O Feedback como ferramenta para o ensino de escrita em Língua Inglesa
*Karine Maraisa da Silva1, Fernanda Rocha Bomfim2, Nalha Monteiro de Souza Lourenço3, Renata Herwig de Moraes Souza4, Aline Moreira da Fonseca Nascimento5, Anyellen Mendanha Leite6. 1. Bolsista (Pró-Licenciatura) maraisa10@outlook.com, (G), 2. (D/PG-PUC/GOIÁS), 3. (D/PG-PUC/GOIÁS), 4. (D/PG/CEPAE-UFG), 5. Docente (D/UEG), 6. Docente (D/UEG).
UEG – Câmpus Jussara - Rodovia GO 418, Km 1, Alto da Boa Vista.
Resumo: A presente pesquisa é desenvolvida no Programa de Bolsas Pró-Licenciatura, UEG-Câmpus Jussara, objetivando compreender o processo de ensinagem de Língua Inglesa em sala de aula, tendo em vista as dificuldades enfrentadas por professores desta área. Destaca-se o feedback como uma opção precisa, figurando não em uma concepção de correção, mas sim como uma possibilidade de provocar uma reação no aluno, fazendo com que seja percebido o desvio e possa corrigi-lo. Assimilar os benefícios do feedback dentro do contexto escolar é compreender que trata-se de um processo de interação entre professor e aluno, concretizando assim uma reconstrução do conhecimento já adquirido, almejando fomentar a capacidade linguística do discente sem que este sinta-se constrangido diante uma possível resposta ao seu lapso de pronúncia ou escrita. O trabalho investiga como ocorre o uso do feedback em sala de aula e qual a sua contribuição para aprendizagem dos alunos em relação ao idioma estrangeiro. A metodologia fundamenta-se em estudo bibliográfico e de campo fundamentada em teóricos que investigam situações voltadas ao ensino de línguas como: Figueiredo (2004-2015), Perrenoud (2000), Freire (1997). Espera-se que este estudo possa ser concluído com êxito e contribua agregando conhecimento aos que interessem pelo tema investigado.
Palavras-chave: Feedback. Ensinagem. Língua Inglesa.
Introdução
Partindo do pressuposto que aprender uma segunda língua é um desafio, demanda esforço e requer dedicação daqueles que se dispõe aprendê-la, o presente estudo é desenvolvido na escola-campo que atende o Estágio Supervisionado em Língua Inglesa I, sendo pertinente essa investigação do processo de ensinagem que envolve a LI (doravante Língua Inglesa).
Cada indivíduo traz consigo a língua materna internalizada, entretanto a forma como a língua se materializa por meio da fala e sofre alterações ocasionadas de acordo com o contexto social ao qual o falante está inserido é chamada de situação comunicacional. Considerando que a língua materna e intrinsecamente ligada ao
homem, entende-se que o mesmo nasce dotado da capacidade se comunicar, entretanto as normas que regem sua organização linguística são adquiridas durante o processo de desenvolvimento.
Material e Métodos
A pesquisa é de caráter bibliográfico e de campo, ancorada em teóricos que abarcam essa temática, sendo desenvolvida com bolsistas do Programa de Pró-Licenciatura em escolas do Ensino Fundamental II, como uma forma de reflexão sobre a contribuição do Feedback para o ensino de LI.
Resultados e Discussão
Um dos principais pontos investigados foi perceber a vontade dos alunos quanto à aprendizagem de uma segunda língua, situação essa que ganha destaque devido ao fato do Inglês ser um idioma universal. Mas o que fazer para que eles se interessem? Como induzi-los a querer aprender? Essas são importantes questões a serem consideradas. Entretanto é papel do professor é trazer essas questões para a prática docente e encontrar na atividade cotidiana respostas e alternativas possíveis, Perrenoud (2000, p.68) salienta que a “[...] responsabilidade pelo desejo e pela vontade pouco a pouco se inscreveu no oficio de professor. [...] A voga do “projeto pessoal do aluno” não deve iludir: Os professores sabem bem que muitos alunos quase não têm projetos e que é difícil propor-lhes um”.
Percebe-se a importância do professor enquanto agente formador e transformador de opinião, ou seja, mesmo que os alunos se mostrem desinteressados e sem disposição durante as aulas é essencial ouvi-los e motivá-los, tentando estabelecer uma relação mútua de troca de conhecimento. É fundamental que as aulas proporcionem situações motivadoras, visto que o grau de motivação interfere na aprendizagem dos discentes e as mesmas implicam em momentos onde o professor desenvolve métodos visando melhores resultados, atentando-se aos detalhes do planejamento desde adequação a classe até a escolha do material didático.
Outro ponto também investigado foi em relação ao processo de ensino pautada na autonomia, sabe-se que o aluno se torne responsável por aquilo que e o
professor é responsável pelo que ensina. Quando se pensa em autonomia surge outro questionamento, porque a autonomia do aluno é vista como uma possibilidade de fomentar os resultados na prática estudantil? A resposta é bem simples, pois a partir do momento que o aluno tem a liberdade de criar suas dúvidas e indagar acerca do conteúdo ele se sente respeitado e valorizado, logo, essa é uma situação motivadora.
O ensino de LI vem ganhando espaço e visibilidade no contexto social, entretanto não lhe é dispensada a merecida atenção. Com a globalização e a explosão do universo digital por meio das redes sociais cada vez mais palavras e expressões do referido idioma são acrescidas ao nosso vocabulário, bem como a possibilidade de se comunicar com pessoas de outros países em tempo real, ser bilíngue aos poucos deixa de ser um luxo e vai se tornando uma necessidade. Figueiredo ressalta que “[...] saber uma L2 (Segunda Língua) pode tornar uma pessoa bilíngue desde que ela use essa língua de forma regular e fluente” (GROSJEAN Apud FIGUEIREDO, 2015, p. 32), o acréscimo desses termos importados do inglês ao léxico da Língua Portuguesa não torna seus falantes bilíngues, mas, se cotidianamente nos deparamos com essas situações comunicacionais é indispensável o conhecimento acerca do idioma estrangeiro e de suas quatro habilidades básicas que fundamentam o ensino e são elas: a leitura (reading), a compreensão (listening), conversação (speaking) e escrever (writing). O domínio mesmo que superficial dessas competências é essencial para a progressão do ensino LI. Entretanto neste trabalho o enfoque é a habilidade de escrita (writing).
É relevante considerar que a competência de escrever bons textos está associada não somente ao conhecimento linguístico inerente a língua e à sua estrutura gramatical, sendo necessárias fundamentações prévias acerca do tema fixado. Se a proposta de escrita for em LI os alicerces necessários são os mesmos, ou seja, é indispensável inteirar-se da gramática inerente à língua em questão, considerando que existem distinções entre a organização linguística do Inglês para o Português ou vice versa.
Se observarmos esses embaraços, desponta a seguinte dúvida, se transmitir noções básicas de LI já é um desafio, como ensiná-los a escrever em outro idioma que não é o de origem sem que isso se torne algo desagradável e desinteressante? Algumas opções são válidas como, por exemplo, propostas a partir de textos
literários adequados a faixa etária dos discentes, ou usar textos que abordem conteúdos atuais e interessantes, bem como sugerir atividades que trabalhem as palavras e expressões em inglês que são utilizadas nas redes sociais.
Com tantas alternativas existe uma que se destaca e consiste em uma proposta de refacção. Quando se cita refazer voltamos nossa atenção para a questão da autonomia, visto que a partir de um tema os alunos têm a liberdade de escrever e após uma análise por parte do professor eles recebem um feedback e apoiados nesses apontamentos releem seus texto e os reproduzem em uma nova perspectiva.
O termo inglês feedback é formado pela junção de duas palavras, feed que pode ser traduzido como alimentação e back como voltar. Assim nos diversos âmbitos aos quais essa expressão estão inseridas, tem o significado de resposta, realimentação, entretanto esse sentido de retorno é fundamentado em uma situação específica. Não é algo avulso é preciso um ponto de partida para que ocorra o feedback.
Para Figueiredo (2004) em sala de aula o feedback é uma ferramenta eficaz no processo de ensinagem, visto que fomenta as relações interpessoais entre professores e alunos facilitando a comunicação entre ambos. Nesse sentido é preciso cuidado, pois trata-se do ato de corrigir, logo é importante uma atenção especial por parte do docente para que não ocorra uma situação oposta ao que se espera. O feedback acerca das correções permite ao professor provocar no aluno a formulação do pensamento crítico fazendo com que os mesmos tornem-se capazes de identificar seus erros e corrigi-los, sedo que estes apontamentos estão acima de repreensões normais, trata-se de um diálogo, um estreitamento do relacionamento entre professor e aluno na pratica estudantil.
Figueiredo (2006) salienta que a concepção sobre o erro está, muitas vezes, relacionada ao modo de agir das pessoas em suas vidas cotidianas, uma vez que elas possuem suas próprias definições e crenças sobre o erro e a ensinagem de línguas, algumas delas já estabelecidas e outras em processo de maturação, podendo ser modificadas ou não.
Com relação à temática discutida nesse texto é necessário pensar que podem ser apontados pontos que acabam por influenciar na proficiência e a motivação dos aprendizes em relação à Língua Inglesa e com base nos estudos realizados na escola-campo será possível identificar importantes aspectos que contribuem para o ensino de LI e a importância desses conhecimentos dentro do contexto social globalizado na contemporaneidade. Pressupondo que os aprendizes não concebem a relevância da aquisição de uma segunda língua, cabe ao professor desenvolver esse interesse por meio de alternativas adequadas a cada classe, ainda que a competência de escrita esteja associada aos conhecimentos inerentes ao tema proposto e ao domínio das normas gramaticais que regem uma determinada língua. Sendo assim, por meio deste trabalho acreditasse ser permissível compreender a importância do feedback em ambiente de aprendizagem e sua relevância durante as aulas de Inglês visando melhores resultados nas produções escritas nesta disciplina, além de fomentar as relações interpessoais entre aluno e professor. Para que novas pesquisas possam compreender um pouco mais sobre as recorrências dos vários estímulos que influenciam o processo de aquisição de um idioma.
Agradecimentos
Referências
FIGUEIREDO, Francisco José Quaresma de. Aprendendo com os erros: uma perspectiva comunicativa de ensino de língua. Goiânia: Editora da UFG, 2004.
___________, Francisco José Quaresma de. Aprendendo com os erros: uma perspectiva comunicativa de ensino de língua. Goiânia: Editora UFG, 2015.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PERRENOUD, P. Construir competências é virar as costas aos saberes? In: Revista Pátio, Porto Alegre: ARTMED, ano 03, nº 11, jan. 2000 (p. 15-19)