UNIDADE TEMÁTICA 1
O SUJEITO
LÓGICO-PSICOLÓGICO
TEMA-PROBLEMA
1.1. A construção do conhecimento ou o fogo de Prometeu
Génese do HOMEM
MITOLOGIA GREGA - Primeiros homens foram moldados
por Prometeu que lhes concedeu habilidades técnicas, mas não a
qualidade para se relacionarem entre si - política
ATUALMENTE, o Homem é visto como o culminar de um longo processo
A Hominização
Processo que conduziu ao aparecimento do
Homem
Principais caraterísticas:
Postura ereta;
Locomoção bípede;
Desenvolvimento da capacidade craniana;
Desenvolvimento da linguagem Construção de instrumentos
EVOLUÇÃO DO HOMEM BIOLÓGICO ARTICULAÇÃO SOCIAL CONHECIMENTO HUMANO
O ser humano não é um animal como os outros, já que a sua inteligência lhe deu um lugar à parte no mundo vivo, permitindo-lhe adquirir um poder que o torna capaz de controlar a sua própria evolução e a dos outros.
É o “homo sapiens” o “homem que sabe” aquele que dispõe de uma capacidade manual e intelectual que o distinguem de todas as outras espécies animais.
Desde o seu aparecimento, o homem desenvolveu-se de forma espetacular: construindo utensílios cada vez mais eficazes e abrigos, dominando o fogo, desenvolvendo técnicas de produção de alimentos (caça, recolha, agricultura, pecuária), a arte e a escrita. Estas conquistas culturais transformaram o homem naquilo que ele é hoje.
Por outro lado, o ser humano é condicionado pela
morfologia e fisiologia do seu corpo. Assim, as
nossas capacidades de atuação são diferentes quando possuímos um corpo saudável e vigoroso, ou quando possuímos um corpo frágil ou estamos doentes
Assim, a evolução biológica do homem foi acompanhada, quase inteiramente substituída por uma evolução social e cultural. Por isso, o processo de construção do conhecimento humano deve ser encarado como uma sinergia
entre o biológico e o social.
Tal significa que, a construção do conhecimento deve ser analisada segundo dois tipos de condicionalismos:
os físico-biológicos Os histórico-culturais.
De que modo o corpo influenciará a construção do conhecimento humano?
Influência dos fatores biológicos no comportamento e
nos processos mentais dos indivíduos
Órgãos dos sentidos (pele, língua, fossas nasais, ouvidos e olhos)
Meio ambiente Informações Sistema nervoso CENTRAL
(cérebro e espinal medula)
PERIFÉRICO (rede nervosa) INTERPRETAM AS INFORMAÇÕES DECIDEM E COORDENAM AS RESPOSTAS Órgãos efetores (músculos e glândulas) Concretizam as respostas
- Ações dos indivíduos (falar, ler, pensar, imaginar…)
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Central
Espinal Medula Encéfalo
Córtex Cerebral Estruturas Subcorticais
Sistema Nervoso Periférico
SNA (Sist. Nerv. Autónomo) SNS (Sit. Nerv. Somático) Div. Simpát. Div. Parasim. Nervos Nervos
sensoriais motores ou aferentes ou eferentes Excita Inibe
O Sistema nervoso periférico (SNP), é composto pelo sistema nervoso autónomo (SNA) e pelo sistema nervoso somático (SNS).
O SNA garante o equilíbrio interno, controlando funções involuntárias (por exemplo, a respiração e o batimento cardíaco).
O SNA envolve o sistema nervoso simpático (que prepara o corpo para agir em situações avaliadas como perigosas) e o sistema nervoso
parassimpático (que acalma o corpo e ajuda, em
interação com a parte simpática, a manter a homeostasia).
O SNS (Sistema Nervoso Somático) facilita a interação entre o SNC (Sistema Nervoso Central) e o meio exterior, através dos nervos sensoriais ou aferentes e dos nervos motores ou eferentes.
O SNP liga o SNC a todas as partes do organismo e transmite, através dos nervos, mensagens no sentido aferente e eferente.
O seu papel é informar sobre as situações que têm origem no meio externo ou interno e permitir respostas adequadas.
• Os neurónios correspondem às unidades básicas do sistema nervoso e são as células que nos permitem responder aos estímulos do meio ambiente, processar informações e agir.
• Estrutura nervosa com dupla funcionalidade
Função Condutora
Transporta/ conduz informação do
cérebro para o resto do corpo e vice versa
Coordena os atos reflexos que são comportamentos automáticos e involuntários
HEREDITARIEDADE Estrutura físico-biológica transmitida de uma geração para a seguinte
PATRIMÓNIO GENÉTICO
Transmitido pelo GENE
Constituído por segmentos da molécula de ADN
Reproduz o código genético e é responsável pela transmissão das caraterísticas hereditárias
• A existência concreta de cada ser humano depende:
• das potencialidades que herda dos seus pais.
• Estas potencialidades poderão determinar o aparecimento de certas caraterísticas no indivíduo.
• O conjunto de processos biológicos que presidem à transmissão das características dos pais à sua descendência, designa-se por.
• Herdamos potencialidades e não carateres
acabados.
•
Potencialidades
que se atualizam na interação com o meio.
Os agentes responsáveis pela transmissão de
caraterísticas genéticas são:
Cromossomas Genes ADN
Transportadores que contêm informação Ácido
dos genes responsável pela desoxirribonucleico constituição orgânica
Genética
• Ser humano Ser único Cujo desenvolvimento resulta da interação de
• fatores hereditários com o meio.
• • Cromossomas - Elementos integrantes do núcleo de cada
célula, transportadores dos genes, que são as unidades básicas da hereditariedade.
• • Genes - Unidades biológicas elementares que contêm
informação responsável pela constituição orgânica do ser vivo.
• GENOMA - Conjunto de toda a informação hereditária codificada no ADN.
• O projeto genoma humano, uma iniciativa internacional que permitiu mapear a sequência completa do código genético humano, revelou-se fundamental para uma maior compreensão das nossas influências genéticas.
• Contudo, juntamente com as investigações recentes no campo da genética, permitiu também salientar a importância do papel do meio ambiente na variabilidade genética.
• A descodificação do genoma permite:
a prevenção eficaz de doenças devido ao conhecimento preciso das suas causas.
o rastreio, nos embriões, de enfermidades hereditárias.
o rastreio, nas pessoas adultas, de predisposições para determinados tipos de cancro.
práticas médicas à base de substituição de genes defeituosos, evitando que doenças se manifestem.
Influência do meio no comportamento dos
indivíduos
MEIO INFLUENCIA
Vida intrauterina
Toda a vida do indivíduo
Sensações são organizadas pelos indivíduos através das PERCEÇÕES (seletivas) Quadros de referência dos indivíduos Apreensão do meio – ASSIMILAÇÃO Esquemas cognitivos Aquisição de padrões de resposta ao meio Complexificação ABSTRACÇÃO
Sensação e perceção
Os nossos sentidos (visão, audição, tacto, olfato, paladar, dor e movimento) são importantes janelas de comunicação com o mundo. Como funcionam? Como se geram as sensações?
O que acontece à informação sensorial quando chega ao cérebro permite-nos distinguir sensação de perceção.
Sensação e perceção
A sensação é a reação de um órgão sensorial ao meio.
A partir do momento em que dizemos o que sentimos e identificamos o objeto ou pessoa, entramos no plano da interpretação, logo, da perceção.
Sensação e perceção são o princípio e o fim de um processo relativamente contínuo.
Sensação e perceção
Designam formas diferentes de funcionamento do cérebro.
A diferença corresponde à diferença entre matérias – primas e produto final.
A sensação é a receção de informações sensoriais.
A perceção é a interpretação, organização e descodificação dos dados sensíveis.
HEREDITARIEDADE E MEIO
AMBIENTE
• O meio ambiente é tão importante como a herança genética na definição do que somos e no desenvolvimento de capacidades que nos tornam únicos.
• As influências da hereditariedade e do meio têm sido estudadas por cientistas da genética comportamental.
• São utilizados, essencialmente, quatro métodos de investigação ou tipos de estudos no debate inato versus adquirido.
• Gémeos, famílias, adoções e anomalias
HEREDITARIEDADE E MEIO
AMBIENTE
Estudos de gémeos
Se a hereditariedade influenciar uma determinada caraterística, ela tenderá a estar mais vincada em gémeos monozigóticos, já que estes partilham 100% do ADN, enquanto os gémeos dizigóticos partilham, em média, 50% do ADN.
• Os estudos com gémeos idênticos separados à nascença são laboratórios ideais para estudar as reações de um mesmo património genético a meios diferentes.
HEREDITARIEDADE E MEIO
AMBIENTE
Estudos de adoções
• Se numa caraterística se demonstrar maior proximidade com os pais biológicos, que partilham a mesma herança genética (mas não o ambiente), então os fatores genéticos são determinantes.
• Se numa caraterística se demonstrar maior proximidade com os pais adotivos, que partilham o mesmo ambiente (mas não a herança genética), então os fatores ambientais são predominantes.
A INTERAÇÃO SUJEITO-MEIO
O ser humano não nasce homem, torna-se homem. Para o efeito, tem necessidade de interagir com os outros e com o meio para melhor se adaptar.
A evolução responsável pelas estruturas complexas e formas de conduta especificamente humanas, o processo do tornarmo-nos humanos, dá-se ao nível:
da espécie – filogénese
A INTERAÇÃO SUJEITO-MEIO
• A filogénese diz respeito à história e evolução de uma espécie e aos mecanismos adaptativos implícitos à sobrevivência e reprodução.
• No caso da espécie humana, a filogénese mostra como um conjunto de mudanças nos permitiriam obter vantagens únicas.
• Ligadas ao desenvolvimento do cérebro (encefalização), encontram-se várias aquisições COMPORTAMENTAIS IMPORTANTES:
A filogénese
Bipedia
Utilização das mãos Criação de objetos Manipulação do fogo Invenção da agricultura
A ontogénese
• A ontogénese diz respeito ao desenvolvimento de um organismo particular.
• Inicia-se com a fecundação e prolonga-se por toda a vida do indivíduo.
• Acreditando-se hoje que o desenvolvimento ontogénico do indivíduo resulta de interações permanentes entre os genes que herda e os estímulos do ambiente, defendem-se perspetivas construtivistas.
• As perspetivas construtivistas estão assentes em princípios ligados à epigénese e opõem-se às crenças deterministas do preformismo.
A ontogénese
Preformismo Epigénese
A teoria do preformismo, hoje desacreditada, defende que o desenvolvimento do indivíduo não é mais do que o crescimento de um embrião, à partida, preformado.
A teoria da epigénese, hoje consensual e aceite, defende que o desenvolvimento do indivíduo está dependente da interação entre influências genéticas (inatas) e influências ambientais (adquiridas).
O construtivismo de Piaget
• Segundo Piaget o nosso desenvolvimento intelectual não depende exclusivamente do meio, nem unicamente das estruturas inatas
• Piaget define o conhecimento como um processo de adaptação ao meio que resulta da interação do organismo-meio.
• CONSTRUTIVISMO: o comportamento e o desenvolvimento da inteligência resultam de uma construção progressiva do sujeito em interação como meio físico e social. (Ver fotocópias)
INATO
(fatores biológicos)
ADQUIRIDO (fatores ambientais)
PERSONALIDADE
(individualidade pessoal e social)
SISTEMA DE AFECTOS
AÇÃO DOS INDIVÍDUOS CONSTRUÇÃO DO
INATISMO (Chomsky)
FORMULAÇÕES TEÓRICAS SOBRE O CONHECIMENTO
CONSTRUTIVISMO SIMULAÇÕES INFORMÁTICAS NEUROCIÊNCIA COGNITIVA CORRENTES ECOLÓGICAS CORRENTE DA «ACÇÃO SITUADA»
Linguagem adquirida por um dispositivo inato
Conhecimento constrói-se na acção
Computadores simulam funções humanas
Estudo das funções do cérebro enquanto suporte da actividade mental.
Enfatizam as relações do homem com o seu meio ambiente.
Acção só se pode compreender no seu contexto de elaboração – situação.
INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL HUMANA
Ciência que procura conhecer a inteligência.
Avaliada através do QI
Tipos: abstracta, prática e social
Ramo da engenharia que procura construir instrumentos para apoiar a inteligência humana.