecesse um suporte emocional, o que não ocorreu. Diante da situação, o marido fez uma promessa de que ia cuidar dos filhos da sua irmã, que são: 3 meninos, de 10, 7 e 3 anos, e uma menina de 8 anos. Após o enterro da irmã, o casal discutiu, ele a acusou de não ter servido comida no dia do velório da irmã. Em função disso, ele saiu para trabalhar retornando após 4 dias, falando que não voltaria mais. Contudo, voltou para casa e houve uma nova discussão pelo mesmo motivo, chegando a ofendê-la dizendo-lhe xingamentos. Durante esta discussão, ela comentou sobre uma foto que encontrou e que o estampava com outra mulher. Esta acusação o deixou bastante transtornado, causando-lhe uma estranheza, uma vez que há muito tempo ele não se comportava dessa maneira. A participante relata outro episódio quando ainda era casada, no qual solicitou o registro de nascimento do filho mais novo, de 2 anos (presente nesta sessão acompanhando a mãe). Mostrou-se surpresa diante da indecisão do marido, que justificava haver perdido o referido documento. Posteriormente, veio, a saber, que o marido havia requerido a guarda do “neném” (sic), junto ao fórum local. Após essa constatação, o marido a atingiu de modo violento, desencadeando uma reação também violenta por parte dela, atingindo-o com socos. Neste cenário, ele chamou a viatura de polícia e, segundo ela, distorceu o ocorrido alegando que havia sofrido agressão física por parte dela. Tal denuncia gerou um Boletim de Ocorrência (BO) no qual a própria participante figura como agressora..

(27) Destacamos que durante esta entrevista, diversas vezes o menino, presente na sala, mostra-se agitado e ameaça a chorar. Diante desta demanda, ela logo o coloca no colo oferecendo-lhe o peito para mamar, forçando-o a permanecer nessa posição, mesmo diante da recusa da criança. Na sequência, inicia o relato de um novo episódio, onde estava numa pizzaria e encontrou com o marido que a agrediu batendo seu rosto em um carro, puxando-a pelos cabelos para fora do estabelecimento. A participante conta todos os detalhes deste fato caracterizando-o como violência extrema. Ambos foram á delegacia, onde novamente ele alegou ter sido agredido por ela. A participante desconfia que o marido tem “problemas na cabeça” (sic). Nesse dia, ela registrou um Boletim de Ocorrência (BO), entretanto não fez a representação do caso, alegando que ama seu marido. Depois deste episódio, passou 15 dias sem vê-lo, o que o deixou mais tranquilo, manifestando que a amava, mas que exigia uma “prova de amor” por parte dela. A participante relaciona este comportamento do marido com o de seus sogros, pois, a sogra, mesmo sofrendo violência, casou-se duas vezes com o mesmo marido (sogro da participante) como prova de amor. Atualmente o casal vive junto, e ela atribui isso ao fato do cunhado (o irmão do marido) ser psicólogo e ter aconselhado o casal. Mostra uma mensagem em seu celular na qual comprova que, há 5 dias atrás, ele declarou-se, chamando-a de “paixão para sempre” (sic) e “minha vida” (sic). Na sequência, a mensagem registra palavras obscenas, além da afirmação deque ela estaria atrapalhando seu “gozo” (sic). Relata que, nesse dia, de madrugada, como ele não retornava para casa, ela resolveu ir para a casa da sua mãe. Diz que não desconfiou da fidelidade do marido, mas confirma que ele chegou em casa às quatro horas da manhã, questionando-a sobre um rapaz com quem há muito tempo havia se relacionado. No dia seguinte, continua a participante, ele estava “transtornado” (sic), ameaçando registrar um novo BO contra ela. A partir daí, ela afirma que não valia a pena ficar com ele. Ele pediu desculpas - dizendo que a amava. Mas nesse mesmo dia, durante a noite, ele foi embora de casa, dizendo que tudo havia terminado, que a odiava e que a partir de agora o problema seria decidido na frente do juiz. Mesmo assim, relata que estava numa pizzaria e foi agredida por ele que a atingiu na barriga com um capacete, atirou-a sobre uma moto e saiu “rasgando” pela rua causando transtorno na frente da tal pizzaria. Na manhã da ocorrência desta entrevista, afirma que ele estava em casa muito agitado, violento, acusando-a de traição conjugal. Ela chamou a viatura policial e, nesse momento, ele.

(28) acionou o portão automático da casa, que caiu sobre ela enquanto que segurava o “neném” (sic) no colo, pois ele ameaçava levar o bebê, mas ela não permitiu e protegeu o filho. Diz que o companheiro tem 26 anos e que antes de comparecer à Delegacia, ele a agrediu verbalmente e a ameaçou afirmando que iria ficar com todos os seus bens, os quais não mencionou. Apresentamos a seguir um quadro síntese com análise geral do HTP e, logo abaixo apresentamos as produções gráficas feitas pela Senhora Safira..

(29) QUADRO I – Análise de aspectos gerais do HTP – Senhora Safira. INDICADORES. CARACTERÍSTICA. INTERPRETAÇÃO BUCK. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO VAN. INTERPRETAÇÃO. (2003). RETONDO (2000). KOLCK (1984). HAMMER (1991). Grande; excessivamente grande. Ambiente restritivo; tensão;. Reação a pressões ambientais;. Sentimento de expansão e. Agressividade ou descarga. para árvore, pois sai da folha na. compensação.. agressão; falta de controle ou. agressão; falta de controle e de. motora sujeito reage às pressões. inibições a idéias de grandeza. inibição.. ambientais com sentimentos de. lateral.. para encobrir sentimentos de. expansão e agressão.. inadequação. TAMANHO:. RELAÇÃO COM O. Visto de frente.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. De frente.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Ausente.. Nada a interpretar.. Nada a interpretar.. Nada a interpretar.. Nada a interpretar.. OBSERVADOR:. VISTA PELO OBSERVADOR:. DISTORÇÕES:.

(30) INDICADORES. CARACTERÍSTICA. INTERPRETAÇÃO BUCK. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO VAN. INTERPRETAÇÃO. (2003). RETONDO (2000). KOLCK (1984). HAMMER (1991). Todos os desenhos estão na. Retraimento, regressão,. Introversão, controle (ou tentativa. Conflitos, regressão, fixação a. Comportamento impulsivo;. metade esquerda; parte superior;. organicidade, preocupação. de); tendências a buscar satisfação. estágio primitivo, predomínio do. procurar satisfação imediata,. sendo 3º e 4º quadrantes.. consigo mesmo, fixação no. na fantasia; tendência a manter-se. passado do esquecido,. franca e emocional de suas. passado, impulsividade,. distante e inacessível.. comportamento impulsivo.. necessidades e impulsos;. LOCALIZAÇÃO:. necessidade de gratificação. procurar satisfação na. imediata.. fantasia; manter-se distante e inacessível.. MARGENS:. DISTÂNCIAS:. TRANSPARÊNCIA. ROTAÇÃO:. No desenho da Árvore na lateral. Sentimentos de constrição;. esquerda, pois há o impedimento. organicidade.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. de se completar o desenho.. -------------------. ------------------------------. ------------------------------------. -------------------------------. -------------------------. Ausente.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. No desenho da Árvore. Oposição.. Não interpreta.. Negativismo.. Não interpreta..

(31) INDICADORES. MOVIMENTO:. LINHA DO SOLO:. CARACTERÍSTICA. INTERPRETAÇÃO BUCK. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK (1984). Ausente.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Ausente.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Normal; forte e grossa.. Tensão; ansiedade; energia e. Não interpreta.. Agressão e hostilidade. Não interpreta.. organicidade.. QUALIDADE DA LINHA:. Ausente. SOMBREAMENTO. Não interpreta.. INTERPRETAÇÃO HAMMER (1991). para com o ambiente.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta..

(32) Unidade de Produção Gráfica 1: “A Casa”. Inquérito realizado após a elaboração do desenho da Casa: A casa é dela, mora ela e os filhos, antes era uma casa tumultuada, mas depois passou a ser organizada entre o meio termo de feliz e triste, pois falta ele na casa. Ele machucou essa casa. É uma casa que tem paz, organização, harmonia, mas falta ele. Dá como título “Alguma coisa faltando”. Nesse momento a casa que estava desenhada aberta, ela fecha e entrega o desenho finalizando.. *1 Nota do autor(a): Todos os desenhos foram escaneados e recortados a partir do desenho original. Portanto podem sofrer alterações de tamanho e profundidade. Porém todas as análises foram realizadas com base no desenho original..

(33) QUADRO II- Análise dos aspectos específicos do desenho da Casa:. INDICADORES. CARACTERÍSTI. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. CA. BUCK (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK. INTERPRETAÇÃO HAMMER (1991). (1984) NÃO INTERPRETA ESSE DESENHO.. Grande; Vazada; PORTA:. Aberta.. Ausente.. Necessidade de receber. Exagerada grande é dependência com relação aos outros. Intensa necessidade de. exterior.. reforço emocional de fora.. Falta de calor e afeto no. XXXXXXXXX. Não interpreta.. ajustamento sexual.. lar.. Apenas uma.. Nada a interpretar.. Nada a interpretar.. XXXXXXXX. --------------------------. Ênfase; elaborado. Introversão, fantasia. Controle da fantasia (ou. XXXXXXXXX. Ênfase exagerada na vida da fantasia.. tentativa de); TELHADO:. XXXXXXXXX. calor emocional do. Dificuldade de. CHAMINÉ:. PAREDES:. Dependência.. preocupação com os detalhes..

(34) INDICADORES. CARACTERÍSTI. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. CA. BUCK (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK. INTERPRETAÇÃO HAMMER (1991). (1984) NÃO INTERPRETA ESSE DESENHO.. Grande; Vazada; PORTA:. Dependência.. Aberta.. Ausente.. Necessidade de receber. Exagerada grande é dependência com. calor emocional do. relação aos outros. Intensa necessidade de. exterior.. reforço emocional de fora.. Dificuldade de. Falta de calor e afeto no. ajustamento sexual.. lar.. Apenas uma.. Nada a interpretar.. Ênfase; elaborado. Introversão, fantasia. CHAMINÉ:. XXXXXXXXX. XXXXXXXXX. Não interpreta.. Nada a interpretar.. XXXXXXXX. --------------------------. Controle da fantasia (ou. XXXXXXXXX. Ênfase exagerada na vida da fantasia.. PAREDES:. tentativa de); preocupação com os TELHADO:. detalhes..

(35) INDICADORES. CARACTERÍSTI. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. CA. BUCK (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK. INTERPRETAÇÃO HAMMER (1991). (1984) NÃO INTERPRETA ESSE DESENHO.. JANELAS:. CAMINHOS:. PERSPECTIVA. TIPO DE CASA:. DETALHES. São 3 (muitas).. Exibicionismo.. Não interpreta.. XXXXXXXX. Não interpreta.. Ausente.. Não interpreta.. Não interpreta.. XXXXXXXX. Não interpreta.. Ausente.. Não interpreta.. Não interpreta.. XXXXXXXX. Não interpreta.. Nada a interpretar.. -------------------. -----------------------. XXXXXXXX. Não interpreta.. Ausente.. Não interpreta.. ----------------------. XXXXXXXX. Não interpreta.. Sim pelo. Não interpreta.. Não interpreta.. XXXXXXXX. Não interpreta.. IRRELEVANTES. CASA JÁ MACHUCADA: (ESTE CRITÉRIO APARECE NO INQUERITO, E, PORTANTO OS AUTORES NÃO INTERPRETRÃO ENQUANTO UM INDICADOR DESENHADO NO PAPEL).. companheiro..

(36) Unidade de Produção Gráfica 2: “A Árvore”. Inquérito realizado após a elaboração do desenho da Árvore: Tem frutinhos (filhos). Após um momento de pausa disse que daqui para frente é ela, como uma árvore boa com bons frutos. Tem 27 anos, é a sua mãe e já foi machucada por ela e pelo primeiro menino que já gostou. Se fosse ser uma figura humana seria a figura de um homem de 30 anos, nesse momento fala “tirando que não sou eu” (sic). Diz que é bem cuidada, e o tempo nesse momento estaria nublado com muito vento. Se houvesse a figura de um sol este seria o companheiro e diz que o título seria “Árvore é à base de tudo”..

(37) QUADRO III - Análise dos aspectos específicos do desenho da Árvore:. INDICADORES. CARACTERÍSTICA. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO RETONDO. INTERPRETAÇÃO VAN KOLCK. INTERPRETAÇÃO. BUCK (2003). (2000). (1984). HAMMER (1991). obter satisfação do. Dificuldade em obter satisfação do. Nada a interpretar.. Não interpreta.. meio, em realizar-se e. meio.. Primitivo; ingenuidade.. Nada a interpretar. Sugere dificuldade em Ausente. GALHOS E RAMOS:. em interagir com as pessoas.. TRONCO:. Pequeno; aberto; superior;. Não interpreta.. curto e grosso.. Dificuldade de conclusão e comprometer-se. Pressão externa e. DEIXA 3. dificuldade de expressão do eu.. Larga.. Dependência.. Não interpreta.. BASE DO TRONCO:. AKI. Inibição; dificuldade de aprender;. Não interpreta.. folhas para. meda de possível perda de contato com realidade com afirmação. paginas. compensatória.. quadro TAMANHO DO TRONCO:. COPA:. Pequeno.. Não interpreta.. Não interpreta.. Nada interpretar.. Não interpreta.. Em nuvem inclinada para a. Fantasia.. Tendência a Fantasia, sonhador,. ---------------------. Não interpreta.. direita.. medo da realidade, Impulsividade..

(38) INDICADORES. TAMANHO DA COPA:. POSIÇÃO:. ORIENTAÇÃO DIREÇÂO DA COPA:. CARACTERÍSTICA. Grande.. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO RETONDO. INTERPRETAÇÃO VAN KOLCK. INTERPRETAÇÃO. BUCK (2003). (2000). (1984). HAMMER (1991). Não interpreta.. Confiança em si mesmo;. Não interpreta.. Não interpreta.. preocupação consigo mesmo.. Nada a interpretar. -------------------------. ---------------------------------. Não interpreta.. Não interpreta.. Pendente para lado direito;. Não interpreta.. Extroversão; autossuficiência; auto-. Dom de si; inclinação a devoção;. -------------------------. confiança; arrogância; necessidade de. caráter bondoso e benevolente.. foge da página.. ser importante.. Dependência; TIPO:. CICATRIZES. RAIZES:. VIVA OU MORTA:. IDADE:. Frutífera.. Desejo de Realizar de ter sucesso.. Imaturidade. Ausente.. Não interpreta.. Não interpreta.. Ausente.. Insegurança.. Pessoa auto suficiente.. Desejo de realizar; de conseguir as. É característica de. coisas fácil e rapidamente; desejo de. desenhos primitivos de. obter sucesso rápido e de ver logos os. crianças; necessidade de. resultados.. independência.. Não interpreta.. Não interpreta.. Sentir-se no ar; separado do elemento. Não interpreta.. nutridor.. Não verbaliza.. --------------------------. ------------------------------. ------------------------------. ------------------------. Da árvore é 27 (mesma que. Não interpreta.. Bom nível de maturidade sexual.. Não interpreta.. Bom nível de maturidade. a dela).. psico sexual..

(39) INDICADORES. PROJEÇÃO DE GENÊRO:. PRESENÇA DE VENTO:. MACHUCADA POR ALGO OU ALGUÉM: (ESTE CRITÉRIO APARECE NO INQUERITO, E, PORTANTO OS AUTORES NÃO INTERPRETRÃO ENQUANTO UM INDICADOR DESENHADO NO PAPEL).. CARACTERÍSTICA. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO RETONDO. INTERPRETAÇÃO VAN KOLCK. INTERPRETAÇÃO. BUCK (2003). (2000). (1984). HAMMER (1991). Não interpreta.. Conflito de identidade sexual.. Não interpreta.. Não interpreta.. Sim muito.. Pressões Ambientais.. -------------------------------. Não interpreta.. Não interpreta.. Não verbaliza.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Oposto ao da participante (M/H de 30 anos)..

(40) Unidade de produção Gráfica 3: “A Pessoa” *2. Inquérito realizado após a elaboração do desenho da Pessoa: Diz que fez o desenho e pensou nele, e que ele poderia ser quem ele era antes. Diz que esta pessoa desenhada esta chateada, e isso fez ela se sentir também. Diz que quando o conheceu não queria ficar com ele, mas depois ele passou a ser o único em que confiava. Não relata mais nada sobre esse desenho e não nomeia com um título, entregando o desenho de forma rápida e sem maiores verbalizações.. *2 – Ressaltamos que a figura palito, esta sendo considerada, pois foi o único desenho que a participante fez..

(41) QUADRO IV - Análise dos aspectos específicos do desenho da Pessoa:. INDICADORES. CARACTERÍSTICA. De frente. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. BUCK (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK (1984). HAMMER (1991). Não interpreta.. Aceitação de si mesmo;. Não interpreta.. Não interpreta.. Identidade em nível de. Indivíduos inseguros. fantasia para escapar da. que duvidam de si. insegurança;. mesmo, e indicadores. organicidade; sugere. de evasão.. boa evolução psicossexual.. VISÃO DA FIGURA:. Normal figura de palitinho FIGURAS INACABADAS E. Não interpreta.. Não interpreta.. (pedagógica/ estereótipo).. ORDEM DE COMO FORAM FEITAS:. psicopatia.. IDADE:. Não verbaliza.. Não interpreta.. Nada a interpretar.. Não interpreta.. Não interpreta.. Em pé de frente.. Não interpreta.. Nada a interpretar.. Exibicionismo.. --------------------. Compridos; afastados do. Não interpreta.. Sentimento de. Sentimentos de. Individuo expressando. inadequação.. inadequação no. necessidades agressivas. contato; sinal de. dirigidas para fora.. POSTURA:. BRAÇOS:. corpo; em uma só linha.. deterioração..

(42) INDICADORES. CARACTERÍSTICA. Grande.. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. BUCK (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK (1984). HAMMER (1991). Regressão.. Confiança excessiva nas. Confiança exagerada na. Se refugiar na fantasia.. relações sociais e de. função sócia e de. controle; ênfase na fantasia. controle.. como fonte de satisfação;. CABEÇA:. compensação por sentimentos de inferioridade.. Leve; Pouco claros.. Retraimento.. Não interpreta.. Não interpreta.. Se refugiar na fantasia, e pode ser extremamente. TRACOS FACIAIS E ROSTO:. autoconsciente e tímido.. OLHOS:. SOMBRANCELHA:. BOCA:. Sem pupila e grandes:. Contato pobre com a. Dependência do ambiente;. Dependência do. Culpa em relação a. realidade.. desconfiança.. ambiente; estímulo. tendências. sexual.. voyeurísticas.. Ausente.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Linha única.. Não interpreta.. Não interpreta.. Negação da oralidade.. Individuo verbalmente agressivo e sádico..

(43) INDICADORES. CARACTERÍSTICA. Ausente; omissão.. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. BUCK (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK (1984). HAMMER (1991). Não interpreta.. Sentimento de. Timidez; passividade;. Conflitos com a. imobilidade; falta de. afastamento; sensação. simbologia fálica.. defesa; incapacidade para. de desamparo ou. progredir; timidez;. sentimento de. angústia; sensação de. castração.. NARIZ:. desamparo.. Escasso e pontiagudo.. ------------------------. CABELO:. Insegurança; inferioridade;. Virilidade insegura e. inadequação; perda de. débil.. Não interpreta.. força.. Ausente.. Não interpreta.. Passividade.. Sinal de indiferença em. Não interpreta.. relação ao sexo. OUVIDOS OU ORELHAS:. masculino e sua aparência.. Ausente. Impulsividade,. PESCOÇO:. Perda de controle;. Libertação ou perda do. Não interpreta. NÃ HÁ. sensação de desamparo. controle; desamparo. LIGAÇÃO ENTRE O. perante os impulsos;. perante os impulsos. CONTROLE. comportamento impulsivo,. que assaltam o sujeito;. INTELECTUAL E OS. imaturidade e regressão.. imaturidade ou. IMPULSOS DO ID.. regressão.. QUEIXO:. Ausente. ----------------------. ----------------------. Não interpreta.. ---------------------------.

(44) INDICADORES. CARACTERÍSTICA. Oposto (M/H).. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. BUCK (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK (1984). HAMMER (1991). Conflito de identificação. Não interpreta,. Não interpreta.. Inversão sexual;. de gênero.. perturbação na identificação sexual forte ligação ou dependência ao genitor. GENERO:. do sexo oposto; regressão a um estado narcisista infantil onde a pessoa “une-se a mãe”.. PERNAS:. Afastadas/ separadas.. Regressão.. Falta de equilíbrio. Não interpreta.. --------------------. Ausentes.. Desamparo, perda da. Timidez; insegurança;. Insegurança do passo e. Não interpreta.. autonomia, preocupações. sentimento de menos valia;. da adaptação sexual;. sexuais.. sentimentos de castração e. expressão de falta de. dificuldades sexuais.. autonomia; sinal. PÉS:. patológico.. Ausentes. MÃOS:. Não interpreta.. Falta de confiança nos. Problemas de contato;. contatos sociais,. adaptação social e. passividade; ataque e. manipulação; sinal de. agressão.. deterioração.. Não interpreta..

(45) INDICADORES. CARACTERÍSTICA. Ausentes.. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. BUCK (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK (1984). HAMMER (1991). Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Repúdio ao próprio. Não interpreta,. DEDOS:. OMBROS:. Ausentes.. TRONCO:. Ausentes/ omissão.. corpo; rigidez e narcisismo.. Não interpreta. Ausentes/ omissão.. Imaturidade severa;. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. perturbação emocional com aguda ansiedade. TORAX:. pelo corpo; necessidade de recalcar ou negar os impulsos corporais.. Não interpreta. SEIOS:. Ausentes.. Não interpreta..

(46) INDICADORES. CINTURA/QUADRIL. CARACTERÍSTICA. Ausentes.. GENITAIS:. Ausentes.. CHAPÉU/BARBA/BIGODES:. Ausentes.. OUTROS COMPLEMENTOS. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. BUCK (2003). RETONDO (2000). VAN KOLCK (1984). HAMMER (1991). Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Não interpreta.. Ausentes.. ROUPAS:. COLARINHO E GRAVATA:. INTERPRETAÇÃO. Ausentes.. Ausentes..

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