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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia Atlântico e no Centro Hospitalar de Bragança

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Academic year: 2021

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(1)

F

ACULDADE DE

F

ARMÁCIA DA

U

NIVERSIDADE DO

P

ORTO

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Atlântico

Janeiro de 2014 a Maio de 2014

Sílvia Raquel Fernandes do Cubo

Orientador: Dr.ª Marta

________________________________

Tutor FFUP: Professora Doutora Helena Vasconcelos

________________________________

(2)

D

ECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Eu, _______________________________________________, abaixo assinado, nº __________, aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter actuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (acto pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de ______

(3)

A

GRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, por todo o apoio e incentivo sempre demonstrado ao longo de todo este tempo, pela compreensão e atenção sempre dada em todos os momentos ao longo destes anos.

Aos professores por me terem transmitido todo o conhecimento no decorrer destes 6 anos e por me terem ajudado a crescer pessoal e profissionalmente.

Agradeço também à minha tutora, Dr.ª Helena Vasconcelos, pela disponibilidade e ajuda sempre demonstrada, quer na realização deste trabalho, como por todo o acompanhamento, dedicação, correções e sugestões relevantes durante toda a orientação.

À equipa da Farmácia Atlântico, pelo tempo que dispensaram para me ajudarem a crescer como farmacêutica e por toda a paciência e amizade demonstradas ao longo de quatro meses.

À Dr.ª Marta Fernandes, por todo o apoio, toda a disponibilidade sempre demonstrada, todas as oportunidades recebidas pelo convívio com o seu exemplo de excelente conhecimento académico e humano.

(4)

R

ESUMO

No decorrer deste relatório tentei expor todas as actividades desenvolvidas durante o período de estágio em Farmácia Comunitária (FC).

Sendo a FC um estabelecimento de saúde pública, onde o utente recorre muitas vezes, cabe aos profissionais de farmácia assegurar a prestação de serviços de saúde à comunidade, o que não passa somente pela dispensa de medicamentos, mas também aconselhamento e esclarecimento de dúvidas expostas.

Vejo este estágio como algo fundamental para o estudante uma vez que só assim este pode ser preparado para a sua actividade profissional futura.

O meu estágio foi realizado na cidade de Bragança, na Farmácia Atlântico (FA), entre os meses de Abril e Julho. Durante este período tentei responder da melhor maneira aos objectivos e desafios propostos pela minha orientadora Dr.ª Marta Fernandes, expondo sempre as minhas dúvidas, tentando ultrapassar as minhas maiores dificuldades e refletindo sempre sobre os meus erros.

“O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.”

(5)

A

BREVIATURAS

ANF Associação Nacional das Farmácias DA Dermatite Atópica

FA Farmácia Atlântico FC Farmácia Comunitária FEFO “First Expired, First Out”

Ig Imunoglobulina

IMC Índice de Massa Corporal

INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. IVA Imposto Sobre o Valor Acrescentado

mL Mililitros

MNSRM Medicamento Não Sujeito a Receita Médica MSRM Medicamento Sujeito a Receita Médica

PA Princípio Ativo

PCHP Produto Cosmético e de Higiene Pessoal PV Prazo de Validade

PVF Preço de Venda à Farmácia PVP Preço de Venda ao Público

RCM Resumo das Características do Medicamento SGQ Sistema de Garantia de Qualidade

SQOF Sistema de Qualidade da Ordem dos Farmacêuticos ULSNE Unidade Local de Saúde do Nordeste

(6)

Í

NDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Disfunção da barreira cutânea 26

Figura 2 - Ciclo vicioso da dermatite atópica 26

Figura 3 - Disfunção imunitária em doentes com dermatite atópica 27

Figura 4 - Dermatite atópica extrínseca 28

Figura 5 - Marcha atópica 29

Figura 6 - Eczema heperticum 30

Figura 7 - Eczema agudo e cronico 30

Figura 8 - Zonas de aparecimento de eczema em crianças e bebés 32

Figura 9 - Pitiríase alba e hiperlinearidade palmar 33

Figura 10 - Queratoconjuntivite primaveril 33

Figura 11 - Fotoprotetor mineral da Avène 40

Figura 12 - Produtos da linha A Derma Exogema 40

Figura 13 - Produtos da linha Uriage Xémose 41

(7)

Í

NDICE DE TABELAS

Í

NDICE DE

A

NEXOS

Tabela 1 – Cronologia de actividades de estágio 24 Tabela 2 – Classificação da Dermatite Atópica segunda a gravidade 31

Anexo 1 – Horários de trabalho 46

Anexo 2 – Espaço físico da Farmácia Atlântico, área de atendimento ao público 47

Anexo 3 – Panfleto sobre o colesterol 48

(8)

ÍNDICE

Parte 1 - Experiência adquirira na Farmácia Comunitária ... 1

1. Introdução ... 1

2. Organização do espaço físico e funcional da Farmácia ... 1

2.1. Localização e Horário de Funcionamento ... 1

2.2. Recursos Humanos ... 2

2.3. Espaço Físico Exterior ... 2

2.4. Espaço Físico Interior ... 2

Zona de atendimento ao público ... 3

Área de atendimento personalizado ao utente ... 3

Área de receção de encomendas e aviamento ... 3

Laboratório ... 4

Armazém ... 4

Escritório ... 5

Instalações Sanitárias ... 5

Quarto ... 5

2.5. Caracterização dos Utentes ... 5

3. Fontes de informação na Farmácia ... 6

4. Gestão de stock ... 6

4.1. Generalidades ... 6

4.2. Sistema informático ... 6

5. Encomendas e aprovisionamento ... 7

5.1. Encomendas: critérios de aquisição e fornecedores ... 7

5.2. Realização de encomendas ... 7

5.3. Receção e conferência de encomendas ... 8

5.4. Marcação de preços ... 9

5.5. Devoluções ... 9

5.6. Armazenamento ... 10

5.7. Controlo dos prazos de validade ... 10

6. Produtos existentes na Farmácia: Definições e quadro legal ... 11

6.1. Medicamentos sujeitos a receita médica obrigatória (MSRM) ... 11

6.2. Medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) ... 11

6.3. Produtos cosméticos e dermofarmacêuticos ... 12

6.4. Medicamentos homeopáticos ... 12

6.5. Produtos para alimentação especial ... 13

Leites e Farinhas ... 13

Suplementos dietéticos ... 13

Suplementos nutricionais, nutracêuticos e nutricosméticos ... 13

6.6. Produtos fitoterapêuticos ... 14

6.7. Produtos e medicamentos de uso veterinário ... 14

6.8. Dispositivos médicos ... 15

7. Dispensa de medicamentos ... 15

7.1. Quadro legal ... 15

7.2. Dispensa de MSRM ... 15

(9)

8.1. Enquadramento Legal de psicotrópicos e estupefacientes ... 17

8.2. Aquisição e receção de psicotrópicos e estupefacientes ... 18

8.3. Prescrição e dispensa de psicotrópicos e estupefacientes ... 18

9. Medicamentos e produtos manipulados ... 18

9.1. Definições sobre Medicamentos e Produtos Manipulados ... 18

9.2. Preparação de Medicamentos Manipulados ... 19

9.3. Regulamento Geral de Preços ... 20

10. Farmácia Clínica ... 20

10.1. Determinação de Parâmetros Fisiológicos e Bioquímicos ... 20

Determinação da Pressão Arterial ... 20

Determinação da Glicemia ... 21

Determinação do Colesterol Total ... 21

Determinação do Peso Corporal e Índice de Massa Corporal ... 21

11. Contabilidade e Gestão ... 21

11.1. Processamento de Receituário e Faturação ... 21

12. Farmácia na comunidade ... 22

12.1. VALORMED ... 22

13. A qualidade na farmácia ... 22

13.1. Normas de Qualidade na Farmácia ... 22

13.2. Implementação de Procedimentos de Qualidade ... 23

14. Formação contínua ... 23

15. Cronologia de estágio ... 24

Parte II – Trabalhos práticos e casos de estudo ... 25

1. Dermatite Atópica ... 25

1.1. Introdução ... 25

2. Fisiopatologia ... 25

2.1. Disfunção da Barreira Cutânea ... 25

1.2. Disfunção do sistema imunitário ... 26

1.3 Classificação fisiopatológica ... 27

2. Epidemiologia ... 28

3. Fatores predisponentes e desencadeantes ... 28

3.1. Fatores predisponentes ... 28 Fatores hereditários ... 28 Marcha Atópica ... 28 Factores Ambientais ... 29 3.2. Factores desencadeantes ... 29 Alergénios alimentares ... 29 Aeroalergénios... 29 Agentes infecciosos ... 29

3.3. Outros Factores Desencadeantes ... 30

4. Manifestações Clínicas ... 30

4.1. Classificação ... 30

Classificação segundo a Morfologia ... 30

Segundo a Gravidade ... 31

Classificação Segundo a Localização ... 31

Classificação segundo a Faixa Etária ... 31

4.2. Estigmas da Atopia ... 32

(10)

4.4. Evolução ... 33

5. Indicações Para Referenciação ao Dermatologista ... 34

6. Papel Do Farmacêutico – Tratamento ... 34

6.1. Medidas Gerais ... 34 6.2. Hidratação Cutânea ... 35 6.3. Limpeza De Pele... 36 6.4. Tratamento Tópico ... 36 Corticóides ... 36 Imunomoduladores ... 36 6.5. Tratamento sistémico ... 37 6.6. Outros ... 37 6.7. Perguntas Frequentes ... 37 7. Caso de estudo ... 38 8. Considerações finais ... 42 Referências bibliográficas ... 43 Anexos ... 46

(11)

PARTE 1 - EXPERIÊNCIA ADQUIRIDA NA FARMÁCIA

COMUNITÁRIA

1.

I

NTRODUÇÃO

Mais de metade dos farmacêuticos exerce atualmente a sua atividade profissional em farmácia comunitária.

A forma discreta com que o farmacêutico desempenha a sua tarefa, mascara a eficácia e o profissionalismo da sua intervenção. Por isso a importância desta intervenção passa despercebida e, na maior parte das vezes, não é reconhecida a importância ao serviço prestado pela farmácia e pelo farmacêutico, enquanto especialista do medicamento, tanto em terapia humana como em terapia animal.

A farmácia comunitária é muitas vezes o primeiro recurso ao qual os utentes recorrem, e assim a porta de entrada do utente no sistema de saúde, por isso é tão importante o farmacêutico desenvolver uma relação próxima com a população e contribuir para a melhoria da saúde pública e para o bem-estar dos seus utentes.

Na atualidade, a farmácia comunitária é mais do que um simples fornecedor de medicamentos à comunidade, os utentes esperam encontrar na farmácia também um espaço de diálogo e informação sobre a sua saúde, no qual podem ser aconselhados e esclarecidos relativamente às suas dúvidas.

Este relatório pretende descrever a minha primeira experiência com a realidade profissional ao nível de farmácia comunitária, tentado contextualizar algumas situações e experiencias, sempre tendo em mente o conhecimento teórico que adquiri ao longo do curso.1,2

2.

O

RGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E FUNCIONAL DA

F

ARMÁCIA

2.1. Localização e Horário de Funcionamento

A Farmácia Atlântico situa-se na Avenida Abade de Baçal, nº 57, na cidade de Bragança. Fica relativamente próxima da Unidade Hospitalar de Bragança e da sede do Centro de Saúde de Bragança, ambas integradas na ULSNE – Unidade Local de Saúde do Nordeste, E.P.E., encontrando-se estas duas unidades de saúde na sua área de influência direta.

A Farmácia Atlântico funciona de segunda a sexta-feira das 08.30 às 20.00 horas (sem pausa para almoço) e aos sábados das 08.30 às 13.00 horas.3

De referir ainda que a Farmácia Atlântico presta serviço permanente durante a noite, de acordo com uma escala de turnos definida para todas as farmácias da cidade de Bragança.4

(12)

Durante o meu estágio, tive o meu horário definido (Anexo 1), tendo ficado apenas uma vez para o encerramento da farmácia (saída às 20h), na qual tive oportunidade de ver os procedimentos e cuidados a ter no encerramento da farmácia.

2.2. Recursos Humanos

Durante o estágio, tive a oportunidade de trabalhar com uma equipa de trabalho dinâmica, motivada e competente.

O quadro técnico farmacêutico na FA é constituído pela proprietária e Diretora Técnica, Dr.ª Isabel, as Farmacêuticas Dr.ª Marta Fernandes, Dr.ª Carla, Dr.ª Maria João e o farmacêutico Dr. Humberto. Do quadro não farmacêutico faz parte a assistente operacional Marta Sofia que está encarregue por todo o trabalho de retaguarda (receção de encomendas, etiquetagem de produtos, organização de lineares).

É ainda relevante referir que todos os funcionários recebem formações periódicas (internas e externas) para que se mantenham atualizados.

A parte de contabilidade e escritório é da responsabilidade do Engenheiro Pedro. A limpeza e higienização da farmácia é permanentemente assegurada pela Dª Ermelinda, auxiliar de manutenção.

2.3. Espaço Físico Exterior

Conforme o Decreto-lei nº307/2007, de 31 de Agosto, as farmácias devem dispor de instalações que promovam a segurança, conservação e preparação dos medicamentos, mas também com acessibilidade, comodidade e privacidade dos utentes e do pessoal.5

A farmácia está identificada por um letreiro com a inscrição “FARMÁCIA ATLÂNTICO” e com o símbolo “cruz verde”, que estão iluminados durante a noite quando a farmácia está de serviço. O nome da farmácia e do diretor técnico está bem visível para os utentes à entrada da farmácia, bem como a informação sobre o seu horário de funcionamento.

A farmácia possui ainda uma montra, essencial para a comunicação com o utente. A montra é organizada de forma temporária e rotativa, de modo a expor e promover determinados produtos de saúde, produtos sazonais ou produtos novos para os quais se pretenda chamar a atenção.

Durante o meu estágio realizei montras, com a Dr.ª Marta (minha orientadora de estágio), de produtos da Avène (solares) e um produto que recebemos pela primeira vez na farmácia, o

“Conceive Plus”, entre outros.

2.4. Espaço Físico Interior

A Farmácia Atlântico, encontra-se adequadamente iluminada e ventilada, apresentando igualmente boas condições de limpeza e higiene. Em toda a farmácia as superfícies de trabalho,

(13)

A farmácia apresenta as seguintes divisões: • Área de atendimento ao público (Anexo 2); • Área de atendimento personalizado ao utente; • Área de receção de encomendas e aviamento; • Laboratório;

• Armazém;

• Escritório e zona de economato; • Instalações sanitárias;

• Quarto.

Zona de atendimento ao público

A Farmácia Atlântico possui uma zona ampla de atendimento ao público, onde estão localizados quatro balcões independentes, constituindo a interface farmacêutico-utente. Os balcões possuem ainda algumas gavetas de apoio, onde se encontram medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) e algumas amostras de produtos dermofarmacêuticos e dermocosméticos.

O atendimento aos utentes é feito através de um sistema de senhas, através de equipamento específico colocado à entrada da farmácia. Existem algumas cadeiras no espaço de atendimento ao público para garantir o conforto dos utentes durante o período de espera

Existe ainda uma balança eletrónica que permite a determinação do peso corporal.

Na zona de atendimento ao público existem vários expositores, onde são expostos produtos de saúde variados (nomeadamente na área da Dermofarmácia e da Puericultura), de forma rotativa e, de certo modo, sazonal. Sobre os balcões estão ainda colocados expositores mais pequenos, vocacionados para a exposição de gamas mais específicas de produtos farmacêuticos.

Área de atendimento personalizado ao utente

Esta área destina-se à realização de determinações bioquímicas, através de senha específica para o efeito. Estas determinações bioquímicas foram realizadas por mim, nos primeiros tempos, enquanto ainda não me sentia segura para o atendimento ao público. Durante este período, determinei IMC, colesterol total e glicémia. Foi também durante este tempo, que aprendi a criar uma certa empatia com o utente, a deixa-lo a vontade para tirar as suas dúvidas e muitas vezes para ouvir os seus desabafos.

O utente também é direcionado para esta área específica da farmácia sempre que solicite uma conversa particular com o farmacêutico, de modo a ter um aconselhamento farmacêutico reservado.

Área de receção de encomendas e aviamento

Aqui encontram-se os seguintes equipamentos:

• Módulos com gavetas deslizantes, onde estão armazenados os medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM), por ordem alfabética e por forma farmacêutica, e ainda produtos buco-dentários e outros produtos de saúde;

(14)

• Armário de psicotrópicos, numa zona menos acessível; • Unidade central do sistema informático que controla a rede;

• Impressoras (normal e de etiquetas), telefone, fax e fotocopiadora.

No primeiro mês, esta foi a minha “área de eleição”. Fui percebendo como estavam organizados todos os produtos na farmácia, envio e receção de encomendas, onde se guardavam produtos já pagos ou encomendados, como se corrigiam ou organizavam receitas por lotes, etiquetagem dos MNSRM e de parafarmácia, controlo de prazos de validade, entre outros. . É uma área por excelência de gestão de stocks. Só primeiro percebendo todo o trabalho de retaguarda poderia ter sucesso no trabalho final, o de atendimento ao público.

Numa zona mais interior encontram-se arrumados os medicamentos de ação tópica, produtos de alimentação (papas, leites, soluções de reidratação) e dois frigoríficos, onde se armazenam produtos de saúde que exigem temperaturas mais baixas de conservação (vacinas, insulinas, algumas gotas e injetáveis). Nesta área, a temperatura (2 – 8ºC) e a humidade (inferior a 60%) são rigorosamente controladas, de modo a respeitar as condições de conservação legalmente definidas. Este controlo é feito através de registo diário da temperatura e humidade.

Laboratório

O laboratório é a zona onde se preparam os medicamentos manipulados. Na Farmácia Atlântico, o laboratório situa-se numa zona interior, contiguamente à zona dos frigoríficos.

É uma zona bem iluminada onde existe uma balança digital semi-analítica, um banho e uma banca para lavagem do material. O material de laboratório encontra-se guardado nos móveis localizados por cima da bancada de trabalho.

As matérias-primas estão situadas num outro armário por cima da bancada e encontram-se ordenadas pela ordem alfabética do seu nome químico.

Durante o meu estágio tive a oportunidade de preparar uma pomada salicilada a 0,3%, uma solução electrolítica de hidróxido de sódio e presenciem a preparação de uma solução de minoxidil a 3%.

É também nesta zona que se procede a preparação de antibióticos em suspensão oral, aquando da dispensa, se o utente assim o pretender. Durante o meu estágio tive a oportunidade de preparar uma suspensão oral de amoxicilina e ácido clavulânico.

Armazém

Aqui são armazenados os medicamentos que não cabem nas gavetas da zona de atendimento e outros produtos que, pela sua dimensão ou menor rotatividade, não têm stock na zona de aviamento. Os produtos estão distribuídos por categorias, de forma a facilitar a sua localização:

(15)

• Medicamentos administrados por outras vias; • Produtos de dermofarmácia e cosmética; • Dispositivos Médicos.

Na farmácia existe ainda uma segunda zona de armazenamento, situada num piso inferior, destinada à arrumação de encomendas de grande volume e de alguns produtos específicos salientando-se os leites e testes de gravidez.

Escritório

É a área da farmácia reservada às tarefas de administração e gestão farmacêutica.

Este espaço serve também como sala de arquivo de diversos documentos, encontrando-se ainda no seu interior variada bibliografia de interesse farmacêutico.

Instalações Sanitárias

A farmácia possui instalações sanitárias no seu interior, destinadas a ser utilizadas tanto pelos seus colaboradores como por utentes que o necessitem.

Quarto

Na Farmácia Atlântico existe um quarto, com vista a assegurar os turnos de serviço permanente. Nesta divisão encontram-se ainda os cacifos dos colaboradores, onde podem arrumar os seus bens pessoais.

2.5. Caracterização dos Utentes

A Farmácia Atlântico é frequentada por uma população com idades diversificadas, diferentes níveis de instrução e condições sócio-económicas também distintas.

Por um lado, é frequentada por idosos, utentes habituais, geralmente com terapêuticas polimedicamentosas, que se deslocam à farmácia com a finalidade de adquirir a sua medicação habitual e/ou determinar parâmetros bioquímicos, mas também de obter algum apoio humano.

Por outro lado, e devido à sua proximidade ao Serviço de Urgência da Unidade Hospitalar de Bragança, recebe muitos utentes pontuais, que vêm aviar a terapêutica instituída após o episódio de urgência.

Existe ainda um conjunto de utentes mais jovens, proveniente do Instituto Politécnico de Bragança (também próximo da farmácia) e que procuram outro tipo de produtos de saúde como MNSRM, produtos de dermofarmácia e cosmética.

Uma vez que se localiza ao lado de um ginásio, a farmácia recebe também uma população regular para medição do índice de massa corporal (IMC), % de gordura visceral e corporal, % de músculo-esquelético, dados estes, fornecidos por uma balança que funciona por impedância eléctrica.

(16)

3.

F

ONTES DE INFORMAÇÃO NA

F

ARMÁCIA

Embora o farmacêutico possa não saber de imediato a resposta a todas as perguntas colocadas, ele deve ter a capacidade de, em tempo útil, aceder a informação científica completa e atualizada, para satisfazer as necessidades do utente. Daí a necessidade de a farmácia dispor de fontes de informação credíveis e de fácil acesso por parte dos seus colaboradores.

No processo de dispensa de medicamentos, o farmacêutico deve obrigatoriamente dispor de acesso físico ou eletrónico a informação sobre indicações terapêuticas, posologia, interações, precauções de utilização e contra-indicações dos medicamentos. Para tal as farmácias dispõem obrigatoriamente nas suas instalações da Farmacopeia Portuguesa, edição de papel ou formato eletrónico, a partir da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde,I.P (INFARMED). Para além disso, a farmácia deve possuir ainda Prontuário Terapêutico e acesso ao Resumo das Características do Medicamento (RCM). (Boas Práticas de Farmácia, 2009).

A Farmácia Atlântico, além das publicações obrigatórias, possui ainda bibliografia adicional (publicações periódicas e livros técnico-científicos) para esclarecimento de situações potencialmente mais complexas, bem como acesso a fontes de informação oficiais na internet (por exemplo, página do INFARMED).

4.

G

ESTÃO DE STOCK

4.1. Generalidades

A gestão de stock é essencial para o bom funcionamento de uma farmácia e pode ser definida como o conjunto de atividades que visam a racionalização de todos os recursos, de modo a garantir a sua disponibilidade e funcionalidade. Esta gestão compreende a seleção, aquisição, receção, armazenamento e dispensa de produtos farmacêuticos.

A adesão à terapêutica e o seu início, são fatores bastante importantes o que torna extremamente necessário uma correta gestão de maneira a que a farmácia apresente um stock que vá de encontro às necessidades do utente, tentando ao máximo evitar a rutura e o excesso de stock que, além de ser um empate de capital, leva a aumento do espaço necessário para o seu armazenamento e a possíveis perdas por expiração do prazo de validade.

4.2. Sistema informático

A Farmácia Atlântico utiliza o SIFARMA2000ᴿ, um programa informático fornecido pela Associação Nacional das Farmácias (ANF), atualizado de forma bissemanal. O SIFARMA2000ᴿ apresenta muitas vantagens relativamente a outros sistemas informáticos farmacêuticos, e

(17)

• Maior facilidade na gestão de stocks, verificação de prazos de validade e realização de inventários;

• Diminuição dos erros no processamento informático da receita, na distribuição de receitas por lotes e na realização da faturação;

• Gestão mais eficaz de encomendas e devoluções;

• Consulta da ficha de produto, com toda a informação técnico-científica, para praticamente todos os produtos existentes na farmácia.

5.

E

NCOMENDAS E APROVISIONAMENTO

5.1. Encomendas: critérios de aquisição e fornecedores

A elaboração de uma encomenda deve basear-se num conjunto de fatores que concorram para uma gestão eficaz dos stocks:

• Incidência de receituário;

• Rotatividade e sazonalidade dos produtos; • Disponibilidade financeira da farmácia; • Área disponível para o armazenamento;

• Capacidade de entrega por parte do fornecedor.

A aquisição de produtos de saúde por parte da farmácia pode ser feita através de distribuidores grossistas ou diretamente aos laboratórios produtores. A escolha dos fornecedores deve ser feita tendo em conta os seguintes aspetos:

• Preço dos produtos; • Tempo de entrega;

• Qualidade do serviço prestado;

• Condições de pagamento e possíveis bonificações.

A Farmácia Atlântico é fornecida habitualmente por três distribuidores grossistas, não sendo necessário um stock muito elevado de todos os produtos, uma vez que a sua reposição é rápida. Alguns produtos são encomendados diretamente aos laboratórios, devido às melhores condições financeiras e também devido ao fato de um número significativo de produtos se encontrar hoje esgotado nos distribuidores grossistas. Contudo, as encomendas diretas aos laboratórios apresentam normalmente o inconveniente da demora na entrega da encomenda.

5.2. Realização de encomendas

Como já mencionado, a informatização simplificou o processo da realização de encomendas: quando um produto atinge o stock mínimo no sistema, é colocado numa proposta de encomenda diária, que depois é validada pelo farmacêutico responsável, podendo ser adicionados

(18)

ou removidos produtos. Para pedidos urgentes, existe a possibilidade de pedido por telefone ou de encomenda instantânea (no caso da Alliance Healthcare).

Geralmente, na Farmácia Atlântico são efetuadas duas encomendas ao fornecedor principal (Cooprofar) e uma ao fornecedor secundário (Alliance Healthcare), de modo a permitir a reposição dos stocks da farmácia, evitando situações de rutura. É ainda frequente a realização de uma encomenda para a OCP Portugal, que apresenta produtos com descontos financeiros.

No caso de encomenda direta aos laboratórios, a encomenda é realizada através do preenchimento de uma nota de encomenda pelos delegados de venda (ficando o duplicado na farmácia).

5.3. Receção e conferência de encomendas

A receção e conferência de encomendas são duas etapas cruciais na gestão de stocks. Uma encomenda mal rececionada pode levar a repercussões no stock existente e, consequentemente, na gestão financeira da farmácia. A Farmácia Atlântico adotou normas de receção e conferência de encomendas (bem como da notificação de não-conformidades) no âmbito do seu Sistema de Gestão da Qualidade.

O transporte da encomenda até à farmácia é da responsabilidade do fornecedor. Quando esta chega às instalações da farmácia (acondicionada em contentores próprios), é recebida pela assistente operacional ou um dos farmacêuticos, que conferem os dados da fatura ou da guia de remessa, passando em seguida à receção da encomenda propriamente dita:

• Inspeção visual do estado geral da embalagem;

• Conferência qualiquantitativa dos produtos: designação do produto, forma farmacêutica, dosagem, estado físico, quantidade (através da leitura ótica do código de barras de cada uma das embalagens) e respetivos bónus (se existirem), lotes, prazos de validade (alterando sempre que necessário) e preço unitário;

• Conferência do preço final e do número de embalagens da fatura/guia de remessa. No caso de existirem produtos de frio na encomenda, deve dar-se prioridade à sua receção, de modo a serem armazenados logo que possível no frigorífico. Relativamente aos psicotrópicos e estupefacientes, é necessário referir o número da guia ou fatura que se lhes refere. No SIFARMA2000® isto acontece automaticamente.

Os produtos referidos como “esgotados” são assinalados pelo computador após a entrada da encomenda. Perante isto, pode o pedido ser transferido para outro fornecedor ou proceder-se ao abate do produto.

No caso de encomendas diretas a laboratórios, como não é efetuado registo informático, é necessária a criação de uma proposta de encomenda fictícia ao respetivo fornecedor (encomenda manual enviada em papel), uma vez que esta é elaborada após a entrega na farmácia. Em seguida, a proposta é aprovada, confirma-se a receção dos produtos e procede-se como anteriormente

(19)

Todas as faturas são arquivadas por ordem cronológica e por fornecedor. Posteriormente é enviada uma fatura-resumo, na qual constam o número e a data das faturas desse mês. Após o pagamento, de acordo com as condições acordadas com o fornecedor, é enviado o recibo correspondente para a farmácia.

No primeiro mês do meu estágio, rececionei as encomendas, e arrumei a medicação que chegava nas mesmas.

5.4. Marcação de preços

De acordo com a legislação em vigor, todos os produtos da farmácia devem ser marcados com o respetivo preço de venda ao público (PVP). O PVP pode variar em função do fornecedor, do preço de venda à farmácia (PVF) e da existência de promoções ou bónus.

No entanto, são vários os produtos que chegam à farmácia sem PVP, como vários MNSRM, produtos de dermofarmácia e cosmética, leites e farinhas, dispositivos médicos, entre outros.

Os MNSRM são considerados de “venda livre”, sendo a margem de lucro definida pela farmácia. Relativamente aos MSRM, a legislação atual prevê um sistema de margens regressivas, isto é, à medida que o PVP aumenta diminui a margem de lucro da farmácia.8

Na Farmácia Atlântico a marcação de preços é efetuada logo após a receção das encomendas, com recurso a uma impressora específica, ligada ao sistema informático, que permite a impressão de etiquetas contendo o nome dos produtos, código de barras, preço e valor do IVA.

Durante o meu estágio, juntamente com a minha orientadora, Drª Marta, tive oportunidade de participar na decisão de preços de certos produtos.

5.5. Devoluções

As devoluções resultam do fato de se verificarem não-conformidades no processo de receção de encomendas:

• Número errado de embalagens; • Preços incorretos;

• Produtos danificados;

• Proximidade dos prazos de validade;

• Produtos faturados não encomendados ou não enviados;

• Existência de notificações de retirada do mercado pelo INFARMED.

Para proceder à devolução, elabora-se uma nota de devolução onde se refere o produto a devolver, o preço, o número da fatura onde está debitado e o motivo da devolução. Depois de aprovada, são enviadas duas cópias ao fornecedor junto com os produtos devolvidos, mantendo-se outra na farmácia. Posteriormente procede-se, à sua regularização através da substituição de produtos ou da emissão de notas de crédito, sendo emitido um comprovativo de regularização.

(20)

Pode ocorrer o caso de a devolução não ser aceite (nomeadamente no caso de prazos de validade a expirar). Nesta situação, compete à farmácia assumir o prejuízo e regularizar a situação do ponto de vista contabilístico e de existências.

Após resolução do problema, é anotado em folha própria, o tempo que o mesmo demorou a ser resolvido, atribuindo-se assim uma pontuação de acordo com uma escala, em linha com o Sistema de Garantia de Qualidade (SGQ).

Durante o meu estágio, tive oportunidade de ver algumas vezes como se procedia uma devolução, relativamente a um soro que se encontrava a verter, ampolas partidas, entre outros.

5.6. Armazenamento

O armazenamento de medicamento é feito segundo a sua designação (comum internacional ou comercial), por ordem alfabética e sentido crescente de dosagem. Para além disso, estão ainda agrupados segundo a forma farmacêutica (comprimidos e cápsulas, pós, ampolas, soluções), a via de administração (rectal, vaginal e tópica) ou o grupo farmacoterapêutico em que se enquadram (produtos para a Diabetes, produtos de veterinária, produtos buco-dentários), num sistema de gavetas e armários deslizantes, eficaz e de fácil acesso, permitindo a otimização do espaço.

Os produtos termossensíveis (vacinas, insulinas, alguns colírios, calcitonina) estão guardados nos dois frigoríficos, com temperaturas controladas entre 2 e 8º C, isentos de condensação e humidade. O parâmetro temperatura é registado diariamente de forma a manter a qualidade.

Os produtos cosméticos encontram-se na zona de atendimento, organizados em lineares, de acordo com as diferentes linhas dos laboratórios.

O armazenamento é feito com base no princípio “first expired, first out” (FEFO), de modo a serem utilizados em primeiro lugar os produtos com data de validade inferior, permitindo a rotação de stocks, devendo retirar-se ordenadamente as embalagens da frente para trás, da direita para a esquerda e de cima para baixo.

Como já referi, o meu estágio começou a atividade de armazenamento e receção de encomendas, permitindo me uma rápida familiarização com os diferentes produtos, com as suas diferentes designações (comum internacional e comercial) e com o local de armazenamento. Tal facto veio a constituir uma mais-valia na fase de atendimento ao público, com ganhos de tempo e eficiência na tarefa da dispensa de medicamentos e outros produtos de saúde.

5.7. Controlo dos prazos de validade

O controlo dos prazos de validade (PV) na farmácia é fundamental para garantir a dispensa dos produtos em boas condições aos utentes. Este controlo é feito de forma diária, através da actualização informática durante a receção de encomendas. Para além disso, é emitida

(21)

mensalmente uma lista dos produtos com PV a expirar, nos dois meses seguintes, facilitando a sua recolha do stock.

A maioria dos produtos da farmácia deverão ser devolvidos até três meses antes da data de expiração, através de nota de devolução, para conseguir a reposição de produtos sem prejuízo. Para alguns produtos, existem condições de devolução por validade definidas pelos laboratórios.

No caso das matérias-primas, pode proceder-se à sua utilização enquanto estiverem dentro do PV. Após essa data devem ser entregues a empresas especializadas na sua destruição.

No final do meu primeiro mês de estágio, fiz a recolha de produtos, mediante uma lista de produtos com prazo de validade a expirar e observei o procedimento de devolução de alguns deles, verificando que este varia conforme o laboratório.

6.

P

RODUTOS EXISTENTES NA

F

ARMÁCIA

:

D

EFINIÇÕES E QUADRO LEGAL

6.1. Medicamentos sujeitos a receita médica obrigatória (MSRM)

De acordo com a legislação portuguesa, estão sujeitos a receita médica os medicamentos que preencham uma das seguintes condições:9

• Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

• Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam;

• Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar;

• Destinem-se a ser administrados por via parentérica (injetável).

• Este tipo de medicamentos só pode ser vendido nas Farmácias, mediante a apresentação de uma receita médica. Para tal, terá que ter PVP.

6.2. Medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM)

Qualquer medicamento que não se enquadre nas condições descritas para ser MSRM pode ser MNSRM. Contudo, estes medicamentos têm que conter indicações terapêuticas que se incluam na lista de situações passíveis de automedicação.

Os MNSRM não comparticipados são dispensados nas Farmácias e nos Locais de Venda autorizados para o efeito, sendo o seu PVP sujeito ao regime de preços livres, ou seja, fixado ao nível dos canais de distribuição e comercialização.

Fora das unidades de saúde, a dispensa dos MNSRM comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde pode ser efetuada nas Farmácias ou nos Locais de Venda de Medicamentos

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Não Sujeitos a Receita Médica, sendo o seu PVP fixado. Caso sejam dispensados nos Locais de Venda, não há lugar a comparticipação.10

6.3. Produtos cosméticos e dermofarmacêuticos

Define-se por produto cosmético e de higiene corporal (PCHC) como qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de, exclusiva ou principalmente, os limpar, perfumar, modificar o seu aspeto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores corporais.

Muitas vezes, estes produtos, são prescritos por médicos para o tratamento de várias patologias. Mas o mais comum a procura por parte dos utentes sem qualquer prescrição médica ou indicação de um profissional de saúde habilitado. Neste sentido, será importante o farmacêutico estar apto a diferenciar entre um problema estético e outro que implique consulta médica.

Produtos cosméticos e dermofarmacêuticos estão sujeitos a um regime de preços livre. À semelhança dos medicamentos, as reações adversas deverão ser comunicadas ao INFARMED (cosmetovigilância).11

A Farmácia Atlântico possui uma vasta gama de PCHC, para vários tipos de pele (peles oleosas, atópicas, secas, maduras), em diversas formas farmacêuticas (cremes, emulsões, loções, leites, geles, óleos) e destinados a nichos de mercado específicos (protetores solares, produtos pré e pós-maternidade, produtos de puericultura, queda capilar, sabonetes e geles de banho, desodorizantes).

Durante o meu estágio tive a oportunidade de ir a formações de algumas marcas com as quais a farmácia Atlântica trabalha, a “La Roche Posay” e “Inneov”. Na minha opinião estas formações são bastante rentáveis, uma vez que existindo uma vasta gama de produtos, permite, ao farmacêutico estar a vontade com todas elas e assim poder aconselhar de modo adequado e seguro qualquer tio de produto. Pessoalmente, senti grande diferença após as formações, uma vez que, ao me sentir segura nessa área conseguia com toda a credibilidade aconselhar qualquer tipo de utentes, obtendo sucesso nas minhas escolhas e ficando o utente satisfeito.

6.4. Medicamentos homeopáticos

Um medicamento homeopático é um medicamento obtido a partir de substâncias ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico descrito na farmacopeia europeia. Na sua falta, na farmacopeia utilizada de modo oficial num Estado membro, podendo ter vários princípios.

A preparação de medicamentos homeopáticos envolve a utilização de quantidades mínimas de substâncias ativas.9

(23)

Por regra, na Farmácia Atlântico, não existem em stock produtos homeopáticos. Contudo, existe capacidade de resposta a pedidos específicos de utentes, através de encomenda para os distribuidores grossistas.

6.5. Produtos para alimentação especial

A Farmácia Atlântico possui uma considerável variedade de produtos destinados à alimentação especial, tendo em vista a satisfação das necessidades de populações específicas de utentes: lactentes, pessoas com condições fisiológicas especiais ou indivíduos com alteração dos seus processos de absorção e/ou metabolização.

Leites e Farinhas

A Farmácia Atlântico possui uma gama variada de leites e farinhas, destinadas a bebés saudáveis. Deste modo, podemos distinguir os leites adaptados (para os primeiros meses de vida, com composição semelhante à do leite materno) e os leites de transição (na passagem do leite inicial para o leite de vaca).12

Existem ainda vários produtos destinados a bebés prematuros, aos que apresentam intolerância a algum constituinte alimentar (por exemplo, a lactose ou o glúten) e ainda àqueles que apresentem algumas patologias específicas (cólicas, regurgitação, obstipação).

Suplementos dietéticos

Os suplementos dietéticos permitem satisfazer carências nutricionais específicas dos utentes, apresentando fórmulas mais ou menos completas.

Um dos principais suplementos dispensados na Farmácia Atlântico é o Fortimelᴿ, um suplemento nutricional hiperproteico, rico em vitaminas, minerais e oligoelementos. É usado quando o utente tem um aporte reduzido ou uma necessidade aumentada em proteínas (idade avançada, pós-operatório, gravidez e aleitação). Apresenta-se em embalagens de 200 mililitros (mL), sendo recomendado num máximo de três embalagens por dia.

Este tipo de suplementos, é muito dispensado para a Obra social Padre Miguel OSPM), a qual a farmácia Atlântico é responsável de fornecer todas as quartas e sextas-feiras. Durante o estágio realizei muitas vendas a credito neste sentido. Depois de toda a medicação pronta e etiquetada com o nome dos utentes, um responsável da Obra vai buscar os produtos e leva consigo as receitas para assinar.

Suplementos nutricionais, nutracêuticos e nutricosméticos

Estes suplementos surgem para amenizar e prevenir os desequilíbrios causados pelo stress, fadiga, má alimentação ou outras agressões.

(24)

A maioria destes produtos é constituída por extratos de plantas ou por associação de várias vitaminas ou nutrientes, com composições e doses variadas. O farmacêutico deve explicar ao utente que um uso correto destes suplementos pode constituir uma mais-valia terapêutica, desde que ajustados às características específicas de cada doente, e que em nenhum caso substitui uma alimentação rica e variada.13

Durante o meu estágio, aconselhei alguns suplementos nutricionais, nomeadamente para a queda de cabelo de homem (Inneov densidade capilar), preparadores solares (Inneov, sensibilidade solar), suplemento á base de vitaminas do complexo B (Bencozyme) a uma idosa que apresentava falta de apetite, entre outros. Também desaconselhei, por assim dizer, um suplemento de emagrecimento a uma utente que tinha problemas gastro-intestinais (BioActivo LipoExit Xtra), entre outros.

6.6. Produtos fitoterapêuticos

A fitoterapia caracteriza-se pela utilização de plantas com atividade farmacológica. Muitos utentes são atraídos por esta opção devido ao facto de se tratar de produtos naturais, pensando que não apresentam qualquer contra-indicação ou efeito adverso. O farmacêutico deve desmitificar esta ideia, alertando que muitos destes compostos podem interferir, por exemplo, com as terapêuticas crónicas do utente.

A Farmácia Atlântico dispõe de uma gama de produtos terapêuticos constituída por algumas infusões e por produtos de aplicação tópica.

6.7. Produtos e medicamentos de uso veterinário

Define-se medicamento veterinário como toda a substância ou associação de substâncias, apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em animais ou dos seus sintomas, ou que possa ser utilizada ou administrada no animal, com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas.

Estão identificados com a inscrição “uso veterinário” e armazenados num armário fisicamente separado dos outros medicamentos.14

A Farmácia Atlântico não dispõe de uma gama muito significativa de produtos veterinários; todavia, é bastante frequente a cedência de desparasitantes (Frontline®) e antibióticos de uso veterinário (Terramicina®), o qual um utente frequente da farmácia designou por “Terra Medicina”.

(25)

6.8. Dispositivos médicos

Os dispositivos médicos são importantes instrumentos de saúde que englobam um vasto conjunto de produtos. São destinados, pelo seu fabricante, a serem utilizados para fins comuns aos dos medicamentos, ou seja, prevenir, diagnosticar ou tratar uma doença humana. Estes produtos devem atingir os fins para os quais se destinam através de mecanismos que não se traduzam em ações farmacológicas, metabólicas ou imunológicas. Desta forma, distinguem-se dos medicamentos.15

Atualmente, existe uma vasta diversidade de dispositivos médicos no mercado, sendo difícil abranger toda a variedade de gamas disponíveis. Na Farmácia Atlântico a dispensa de alguns dispositivos médicos é frequente, nomeadamente material de penso, sacos coletores de urina e preservativos.

7.

D

ISPENSA DE MEDICAMENTOS

7.1. Quadro legal

É aqui o último contacto do paciente com um profissional de saúde, devendo portanto ficar com as suas dúvidas totalmente esclarecidas.

Devemo-nos certificar que o utente sabe a posologia, a finalidade do medicamento, que efeitos secundários podem apresentar, entre outros aspetos que possam ser relevantes para determinado medicamento. Além dos aspetos relativos à medicação, devemos aconselhar medidas não farmacológicas para complementar o tratamento.

A cedência de medicamentos e aconselhamento por parte do farmacêutico são diferentes consoante se trate do aviamento de uma receita médica ou então de uma ida ‘voluntária’ à farmácia por parte do utente. Temos então de ter em conta se estamos perante um MSRM ou de um MNSRM.

7.2. Dispensa de MSRM

Para a dispensa de MSRM é necessário que o utente apresente uma receita médica. A Portaria n.º 198/2011 aprova o modelo de receita médica, sendo esta validada pelo farmacêutico se respeitar as seguintes definições legais:

• Número da receita; • Local de prescrição;

• Identificação do médico prescritor, com a indicação do nome profissional, especialidade médica, se aplicável, número da cédula profissional e contacto telefónico;

• Nome e número de utente e, sempre que aplicável, de beneficiário de subsistema; • Entidade financeira responsável;

(26)

• Regime especial de comparticipação de medicamentos, representado pelas siglas «R»; • Designação do medicamento, sendo esta efetuada através da denominação comum da

substância ativa, da marca e do nome do titular da autorização de introdução no mercado;

• Código do medicamento representado em dígitos;

• Dosagem, forma farmacêutica, dimensão da embalagem, número de embalagens e posologia;

• Identificação do despacho que estabelece o regime especial de comparticipação de medicamentos, se aplicável;

• Data de prescrição;

• Assinatura manuscrita do prescritor. 16

No caso de receita manual, o prescritor tem de mencionar na receita qual a situação de exceção abrangida, caso contrário, a Farmácia não pode aceitar a receita pois não recebe a comparticipação pelo Estado. Durante o meu estágio, sempre que surgia uma receita manual pedia a confirmação da medicação a algum dos profissionais que estivesse presente uma vez que as receitas manuais nem sempre são de leitura fácil.

Quando se verifica alguma não conformidade na receita, como a presença de rasuras, ou validade ultrapassada, os profissionais podem recusar a dispensa dos medicamentos ao utente.

Após este processo de validação feito no ato da dispensa, todas as receitas são novamente verificadas o mais brevemente possível. Este processo serve para corrigir eventuais erros de aviamento. Para tal, deve ser verificado em cada receita se:

• O medicamento dispensado corresponde ao prescrito quanto à dosagem, número de embalagens e respetiva dimensão;

• Está dentro da validade; • Tem a assinatura do médico;

• Foram cumpridas as excepções referentes a cada medicamento;

• Foi atribuído o organismo responsável pela comparticipação, corretamente.

No que respeita à comparticipação dos medicamentos, existem vários regimes, destacando-se o regime geral, o regime especial e o regime de complementaridade.

Os regimes especiais de comparticipação estão definidos através de legislação própria e aplicam-se a doenças específicas, devendo estar expressos na receita médica. São exemplos de patologias com direito a comparticipações especiais: paramiloidose, lúpus, doença de Alzheimer, dor crónica (oncológica ou não oncológica), entre outras.

Nos regimes de complementaridade, a comparticipação dos medicamentos é feita de forma complementar por mais de um organismo de comparticipação. Para tal, o utente deve apresentar o cartão do sistema de saúde complementar, que é fotocopiado com a receita médica.

(27)

O processamento da receita termina com a emissão da fatura e a impressão dos códigos de barras dos medicamentos no verso da receita, onde o utente assina. A receita é carimbada, datada e assinada pelo farmacêutico.

Durante o meu estágio o primeiro erro que cometi foi dispensar um MSRM cujo prazo de validade da respetiva receita tinha expirado. Ao longo do meu estágio em que fiz atendimento ao público por vezes enganava-me na impressão do verso da receita quando fazia muitas receitas em conjunto. Em relação a dispensar medicação errada nunca aconteceu, uma vez que, aconselhado pela minha orientadora Dr.ª Marta seguia mecanicamente passos que o sistema SIFARMA® permite, de modo a verificar mais que uma vez se estaria a dispensar a medicação certa.

No caso dos genéricos lia o código na receita e de seguida o código de barras na embalagem, de modo a ver se correspondia aos demais que poderia dispensar e no caso dos medicamentos de marca, antes de finalizar o atendimento, em F8 confirmava na receita pela leitura dos códigos de barras se correspondiam aos medicamentos dispensados.

7.3. Dispensa de MNSRM

O farmacêutico deve tentar avaliar o problema do utente de forma a esclarecer a gravidade do problema:

• Queixas e sintomas do utente; • Persistência temporal dos sintomas;

• Co-morbilidades e medicação concomitante;

• Medidas (farmacológicas e não-farmacológicas) tomadas para a tentativa de resolução do problema.

Se o farmacêutico verificar que se trata de um transtorno menor, deve proceder à indicação farmacêutica, ou seja, selecionar um MNSRM e/ou indicação de medidas não farmacológicas.

Se a avaliação farmacêutica julgar que se trata de um problema mais grave, o utente deverá ser encaminhado ao médico para avaliação clínica.17

Durante o meu estágio o que mais frequentemente aconselhei, foram utentes que se queixavam de dores de garganta com irritação e/ou rouquidão, crises diarreicas, azia, gases, pernas cansadas, entre outros.

8.

M

EDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES

8.1. Enquadramento Legal de psicotrópicos e estupefacientes

O seu uso é feito de forma rigorosa e limitada a situações específicas, podendo apontar-se como exemplo o tratamento da dor severa (nomeadamente da dor oncológica, enquadrada por legislação especial), uma vez que os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes exercem a sua

(28)

atividade ao nível do sistema nervoso central, provocando, na sua maioria, tolerância e dependência (física e psicológica), bem como efeitos relevantes de privação.18

8.2. Aquisição e receção de psicotrópicos e estupefacientes

A aquisição de psicotrópicos e estupefacientes é feita de modo semelhante à de outros medicamentos; contudo, a sua receção é ligeiramente diferente: os psicotrópicos vêm embalados separadamente da restante medicação, enquanto as benzodiazepinas vêm juntamente com os restantes medicamentos.

Os psicotrópicos e estupefacientes fazem-se acompanhar da requisição de estupefacientes e psicotrópicos, em duplicado. O original da requisição fica armazenado por três anos na farmácia.

A receção destes medicamentos é feita por leitura ótica, à semelhança dos outros medicamentos. O sistema informático emite ainda um número de registo que deve corresponder ao da requisição, de modo a facilitar o controlo dos psicotrópicos e estupefacientes.18

8.3. Prescrição e dispensa de psicotrópicos e estupefacientes

A prescrição de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes é efetuada em receita normal ou informatizada, não podendo constar nela outros medicamentos. Podem ser prescritos até quatro medicamentos distintos, não ultrapassando o total de quatro embalagens, nem o limite de duas por medicamento.

Aquando da dispensa, o sistema informático reconhece o medicamento como estupefaciente e obriga ao preenchimento de vários dados relativos ao doente, ao prescritor e ao adquirente, nomeadamente a sua identificação. Caso não seja possível obter os dados referentes ao bilhete de identidade ou cartão de cidadão do adquirente, o farmacêutico pode servir-se de outros elementos seguros de identificação, como a carta de condução ou o passaporte.

9.

M

EDICAMENTOS E PRODUTOS MANIPULADOS

9.1. Definições sobre Medicamentos e Produtos Manipulados

Define-se legalmente medicamento manipulado como qualquer fórmula magistral (medicamento preparado em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares segundo receita médica que especifica o doente a quem o medicamento se destina ou preparado oficinal (qualquer medicamento preparado segundo as indicações compendiais, de uma farmacopeia ou formulário, em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares), destinado a ser dispensado diretamente aos doentes assistidos por essa farmácia ou serviço, preparado e dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico.

(29)

Cabe ao médico e ao farmacêutico a garantia da segurança e eficácia das preparações, devendo ainda o farmacêutico assegurar a qualidade da preparação, observando as boas-práticas de preparação de medicamentos manipulados.19

9.2. Preparação de Medicamentos Manipulados

Os medicamentos manipulados obedecem a legislação específica e exigem um controlo rigoroso por parte das autoridades de fiscalização no que respeita à conservação de matérias-primas e respetivo registo, uma vez que elas devem estar armazenadas no laboratório em prateleira isolada de outros produtos, estando devidamente arquivados os respetivos certificados de análise. O prazo de validade deve ser controlado, à semelhança dos medicamentos.

Depois de preparado o medicamento, faz-se o registo numa ficha de manipulado, descrevendo todas as operações e cálculos. Preenche-se também a ficha de movimentos das matérias-primas.20

Devem constar na ficha de preparação de medicamentos manipulados: • Denominação do medicamento manipulado;

• Número de lote atribuído ao medicamento preparado;

• Composição do medicamento, indicando as matérias-primas, respetivas quantidades e lotes;

• Descrição do modo de preparação;

• Verificação da qualidade do medicamento manipulado (nomeadamente características organoléticas);

• Rubrica do operador e do supervisor.

A rotulagem deve indicar os seguintes pontos: • Nome do doente;

• Fórmula do manipulado; • Lote atribuído;

• PV;

• Condições de conservação;

• Instruções especiais de utilização; • Via de administração;

• Posologia;

• Identificação da farmácia e do diretor-técnico.

Durante o meu estágio na Farmácia Atlântico foi possível colaborar na realização de alguns medicamentos manipulados, dos quais refiro: “Solução Alcoólica de Minoxidil”, “Pomada Salicilada” e “Suspensão Oral de Trimetoprim”.

(30)

9.3. Regulamento Geral de Preços

O PVP dos medicamentos manipulados é composto por três vertentes distintas: valor dos honorários (A), valor das matérias-primas (B) e valor dos materiais de embalagem (C), sendo o PVP calculado pela fórmula [(A + B + C) x 1,3] + IVA.

No que respeita ao valor dos honorários, optou-se pela definição de um fator F, de valor fixo, multiplicado em função das formas farmacêuticas e quantidades preparadas, da complexidade e exigência técnica, e do tempo de preparação dos medicamentos manipulados em causa. Este fator é atualizado anualmente na proporção da inflação do ano anterior, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

Aos valores de aquisição de matérias-primas e materiais de embalagem a usar no cálculo é previamente deduzido o imposto sobre o valor acrescentado (IVA) respetivo. Os valores referentes às matérias-primas são determinados pelo valor de aquisição multiplicado pelo fator matemático correspondente à maior das unidades em que forem usadas ou dispensadas.

Os valores referentes aos materiais de embalagem são determinados pelo valor de aquisição, multiplicado pelo fator 1,2.

As comparticipações nos manipulados apenas se aplicam nas receitas com substâncias ativas não incorporadas em sistemas pré-preparados industrialmente, com a menção “manipulado” ou outras siglas como “f.s.a.”. A comparticipação atual corresponde a 30% do preço do manipulado.21

Durante o meu estágio tive oportunidade de colaborar na preparação e preenchimento da ficha de preparação assim como no cálculo do PVP.

10.

F

ARMÁCIA

C

LÍNICA

10.1. Determinação de Parâmetros Fisiológicos e Bioquímicos

Determinação da Pressão Arterial

A medição da pressão arterial (PA) é feita na zona de atendimento com o auxílio de um aparelho de medição automática.

Durante a medição os utentes devem manter uma postura confortável, não falar, não mexer, nem ter os membros inferiores sobrepostos.

É nesta altura que os utentes aproveitam também para desabafar e tirar algumas dívidas com o farmacêutico. Há que saber criar empatia com o utente, deixa-lo a vontade e tentar esclarecê-lo ao máximo.

(31)

Determinação da Glicemia

A determinação da glicémia era procurada por utentes que a partida já sabiam ser diabéticos ou ter valores fora do normal, ao contrário do que acontece com a determinação do colesterol total.

Determinação do Colesterol Total

É um procedimento simples e rápido, feito com auxílio de um aparelho próprio. Com uma lanceta pica-se o dedo do doente, recolhe-se uma pequena quantidade de sangue para uma tira e insere-se no aparelho

Como já referi, a determinação do colesterol, é mais procurada pelos utentes do que a glicemia. A população preocupa-se mais com este parâmetro, penso eu, por associa-lo, e muito bem, ao principal factor de risco cardiovascular. Nesse sentido, durante o meu estágio procedi á realização de um panfleto sobre o colesterol total (ver anexo 3), no qual utilizei uma linguagem simples, com informação útil e dirigida ao utente em termos de alimentação e estilo de vida saudável.

Determinação do Peso Corporal e Índice de Massa Corporal

Este tipo de determinação é mais procurado por pessoas que praticam exercício físico regular e têm objectivos bem definidos. Como tal, procuram este serviço regularmente para poderem comparar com valores anteriores e constatar se os objectivos estão a ser cumpridos.

Na FA, há uma balança que funciona por impedância eléctrica que dá, automaticamente, os valores de % de gordura visceral, % músculo-esquelético, % massa gorda, IMC e metabolismo em repouso.

Durante o meu estágio, realizei muitas vezes este tipo de determinação. Durante o atendimento tentava perceber quais as razões da procura deste serviço e os objectivos pretendidos. Após a determinação, explicava o que significava cada um dos parâmetros e se os valores estavam dentro do normal, se assim não o fosse, aconselhava relativamente em termos de estilo de vida saudável.

11.

C

ONTABILIDADE E

G

ESTÃO

11.1. Processamento de Receituário e Faturação

O processamento de receituário inicia-se pela conferência da receita médica, aquando do processo de dispensa, visando detetar alguma irregularidade para proceder à sua rápida resolução. Nesta fase, o principal foco de atenção prende-se com as questões administrativas

(32)

(nome e número de utente, data e validade, assinatura do médico, vinhetas) e com a confirmação das dosagens e dos medicamentos prescritos.

Na Farmácia Atlântico, o processamento de receituário é efetuado ao longo do mês, sendo as receita conferido na manhã seguinte à da dispensa por outro colaborador que não o responsável por aquela dispensa. As receitas conferidas são separadas por organismo e agrupadas por lotes. Cada lote é constituído por 30 receitas do mesmo organismo.

Quando um lote se encontra completo e devidamente conferido, emite-se um Verbete de Identificação através do sistema informático, que depois de carimbado é anexado ao conjunto de receitas do mesmo lote. No verbete estão incluídas várias informações: número de lote, número de receitas, organismo, importância total do lote, valor pago pelo utente e valor a comparticipar.

No último dia de cada mês fecham-se os lotes dos respetivos organismos, incluindo o último lote, mesmo que incompleto. São emitidos dois documentos: o Resumo de Lotes e a Fatura Mensal de Medicamentos, que acompanham os lotes enviados à Administração Regional de Saúde. Depois de efetuados estes procedimentos, os lotes são remetidos para as diferentes entidades.

12.

F

ARMÁCIA NA COMUNIDADE

12.1. VALORMED

O Sistema Integrado de Recolha de Embalagens e Medicamentos Fora de Uso da Valormed é efetuado no sentido de se evitar a contaminação ambiental com medicamentos, contaminação essa que pode acarretar perigos para a saúde pública.

Os utentes devem ser sensibilizados para a entrega de medicamentos que já não usem ou que estão fora de validade na farmácia. Os medicamentos entregues são colocados numa caixa de cartão específica da ValorMed, que quando se encontra cheia é pesada e selada. É feito um registo do peso da caixa numa ficha própria, indicando também o código da farmácia e o responsável pela selagem. Após a recolha na farmácia, os resíduos são enviados para tratamento.22

13.

A

QUALIDADE NA FARMÁCIA

13.1. Normas de Qualidade na Farmácia

Como qualquer outro estabelecimento de saúde os objetivos devem estar claramente definidos. O principal objetivo da farmácia comunitária é a cedência de medicamentos em

(33)

avaliação dos resultados clínicos dos medicamentos de modo a que possa ser reduzida a elevada morbilidade e mortalidade associada aos medicamentos. Coloca-se assim o doente como o centro da atividade do farmacêutico.

13.2. Implementação de Procedimentos de Qualidade

O Sistema da Qualidade da Ordem dos Farmacêuticos (SQOF) baseia-se numa estrutura documental em que as Boas Práticas de cada área de atividade são o ponto de partida para a elaboração de Procedimentos Operativos Normalizados.

A Farmácia Atlântico era uma farmácia certificada pela ISO 9000:2008, tendo implementado diversos procedimentos normalizados, com vista à melhoria contínua da qualidade do seu serviço aos utentes, que ainda hoje em dia são praticados Para tal, foram envolvidos todos os elementos da equipa da farmácia, bem como se procurou otimizar a utilização dos recursos físicos e materiais, de modo a diminuir os erros, uniformizar procedimentos e, consequentemente, melhorar os resultados em saúde dos utentes.6

14.

F

ORMAÇÃO CONTÍNUA

• Formação do “Programa Contacto”, ministrada pela “La Roche Posay e Progman- About

people”, no dia 8 de Maio.

• Participação no Workshop “A importância do Nutrinegocio na Farmácia” da marca

Innéov que decorreu no dia 23 de Abril

• Participação no evento Workshop “O perfume como veículo de negócio na Farmácia” da marca Roger&Gallet no dia 23 de Abril.

(34)

15.

C

RONOLOGIA DE ESTÁGIO

Tabela 1 – Cronologia das atividades desenvolvidas durante o estágio

Datas Atividades Desenvolvidas

1ª semana de Abril

Integração na equipa de trabalho;

Conhecimento dos diferentes espaços da farmácia e da organização dos produtos e medicamentos existentes.

2ª semana de Abril

Ajuda na determinação de parâmetros bioquímicos;

Receção de encomendas e conferência de receitas.

3ª semana de Abril

Observação de atendimento ao balcão de aprendizagem do modo de funcionamento do sistema informático (SINFARMA 2000)

4ª semana de Abril

Acção de formação; preparação de manipulados; noção de gestão de stocks; verificação do procedimento de venda de medicamentos com legislação especial.

Mês de Maio

Realização das actividades do mês anterior com maior liberdade de acção e autonomia no atendimento ao público; acção de formação.

Mês de Junho

Realização das actividades dos meses anteriores; atendimento ao público de maneira autónoma, com cumprimento de um horário de trabalho e com caixa própria.

(35)

PARTE II – TRABALHOS PRÁTICOS E CASOS DE

ESTUDO

1.

D

ERMATITE

A

TÓPICA

1.1. Introdução

A atopia é uma condição geneticamente determinada, que faz com que haja uma predisposição para o desenvolvimento de conjuntivite alérgica, rinite alérgica, asma e dermatite atópica. Assim sendo, é comum que num indivíduo com dermatite atópica, exista um historial familiar de atopia e é muito provável que no decorrer da sua vida desenvolva outras patologias de cariz atópico. 23,24

A Dermatite Atópica (DA) é uma patologia que afeta cerca de 10% da população geral, sendo que 90% dos casos aparecem nos primeiros 5 anos de vida.

Caracteriza-se por ser geralmente, hereditária, com expressão variável e influenciada por fatores ambientais, é não contagiosa e exprime-se numa sensibilidade cutânea exagerada. Tem períodos de remissão e de exacerbação, sendo estes por vezes sazonais.25,26,27,28

É uma patologia que pode causar um impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos que a possuem assim como nos seus familiares.29

Entre várias mutações que foram identificadas para esta patologia, várias se referem ao gene que codifica para a filagrina. Esta é uma proteína estrutural da pele, fundamental para a manutenção de uma barreira normal.24,29

Apesar de a DA poder permanecer na idade adulta, ao longo deste trabalho vou dar realce à DA no bebé, uma vez que eram os casos que mais frequentemente apareciam na farmácia com mães a pedir aconselhamentos.

Esta patologia exige o conhecimento de algumas medidas que ajudam a prevenir as agudizações, sendo a farmácia o local de eleição para prestar esse aconselhamento.

2.

F

ISIOPATOLOGIA

2.1. Disfunção da Barreira Cutânea

A pele é composta pela epiderme, derme, hipoderme (tecido adiposo subcutâneo). A epiderme corresponde à barreira cutânea, e a sua camada mais superficial é constituída pela camada córnea cujos principais elementos são os queratinócitos e os lípidos extracelulares, sendo estes, fundamentalmente compostos por ceramida, colesterol e ácidos gordos livres.

Referências

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