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VIABILIDADE E BIOMETRIA DE SEMENTES DE Mimosa heringeri BARNEBY

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VIABILIDADE E BIOMETRIA DE SEMENTES DE Mimosa heringeri BARNEBY Garcia, Jéssica Pereira1; Martins, Rosana de Carvalho Cristo1; Ferreira, Jéssica

Cristina Barbosa1 (jessicacbf.ifmg@gmail.com); Silva, Inaê Mariê de Araújo1

1Universidade de Brasília – Departamento de Engenharia Florestal/Mestrado em Ciências Florestais, UnB, Asa Norte – 70910-900 Brasília/DF.

RESUMO

Objetivou-se verificar e testar a viabilidade e avaliar os aspectos biométricos de sementes de M. heringeri Barneby com vistas à adequação de técnicas que viabilizem a produção de mudas em escala comercial. Coletaram-se frutos em 12 matrizes os quais foram beneficiados no laboratório LASEVIFLOR da Universidade de Brasília. Fez-se análise biométrica em 100 sementes nas quais mediu-se a largura, altura e espessura, além de observar o padrão de coloração. Foram realizados testes de pH de exsudato e condutividade elétrica. Verificou-se que não houve diferença entre as médias de sementes viáveis considerando os tempos de embebição testados. Os testes de pH de exsudato e de condutividade elétrica são indicados para análise da viabilidade das sementes de M. heringeri. Em relação à biometria, os resultados encontrados para todas as características analisadas estão em conformidade com os dados encontrados para a espécie na literatura.

PALAVRAS CHAVE: Arborização urbana; análise de sementes; cerrado. ABSTRACT

Aimed to verify and test the feasibility and evaluate the biometric aspects of seeds of M. heringeri Barneby to the suitability of techniques that enable the production of seedlings on a commercial scale. Fruits were collected in 12 matrices which have benefited in the laboratory LASEVIFLOR the University of Brasilia. Biometric analysis was done on 100 seeds in which measured the width, height and thickness, and observe the color pattern. Exudate of pH and electrical conductivity tests were performed. It was found that there was no difference between the means of viable seeds considering the times tested soaking. Tests for pH and electrical conductivity exudate are indicated for analysis of the viability of seeds of M. heringeri. Concerning biometrics, the results for all traits are in accordance with data found in the literature for the species.

KEYWORDS: Urban tree; seed analysis; cerrado.

INTRODUÇÃO

O Cerrado é um dos biomas mais ricos e ameaçados do planeta, representando um dos hotspots mundiais da biodiversidade (MYERS et al., 2000). Como uma das formas de valorização do bioma para garantir o incentivo à sua conservação, o uso de espécies nativas do cerrado para fins paisagísticos é de grande adequação, inclusive para plantio em vias públicas.

A arborização das cidades proporciona benefícios sociais, ecológicos e estéticos para a sociedade (ROCHA et al., 2004), além de ser uma opção de conservação das espécies dos biomas.

Dentre tantas espécies com o potencial ornamental que o cerrado possui (SILVA JÚNIOR, 2005), destaca-se a Mimosa heringeri Barneby, uma arvoreta de pequeno porte com potencial paisagístico, copa bastante ramificada e floração globular nas cores rosa claro e branco. Pode apresentar floração durante o ano todo com maior abundância nos meses de maio e junho. Sua distribuição é bem ampla nas formações de cerrado como no Cerrado sentido estrito, campo limpo úmido e seco e campo sujo úmido e seco.

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O incentivo do uso de espécies nativas deve vir acompanhado do suprimento da demanda, portanto a produção de mudas de espécies nativas do Cerrado, de boa qualidade e em grande quantidade, é essencial para atender a essa necessidade (SALOMÃO et al., 2003).

Nesse sentido as sementes florestais com qualidade adequada constituem-se em insumos essenciais para a formação dessas mudas. Tendo em vista o seu tamanho, geralmente pequeno, e a sua fácil conservação ao longo do tempo, seu manuseio torna-se fácil e a produção de mudas a partir das sementes pode ser realizada em regiões ou épocas distintas daquelas em que as mesmas foram produzidas.

Segundo Marcos Filho et al. (1987) a análise de sementes com uma interpretação correta de resultados é a maneira mais segura de identificar a qualidade de um lote de sementes. A utilização de sementes de qualidade genética, física, sanitária e fisiológica é fundamental para o sucesso de programas de plantio de mudas florestais produzidas por via seminal. O conhecimento do poder germinativo, da pureza, dos mecanismos de acúmulo de reservas, bem como o vigor do lote de sementes analisado, tem grande importância, pois, com estes dados tem-se uma estimativa do potencial de desempenho das sementes no campo (TUNES et al, 2008; FERREIRA; BORGHETTI, 2004).

A viabilidade, medida principalmente através de testes de germinação, e o vigor são os dois principais parâmetros avaliados para se determinar o nível de qualidade das sementes (POPINIGIS, 1977).

As análises físicas são medidas através da biometria, a qual é capaz de fornecer subsídios importantes para a diferenciação de espécies do mesmo gênero; fornecer informações para a conservação e exploração da espécie, permitindo uso eficaz e sustentável e detectar as relações entre a variabilidade genética e os fatores ambientais, além estar relacionada com as características de dispersão e com o estabelecimento de plântulas (CRUZ et al., 2001; FONTENELLE, 2007; ANDRADE et al., 2010).

Objetivou-se verificar e testar a viabilidade e avaliar os aspectos biométricos de sementes de

Mimosa heringeri Barneby com vistas à adequação de técnicas que viabilizem a produção de

mudas em escala comercial. METODOLOGIA

Os testes de germinação foram conduzidos no laboratório de Sementes e Viveiro Florestais – LASEVIFLOR do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília - UnB. Todas as sementes foram coletadas a partir da escolha de matrizes que apresentavam bom porte, com um bom estado fitossanitário, além de matrizes que possuíam frutos de qualidade e com alta produtividade, assim como indicado por Salomão et al. (2003).

As sementes da espécie M. heringeri foram coletadas em 12 matrizes numa área de cerrado típico no Gama – DF (15º59’46,6’’S e 48º4’28,8’’O) no mês de agosto em 2011. Após a coleta

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os frutos foram encaminhados para o LASEVIFLOR para o procedimento de beneficiamento, que consistiu na separação da semente do fruto. O beneficiamento foi realizado manualmente e por possuir frutos secos do tipo vagem, M. heringeri não demandou grandes esforços para a separação das sementes, portanto não foi necessária a ajuda de ferramentas como tesoura de poda.

A caracterização ou biometria das sementes foi feita em 100 sementes nas quais mediu-se a largura, altura e espessura das sementes e fez-se a observação do padrão de coloração das mesmas. Contabilizadas as sementes predadas.

Os testes rápidos realizados para determinação do vigor e viabilidade de sementes foram: 1) pH de exsudato, através do método individual, testando-se os períodos de embebição de 30, 60 e 90 minutos (MATOS, 2009); (2) condutividade elétrica, com auxílio de condutivímetro de bolso, testando-se as sementes por 30, 60 e 90 minutos de embebição em água deionizada. O delineamento estatístico adotado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições de 25 sementes por tratamento. Para a comparação entre os tratamentos de condutividade elétrica, pH de exuldato e tetrazólio, procedeu-se à ANOVA, seguida do teste de médias de Tukey, com a significância de 1%. Usou-se o programa GENES de acordo com as recomendações de Cruz (2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aplicação dos testes de condutividade elétrica, pH de exsudato e tetrazólio serviram como base para posterior verificação dos resultados obtidos nos testes de germinação. Como todos são testes de rápida verificação é possível uma estimativa de como a espécie vai se comportar em sua germinação.

A espécie M. heringeri não apresentou diferença significativa entre as médias da quantidade de sementes viáveis em relação ao tempo de embebição das mesmas para os testes de condutividade elétrica e pH de exsudato. As médias percentuais de viabilidade dos três tempos de embebição (30, 60 e 90 minutos) para a espécie são mostradas na Tabela 1. Tabela 1 – Média percentual de sementes viáveis para os tratamentos de Condutividade Elétrica e pH de exsudato para Mimosa heringeri.

Tempo de embebição M. heringeri

Condutividade Ph de exsudato

30 min 100% a 100% a

60 nim 97% a 99% a

90 min 96% a 98% a

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si ao nível de 1% de probabilidade, pelo teste Tukey.

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Verifica-se com base na Tabela 1 que não há diferença entre as médias de sementes viáveis considerando os tempos de embebição testados neste trabalho; assim sendo, pode ser efetuada a avaliação de viabilidade de sementes dessas espécies no menor tempo de embebição.

Ramos (2011) destaca que o teste de condutividade elétrica fornece uma boa confiabilidade e rapidez para avaliação da qualidade das sementes de Kielmeyera coriaceae. Santos e Paula (2009) analisaram o vigor entre lotes de sementes da espécie Sebastiania commersoniana pelo teste de condutividade elétrica e conseguiram separar os lotes mesmo com pequenas diferenças de qualidade.

Pelas características apresentadas pelo teste de pH de exsudato, este teste pode também ser empregado como um teste de vigor (PIÑA-RODRIGUES et al., 2004). Carvalho (2001) faz uso desta característica do teste de pH de exsudato quando comparou a qualidade de sementes oriundas de diferentes lotes, confirmando a confiabilidade desse teste.

Quanto à análise física, a caracterização ou biometria pela medição do tamanho das sementes gerou as seguintes médias que podem ser observadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Valores médios de altura, largura e espessura das sementes de Mimosa heringeri.

Espécie Altura (mm) Largura (mm) Espessura (mm)

M. heringeri 5,17 4,18 1,99

As sementes M. heringeri analisadas apresentaram padrão comum para a espécie altura média, largura média e espessura média de 5,17(mm), 4,18(mm) e 1,99(mm), respectivamente.

O padrão de coloração das sementes de M. heringeri varia em tons de castanho e são sementes que possuem brilho. Essa variação de cor vai desde um castanho escuro próximo ao preto até um castanho amarelado, sendo cada semente com cor uniforme quando sadia (Figura 1 – Padrão de coloração de sementes de Mimosa heringeri).

Figura 1 – Sementes de Mimosa heringeri.

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O formato das sementes dessa espécie segue um padrão arredondado. Nas sementes de coloração mais clara é observada uma linha mais escura ao redor da semente, com nitidez. Todas essas características estão de acordo com as informações encontradas na literatura. CONCLUSÃO

Para avaliar a viabilidade de sementes de Mimosa heringeri os testes de pH de exsudato e de condutividade elétrica são indicados. Em relação à biometria, os resultados encontrados para todas as características analisadas estão em conformidade com os dados encontrados para a espécie na literatura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, L.A.; BRUNO, R.L.A.; OLIVEIRA, L.S.B.; Aspectos biométricos de frutos e sementes, grau de umidade e superação de dormência de jatobá. Acta Scientiarum. Agronom. Maringá, v. 32, n. 2, p. 293-299, 2010.

CARVALHO, J. A. Conservação de sementes de citros e testes rápidos para avaliação da qualidade fisiológica. Lavras, 2001. Tese (Doutorado)-UFLA 140 p.

CRUZ, C. D. Programa Gênese Biometria. Editora UFV. Viçosa – MG. 382p, 2006.

CRUZ, E.D.; Martins, F.O.; CARVALHO, J.E.U. Biometria de frutos e sementes e germinação de jatobá-curuba (Hymenaea intermedia Ducke, Leguminosae Caesalpinioideae) Acta Amazônica, Manaus, Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.24, n.2, p.161-165, jun. 2001.

FERREIRA, A.G.; BORGHETTI, F. Germinação: do básico ao aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004. 323 p.

FONTENELLE, A.C.F.; ARAGÃO, W.M.; RANGEL, J.H.A. Biometria de frutos e sementes de

Desmanthus virgatus (L) Willd Nativas de Sergipe. Revista Brasileira de Biociências, Porto

Alegre, (Nota Científica) v.5, n.1, p.252-254, 2007.

MARCOS FILHO, J.; CÍCERO, S.M.; SILVA, W.R. Avaliação da qualidade das sementes. Piracicaba: FEALQ, 1987. 230 p.

MATOS, J. M. DE M. Avaliação do teste de pH de exsudato na verificação de viabilidade de sementes florestais. 2009. 75p., Dissertação de Mestrado –Universidade de Brasília. Brasília, DF.

MYERS N, MITTERMEIER RA, MITTERMEIER CG, FONSECA GAB, KENT J. 2000 Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, p. 853-858.

PIÑA-RODRIGUES et al. Teste de qualidade. In FERREIRA, A. G., BORGHETTI, F. Germinação do Básico ao Aplicado-p 283-297, 2004.

POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: AGIPLAN, 1977. 284 p.

RAMOS, K. M. O. Avaliação da Qualidade das Sementes de Kielmeyera coriaceae Mart. Através da Técnica de Condutividade Elétrica, Teste de Tetrazólio e Germinação. Brasília, 2011. 78f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade de Brasília,

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UnB.

ROCHA, R.T.; LELES, P.S.S.; OLIVEIRA NETO, S.N. Arborização de vias públicas em nova iguaçu, RJ: o caso dos bairros rancho novo e centro. Revista Árvore, Viçosa, 28, n. 4, p. 599-607, 2004.

SALOMÃO, A. N.; DAVIDE, A. C.; FIRETTI, F.; SOUSA-SILVA, J. C.; CALDAS, L. S.; WETZEL, M. M. V. S.; TORRES, R.A.A.; GONZÁLES, S. Germinação de sementes e produção de mudas de plantas do Cerrado. Brasília, Rede de Sementes do Cerrado, 2003. 96p.

SANTOS, S. R. G.; PAULA, R. C. Testes de vigor para avaliação da qualidade fisiológica de sementes de Sebastiania commersoniana (Baill.) Smith & Downs. Scientia Florestalis, Piracicaba, v.37, n.81, p. 07-16, 2009.

SILVA JÚNIOR, M.C. 100 Árvores do Cerrado: guia de campo. Ed Rede de Sementes do Cerrado, 2005. 278p.

TUNES, L.M.; OLIVO, F.; BADINELLI, P.G.; CANTOS, A.; BARROS, A.C.S.A. Testes de vigor em sementes de aveia branca. Revista da FZVA, Uruguaiana, v.15, n.2, p.94-106. 2008.

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