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Boletim estatístico AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO

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Boletim estatístico

AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO

Boletim Número 2

Segundo semestre

(2)

BOLETIM OBSERVATÓRIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO 1

Boletim estatístico

OBSERVATORIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO

www.observatorioasiapacifico.org

BOLETIM NÚMERO 2 SEGUNDOSEMESTRE DE 2012

Comércio exterior

 No período janeiro-dezembro de 2012, o valor das exportações de bens da América Latina e do Caribe para a

Ásia-Pacífico1 experimentou um aumento de 5,9% em relação ao mesmo período em 2011. Esta variação foi

consideravelmente menor à registrada pelas exportações da região para a Ásia-Pacífico em 2011, quando cresceram 23,6% se comparado com 2010. Entretanto, o dinamismo destas exportações foi maior que o das destinadas ao resto do mundo. (Veja quadro 1)

 As importações de bens provenientes da Ásia-Pacífico também experimentaram um menor incremento em 2012,

em comparação com 2011. Como resultado do anterior, a região acumulou um déficit comercial com a Ásia de pouco mais de 83 bilhões de dólares em 2012, em comparação com os 86 bilhões de dólares em 2011.

 Entre os principais destinos na região da Ásia-Pacífico, foi observado um melhor desempenho relativo das

exportações destinadas ao resto da Ásia (especialmente a Índia e as economias do ASEAN). Neste caso, das importações, as provenientes da China e do Japão apresentaram um maior crescimento. (Veja quadro 1)

 Nos últimos anos, a China passou a ser um dos principais sócios comerciais da América Latina e Caribe, chegando a

igualar a União Europeia como fornecedor de bens importados. As cifras de 2012 indicam que a proporção de importações da China supera a União Europeia em 1%. (Veja o gráfico 1)

 O maior dinamismo do comércio com a Ásia-Pacífico leva a uma crescente importância desta região para a

América Latina e o Caribe. De fato, em 2012, a Ásia-Pacífico representou 18% e 27% das exportações e importações regionais, respectivamente. (Veja o gráfico 1). O maior crescimento das exportações para o resto da Ásia (17,7%) se reflete em um aumento do peso relativo deste grupo de países, que passaram de 36%, em 2011, para 40%, em 2012, sobre o total das exportações para a Ásia-Pacífico.

 O México, a República Bolivariana da Venezuela, o Peru e a Colômbia explicam quase a totalidade do aumento, em

cifras absolutas, das exportações da América Latina e o Caribe para a Ásia-Pacífico em 2012.(Veja quadro 2)

Quadro 1. América Latina e Caribe: Evolução do comércio exterior com a Ásia-Pacífico e o Mundo, janeiro-dezembro 2010 a janeiro-dezembro2012

(Em milhões de dólares e taxas de crescimento)

Exportações Importações Jan-Dez 2010 Jan-Dez 2011 Jan-Dez 2012

Crescimento anual Jan-Dez 2010 Jan-Dez 2011 Jan-Dez 2012 Crescimento anual 2011 2012 2011 2012 Ásia-Pacífico 145994 186637 197693 27.8 5.9 225475 272530 280836 20.9 3.0 China 71561 95224 95395 33.1 0.2 112201 141609 151490 26.2 7.0 Japão 20373 24839 23971 21.9 -3.5 27237 31608 33512 16.0 6.0 Resto Ásia 54059 66574 78327 23.2 17.7 86037 99313 95835 15.4 -3.5 1

Para efeito do presente Boletim, a agregação Ásia-Pacífico inclui os fluxos comerciais com a Ásia em conjunto e a Oceania.

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BOLETIM OBSERVATÓRIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO 2

Resto do Mundo 725576 890249 894702 22.7 0.5 627422 766441 793601 22.2 3.5 Mundo 871570 1076887 1092395 23.6 1.4 852897 1038972 1074437 21.8 3.4

Fonte: CEPAL base na informação do Boletim Estatístico NO 10 da CEPAL.

 Dos dezesseis países da América Latina para os que se dispõe de informações mensais do comércio bilateral com a

Ásia-Pacífico, sete experimentaram uma redução das exportações em 2012: Argentina, Brasil, Chile e o Estado Plurinacional da Bolívia na América do Sul, e El Salvador, Guatemala e Nicarágua, entre os países centro-americanos. Com relação às importações, Argentina, Brasil, Guatemala e Paraguai reduziram suas compras de produtos originários da Ásia-Pacífico, neste período.

 O Brasil continua sendo o principal exportador da região, tanto para o conjunto da Ásia-Pacífico como para a

China, com participações de 39% e 44% do total exportado, respectivamente. O Chile se posiciona em segundo lugar, com participação de 19% das exportações, tanto para a Ásia-Pacífico quanto para a China. Se incluirmos a República Bolivariana da Venezuela, a Argentina, o México e o Peru, estes seis países juntos representam 95% das exportações da região para a Ásia-Pacífico, evidenciando um alto grau de concentração.

 Apenas quatro países da região registraram superávit comercial com a Ásia-Pacífico em 2012: Brasil, Chile, Peru e a

República Bolivariana da Venezuela. Cabe notar que o déficit comercial do México com essa região (US$ 96 585) supera os déficits registrados no restante dos países com posição deficitária.

Quadro 2. Evolução do comércio de bens da América Latina com a Ásia-Pacífico, por países

(Em milhões de dólares atuais e suas porcentagens)

a) Ásia-Pacífico

Exportações Importações

Jan-Dez 2011 Jan-Dez 2012 Crescimento Jan-Dez 2011 Jan-Dez 2012 Crescimento

Argentina 16 681 14 493 -13.1 16 430 15 627 -4.9

Bolívia, Estado Plurinacional 1 322 1 136 -14.1 1 700 1 725 1.5

Brasil 77 621 75 917 -2.2 72 090 70 221 -2.6 Chile 37 833 37 817 0.0 20 096 21 391 6.4 Colômbia 2 517 4 307 71.1 10 848 12 507 15.3 Costa Rica 1 233 1 454 17.9 2 362 2 658 12.5 Equador 915 1 610 75.9 5 224 5 761 10.3 El Salvador 149 104 -30.5 1 378 1 466 6.4 Guatemala 417 275 -33.9 2 772 1 398 -49.6 Honduras 242 294 21.4 837 991 18.4 México 16 078 19 388 20.6 109 380 115 969 6.0 Nicarágua 120 120 -0.4 900 1 088 20.9 Paraguai 244 248 1.7 4 062 3 567 -12.2 Peru 12 326 13 466 9.2 11 967 13 079 9.3 Uruguai 831 1 144 37.7 2 196 2 427 10.5

Venezuela, Rep. Bol. 18 107 25 920 43.1 10 288 10 963 6.6

América Latina 186 637 197 693 5.9 272 530 280 836 3.0

b) China

Exportações Importações

Jan -Dez 2011 Jan -Dez 2012 Crescimento Jan -Dez 2011 Jan -Dez 2012 Crescimento

Argentina 6 238 5 000 -19.8 10 573 9 954 -5.9

Bolívia, Estado Plurinacional 333 310 -7.0 862 973 12.8

Brasil 44 315 41 228 -7.0 32 790 34 248 4.4 Chile 18 601 18 435 -0.9 11 950 13 417 12.3 Colômbia 1 989 3 343 68.1 8 176 9 565 17.0 Costa Rica 200 323 61.9 1 276 1 436 12.6 Equador 192 391 103.5 2 290 2 732 19.3 El Salvador 2 4 79.7 572 614 7.3 Guatemala 29 31 7.1 1 719 836 -51.4 Honduras 66 61 -7.0 369 449 21.6

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BOLETIM OBSERVATÓRIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO 3 México 5 964 5 721 -4.1 52 248 56 936 9.0 Nicarágua Paraguai 30 41 39.1 3 429 2 974 -13.3 Peru 6 961 7 719 10.9 6 322 7 011 10.9 Uruguai 537 802 49.4 1 439 1 662 15.5

Venezuela, Rep. Bol. 9 768 11 986 22.7 7 594 8 683 14.3

América Latina 95 224 95 395 0.2 141 609 151 490 7.0

Fonte: CEPAL em base a institutos de estatística, bancos centrais, organismos de promoção de exportações, Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos, EUROSTAT da União Europeia e Direção de Estatísticas do Comércio (DOTS) do Fundo Monetário Internacional.

Notas: No caso da Venezuela são dados trimestrais, aos quaisfoi aplicada a tendência mensal de DOTS. Nãoestãoincluídos Cuba, Panamáe República Dominicana por falta de informações estatísticas oficiais para o período de referência.

Vistos em perspectiva, as exportações da América Latina destinadas à Ásia-Pacífico mostram um aumento constante durante os últimos seis anos, multiplicando-se por um fator de 3,1. Em 2012, a média mensal exportada pela região para a Ásia-Pacífico superou os 16 bilhões de dólares, em comparação com os 5,3 bilhões de dólares em 2006. Algo parecido acontece com as importações, multiplicadas por um fator de 2,2. (Veja o gráfico 3).

Gráfico 1. América Latina e o Caribe: Distribuição do comércio de bensde acordo com os principais sócios comerciais, Janeiro – Dezembro 2012

(Em porcentagens do total)

Exportações Importações

Fonte: CEPAL com base nas informações do Boletim Estatístico No10 da CEPAL.

Por sub-regiões, as exportações destinadas à China vindas dos países andinos cresceram a um ritmo superior ao de outras sub-regiões, mesmo estando abaixo do crescimento das importações. No caso daquelas destinadas à Ásia-Pacífico, destaca-se também a maior alta das exportações do México e do Mercado Comum Centro-Americano (veja Gráfico 2). Estados Unidos 40% União Europeia 12% China 9% Japão 2% Resto da Ásia 7% América Latina e o Caribe 18% Resto do Mundo 12% Estados Unidos 31% União Europeia 14% China 15% Japão 2% Resto da Ásia 10% América Latina e o Caribe 19% Resto do Mundo 9%

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BOLETIM OBSERVATÓRIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO 4 Gráfico 2. Sub-regiões da América Latina: Comércio com aChina e a Ásia-Pacífico, variaçãojaneiro-dezembro de 2012

com respeito a igual período de 2011 (Em porcentagens)

a)

Ásia-Pacífico

b) China

Fonte: CEPAL com base nos institutos de estatística, bancos centrais, organismos de promoção de exportações, Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos, EUROSTAT da UniãoEuropeiaeDireção de Estatísticas do Comércio do Fundo Monetário Internacional.

Notas: No caso da Venezuela são dados trimestrais, aos quais foi aplicada a tendência mensal de DOTS.

A desaceleração do valor total exportado para a Ásia-Pacífico durante 2012, em comparação com 2011, pode ser explicada basicamente pelo comportamento dos produtos básicos, cujas exportações se reduziram 1,2% em valor. Nesta evolução, foi determinante o comportamento dos preços, que caíram 7,9% neste período, com fortes quedas do cobre e seus derivados (-10%), assim como do ferro (-1,4%), os principais produtos de exportação para a Ásia-Pacífico. O açúcar, assim como o café, o chá e o mate, também mostraram quedas. Entre os produtos de maior importância na canastra exportadora regional para a Ásia, apenas o petróleo e a soja registraram aumentos de preços. Em todos os casos, o aumento dos volumes de exportação possivelmente compensou o menor dinamismo dos preços (veja o Boletín de Comercio No. 10 de CEPAL).

Gráfico 3. América Latina e o Caribe: Evolução do comércio com a Ásia-Pacífico, janeiro de 2006 a dezembro de 2012

(Em milhões de dólares atuais)

Fonte: CEPAL com base nos institutos de estatística, bancos centrais, organismos de promoção de exportações, Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos, EUROSTAT da União Europeia e Direção de Estatísticas do Comércio do Fundo Monetário Internacional.

Notas: No caso da Venezuela são dados trimestrais, aos quais foi aplicada a tendência mensal de DOTS.

Para 2013, a CEPAL projeta uma nova desaceleração do valor das exportações de bens da América Latina e Caribe dirigidas para a Ásia-Pacífico. Este menor crescimento tem sua explicação nas constantes quedas sofridas pelos

-10 0 10 20 México y MCCA MERCOSUR Países andinos América Latina Importaciones Exportaciones -10 0 10 20 México y MCCA MERCOSUR Países andinos América Latina Importaciones Exportaciones -15 000 -10 000 -5 000 0 5 000 10 000 15 000 20 000 25 000 30 000 en e/ 2 0 0 6 ab r/ 2 0 0 6 ju l/ 2 0 0 6 o ct /2 0 06 en e/ 2 0 0 7 ab r/ 2 0 0 7 ju l/ 2 0 0 7 o ct /2 0 07 en e/ 2 0 0 8 ab r/ 2 0 0 8 ju l/ 2 0 0 8 o ct /2 0 08 en e/ 2 0 0 9 ab r/ 2 0 0 9 ju l/ 2 0 0 9 o ct /2 0 09 en e/ 2 0 1 0 ab r/ 2 0 1 0 ju l/ 2 0 1 0 o ct /2 0 10 en e/ 2 0 1 1 ab r/ 2 0 1 1 ju l/ 2 0 1 1 o ct /2 0 11 en e/ 2 0 1 2 ab r/ 2 0 1 2 ju l/ 2 0 1 2 o ct /2 0 12

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BOLETIM OBSERVATÓRIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO 5 preços de alguns produtos básicos. Entretanto, a constante demanda asiática por produtos básicos da região atenuará a queda de preços que se espera sejam, em parte, compensados com a maior expansão do volume de exportações de alguns produtos básicos tradicionais (ferro, petróleo, cobre, soja, entre outros).

Breve análise por produtos do comércio com ASEAN e Índia

Neste segundo boletim, revela-se a relação bilateral da região com os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e com a Índia, com relação à identificação dos principais produtos exportados no primeiro caso, e com relação à determinação daqueles produtos com maior dinamismo no segundo.

A taxa de crescimento do valor das exportações dos dez principais produtos de exportação para o conjunto de países da ASEAN em 2011 foi de 47,4%, com taxas mais elevadas para os casos da soja, o minério de ferro e o algodão, com altas superiores a 65%, 90% e mais (veja quadro 3). Entre os produtos exportados para a ASEAN, destacam-se os produtos do complexo da soja que representam 25% do total exportado pela região ao referido grupo. Por país, é curta a lista dos principais fornecedores latino-americanos da ASEAN, destacando-se o Brasil, a Argentina e o Chile. Cada um com maior participação naqueles produtos onde goza de maior vantagem comparativa.

Dentro do grupo dos principais produtos destacam-se as exportações de plataformas de perfuração por parte do Brasil aos países da ASEAN. Este produto ocupa o quarto lugar da lista, e tem uma participação similar à do açúcar de cana.

A dupla concentração, tanto em produtos como em países fornecedores, representa um desafio para o resto dos países da região. No boletim estatístico N°1 do Observatório América Latina – Ásia-Pacífico já se destacava esta particularidade das relações com a Ásia-Pacífico, que se reproduzem no caso do comércio com os países da ASEAN.No entanto, as exportações da ALADI para os países da ASEAN são um pouco mais diversificadas do que aquelas destinadas à China e ao Japão.

Quadro 3. Países ALADI: Principais produtos exportados aos países da ASEAN, 2011 (Porcentagem das exportações totais e taxas de crescimento)

SA 2002 Principais produtos Participação no

total, 2011 crec 2010-2011 % exportado a Ásia/Mundo Principal fornecedor e participação (%) 230400 Tortas e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja 18.29 24.8 20.0 Argentina (74.63)

120100 Grãos de soja 6.58 97.9 4.7 Brasil (71.75)

271019 Óleos de petróleo ou de minério betuminoso 6.04 18.7 7.5 Brasil (74.33) 890520 Plataformas de perfuração ou de exploração, flutuantes ou submergíveis 5.83 … 100.0 Brasil (100)

170111 Açúcar de cana, em bruto 5.74 18.6 8.5 Brasil (99.97)

100590 Milho, excluído para semeadura 5.73 30.1 13.8 Argentina (74.90)

260112 Minério de ferro, aglomerados, excluídos piritas 4.28 12.3 7.4 Brasil (85.20) 740311 Catodos e seções de catodos de cobre refinado 3.42 39.5 2.1 Chile (95.78)

520100 Algodão não cardado nem penteado 2.88 65.4 26.1 Brasil (78.85)

260111 Minério de ferro, sem aglomerar, excluídos piritas 2.41 98.4 1.3 Brasil (91.90)

Principais 10 produtos 61.2 47.4 7.2

Outros produtos 38.8 17.7 1.0

Total 17,873 32.8 1.9

Fonte: CEPAL com base em dados COMTRADE.

Nota: Na construção do quadro foram incluídos os seguintes países: Argentina, o Estado Plurinacional da Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, México, Panamá, Peru, Paraguaie a República Bolivariana de Venezuela. São excluídos Cuba e Uruguai por falta de informação oficial na base de dados COMTRADE para operíodo de referência.

Os produtos mais dinâmicos exportados pela Índia para a América Latina e Caribe, no período 2005-2011, correspondem em grande medida a manufaturas de tecnologia média, além de alguns produtos intermediários e outros de natureza primária. Destacam-se os casos das motocicletas, dos fios e das autopeças, com participações superiores a 2%. A presença de insumos intermediários como corantes orgânicos, componentes heterocíclicos, têxteis, e produtos laminados geram uma incipiente integração dos produtos da Índia nas cadeias de valor nacionais dos países compradores da região (veja quadro 4). Em contraste, no mesmo período a América Latina e o Caribe exibem um número menor de produtos dinâmicos em suas exportações para a Índia, e todos eles correspondem a

(7)

BOLETIM OBSERVATÓRIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO 6 recursos naturais (primários ou processados), exportados por um reduzido número de países da região. Situação muito parecida ao patrão bilateral da relação comercial da região com a China. (Veja Boletim 1)

Quadro 4. Índia: produtos mais dinâmicos no comércio com a América Latina e o Caribe, 2005-2011 (Em porcentagens de crescimento das exportações e importações)

Código e descrição CUCI Crescimento anual 2005-2011 Proporção das exportações ou importações totais Principal sócio e participação

Exp ort aç õe s 7851 Motocicletas 29.7 4.3 Colômbia (63.51)

6513 Fios de algodão 34.7 3.8 Colômbia (29.19)

6515 Fios de filamento contínuo sintético 61.3 3.2 Brasil (55.12)

7843 Outras partes, peças e acessórios de veículos automotores 29.2 3.0 México (42.50)

6518 Fios de fibras descontínuas 48.4 2.8 Brasil (44.47)

3250 Coque semicoque de carvão 66.1 2.2 Brasil (100)

5311 Matérias corantes orgânicas 27.3 1.8 Brasil (40.82)

5751 Uvas frescas 70.7 1.7 Brasil (57.21)

5839 Outros Plásticos 263.3 1.6 Bahamas(98.65)

7643 Aparelhos transmissores de radiotelefonia 48.9 1.3 México (59.13)

8437 Camisas 56.0 1.3 Panamá (61.85)

6741 Produtos laminados planos 40.0 1.2 Peru (44.55)

5157 Outros compostos heterocíclicos 30.5 1.0 Brasil (49.65)

Im

po

rt

õe

s 3330 Óleos de petróleo e óleos de minerais betuminosos 100.0 62.7 Venezuela (57.89)

2831 Minério de cobre e seus concentrados 37.5 12.9 Chile (73.50)

4211 Óleo de soja e suas frações 6.9 6.7 Argentina (83.88)

9710 Ouro não monetário 90.4 1.5 Peru (80.81)

Fonte: CEPAL, com base nas Nações Unidas, Base de dados estatísticos sobre o comércio de marcadorias (COMTRADE)

Nota: É considerado dinâmico um produto cujo crescimento, no montante exportado ou importado no período 2005-2011, supere o das exportações ou importações totais e cuja participação nas mesmas em 2011 supere o 1%.

Principais iniciativas comerciais recentes na América Latina, Ásia-Pacífico e entre ambas as regiões

 Nos últimos anos, a lista de acordos comerciais transpacíficos se alargou rapidamente. Na América Latina, os países mais

ativos nesta matéria foram o Chile e o Peru, dois dos países para os quais a Ásia representa uma maior fração de suas exportações totais. Ultimamente, a Costa Rica, a Colômbia e o México foram somando esforços de maior integração transpacífica de jure. No Anexo 1 é apresentada a atualização da matriz sintética dos acordos vigentes e das negociações comerciais em curso entre os países latino-americanos e da Ásia-Pacífico.

 Entre 2012 e maio de 2013, entraram em vigor os tratados de livre comércio entre o Chile e a Malásia, e entre o Peru e o

Japão. Também foram assinados acordos entre o Chile e a Região Administrativa Especial chinesa de Hong-Kong e entre a Colômbia e a República da Coreia.

A Colômbia, o Chile, o México e o Peru estabeleceram formalmente, em junho de 2012, a Aliança do Pacífico (AP). Esta

iniciativa sub-regional de integração visa criar uma “área de integração profunda” entre seus membros, caracterizada pela livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas. A AP também busca se transformar em uma plataforma de projeção conjunta para a Ásia-Pacífico. Na VII Cúpula da AP, realizada em Cali no dia 23 de maio de 2013, os países membros ratificaram seu compromisso de eliminar as taxas alfandegárias nos seus intercâmbios de bens, esperando chegar assim a uma desoneração de 90% do universo de taxas, no final de junho de 2013. Os países-membros também estão negociando disciplinas comuns em vários âmbitos (investimento, compras públicas, obstáculos técnicos para o comércio, entre outros). Na Cúpula de Cali, foi decidido também iniciar o processo de adesão da Costa Rica como o quinto país-membro

da AP.2

Após a incorporação, em 2012, do Canadá e do México às negociações do Acordo Estratégico Transpacífico de Associação

Econômica, mais conhecido pela sua sigla em inglês TTP (Trans Pacific Partnership), em julho de 2013 será incorporado

2

Para ler a Declaração de Cali na íntegra, clicar em: http://www.cancilleria.gov.co/newsroom/news/declaracion-cali-suscrita-la-septima-cumbre-la-alianza-del-pacifico-los-presidentes

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BOLETIM OBSERVATÓRIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO 7

formalmente o Japão nas negociações. Com isto, o número de participantes subirá para doze3, incluindo os três da região

(Chile, México e Peru). A Costa Rica também expressou o seu interesse em fazer parte do tratado, por considerá-lo fundamental em sua estratégia de inserção nas cadeias de valor. As autoridades dos países participantes colocaram como objetivo a conclusão das negociações em outubro de 2013.

Em maio de 2013, em Brunei Darussalam, foi levada a cabo a primeira rodada de negociações do RCEP(Regional

ComprehensiveEconomicPartnership). Esta iniciativa visa estabelecer uma grande área de livre comércio, com a participação de 16 economias da Ásia-Pacífico (os 10 membros da ASEAN, mais a China, o Japão, a República da Coreia, a Índia, a Austrália e a Nova Zelândia). Este conjunto de países (os denominados “ASEAN+6”) representam 49% da população mundial e 28% do produto e das exportações mundiais de bens. A segunda rodada de negociações está fixada entre os dias 23 e 27 de setembro, de 2013, na Austrália. Os participantes fixaram o objetivo de concluir as negociações

até o final de 2015.4 Cabe notar que vários países participam simultaneamente dos processos do TPP e do RCEP.

 A China, que já possui Acordos de Livre Comércio com o Chile, a Costa Rica e o Peru, manifestou interesse em explorar

acordos similares com a Colômbia e o MERCOSUL. No momento da publicação deste boletim, o presidente chinês Xi Jinping realiza uma viagem pela América Latina e Caribe, visitando a Costa Rica, o México e Trinidad e Tobago. Desta forma, o governo chinês envia um importante sinal de aproximação para a região.

Em janeiro de 2013, a Argentina e a China ativaram o Protocolo Fitossanitário que ambos os países assinaram em

fevereiro de 2012. A Argentina enviou seu primeiro embarque de milho para a China, cumprindo os requisitos fitossanitários requeridos pelas autoridades chinesas.

 A República da Coreia, além dos acordos comerciais que possui com o Chile e o Peru, aos quais se juntará proximamente a

Colômbia, está estudando a possibilidade de iniciar as negociações de um acordo comercial com os países centro-americanos.

 OJapão, que já possui acordos de associação com o Chile, o México e o Peru, está negociando um acordo similar com a

Colômbia. É importante notar que os acordos assinados pelo Japão têm um importante componente de cooperação como complemento para a liberação do comércio e dos investimentos.

 A Índia possui Acordos de Alcance Parcial, ou seja, com uma cobertura limitada de produtos liberalizados, com o Chile e o

MERCOSUL. Recentemente, o Chile negociou a ampliação da cobertura de produtos de seu acordo com a Índia.

 Os países da América Central, com exceção da Costa Rica, possuem acordos de livre comércio com a Província Chinesa de

Taiwan. O Panamá possui também um acordo de livre comércio com Singapura.

 Nos dias 13 e 14 de maio de 2013, em Bali, na Indonésia, foi feita a Sexta Reunião de Ministros de Relações Exteriores do

Fórum de Cooperação América Latina-Ásia do Leste (FOCALAE). Este fórum, criado em 1999, reúne 18 países latino-americanos e 16 países da Ásia-Pacífico. Seu principal objetivo é promover a intensificação das relações birregionais, não só nos aspectos econômicos, mas também nos políticos e de cooperação.

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Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Estados Unidos, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietnã.

4Para ler na íntegra o comunicado oficial da primeira rodada de negociações, clicar em

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BOLETIM OBSERVATÓRIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO 8

Trabalhos e eventos recentes da ALADI, CAFe CEPAL em tópicos relativosà relação birregional

Publicações

 Strengthening biregional cooperation between Latin America and Asia-Pacific. The role ofFEALAC

 La República Popular China y América Latina y el Caribe: Diálogo y cooperación ante los nuevos desafíos de la economía global  La Economía Coreana. Seis décadas de crecimiento y desarrollo

 China y América Latina y el Caribe Hacia una relación económica y comercial estratégica  Economic Cooperation Between Korea and Latin America and the Caribbean

 La India y América Latina y el Caribe. Oportunidades y desafíosensus relaciones comerciales y de inversión

 La República Popular China y América Latina y el Caribe. Hacia una nueva fase enel vínculo económico y comercial

 Forum for East Asia-Latin America Cooperation (FEALAC). New biregional trade and investment relations in a changing world economic environment

 El Arco del Pacífico Latinoamericano: construyendo caminos de complementación e integración con Asia.  El Arco del Pacífico Latinoamericano y su proyección a Asia Pacífico.

 Economic and trade relations between Latin America and Asia Pacific. The link with China  Economic and trade relations between Latin America and Asia Pacific. The link with APEC

Eventos

 Seminario sobre las relaciones de la ASEAN y Japón con América Latina  Lanzamiento del portal web del Observatorio América Latina – Asia Pacífico

 Participación del Observatorio América Latina y Asia Pacífico en el Encuentro Empresarial FOCALAE  Participação do Observatório na Segunda Reunião do “Vision Group”daFOCALAE

 Seminário apresentação do livro: Tejiendo Redes. Estrategias de las empresas transnacionales asiáticas en América Latina  The New India and the New Latin America - Synergies and Complementarities

 Reuniões no âmbito do projeto"Changing nature of Asia-Latin American economic relations"  Seminário sobre cooperação econômica entre Coreia e a América Latina e o Caribe

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BOLETIM OBSERVATÓRIO AMÉRICA LATINA - ÁSIA-PACÍFICO 9 ANEXO 1: ACORDOS COMERCIAIS ENTRE A AMÉRICA LATINA E A ÁSIA-PACÍFICO EM 31 DE MAIO DE 2013

Países A u str ál ia Bru n ei Cambo ja Ch in a R ep ú b lic a d e Co re ia Fi lip in as R eg ião A d min is tr ati va Es p ec ial Ch in esa d e H o n g Ko n g Ín d ia In d o n és ia Jap ão Lao s Mal ás ia Mi an mar N o va Ze lân d ia Si n ga p u ra Tail ân d ia Pro vín ci a Ch in es a d e Taiwa n V ie tn â Argentina AAP Bolívia (E.P.) Brasil AAP Chile TLC TLC TLC TLC EN AAP AA TLC TLC TLC EN TLCa Colômbia EE TLCa EN Costa Rica TLC EE TLC Cuba Equador El Salvador EE TLC Guatemala EE TLC Honduras EE TLC México EN EN AA EN EN EN EN Nicarágua TLC Panamá EE TLC TLC Paraguai AAP Peru EN EN TLC TLC AA EN EN TLC TLC EN Rep. Dominicana Uruguai AAP Venezuela (R.B.)

Fonte: ALADI, CAF e CEPAL, sobre a base de informação da Organização dos Estados Americanos, Sistema de Informação do Comércio Exterior (SICE), e informação dos Ministérios de Comércio e Relações Exteriores dos países latino-americanos.

a Acordo assinado mais ainda não vigente TLC = Tratados de Livre Comércio, AA = Acordos de Associação, AAP = Acordos de Alcance Parcial, EN = m negociação, EE = Em estudo

Referências

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