Tema da aula:
Histórico das Políticas de Alimentação e
Nutrição no Brasil
Brasil Colônia
Registros de práticas sanitárias voltadas à vigilância sanitária de alimentos,
implantadas pelo poder público desde o século XIX, ainda no Brasil colônia.
Controle sanitário feito pela fiscalização dos portos e de embarcações de
mercadorias e passageiros para que fossem evitadas epidemias e garantidas a higiene e a inocuidade dos produtos alimentícios exportados pelo Brasil.
Práticas localizadas no campo da vigilância sanitária terem clara vinculação com a
temática da segurança alimentar, elas não eram (são) reconhecidas como uma ação de política pública de alimentação e nutrição.
Em 1938 é aprovado o Decreto Lei no. 399 que institui o salário mínimo, definido como a remuneração mínima devida a todo trabalhador adulto, sem distinção de sexo, capaz de satisfazer suas necessidades normais de
alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Assim, parâmetros nutricionais definidos por um modelo
de ração-tipo e indicativo de grupos alimentares foram oficialmente incorporados como diretrizes de uma política pública brasileira
Década de 30: início da Era Vargas
1940 - foi criado o Serviço de Alimentação e Previdência Social (SAPS) .
1º agência governamental de política de alimentação.
Objetivo era selecionar e baratear preços de gêneros alimentícios, instalar e manter funcionando
restaurantes para trabalhadores.
A criação dos SAPS é precedida de outra importante medida em 1939 que obriga as empresas com mais de 500 trabalhadores instalarem refeitórios.
Década de 40: CNA
1945 - Criada a Comissão Nacional de Alimentação (CNA) objetivo
de estudar e propor normas para a uma política nacional de alimentação.
Órgão do Conselho Federal de Comércio Exterior. 1949 - CNA passa para o Ministério da Educação e Saúde.
Em 1951 o CNA torna-se o Comitê Brasileiro de representação na
Organização de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO).
Enquanto o SAPS assume uma função assistencial alimentar
direcionada aos trabalhadores previdenciários dos centros urbano-industriais, é no CNA que se organizam os primeiros esforços de formulação de uma política nacional de alimentação mais ampla.
Década de 50: PNA
Em 1952, o CNA estabeleceu o Plano Nacional de
Alimentação, que considerava a desnutrição como
prioridade de saúde pública, procurando atender os grupos mais vulneráveis.
1953: editada a primeira lei que tornou obrigatória a
iodação do sal nas áreas de Bócio-Endêmico.
1956: criada Campanha de Merenda Escolar, sob
responsabilidade do Ministério da Educação, no governo do presidente Juscelino Kubitschek em 1956
Políticas de Alimentação na
ditadura militar
1964 instaurou-se a ditadura militar no Brasil.
Ocorre uma tendência de centralização do estado das políticas públicas e na orientação do saber científico.
Os SAPS e o CNA foram perdendo sua força com o tempo e foram extintos (SAPS em 1967 e o CNA em 1972).
Década de 70: PRONAN I
Início da década de 70 - agravamento dos
problemas sociais (fim do milagre econômico):
Governo inicia programas que tentam compensar asdesigualdades sociais.
1972 – É criado o Instituto Nacional de
Alimentação e Nutrição (INAN) ligado ao MS,
que cria o Programa Nacional de Alimentação e
Nutrição (I PRONAN):
Visava a suplementação alimentar a gestantes, nutrizes e
Década de 70: FAO e Alma Ata
Cenário Internacional na década de 70:
1974 – FAO
Programas de nutrição deveriam estar inseridos no
planejamento de desenvolvimento econômico e social do País.
1978 – Conferência de Alma Ata:
Fortalecimento das ações de assistência primária em saúde.
Década de 70: PRONAN II
1976 - PRONAN II
Surge com um discurso contundente de uma proposta de política social, procurando ultrapassar o enfoque tradicional dos programas anteriores limitados à definição de grupos de risco e seu atendimento.
Suas ações eram voltadas para a constituição de mecanismos de racionalização e modernização de todo o sistema de produção e comercialização de alimentos.
Causa básica da desnutrição seria a injusta distribuição de renda e a irracionalidade no sistema de produção e distribuição de alimentos.
PRONAN II propôs o desenvolvimento de ações
em 9 programas específicos:
Programa de Nutrição e Saúde (PNS):prestava assistência a
gestantes, nutrizes e crianças de 6-36 meses.
Programa de alimentos Básicos em Áreas de Baixa Renda
(PROAB):abastecia os pequenos varejistas de regiões carentes, com alimentos básicos a preços reduzidos
Programa de Racionalização da Produção de Alimentos
Básicos (PROCAB): apoiava o pequeno agricultor , assegurando assistência governamental (ligado ao PNS e PROAB)
Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno
(PNIAM)
Programas do PRONAN II
◦ Programa de Combate a Carências Nutricionais Específicas:
bócio, hipovitaminose A e deficiência de ferro
◦ Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN): estado
nutricional de crianças, gestantes e nutrizes
◦ Programa Nacional de Alimentação do Escolar (PNAE): ligado
ao Ministério da Educação
◦ Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT):ligado ao
Ministério do Trabalho
◦ Programa de Alimentação Popular (PAP):ligado ao Ministério
Legado do INAN
Sob coordenação do INAN, as políticas de alimentação e nutrição alcançaram progresso considerável.
Formação de um quadro técnico e politico para agenda de A&N no país.
Houve algum impacto nutricional a partir de ações setoriais como:
Expansão da assistência primária à saúde da criança como objetivo
central a prevenção e controle do complexo desnutrição-infecção;
Expansão da rede de água tratada; Maior acesso a escolaridade básica;
1986 – implantação das ações básicas de saúde MS
Legado do INAN
Programas de nutrição com planejamento
intersetorial não foram factíveis ou efetivamente
implantados.
O PRONAN II foi operacionalizado até o final de
1989 e muitos dos projetos fazem parte das
políticas de alimentação atual:
Combate as carências nutricionais, vigilância alimentar e nutricional, distribuição de alimentos, incentivo ao aleitamento materno.
Década de 80
!986:
1
aConferencia Nacional de
Alimentação e Nutrição, como
desdobramento e em seguimento imediato
da 8
aConferencia Nacional de Saúde que é
reconhecida como um marco fundamental
na criação do SUS.
1988 – Constituição – criação do SUS
1989 – redemocratização com a eleição
presidencial;
Década de 90
Grande aceitação da política neoliberal:
diminuição do Estado Políticas Públicas deveriam ser apenas focalizadas;
Houve desestruturação dos programas de
alimentação e nutrição
: foram mantidos apenas o Programa de Combate ao Bócio, Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Programa de Alimentação do Trabalhador.Década de 90
Década de 90: Mobilização Social, com diversas
ações contra a fome:
Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e a Vida
liderada pelo sociólogo Herbert de Souza.
1993 – Conselho Nacional de Segurança
Alimentar (CONSEA).
Década de 90: CONSEA
CONSEA define como prioridade a geração de emprego e
renda, democratização da terra, o combate à desnutrição, a descentralização de fortalecimento do Programa de
Alimentação Escolar e a revisão do PAT.
O CONSEA realiza a I Conferência Nacional de Segurança
Alimentar.
Porém pelo caráter transitório da administração federal e a
priorização de um rígido controle do gasto estatal poucas ações foram efetivamente implantadas
Década de 90
1994 - Eleição de Fernando Henrique Cardoso; Compromisso com a estabilidade econômica; Discurso:
- Combate à inflação ajudaria na distribuição de renda;
Estabilidade econômica melhoraria a situação social.
CONSEA é extinto e substituído pelo Comunidade Solidária
em 1995.
Década de 90
Desarticulação das ações de Alimentação e Nutrição:
Reduz a questão da alimentação e nutrição a um dos itens da
ação social
O MS acaba definitivamente com o INAN
1999 - Ministério da Saúde define a nova Política Nacional de Saúde e é
criada a CGPAN (coordenação geral da política de alimentação e nutrição – área técnica do MS)
Lançada, ainda em 1999, a Política Nacional de Alimentação e Nutrição
(PNAN):
Define ações intersetoriais; Cria linhas programáticas de ação;
Anos 2000
2001 – Implantação do Programa Bolsa-Alimentação.
2002- Luís Inácio Lula da Silva é eleito presidente
Lançado Projeto Fome Zero, com intuito de apresentar uma política
nacional de segurança alimentar e nutrição, com ênfase ao combate à fome no país
2002 - Recria o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (CONSEA), como órgão de assessoramento direto ao presidente
- Transferência de renda - Ação focalizada
- Critério biológico (desnutrição)
Anos 2000
No setor saúde mantém a CGPAN na estrutura do
MS e grande parte de sua equipe técnica efetivamente, foi dada continuidade das ações e diretrizes da PNAN;
2003 – Programa Bolsa Família
CGPAN administração e acompanhamento das
condicionalidades do PBF em nível federal
- Ganho em cobertura
- Critério de risco social e não mais biológico
Anos 2000
Consolidação do SUS e do processo de municipalização em saúde
2006 – Publicação da Política Nacional de Atenção Básica e da
Política Nacional de Promoção da Saúde
2006 - Ministério do Desenvolvimento Social Lançada LOSAN – Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN - Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
2009 – Lei 11.947 do PNAE : articulação alimentação escolar
(PNAE) e agricultura familiar (PAA e Pronaf)
↑ INICIATIVAS INTERSETORIAIS
Anos 2010...
2011 – Atualização da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e da
Política Nacional de Atenção Básica
2011 – 1º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional -
PLANSAN
2014 - Atualização da Política Nacional de Promoção da Saúde
2017 - 2º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional –
PLANSAN
2017 – Atualização da Política Nacional de Atenção Básica – Recomendação CNS nº 51, de 6 de outubro de 2017, que recomendou à CIT a revogação da Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
Políticas de Alimentação e Nutrição no Brasil
MINISTÉRIO DA SAÚDE Política Nacional de Alimentação e Nutrição
MDSA
- Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - Agricultura Familiar: (PNATER, PRONAF, PAA)
MIN. DA EDUCAÇÃO Programa Nacional de Alimentação Escolar MIN. DO TRABALHO Programa de Alimentação do Trabalhador
MIN .DA AGRICULTURA
AGRICULTURA (Plano Safra)