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MARIA CRISTINA FERREIRA

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Academic year: 2021

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. 36, n. 1/2, p. 75-93, jan./fev

. 2009.

Resumo: investigou-se o poder preditivo de seis

estressores ambientais nas três dimensões do burnout, em 355 trabalhadores off-shore-oil. A interface trabalho/famí-lia, a estrutura organizacional e os problemas de relaciona-mento e desempenho constituíram-se em preditores da exaustão emocional; a estrutura organizacional e os fatores intrínsecos ao trabalho predisseram o cinismo e o fator se-gurança caracterizou-se como o único preditor da ineficá-cia profissional.

Palavras-chave: burnout, estressores ambientais,

traba-lho off-shore-oil

A PREDIÇÃO DO BURNOUT EM TRABALHADORES

OFF-SHORE-OIL

DOMINGOS ISIDÓRIO DA SILVA JÚNIOR, MARIA CRISTINA FERREIRA

A PREDIÇÃO DO

BURNOUT

EM TRABALHADORES

N

os anos recentes, a globalização dos mercados, com a conseqüente reestruturação da cadeia produtiva, vem provocando alterações substanciais nas relações de trabalho. Uma das implicações diretas de tais mudanças tem sido o aumento progressivo de trabalhadores acometi-dos de estresse laboral e de burnout, fenômenos capazes de ocasionar graves prejuízos ao indivíduo e à organização.

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De acordo com Kalimo e Mejman (1987), o estresse ocupacional surge a partir de desjustes entre as demandas do tra-balho e as habilidades do trabalhador, isto é, entre suas capacida-des e habilidacapacida-des para capacida-desempenhar as tarefas que lhe competem e as exigências de seu ambiente do trabalho. Nesse sentido, a exposição continuada às condições deflagadoras do processo de estresse pode levar o indivíduo a apresentar problemas comportamentais, médicos e psicológicos (QUICK; HORN; QUICK, 1986).

Uma das reações afetivas crônicas ou extremas ao estresse laboral é o burnout, síndrome psicológica caracterizada por três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e redução da realização profissional (MASLACH, 1993; 2003). A exaustão emocional refere-se à sensação de que os recursos emocionais se esgotaram, sendo por isso considerada o componente estressante da síndrome. A despersonalização ou cinisimo associa-se a atitu-des de distanciamento, hostilidade, rejeição e atitu-desinteresse em relação aos demais indivíduos do contexto laboral, representan-do, desse morepresentan-do, o componente interpessoal do burnout. Já a dimi-nuição da realização profissional ou sensação de ineficácia profissional diz respeito aos sentimentos de declínio da compe-tência e produtividade, caracterizando, portanto, o componente auto-avaliativo do burnout.

Ainda de acordo com Maslach (1993; 2003), o burnout con-siste em um processo seqüencial, que se inicia com a exaustão emocional vivenciada em razão de uma sobrecarga de demandas de natureza quantitativa e/ou qualitativa. A sobrecarga quantitati-va diz respeito ao número excessivo de tarefas a serem realizadas, enquanto a sobrecarga qualitativa associa-se à falta de suporte, à inabilidade de lidar com a rotina e à intensa interação emocional com as pessoas, bem como a outros fatores relacionados ao traba-lho, como, por exemplo, a escassez de recursos, os problemas burocráticos e a falta de feedback.

Com a persistência da exaustão emocional, surge a despersonalização, caracterizada pelo desenvolvimento de um sentimento cínico e hostil em relação às outras pessoas. Tal dete-rioração acaba por levar o indivíduo a reduzir seus índices de re-alização profissional, a ficar com a sensação de que não está realizando nada de importante em seu trabalho.

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Adotando ponto de vista um pouco diferente do de Maslach (1993; 2003), Leiter (1993) concorda com ela quanto ao fato de a despersonalização constituir-se em uma função direta da exaustão emocional, que, por sua vez, advém de demandas do ambiente e de demandas interpessoais. Contudo, o autor defende que a redu-ção da realizaredu-ção pessoal desenvolve-se independentemente das duas dimensões anteriores, em decorrência da falta de recursos (suporte social, oportunidades para o desenvolvimento de habili-dades), que irá exercer influências também sobre a despersonalização. Em síntese, de acordo com Maslach (1993; 2003) e Leiter (1993), o burnout consiste em uma síndrome multidimensional, composta por dimensões diferentemente rela-cionadas às demandas e recursos presentes no contexto laboral (SCHAUFELI; ENZMANN, 1998).

Inicialmente, o burnout foi observado principalmente entre profissionais que prestavam serviços ao público em geral (profes-sores, médicos, enfermeiros, etc.), isto é, que desempenhavam atividades vinculadas prioritariamente aos cuidados com o outro (BUUNK et al., 1981). Mais recentemente, porém, tal fenômeno passou a ser visto como uma reação que pode ser encontrada em qualquer categoria profissional na qual os indivíduos se vêem constantemente expostos a condições adversas de trabalho, como é o caso, por exemplo, dos trabalhadores off-shore-oil, isto é, dos petroleiros que trabalham embarcados.

Nesse sentido, tal categoria ocupacional passou a despertar a atenção dos estudiosos das organizações, muito embora as inves-tigações sobre o burnout nesse grupo específico de trabalhadores ainda sejam raras, com as pesquisas sobre o estresse sendo mais freqüentes. Os estudos sobre o estresse no contexto off-shore-oil têm se apoiado principalmente no modelo teórico de Cooper (1985), que classifica os fatores ambientais potencialmente capa-zes de serem caracterizados como estressores organizacionais em cinco principais categorias: fatores intrínsecos ao trabalho, papéis desempenhados na organização, relações interpessoais no contexto do trabalho, desenvolvimento na carreira e estrutura e clima organizacionais.

Os fatores intrínsecos ao trabalho dizem respeito às condi-ções que dificultam o desenvolvimento das tarefas com eficácia, enquanto os papéis organizacionais associam-se aos problemas

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decorrentes do desajuste entre as expectativas e exigências asso-ciadas ao desempenho de determinada função. Já as relações interpessoais no trabalho constituem um estressor quando desen-cadeiam rivalidade, falta de suporte social por parte dos colegas, conflitos, ressentimentos, recusa de cooperação, etc., enquanto o desenvolvimento na carreira relaciona-se à incoerência de status provocada pela inadequação do indivíduo à posição que ocupa na organização ou por frustrações referentes à ascensão ao topo de carreira. A estrutura e o clima organizacionais, por fim, referem-se à maneira pela qual o empregado é tratado pela organização e à relação dele com a mesma.

Com o apoio de tal modelo, Silva Jr e Ferreira (2007) desen-volveram e validaram uma Escala para Avaliação de Estressores Ambientais no Contexto Off-Shore-Oil (EACOS), que se diferen-ciou em seis fatores. O primeiro - problemas de relacionamento e desempenho no trabalho – associou-se a preocupações com o desempenho adequado do trabalho off-shore oil e com o relacio-namento com os demais colegas, enquanto o segundo - estrutura organizacional – contemplou a formalização dos procedimentos e rotinas de trabalho. O terceiro fator - interface trabalho/família – expressou as relações de conflito existentes entre as responsabi-lidades associadas à família e ao trabalho. Já o quarto fator – se-gurança – manifestou as preocupações com os riscos de acidentes e com as condições precárias de atendimentos emergenciais no local de trabalho, com o quinto - carreira e supervisão –, explicitando as preocupações com a progressão na carreira e com a natureza das relações interpessoais mantidas com os supervisores. O sexto e último fator - fatores intrínsecos ao trabalho off-shore

oil – relacionou-se à natureza do trabalho off-shore oil, no que diz

respeito às condições ambientais do mesmo e às características das tarefas a serem realizadas.

Os estudos nacionais (PENA, 2000; SOUZA, 1996) e inter-nacionais (HELLESOY, GRONHAUG, KVITASTEIN, 2000; SUTHERLAND, FLIN, 1989; WONG et al., 2002) sobre estressores ambientais no contexto off-shore-oil têm se dedicado sobretudo a estimar a incidência de diferentes estressores em tal contexto ocupacional e têm demonstrado, de forma consistente, que as temperaturas muito frias ou muito quentes, o barulho, a vibração, a ventilação e o confinamento consistem nos principais

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aspectos do ambiente físico percebidos como estressores. No entanto, as dificuldades de relacionamento, não somente na plata-forma, mas principalmente fora dela, em virtude das constantes interrupções do convívio social, bem como os problemas associ-ados às dificuldades de conciliação da vida familiar com o traba-lho na plataforma, são também considerados com relativa freqüência como fatores estressantes pelos trabalhadores

off-shore-oil.

O estudo de Cooper e Sutherland (1987), porém, destaca-se dos demais, em função de se constituir na única investigação de natureza preditiva localizada na literatura. Nesse sentido, seus autores buscaram avaliar o poder preditivo de diversos estressores ambientais em várias reações ao estresse (satisfação no trabalho, bem-estar, etc.), tendo constatado que os fatores intrínsecos ao trabalho (condições desagradáveis devido ao frio, vibração e ba-rulho) constituíram-se no principal preditor da insatisfação no trabalho, enquanto os problemas de relacionamento e a interface trabalho/família foram os principais preditores do bem-estar re-duzido entre os trabalhadores off-shore-oil pesquisados.

No que tange ao burnout em trabalhadores off-shore-oil, foi localizada na literatura uma única investigação, também de natu-reza descritiva, conduzida por Hellesoy et al. (2000). Esses auto-res fizeram uma adaptação do MBI (MASLACH; JACKSON, 1981) ao contexto off-shore-oil e calcularam a percentagem de respostas “muito” e “muito freqüentemente” fornecidas a cada um dos 14 itens do questionário final, tendo observado que a preocu-pação com a família durante o trabalho, a sensação de não ter um relacionamento próximo com os colegas de trabalho, a preocupa-ção com a influência dos problemas de casa no emprego, a sensa-ção de que tudo no trabalho exigia grande esforço e as dificuldades de memória constituíram-se nos problemas mais freqüentemente vivenciados pelos participantes do estudo. No entanto, os autores chamam a atenção para o fato de que tais percentagens foram todas muito baixas (entre 1 e 5%).

Em síntese, o exame da literatura sobre estressores ambientais e burnout em trabalhadores off-shore-oil evidencia que os estu-dos nessa área têm sido eminentemente descritivos, restringindo-se, assim, a verificar o grau de incidência de certos estressores ambientais ou das dimensões do burnout entre esses

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res, o que impede uma avaliação mais acurada dos fatores presen-tes no ambiente organizacional que se constituem nos principais preditores do burnout nessa categoria ocupacional. Justificam-se, assim, investigações adicionais de natureza preditiva sobre tal questão, que permanece praticamente inexplorada, em que pese o fato de esses indivíduos constituírem uma categoria particularmen-te vulnerável ao adoecimento psíquico, e, em especial, ao estresse e ao burnout. Assim é que eles costumam ser submetidos a condi-ções de trabalho em geral adversas, tais como ruído, vibração, isolamento da família e da sociedade, transporte aéreo de risco, confinamento e monotonia no local de trabalho. Fundamentando-se, portanto, em tais considerações, o presente estudo orientou-se pelo objetivo geral de verificar o poder preditivo de seis estressores ambientais (fatores intrínsecos ao trabalho, interface trabalho/ família, problemas de relacionamento e desempenho, carreira e supervisão, segurança e estrutura organizacional) nas três dimen-sões do burnout (exaustão emocional, cinismo e ineficácia profis-sional), em trabalhadores off-shore-oil.

MÉTODO Amostra

A amostra foi composta por 355 trabalhadores off-shore oil, predominantemente de sexo masculino (92%), com idades va-riando de 19 a 68 anos (média de 34,94 e desvio padrão de 8,59 anos). No que diz respeito à escolaridade, a maioria possuía o ensino médio, enquanto o tempo de trabalho na plataforma variou de 1 a 24 anos (média de 6,78 e desvio padrão de 6,48 anos). Já o tempo de empresa variou de 1 a 28 anos, com média de 6,41 e desvio padrão de 7,18 anos.

Instrumento

Para a avaliação da percepção dos estressores ambientais foi utilizada a Escala para Avaliação de Estressores Ambientais no Contexto Off-Shore-Oil (EACOS), desenvolvida por Silva Jr. e Ferreira (2007), a qual se compõe de 47 itens, distribuídos em seis fatores: problemas de relacionamento e desempenho no trabalho,

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estrutura organizacional, interface trabalho/família, segurança, carreira e supervisão e fatores intrínsecos ao trabalho

off-shore-oil. Tais itens devem ser respondidos em escalas de seis pontos,

variando de “nunca é uma fonte de tensão” (1) a “sempre é uma fonte de tensão” (6), segundo o grau em que o conteúdo de cada item se aplica ao contexto atual de trabalho do respondente. A escala é corrigida no sentido do estresse e, assim, quanto maior o resul-tado, maior a percepção de que um determinado fator é conside-rado estressante. A análise da consistência interna dos fatores da escala, na presente amostra, calculada por meio do coeficiente Alpha de Cronbach, revelou resultados variando de 0,71 a 0,84. O burnout foi avaliado por meio do Inventário de Burnout de

Maslach – General Survey, desenvolvido por Schaufeli et al.

(1996), especificamente para profissionais sem contatos com cli-entes, e validado para trabalhadores brasileiros do contexto

off-shore-oil por Silva Jr. (2006). O referido instrumento compõe-se

de 15 itens, distribuídos em três escalas: exaustão emocional, ineficácia profissional e cinismo. Os sujeitos respondem ao ques-tionário assinalando o grau em que cada uma das afirmativas se mostra adequada a sua situação atual, por meio de uma escala de seis pontos que varia de “nunca” (1) a “sempre” (6). A análise da consistência interna desses fatores, na presente amostra, calcula-da por meio do coeficiente Alpha de Cronbach, apresentou resul-tados que variaram de 0,62 (cinismo) a 0,81 (ineficácia profissional).

Procedimento

A coleta de dados foi realizada individualmente, nos próprios locais de trabalho dos participantes. Inicialmente, cada um deles foi informado dos objetivos da pesquisa e da importância de res-ponder com sinceridade aos questionários. Os que concordaram voluntariamente em participar, responderam aos instrumentos em tempo livre, tendo-lhes sido garantido o anonimato.

RESULTADOS

Os participantes da pesquisa receberam primeiramente um escore em cada um dos fatores da escala EACO e nas três

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mensões do burnout, mediante a soma dos escores atribuídos aos itens que compunham essas diferentes subescalas. Em se-guida, foram computadas as médias e os desvios-padrão de todas as subescalas, bem como as correlações de Pearson obtidas entre elas (Tabela 1).

Posteriormente, foram realizadas três análises de regres-são múltipla linear hierárquica, destinadas a verificar o poder preditivo dos seis fatores da EACO em cada uma das três di-mensões do burnout. Tais análises efetivaram-se mediante o teste de dois diferentes modelos: O primeiro incluiu apenas as variáveis controle idade, sexo, tempo de empresa, tempo de plataforma e grau de instrução, enquanto o segundo incorpo-rou à equação os seis fatores da EACO, a saber: carreira e su-pervisão, estrutura organizacional, interface trabalho/família, fatores intrínsecos ao trabalho, problemas de relacionamento e desempenho e segurança.

A análise de regressão múltipla hierárquica tendo como vari-ável critério a exaustão emocional (Tabela 2) revelou que o

pri-Exaustão Ineficácia

Variáveis M DP Emocional Cinismo profissional

Tabela 1 - Média, desvio-padrão e correlações entre as fontes de estresse e as dimensões do burnout

Carreira e supervisão 34,4 9,14 0,26*** 0,10 0,16** Estrutura organizacional 30,5 8,51 0,43*** 0,33*** 0,15** Interface trabalho/ família 23,3 7,07 0,46*** 0,18** 0,24*** Fatores intrínsecos ao trabalho 37,8 10,50 0,30*** 0,11* 0,23*** Problemas de relacio-namento 41,0 11,10 0,38*** 0,18** 0,24*** Segurança 13,0 3,80 0,20*** 0,13* 0,32*** Exaustão emocional 14,5 5,17 - 0,4*** 0,09 Cinismo 11,3 4,18 - - 0,01 Ineficácia profissional 29,2 5,35 - - -* p<0,05 -*-* p<0,01 -*-*-* p< 0,001

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meiro modelo explicou 7% da variância dessa variável e foi sig-nificativo (F = 5,28; p < 0,001), numa demonstração de que o bloco de variáveis nele contido estava contribuindo significativamente para a predição da exaustão emocional. Dentre elas, a idade foi a que se correlacionou mais significativa e negativamente com a exaustão emocional (â = - 0,21, t = - 3,19, p < 0,01), seguida pelo grau de instrução, que obteve correlação significativa e positiva com a exaustão emocional (â = 0,20, t = 3,77, p < 0,001) e pelo sexo, que também se correlacionou negativa e significativamente com essa dimensão (â = - 0,11, t = - 2,09, p < 0,05).

Tabela 2 - Regressão Múltipla Hierárquica Linear da Exaustão Emocional nos Estressores Ambientais

Variáveis Ä R ß t p Modelo 1 0,07 Idade - 0,21 -3,19 0,002 Sexo - 0,11 - 2,09 0,038 Tempo de empresa 0,13 1,78 0,075 Tempo de plataforma 0,05 0,71 0,476 Grau de instrução 0,20 3,77 0,000 Modelo 2 0,25 Idade - 0,16 - 2,84 0,005 Sexo - 0,11 - 2,24 0,025 Tempo de empresa 0,12 1,86 0,063 Tempo de plataforma - 0,01 -0,24 0,808 Grau de instrução 0,18 3,87 0,000

Fatores intrínsecos ao trabalho - 0,03 - 0,45 0,650

Interface trabalho/família 0,27 4,28 0,000

Problemas de relacionamento 0,16 2,11 0,035

Carreira e supervisão - 0,02 - 0,45 0,646

Segurança - 0,09 - 1,49 0,135

Estrutura organizacional 0,25 4,10 0,000

A entrada dos estressores na equação, no segundo modelo, resultou em um acréscimo de 25% na explicação da variância da exaustão emocional (F = 14,45; p < 0,001), sendo que, dentre as variáveis preditoras significativas, a que mais contribuiu para tal

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explicação foi a interface trabalho/família (â = 0,27, t = 4,28, p < 0,001), seguida pela estrutura organizacional (â = 0,25, t = 4,10, p < 0,001), pelo grau de instrução (â = 0,18, t = 3,87, p < 0,001), pela idade (â = - 0,16, t = - 2,84, p < 0,01), pelos problemas de relacionamento e desempenho (â = 0,16, t = 2,11, p < 0,05) e pelo sexo (â = - 0,11, t = - 2,24, p < 0,05), com todas elas apresentando correlações positivas e significativas com a exaustão emocional, à exceção da idade e do sexo, que obtiveram correlações negati-vas com a variável critério. Em resumo, no conjunto de estressores investigados, verificou-se que a interface trabalho/família, a es-trutura organizacional e os problemas de relacionamento e desem-penho atuaram como preditores positivos da exaustão emocional. A análise de regressão múltipla hierárquica utilizando como variável critério o cinismo (Tabela 3) indicou que 6% da variância (F= 4,28; p < 0,001) dessa dimensão era predita pelo conjunto de variáveis sócio-demográficas que compuseram o primeiro mode-lo. No entanto, apenas a idade (ß = - 0,22, t = - 3,36, p < 0,001) e o sexo (ß = - 0,11, t = - 2,10, p < 0,05), contribuíram significati-vamente para explicar tal variância, tendo as duas variáveis apre-sentado correlações negativas com essa dimensão.

Tabela 3: Regressão múltipla hierárquica linear do cinismo nos estressores ambientais Variáveis Ä R2 ß t p Modelo 1 0,06 Idade - 0,21 -3,19 0,002 Idade - 0,22 - 3,36 0,001 Sexo - 0,11 - 2,10 0,036 Tempo de empresa 0,07 0,98 0,324 Tempo de plataforma - 0,00 - 0,04 0,965 Grau de instrução - 0,09 -1,69 0,092 Modelo 2 0,12 Idade - 0,21 - 3,33 0,001 Sexo - 0,11 - 2,16 0,031 Tempo de empresa 0,07 1,01 0,313 Tempo de plataforma - 0,03 - 0,45 0,653 Continua...

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85 estudos , Goiânia, v . 36, n. 1/2, p. 75-93, jan./fev . 2009. ... Conclusão Variáveis Ä R2 ß t p Grau de instrução - 0,08 - 1,55 0,122

Fatores intrínsecos ao trabalho - 0,17 - 2,21 0,027

Interface trabalho/família 0,01 0,19 0,844

Problemas de relacionamento 0,09 1,12 0,259

Carreira e supervisão - 0,03 - 0,50 0,616

Segurança 0,02 0,35 0,726

Estrutura organizacional 0,36 5,40 0,000

Já o segundo modelo implicou em um acréscimo de 12% da variância explicada (F = 6,68; p < 0,001), sendo que somente quatro das onze variáveis preditoras contribuíram significativamente para essa explicação. Dentre elas, destacou-se como a mais forte preditora a estrutura organizacional, que apresentou correlação positiva e significativa com o cinismo (ß = 0,36, t = 5,40, p < 0,001), seguida pela idade (ß = - 0,21, t = - 3,33, p < 0,001), pelos fatores intrínsecos ao trabalho (ß = - 0,17, t = - 2,21, p < 0,05) e pelo sexo (ß = - 0,11, t = - 2,16, p < 0,05) que se correlacionaram negativa e significativamente com essa dimensão do burnout. Desse modo, os únicos estressores que contribuíram para a predição do cinis-mo foram a estrutura organizacional, de forma positiva, e os fato-res intrínsecos ao trabalho, de forma negativa.

Na predição da ineficácia profissional (Tabela 4), o primeiro bloco de variáveis a entrar na equação de regressão foi responsá-vel por 4% da variância (F = 3,16; p < 0,01). Dentro desse bloco, a variável que melhor predisse a ineficácia profissional foi o tem-po de plataforma, que apresentou uma correlação tem-positiva e signi-ficativa com essa dimensão (ß = 0,17, t = 2,28, p < 0,05), seguida pelo tempo de empresa, que obteve correlação negativa e signifi-cativa com a ineficácia profissional (ß = - 0,17, t = - 2,27, p < 0,05) e pela idade, que apresentou uma correlação positiva e significa-tiva com a dimensão considerada (ß = 0,15, t = 2,28, p < 0,05).

A adição das fontes de estresse à equação resultou no incre-mento de 11% da variância explicada (F = 5,59; p < 0,001), sendo que a mais forte preditora da ineficácia profissional foi a

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ça, que apresentou correlação positiva e significativa com tal di-mensão (ß = 0,24, t = 3,58, p < 0,001), seguida pelo tempo de empresa, que se correlacionou negativa e significativamente com a ineficácia profissional (ß = - 0,17, t = - 2,31, p < 0,05) e pela idade (ß = 0,15, t = 2,29, p < 0,05) que apresentou correlação positiva e significativa com tal dimensão. Assim, o único estressor a predizer positivamente a ineficácia profissional foi a segurança. Tabela 4 - Regressão múltipla hierárquica linear da ineficácia

pro-fissional nos estressores ambientais

Variáveis Ä R2 ß t p Modelo 1 0,04 Idade 0,15 2,28 0,023 Sexo 0,03 0,58 0,559 Tempo de empresa - 0,17 - 2,27 0,023 Tempo de plataforma 0,17 2,28 0,023 Grau de instrução 0,03 0,70 0,483 Modelo 2 0,11 Idade 0,15 2,29 0,023 Sexo 0,02 0,53 0,597 Tempo de empresa - 0,17 - 2,31 0,022 Tempo de plataforma 0,14 1,94 0,053 Grau de instrução 0,05 0,94 0,346

Fatores intrínsecos ao trabalho 0,09 1,29 0,197

Interface trabalho/família 0,11 1,61 0,106 Problemas de relacionamento 0,02 0,31 0,752 Carreira e supervisão - 0,05 - 0,83 0,402 Segurança 0,24 3,58 0,000 Estrutura organizacional - 0,07 - 1,05 0,294 DISCUSSÃO

Foi objetivo, do presente trabalho, averiguar os estressores ambientais que melhor prediziam a exaustão emocional, o cinismo e a ineficácia profissional. No que diz respeito à exaustão emocio-nal, os resultados evidenciaram que a interface trabalho/família, a estrutura organizacional e os problemas de relacionamento e

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penho foram os únicos estressores ambientais que contribuíram para a predição dessa variável critério, o que se mostra condizente com o estudo de Cooper e Sutherland (1987), no qual se verificou que os problemas de relacionamento constituíram-se em preditor da redu-ção do bem-estar de trabalhadores noruegueses.

Os dados ora obtidos revelam, portanto, que para os partici-pantes da amostra, o fato de terem que passar longos períodos longe da família, sem poderem, assim, exercer adequadamente os papéis de pais ou cônjuges, constituiu-se em uma das principais fontes de esgotamento emocional, isto é, de cansaço e fadiga para esses indi-víduos, talvez por que percebam que a impossibilidade de concili-arem as responsabilidades familiares e profissionais é algo que afeta não somente a eles, mas também às suas esposas e filhos. Assim, por exemplo, é comum esses trabalhadores não poderem estar pre-sentes em comemorações de datas importantes para seus familiares (aniversários de casamento, aniversários dos filhos, Natal, etc.), o que parece acabar afetando suas relações com os mesmos, com reflexos em sua saúde física e psíquica, especialmente no que diz respeito a suas reações emocionais frente ao contexto de trabalho. Por outro lado, verificou-se também que o fato desses traba-lhadores precisarem se submeter a diversos procedimentos formais que implicam a submissão a regras e disciplinas leva-os também a se sentir exaustos emocionalmente. Tal situação pode se dever ao fato de eles precisarem exercer esforços extras para se confor-marem a tais procedimentos (como, por exemplo, sair de cidades há vários quilômetros de distância do local de embarque com muita antecedência, para não perder o horário de embarque), sem perce-berem nenhuma retribuição da empresa a esse zelo.

Os problemas de relacionamento e desempenho também con-tribuíram, ainda que em menor grau, para a predição do esgota-mento emocional. Os possíveis motivos que levaram a tal resultado podem estar associados às mudanças rotineiras de companheiros de turno, o que faz com que a freqüência de convivência com os mesmos colegas seja pequena e implique a necessidade constante de adaptação a estilos de vida e hábitos nem sempre congruentes com os do próprio indivíduo. Tal situação, obviamente, dificulta a manutenção de amizades estáveis e contraria as necessidades de contato social inerentes ao ser humano, podendo, conseqüentemen-te, levar à exaustão emocional.

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Na predição do cinismo, constatou-se que a estrutura organizacional e os fatores intrínsecos ao trabalho foram os únicos estressores ambientais que explicaram essa dimensão, com a vari-ável estrutura organizacional tendo peso bem maior que os fatores intrínsecos ao trabalho em tal predição. Esses dados estão coeren-tes com a pesquisa de Cooper e Sutherland (1987), que também verificaram que os fatores intrínsecos ao trabalho (frio, vibração, umidade, barulho) constituíram-se em preditores da insatisfação no trabalho de empregados off-shore-oil noruegueses.

No que diz respeito à estrutura organizacional, os dados obti-dos podem advir do fato de os participantes da presente amostra perceberem que os procedimentos e as rotinas de trabalho a que se encontram submetidos são desestimulantes e cerceiam sua liberda-de, ao obrigá-los a interromper sua vida social e retornar periodica-mente ao local de trabalho, o que significa voltar para um ambiente de confinamento e sem privacidade. Nesse sentido, com o passar do tempo, eles acabariam perdendo o interesse por seu trabalho, pas-sando, assim, a desempenhar suas tarefas de forma cética e mecâ-nica, isto é, pensando tão somente no momento de voltar para casa. Já o fato de os fatores intrínsecos ao trabalho terem se mostra-do negativamente associamostra-dos ao cinismo causou estranheza, em função de a correlação ter se apresentado em direção contrária ao que seria de se esperar. Em outras palavras, o mais provável seria que os indivíduos submetidos a condições de trabalho adversas em termos de temperatura, ruídos, vibração, etc., desenvolvessem ati-tudes mais hostis em relação ao mesmo, quando na realidade se observou um resultado contrário a essa expectativa. Consideran-do-se, entretanto, que a escala de cinismo mostrou-se menos con-sistente que as demais, é possível que isto tenha afetado os resultados, o que indica a necessidade de maiores investigações sobre essa dimensão, capazes de melhor esclarecer não apenas os estressores ambientais que de fato contribuem com maior peso para sua expli-cação, mas também a direção em que tais relações ocorrem.

Atendo-se, por fim à ineficácia profissional, foi possível ve-rificar que a segurança constituiu-se no único preditor dessa vari-ável critério. Tais resultados foram também encontrados na pesquisa de Cooper e Sutherland (1987), ao se observar que a se-gurança correlacionou-se positiva e significativamente com a re-dução do bem-estar no trabalho. Um das razões subjacentes a esse

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achado pode estar relacionada ao fato de os trabalhadores

off-shore-oil terem consciência de que as condições de atendimento médico na

plataforma em caso de acidentes são precárias. Consequentemente, ao serem instados a desempenhar atividades que oferecem riscos, procurariam realizá-las o mais rapidamente possível, para delas se livrarem antes de sofrer algum acidente, o que obviamente poderia afetar o bom desempenho das mesmas e provocar uma sensação de ineficácia profissional.

Os dados ora reunidos sobre a predição do burnout podem ser ainda considerados como evidências favoráveis ao modelo de Cooper (1985), que, embora não especificamente dirigido à ex-plicação do burnout, foi utilizado como estrutura de referência teórica no presente trabalho, por enfatizar o importante papel desempenhado por seis diferentes estressores ambientais (fatores intrínsecos ao trabalho, papel na organização, relacionamento interpessoal no trabalho, desenvolvimento na carreira e estrutura e clima organizacional) na predição da insatisfação no trabalho e de problemas psíquicos e orgânicos característicos do estresse. Considerando-se que, na presente investigação, três desses estressores (estrutura organizacional, problemas de relacionamento e desempenho e fatores intrínsecos ao trabalho) mostraram-se preditores do burnout, é possível afirmar, então, que o modelo em questão pode ser também adotado como uma estrutura conceitual útil aos estudos sobre a predição da referida síndrome, pelo me-nos no que diz respeito aos trabalhadores off-shore-oil.

Vale ressaltar, ainda, que algumas variáveis individuais, em especial o sexo e a idade, também contribuíram para a predição do

burnout, embora tais variáveis s tenham sido usadas na presente

pesquisa apenas como variáveis controle, na medida em que não era objeto da investigação explorar os efeitos de fatores individu-ais sobre o burnout. No que tange ao sexo, foi demonstrado que as mulheres apresentavam maiores índices de exaustão emocional e de cinismo que os homens. Esses resultados devem, no entanto, ser vistos com cautela, em função da ampla maioria de indivíduos de sexo masculino que havia na amostra. Já no que diz respeito à idade, constatou-se que à medida que os trabalhadores se tornam mais velhos, eles se mostram menos propensos a sofrer de exaustão emocional e a apresentar atitudes de cinismo em relação ao traba-lho, muito embora vivenciem maior sensação de ineficácia

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fissional. Esses achados se mostram congruentes com a literatura da área (MASLACH; SCHAUFELI; LEITER, 2001), que vem demonstrando a existência de uma relação consistente entre a idade e o burnout, no sentido de ele ser mais freqüente entre os trabalha-dores mais jovens.

Os resultados ora obtidos permitem ainda a formulação de algumas sugestões associadas ao desenvolvimento de estratégias capazes de contribuir para a redução do burnout no contexto

off-shore-oil. No que tange aos conflitos entre as responsabilidades do

trabalho e da família, a adoção de medidas que facilitem a aproxi-mação dos trabalhadores com a família, em que pesem as condições peculiares do trabalho off-shore-oil, poderá contribuir para a dimi-nuição da exaustão emocional que eles se mostram propensos a vivenciar. Nesse sentido, facilitar a transferência dos empregados para locais de trabalho mais próximos aos municípios em que residem, diminuindo, assim, o tempo de locomoção gasto entre a residência e ao local de embarque e vice-versa; evitar a oferta de cursos durante o período de folgas, de modo a não interferir no pouco tempo de convivência com o cônjuge e filhos e viabilizar para os trabalhadores o uso de meios de comunicação com família quando embarcados constituem medidas que poderão indubita-velmente reduzir os problemas decorrentes da interface trabalho-família e o conseqüente desgaste por eles provocado.

Quanto aos procedimentos relacionados às rotinas do servi-ço, seria interessante que eles se tornassem menos agressivos, de forma a propiciar mais conforto biopsicossocial ao indivíduo. Desse modo, a adoção de pausas durante o trabalho de turno, que possibilitem períodos de descanso aos trabalhadores; o incremen-to das atividades de lazer que tenham como objetivo a diminuição do tempo ocioso; a alocação de trabalhadores de um mesmo turno em um mesmo ambiente de repouso, como forma de favorecer melhor convívio entre eles e a viabilização de tempos menores de permanência na plataforma, com o intuito de diminuir o confinamento, constituem exemplos de medidas que poderiam favorecer a redução das atitudes cínicas dirigidas à organização por muitos dos empregados, em decorrência da estrutura organizacional a que são submetidos.

Atendo-se à questão da insegurança, providências como a diminuição do tempo de transporte para as respectivas

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mas, que se mostrem capazes de reduzir medos de possíveis aci-dentes; a permissão de embarque somente após curso de salvatagem e primeiros socorros, de modo a que nos momentos críticos qual-quer trabalhador tenha condições de empreender as ações iniciais que se fizerem necessárias à situação e a disponibilização de equi-pamentos, medicamentos e materiais necessários e suficientes à prestação de primeiros socorros, que transmitam ao trabalhador a sensação de que em caso de acidentes, a plataforma terá suprimen-tos suficientes para o socorro, podem ser apontadas como estraté-gias úteis à redução da insegurança e, em conseqüência, da sensação de ineficácia profissional que ela costuma provocar.

Cumpre registrar, por fim, que a presente pesquisa teve cará-ter eminentemente exploratório, na medida em que, na licará-teratura nacional e internacional, os estudos com foco no burnout em empregados off-shore-oil ainda são esparsos, especialmente no que tange aos fatores que se constituem em preditores dessa síndrome. Ainda assim, porém, foi possível trazer à discussão importantes questões inerentes à saúde física e psíquica desse grupo de traba-lhadores, capazes de fornecer uma contribuição inicial acerca do intrincado conjunto de fatores que concorrem para a manifesta-ção do burnout em indivíduos que prestam serviços não assistenciais.

Seria interessante, porém, que tal linha de investigação pros-seguisse em direção ao aprofundamento dessa temática, mediante a investigação, por exemplo, do papel desempenhado por certos fatores ambientais aqui não contemplados (como os papéis organizacionais, a cultura organizacional, etc.) na explicação da síndrome do burnout entre esse grupo de trabalhadores. A realiza-ção de tais estudos certamente irá se reverter em ganhos reais em direção à conquista de maior qualidade de vida e bem-estar por parte dos profissionais e das organizações que integram a estrutu-ra off-shore-oil.

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Abstract: we aimed at identifying the predictive power of six

sources of stress on three burnout dimensions among 355 off-shore-oil workers. The work-home interface, the organizational structure and the problems concerning relationship and performance have become predictors of emotional exhaustion, the organizational structure and the work intrinsic factors have predicted cynicism and safety has become the only predictor of professional inefficiency.

Key words: burnout, environmental stressors, off-shore oil context

work

DOMINGOS ISIDÓRIO DA SILVA JÚNIOR

Mestre em Psicologia. Professor da Universidade Estácio de Sá e da Faculdade da Região dos Lagos. Psicólogo.

MARIA CRISTINA FERREIRA

Mestre e Doutora em Psicologia. Professora Titular do Mestrado em Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Psicóloga. E-mail: mcris@centroin.com.br

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