APLICAÇÃO
DA
METODOLOGIA
DE
PLANEJAMENTOINTEGRADO
DE
RECURSOS
NA
EXPANSÃO
DA
DISTRIBUIÇÃO:
UM
ESTUDO
DE
CASO
Dissertação submetida à
Universidade Federal de Santa Catarina
Como
parte dos requisitos para aObtenção do grau de Mestre
em
Engenharia Elétrica.CINARA
RIBEIRO
SOARES
INTEGRADO DE
TIECURSOS
NA
EXPANSÃO
DA
DISTRIBUIÇAO:
UM
ESTUDO DE CASO
Cinara Ribeiro Soares
“Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre
em
EngenhariaElétrica, Área de Concentração
em
Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica, e aprovadaem
sua forma final pelo Programa de Pós-Graduaçãoem
Engenharia Elétrica daUniversidade Federal de Santa Catarina.” ~
/ . ¡
O/
/ 1 ' Ii~.
1>f<›f.z c. ce 11czmzgo,
D. Eng.O
. 11811113 I f ;›À L- -- * - .. fi ar asšãíía Decker, D. Sc.Coordenador do Programa de Pós-_Graduação
em
Engenharia Elétrica'title
.'4
l
' Prof.: . . I ng. Preside ~~›
fiv
Prof.:sH
mutZürn; Ph. D.2%»/7¿Í
Pro : Jorge Coelho; D. Sc.Banca
Examinadora: _»
,
Í
Agradeço
ao professor C. Celsode
B.Camargo
pela orientaçãona
realizaçãodesta dissertação.
Aos
professoresHans
H.
Zürn
e IorgeCoelho
pela participaçãona
banca
examinadora
e pelas contribuições feitas à este trabalho.Ao
LABPLAN
e aUniversidade
Federalde
Santa Catarina pela recepção edisponibilização
de sua
infra-estrutura.À
CAPES
pelo suporte financeiro.Extendo
meus
sincerosagradecimentos
a todos os Colegas e Professores,que
de
uma
forma ou
outra, contribuíram para a realização deste trabalho.Agradeço
também
a colaboração das Centrais Elétricasde
Santa Catarina -CELESC, sem
a qual a realização deste trabalhonão
seria possível.Agradeço
aos Familiares eAmigos
pelo incentivo recebido.APLICAÇAO DA
METODOLOGIA
DE
PLANEJAMENTO
INTEGRADO
DE
RECURSOS
NA
EXPANSÃO
DA
DISTRIBUIÇÃO:
UM
ESTUDO
DE
CASO
CINARA
RIBEIRO
SOARES
Março/2000 Orientador: Prof.: C. Celso de Brasil Camargo, Dr. Eng.
Área de Concentração: Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica.
Palavras-chave: conservação de energia e reestruturação dos sistemas elétricos,
planejamento integrado de recursos, gerenciamento pelo lado da demanda.
Número
de Páginas: 128A
presente dissertação aborda os seguintes enfoques: a problemática contribuição do setor elétrico aos problemas ambientais e os efeitos da reestruturação deste setor sobre aConservação de Energia. Baseado nesta discussão e
com
O intento de atender àsnecessidades impostas por estas duas perspectivas, este trabalho sugere o Planejamento
Integrado de Recursos
- PIR
como
altemativa adequada, onde o setor elétrico eprincipalmente a concessionária procuram delinear suas estratégias considerando objetivos sociais, ambientais, econômicos e de qualidade.
Com
basenum
Estudo de Caso,em
um
sistema de distribuição, procurou-se avaliar os efeitos da inclusão de programas de Gerenciamento peloLado
daDemanda
-GLD
no processo tradicional deplanejamento da expansão dos sistemas elétricos, realizando assim
uma
análise detalhadade PIR.
Os
resultados indicaram que OGLD
constitui-senuma
boa oportunidade da concessionária postergar investimentos na expansão do sistema, concluindo-se que estaestratégia caracteriza-se
como uma
interessante altemativa a ser acrescida no planejamento dos sistemas elétricos.APPLICATION OF
METHODOLOGY
OE
INTEGRATED
RESOURCES
PLANNING
IN
EXPANSION oF
THE
DISTRIBUTION:
A
CASE
STUDY
CINARA
RIBEIRO
SOARES
March/2000
Advisor: C. Celso de Brasil Camargo
Area of Concentration: Laboratory of Electrical Systems Plamnng.
Keywords: Energy Conservation and Restructuring of Electric Sector, Integrated
Resources Planning
-
IRP,Demand
SideManagement -
DSM.
Number
of pages: 128The
present dissertation includes the following approaches: the problematic contributionof the electric sector to the environment wear and the effect of the restructuring of this
sector on the energy conservation. Based on this discussion and aiming to keep the needs
imposed by these two perspectives, this
Work
suggests the Integrated Resources Planning-
IRP, as an adequate altemative, where the electric sector and mainly the utility looks to outline its strategies considering social, enviromental, economic and quality objectives.Based on a Case Study,
was
analysed the effect of the inclusion of programs ofDemand
SideManagement
-DSM
in the traditional process of electric systems distributionexpansion planning.
The
results indicated that theDSM
represents a opportunity for theutility to delay investments in the system expansion and concluding that this strategy is
LISTA
DE
FIGURAS
... ..viiiLISTA
DE
TABELAS
... ..ixLISTA
DE
ABREVIATURAS
... ..xiCAPÍTULO
1 Apfesemaçâø ... ..11.1 Introdução ... ..l 1.2 Motivação ... ..1O 1.3 Objetivos ... ..11
1.4 Estrutura da Dissertação ... ..11
CAPÍTULO
2 Revisão Bibiiogrâfica ... ..132.1
A
Conservação de Energia e a Reestruturação do Setor Elétrico ... ..132.1.1 Efeitos Negativos da Reestruturação sobre a Conservação de Energia ... ..20
2.1.2 Efeitos Positivos da Reestruturação sobre a Conservação de Energia ... ..25
2.2 Experiências Nacionais
em
Conservação de Energia ... ..272.2.1 Aspectos Regulatórios ... ..31
2.2.2 Reestruturação do Setor Elétrico Nacional e a Conservação de Energia ... ..33
2.2.3
O
Planejamento, a Reestruturação e a Conservação de Energia ... ..362.3 Conclusões ... ..38
CAPÍTULO
3 Planejamento dos Sistemas Elétricos ... ..403.1 Planejamento Tradicional dos Sistemas Elétricos ... ..4O 3.1.1 Previsão do Mercado Consumidor ... ..42
3.1.2 Planejamento da Expansão e a Conservação de Energia ... ..42
3.1.3 Planejamento da Expansão da Distribuição da Energia Elétrica ... ..44
3.2 Planejamento dos Sistemas Elétricos:
Novo
Enfoque ... ... ..463.3 Planejamento Integrado de Recursos - PIR ... ..47
3.3.1 Gerenciamento pelo Lado da
Demanda
-GLD
... ..543.3.2 Tipos de programas de
GLD
... ..563.3.4 Avaliaçao dos programas de
GLD
... ..61 3.4 Conclusões ... ..63CAPÍTULO
4 Metodologia ... ..ó5 4.1 Considerações Gerais ... ..65 4.2 Caracterização do Sistema ... ..66 4.3 Previsão de Carga ... ..684.4 Características dos Consumidores ... ..69
4.5 Análise Econômica dos programas de
GLD
... ..694.5.1 Análise de Custos sob a perspectiva do Consumidor ... ..69
4.5.2 Análise de Custos sob a perspectiva da Sociedade ... ..70
4.5.2.1 . Método de Cálculo do Custo Unitário Evitado ... ..71
4.5.3 Análise de Custos sob a perspectiva da Empresa ... ..75
4.6 Conclusões ... ..78
CAPÍTULO
5 Estudo do caso ... ..795.1 Caracterização do Sistema a ser Analisado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..79
5.2 Previsão de Carga do Sistema a ser Analisado ... ..81
5.3 Análise de Desempenho do Sistema ... ..82
5.4 Soluções ... ..84
5.4.1 Solução Programada ... ..84
5.4.2 Soluções Alternativas ... ..86
5.4.2.1
GLD
- Iluminação Eficiente ... ..875.4.2.2
GLD
~ Tarifa Diferenciada ... ..925.5 Análise Econômica dos Programas ... ..96
5.5.1 Análise Econômica do
GLD
-Iluminação Eficiente ... ..985.5.2 Análise Econômica do
GLD
- Tarifa Diferenciada ... .. 1045.6 Conclusões ... ..109
cAPÍTULo
ó coooiooõoo ... ..1116.1 Conclusões Específicas do Estudo de Caso ... ..111
6.2 Conclusoes Gerais ... ..115
6.3 Contribuições ... ..1 18 6.4 Sugestões para Futuros Trabalhos ... ..119
Figura 1: Contribuiçao dos Gases do Efeito Estufa ... ..8
Figura 2: Investimentos
em_GLD
nosEUA
... ..21Figura 3: Participação de Conservação de Energia no Planejamento do Setor Elétrico Nacional ... ..- ... ..43
Figura 4: Corte de Carga ... ..57
Figura 5: Deslocamento de Carga ... ..57
Figura 6: Curva de Energia Flexível ... ..57
Figura 7: Conservação Estratégica ... ..58
Figura 8: Crescimento Estratégico da Carga ... ..-. ... ..58
Figura 9: Fluxograma do Desenvolvimento da Análise Simplificada de PIR ... ..79
Figura 10: Diagrama do Sistema de Sub-Transmissão - Região Planalto Central ... ..8l Figura 11: Tendência Futura da Composição do Setor Elétrico ... ..119
Tabela 1: Indicador de Impacto Ambiental ... _.
Tabela 2: Dados de Barra de
um
Sistema Elétrico ... _.Tabela 3: Dados de Linha de
um
Sistema Elétrico ... _.Tabela 4: Constantes para Cálculo dos Custos Unitários Evitados ... _.
Tabela 5: Dados de Barra do Sistema de Sub-Transmissão - Região Planalto Central ... _.
Tabela 6: Dados de Linha do Sistema de Sub-Transmissão - Região Planalto Central ... _.
Tabela 7: Crescimento Anual de Carga - Região Planalto Central ... _.
Tabela 8: Previsao de Carga Regiao Planalto Central ... _.
Tabela 9: Perfil de Tensão - Região Planalto Central ... ._
Tabela 10: Tabela 11 Tabela 12 Tabela 13 Tabela 14 Tabela 15 Tabela 16 Tabela 17 Tabela 18 Tabela 19 Tabela 20 Tabela 21 Tabela 22 Tabela 23 Tabela 24 Tabela 25 Tabela 26 Tabela 27 Tabela 28 Tabela 29 Tabela 30 Tabela 31 Tabela 32
Fluxo de Potência - Região Planalto Central ... ._
Previsão de Carga considerando a nova
SE
... ._Perfil de Tensão considerando a nova SE ... _.
Fluxo de Potência considerando a nova SE ... ._
Municípios atendidos pela SE São Cristóvão ... __
Porcentagem por classe de consumidores atendidos pela SE São Cristóvão ... __
:
Número
estimado por classe de consumidores atendidos pelaSE
São CristóvãoPerfil de Carga
com
GLD
- Iluminação Eficiente ... ._Perfil de Tensão
com
GLD
-Iluminação Eficiente ... ._Fluxo de Potência
com
GLD
-Iluminação Eficiente ... _.Valores para Tarifa Diferenciada ... _.
Perfil de Carga
com
GLD
- Tarifa Diferenciada ... ._Perfil de Tensão
com
GLD
- Tarifa Diferenciada ... ._Fuxo de potência
com
GLD
- Tarifa Diferenciada ... ._Tarifa Horo-sazonal Azul -
CELESC
... _.Efeitos do
GLD
-Iluminação Eficiente sobre as Perdas ... ._Custo Total Evitado das Perdas
com
GLD
- Iluminação Eficiente ... ._Custo Evitado de Oferta
com
GLD
-Iluminação Eficiente .... ... ._Economia Líquida Anual
com
GLD
- Iluminação Eficiente ... ._Redução de Carga
com
GLD
- Tarifa Diferenciada ... ._Redução das Perdas com
GLD
- Tarifa Diferenciada ... __Custo Total Evitado das Perdas
com
GLD
- Tarifa Diferenciada ... _.ANEEL
CAP
CBEE
CE
CECT
CELESC
CEMIG
CFE
CHESF
CODI
COE
COPEL
CP
CPUC
CTEP
CTP
CTPA
DMA
EA
EL
ELA
ESCO
FC
FCP
FRC
GLD
IeBTLFC
LIPFE
PFP
Agência Nacional de Energia Elétrica
Custo Anualizado do Projeto Califórnia Board Energy Eficiency Custo Unitário de Energia Evitada
Custo Evitado de Compra e Transmissão de Energia Elétrica
Centrais Elétricas de Santa Catarina
Companhia Energética de Minas Gerais
Custo de Financiamento Evitado
Companhia Elétrica do Vale do São Francisco Comitê de Distribuição
Custo de Oferta Evitado
Companhia Paranaense de Energia
Custo Unitário de
Demanda
Evitada Califórnia Public Utilities CommissionCusto Total Evitado das Perdas
Custo Total do Projeto
Custo Total do Projeto Anualizado
Demanda
Máxima ConsumidaEnergia Anual Consumida
Economia Liquida
Economia Líquida Anual
Empresa de Serviços de Conservação de Energia Elétrica
Fator de Carga do Sistema
Fator de Carga das Perdas
Fator de Recuperação de Capital
Gerenciamento pelo Lado da
Demanda
Índice de Perdas de Energia no segmento de Baixa Tensão
Lâmpada Fluorescente Compacta
Lâmpada Incandescente
Perdas Financeiras por Energia
PROCEL
RCB
RGR
TOU
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
Relação Custo Benefício
Reserva Global de Reversão
1.1 - Introdução
A
Questão
Energéticavem
apresentando ao longo
dos varios contextos históri-cos
uma
importância ascendente, evidenciada pela estreita relação entre os estágiosde desenvolvimento
do
homem
e a energiapor
ele utilizada.A
própria definiçãode
energia
como
"capacidadede
gerar trabalho”,mostra
que
a sua presença é indispen- sávelpara
a realizaçãode
qualquer atividade,sendo
indiscutivelmente necessária à nossa sobrevivência e propiciadorade
uma
melhor
qualidadede
vida.A
utilizaçãoda
energia,
em
todas as suas formas, contribuiupara
a evoluçãoda
humanidade
e con-tinua
sendo
responsável,em
grande
parte, peloseu
desenvolvimento.A
energiapode
ser vista pela sociedadesob
varios aspectos,dependendo do
ní-vel
de
decisão, influência e necessidades dos diferentesgrupos
sociais.Pode
ser tra-tada
como
uma
mercadoria,uma
necessidade social,um
recurso estratégicoou
recur- so ecológico(IANNUZZI
eSWISHER,
1997).Embora
estas diversas perspectivas,de
modo
geral, a energiaassume
papelde
extrema
importânciano
desenvolvimento
so-cial e
econômico
da
sociedade.O
desenvolvimento
social está intimarnente relaciona-do
auma
melhor
qualidadede
vida,sendo
esta,na
maioria das vezes,proporcionada
por
avanços
tecnológicosdependentes cada vez
mais da
disponibilidadede
energia.Em
termos
econômicos, a energia relaciona-se tanto diretaquanto
indiretamenteao
consumo
finalde bens
e serviços,atuando
como
insumo
básiconos
processosde
produção.
Neste
contexto,onde
todas asformas de
energiacontribuem
para o funciona-mento
normal
da
sociedademoderna,
a Energia Elétrica apresenta-se inseridade
forma
particular,possuindo
como
forte característica oamplo
contato estabelecidoSegundo
BORENSTEIN
eCAMARGO
(1997), a presençada
eletricidade tem-setornado
imprescindível à sociedade,podendo
ser considerada tantocomo
um
bem
social,
quanto
uma
variavel estratégicade
desenvolvimento.O
planejamentode
seto- rescomo
indústria, transporte, serviços, agricultura e habitação, considera a energia elétricacomo
importante variável, poissua
indisponibilidadepode
afetaro
desempe-
nho
e crescimentodesejadospara
tais setores.Além
destes, aspectoscomo
aumento
populacional,
avanços
tecnológicos,desenvolvimento
industrial, fatoreseconômicos
e outros,permitem
concluirque
a sociedade apresentauma
necessidadecada vez
maior de
eletricidade, possibilitando afirmarque
ademanda
de
energia elétrica pos-sui característica crescente. Entretanto,
como
contradiçao a esta posiçao favorávelda
energia elétrica
em
termos sociais, a relaçao entre aproduçao
desta e omeio
ainbienteapresenta
comportamento
conflitante.z
O
setor eletrico cria diferentes tiposde impactos
ambientais, sendoque
amaio-
ria ocorre
no
processode
geraçaoda
eletricidade.De
acordo
com
IANNUZZI
eSWISHER
(1997), estes impactos são classificadosem:
-
Uso do
Solo -Armazenamento
de Resíduos
- Resfriamento u - _ Emissões AtrnosféricasTorna-se interessante a análise particular
de cada
um
desses impactos:a)
Uso
do
SoloNeste
caso, amineração
de
cawão
constituium
dos maiores
problemas,produ-
zindo
impactos severosno
uso
da
terra, especialmenteem
áreasonde
amineraçao
ainundação
de
áreas para os reservatórios. das usinas hidrelétricas,que
podem
incluirvales férteis
com
alto valorde
biodiversidade.A
áreainundada depende da
capaci-dade
do
reservatório eda
topografiada
regiao.As
hidrelétricascausam
impactos
físi-cos e bióticos
em
relaçaoao
solo, devido a necessidadede
formaçao de
lagos e a inter- ferência sobreo
fluxo
dos
rios.A
necessidadede grandes
áreascomprometidas
paraa geração e transmissão elétrica, dificultaou
torna bastante controversa a instalaçãode
usinas, torres e linhas
de
transmissão. `Segundo
GOLDEMBERG
(1995), oimpacto
causado por
uma
hidrelétricapode
ser estimado pelo indicador "PotênciaGerada
porHectare
de
Reservatório”ÇQuanto
menor
este indicador,maior o
impacto ambiental, pois seria necessáriouma
áreamaior
paraproduzir
uma
mesma
quantidade de
energia.A
tabela 1 apresenta algu-mas
hidrelétricas brasileiras,sua
potência e seu' respectivo indicadorkW/
hectare.V Tabela 1: Indicador de Impacto Ambiental _ . xinga . ~ “ 5000 _' »
5882
' W *iáâšzza I V egfe Ú* ` .f~s'-*›>?z=“*t***é~õ;~¿fi~›f'~'<= 1°* f,â.¿‹‹f-i za -‹‹ = m- '#5àäisâ%šê䧧êsa‹~z‹~z1sz~››.- ....w›‹.««,›¬ - '»\°'%`¿«›Ç^á.;...;t.^ 'W *»'»×é‹Í~\\ ×~õ׋úi Wu .‹- mg I a Itá VV . V .W .. ` ..Be1ó'M0zúe - - .. V 11000 V 39,8f . 1-3›¬. t *” ”'=' V ' - '*' sir `äe==~z t‹ zw _ V Garabii V _ __1800 ` 22,5 Í ' _ z ' , ' ' l _ Tucurul . 3900 _ 13,9 .. âz *rã V» " Í › Porto Primavera 1800 - 'V -V ~ 8,4 . f " ,,;z›.zvz_m; . à«~~_:ë;Í. *sf ~.~, - -z-._ -.J ›â..=zz ~-.---‹,›§=z-s-=>.=.<s¢@-›^.> z z-.§->i>\fi'- f-¬›-I-“=- ãázr' âfiw» mw âwzâ Mšâšê ' Camargos V -_ *V «-45 _ _» 6,1 V _ =z ' '~:2?.=5z¢=z:»~ëz5:=~=;'‹5›'z=:‹ '‹à×<s-tz ='=*Ê">~:'-3* 52-111 ~ =` '›*ê”^-*= ~zz§' '-===z'=^= . *° 'šëíäzizazf-*Y$=2*='^¬ i Samuel ' 217 ' . -- 3,3 ' ~ ›S›'~" Balbma _ 250 _ V . 1,1 V . - “^?‹^~°* ¬ -1 É f‹Constata-se
como
exemplo
de grande impacto
ambiental, a usina hidrelétricade
Balbina:
"Para a usina de Balbina, de 250
MW
de potência, localizadaem
Presidente Figueiredo no Amazonas, foram gastos LIS$ 1 bilhão na inundação de2380
km2 de floresta para seu lago;cerca de 25 mil animais perderam seu habitat e terras indígenas ficaram submersas.
A
energia,considerada a mais cara do país
com
o custo deR$
90 por Ml/V/hora, não supre ademanda
dos1,5 milhões de habitantes de Manaus.
A
empresa que administra a usina,vem
lançando proje-tos para minimizar o impacto ambiental, que
consomem
R$
1 milhão por ano" (O
Estado deSão Paulo, Ciência e Tecnologia, 19/05/99).
b)
Armazenamento
de Resíduos
A
geraçãode
eletricidadeproduz
diferentes tiposde
resíduos,que
necessitamde muita
segurançano
seumanuseio.
Os
grandesvolumes
de
cinzas criados pelacombustão do
carvão e o resíduosedimentado
dosequipamentos de
controlede
po-luição
do
ar, criamum
problema de
armazenamento
de
resíduos, algunsdos
quais são radioativos e altamente tóxicos.Outra
questão refere-se ao lixo radioativo,que
apesar
de
extensiva pesquisa, o depósitode
usinas térmicas nucleares ainda caracte- riza-secomo
um
grande
problema
(IANNUZZI
eSWISHER,
1997).c) Resfriamento
Todas
as usinas nucleares e acawão,
assimcomo
algumas
usinas térmicasde
queima
de
óleo dieselou
combustível,usam
turbinasde vapor de
cicloRankine
paraconverter a energia térmica
em
potência elétrica. Estes ciclosrequerem
uma
grande
quantidade de
resfriamento paramanter
as condiçõesde
operação eficientes e,em
razão
da
capacidade térmicado
ar sermuito
baixa pararemover
efetivamente estecalor (evaporação e aquecimento),
grandes
quantidadesde
água
friadevem
serzadas.
Conseqüentemente,
aágua
aquecida será descarregadano
ambiente,produ-
zindo
uma
poluição térmica,devido
às temperaturasmuito
altasdiminuírem
o con-teúdo de
oxigênio dissolvidona
agua, oque
é perigoso para avida
aquática, princi-palmente
em
locais já poluídos por outros agentes(IANNUZZI
eSVVISHER,
1997).d)
Emissoes
AtmosféricasEm
paísesonde
o
combustível fóssil éusado predominantemente
para geraçãode
energia elétrica, os impactos arnbientaismais
sérios são as emissõesde
gasesna
atrnosfera
como
subproduto da
combustão.Algumas
emissões resultamde impure-
zas existentes
nos
combustíveis, taiscomo
particulados e dióxidode
enxofredo
car-vão; outras
vem
do
ar utilizadono
processode
combustão,
como
os óxidosde
nitro-gênio; e
algumas
são os produtos finais inerentesda combustão
de
hidrocarbonetos,tais
como
dióxidode carbono
e ovapor
de água,embora
este último raramente sejaum
problema.Os
particuladosincluem
tanto partículasde
poeira visíveisquanto
as microscó-picas emitidas
no
processo de combustão, especialmentequando
o combustível é car-vão
ou
óleo diesel;embora
as partículasmaiores criem
um
impacto
visual pela for-mação
de
neblina e conseqüenteredução de
visibilidade, as microscópicaspodem
ocasionar sérios
problemas
àsaúde
devido àsua
inalação pelas pessoas.O
dióxidode
enxofre (SOz) éum
gás corrosivo,sendo
um
perigo diretopara
asaúde
humana quando
em
altas concentrações, especialmentequando
na
presençade
concentrações altas
de
particulados; este gás reagecom
ovapor
da água da
atmosferaproduzindo
ácido sulfúrico.Os
óxidosde
nitrogênio(NOx
) emitidos pelas usinas termelétricasincluem o
NO
eem
alguns casos oNO2, sendo que
este últimoem
quantidades
adicionaisna
atmosfera,reduz
a visibilidade, juntamentecom
outrosprodutos
secundários,como
oEstes dois gases (SOz e
NO×)
provocam
aformação
do
ácido nítrico(HNO3)
edo
ácido sulfúrico (HzSO4),
sendo
estes os principais elementos presentesna
Chuva
Áci- da. Estes dois ácidosbaixam
opH
da
chuva, neblina e neve,ameaçando
avida
aquá-tica e das plantas,
podendo
atingir localidades distantesda
fonte originalde
poluição (até 1000km
da
áreaonde
ocorreu a emissão),podendo
causartambém
complicações
diplomáticas
(IANNUZZI
eSWISHER,
1997).O
problema
da
chuva
ácida repercutemundialmente
etem
merecido
atenção por partede muitos
países,como
pode-se
ob-servar nos
exemplos
mencionados
a seguir:a)
"Como
pode a chuva ser ácida? Essa éuma
pergunta que muitos canadenses estão fa-zendo aos americanos, pois cada vez mais, as chuvas no leste do
Canadá
são ácidas.A
poluição do ar nosEUA
parece ser a causa. Está acontecendo nosE
LIA também, chuva tão ácida"quanto limão", caiu
em
l/Vheeling, Virginia Ocidental, e muitos lagos no Estado deNova
York estão morrendo devido ã chuva ácida.
Há
chuva ácidatambém
na FlorestaNegra Alemã”
(CHLIRCH,
1995)._b) ”
Chuva
Ácida: segundo oFundo Mundial
para a Natureza, cerca de 35%
dos ecossis-temas europeus já estão alterados
em
função da acidez da chuva .No
Brasil, a chuva ácida émais
comum
nos grandes centros industriais,como
a região metropolitana de São Paulo e Cu-batão, Rio de Ianeiro, e na região Sul, onde se utiliza o carvão
como
combustível”(O
Estado de São Paulo, Ciência e Tecnologia, 22/05/99).Problemas
de
emissões poluentestambém
podem
ocorrercom
outras substân- cias,como
porexemplo
o mercúrio,como
pode
ser visto pelo exemplo:”Mercúrio: termelétricas dos
EUA
são acusadas de provocar poluição do ar por mercú-rio. Pesquisadores brasileiros reunidos no Rio de Ianeiro, na 5” Conferência Internacional do
Mercúrio como Poluente Global, alegaram que a liberaçao de mercurio na atmosfera pelas ter-
ga-rirnpos na
Amazônia
e indústriassem
fiscalização.A
coordenadoria da conferência, disse que 0carvão mineral usado pelas usinas libera resíduos do mercurio a longa distância” (
O
Estado deSão Paulo, Geral, 25/05/99).
e)
Gases
EstufaA
atmosfera terrestre é constituídaquase que
totalmente, por gases transparen-tes à radiação
do
sol.Porém,
éformada
também
por gasesque
não
são transparentesà radiação térmica, os
"Gases
do
Efeito Estufa”(GHG)
e pelos aerossóis.A
presençados
gasesGHG
aquece
a Terra,ou
seja, a atmosfera ficamais
quentedo
que
ficariasem
a presença deles.Os
aerossóis (partículas pequenas) provenientesdos
vulcões,das emissões
de
sulfatos pelas indústrias ede
outras fontes,também
podem
absorvere refletir radiação, e
na
maioriados
casos,tendem
a resfriar o clima.Mudanças
causadas pela açãohumana
no
equilíbrio irradianteda
Terra,sendo
aumento
nos
gasesdo
efeito estufaou
nos
aerossóis, implicarãoem
alteraçõesnas
temperaturas atmosféricas e oceânicas,
na
circulação associada eno
tipode
clima(IANNUZZI
eSWISHER,
1997).Os
gasesmais
relevantes nesteproblema
são oCOz,
clorofluorcarbonos, incluindo
o CFC-11
e CFC-12, eóxido de
nitrogênio.O
COz
éo
principal contribuidorno
aquecimento
pelo efeito estufa,como
pode
serobservado
na
figura 1(GOLDEMBERG,
1995).As
crescentes emissões atmosféricasde
dióxidode
carbono
vem
aumentando
aspreocupações
em
relação àameaça
potencial dasmudanças
climáticas globais.A
principal fontede
COz
é aqueima
de combustível fóssil, eo
setor elétricovem
apre- sentando significativa participação neste problema; ascompanhias
elétricas contribu-em
com
cercade
um
terçodas
emissões globais deCOz
(GOLDEMBERG,
1995).Este fato indica a necessidade de repensar o
posicionamento
do
setor elétricoem
relação à contribuição àsmudanças
climáticasem
termos
globais.1 -
CFC5
11 e 12 2 -Outros
CFC
3 -N20
4 -CH4
5 -COz
6%7
o A 115%
W
na
U4
11°/Ons
Figura 1: Contribuição dos Gases do Efeito Estufa
Fonte:
GOLDEMBERG
(1995)Alguns
exemplos
confirmam
a seriedadedo
problema,como
pode
ser constata-do
pelas seguintes informaçoes:a) "Efeito Estufa na Antártida: os pesquisadores da Universidade do Colorado (E LIA) e da British Antarctic Survey (Inglaterra) revelaram imagens de satélite mostrando que duas
grandes plataformas de gelo da Antártida estão diminuindo. Elas perderam 3 mil quilômetros
quadrados só
em
1998.O
problema estaria relacionadocom
o aquecimento global dos últimos20 anos” (
O
Estado de São Paulo, Ciência e Tecnologia, 10/04/99).b) "Efeito Estufa prejudica saude: a Organização
Mundial
de Saúde informouem
Gene-bra, Suíça, que o aquecimento global nas últimas décadas pode estar favorecendo o
aumento
dedoenças infecciosas.
O
efeito estufa é causado pela queima de carvao e derivados de petróleo, que emitem gases na atmosfera” (Folha de São Paulo,Mundo,
22/03/99).c) “Plantas confirmam aquecimento do planeta:
um
exame
em
plantas na Europa parececonfirmar os dados obtidos indiretamente pelos cientistas de que quanto mais a atmosfera da Terra se aquece, a primavera começa mais cedo e o inverno mais tarde no Hemisfério Norte.
Dois pesquisadores da llniversidade de
Munique,
na Alemanha, constataram que nas 3 últi-em
5 dias.A
causa encontrada foi oaumento
das temperaturas no planeta" (O Estado de SãoPaulo, Ciência e Tecnologia, 13/O3/99).
d) "Raios ultravioletas afetam os peixes: a diminuição da
camada
de ozônio pode estarafetando os peixes, segundo
uma
pesquisa do LaboratórioMarinho
de Plymouth, na Grã- Bretanlia.Os
peixes de pele clara, inclusive os que vivemem
aguas profundas, estariam so- frendo sérias queimaduras de sol, assim como oshumanos"
(ƒornal do Brasil, Ciência,13/03/99).
e)
"Mudanças
climáticas afetam a fauna: o climaqda Terra, que está se tornando mais quente a cada dia, está afetando a vida dos animais, de acordo corn os pesquisadores da Univer-sidade de Leeds, Inglaterra. Eles estudaram a rota de varias espécies de pássaros e notaram
uma
mudança
norumo
adotado por elas, sempre durante o período de clima mais quente” (O
Estado de São Paulo, Ciência e Tecnologia, 29/05/99).
As
considerações e os fatos analisados até então,indicam
a necessidadede
se procurar estabelecerum
equilíbrio entre acomplexa
relação estabelecida entre aQuestão
Energética, Sociedade,Desenvolvimento
eMeio
Ambiente.
Surgeassim
anecessidade
do
estudo
edesenvolvimento
de
meios
e políticas alternativaspara
ob-tenção e gerencianiento
da
eletricidade,que
objetivemmaior
eficiênciana
geração, transmissão, distribuição econsumo
finalda
energia elétrica,minimizando
tais efei-tos negativos sob a perspectiva ambiental.
Com
o intentode
atender a esta necessidade, as propostasde Conservação de
Energia
fundanientam-se
no
fornecimentodo
serviço de energia elétrica,procurando
atender aos requisitos necessários
de
qualidade e confiabilidade sob ospontos de
vista técnico,
ambiental
e social.A
Conservação de
Energiasegue o
conceitoda
Sus-tentabilidade
ou
Energia
Sustentada,onde
o objetivo básico consisteem
reduzir os efeitos adversosdo
setor de energia sobre omeio
ambiente,mediante
apromoção
de
políticas
ou
programas
que visam
aumentar
a contribuiçãodos
sistemas energéticosambientalmente
seguros e saudáveis(FURTADO,
1996).Segundo
BORENSTEIN
eCAMARGO
(1997), a Sustentabilidadecompreende
um
número
de
práticas, políticas e tecnologiasque
buscam
o fornecimentoda
energiaao
menor
custo Financeiro,Ambiental
e Social. Tais açõesincluem
doisagrupamen-
tos: Eficiência Energética e Energia Renovável. '
A
EnergiaRenovável
pode
ser entendidacomo
energia naturalque
serenova
enão
polui 0meio
ambiente,freqüentemente
de uso
local,compreendendo
as seguin-tes fontes: Solar, Biomassa, Eólica, Hidrelétrica,
Geotérmica
e outras tecnologias.A
Eficiência Energéticacompreende
as políticasou
práticasque nos
ajudam
a avaliar o custo global das nossas escolhasem
energia, permitindoganhar mais
porcada unidade de
energia.A
energiapode
serconservada
através daminimização
deperdas, utilização
de equipamentos mais
eficientes,aprimoramento
de
processos produtivos emudanças
de
hábitos deconsumo.
A
eficiência Energéticapode
ser ob- tida através das seguintes práticas:-
Gerenciamento
peloLado
da
Demanda
-GLD.
- Planejamento Integradode
Recursos - PIR.- Eficiência
na
Geração,Transmissão
e Distribuiçãode
Energia Elétrica. - Eficiênciano Uso
Final.1.2
Motivação
O
conhecimento dos
sériosproblemas
ambientais associados ãobtenção da
Energia
Elétrica e acompreensão de serem
os Profissionaisda
área de Engenharia, os principais agentes responsáveis pela reversãoou
minimização
desta situação, motiva-ram
a realização deste trabalho, o qualenvolve
as estratégias deConservação
de1.3 - objetivos
O
objetivo geral deste trabalho consisteem,
atravésde
um
Estudo
de
Caso, tes- tar ametodologia
de Planejamento
Integrado deRecursos
- PIR,considerando
algu-mas
simplificações e direcionando-se principalmenteao
emprego do
Gerenciamento
pelo
Lado
da
Demanda
-GLD.
Os
objetivos específicos referem-se a:- Analisar os efeitos
da
introduçaoda
competitividadeno
setor elétrico sobrea conservação
de
energia,como
conseqüênciada
reestruturação.-
Levantar
a discussãode
como
oPIR
vem
ao
encontro das exigênciasque
vêm
sendo
impostas pelasmudanças
estruturaisdo
setor elétrico e pela pro- blemática questão ambiental.- Avaliar os efeitos
proporcionados
pela utilizaçãode programas de
GLD
no
planejamento dos
sistemas elétricos, visando principalmente, a utilizaçãodestes
como
recursos alternativos àexpansão
imediata destes sistemas.1.4 - Estrutura
da
DissertaçãoEste trabalho está
organizado
em
seis capítulos. ~Neste
capítulo inicial, procurou-se situar e justificar os estudosde
Conservação
de
Energiaem
vistado
problemático contextoda
questão ambiental.Com
base nestas justificativas,foram
propostos os objetivos deste trabalho.O
Capítulo Dois apresenta a revisão bibliográfica realizada parafundamentação
desta dissertação, procurando-se analisar os efeitos
da
Reestruturaçãodo
Setor Elétri-co sob a perspectiva
da Conservaçao de
Energia,com
baseem
experiências internacionais.
Também
discute-se a posiçãoda
Conservação de
Energiano
cenário elétriconacional.
O
Capítulo Trêsaborda
a discussão entre oPlanejamento
Tradicionaldo
Siste-ma
Elétrico e o Planejamento Integradode
Recursos, direcionando-se ao Gerencia-mento
peloLado da Demanda,
sua
principal característica.No
CapítuloQuatro
apresenta-se aMetodologia
a ser utilizadacomo
baseno
Estudo
de
Caso. Este capítulo apresenta todas as informaçoes, variáveis eequaçoes
necessárias para o
desenvolvimento das
análises,desde
a caracterizaçãodo
sistema até as análiseseconômicas
finais.O
CapítuloCinco
apresenta a aplicação práticada
Metodologia
mencionada
no
capítulo anterior; os resultados obtidos
da
realizaçãode
uma
análise simplificadade
PIR,
considerando
dados
e informaçõesda
concessionáriade
energia elétrica colabo-radora. V
No
Capítulo Seis estao as conclusoes, contribuiçoes deste trabalho e sugestoesde novas
linhasde
pesquisa relacionadascom
otema
em
questão.Por
último são apresentadas as referências bibliográficas utilizadasno
presente estudo.Este capítulo apresenta a
Revisão
Bibliográfica realizadapara
afundamentação
teórica deste trabalho. Primeiramente, serão analisados os efeitos
da
Reestruturaçãodo
Setor Elétrico sobre aConservação de
Energia,com
baseem
experiências interna-cionais.
Em
segundo
lugar, seraoabordadas
as experiências nacionaisem
Conserva-
ção
de
Energia e as possíveis implicaçõesque
a Reestruturaçãodo
Setor Elétrico Bra-sileiro
pode
causar.2.1 -
A
Conservação
deEnergia
e a Reestruturaçãodo
Setor ElétricoComo
visto anteriormente, a realidade revelaque
os desgastes ecológicosvem
sendo agravados continuamente
pela utilização ineficientedos
sistemas energéticos,levando governos de
muitos países a discutirem e avaliarem a contribuiçãodo
setorelétrico nesta questão, fazendo surgir interesse pela conservação
de
energia.Experiências
também
mostram
que
em
alguns casos, a conservaçãode
energiavem
sendo
utilizadacomo
alternativa à escassezde
recursospara
investimentosno
setor elétrico.
Alguns exemplos
nacionaisenquadram-se
neste contexto,como
as ex- periênciasda
CEMIG
-Companhia
Energéticade
Minas
Gerais,que
vem
utilizandotécnicas
de
GLD
paramelhorar
as condições operativasdo
sistema (SILVA, 1998)(BURGOA
et al., 1998)(BURGOA,
1998)(NOBRE,
1996);como
também
as iniciativasde
GLD
adotadas pelaCHESF
-Companhia
Elétricado
Valedo
São
Francisco, objeti-vando
amodulação
de
cargade determinados consumidores (CHESF,
1997); entre outros._
De
um
modo
geral, sobuma
estruturade monopólio
governamental, tanto as- pectos ambientaisquanto
econômicos,podem
induzir as concessionáriasde
energia elétrica a interessarem-se pelas estratégiasde
conservaçãode
energia.Atualmente,
porém,
cresce a tendênciamundial
em
desestatização dasempresas
públicasdo
setorelétrico,
diminuindo
a influênciagovernamental
sobre este setor.FRASER
(1997), relataque
as experiênciasde
reestruturaçãode
vários países re-velam, que
em
geral, inicialmente tem-seprocurado
atingir os seguintes objetivos:- Tecnológicos: colher eficientemente os benefícios
dos
avançosda
geração,diminuindo
capacidades centralizadasde
geração.-
Econômicos:
colher os benefíciosda
substituiçãode
uma
estrutura industrialmonopolizada
poruma
estruturade
competição
na
geração.- Ideológicos: transferir
publicamente
recursos possuídos pelo Estadopara
osetor privado.
Como
pode
ser observado, oambiente
não tem
sidouma
diretrizno
processode
reestruturação
do
setor elétrico e o grauem
que
as considerações ambientaistem
sidoum
fator importante neste processo, são diferentesem
cada
país.Nas
experiênciasem
geral, as questões ambientais
vieram
a ser consideradasno
processo de reestrutura-ção
do
setor elétricoapenas
depoisque
persistentes defensores ambientais participa-ram
ativamenteno
processo. Salienta-seque
em
paísescomo
a Austrália,Nova
Ze-lâ_ndia, Suécia e
Espanha,
osmecanismos
ambientaisforam
incluídoscomo
uma
idéia tardia,como
resultado de fortes pressõesde grupos
ambientais.Apenas
aNoruega
incluiu objetivos ambientaisno
princípioda formulação
do
seu
mercado
competitivo, assimcomo
também
tem implementado
omais
liberalde
todos osmercados
de
eletricidade,onde
as concessionáriasde
distribuição são res- ponsáveis pela eficiência energética e porprogramas de
energia renovável. Entretan-to, todas estas jurisdições
têm implementado alguma
forma de
mecanismo
ambiental,incluindo ações
como
(FRASER,
1997):- Eficientizaçao
nas
áreasde
geraçao e transmissao. - Preçoda
eletricidade (Preço Verde).-
Taxas
sobre as emissões.- iEntidades alternativas para
implementar
GLD,
FontesRenováveis
e Pesqui-sas.
- Systems benefit chargeí .
- Planejamento Integrado
de
Recursoscom
as E×ternalidades2 valorizadas.No
casoda
Grã-Bretanha (LEES, 1998), historicamente a eficiência energética foi realizada através deprogramas de
informação, pesquisa e desenvolvimento; progra-mas
sociais eregulamentos
para construções.Padrões
de
desempenho foram
estabe- lecidos para a eletricidade, salientando as seguintesmedidas:
- Controle
de
preços sobre a geração, introduzidoem
1994/ 1995 pelo regula-dor.
- Criação
de
um
Fundo
de
Recursospara
aplicaçãoem
conservaçãode
ener-gia, a partir
da
contribuiçãode
£ 1por ano de cada consumidor,
pago
nas suas faturas de energia.Os
resultados obtidoscom
estasmedidas,
até 1998, foram:-
Redução
de
60%
das
despesasdos consumidores de
baixa rendaz -Melhoria
no
confortode
200.000 casas.-
Economia
de emissõesde COz,
em
tornode
6milhões
de toneladas/ ano.1
Systems benefit charge: Quantia a ser paga por todos os consumidores, independente da escolha do fornecedor
de geração, solicitando acessar a rede de distribuição e transmissão. Tais preços podem ser fixos, baseados no uso
ou porcentagem do custo da eletricidade; são preços não transferíveis e competitivamenteneutros
(DONALD,
1997)
2
Externalidades: Efeitos resultantes de uma determinada atividade econômica, quando não é possivel sua incor-
poração na formação de preços (JANNUZZI e SWISHER, 1997).
- Benefícios
gerados
para oconsumidor:
economia na
contade
eletricidade emais
conforto.-
Custo
Nacional reduzido, poiso
custode
conservar é 1,8p/
kWh;
enquanto
necessita-se
de
4,3p/
l<Wh
para gerar e transmitir.Mais
recentemente foi estabelecido o órgão Energy Saving Trust e atualmente, procura-se atingir os seguintes objetivos relativos à eficiência energética:-
Obrigação
sobre os fornecedores de energia em_ oferecer informações sobreeficiência energética.
-
Obrigação
sobre os reguladoresem
promover
ouso
eficienteda
energia elé-trica.
Nos
Estados Unidos, as experiênciascom
GLD
surgiram
durante os anos 70,quando
o
setor elétrico apresentava estrutura verticalizada. Foi caracterizadocomo
uma
ferramentausada para melhorar
o retornoeconômico do
investimento realizado e/ou
postergarnovas
instalações. Atuava,na
maior
parte das vezes,na
compatibili-zação
do
fatorde
cargada
regiãocom
a ofertade
energia.Na
década
de
80, os órgãos reguladores tornaram-semais
sensíveis ao assunto, tornando-semais
exigentesem
relação às questões ambientais, aoaumento
nas taxasde
emissões e às questões éticas,acompanhando
leis federaisque
foram
elaboradasem
apoio à conservação.As
iniciativasem
conservaçãode
energiaprocuraram
envolvernão
apenas pro-gramas
de
informação geral eprogramas
de descontos e incentivos,mas também
programas
direcionados,que
melhor correspondessem
às necessidadesdo
consumi-
dor e
levassem
amaiores
garantiasde
conservaçãode
energia;também
procurou-se darmaior
atenção às melhoriasde
eficiênciade longo
prazo, influenciando os fabri- cantesde
equipamentos
e projetistasde
construçoes a oferecerprodutos
de maior
efiMais
recentemente, muitos estados estão revisando a regulaçãodo
setorde
ele-tricidade e questões
como
acesso a varejo e a introduçãoda competição por
vendas
àatacado, salientando
que
nos estadosonde
ambientalistastem
uma
forte tradiçãoem
dar
formas
às regulações ambientais, esta tradiçãotem
continuado
em
relação à rees-truturação
do
setor elétrico,como
ocorrena
Califórnia, Massachusetts,Minnesota,
New
York,Nevada, Oregon, Wisconsin
(FRASER,
1997). Pesquisas nosEstados Uni-
dos,
revelam que
a reestruturaçãodo
setor elétricopode
oferecer contribuições posi-tivas e negativas
em
relaçao à conservaçao de energia,sendo
que
as contribuiçoespo
sitivascorresponderiam
a(N
EMTZOW,
1998):-
Maior
eficiênciana
geração.- Preços
mais
baixos para os consumidores.- Melhoria
nos
serviços oferecidos aos consumidores.- Possibilidade de
maiores
escolhasde
projetosde
eficiência energéticae/
ou
serviçosde
eficiência peloconsumidor.
Entretanto, contribuições negativas
também
podem
ocorrer,sendo
indicadaspelos seguintes sinais:
- Risco
de
aumento
da
poluiçãodo
ar ede
emissãodos
gases estufa.- Foco
apenas
sobre o preço,não
sobre o custo totalda
produção de
eletri-cidade.
- Potencial para
aumento
da
demanda.
- Perda
da
basede planejamento
para eficiência energética.-
Alguns consumidores
podem
Verpoucos
benefíciosna
conservaçaode
Como
resposta à reestruturaçãodo
setorde
energia elétricanos
Estados Unidos, a tendência éque
osprogramas de
conservaçãoapresentem
as seguintes característi-cas
(NEMTZOW,
1998):-
Os
programas
deverão ser direcionados para configuraçõesde
menor
custo. -As
experiênciasde
GLD
deverão ser transmitidaspara
ascompanhias
deserviço
de
energianão
reguladas.-
O
GLD
deverá
focalizarmais
a transformaçãodo
mercado
do que
os incenti-vos
específicos.-
A
eficiência deverá tornar-se competitiva,fazendo
partedo
oferecimento deServiços
de
Energia.No
contexto norte-americano, cabe salientar a experiênciado
estadoda
Califór- nia,que
possuium
históricomuito
significativoem
eficiência energética,devido
principalmente à existênciade
fortes e atuantes defensores ambientais.De
acordocom
GAMSON
(1998), a Califórniatem
promovido
eficiência energética através dasconcessionárias
de
energia elétrica, utilizando a intervenção políticacomo
fonte deaquisição
de
recursos.Os programas
deconservação de
energiamais
antigos incenti-varam
acompra
de
equipamentos
mais eficientes para a classe residencial, procura-ram
medir
osimpactos
reaisdos
programas
sobre aeconomia de
energia edemanda,
incentivaram
novas
construçõesque
visassem
maior
eficiência energética e focaliza-ram
apopulação
de
baixa-rendacom
programas
paraeconomia
financeira.A
partirde
1995, aCPUC
- California Public Utilities Commission,adotou o mer-
cado
reestruturadode
energia,sendo
criado oCBEE
- California Board Energy Eficien-cy.
Em
decorrência destenovo
contexto, asmudanças
refletiram-se naobtenção
dedois objetivos gerais,
onde
o primeiro objetivo referiu-se ã avaliaçãominuciosa
do
de-sempenho
dos programas,
considerando custos, benefícios e externalidadesambien-
estraté-gias referiram-se à
uma
intervençãode mercado,
projetando criarum
aumento na
demanda
ena
fontede produtos
e serviçosde
eficiência' energética.Tem-se
procura-do
atingirnão
apenas aeconomia
de
energia aum
custo eficaz,mas
também
forneceràs
empresas
privadas oportunidadesde
vender
eficiência energética,onde
asmudan-
ças ocorridas
nos
programas
obedecem
anovos
contratos, verificando-se as condições(GAMSON,
1998):-
O
pagamento do
serviço de eficiência energética realiza-se através das eco-nomias
de
energia atingidas peloconsumidor.
-
As
economias deverao
sermedidas
ea
instalaçaode equipamentos
verificada,
usando
protocolos estabelecidos. _-
As
régras, exigências, preços e contratosdo programa
serãopadronizados
para todos os participantes.
Neste
novo
ambiente,programas
estãosendo
desenvolvidos,sendo
citadoscomo
exemplos
(GAMSON,
1998):-
Programa
de eficiência energéticana
comunidade.
-Estudos
sobre a produtividadeda
luzdo
dia.-
Programas
de avaliaçãoda
eficiência energéticano
lar.De
um
modo
geral, o processode
reestruturaçaodo
setor elétrico,propondo
atransformação
de
uma
estrutura demonopólio
paraum
mercado
de
energia elétrica competitivo,tem
provocado
mudanças no modelo
estrutural deste setor, refletindo-seem
alteraçõesno comportamento
e relacionamento entre consumidores, concessioná-ria e reguladores. Estas modificações são vistas
com
grande
importância pela questãoda
conservação, pois nestenovo
ambiente,onde
as concessionáriasde
energia elétricainte-resses sociais
não mais
representará a linhamestra de
orientação destas empresas,provocando
reflexos diversos sobre a conservaçãode
energia.De
acordocom
DONALD
(1997), a introduçãoda
competiçãono
setor elétrico significaque
haverá competição
nos serviços de geração, permitindo aosconsumido-
res
(em
geralou
específicos) escolherem seu fornecedorde
geração. Contratos finan-ceiros
provavelmente
serãousados
para controlar a volatilidadedo
preçoda
geraçãoe, surgirá a necessidade
de
serviços destinados acoordenar
a operação dasunidades
de geração.
A
distribuição e a transmissão elétrica, osdespachos determinados
e osserviços
de
coordenação, historicamenteforam
eprovavelmente
continuarão a ser re-gulados.
Distinguir as funções
do
setor elétricoem
que
'haverá competição daquelasem
que
acompetição
será limitada, é importantepara compreender
e identificar asoportunidades
potenciaisde
implementar
a conservaçãode
energia, principalmente oGLD.
2.1.1 - Efeitos
Negativos da
Reestruturaçaosobre
aConservaçao de
Energia Experiênciasvem
mostrando
que o
processode
reestruturaçãodo
setor elétricobaseado
em
ambiente
competitivo,tem
produzido
reflexosnão muito
positivos sobreos
programas
de
GLD.
Como
exemplo, observa-seque
nos
Estados Unidos, devido àsmudanças
propostas pela reestruturação, os investimentosem
GLD
têm
declinadomuito nos
últimos anos, caindoquase
pelametade,
como
observa-sena
figura2
(NEMTZOW,
1998).Para
analisar a influênciada
reestruturaçao sobre a conservaçãode
energia, éons) l›8 “ “ ' o,ô w < 0,2 6 “ (`n U.S.
B
aI'S DO 1993 1994 1995 1996 1997 1998('?)YEAR
Figura 2: Investimentos
em
Programas deGLD
nosEUA
Fonte:
NEMTZOW
(1998)Num
ambiente
regulado, a concessionáriatem
como
diretrizcumprir
seu objeti-vo
social, o qual incluiaobrigação de
construirou
adquirir recursosde
geração; neste contexto, osprogramas de
eficiência energéticaoferecem
um
caminho
atrativopara
evitar a necessidade de investimentosem
novas
capacidades,além
de
contribuirpara
um
dos
objetivos dos serviços tradicionaisda
concessionária: ajudarconsumido-
res a
reduzirem
suas contasde
energia.]á
no
ambiente
competitivo, a atuaçãoda
concessionáriapode
direcionar-seapenas
a prestar o serviço de transmissão e distribuição de energia elétrica,sendo
do
interessedos
fornecedores de geração competitivos e das concessionárias privatiza- das,vender
mais energia a preçosde
mercado
cada
vezmais
elevados.Neste
con- texto,programas de
Eficiência Energéticapodem
entrarem
conflitocom
estesnovos
interesses, pois tipicamente,reduzem
oconsumo
de
eletricidade,podendo
diminuir
os lucros
da
concessionárianuma
análisede Curto
Prazo.Concessionárias americanas
apontam
os impactoseconômicos
negativos relaci-onados
aosprogramas de
conservaçãode
energia,como
as razõesda
possível dimi- nuição pelo interessena
economia de
energia edemanda.
Estes impactos referem-secustos diretos e indiretos
dos programas
e adiminuição
da
receitado
fornecedorde
energia elétrica.
Porém,
o fatorde
maiorpeso
é aperda
de
rendimentos,que
ocorresob
a estrutura das tarifas convencionais.Entretanto,
como
as concessionáriasmovem-se
em
direção aum
ambiente
com-
petitivo, o preço
da
energiaprovavelmente
será direcionado ao custo marginal e a ta-rifa tende a ser
”desembrulhada”,
com
o preçodos
serviços competitivos separadosdos
outroscomponentes
da
contado consumidor
e direcionados aos seus custosmar-
ginais.
Com
o
aumento
da
competiçao, estruturasmais
eficientes para as tarifas provavelmente
serão propostas,reduzindo
significativamente os impactoseconômicos
negativos
que
tem
sido associados aos prograinasde
eficiência energética.A
idéiade
perda
derendimentos
associada à conservação, principalmentenum
ambiente
com-
petitivo,
pode
serminimizada
e até eliminada, pela regulaçaoque
permite e encoraja as concessionárias a aplicar o princípiode
preçobaseado
no
custo marginalda
pro-dução
de energia elétrica,ou
seja, fazercom
que
as tarifasdos consumidores
sejamniveladas aos custos marginais
da
concessionária.Defende-se
que
osrendimentos
perdidos de
uma
concessionária sao relacionados auma
estruturade
taxas inadequa-das
e não às açõesde
conservação de energia etambém, que
o
preço refletindo o custo marginalcomunica
a informação correta a respeitodo
custo social verdadeiro,originado pelo
uso
ou
pelaeconomia
de energia(DONALD,
1997).Outra perspectiva a ser analisada, refere-se aos efeitos
da
competitividade sobreo interesse
da
concessionáriaem
estimular osconsumidores
aconservarem
energia.Sob
esteponto de
vista,vem
sendo
discutida principalmente, a questãoda
"Ha-
bilidadedo
Mercado
em
Adotar Oportunidades de
Eficiência Energética aCusto
Atrativo". Pesquisas
nos
EstadosUnidos revelam que muitos melhoramentos de
efi-ciência energética