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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia Castro Carneiro e no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de S. Pedro-Vila Real

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Farmácia Castro Carneiro

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Jorge Neri Página II

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Castro Carneiro

6 de Janeiro de 2015 a 16 de Maio 2015

Jorge Manuel Pires Neri

Orientador: Dra. Maria Armanda Castro Carneiro

Tutor: Prof. Doutora Helena Vasconcelos

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Jorge Neri Página III

Declaração de Integridade

Eu, _______________________________________________, abaixo assinado, nº __________, aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter actuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (acto pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de ______

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Jorge Neri Página IV

Agradecimentos

Os quatro meses de estágio que me foram propostos e que realizei com o maior gosto não podiam ter sido um sucesso sem a ajuda e a colaboração de diversas pessoas. A elas deixo agora o meu agradecimento:

Em primeiro lugar, à Dra. Maria Armanda, minha orientadora de estágio, pela simpatia e forma como me recebeu e a oportunidade que me proporcionou, que sem dúvida foi marcante e será uma mais-valia para o meu futuro. Agradeço também toda a confiança depositada no meu trabalho assim como os incentivos que me deu durante estes quatro mêses.

À Dra. Raquel Conceição por todos os conhecimentos transmitidos e saberes partilhados. Agradeço também o laço de amizade que se criou e a disponibilidade apresentada para clarificar todas as dúvidas que me apareceram ao longo do estágio.

A todos os profissionais da Farmácia Castro Carneiro, nomeadamente, o Rui, o Paulo, a Carla, o Miguel, o Nuno, a Bárbara, o Sérgio, a Sílvia, o Filipe e a Dona Alice por todos os momentos partilhados, conhecimentos transmitidos e carácter pessoais e profissionais únicos. Estes vão de certeza perdurar e serão fundamentais para a minha vida profissional.

À minha colega de estágio Ana Paula Mota, por ter sido insuperável, uma grande companheira e uma ainda maior amiga, sempre disposta a ajudar e a colaborar. Os ensinamentos e palavras foram únicos.

Aos professores e funcionários da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto agradeço todos os momentos partilhados e conhecimentos que certamente serão fundamentais.

Aos meus amigos, um enorme obrigado por terem tornado estes incríveis cinco anos. Os momentos inesquecíveis, pessoas inconfundíveis e as palavras sentidas certamente irão perdurar.

À minha Tia e Madrinha, por ser como uma segunda mãe estar sempre disponível independentemente da situação.

Ao meu irmão por ser um autêntico “companheiro de guerra” durante estes 20 anos em partilha. O meu amigo e companheiro de sempre.

À minha namorada, Sara, por ter sido um pilar de segurança, um autêntico porto-seguro da minha vida e que sem ela, hoje, certamente não seria metade da pessoa que hoje sou. Agradeço o amor, carinho e amizade que nunca deixaram que faltasse e todos os conselhos e momentos vividos.

À minha Mãe pelo amor e carinho com que me criou, os sacrifícios que passou e a oportunidade que me proporcionou. Ao meu pai, que partiu cedo demais, mas com certeza

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Jorge Neri Página V estará em algum lado a olhar por mim. Sem hesitação alguma, dedico esta conclusão de etapa da vida a eles, pois não poderia ser de outra forma.

“O sonho pertence àqueles que mais acreditam nele, e durante mais tempo.”

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Jorge Neri Página VI

Resumo

O Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas sustenta um ensinamento teórico e prático no âmbito laboratorial durante quatro anos e meio. Como etapa final é proporcionado aos alunos uma experiencia profissional na unidade curricular de Estágio. Este contacto com a realidade laboral vem completar a teoria até então adquirida e cimentar a formação académica do estudante, preparando-o para o futuro. Durante o período de estágio, o estudante deve aprender a rentabilizar o conteúdo teórico que adquiriu e tentar aplicá-lo junto das populações.

Este relatório surge, agora, após quatro meses de estágio curricular na Farmácia Castro Carneiro, sendo dividido em duas partes: A – onde está caracterizada a farmácia em si e os seus processos laborais; B – espaço para o desenvolvimento das iniciativas na mesma. Neste relatório é dado ênfase às doenças cérebro-cardiovasculares, uma vez que se trata de um tema muito delicado e comum na nossa sociedade, é fundamental o alerta e sensibilização da população para o mesmo. Não obstante, é feita ainda referência à onda emergente de medicamentos que tem sido responsável, muitas vezes, por situações de risco e perigo, sendo fundamental para os profissionais de uma farmácia alertar para os riscos e perigos da mesma. E como o perfil do farmacêutico deve pautar-se por estudar a farmacoterapia específica dos doentes, por fim, neste relatório, é apresentado um curto e simples caso de estudo entre os diversos casos que suscitaram durante estes quatro meses.

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Jorge Neri Página VII

Índice

Declaração de Integridade ... III Agradecimentos ... IV Resumo ... VI Índice ... VII Índice de Tabelas ... IX Lista de Abreviaturas ... X Introdução ... 1

1. Parte A - Farmácia Castro Carneiro ... 1

1.1 Localização Geográfica e enquadramento Socioeconómico ... 1

1.2 Horário do funcionamento ... 2

1.3 Recursos Humanos ... 2

1.4 Espaço exterior e interior ... 2

1.2.1 Espaço exterior ... 2

1.2.2 Espaço Interior ... 3

2. Gestão e administração da Farmácia ... 5

2.1 Encomendas ... 6

2.1.1 Fornecedores e realização das encomendas ... 6

2.1.2 Receção e Conferência de encomendas ... 6

2.2 Devoluções ... 8

2.3 Armazenamento ... 9

2.4 Controlo dos prazos de validade ... 9

2.5 Informação ... 10

3. Dispensa de produtos ... 10

3.1 Dispensa de Medicamentos ... 10

3.1.1 Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ... 10

3.1.2 Compra, Armazenamento e Dispensa de Estupefacientes e Psicotrópicos ... 14

3.1.3 Receituário ... 15

3.2 Medicamentos Não sujeitos a Receita Médica ... 15

3.4 Outros produtos de saúde ... 16

3.4.1 Medicamentos de uso veterinário ... 16

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Jorge Neri Página VIII

4 . Serviços farmacêuticos disponíveis ... 17

4.1 Determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos ... 17

4.2 Consulta de Nutrição ... 18

4.3. ValorMED e recolha de radiografias ... 18

4.4. Prospeção de serviços ... 18

5. A importância do relacionamento com colegas, utentes e outros profissionais . 19 6. Marketing e Publicidade ... 19

7. Outras atividades ... 20

Parte B - Casos de Estudo ... 21

1. Campanha de sensibilização sobre as Doenças Cérebro-cardiovasculares: Hipertensão, Acidente Vascular Cerebral e Enfarte do Miocárdio. ... 21

1.1 Objetivos ... 21

1.2 Introdução ... 21

1.3 Epidemiologia geral ... 22

1.4 Fatores de risco e prevenção ... 22

1.4.1 Fatores de risco não modificáveis: Idade, género e história familiar ... 23

1.4.2 Obesidade... 23

1.4.3 Hipertensão ... 24

1.4.4 Inatividade física ... 24

1.4.5 Diabetes Mellitus ... 25

1.4.5 Lípidos ... 25

1.4.6 Fatores inflamatórios e Trombóticos ... 26

1.4.6 Tabaco e álcool ... 26

1.4.7 Dieta ... 27

1.5 Hipertensão ... 27

1.5.1 Pressão arterial: fisiologia ... 28

1.5.2 Alterações fisiopatológicas ... 28

1.5.3 Tipos de hipertensão ... 30

1.5.4 Avaliação e Classificação ... 30

1.5.5 Diagnóstico ... 30

1.5.6 Tratamento farmacológico ... 31

1.5.7 Tratamento não farmacológico e Aconselhamento Farmacêutico ... 32

1.6 Aterosclerose no AVC e no Enfarte agudo do Miocárdio ... 33

1.7 Acidente Vascular Cerebral ... 34

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Jorge Neri Página IX

1.7.2 Sintomas ... 34

1.7.3 Diagnóstico ... 35

1.7.4 Tratamento Farmacológico ... 35

1.7.5 Tratamento Não Farmacológico e Aconselhamento Farmacêutico ... 36

1.8 Enfarte Agudo do Miocárdio ... 37

1.8.1 Fisiopatologia ... 38 1.8.2 Sintomas ... 38 1.8.3 Classificação ... 38 1.8.4 Biomarcadores ... 39 1.8.5 Diagnóstico ... 40 1.8.6 Tratamento Farmacológico ... 40

1.8.7 Tratamento Não Farmacológico e Aconselhamento Farmacêutico ... 41

Caso 2 – Riscos da automedicação ... 42

2.1 Definição ... 42

2.2.Objetivo ... 43

2.3 Automedicação como mecanismo social ... 43

2.4 Farmacoeconomia ... 44

2.5 Riscos da automedicação e o Farmacêutico ... 44

2.6 Emergência ... 45

Caso clínico “Sintomas de hipotiroidismo?” ... 45

Considerações finais ... 46

Bibliografia ... 47

Anexos... 58

Índice de Tabelas

Tabela 1 Calendarização das atividades desenvolvidas na farmácia comunitária ... 1

Tabela 2 Classificação dos tipos de hipertensão ... 30

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Jorge Neri Página X

Lista de Abreviaturas

ANF - Associação Nacional das Farmácias ATI - Angiotensina I

ATII - Angiotensina II

AVC - Acidente Vascular Cerebral

BPFC- Boas Práticas para Farmácia Comunitária BRA - Bloqueador do Recetor de angiotensina CCF - Centro de Conferência de Faturas CNP - Código Nacional Português

DCCV - Doenças Cérebro-Cardiovasculares DCI - Denominação Comum Internacional DL - Decreto-lei

ECA - Enzima conversora de angiotensina FCC - Farmácia Castro Carneiro

HDLc - High density Lipoprotein Cholesterol

IECA - Inibidor da enzima conversora de angiotensina. IRS - Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares IVA - Imposto de valor acrescentado

LDLc - Low density Lipoprotein Cholesterol MIF - Medida da Independência Funcional MM - Medicamento manipulado

MNSRM - Medicamento não sujeito a receita médica MSRM - Medicamento sujeito a receita médica Nº - Número

PVF - Preço de venda à farmácia PVP - Preço de venda ao público RM - Receita Médica

SNS - Sistema Nacional de Saúde TnC - Troponina C

TnI - Troponina I TnT -Troponina T

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Jorge Neri Página 1

Atividades desenvolvidas no Estágio Curricular

Introdução

O estágio curricular do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas institui-se como o primeiro contacto com a realidade profissional, tornando-se assim uma peça única e fundamental no desenvolvimento dos jovens farmacêuticos. Para além do mais, o que até agora estava limitado à teoria dos livros e das aulas pode, finalmente, ser aplicado num contexto prático e social, acrescentando-se a esta a responsabilidade das ações pelo estudante praticadas o que permite um crescimento íntegro como farmacêutico.

A necessidade da farmacovigilância e dos cuidados farmacêuticos permitem que a farmácia desempenhe um papel essencial junto das populações. Por vezes o acesso aos serviços de saúde primários torna-se complicado, pelos mais diversos motivos, e por isso a atenção das populações fica voltada para a farmácia à porta de casa. De facto, e citando o guia de Boas Práticas para a Farmácia Comunitária (BPFC): “Grandes alterações no

enquadramento legislativo da farmácia ocorreram recentemente em Portugal. Contudo a farmácia continua a ser, claramente, considerada como um estabelecimento de saúde e de interesse público que deve assegurar a continuidade dos cuidados prestados aos doentes.”

As atividades realizadas durante o meu estágio estão sumarizadas na Tabela 1: Tabela 1 Calendarização das atividades desenvolvidas na farmácia comunitária

1. Parte A - Farmácia Castro Carneiro

1.1 Localização Geográfica e enquadramento Socioeconómico

A Farmácia Castro Carneiro localiza-se, desde o dia 30 de Outubro de 2004, na Avenida dos Descobrimentos, nº 459, Vila Nova de Gaia, loja 1 no centro comercial “GaiaShopping”, porém, a sua existência data de 1973 na Rua Padre Cruz no centro da cidade do Porto.

Devido à sua localização, a farmácia presta serviço a uma população muito heterogénea sendo a sua maioria ser população idosa. Estando no interior de um grande espaço comercial seria de esperar uma rotatividade significativa nos clientes, porém, a

Armazém e encomendas Conferência de Receituário Controlo prazo de validades Atendimento ao público Manipulados Determinação de parâmetros bioquímicos Caso 1 – Campanha de sensibilização para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares Caso 2 – Auto medicação Janeiro Fevereiro Março Abril

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Jorge Neri Página 2 verdade é que isso não acontece e a FCC apresenta um grupo de clientes, muitos deles idosos, permitindo um acompanhamento farmacoterapêutico de maior qualidade e uma avaliação da sua saúde de uma forma mais eficaz, o que por sua vez permite que a própria equipa de profissionais criar laços de intimidade essenciais com estes clientes assíduos, contribuindo para a fidelização dos mesmos. A FCC acaba por disponibilizar os seus serviços a um outro leque de clientes/utentes com perfis sociais e económicos muito variados, tornando-se um desafio diário e uma mais-valia à equipa profissional da mesa, assegurando-se assim uma diversidade de experiências e situações que contribuem em muito para a melhoria do atendimento e aconselhamento farmacêutico.

1.2 Horário do funcionamento

A FCC tem um horário em consenso com o centro comercial onde está inserida, e assim sendo: De segunda-feira a Sábado: 9h as 23h. Aos Domingos: 9h as 20h. Durante o ano apenas tem três dias de encerramento: o dia 1 de janeiro (Dia de Ano Novo), Domingo de Páscoa e dia 25 de dezembro (Dia de Natal).

De 20 em 20 dias a FCC realiza um serviço noturno estando aberta em regime permanente, realizando o seu serviço não no espaço comum dos restantes dias mas no Postigo de Atendimento. (Anexo I)

1.3 Recursos Humanos

Para o bom funcionamento de qualquer atividade profissional é fundamental uma equipa coordenada e adequadas às necessidades da mesma. Segundo o decreto-lei (DL) nº 307/2007 de 31 de agosto, os recursos humanos de uma farmácia podem ser compostos por dois quadros: o quadro farmacêutico, composto pela Drª Maria Armanda, como Diretora Técnica e a Drª Raquel Conceição como Farmacêutica Adjunta e o quadro não farmacêutico: distribuído por técnicos de diagnóstico e terapêutica (Filipe Carneiro, Rui Pinto, Paulo Silva e Carla Cabral) e Técnico Auxiliar de Ação Farmacêutico (Nuno Cunha, Sérgio Borges e Sílvia Antunes). A FCC conta ainda com o trabalho de José Miguel Silva, tendo a seu cargo a gestão e contabilidade diárias e uma auxiliar de limpeza, Alice Peito. Bárbara Baldaia, esteticista, colaborou até finais de abril [1], [2].

1.4 Espaço exterior e interior

No que diz respeito ao aspeto da FCC, esta respeita as orientações escritas no guia de Boas Práticas de Farmácia Comunitária, assim como o que é descrito no DL nº 307/2007 de 31 de agosto onde são regulamentados os espaços da farmácia comunitária [2].

1.2.1 Espaço exterior

Exteriormente a FCC apresenta um aspeto moderno e profissional e que foge um pouco ao costume das farmácias convencionais, uma vez que estando inserido no interior

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Jorge Neri Página 3 de uma grande superfície comercial tem de respeitar igualmente as normas desse mesmo espaço. No exterior, encontram-se de forma visível as informações revelantes, necessárias aos utilizadores da farmácia e exigidas pela lei: Horário de atendimento, identificação do diretor técnico e uma lista de farmácias de serviço que tem de ser atualizada diariamente [1]. Apresenta duas grandes montras que permitem a visualização do interior do espaço de atendimento e que são alteradas consoante as necessidades (Anexo I).

As boas práticas de farmácia comunitária, assim como o DL 307/2007, de 31 de agosto salvaguardam ainda a necessidade de bons acessos a todos os seus utilizadores, e estando a FCC num centro comercial não existem quaisquer problemas no que diz respeito a estacionamento ou acesso para indivíduos com deficiências motoras [2].

1.2.2 Espaço Interior

O espaço interior da FCC está homologado com todas as valências descritas nas Boas Práticas de Farmácia Comunitária, e aprovadas pela Deliberação n.º 1502/2014, de 3 de julho, que predispõe a existência de uma série de compartimentos divisórios desde área total mínima de 95 m2, sala de atendimento, laboratório, armazém, instalações

sanitárias e gabinete de atendimento ao público [3], [4].

Estando divido por dois pisos, o espaço da FCC engloba diversos locais de trabalho que se inter-relacionam. O piso 0 abrange a área de atendimento ao público contando com 6 balcões de atendimento, dois gabinetes: um gabinete de apoio ao utente e outro de Boas Práticas. Ainda no piso 0 encontra-se a antecâmara de receção das encomendas durante o dia com uma porta para o exterior. Por fim no piso 0 fica ainda o Laboratório onde são elaborados os medicamentos manipulados e uma casa de banho e uma saleta de arrumos. No piso 1 encontra-se a área de conferência de encomendas, assim como o local de aprovisionamento que está equipado com um robot. Ainda no piso 1 existe o escritório, copa (cozinha), área de descanso com a segunda casa de banho e a área de vestiários [1], [2].

1.2.2.1 Área de atendimento ao público

É nesta área que por excelência se pratica o ato farmacêutico. É o local de contato e comunicação com o doente sendo portanto fundamental no papel da farmácia. A FCC apresenta a sua área de atendimento como um espaço calmo, atraente, bem iluminado e ventilado, profissional e muito convidativo. Todas as características asseguram uma adequada comunicação entre os profissionais de saúde da farmácia e os utentes.

Esta área está equipada com 6 balcões encontrando-se separados em três grupos: 1 e 2 do lado esquerdo, o 3 no centro e o 4, 5 e 6 no lado direito. Cada balcão apresenta o leitor de código de barras e um computador acoplado ao sistema informático (SI) da

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Jorge Neri Página 4 farmácia, assim como uma impressora de receitas e talões (Anexo I). A existência desta separação física permite um atendimento mais isolado e privado [1].

1.2.2.2 Gabinetes de atendimento personalizado

Como já anteriormente foi referido, os gabinetes de atendimento personalizado estão presentes nas farmácias portuguesas. A FCC proporciona aos utentes dois gabinetes com estas características. Estão identificados pelas sinalizações nas portas de ambas divisões. Estes gabinetes não têm as mesmas funções. O gabinete de boas práticas está devidamente equipado com um computador, acoplado ao SI da farmácia. Está igualmente equipado com material necessário para a medição da glicemia, colesterolinémia e triglicerídeos. Por outro lado, o gabinete de atendimento ao utente, surge como um espaço usado para outro tipo de fins, para além de poder ser feito o aconselhamento privado tal como no gabinete de boas práticas aqui não é possível realizar testes bioquímicos, porém é usado para serviços de Estética. Em situações esporádicas é usado também para ações de formação e reuniões com delegados de informação médica.

1.2.2.3 Zona de receção e zona de conferência de encomendas

A zona de receção de encomendas encontra-se no piso 0 e tem uma porta de acesso ao exterior do edifício por onde se faz a entrada das mesmas. A política de gestão do “GaiaShopping” impede passagem de mercadorias pela zona interna ou pela frente das lojas, assim é essencial que haja uma abertura para o exterior do edifício para permitir a receção das encomendas durante o dia. Esta zona dispõe de um elevador para facilitar o transporte desde a zona de receção até a zona da conferência das encomendas no segundo piso. Esta última dispõe de dois computadores que estão integrados no sistema informático da FCC.

1.2.2.4 Laboratório

Estando inserido no piso 0, o laboratório da FCC serve de apoio para a manipulação de medicamentos, armazenamento de matérias-primas, do material necessário para as preparações e também de uma balança analítica. Apresenta igualmente uma bancada de trabalho no qual são feitas as manipulações em causa e de um misturador automático com diversas velocidades, usado para o processo de homogeneização das preparações semi-sólidas. Está também equipado com um computador integrado no SI da mesma. Neste espaço estão também armazenadas as fichas de preparação usadas, assim como o formulário galénico português e a Farmacopeia Portuguesa IX.

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Jorge Neri Página 5

2. Gestão e administração da Farmácia

A gestão e administração de uma farmácia é um tema que cada vez mais tem vindo a ser posto em causa nas mais diversas farmácias espalhadas pelo nosso país. Uma boa farmácia torna-se o espelho de uma boa gestão, tornando as decisões desta vertente fundamentais para a sobrevivência ou para o sucesso da mesma. A Drª Raquel Conceição e Filipe Carneiro são os profissionais responsáveis pela gestão dos stocks da FCC, delineando os stocks máximos mínimos consoante a época sazonal, elaborando encomendas e identificando potenciais negócios favoráveis a mesma e mínimos consoante a época sazonal.

As farmácias hoje em dia optam por estratégias de contenção e em muitas é dada preferência às reservas do cliente, deixando de parte o stock mínimo de sobrevivência. Os casos de rotura de stock no mercado nacional, são comuns e podem, em situações terminadas situa comprometer a venda. Muitas vezes a inviabilização da dispensa de um medicamento pode prejudicar gravemente a farmácia, impedindo que por exemplo uma receita seja aviada e por outro lado o cliente fica por vezes insatisfeito. Precisamente neste âmbito cada vez mais é fundamental que a farmácia disponha de ferramentas avançadas para permitir o controlo e gestão dos produtos, garantindo assim que os casos de rotura ocorram o mais esporadicamente possível. Um dos exemplos destas ferramentas trata-se do sistema informático, que no caso da FCC é o PHC Advance® da Logitools®. Neste

sistema encontra-se integrado tudo o que abrange a farmácia, desde a conferência de encomendas até à dispensa do medicamento. Este software está integrado com o próprio sistema de armazenamento robótico da FCC. Apesar de tudo, este sistema é bastante intuitivo, e como tal em poucos dias, consegui facilmente perceber a dinâmica do mesmo, o que me permitiu encaixar no ritmo de trabalho da FCC mais rapidamente. No sistema informático é também delineado o plano de aquisição de produtos (Anexo II). O historial comercial dos mesmos fica registado, podendo ser consultado em qualquer computador da FCC. Cada profissional dispõe de um utilizador e de uma senha pessoal para o acesso ao sistema informático, porém existem certas funções que são exclusivas do farmacêutico e outras que apenas certos profissionais dentro da FCC podem realizar. Durante o meu estágio utilizei o software descrito todos os dias desde a conferência de encomendas até ao atendimento ao público.

A gestão da equipa profissional também é fulcral para o bom funcionamento da farmácia. Os horários são feitos por turnos e os profissionais trabalham de forma intercalada garantindo a funcionalidade da farmácia em todas as suas horas de abertura ao público.

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2.1 Encomendas

Muita da gestão estratégica de uma empresa passa por operações que não são expostas ao público ou consumidores. É muito importante garantir a manutenção de um produto ao consumidor mas sempre da forma mais vantajosa, e a farmácia não foge à regra. A rotação dos produtos é o ponto-chave da sua gestão: “produtos mais vendidos devem mais encomendados”, ou seja, os produtos devem ser organizados de acordo com a sua prestação nas vendas (sistema ABC em que A representa os produtos com maior participação nas vendas da farmácia e o C serão os que prestam menor participação), contudo há que ter atenção ao grau de imprescindibilidade de um produto, ou seja, até pode nem ter grande influência nas vendas mas é fundamental tê-lo em stock.

2.1.1 Fornecedores e realização das encomendas

De forma a se obterem os produtos desejados normalmente as farmácias contam com as cadeias de distribuição de medicamentos ou também designados de fornecedores ou armazenistas. A FCC conta com a atividade de distribuição da OCP Portugal, sendo o principal armazenista que a fornece na sua atividade diária. Este armazenista realiza três entregas diárias, permitindo ajustar mais convenientemente as necessidades dos doentes e da própria gestão da farmácia, tornando-se útil em situações de stocks esgotados e pedidos pontuais. As encomendas a este fornecedor são feitas quer por telefone quer pelo sistema informático da farmácia. Para além da OCP, outros armazenistas tais como a Empifarma e a Coprofar são usados para situações mais específicas. Quando é necessário são ainda feitas encomendas diretamente aos laboratórios.

Periodicamente, os delegados dos diferentes laboratórios dirigem-se à FCC para apresentar e negociar os seus produtos. Normalmente a encomenda aos laboratórios e delegados pode trazer bonificações ou outros benefícios muito vantajosos. Estas vantagens são mais discretas no caso dos distribuidores. É importante referir que uma farmácia bem gerida pode tirar bom partido destas bonificações. O momento da compra dos produtos pode tornar ser muito importante, no sentido que é possível fazer, por exemplo, compra de produtos sazonais como os “anti-gripais” não sujeitos a receita médica fora da sua “época” e conseguir benefícios mais significativos do que se fossem obtidos nas alturas do ano de maior procura.

2.1.2 Receção e Conferência de encomendas

Apesar de muitas vezes negligenciado, a receção e conferência de encomendas é o ponto de partida do trabalho da farmácia. Os produtos, uma vez entregues devem ser conferidos e registados no sistema, e o rigor e exatidão deste processo é fulcral. Muitos

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Jorge Neri Página 7 dos erros de stock podem e devem ser evitados se a conferência de encomendas for feita de uma forma correta.

A OCP Portugal realiza as suas entregas através dos contentores ou também chamadas “banheiras” devidamente seladas. São acompanhadas por uma fatura em duplicado, onde estão descritas as quantidades aviadas, os produtos que se encontravam esgotados, assim como o Código Nacional Português (CNP) que os acompanha, imposto de valor acrescentado (IVA), Preço de Venda à Farmácia (PVF) entre outras informações (Anexo III). Existem casos em que são usadas guias de transporte. As guias de transporte são documentos que são necessárias em situações específicas tais como uma devolução de um produto a farmácia.

No que diz respeito ao transporte, existem dois tipos de contentores: os normais que no caso da OCP são verdes e os contentores de produtos que têm de ser conservados em condições específicas como é o caso dos produtos que necessitam de temperaturas baixas. Estes são azuis e normalmente vêm revestidos com esferovite. No seu interior têm 4 placas de gelo, permitindo alguma conservação. Por questões de segurança destes produtos, sempre que se recebem encomendas devemos ter em atenção aos seus contentores e colocá-los o mais rapidamente num local apropriado. Por outro lado, o armazenista exige que nos casos em que é necessário efetuar uma devolução deste tipo de produtos, seja necessário realizar uma marcação para garantir o estado de conservação dos mesmos.

Os produtos irão ser introduzidos no sistema através dos computadores na zona de conferência de encomendas. Alguns produtos entram diretamente no sistema robótico e posteriormente são conferidos no SI outros são lidos através do leitor ótico de códigos de barras ou então manualmente através da inserção do CNP. Deve-se ter atenção que a leitura do código tem de ser efetuada exclusivamente pelo CNP. Caso sejam produtos com o código de barras convencional é possível virem acompanhados do CNP escrito em numerário. O CNP pode eventualmente apresentar a sigla ANF antes deste.

No ato de conferir uma encomenda devemos ter em atenção aos seguintes aspetos: produtos aviados, verificando sempre se a fatura lhes corresponde; quantidades; preço unitário e preço total, já que o valor final da fatura deverá corresponder à soma das bases mais o IVA. Por outro lado, é importante ter em conta sempre o aspeto externo das embalagens, tentando verificar alguma anomalia nas mesmas, assim como as etiquetas de preço, de maneira a detetar variações que podem passar despercebidas e por fim o prazo de validade. Uma vez terminada a conferência no SI (Anexo IV), é impresso um documento e arquivado juntamente com as faturas enviadas pelo armazenista para posterior confirmação e possíveis correções no final do mês. Existem ainda outras

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Jorge Neri Página 8 particularidades: as reservas. A FCC possibilita um serviço de reservas, pagas ou não, mediante a existência do medicamento em questão no armazenista. Caso seja emitida uma reserva e esta seja paga, o stock virtual irá ficar negativo, uma vez que foi pago um medicamento que não existia no momento. Este ponto é importante para a conferência de encomendas, uma vez que dever-se-á ter atenção aos medicamentos assinalados a vermelho, significando que estão reservados para um doente. No momento em que o medicamento entra no SI, o stock é reposto ficando a 0 e o utente apenas o tem de levantar. Dever-se-á ter atenção aos produtos de venda livre ou Medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM). Ao estarem inseridos nesta categoria apenas apresentam um teto máximo de comercialização, estando a farmácia livre para poder ajustar a margem. No caso da FCC, a margem é ajustada aplicando ao preço de venda a farmácia um fator de multiplicação, que depende se o IVA é 6% ou 23% que acaba por incluir o PVF, o IVA e a margem de lucro. Durante a conferência de encomendas, podemos sugerir que o sistema informático aplique a margem automaticamente, já previamente programada. Porém devido à localização da FCC, a presença de concorrência muito próxima exige que certos produtos tenham margens de lucro mais apertadas, de maneira a tentar garantir a competitividade para com esses locais.

O meu estágio iniciou-se pela receção e conferência de encomendas o que me permitiu iniciar a familiarização com os medicamentos, nomeadamente aspeto, cores e tamanhos que durante o atendimento ao público se revelou muito importante já que os utentes muitas vezes recorriam a estas caraterísticas para identificar os laboratórios ou mesmo os princípios ativos.

2.2 Devoluções

Sempre que for detetada uma anomalia na embalagem, troca de produto entre outras situações é necessário proceder a uma devolução. No SI, é possível proceder à elaboração de uma nota de devolução, na qual deverão ser especificados os motivos de devolução, assim como o produto em causa a devolver. Igualmente é feita uma reclamação por telefone para o fornecedor que apresentará um número correspondente. Este tem de estar implícito na nota de devolução. A nota de devolução surge como um triplicado onde duas cópias são levadas pelo fornecedor e a outra é arquivada.

Existem situações em que o fornecedor não aceita a devolução, pelo que o produto tem de retornar ao stock da farmácia para ser posteriormente incluído nas perdas, uma vez que não é possível a sua comercialização.

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2.3 Armazenamento

O armazenamento da maioria das embalagens é feito pelo sistema robótico impregnando na farmácia. Apresenta capacidade para mais de onze mil embalagens e foi uma inovação que veio substituir o sistema de gavetas anteriormente usado. Este sistema tem dois braços independentes entre si é capaz de armazenar e dispensar medicamentos ao mesmo tempo. O método de armazenamento é aleatório, tendo em conta apenas o tamanho das embalagens. O sistema é isolado do exterior sendo operado a partir de dois monitores que presentes na área de conferencia de encomendas. (Anexo I)

Porém existem algumas exceções no armazenamento. Quer no piso 1 como no piso 0, existem algumas prateleiras que são usadas para armazenar produtos que não podem ser colocados no robot como por exemplo os xaropes (risco de quebra) ou produtos de ortopedia pois têm grandes dimensões. Assim a FCC apresenta no piso 1 prateleiras para armazenamento de produtos com grande capacidade de escoamento, ampolas de vidro e embalagens de grandes dimensões. Ainda no piso 1 são armazenados os emplastros transdérmicos, água oxigenada entre outros produtos. No piso 0, na zona de receção de encomendas são armazenados os produtos de uso externo. Na retaguarda da zona de atendimento existem também algumas prateleiras para o armazenamento de xaropes, assim como um frigorífico para produtos como insulinas, colírios e outros produtos que requerem condições de conservação específicas. O frigorífico tem a temperatura e ambiente próprios que são controlados diariamente. Na área de atendimento ao público estão armazenados e expostos nos lineares vários produtos de dermocosmética de diversos laboratórios, assim como suplementos alimentares e produtos capilares. Na montra direita existe um espaço exclusivo aos produtos de ortopedia de grandes dimensões.

2.4 Controlo dos prazos de validade

O processo de controlo do prazo de validade dos produtos da farmácia é crucial por dois motivos particulares: garantir a comercialização do produto e ao mesmo tempo, caso seja necessário, tentar substituir o produto junto do fornecedor se possível. O controlo dos prazos é feito em duas alturas distintas: durante a receção das encomendas e por outro lado mensalmente, sendo que ambos têm a intervenção do sistema informático. Sempre que um produto entra na FCC, a sua validade é tida em conta, corrigindo-se sempre que for necessário. Para além do mais, mensalmente é emitida uma lista com os MNSRM cujo prazo de validade está a acabar dentro de 6 meses.

No caso dos produtos armazenados dentro do sistema robótico, a sua maioria MSRM é possível pedir pelo ecrã de controlo a remoção de produtos com determinadas características e entre elas encontram-se os produtos cujo prazo expira dentro de 3 meses.

(20)

Jorge Neri Página 10 A devolução destes produtos normalmente tende a ser algo mais simples do que os restantes. Durante o meu estágio tive a oportunidade de realizar o controlo dos prazos de validade mensalmente, tarefa que para além de contribuir para a qualidade da gestão dos

stocks foi importante para começar a reconhecer os locais onde os produtos eram

guardados.

2.5 Informação

Sempre que surgiam dúvidas ou questões sobre determinados medicamentos que necessitassem de uma pesquisa, no imediato, profissionais da FCC recorriam ao uso da internet para consultar os sítios mais indicados: site do INFARMED: (www.infarmed.pt), o o site da Food and Drugs Administration (www.fda.gov). Por outro lado, o Prontuário Farmacêutico era outra fonte de informação muito útil, muitas vezes usada para discutir questões colocadas pelas Farmacêuticas. Sempre que era possível, recorria-se à informação disponibilizada pelos Delegados de Informação Médica. Durante o estágio, houve situações em que necessitei de recorrer à informação disponibilizada nestes panfletos, principalmente nos produtos de higiene oral tal como Bexident®.

3. Dispensa de produtos

3.1 Dispensa de Medicamentos

Os medicamentos apresentam um estatuto salvaguardado na lei portuguesa e são divididos em MSRM e MNSRM. O medicamento tem objetivo prevenir ou curar, através da alteração de processos ou mecanismos metabólicos do organismo.

3.1.1 Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

Fazem parte desta categoria todos os medicamentos que “possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;” [5]. Este tipo de medicamentos é de venda exclusiva nas farmácias e obrigatoriamente tem de ser apresentada uma receita de um prescritor. Os MSRM apresentam um PVP já pré estabelecido, que não pode ser alterado nas farmácias.

3.1.1.1 Receita médica

A receita médica (RM) é um documento essencial na dispensa de MSRM. De facto, é necessária a sua presença para a se proceder a dispensa da medicação em causa já que se trata de um “documento através do qual são prescritos, por um médico ou, nos casos previstos em legislação especial, por um médico dentista ou por um odontologista, um ou mais medicamentos determinados” [5].

(21)

Jorge Neri Página 11 A prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI) passou a ser obrigatória a partir de 2012, centralizando-se a atenção na escolha farmacológica, o que contribuiu para um maior uso racional do medicamento. A prescrição por nome comercial só pode ser feita nos casos em que não há medicamentos similares, não há medicamentos genéricos com comparticipação ou mediante uma justificação entre três possíveis: a) medicamentos com margem ou índice terapêutico estreito que devem constar na lista da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (INFARMED); b) Suspeita, comunicada ao INFARMED de intolerância a um medicamento com a mesma substancia ativa; e por fim c) Medicamento destinado a assegurar a continuidade de um tratamento com duração estimada superior a 28 dias. É salvaguardada a mediação do profissional de saúde que dispensa, ou seja caso a prescrição não apresente a justificação devida ou esteja mesmo ausente, a dispensa será feita como se DCI se tratasse. No caso dos MNSRM, a prescrição já pode incluir o nome comercial. No que refere a esta situação, muitas vezes questionava o utente se pretendia mesmo o medicamento em questão ou se procurava outras alternativas, quer por razões económicas quer por outras razões [6].

Cada receita apenas pode ter quatro medicamentos diferentes e no máximo quatro embalagens, mas cada medicamento só pode ter duas embalagens prescritas, exceto caso seja dose unitária que neste caso pode ter até 4 por medicamento. Sempre que a RM de um medicamento comparticipado não apresente as dimensões da embalagem em causa, o Farmacêutico por lei deve dispensar a embalagem com menor quantidade [6].

Atualmente a prescrição de medicamentos é feita de forma eletrónica, contribuindo para a segurança do sistema e dos doentes e facilita a comunicação entre os diferentes profissionais de saúde. Para além da prescrição eletrónica existe ainda a prescrição manual cuja utilização vai proceder até à sua desmaterialização. Esta é possível em quatro situações: em caso de Falência informática; Inadaptação do prescritor; Prescrição no domicílio; Até 40 receitas/mês. Da experiencia que obtive consigo concluir que a prescrição eletrónica se revelou uma mais-valia na relação medico-farmacêutico-doente. A atenção para este último é muito maior, uma vez que a leitura é extremamente mais fácil, permitindo que o farmacêutico se concentre mais em quem mais precisa [6].

3.1.1.2 Ato da dispensa

A dispensa do medicamento começa pela validação da RM, isto é, no momento em que o farmacêutico recebe a receita deverá verificar a sua constituição, identificando todos os componentes essenciais desta desde o código de barras que terá de ser inserido no SI (Anexo V), até aos pormenores como o máximo que o doente paga por medicamento ou a data de validade. O farmacêutico deve então prontamente verificar a situação do doente ou da pessoa que deseja levantar os medicamentos e informá-lo dos genéricos disponíveis

(22)

Jorge Neri Página 12 para a prescrição em questão referindo o mais barato (Por lei, a farmácia é obrigada a ter em stock três medicamentos com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem, de entre os que correspondam aos cinco preços mais baixos de cada grupo homogéneo). Dever-se-á ter em atenção ao regime de comparticipação, e caso seja necessário solicitar o documento identificativo do regime em questão. No final da venda é feita a impressão da receita e da declaração de receção dos medicamentos no verso da receita que será assinada pelo utente e pelo farmacêutico, carimbada e datada. É também impressa a fatura que tem de ser carimbada e assinada para ser validada. Este aspeto sofreu uma alteração no início do ano fiscal. Até 2014, para fins de validade fiscal e de despesas de saúde no Imposto sobre o rendimento das Pessoas Singulares (IRS), apenas era necessário o nome da pessoa. A partir de 1 de janeiro de 2015 é necessário que a fatura seja emitida com o nome e o número de contribuinte.

No caso do stock de um determinado medicamento se encontrar a zero a FCC possibilita um serviço de reservas, pagas ou não, mediante a existência do medicamento em questão no armazenista. Caso seja emitida uma reserva e esta seja paga, o stock virtual irá ficar negativo, uma vez que foi pago um medicamento que não existia no momento. Este ponto é importante para a conferência de encomendas, uma vez que dever-se-á ter atenção aos medicamentos assinalados a vermelho, significando que estão reservados para um doente. No momento em que o medicamento entra no SI, o stock é reposto ficando a 0 e o utente apenas o tem de levantar.

É durante o ato da dispensa o farmacêutico deve proceder ao aconselhamento. Este procedimento deve ser sempre o mais personalizado possível e adequar-se a cada situação. Deverão ser fornecidas informações sobre a posologia do medicamento, método de tratamento, outras informações como medidas terapêuticas não farmacológicas entre outras. No meu estágio na FCC tive inúmeras oportunidades para realizar o atendimento ao público, porém consegui desde muito cedo observar os profissionais da mesma a fazê-lo. Sempre que realizei a dispensa de MSRM houve sempre apoio por aparte de toda a equipa.

3.1.1.3 Comparticipações

O sistema de comparticipações do Sistema Nacional de Saúde (SNS) foi aprovado pelo DL 48-A/2010, de 13 de Maio. A comparticipação dos medicamentos surge sempre condicionada pelo seu valor terapêutico e pela sua vantagem económica. A comparticipação assegurada pelo estado pressupõe a divisão em escalões. Os escalões são Escalão A cujos medicamentos são comparticipados em 90%, Escalão B, 69%, Escalão C, 37%, e Escalão D,15%. Estes escalões caraterizam grupos terapêuticos de medicamentos que estão salvaguardados na Lei Portuguesa. A título de exemplo, os

(23)

Jorge Neri Página 13 medicamentos antineoplásicos vendidos nas farmácias estão incluídos no escalão A enquanto os medicamentos do Aparelho Cardiovascular já se encontram no escalão B. A lista dos medicamentos pertencentes a cada grupo são fixados em portarias. O valor máximo de comparticipação é determinado pelo sistema de preços de referência e é aplicado aos medicamentos dos grupos homogéneos. Cada um destes grupos é constituído por medicamentos com a mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias ativas, forma farmacêutica, dosagem e via de administração, no qual se inclua pelo menos um medicamento genérico existente no mercado. O Preço de Referência corresponde à média dos 5 preços mais baixos dos medicamentos que integram cada grupo homogéneo. Até ao vigésimo dia do último mês de cada trimestre civil o INFARMED publica a lista dos grupos homogéneos[7], [8].

Durante o meu estágio tornou-se essencial compreender o sistema de comparticipações e rapidamente conseguir identificar o regime ou o subsistema de comparticipação.

Para além destas situações existem ainda sistemas de complementaridade cujo objetivo acaba por reduzir ainda mais o custo do medicamento para o doente, ou seja, acrescem ao valor comparticipado pelo estado. Dentro destes destaca-se por exemplo SAMS, EDP-SAVIDA, MEDIS-CTT que dizem respeito a acordos com a entidade patronal e por outro lado podem existir seguros de saúde como o da Multicare ou da Fidelidade Seguros. Como o nome indica, existe a complementaridade do SNS, ou seja, a receita é igual e o utente tem de exibir o cartão de identificação para usufruir da comparticipação, pelo que é necessário tirar uma fotocópia da receita onde deve constar o cartão em causa (a RM original vai para o SNS enquanto que a cópia segue para a entidade responsável pela complementaridade) [8].

3.1.1.4 Comparticipação de medicamentos – regime especial

Paralelamente ao regime normal de comparticipação, a lei portuguesa estabelece o regime especial que prevê um aumento na percentagem de comparticipação em função do beneficiário (pensionistas com baixos rendimentos) ou nos casos de determinadas patologias. Muitas destas resultam em condições determinantes na vida dos utentes e a respetiva medicação é considerada imprescindível para a sobrevivência. Nestes casos, a lei portuguesa dita que o Estado salvaguarda todos os encargos com os mesmos medicamentos. Os medicamentos destas patologias não estão todos disponíveis na farmácia de oficina, existem diversos que são de dispensa exclusiva hospitalar. O site do INFARMED disponibiliza uma Tabela detalhada sobre as patologias e a percentagem de comparticipação correspondente (Anexo VI) [7-9].

(24)

Jorge Neri Página 14 As RM de pensionistas abrangidos por este regime devem apresentar a sigla “R” e receitas de utentes abrangidos por um regime especial de comparticipação de medicamentos em função de patologia com a sigla “O”.

A que tem maior visibilidade no ato do atendimento ao publico é a Diabetes, pelo que o software disponibiliza um mecanismo facilitado para realizar as respetivas comparticipações, porém é importante realçar doença de Alzheimer e a artrite reumatoide. 3.1.2 Compra, Armazenamento e Dispensa de Estupefacientes e Psicotrópicos

Devido aos efeitos no sistema nervoso central, possibilidade de provocar toxicodependência ou serem usados para fins ilícitos como tráfico ilegal ou contrabando, os psicotrópicos e os estupefacientes acabam por estar ao abrigo de leis exclusivas que exigem cuidados acrescidos durante todo o seu processamento. O DL nº 15/93 de 22 de janeiro estabelece esses mesmos cuidados para além de salvaguardar o regime jurídico aplicável ao seu tráfego e consumo. A compra por parte da farmácia é feita de igual forma como para os restantes produtos. Porém, no momento da receção e juntamente com as faturas, existe um documento alusivo a estes produtos, contendo um código específico (Anexo VII). Este documento surge em duplicado e deve ser assinado e carimbado pelo Diretor técnico, sendo arquivado na Farmácia durante três anos, Aquando da dispensa devem ser obtidos os seguintes dados: do médico: o nome e morada, o nº de inscrição na Ordem dos Médicos, data e a assinatura; enquanto do doente: nome, morada, sexo, idade, Número de Identificação Civil e por fim por parte da pessoa que processe ao levantamento da medicação é igualmente necessário o nome, morada, sexo idade e número de identificação civil. Por lei, apenas o Farmacêutico, ou o substituto em caso de impedimento, pode aviar receitas com psicotrópicos ou estupefacientes. A RM, tal como já referido anteriormente, deverá ser identificada pela sigla RE – receita especial (Anexo VIII) e apenas pode apresentar o medicamento em questão. Cada receita só pode ter o medicamento classificado como psicotrópico ou estupefaciente. No ato da venda para além de ser necessário fotocopia-la, são também emitidos documentos que terão de ser armazenados na farmácia durante um período de três anos. A receita original no que diz respeito à comparticipação tem o tratamento semelhante das restantes, pelo que segue para o Centro de Conferência de Faturas. O farmacêutico deve ainda até ao 8º dia do mês seguinte elaborar um relatório onde irão constar todos os fármacos deste tipo dispensados assim como segundo a lei um duplicado de cada receita, e deve enviar esse mesmo documento para o INFARMED [10-12].

(25)

Jorge Neri Página 15 3.1.3 Receituário

Mensalmente é necessário proceder à conferência do receituário. Este procedimento tem como fim obter a percentagem de comparticipação corresponde ao Estado e os procedimentos estão salvaguardados na Portaria nº 193/2011. Quando as RM são processadas pelo SI, cada uma recebe um número e um lote. Cada lote é composto por 30 receitas. Os lotes apresentam códigos que que têm diferentes características, como por exemplo o lote 10 corresponde às receitas normais e o 15 aos pensionistas (Anexo IX). Ao longo do mês, os profissionais da FCC tentam manter estes lotes organizados, facilitando o processo anteriormente referido. É enviado até ao 10º dia de cada mês para o Centro de Conferência de Facturas (CCF), que está sobre a alçada da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS): as RM, a Relação resumo de lotes, os Verbetes de identificação de lotes e a factura mensal dos medicamentos vendidos. No que diz respeito à fatura mensal, são enviadas a ACSS quatro cópias. Esta entidade reenvia à farmácia duas cópias carimbadas: uma para arquivo e outra para a Associação Nacional de Farmácias (ANF), entidade que no caso da FCC colabora no caso das complementaridades [13], [14].

Com a implementação da RM eletrónica, conceito e procedimento que não tive oportunidade de constatar, o sistema passará a ficar integrado nacionalmente e a conferência de receituário passa a ser evidentemente mais simples.

3.2 Medicamentos Não sujeitos a Receita Médica

Segundo a lei portuguesa, consideram-se MNSRM todos aqueles que não cumpram os requisitos necessários para serem considerados MSRM. Estes medicamentos devem ser usados em situações menores, muitas vezes auto limitadas e devido a isso contêm indicações para situações de automedicação salvaguardada na lei. No que diz respeito à comparticipação e salvo algumas exceções, os MNSRM não são comparticipados. O INFARMED, além do mais, disponibiliza através do seu website uma lista atualizada diariamente dos MNSRM. [1]

Muitas vezes durante um aconselhamento, o Farmacêutico pode ver-se na situação de indicar um medicamento desta classificação, e, para tal, é fundamental garantir a segurança do doente. Por outro lado as medidas não farmacológicas nunca devem ser negligenciadas. Durante o meu estágio foram diversas as vezes que esta situação aconteceu. Nestes casos alertava sempre para o facto de as situações para as quais seriam usados certos MNSRM deveriam ser de curta duração. Sempre que surgisse algo anormal, os doentes deveriam recorrer ao médico. Na verdade, muitas pessoas escolhem a Farmácia com a finalidade de procurar um aconselhamento profissional, evitando os centros de saúde ou hospitais com grandes filas de espera. O farmacêutico, como é óbvio,

(26)

Jorge Neri Página 16 não é o profissional perito em diagnóstico e portanto deve ter sempre uma abordagem cuidadosa em todos estes casos: procurar saber o tempo de duração dos sintomas, a causa dos mesmos, se são situações repetitivas. Tudo isto para poder fazer a escolha mais acertada que por vezes é apenas uma indicação para uma ida ao médico. É importante referir que existem situações em que o doente pede um medicamento por iniciativa própria. Esta tendência advém muitas vezes de opiniões externas ou publicidade alusiva. O farmacêutico deve perante isso averiguar qualquer malefício que o medicamento possa provocar ao utente em questão, tentando adquirir informação para conseguir aconselhar da melhor maneira possível. Na FCC assisti igualmente à mudança da sazonalidade dos produtos, durante os primeiros três meses, muitas pessoas procuravam alívio dos sintomas gripais procurando inclusivamente medicamentos com publicidade televisiva como o Cêgripe® (Janssen-Cilag®) ou Strepfen® para alívio da dor de garganta (Reckitt Benckiser

Healthcare®). Já em abril começou a existir uma maior afluência para os cremes, assim

como anti-histamínicos [5].

3.3 Outros produtos de saúde

3.3.1 Medicamentos de uso veterinário

O DL n.º 184/97, de 26 de Julho [15] salvaguarda o regime jurídico dos medicamentos veterinários onde é descrito que o medicamento veterinário é todo o medicamento destinado aos animais. O farmacêutico também tem aqui um papel importante já que muitas vezes as pessoas dirigem-se diretamente à farmácia antes de consultar o médico veterinário. Na FCC os medicamentos veterinários mais procurados são as pílulas contracetivas e os desparasitantes.

3.3.2 Medicamentos manipulados

Segundo o Estatuto do medicamento: “Considera-se medicamento manipulado qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico.” Os medicamentos manipulados (MM) são regidos por leis próprias e por um guia de boas práticas a observar na preparação de medicamentos manipulados em farmácia de oficina e hospitalar, salvaguardada pela Portaria n.º 594/2004, de 2 de Junho. Devido ao baixo afluxo de medicamentos manipulados requisitados pelos utentes, a FCC celebrou no passado acordos com outros fornecedores de MM. O preço de venda ao público [16], [17] é calculado pela forma presente no decreto-lei: fórmula: (Valor dos honorários + Valor das matérias-primas + Valor dos materiais de embalagem) x 1,3, acrescido o valor do IVA à taxa em vigor (Anexo X).

Na FCC, são manipulados os medicamentos considerados mais simples e cuja rotatividade justificam as matérias-primas. No decorrer do meu estágio, tive a oportunidade

(27)

Jorge Neri Página 17 de realizar algumas manipulações É essencial ter em atenção aos lotes e a todas as validades assim como verificar as condições em que as matérias-primas estão. Os lotes devem ser corretamente registados na ficha de preparação. Por outro lado, devem-se ter em atenção as características de cada um dos componentes para evitar ao máximo perdas desnecessárias que se convertem em prejuízo para a própria farmácia. O passo seguinte é rotular a embalagem (Anexo XI). Nesta deverão constar as seguintes informações: nome e morada da farmácia, o nome do diretor técnico, a data da preparação, a fórmula do manipulado com as respetivas quantidades de substâncias ativas usadas, o prazo de validade, o número de registo e o preço. Sempre que for necessário: agitar antes de usar ou nos casos devidos: uso externo ou uso veterinário. O cálculo do preço está descrito na Portaria nº. 769/2004, de 1 de Julho que é elaborado através do auxílio de uma folha de cálculo. Durante o meu estágio tive oportunidade de realizar um manipulado, estando a ficha de preparação em Anexo XII [17].

4 . Serviços farmacêuticos disponíveis

Devido à crescente procura de algo mais do que o atendimento e aconselhamento farmacêutico dentro de uma farmácia, estes espaços estão cada vez mais a optar por oferecer aos utentes novos serviços. Desta forma, conseguem proporcionar-lhes um espaço polivalente, permitindo que a farmácia se torne cada vez mais num local de disponibilização de serviços de saúde.

Os serviços a disponibilizar por uma farmácia estão salvaguardados na Portaria n.º 1429/2007, de 2 de novembro. A FCC apesar de tudo consegue proporcionar alguns serviços dos quais destaco: análises bioquímicas, e consultas de nutrição por um profissional da área de duas em duas semanas com marcação prévia [18].

4.1 Determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos

A FCC apresenta no gabinete de boas práticas todo o material essencial para a determinação de simples parâmetros bioquímicos (colesterol total, Triglicerídeos e Glicémia), assim como parâmetros fisiológicos (Pressão arterial). Durante o período de estágio diversas foram as oportunidades para fazer as dadas medições. Sempre que o fazia, zelava pelo bem-estar da pessoa procurando ter conversas confortáveis para permitir o melhor ambiente possível. Seguidamente às medições procurava esclarecer duvidas que os doentes pudessem ter e essencialmente alertava para as terapias não farmacológicas que poderiam realizar de maneira a contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida. O farmacêutico deve ter uma atitude formativa e informativa, devendo tentar obter informações sobre o estilo de vida e alimentação.

(28)

Jorge Neri Página 18 4.2 Consulta de Nutrição

A FCC disponibiliza de duas em duas semanas os serviços de uma nutricionista através de consultas previamente marcadas. Normalmente, às quartas-feiras, é disponibilizado o gabinete de boas práticas para a Nutricionista como local de trabalho para as suas consultas. Nestas consultas é feita uma análise à alimentação e hábitos de vida da pessoa que solicitar a consulta, e, de acordo com os resultados que a nutricionista achar mais conveniente é feito um aconselhamento alimentar sobre a situação em causa

4.3. ValorMED e recolha de radiografias

A ValorMED é o Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens e de Medicamentos fora de prazo de validade ou fora de uso, após consumo, e contribui desta forma para uma causa ambiental e de saúde, garantindo a eliminação das embalagens fora das suas condições normais. O programa desenvolvido por esta sociedade conta ainda com a ajuda da Indústria farmacêutica assim como dos distribuidores e da população. A sociedade em causa distribui os contentores às empresas de distribuição de medicamentos que os fornecem as farmácias. Desta forma, a OCP no caso da FCC é o intermediário. A FCC faz também a recolha de radiografias sem valor de diagnóstico ou com mais de cinco anos. A FCC não tem o contentor ValorMED exposto na sua área de atendimento, mas as pessoas sentem-se sensibilizadas e muitas vezes perguntam se é possível deixar medicamentos estragados ou fora de prazo. No momento de troca do contentor, um dos impressos fica na farmácia (Anexo XIII)

4.4. Prospeção de serviços

No âmbito da oferta de serviços, procurei junto dos responsáveis da FCC ter uma atitude ativa, já que pode ser a chave para o crescimento da própria farmácia. Elaborei, então, um curto questionário sobre quais os serviços que os utentes gostariam de ver a FCC disponibilizar. Era um questionário simples, anónimo e muito rápido de elaborar, já que o cliente apenas teria de colocar uma cruz nos serviços desejados. (Anexo XIV) Este curto inquérito foi disponibilizado nos balcões de atendimento e continha uma série de serviços plausíveis a serem introduzidos e no verso apresentava muito brevemente o intuito e o objetivo destes serviços. Para além de novos, incluiu também serviços já disponibilizados o que permitiu retirar conclusões sobre a capacidade da farmácia em publicitar-se. Foram respondidos 64 inquéritos de um total de 80 impressos. Destes conclui-se que os serviços mais procurados pelos utentes da FCC seriam as consultas de nutrição e alimentação desportiva e coração saudável. Estes resultados podem ser justificados pelo facto da existência de um ginásio com uma média de frequentadores muito

(29)

Jorge Neri Página 19 significativa e por outro lado a existência do Hospital Privado da Trofa nas imediações do GaiaShopping.

5. A importância do relacionamento com colegas, utentes

e outros profissionais

Apesar do impacto que a profissão farmacêutica tem na saúde das populações, a verdade é que sendo a farmácia um estabelecimento comercial, esta é dependente dos seus utentes e portanto, a apresentação ao público é fundamental. Por outro lado, a forma como os seus profissionais se relacionam com a população que servem pode torna-se numa plataforma de segurança para a própria farmácia. Os utentes dão muita importância a forma como são atendidos e recebidos na farmácia. Quando se sentem confortáveis e com confiança muitos deles acabam por desenvolver conversas com temas fora do âmbito da farmácia em si. A verdade é que tais momentos permitem uma maior “fidelização” do cliente. O cliente como gosta do serviço, vai voltar ao mesmo local. Uma grande parte da população idosa que usufrui dos serviços da FCC tem uma relação próxima com os profissionais desta. Ao longo dos anos, foram construídas pontes de comunicação que facilitam não só o trabalho do farmacêutico como os problemas aos doentes. De facto, inclusivamente, consegui desenvolver com alguns utentes esta ligação e assim, apercebi-me da importância da apercebi-mesma para a farmácia. Acima de tudo, o farmacêutico não pode estar sempre a espera que chegue o cliente conhecido. Deve, por isso, optar por uma postura natura tentando comunicar o mais abertamente possível, adaptando-se sempre ao seu utente. Por outro lado deve-se sempre salvaguarda a privacidade do doente em questão. O código deontológico da Ordem dos Farmacêuticos chama igualmente a atenção para a questão ética da profissão farmacêutica assim como o dever de sigilo perante o doente.

Os profissionais da FCC foram extremamente importantes para o desenrolar da minha aprendizagem. Graças a eles consegui perceber a importância de uma relação profissional-utente para o sucesso da farmácia comunitária.

6. Marketing e Publicidade

As farmácias portuguesas apresentam uma serie de mais vaias no que diz respeito a publicidade e a disposição dos seus produtos. Certas marcas ou laboratórios, de acordo com os contratos celebrados podem exigir que os seus produtos sejam colocados em locais mais apelativos do que outros, como por exemplo, os locais imediatamente atrás dos balcões de atendimento ou então em montras. Durante o período em que estive na FCC foi-me explicado que as montras e os locais de exposição têm diferentes funções e

(30)

Jorge Neri Página 20 relevâncias, podendo a sua elaboração estar inteiramente da responsabilidade do laboratório (Anexo I) até outros casos em que apenas se colocava imagens alusivas. Zonas ao nível dos olhos ou em áreas mais iluminadas podem ser igualmente exigidas pelos laboratórios. Devido à localização da FCC, existe uma concorrência bastante desnivelada, e desde logo se destaca a Well’s® imediatamente em frente. Os utentes muitas vezes

pediam o aconselhamento profissional na FCC e dirigiam-se ao Hipermercado para ir obter os mesmos produtos, mas de forma mais barata.

No decorrer do meu estágio várias foram as oportunidades para aprender nas diversas formações a que assisti. Estas formações eram elaboradas pelos delegados de informação na própria farmácia ou formações exteriores através de inscrição prévia tal como as formações ISDIN® ou PharmaNord®. O âmbito destas ações é dar a conhecer aos

farmacêuticos e aos demais profissionais de saúde novos produtos ou então rever alguns conceitos sobre determinadas matérias, mas sempre focando nos produtos oferecidos pela marca.

7. Outras atividades

Campanha dia do Pai

No dia 19 de março de 2014, no âmbito do dia do pai, a FCC desenvolveu uma campanha de descontos nos produtos masculinos na ordem dos 15%. Para esta campanha elaborei um simples panfleto publicitário para exposição na montra e que se encontra em Anexo (Anexo XV).

(31)

Jorge Neri Página 21

Parte B - Casos de Estudo

1.

Campanha de sensibilização sobre as Doenças

Cérebro-cardiovasculares:

Hipertensão,

Acidente

Vascular Cerebral e Enfarte do Miocárdio.

A FCC serve um perfil de utentes com as mais variadas doenças, porém as que mais se destacam são, evidentemente, as cérebro-cardiovasculares. Por ser um tema muito delicado sugeri o desenvolvimento de uma campanha junto desta mesma população composta por um conjunto de panfletos ilustrativos do tema. Várias poderiam ser as doenças a abordar, porém restringi-me àquelas que me pareciam mais conhecidas da população e que de certa maneira as mais intriga.

1.1 Objetivos

Os objetivos deste projeto passaram por alertar a população sobre o acidente vascular cerebral (AVC), a hipertensão e o enfarte agudo do miocárdio (EAM) abordando as características e sintomas mais típicos, etiologia e terapias não farmacológicas, destacando, sempre que possível, a importância do esforço pessoal do doente na resolução do problema. Foi também dado ênfase à sua prevalência assim como à perigosidade das mesmas. A campanha serviria, de igual forma, para alertar a população para os fatores de risco assim como uma breve explicação da farmacoterapia de cada doença. Esta campanha teve início em março e prolongou-se até ao final do meu estágio.

1.2 Introdução

As doenças cérebro-cardiovasculares (DCCV) constituem-se como autênticos flagelos nas sociedades modernas. A alimentação desequilibrada associada a uma vida de sedentarismo são duas das principais atitudes de risco que podem desencadear estes problemas, porém, a verdade, é que existe muito mais do que isto.

As DCCV são um conjunto de doenças do coração e dos vasos sanguíneos, incluindo os cerebrais e apresentam um largo conjunto de fatores de risco e complicações associadas, sendo que o que mais se destaca é a aterosclerose. Este grupo de doenças pode ser divido de acordo com os ambientes e órgãos em que se desenvolvem as lesões: doença cardíaca coronária, cerebrovascular, arterial periférica, doença cardíaca reumática e malformações congénitas [19]. As duas doenças cardiovasculares que mais se destacam acabam por ser o EAM e o AVC [20].

A OMS estima que até 2030, 23 milhões de pessoas morram anualmente devido a doenças cardiovasculares. E ao mesmo tempo, a mesma organização defende que as

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