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Diabetes tipo 1: Para famílias e amigos. O diabetes nos jovens. O que é o diabetes tipo 1? O que provoca o diabetes tipo 1?

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Academic year: 2021

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O diabetes nos jovens

O diabetes tipo 1 é uma doença muito difícil de cuidar, especialmente quando se é jovem. Infelizmente, se algo vai mal com o diabetes, o jovem é muitas vezes responsabilizado por isso. Isto normalmente acontece porque a maioria das pessoas não compreende como o diabetes pode ser complicado. Não culpe as pessoas com diabetes: tente compreender a doença. As páginas seguintes procuram explicar a diabetes tipo 1 e o modo como a doença afecta os jovens.

O que é o diabetes tipo 1?

O diabetes tipo 1 é , às vezes,chamado de diabetes “insulino-dependente”, porque os jovens com a doença não são capazes de produzir insulina a partir do pâncreas. Não estão disponíveis comprimidos ou medicamentos contendo insulina, por isso este hormônio salva-vidas é administrado por injeção.

O que provoca o diabetes tipo 1?

Não é provocado pela ingestão de açúcar em demasia, pelo excesso de peso ou por algo que a pessoa ou os pais tenham feito. Cerca de 2 adolescentes em cada 1000 sofrerão de diabetes tipo 1. Na maioria das vezes, não há nenhum outro membro na família com diabetes tipo 1. A glândula no organismo que geralmente produz insulina (o pâncreas) desenvolve um tipo de doença imune, que interrompe a produção de insulina. Não se sabe como isto acontece.

Quando comemos alimentos com carboidratos (como massa, arroz, batatas, pão), eles são digeridos e transformados em glicose (açúcar), que nos fornece energia. A glicose no nosso sangue é, então, transportada para todas as células do nosso organismo pelo hormônio natural, a insulina, que interrompe a produção de energia.

Diabetes

tipo 1:

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No diabetes tipo 1, o organismo não produz insulina suficiente para a glicose ser transportada para as células. Com o aumento da glucose na corrente sanguínea, a pessoa fica com falta de energia (sente-se cansada) e, por meio dos rins, a glicose em excesso no sangue passa para a urina. Se os níveis de glicose no sangue continuam a subir, a situação pode se agravar e a pessoa pode entrar em coma diabético.

No diabetes tipo 1, a insulina é injetada para transportar a glicose da corrente sanguínea para as células. A insulina baixa o nível de glicose no sangue. Se o nível de glicose no sangue baixar muito, também não é bom, por esse motivo a quantidade de insulina injetada deve ser equilibrada pela ingestão de açúcares e outros carboidratos.

Tratamento para o diabetes tipo 1

Insulinas diferentes

Existem diferentes tipos de insulina sintética, bem como diferentes formas de administrar injeções de insulina para ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue. Alguns tipos de insulina atuam muito rapidamente (insulinas de ação rápida), e outros, muito lentamente e são duradouras (insulinas de ação lenta).

A insulina pode ser injetada por meio de uma seringa ou uma caneta especial. Algumas pessoas usam uma bomba para injetar a insulina de forma contínua, por meio de um pequeno tubo implantado sob a pele.

As crianças, adolescentes e adultos que vivem com o diabetes tipo 1 injetam diferentes tipos de insulina, em quantidades diferentes, em momentos diferentes e por métodos diferentes. Deve ser escolhido o método que melhor se adeqúe a cada pessoa. A equipe de diabetes (médicos, enfermeiras, nutricionistas) irá colaborar com o indivíduo na decisão sobre qual melhor tipo de insulina e melhor tipo de injeção para cada pessoa.

Glicose no sangue

A glicose no sangue deve ser medida várias vezes por dia

A quantidade de glicose no sangue é medida por meio de uma gota de sangue, obtida por meio de uma picada no dedo, colocada em uma fita reagente aplicada a um monitor electrênico. Os jovens com diabetes tipo 1 devem fazer este teste várias vezes ao dia para verificar seu nível de glicose no sangue.

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Nas pessoas que não sofrem de diabetes, os níveis de glicose no sangue situam-se em uma escala limitada entre 4 e 7 mmol/l (72 e 126 mg/dl). A insulina injetada por via subcutânea não atua de forma tão eficaz como a insulina natural, por isso é muito mais difícil manter o controle rigoroso dos níveis no diabetes tipo 1.

As pessoas com o diabetes tipo 1 devem procurar manter os níveis antes, das refeições, em cerca de 5 a 7 mmol/l (90 a 126 mg/dl) e, após as refeições, abaixo de 10 ou 11 mmol/l (180 a 198 mg/dl).

Pode ser difícil manter assim estáveis os níveis de glicose no sangue porque comemos diferentes tipos de alimentos e fazemos diferentes tipos de exercícios ou atividades diariamente. Isto significa que é necessário aplicar quantidades de insulina ligeiramente diferentes todos os dias, o que pode ser complicado de administrar. O estresse, as emoções, as doenças e as taxas crescentes também podem afetar os níveis de glicose no sangue. O diabetes tipo 1 é, por isso, uma doença muito difícil de controlar 365 dias e noites por ano.

Hipoglicemia significa que o nível de glicose no sangue está muito baixo – inferior a 4 mmol/l. A hipoglicemia fará com que se sinta muito estranho e enfraquecido.

Hiperglicemia Hiperglicemia significa que o nível de glicose no sangue está muito alto – superior a 11 mmol/l. Se tiver uma hiperglicemia, irá urinar com frequência e sentirá sede.

Equilíbrio

O equilíbrio entre insulina, alimentação e exercício é importante

O organismo digere os carboidratos (por exemplo, açúcares, cereais, pão, arroz, massa e batatas) e converte-os em glicose no sangue. A insulina transporta a glicose para as células para fornecer energia. Necessitamos de energia nas células para que possamos fazer exercício, sobretudo atividades físicas, mas também exercícios mentais (pensamentos e emoções).

O diabetes envolve um equilíbrio cuidadoso entre três coisas:

• INSULINA – a quantidade necessária para manter os níveis de glicose estáveis

• ALIMENTAÇÃO – a quantidade de alimentos ingeridos (principalmente carboidratos)

• EXERCÍCIO – a quantidade e intensidade praticadas

A equipe de cuidados do diabetes pode ajudar a equilibrar os três pontos fundamentais na gestão do diabetes:

Insulina: Orientação sobre o número e o horário das injeções por dia – por exemplo, três injeções de insulina de ação rápida antes das refeições principais e uma injeção de insulina de ação lenta antes de dormir.

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Alimentação: Orientação sobre como calcular a quantidade de comida ao servir-se,

principalmente os carboidratos. A contagem de carboidratos é uma boa maneira de conhecer a quantidade de carboidratos a serem ingeridos e de equilibrá-los com a quantidade de

insulina tomada

Exercício: Orientação sobre a quantidade e tipo de carboidratos necessários para obter o melhor desempenho em diferentes tipos de exercícios e atividades. Por exemplo, quais os diferentes tipos de alimentos mais adequados para participar de uma sprint ou de uma maratona – e a quantidade de insulina.

Às vezes, os níveis de glicose no sangue podem oscilar. Isso pode ser devido à ingestão insuficiente ou excessiva de carboidratos. Talvez a quantidade de exercício tenha sido inesperadamente intensa ou a injeção de insulina não tenha atuado tão rapidamente como habitualmente. Uma gripe ou outro tipo de infecção, preocupação ou outros eventos podem causar muito estress e provocar a instabilidade dos níveis de glicose. Mas, muitas vezes, é impossível explicar o motivo a glicose no sangue estar muito alta ou baixa.

Hipoglicemia: abaixo de 4 mmol/l (72 mg/dl)

Glicose insuficiente: hipoglicemias

Quando os níveis de glicose no sangue está baixos, (inferior a 4 mmol/l [72 mg/dl]), o cérebro fica sem energia. A hipoglicemia é desagradável e faz com que se sinta fraco, estranho, trêmulo e confuso. As hipoglicemias, às vezes, surgem muito rapidamente e sem aviso. Algumas pessoas percebem alguns sinais (como tremores) e conseguem tratar a hipoglicemia rapidamente sem outros problemas. Nem sempre é fácil explicar exatamente por que ocorre uma hipoglicemia, embora seja provavelmente provocada pelo desequilíbrio entre insulina em excesso, alimentação insuficiente e/ou exercício em demasia. Ninguém deve ser responsabilizado por uma hipoglicemia – mas tente identificar os sinais de alerta e aprenda a tratá-la com rapidez.

Sintomas

Existem inúmeros sintomas possíveis de hipoglicemia. Crianças diferentes apresentam combinações diferentes e que podem variar com o tempo. Mas os sintomas incluem: Sempre que um destes sintomas for sentido, o nível de glicose no sangue deve ser verificado.

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Lacrimejamento

Palidez e olhos vidrados Visão turva

Formigamento labial Fala arrastada

É essencial tratar a hipoglicemia de imediato

Se suspeitar que um adolescente com diabetes está com uma hipoglicemia por apresentar alguns destes sintomas, procure ajudá-lo a compreender que interromper sua atividade sentar-se, ajudando-o a testar o nível de glicose no sangue, mesmo que os sintomas sejam um alarme falso. Poderá ser necessário agir com rigor caso lhe falte.

Um nível de glicose de 4 mmols/l ou 72 mg/dl e inferior é classificado como hipoglicemia, devendo ser tratada imediatamente.

Se a pessoa com diabetes reconhecer os sintomas, deve ser ajudada a cuidar-se imediatamente.

Se conseguir, deve ingerir alguns carboidratos de ação rápida, por exemplo, três comprimidos de glicose, um copo de bebida energética, suco de fruta, refrigerante comum ou gel de glicose. É importante não dar muito açúcar, pois os níveis irão subir muito abruptamente.

Sede Excesso de urina Cansaço Irritabilidade Sudorese excessiva Vertigens Dores de cabeça Ansiedade Irritabilidade e confusão Falta de concentração Sensação de estranheza Cansaço e sonolência Tremores Palpitações cardíacas HIPOGLICEMIA HIPERGLICEMIA

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A quantidade exata irá variar entre pessoas jovens, por isso a equipe de cuidados do

diabetes orientará sobre a quantidade necessária. Os carboidratos de ação rápida têm de ser seguidos de um carboidratos de ação lenta como pão, bolachas, barra de cereais, biscoitos, etc., para evitar que o nível de glicose no sangue baixe. Verifique os níveis de glicose no sangue antes e depois das hipoglicemias para garantir que o tratamento seja satisfatório e a glicose no sangue está em nível seguro.

Se os níveis de açúcar baixarem muito rapidamente, para que impedindo que a pessoa responda por si própria, então é preciso ajudá-la.

Se os sintomas não forem reconhecidos pela pessoa com diabetes, é importante que as famílias, amigos e professores sejam capazes de reconhecer uma hipoglicemia e para poder ajudar. Para um tratamento seguro, a pessoa com uma hipoglicemia deverá conseguir engolir uma bebida açucarada ou mastigar uma bala ou comprimido de glicose ou chupar o gel de glicose. Após ingerir algo, deverá aguardar 5 a 10 minutos, mas se não houver melhora, repita o tratamento com glicose. Uma vez apresentando melhora dos sintomas, a pessoa deverá conseguir ingerir mais alguns carboidratos e medir o seu nível de glicose no sangue para verificar se realmente ocorreu uma melhora.

Se uma hipoglicemia continuar sem tratamento, pode tornar-se muito mais grave e pode levar à inconsciência e até a contorções e tremores como numa convulsão.

A hipoglicemia grave pode provocar a perda da consciência. Isto é uma emergência.

Se um nível de glicose muito baixo provocar a perda da consciência, a pessoa não será capaz de engolir alimentos ou bebidas com açúcar.

Os pais, amigos e professores devem saber como utilizar outro tipo de injeção para reverter a hipoglicemia grave.

Esta injeção é de glucagon, que faz subir a glicose no sangue. A pessoa com diabetes deve recuperar em aproximadamente 15 a 20 minutos da hipoglicemia grave. Meça a glicose no sangue da pessoa e faça-a ingerir mais alguns carboidratos para repor a glicose no sangue em nível seguro.

Se o glucagon não estiver disponível e a pessoa estiver inconsciente, deve chamar o serviço de emergência deverá ser acionado imediatamente.

Precaução contra os ataques noturnos

Pode ocorrer uma hipoglicemia durante a noite, isto deve ser considerado nas viagens escolares

Se ocorrer uma hipoglicemia durante a noite, a pessoa pode acordar a sentindo-se trêmula, suando ou tendo um pesadelo. Para minimizar as chances de uma hipoglicemia durante a noite, os níveis de glicose no sangue devem ser superiores a 6 ou 7 mmol/l antes de deitar-se.

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Logo após o diagnóstico, pode ser útil verificar os níveis de glicose no sangue nas primeiras horas da manhã, mas a equipe de cuidados de diabetes irá orientar sobre a frequência com que isso deve ser feito. A hipoglicemia deve ser tratada da forma maneira como acima descrito. Em caso de uma hipoglicemia mais grave, a pessoa com diabetes pode fazer sons estranhos enquanto dorme ou até cair da cama. O tratamento é o para hipoglicemia grave, como acima.

Hiperglicemia: acima de 11 mmol/l (198 mg/dl)

Glicose em excesso: hiperglicemia

Quando o nível de glicose no sangue é muito alto, sobretudo se subir acima de 15 mmol/l por algum tempo, pode provocar sede, cansaço, irritabilidade e micção excessiva . Isto

é geralmente causado pela falta de um equilíbrio correcto entre insulina, alimentação e atividade física.

Pode ser devido à falta de uma dose de insulina, à dosagem insuficiente de insulina suficiente, comer mais alimentos com carboidratos (açúcar e/ou amido) do que o habitual, tratamento exagerado da hipoglicemia, menos exercício que o habitual, estress ou mal-estar causado por uma infecção. Frequentemente, nestas circunstâncias a orientação é oferecer bastante bebidas não açucaradas para evitar a desidratação e administrar alguma insulina adicional para reduzir os níveis elevados de glicose. Se estas medidas simples não funcionarem, a equipe de cuidados do diabetes deverá procurar ajuda adicional.

Se a glicose no sangue for muito alta durante muitos anos, pode aumentar as chances de vir a desenvolver complicações, como o estreitamento dos vasos sanguíneos nos rins, olhos, coração, etc.

Se os açúcares elevados estiverem associados a vômitos, deve ser procurada ajuda médica mente Na sua forma extrema, a hiperglicemia e a desidratação levam ao coma diabético chamado cetoacidose.

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Níveis de glicose no plasma mmol/l mg/dl 1 18 2 36 3 54 4 72 5 90 6 108 7 126 8 144 9 162 10 180 12 216 14 252 16 288 18 324 20 360 22 396

(Hanas R. Type 1 diabetes in children, adolescents and young adults. 4th Edition 2009. Class Publishing, London)

O que ter sempre a mão

Quer em casa, , na escola ou a viajando, principalmente quando a rotina é quebrada, existem quatro coisas importantes que devem estar sempre a mão:

• Carboidratos de ação rápida (ex. comprimidos de glicose, cubos de açúcar, balas, alimentos açucarados e/ou uma bebida açucarada – bebida energética, suco de fruta, refrigerante comum, bebida isotônica)

• Carboidratos de ação lenta: bolachas, pão, barras de cereais, biscoitos • Monitor de glicose no sangue, dispositivo para picar o dedo e lancetas • Insulina(s)

Em algumas ocasiões, podem ser necessários os dois itens seguintes:

• Para emergências: injeção de glucagon

Referências

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