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FACULDADE FASERRA. Pós-graduação em REABILITAÇÃO EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA COM ÊNFASE EM TERAPIA MANUAL. Kliciane de Almeida Rêgo

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FACULDADE FASERRA

Pós-graduação em REABILITAÇÃO EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA COM ÊNFASE EM TERAPIA MANUAL

Kliciane de Almeida Rêgo

OS BENEFÍCIOS DO PILATES NO TRATAMENTO PARA ESCOLIOSE

Manaus 2017

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Kliciane de Almeida Rêgo

OS BENEFÍCIOS DO PILATES NO TRATAMENTO PARA

ESCOLIOSE

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Pós Graduação em REABILITAÇÃO EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA COM ÊNFASE EM TERAPIA MANUAL, Faculdade Faserra, como pré requisito para a obtenção do título de Especialista, sob a Orientação da Professora Dayana Priscila Maia Mejia e Co-Orientação Prof. Flaviano Gonçalves Lopes de Souza.

Manaus 2017

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Os benefícios do Pilates no tratamento da escoliose

RÊGO, Kliciane de Almeida.1 klicy_almeida@hotmail.com Orientadora2 Dayana Priscila Maia Mejia. Co-Orientador3 Flaviano Gonçalves Lopes de Souza

Pós-graduação em Reabilitação em ortopedia e traumatologia com ênfase em terapia manual

Resumo

Hábitos e vícios posturais inadequadas quando não corrigidos tendem a levar o indivíduo a apresentar desvio postural principalmente durante a fase de desenvolvimento e crescimento humano. Exemplo disso é a escoliose, uma patologia cuja principal característica é uma curvatura lateral anormal da coluna vertebral, que, se não tratada adequadamente e precocemente leva a complicações estéticas e funcionais. A escoliose do tipo Idiopática, de origem desconhecida, é a deformidade mais frequente da coluna vertebral. Dentre as técnicas fisioterapêuticas que visam a prevenção, reabilitação e tratamento desta patologia resultante de alterações posturais, destaca-se o método Pilates. O objetivo geral deste estudo foi constatar os benefícios da aplicabilidade das técnicas do Pilates no tratamento da escoliose, recorrendo especificamente à revisão bibliográfica de obras especificas e artigos científicos da LILACS, MEDLINE, BIREME, Revista Brasileira de Fisioterapia, dentre outros, onde ao final da pesquisa, pôde-se constatar que o método Pilates, de maneira geral, apresenta resultados significativos quanto a reeducação postural e alívio da dor.

Palavras-chave: Coluna vertebral, desvio postural, escoliose, Pilates.

1. Introdução

As responsabilidades e o ritmo intenso do cotidiano moderno impuseram sobrecargas de afazeres para todas as faixas etárias, sejam homens e mulheres. Assim, dores na coluna vertebral geralmente são decorrentes de problemas posturais que podem gerar desde desconfortos relativamente leves até lesões mais graves. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população terá alguma crise de dor nas costas, pelo menos, duas vezes

1 Pós-graduanda do Curso de Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual. 2

Orientadora:Professora Me. Dayana Priscila Maia Mejia.

3 Co-Orientador: Professor Flaviano Gonçalves Lopes de Souza, Fisioterapeuta, Pós graduado em

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na vida, sendo a escoliose um dos principais motivos, afetando de 2% a 4% da população mundial. As anormalidades da coluna vertebral estão entre os problemas musculoesqueléticos pediátricos não traumáticos mais comuns, com destaque em gravidade para a escoliose 1.

A escoliose é uma patologia caracterizada pela deformidade postural da coluna vertebral, que apresenta uma curvatura anormal no plano frontal, superior a 10º, segundo o ângulo de Cobb, interferindo na qualidade de vida do individuo e quando não tratada, pode levar a graves complicações estéticas e funcionais. Nesse sentido, o diagnóstico precoce da escoliose pode evitar danos irreparáveis, sendo necessário um tratamento eficaz, levando em consideração uma série de fatores como, causa, tamanho e localização da curva, idade do paciente e grau de evolução da deformidade. Esta patologia é sem dúvida, uma das grandes causadoras das deformidades músculoesqueléticas da humanidade. Sendo decorrente de questões posturais e musculoesqueléticas, o tratamento da escoliose passa necessariamente por uma reeducação postural, através de aplicação de técnicas baseadas na cinesioterapia, entre elas o método Pilates, considerada uma das técnicas mais eficazes na reeducação postural 2,3,4.

O objetivo geral deste estudo é constatar os benefícios da aplicabilidade das técnicas do Pilates no tratamento da escoliose, enquanto os específicos são descrever as características gerais da coluna vertebral; apresentar a etiologia da escoliose; apontar as principais consequências patológicas da escoliose; destacar os benefícios do método Pilates no tratamento da escoliose. Justifica-se a necessidade de realizar este estudo em decorrência do número expressivo de casos de escoliose, bem como a amplitude e gravidade dos impactos decorrentes dessa patologia, além de se evidenciar os benefícios advindos da aplicação do método Pilates no tratamento de escoliose.

2. Fundamentação Teórica

A postura é uma relação dinâmica na qual as partes do corpo, principalmente os músculos esqueléticos se adaptam em resposta a estímulos recebidos. Considera-se boa postura quando ocorre equilíbrio musculoesquelético protegendo as estruturas de sustentação do corpo em relação a lesões ou deformidades progressivas. A junção de hábitos e vícios posturais equivocados por tempo prolongado tende a provocar um desequilíbrio do corpo sobre sua base de suporte, dando origem aos desvios posturais 4,5,6.

A coluna vertebral possui três tipos de curvas: a lordose, a cifose e a escoliose. A lordose é presente na coluna cervical e na coluna lombar; a cifose é presente na coluna

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torácica. A presença dessas duas curvas é normal, fazendo parte das curvaturas normais da coluna. Apenas em casos em que a lordose e a cifose aparecem em grau aumentado é que são consideradas anormais e devem ser investigadas. A escoliose é uma curva sempre anormal na coluna vertebral. Esse tipo de curva aparece no plano coronal, isso é, aparece quando olhamos a pessoa ou “de frente” ou “de costas”, diferentemente da lordose e cifose, que são vistas quando olhamos a pessoa “de lado”. Quando visto de cima para baixo, todas as vértebras devem estar alinhadas umas com as outras 3,4,5.

Desta forma, todo ser humano é dotado de uma curvatura lateral meio acentuada, considerada normal se apresentar entre 5º a 10º. Acima dessa média, é considerada anormal, constituindo-se numa curvatura patológica. Assim, a alteração deste alinhamento no plano frontal com curvatura maior do que 10° é chamada escoliose. As curvas que medem até 25° são classificadas como curvas suaves; com medição de 25° à 45° são classificadas como curvas moderadas; são consideradas curvas graves as que medem mais de 45º. Quando a escoliose ultrapassa os 30° (considerada dentro de um limite crítico) no final do crescimento de um individuo, o risco de problemas de saúde em idade adulta aumenta significativamente, comprometendo sua qualidade de vida através da dor, aumento da deformação plástica, limitações funcionais e problemas pulmonares 1,2,3.

Sendo assim, a escoliose é um desvio tridimensional da coluna vertebral, ou seja, a coluna desvia-se nos três planos do espaço, tendo uma rotação das vértebras que acaba culminando em alterações de todos os planos da coluna. Quando vista de cima para baixo, a escoliose apresenta as vértebras envolvidas na curva rodadas em relação umas as outras, o que pode determinar, além de rotação da coluna, deformidades das costelas, tórax, cintura escapular e pelve. A palavra escoliose é originária de palavra grega que significa curvatura, sendo usada em medicina para denominar qualquer curvatura lateral da coluna vertebral 4,5,6.

A escoliose é uma das principais ocorrências ortopédicas entre crianças e adolescente, atingindo mais de 20% da população infantil, decorrente principalmente dos maus hábitos e vícios posturais adquiridos no seu cotidiano durante o crescimento e desenvolvimento, em particular durante o período escolar, comprometendo sua postura ereta e suas condições anatômicas 1.

Nesse período quase sempre não apresenta sintoma de dor ou incômodo, vindo a se manifestar apenas na idade adulta adiantada. Daí a importância de bons hábitos relacionados à postura desde a fase infantil, para evitar sobrecargas anormais nos ossos em crescimento e alterações adaptativas nos músculos e tecidos moles. Nesse período quase sempre não

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apresenta sintoma de dor ou incômodo, vindo a se manifestar apenas na idade adulta adiantada 2,3,4,5.

A escoliose caracteriza-se em “C” ou “S”, sendo classificada de acordo com a localização de sua curvatura nas regiões cervicotorácica, torácica, toracolombar ou lombar. Vários fatores podem implicar na alteração da postura, como idiopáticos, congênitos, neuromusculares, antálgicos e posturais 2,3,5.

Quanto à classificação, a escoliose pode ser analisada levando em consideração sua gravidade, sendo: leve (entre 10º e 20º); moderada (entre 20º e 40º) e severa (maior que 40º ou 50º). Entretanto, também pode ser compreendida pelo critério de sua flexibilidade, dividindo-se em: estruturais ou permanentes e não estruturais ou corrigíveis 3,4,6.

A escoliose estrutural tem curvatura lateral e irreversível com a rotação das vértebras fixada, podendo ser progressiva, sem possibilidade de ser corrigida por posicionamento ou esforço voluntário, quanto maior a curvatura maior é a quantidade de rotação da vértebra. É considerada uma afecção grave e incapacitante de caráter progressivo, pois não existe apenas a curvatura lateral da coluna, mas também a rotação da própria coluna, a qual se manifesta sob a forma de uma saliência óssea (gibosidade) que se localiza no lado convexo da coluna. Quando não tratada, pode causar sérios problemas, como: desequilíbrios musculares potenciais; musculatura alongada e fraca no convexo da curva, irritação da raiz nervosa no lado da concavidade, distensão ligamentar no lado da convexidade e fadiga muscular 2,4,5,6.

A escoliose não estrutural é a curvatura lateral reversível de posicionamento ou dinâmica, na qual não existem alterações estruturais ou rotacionais das vértebras. Não há anormalidades estruturais, as vértebras sofrem rotação e a curva é reversível. A escoliose não estrutural é causada pela discrepância dos membros inferiores, espasmo ou dor nos músculos da coluna vertebral, por compressão de raiz nervosa ou qualquer outra lesão na coluna, podendo ainda ser causada pelo mau posicionamento do tronco 4,5,6.

Ainda na escoliose não estrutural encontramos a Idiopática, de origem desconhecida, são as mais comuns e normalmente ligada a fatores genéticos ( hereditárias ou adquiridas durante anos); Neuromuscular – ocorrem devido a problemas como paralisia cerebral, paralisia por traumatismo, poliomielite, distrofias musculares, neurofibromatoses, e outros; Osteopática - é considerada grave porque na grande maioria das vezes vem associada a doenças adquiridas como tumores, metabólicas, infecções, doença reumatóide e até congênita

3,5,6

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Frequentemente o diagnóstico de escoliose é feito pelo exame clínico e pela avaliação radiológica, que pode auxiliar no grau de curvatura e no grau de rotação vertebral, que, sendo detectada uma curvatura de pelo menos 10 graus, já se pode diagnosticar como escoliose. A escoliose geralmente inicia-se durante o crescimento/desenvolvimento das estruturas anatômicas e são evolutivas se não tratadas precocemente. Quando detectadas no início da evolução, a escoliose é considerada flexível e com maiores chances para serem corrigidas com sucesso através de recursos fisioterapêuticos 3,4,5,6.

A fisioterapia pode ajudar com exercícios e alongamentos que visam o fortalecimento muscular e a melhoria da postura, além de impedir a progressão da curva. Para que o tratamento apresente resultados positivos, o profissional fisioterapeuta, desde que lhe seja confiada suficientemente cedo, pode evitar a instalação da escoliose na fase infantil, ou ainda, atenuar sua evolução ou limitá-la consideravelmente na fase adulta. É o profissional capacitado para realizar um adequado tratamento preventivo de reeducação estática 7,8.

Há uma unanimidade nas literaturas especificas sobre essa temática que apontam a aplicação frequente de métodos e recursos fisioterapêuticos para melhorar a escoliose. Destes, há destaque para o Método Pilates, desenvolvido por Jopeph Pilates, no início da década de 1920. Constituem-se na aplicação de exercícios divididos em níveis básico, intermediário e avançados, de acordo com os diferentes graus de dificuldade, metas, capacidades e características, podendo ser realizado no solo, utilizando tapetes com o auxílio ou não da bola suíça, considerada um dos principais acessórios de exercício para o Pilates. Há também os aparelhos, idealizados pelo próprio Joseph, tais como Cadillac, Reformer, Wunda-Chair, Lader Barrel, Wall Unit e outros, específicos do método Pilates 9,10,11.

O método Pilates pode ser conceituado como uma modalidade de condicionamento físico e mental com proposta de promoção das valências físicas, realinhamento postural, saúde e qualidade de vida. Tendo como base vários princípios da cultura oriental, o método Pilates caracteriza-se pela tentativa do controle dos músculos envolvidos nos movimentos da forma mais consciente possível. Contrologia é o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo, proporcionando a correta coordenação do corpo, da mente e do espírito. Por meio dela, desenvolve o corpo uniformemente, corrige a má postura, restaura a vitalidade física, revigora a mente e eleva o espírito 11,12,13,17.

Para isso, assenta-se em seis princípios básicos, que são: 1) concentração, manter durante toda a execução do exercício a maior atenção possível, não ignorando nenhuma parte do corpo; 2) controle, todos os músculos envolvidos no movimento devem estar estimulados e contraídos adequadamente; 3) movimento harmônico e fluido, sempre contínuo; 4)

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centralização, contração do powerhouse em equilíbrio e harmonia aos movimentos; 5) respiração, é uma terapia, com ritmo controlado, profundo e associado ao movimento, e; 6) precisão, o movimento sendo executado corretamente obedecendo aos alinhamentos corporais ideais. Estes seis princípios formam uma técnica dinâmica que visa trabalhar força, alongamento e flexibilidade, preocupando-se diretamente em manter as curvaturas fisiológicas do corpo, com foco no abdômen, mas os exercícios são adaptados às condições do paciente, e o aumento da dificuldade respeita as características e habilidades individuais 9,10, 11,

12, 13, 14, 15.

3. Metodologia

Para a realização deste estudo que aborda sobre os benefícios do Método Pilates no tratamento da escoliose, os procedimentos metodológicos restringiram-se à pesquisa bibliográfica, recorrendo-se a literaturas específicas e artigos científicos, atendo-se a conceitos, epidemiologia, sintomas e demais características básicas relativas a temática em questão.

As fontes de pesquisa para a realização deste estudo baseou-se na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),

Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Descritores em Ciências da Saúde (DECS),

MEDLINE, BIREME, Revista Brasileira de Fisioterapia e Google Acadêmico.

Inicialmente realizou-se uma análise exploratória de 25 trabalhos, entre obras literárias e artigos científicos sobre tal problemática contendo informações conceituais bastante relevantes e por serem de autores considerados renomados e de referências na abordagem dessa temática. Destes, 17 obras foram selecionadas por se tratarem de publicações superiores ao ano de 2000 e principalmente adotando como critério de inclusão, a escrita da língua portuguesa, contendo como palavras-chave: coluna vertebral, desvio postural, escoliose e Pilates, visando estarem em conformidade com o objetivo principal do trabalho que foi constatar os benefícios da aplicabilidade das técnicas do Pilates no tratamento da escoliose.

4. Resultados e Discussão 4.1 Resultados

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permitindo ao corpo se movimentar com eficiência. Mas para que ocorra esse alinhamento, os músculos, os ligamentos, os ossos e as articulações precisa funcionar em conjunto, no intuito de conservar o equilíbrio, realizar os movimentos e manter o corpo ereto. Neste contexto, sendo a escoliose um problema de desvio postural da coluna vertebral, convém ser diagnosticada de forma prematura, pois o tratamento mais adequado leva em consideração a angulação da escoliose: inferior a 30º: reeducação, alongamentos, manipulações; de 30 a 45º: colete, reeducação, estimulação elétrica, manipulações; acima de 45º: procedimento cirúrgico

9,10, 11,12,13

.

Convém destacar que é imprescindível a descoberta da escoliose antes de ocorrer uma rotação significativa, evitando desta forma, anormalidades estéticas preocupantes, dor e complicações cardiopulmonares, afinal, a escoliose é uma deformidade de caráter evolutiva e que se fixa à medida que a evolução se instala. Assim, todas as escolioses graves passaram por um estágio de deformidade leve, ou seja, de início foram apenas um pequeno desequilíbrio que se compensou, e a evolução encarregou-se do resto. Este risco de evolução deve ser o alvo principal de atuação do fisioterapeuta 7,8,9.

Literaturas que abordam sobre esta temática destacam que vários métodos e recursos fisioterapêuticos que têm sido utilizados para melhorar a escoliose e apresentando resultados bastante satisfatórios. Destes, destaca-se o Pilates, considerada uma das técnicas mais eficazes na reeducação postural 14,15,16,17.

Trata-se de um método que fortalece, alonga e equilibra toda a musculatura, proporcionando um realinhamento da coluna, alívio das tensões musculares, prevenindo pinçamentos ou compressões dos discos intervertebrais e melhorando a hidratação dessas estruturas. Interage o corpo e a mente, restaura o corpo elimina as dores musculares, amplia a capacidade de executar movimentos, aumentando o controle, a força, o equilíbrio muscular e a consciência corporal. Trabalha o corpo como um todo, corrige a postura e realinha a musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma vida mais saudável e longeva. Além disso, promove uma significante melhora na qualidade da flexibilidade geral do corpo, a força muscular, a postura e a coordenação da respiração com o movimento, fatores considerados essenciais no processo de reabilitação postural 10,11,12,13,14,15,16.

4.2 Discussão

A escoliose é uma patologia decorrente principalmente de maus hábitos e vícios posturais, vindo a provocar alterações preocupantes na coluna vertebral. Há uma

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unanimidade entre autores quanto a utilização da fisioterapia que visa a prevenção e reabilitação das deformidades da coluna vertebral, em particular, a escoliose, evitando maiores lesões e deformidades. Dentre vários autores, Bienfait; Santos (2003)7, Craig (2004)13, e Nunes Júnior et al (2008)17 são enfáticos em defender que o tratamento fisioterápico da escoliose é a reeducação da função estática, pois proporcionam melhoria das algias lombares e principalmente a melhoria das relações musculares.

Assim, segundo Kolyniak; Cavalcanti; Aoki (2004)9 os exercícios do Método Pilates caracterizam-se por movimentos projetados de forma que os pacientes mantenham a posição neutra da coluna vertebral, minimizando o recrutamento muscular desnecessário, prevenindo a fadiga precoce e a instabilidade corporal. Por isso, são, na sua maioria, executados na posição deitada, havendo diminuição do impacto nas articulações de sustentação do corpo na posição ortostática e, principalmente, na coluna vertebral, permitindo recuperação das estruturas musculares, articulares e ligamentares, particular ente da região sacrolombar.

De acordo com Camarão (2004)11, Aparício; Pérez (2005)12, Pires (2005)15 o programa básico de exercício visa o fortalecimento da musculatura abdominal e paravertebral, bem como os da flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo. O nível intermediário-adiantado adota exercícios de extensão de tronco, além de outros exercícios para o corpo todo, procurando melhorar a relação de equilíbrio agonista-antagonista.

Portanto, o Método Pilates constitui-se numa alternativa eficiente no tratamento da escoliose, visto que trabalha com a reeducação postural e em 75% dos casos, quando bem conduzido e iniciado precocemente, poderia evitá-la. Os benefícios do método Pilates dependem somente da execução dos exercícios com fidelidade aos seus princípios, conforme Bienfait; Santos (2003)7, Sacco et al (2005)10 e Gómes; Garcia (2009)14.

5. Conclusão

A alta incidência de escoliose, principalmente a denominada idiopática, deve se constituir em motivo de alerta e preocupações, pois os indivíduos em fase de crescimentos e desenvolvimento estão mais suscetíveis à sua evolução. Dai a necessidade de ser detectada precocemente para que o tratamento possa prevenir e até controlá-la para outras complicações, ou seja, evitar a progressão da curva escoliótica enquanto não atingir a maturação da estrutura óssea. Nesse sentido, o Método Pilates é considerado eficaz na prevenção, reabilitação e tratamento desta patologia resultante de alterações posturais. Este

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método tem se destacado como uma alternativa de tratamento no combate à progressão da escoliose e pode até mesmo melhorar as condições da mesma em decorrência da gama de exercícios que consistem em alongamento, relaxamento e fortalecimento da musculatura, proporcionando assim, alinhamento postural e alivio do quadro álgico.

A realização desta pesquisa de cunho bibliográfico aponta limitações, pois o método ainda é relativamente recente o que justifica a escassez de estudos mais aprofundados, mas serve de subsídios para novos estudos, além de contribuir para despertar a conscientização quanto à prevenção de hábitos saudáveis e evitar alterações posturais em crianças e adolescentes.

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