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FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES SOBRE O USO DE ESPAÇOS NÃO FORMAIS PARA O ENSINO DE EVOLUÇÃO BIOLÓGICA

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1321 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES SOBRE O USO DE ESPAÇOS

NÃO FORMAIS PARA O ENSINO DE EVOLUÇÃO BIOLÓGICA

Roni Ivan Rocha de Oliveira (roniivan@unb.br) Mestrando, Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências.

Universidade de Brasília – UnB

Maria Luíza de Araújo Gastal (gastal@unb.br) Professora, Núcleo de Educação Científica do Instituto de Ciências Biológicas. Universidade de Brasília – UnB

Resumo A evolução biológica é um tema de grande relevância para a biologia e para o ensino de conteúdos biológicos. Sabe-se que há diferentes problemas relacionados à qualidade de como a biologia evolutiva é ensinada. O uso de espaços não formais é uma alternativa que pode contribuir com a diversificação do ensino e da aprendizagem deste tema. Com base nestas questões, foi oferecido um curso de formação continuada de professores de Ciências e de Biologia versando sobre o ensino de biologia evolutiva em espaços não formais. Este trabalho descreve a experiência com este curso, que gerou resultados bastante satisfatórios.

1 - INTRODUÇÃO

O ensino de Ciências no ensino fundamental, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, está organizado em eixos ou blocos temáticos, de forma a abranger e integrar as diferentes áreas das ciências naturais e da tecnologia (BRASIL, 1998a).

Os PCNs de Ciências Naturais (3º e 4º ciclos do ensino fundamental) assinalam, sobre o bloco temático “vida e ambiente”, que para a apresentação da diversidade da vida, um conceito central, deve privilegiar os enfoques ambiental e evolutivo e acrescentam que é importante que os aspectos evolutivos sejam contemplados em diferentes momentos no ensino fundamental, mesmo que a abordagem não seja profunda e direta (BRASIL, 1998a).

No manual de apresentação dos temas transversais dos PCNs do ensino fundamental (BRASIL, 1998b) há também considerações importantes sobre a abordagem dos aspectos evolutivos. Na apresentação dos temas transversais dos PCNs do ensino fundamental é

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1322 expressa, no tema “meio ambiente”, a necessidade da compreensão da vida nas escalas geológicas de tempo e de espaço. Sobre este ponto, os PCNs (BRASIL, 1998b) ressaltam ainda que este é um campo fértil para o desenvolvimento da idéia de evolução dos seres vivos. De forma semelhante ao que é sinalizado e orientado nos PCNs de Ciências Naturais e na proposta dos temas transversais do ensino fundamental sobre o tema evolução, há orientações semelhantes nas diretrizes curriculares do Ministério da Educação brasileiro para o ensino médio.

De acordo com as Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN+, o ensino de Biologia tradicional vinha sendo organizado em torno das várias ciências da vida – a Citologia, Genética, Evolução, Ecologia, Zoologia e Fisiologia (BRASIL, 2002b). Porém, existe uma tendência no ensino de Biologia para que estes conteúdos sejam trabalhados de forma mais integrada e menos fragmentada.

A proposta atual dos PCN+ é de que o Ensino de Biologia se desenvolva a partir de seis temas estruturadores, sendo um deles a origem e evolução da vida (BRASIL, 2002b)

No que se refere aos conteúdos a serem trabalhados na disciplina de Biologia no Ensino Médio, os PCNs indicam um enfoque evolutivo-ecológico para o estudo e compreensão de conteúdos biológicos, tais como o da diversidade de espécies, na Zoologia e na Botânica (BRASIL, 2002a).

A reflexão em torno da necessidade do ensino de Biologia em uma perspectiva evolutiva ganha força com a máxima de Dobzhansky (1973) de quê “nada em biologia faz sentido, exceto à luz da evolução”. Esta abordagem evolutiva pode propiciar uma visão interdisciplinar no escopo das ciências biológicas, ao interligar várias de suas áreas, facilitando uma percepção integrada dos conhecimentos do ensino de Biologia. Conteúdos ligados a várias áreas tais como a genética, a microbiologia, a botânica, a zoologia, e a ecologia, por exemplo, possibilitam e carecem de um tratamento considerando aspectos evolutivos para que sejam bem compreendidos.

As Orientações Curriculares para o Ensino Médio estabelecem que a origem e a evolução da vida constituem um tema de relevância central no ensino de Biologia e que os conceitos relacionados a este assunto são tão fundamentais que devem compor não apenas um bloco de conteúdos tratados em algumas aulas, mas constituir uma linha orientadora das

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1323 discussões de todos os outros temas, funcionando como elemento unificador no estudo da Biologia (BRASIL, 2006).

A abordagem evolutiva das ciências biológicas é ainda insipiente nos livros didáticos, cabendo ao professor a responsabilidade de promover esta visão evolutiva. Entretanto, há uma grande carência de instrumentos para orientação do professor, em termos de estratégias de ensino para este assunto (TIDON & LEWONTIN, 2004). Logo, o desenvolvimento de estudos acerca de diferentes estratégias de ensino e de aprendizagem que podem ser utilizadas para o ensino da biologia evolutiva seria um caminho para reduzir as dificuldades de compreensão do tema evolução e aumentar a percepção sobre sua importância para a Biologia e para o ensino de biologia.

Existem diferentes estratégias de ensino que podem e são empregadas para ensinar conteúdos biológicos, tanto nas aulas de Ciências, quanto nas aulas de Biologia.

Segundo os PCNs do ensino fundamental e médio (BRASIL, 1998a e 2002), é importante a utilização de estratégias diversificadas para o ensino dos diferentes conteúdos, inclusive, com a observação de fenômenos e imagens reais para reduzir a necessidade de abstrações no ensino e na aprendizagem de ciências. Ainda, nestas considerações, os PCNs sugerem a realização de atividades de campo como meio para colocar em prática a observação e a problematização e desenvolver outras habilidades, tais como as de coleta, registro e análise de dados.

As Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006) e os PCNs de Ciências Naturais (BRASIL, 1998a) recomendam a utilização de espaços não formais como contexto para o desenvolvimento de estudos e a construção de conhecimentos, apontando os estudos do meio como uma atividade motivadora para os alunos, por deslocarem o ambiente de aprendizagem para fora de sala de aula. Tais ambientes são reconhecidos como recursos didáticos para o ensino e podem, além de contribuir a diversificação da prática do professor, representar uma importante ferramenta para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

O processo de ensino-aprendizagem pode ter sua eficácia melhorada quando o conhecimento trabalhado se torna mais facilmente assimilável pelo aluno. Esta assimilação é facilitada, em maior ou menor grau, de acordo com os métodos e técnicas empregados. Para

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1324 Rangel (2005), o ensino e a aprendizagem deve se iniciar pelo conhecimento que seja mais próximo da vida do aluno.

O uso de ambientes não formais possibilita a aproximação, contextualização, aplicação e associação de conceitos e conhecimentos já aprendidos com as informações novas, do ambiente, reduzindo as exigências de abstração do aprendiz e permitindo uma compreensão mais eficiente dos conhecimentos. Esse processo de associação de informações novas com outras já incorporadas, de forma interrelacionada, denomina-se aprendizagem significativa (MOREIRA & MASINI, 2001).

O desenvolvimento de aulas em espaços não formais pode possibilitar a integração de informações observadas e interpretadas do ambiente para a interação com novos conceitos, resultando em aprendizagem significativa.

De acordo com Krasilchick (2008), as excursões escolares têm uma importante dimensão cognitiva.

Feltran & Feltran Filho (2007), propõem uma ênfase na atividade do aluno como propiciadora de desenvolvimento corresponde à visão interacionista entre indivíduo e meio, na construção de conhecimento.

Outra questão importante diz respeito à possibilidade de integração entre saberes de dentro e de fora da sala de aula, conforme salienta Lowman (2004). Para este autor, a questão não é se as atividades dentro ou fora da classe são mais importantes, mas sim a forma como elas podem ser melhor integradas para satisfazer um conjunto combinado de finalidades.

Aulas de Ciências desenvolvidas em ambientes naturais têm sido apontadas como uma metodologia eficaz tanto por envolverem e motivarem crianças e jovens nas atividades educativas, quanto por constituírem um instrumento de superação da fragmentação do conhecimento (SENICIATO & CAVASSAN, 2004). Entretanto, este tipo de atividade ainda é pouco explorada, conforme salienta Krasilchik (2008). A autora relata que a maioria dos professores de Biologia considera de extrema valia os trabalhos de campo e as excursões. No entanto, são raros os que as realizam. Estas afirmações denotam a necessidade de haver um incentivo para a prática das mesmas.

Considerando as questões levantadas anteriormente sobre a importância do tema evolução biológica, as dificuldades dos professores no que se refere à biologia evolutiva e as potencialidades dos espaços não formais para o ensino de conteúdos biológicos, foi proposto e

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1325 realizado um curso de formação continuada de professores abordando esta problemática. Este trabalho objetiva a descrição deste curso.

2 – PLANEJAMENTO DO CURSO

A proposição e realização de um curso de formação continuada de professores abordando o ensino de biologia evolutiva em espaços não formais surgiram como parte de um projeto de pesquisa, sobre o mesmo assunto, do curso de Mestrado Profissionalizante em Ensino de Ciências, em desenvolvimento pelo do primeiro autor deste artigo, sob orientação do segundo, no Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências da Universidade de Brasília – UnB.

O curso, intitulado de “Biologia evolutiva além dos muros da escola: Aproveitando os espaços não formais para o ensino de biologia na escola”, foi promovido pelo Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília – CESPE/UnB, que o divulgou, recebeu inscrições e disponibilizou recursos audiovisuais e sala de aula na UnB. Coube também ao CESPE a disponibilização de um ambiente virtual de aprendizagem, a plataforma Moodle e a certificação dos cursistas.

O curso foi realizado no período de 18 de setembro a 27 de outubro de 2009 e estava organizado em 30 horas/aulas de encontros presenciais e 30 à distância, via plataforma Moodle. Das 30 horas/aulas destinadas aos encontros presenciais, quatro foram utilizadas em uma atividade de campo no Jardim Botânico de Brasília, quatro no Jardim Zoológico de Brasília e as demais se deram na forma de aulas presenciais em uma sala de aula da UnB.

O curso teve um total de 20 professores participantes. Destes, três eram professores de Biologia em exercício (ensino médio), seis de Ciências em exercício (6º ano ao 9º ano do ensino fundamental), duas professoras de anos iniciais em exercício (1º ao 5º ano do ensino fundamental). Os demais professores eram da área de Ciências, mas não estavam em exercício da docência.

3 – DESCRIÇÃO DO CURSO

Considerou-se, para o curso, a necessidade de desenvolver uma percepção integrada das diferentes áreas das Ciências Biológicas, tendo como tema unificador a “Evolução Biológica”. Além disso, foi também considerada a relevância da realização de atividades

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1326 escolares extraclasse em espaços não formais de educação, para a consecução de aprendizagens significativas pelos alunos. Tais práticas, ainda que bastante valorizadas, são relativamente pouco exploradas pelos professores de Biologia e de Ciências.

Os objetivos do curso foram promover a reflexão dos professores sobre sua prática no ensino de biologia evolutiva; capacitá-los a desenvolver uma abordagem interdisciplinar entre as diferentes áreas das Ciências Biológicas, utilizando-se da biologia evolutiva como tema unificador; conscientizá-los sobre a importância da realização de atividades de ensino e de aprendizagem em espaços não formais, com base na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel e prepará-los para a exploração de espaços não formais potenciais para o ensino de biologia evolutiva no Distrito Federal.

Para alcançar os objetivos propostos, o conteúdo do curso estava dividido em três temas principais: educação nos espaços não formais; estratégias de ensino e de aprendizagem em espaços não formais e, ensino de biologia evolutiva em espaços não formais e aprendizagem significativa. .

Para os encontros presenciais em classe foram desenvolvidas aulas expositivas, com utilização de quadro, pincel e projeção multimídia, bem como discussões acerca da temática do curso. Já nas aulas de campo, foram realizadas atividades expositivas e investigativas, mediante um roteiro pré-estabelecido, com vistas aos pontos discutidos e definidos em classe.

Na modalidade à distância foram utilizadas diferentes ferramentas da plataforma Moodle, especialmente aquelas que envolvem a disponibilização de textos de referência para leitura e reflexão e as de interatividade em ambiente virtual de aprendizagem, tais como chats, estudos dirigidos e fóruns de discussão. A avaliação foi feita mediante a observação da participação, envolvimento, dedicação e execução das atividades propostas no decorrer do curso. Como atividade final, foi solicitado aos cursistas que elaborassem uma proposta de atividade extraclasse contendo o planejamento e o roteiro à ser utilizado, versando sobre o tema evolução biológica ou sobre algum conteúdo de ciências biológicas, tendo como tema unificador a biologia evolutiva.

4 – AS AULAS DO CURSO 4.1 – Encontros Presenciais

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1327 O primeiro encontro do curso envolveu, além da abertura e apresentação do curso e da pesquisa a ele relacionado, a aplicação de questionários pesquisa e de sondagem com o intuito de obter um diagnóstico inicial sobre as expectativas e percepções dos professores cursistas sobre o curso. Ainda nesta primeira aula, foi iniciada uma discussão acerca dos conceitos de espaços formais e não formais de educação, e também, sobre a relação entre educação formal, não formal e informal. Esta discussão foi continuada no fórum do ambiente virtual do curso.

No segundo encontro, intitulado de “A escola fora da escola: o que se faz e o que é possível fazer?”, buscou-se abordar algumas estratégias de ensino e aprendizagem que são e que podem ser realizadas em espaços não formais à luz da teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel.

O terceiro encontro teve como tema “Por que e para que ensinar biologia evolutiva na educação básica?”. Nesta aula foram tratadas questões relacionadas à importância do conteúdo evolutivo e às dificuldades enfrentadas pelos professores para ensinar evolução.

No quarto encontro, com o título “É possível ensinar biologia evolutiva fora da sala de aula?”, ainda em continuidade a aula anterior, buscou-se retomar a importância do ensino da biologia evolutiva, discutir a proposta de ensino tendo a evolução biológica como tema unificador e sobre espaços não formais potenciais para o ensino de biologia evolutiva no âmbito do Distrito Federal e de seu entorno.

No quinto encontro foi realizada a elaboração e discussão do roteiro da aula em campo da semana seguinte, no Jardim Botânico de Brasília. Além disso, foi apresentada a descrição e caracterização desta instituição e de seus diferentes ambientes, com vistas às aulas que seria realizada.

O sexto encontro consistiu da aula de campo realizada no Jardim Botânico, tendo como foco a biologia evolutiva à partir da observação do Cerrado. Nesta aula os professores/cursistas realizaram uma atividade investigativa em uma trilha, com o uso de um roteiro com questões problematizadoras para os diferentes pontos de parada e estudo.

No sétimo encontro foram discutidos os resultados coletados na aula que ocorreu no Jardim Botânico e foi elaborado e debatido o roteiro da segunda aula em campo, no Jardim Zoológico de Brasília.

No oitavo encontro ocorreu a aula de campo no Jardim Zoológico, versando sobre questões evolutivas observáveis nos animais. Nesta aula os professores/cursistas também

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1328 realizaram uma atividade investigativa, porém, visitando os diferentes recintos. Durante a visita, os cursistas eram orientados pelo ministrante e seguiam um roteiro com questões a serem investigadas.

No nono encontro foi realizada a discussão dos resultados obtidos na aula realizada no Jardim Zoológico e iniciou-se a elaboração do trabalho final que consistia de um planejamento de atividade a ser desenvolvida em um espaço não formal do Distrito Federal, diferente daqueles visitados no curso, versando sobre a evolução biológica ou tendo a biologia evolutiva como tema unificador e contendo um roteiro para a atividade no campo.

No último encontro, houve a socialização das propostas elaboradas pelos cursistas, a avaliação e o encerramento do curso.

4.2 – Atividades no Ambiente Virtual via Plataforma Moodle

As atividades realizadas no ambiente virtual de aprendizagem eram lançadas semanalmente no decorrer do curso e foram propostas com o uso das ferramentas da plataforma Moodle, especialmente os fóruns de discussão, chats e a disponibilização de recursos didáticos.

Os temas trabalhados nas atividades foram a questão das semelhanças e diferenças entre a educação formal, não formal e informal, as estratégias de ensino em espaços não formais, temas específicos da biologia evolutiva, tais como a seleção natural e a sexual, a filogenia, o debate sobre o criacionismo versus o evolucionismo no ensino de ciências, a evolução no ensino de biologia e outras questões que surgiam nas aulas ou que eram trazidas pelos cursistas.

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta do curso piloto era direcionada somente para professores de Biologia. Entretanto, tendo em vista o perfil dos participantes inscritos, o ministrante e o coordenador optaram, no decorrer do curso, por mudar seus objetivos e adequar as estratégias, de forma a contemplar também os professores de Ciências do ensino fundamental.

Com base nos relatos dos professores participantes, observou-se que alguns dos cursistas não dominavam alguns conteúdos ou apresentavam concepções problemáticas sobre assuntos relacionados à evolução - muitos deles necessários ao ensino desse conteúdo nas

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1329 aulas em campo. Este resultado suscitou a necessidade de maior inserção de conteúdos de evolução nas aulas programadas, o que não era previsto inicialmente e não era objetivo de aprendizagem do curso. Os temas inseridos foram: Seleção natural e sexual, filogenia, evolução e criacionismo, adaptação e aclimatação e homologia e homoplasia.

Os professores demonstraram terem aprendido no curso, compreendendo muito dos conteúdos que foram trabalhados, o que pode ser observado no discurso dos cursistas e no trabalho final que foi apresentado pelos mesmos.

Observou-se, com o envolvimento dos professores/cursistas, que a promoção de cursos de formação continuada que abordem metodologias de ensino diversificadas, como as aulas de campo e o tema biologia evolutiva, é uma necessidade e uma alternativa que pode contribuir com a qualificação do trabalho docente, especialmente no ensino de conteúdos biológicos.

6 – Referências Bibliográficas

BRASIL. ME. Orientações curriculares para o ensino médio. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação – Educação Básica, 2006.

BRASIL. MEC. Parâmetros curriculares nacionais. Ciências Naturais. Brasília: Ministério da Educação – Secretaria de Educação Fundamental, 1998a.

BRASIL. MEC. Parâmetros curriculares nacionais. Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação – Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2002a.

BRASIL. MEC. Parâmetros curriculares nacionais. Terceiro e quarto ciclos: Apresentação dos temas transversais. Brasília: Ministério da Educação – Secretaria de Educação Fundamental, 1998b.

BRASIL. MEC. PCN+ - Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação – Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2002b.

DOBZHANSKY, T. Nothing in biology makes sense except in the light of evolution. American Biology Teacher, 35, p.125-129, 1973.

FELTRAN, R.C.S & FELTRAN FILHO, A. Estudo do Meio. In: VEIGA, I. P. A. Técnicas de Ensino: Por que não? Campinas: Papirus Editora. 18ªed. 2007.

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Reevviisstta a ddaa SSBBEEnnBBiioo Númmeerroo 0033.. OOuuttububrroo ddee 22001100.. 1330 KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: Edusp. 2008.

LOWMAN, J. Dominando as Técnicas de Ensino. São Paulo: Atlas. 2004.

MOREIRA, M. A & MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Centauro, 2001.

RANGEL, M. Métodos de Ensino para a Aprendizagem e a Dinamização das Aulas. Campinas: Papirus Editora. 2005.

SENICIATO, T. & CAVASSAN, O. Aulas de Campo em Ambientes Naturais e Aprendizagem em Ciências – Um Estudo com Alunos do Ensino Fundamental. Ciência & Educação. v.10, n.1, p.133-147. 2004.

TIDON, R. & LEWONTIN, R. C. Teaching evolutionary biology. Genetics and Molecular Biology. v.27, n.1, p.124-131. 2004.

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