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IFRS 15: Receita de contratos com clientes

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(1)

T Ó P I C O S D E C O N T A B I L I D A D E I N T E R N A C I O N A L

P R O F . G U I L L E R M O B R A U N B E C K

IFRS 15: Receita de contratos

com clientes

(2)

IFRS 15

Fonte: www.ifrs.org

(3)

Agenda de discussão

Fundamentos teóricos para o reconhecimento e a

mensuração de receitas

Razões para emitir a IFRS 15

Escopo da IFRS 15

Princípios fundamentais da IFRS 15 e exemplos

ilustrativos

(4)

Fundamentos teóricos

O que pretendemos informar quando nos

debruçamos sobre o reconhecimento de receitas?

O que é receita?

Quando é razoável reconhecer uma receita?

Qual o valor que se deve reconhecer uma receita?

(5)

5

Definição de receita – Iudícibus

“Receita é a expressão

monetária, validada pelo

mercado, do agregado de

bens e serviços da entidade,

em sentido amplo e que

provoca um acréscimo

concomitante no ativo e

patrimônio líquido...”

(6)

Quando reconhecer?

6

Uma receita será reconhecida quando os seus produtos e serviços são transferidos para outra entidade. Assim, adota-se a essência econômica da transferência do controle em vez da figura jurídica da posse do bem respectivo.

Condições para o reconhecimento da Receita: -Desenvolvido grande parte do esforço

associado à produção;

-Valor objetivo e afiançável de mercado; -Possibilidade de estimar todas as despesas

(7)

Quanto reconhecer?

7

“Uma receita deve ser medida, em termos ideais, pelo valor de troca do produto ou serviço da empresa.”

O valor de troca deve representar: - O equivalente a caixa;

- O valor presente dos direitos monetários a serem recebidos em conseqüência da

(8)

A plataforma conceitual do IASB

Relevância (pertinência) e representação fidedigna

Accrual basis (ou regime de competência)

 Reconhecimento do fenômeno econômico

 Opção por definir e estabelecer critérios de reconhecimento de

elementos patrimoniais  o efeito em resultados é uma

consequência

Inexistência de um princípio de ‘matching’ (ou encontro de

receitas e despesas)

Neutralidade, porém crescentemente permeada com

o ‘tempero’ da prudência (não viés conservador)

Contabilidade pelo ‘bruto’ (gross accounting)

(9)

Razões e objetivos para um novo

pronunciamento para receitas

Fonte: www.ifrs.org

(10)

Escopo

Todos os contratos com clientes, exceto

Contratos de arrendamento mercantil (lease)  Contratos de seguros

 Instrumentos financeiros

 Trocas de ativos monetários entre linhas de negócios iguais

para facilitar vendas a clientes

(11)

Princípio geral de reconhecimento de receitas

11

IFRS 15.31: An entity shall recognise revenue when (or

as) the entity satisfies a performance obligation by

transferring a promised good or service (ie an asset) to a customer. An asset is transferred when (or as) the

customer obtains control of that asset.

Ou seja, uma receita deve ser reconhecida no momento

em que (ou na medida que) a entidade satisfaça suas obrigações de desempenho pela transferência de bens ou serviços prometidos (um ativo) ao cliente. Esse ativo é transferido quando (ou na medida em que) o cliente obtém o controle desse ativo.

(12)

Obrigações de desempenho (performance

obligations)

12

Um contrato estabelece obrigações para as partes

envolvidas.

Tipicamente, um contrato de venda poderia ser

resumido como:

 Vendedor tem a obrigação de entregar um bem e/ou serviço

contratado, na quantidade, prazo e qualidade estabelecidos no contrato  obrigação de desempenho

 Comprador tem a obrigação de entregar uma contrapartida

(ou contraprestação) em troca do bem/serviço que recebeu ou receberá do vendedor

(13)

Ainda sobre obrigações de desempenho

Em um

ponto no

tempo

Ao longo

de um

período

13 O cumprimento de uma obrigação de desempenho pode ocorrer...

(14)

O modelo de reconhecimento de receitas

Fonte: www.ifrs.org

(15)

O modelo de reconhecimento de receitas

Fonte: www.ifrs.org

(16)

Passo 1: Identificar contrato(s) com cliente

 O que é um contrato?

 Um acordo entre duas ou mais partes que cria direitos e obrigações

executáveis (enforceable)

 O que é um cliente?

 A parte que entrou em contrato com uma entidade para obter bens ou

serviços que são o ‘produto’ das atividades ordinárias dessa entidade em troca de uma contrapartida.

 Para ser reconhecido, um contrato deve:

 Estar aprovado pelas partes

 Ser possível identificar os direitos de cada parte sobre o produto ou

serviço

 Ser possível identificar as condições de pagamento

 Ter substância comercial (i.e. Espera-se que riscos, prazos ou volumes

dos fluxos de caixa da entidade sejam modificados por conta do contrato)

 Ser provável que a entidade receberá uma contrapartida como troca

dos bens e serviços transferidos ao cliente.

(17)

Pela ótica da entidade ‘vendedora’ (entidade que

reporta)

Contrato é estabelecido Obrigações de desempenho são cumpridas Contrapartidas são mensuradas e reconhecidas

Um acordo entre duas ou mais partes que cria direitos e

obrigações executáveis (enforceable) Enquanto não houver desempenho (‘entrega’) do que foi prometido e/ou contrapartida,

o contrato é executório Na prática, contratos executórios geralmente não são

contabilizados

O cumprimento das obrigações contratuais gera mutações

patrimoniais pelo direito à contrapartida que foi acordada pela transferência daquilo que

foi prometido no contrato. Para ser reconhecida como cumprida, uma obrigação de

desempenho precisa estar associada a um produto distinto

(e.g. os tijolos estão na obra mas a parede não foi

construída)

A mensuração da contrapartida de uma obrigação de desempenho cumprida se dá pelo valor da contrapartida que a entidade espera ter direito em

troca do cumprimento dessa obrigação.

(18)

Passo 1: Identificar contrato(s) com cliente

 Um contrato não existe para fins da IFRS 15 se houver o

direito unilateral das partes de terminar o contrato ainda não desempenhado sem indenização da outra parte.

 Não desempenhado = bens e serviços não foram

transferidos e contrapartida não é devida nem foi recebida pela entidade.

 Contratos podem ser combinados (mesma época, mesmo

cliente) se:

 Negociados em ‘pacote’ (objetivo comercial único);

 Contrapartida de um contrato depende da execução de outro; ou  Os bens e serviços prometidos nos contratos são uma única

obrigação de desempenho.

(19)

O modelo de reconhecimento de receitas

Fonte: www.ifrs.org

(20)

Passo 2: Identificar as obrigações de desempenho

Quais são os problemas de se ter contratos com

vários produtos e/serviços ‘em pacote’?

Exemplos de contratos que vendem ‘pacotes’ de

produtos/serviços:

 Telecomunicações  Software

 Construção civil

Como identificar dentro de um contrato obrigações

de desempenho que devam ser tratadas

separadamente?

(21)

Para refletir (3)

21

 Um empreiteiro entra em contrato para construir um

hospital para seu cliente.

 O empreiteiro é responsável pela gestão global do

projeto. Portanto, cabe ao empreiteiro integrar e coordenar todas as atividades relacionados com o

produto/serviço prometido no contrato (i.e. um hospital)

 São identificados diversos produtos e serviços que serão

fornecidos no contexto do contrato, incluindo:

engenharia, preparação do canteiro da obra, fundações, suprimentos, construção da

estrutura, tubulações e fiação, instalação de equipamentos e acabamento.

(22)

Para refletir (4)

22

 Uma entidade que desenvolve software entra em contrato no

qual se compromete a:

 Transferir a licença do software  Instalar o software

 Fornecer atualizações eventuais (não especificadas)  Suporte técnico (online e telefone) por dois anos

 A entidade vende separadamente a licença, a instalação e o

suporte técnico separadamente

 A instalação inclui a adaptação das telas para diferentes

usuários (por exemplo, marketing, gestão de estoques e TI).

 A instalação é serviço realizado rotineiramente por outras

empresas e não modifica significativamente o software.

 O software é funcional mesmo sem as atualizações e sem o

(23)

Para refletir (4)

continuação

23

E se houvesse ‘customização’ relevante

para integrar o software adquirido com

outros softwares pré-existentes

(legados)? Muda algo na conclusão

anterior?

(24)

Separa-se de um contrato o produto ou serviço que

for

distinto

.

Dicionário Houaiss diz que distinto é aquilo “que não

é igual; diferente, que se pode distinguir bem, nítidos,

marcante”

IASB definiu que um produto ou serviço é distinto se:

 O cliente pode se beneficiar dele isoladamente ou em conjunto

com outros recursos que estão à disposição do cliente; e

 A promessa da entidade que reporta em transferir esse produto

ou serviço é identificável separadamente de outras promessas dentro do contrato.

As duas características têm que estar presentes para

que o produto/serviço seja distinto.

24

(25)

Resumindo o Passo 2: Identificar as obrigações

de desempenho

(26)

O modelo de reconhecimento de receitas

Fonte: www.ifrs.org

(27)

Passo 3: Determinar o preço da transação

27 - Contrapartida variável - Restrições - Componente financeiro - Contrapartida a pagar para o cliente

(28)

Passo 3: Determinar o preço da transação

28

- Contrapartida variável - Restrições

(29)

Passo 3: Determinar o preço da transação

Contrapartida variável

29

O preço (ou a contrapartida) de um contrato pode

variar pela existência de descontos, rebates,

reembolsos, créditos, concessões, incentivos, bônus

por performance, penalidades e outros itens

similares.

Também poderá variar por parcela contingente (que

depende de eventos futuros)

Variabilidade pode estar expressa no contrato, ser

prática usual do mercado ou mesmo indicações de

que a entidade pretende oferecer algum abatimento

no preço para o cliente.

(30)

Parcela variável de uma contrapartida

30

O que é mais útil, ou seja, melhora a

capacidade de previsão de fluxos de caixa

futuros:

Reconhecer só a

parcela ‘fixa’ do

contrato?

Reconhecer

também a parcela

variável que for

(31)

31

A estimativa da parcela variável de uma contrapartida de um contrato pode ser realizada uitilizado um dos seguintes métodos:

Valor esperado—soma dos valores possíveis

ponderadas pelas probabilidades. Pode ser apropriado quando há um grande número de contratos com

características similares.

Valor mais provável—valor que individualmente é o

mais provável dentre um conjunto de valores possíveis. Pode ser o método adequado quando um contrato tem dois desenlaces possíveis (e.g. atingir ou não atingir um bônus por performance).

Passo 3: Determinar o preço da transação

Contrapartida variável

(32)

Para refletir (5)

32

 Contrato para construir um ativo ‘customizado’  Transferência do ativo ocorre ao longo do tempo  Contrapartida prometida é de UM2,5 MM, mas o

montante será reduzido ou incrementado dependendo do prazo de entrega do ativo.

 Para cada dia após 31 de março de 20X7 em que o ativo

ainda esteja incompleto, o preço se reduz em UM10.000

 Para cada dia anterior a 31 de março de 20X7 em que o

ativo venha a ser concluído, o preço do contrato aumenta em UM10.000

 Adicionalmente, haverá inspeção. Se o ativo atingir um

determinado nível de qualidade, há um bônus de incentivo de UM150,000

(33)

Passo 3: Determinar o preço da transação

Contrapartida variável restringida

33

Só deverão ser incluídos componentes variáveis da

contrapartida a receber se for altamente provável

que uma reversão significativa do montante

acumulado de receitas reconhecidas não irá ocorrer

como consequência da resolução da incerteza que

provocara a variabilidade.

Portanto, a probabilidade de uma reversão deverá

ser analisada tanto na sua magnitude absoluta

quanto na sua probabilidade relativa.

(34)

34

Fatores que podem aumentar magnitude e/ou

probabilidade de reversão de receitas reconhecidas:

 Fatores fora do controle da entidade: volatilidade do mercado,

ações ou julgamentos por terceiros, clima, obsolescência

 Não se espera que a incerteza seja resolvida em um longo

período de tempo

 Limitada experiência ou evidências com contratos similares ou

experiência com limitado poder preditivo

 A entidade pratica uma ampla faixa de preços ou de alteração

dos termos e condições de pagamento em contratos e circunstâncias similares

 O contrato contempla uma ampla faixa de possíveis valores da

contrapartida a ser paga

Passo 3: Determinar o preço da transação

Contrapartida variável restringida

(35)

Exemplo de contrapartida variável: devoluções

35

Empresa entra em 100 contratos com clientes (1

produto por contrato por UM100 cada).

CPV unitário = UM60.

Caixa é recebido quando controle do produto é

transferido ao cliente.

O mercado tem como prática aceitar devoluções de

produtos dentro do período de 30 dias da venda. No

caso de devolução, haverá reembolso do valor pago

ao cliente.

Experiência + dados históricos indicam que 97% dos

clientes não devolvem os produtos adquiridos.

(36)

Exemplo de contrapartida variável: devoluções

36

Receita = 97 produtos que se espera que não sejam

devolvidos × UM100 = UM9.700

Uma obrigação de reembolso de UM300 (3 produtos

que se espera que sejam devolvidos × UM100)

Um direito de recuperação do produto devolvido de

(37)

Passo 3: Determinar o preço da transação

37

- Componente financeiro

(38)

Passo 3: Determinar o preço da transação

Componente Financeiro

38

 O preço da transação deverá ser ajustada pelo valor do

dinheiro do tempo se os prazos acordados produzirem efeito financeiro relevante para o cliente ou para a

entidade.

 Não precisa ser algo explícito no contrato.

O objetivo é simples: receita se mede pelo valor à

vista. Os efeitos financeiros não devem afetar o

resultado operacional.

 Taxa para desconto = taxa que reflita o valor do dinheiro

do tempo se a operação de financiamento ocorresse separadamente.

 Como um expediente de ordem prática, não é necessário

ajustar efeitos financeiros nos preços contratados se os prazos são de um ano ou menos.

(39)

Passo 3: Determinar o preço da transação

39

- Contrapartida a pagar para o cliente

(40)

Para refletir (6)

40

 Empresa manufatureira (a entidade que reporta) firma

contrato de 1 ano com varejista (cliente).

 O contrato prevê a venda de pelo menos UM15 milhões

em produtos.

 O contrato também prevê que a entidade pagará o

montante de UM1,5 milhões não reembolsáveis para compensar o cliente pelas mudanças em gôndolas que tiveram que ser efetuadas para poder apresentar e

armazenar os produtos.

 Pergunta: a empresa vendedora controla os ativos

(gôndolas, prateleiras, racks etc) para o qual os recursos estão sendo destinados?

 Se sim, como reconhecer esse valor pago ao cliente?  E se não?

(41)

Passo 3: Determinar o preço da transação

Contrapartida a pagar para o cliente

41

Se a entidade que reporta tiver que pagar

contrapartida ao seu cliente, deverá determinar se

essa obrigação de pagamento é resultante de

transferência de bem e serviço distinto do cliente

para a entidade que reporta.

Se for, deverá contabilizar essa obrigação da mesma

maneira que registraria uma obrigação por aquisição

de bens e serviços de um fornecedor qualquer.

Se não for, a contrapartida a pagar ao cliente deve

ser considerada como redução do preço de transação

e portanto, da receita.

(42)

O modelo de reconhecimento de receitas

Fonte: www.ifrs.org

(43)

Passo 4: Alocação do preço às obrigações de

desempenho

43

 Princípio geral (IFRS 15.73)

The objective when allocating the transaction price is for an entity to allocate the transaction price to each

performance obligation (or distinct good or service) in

an amount that depicts the amount of consideration to which the entity expects to be entitled in exchange for transferring the promised goods or services to the

customer.

Ou seja, aloca-se o preço a cada obrigação de desempenho de forma a refletir a contrapartida que se espera ter direito pela transferência dos bens ou serviços prometidos no

(44)

Passo 4: Alocação do preço às obrigações de

desempenho

44

 Mas se o contrato formal é um só (e o valor também),

como ‘fatiar’ a contrapartida da venda se houver mais de uma obrigação de desempenho?

 Critério geral  utilizar o preço ‘isolado’ de cada item de

obrigação de desempenho como base de alocação. O preço isolado é o preço que a entidade cobraria por aquela obrigação de desempenho se a estivesse

comercializando isoladamente.

 Mundo ideal: preço observável que a própria entidade

pratica ao vender aquele produto ou serviço isoladamente.

(45)

Passo 4: Alocação do preço às obrigações de

desempenho

45

 Quais outras fontes de informação poderiam ser usadas

para estimar o preço do item isolado?

 Preço praticado no mercado por outros vendedores  Custo mais uma margem

 Abordagem residual, porém só se:

 A entidade vende o mesmo produto ou serviço para diferentes clientes

por uma gama ampla de preços diferentes

 Ainda não existe um preço definido para o produto ou serviço (ou

ainda não ocorreram outras vendas desse produto ou serviço isoladamente)

 E se nada ou quase nada ‘sobrar’ para o preço sendo estimado de

forma residual?

 E se dentro de um contrato existirem 3 obrigações de desempenho,

(46)

Passo 4: Alocação do preço às obrigações de

desempenho

46

Quando a soma dos preços ‘isolados’ é maior do que

o valor total do contrato, é porque houve um

desconto pelo ‘pacote’ de produtos ou serviços.

Princípio de alocação de desconto  proporcional

Mas se houver evidência observável de que o

desconto só se relaciona com uma ou mais (mas não

com todas) obrigações de desempenho?

(47)

47

Uma entidade vende os produtos A, B e C

isoladamente por 40, 55 e 45, respectivamente

(total=140)

A empresa regularmente vende B e C em ‘pacote’ por

60

Essa empresa entra em contrato para vender A+B+C

por 100. As obrigações serão todas satisfeitas em

diferentes pontos no tempo

O que é mais razoável?

 (a) alocar o desconto proporcionalmente às 3 obrigações?  (b) alocar todo o desconto para B + C e depois

proporcionalmente entre B e C?

Exemplo de alocação do preço às obrigações de

desempenho

(48)

Exemplo adicional de alocação do preço às

obrigações de desempenho

48

 Essa mesma empresa vende para um cliente os mesmos

A/B/C agora acrescido do produto D por uma contrapartida total UM130.

 O preço ‘isolado’ de D é altamente variável (UM15–

UM45)  decide-se usar o método residual

 Já havíamos visto que a alocação do preço de A seria 40,

B+C seria 60 (distribuídos entre B e C

proporcionalmente ao preço isolado se transferidos em momentos diferentes). Temos portanto um resíduo de 30 (=130-40-60) a ser alocado ao produto D, que está entre o mínimo e máximo preços praticados para o produto D (é portanto coerente a estimativa residual).

(49)

O modelo de reconhecimento de receitas

Fonte: www.ifrs.org

(50)

Passo 5: Reconhecimento de receita quando (ou

na medida em que) a obrigação é satisfeita

50 Em um ponto no tempo Ao longo de um período

A receita é reconhecida através da medição do progresso em direção à satisfação completa da obrigação de desempenho.

Receita é reconhecida no momento em que o cliente obtém controle do ativo prometido. Indicadores de controles incluem:

- Direito de receber o pagamento - Título legal de propriedade

- Posse física

- Riscos e benefícios da propriedade - Aceitação do cliente

(51)

Passo 5: Reconhecimento de receita quando (ou

na medida em que) a obrigação é satisfeita

51

Para se reconhecer receita ao longo de um período de

tempo (em oposição a um ponto específico no

tempo), um dos critérios abaixo precisa ser atendido:

 O cliente simultaneamente recebe e consome os benefícios do

desempenho da entidade na medida em que a entidade realizado o desempenho (e.g. serviços recorrentes ou

rotineiros) – se o provedor ‘parar no meio do serviço’ um novo provedor não precisaria refazer o que já havia sido feito.

 O desempenho da entidade cria ou melhora um ativo que o

cliente controla durante a criação ou melhoria do ativo

 O desempenho da entidade não cria um ativo que tenha um

uso alternativo para a entidade e a entidade tem direito a pagamento pelo desempenho parcial.

(52)

Para refletir (7)

52

 Entidade é contratada para prestar consultoria a um

cliente, pela qual emitirá uma opinião profissional sobre fatos e circunstâncias específicas ao cliente.

 Se o contrato for encerrado unilateralmente pelo cliente

antes da sua conclusão, o cliente deve pagar os custos incorridos pela entidade mais uma margem de 15%.

 Questões críticas:

 Existe benefício para o cliente antes da entrega da opinião? Se a

consultoria parasse o serviço antes do fim, uma nova teria que praticamente refazer o trabalho?

 O desempenho da obrigação cria um ativo de uso alternativo para a

(53)

Uma janela: incorporação imobiliária no Brasil

53

Em nossa opinião, as demonstrações financeiras,

individuais (controladora) e consolidadas, acima

referidas apresentam adequadamente, em todos os

aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira

da Gafisa S.A. em 31 de dezembro de 2013, o

desempenho de suas operações e os seus fluxos de

caixa para o exercício findo naquela data, de acordo

com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

(54)

A orientação OCPC04

54  Parágrafo de Ênfase

Conforme descrito na Nota 2.1, as demonstrações financeiras individuais (controladora) e consolidadas foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. As

demonstrações financeiras consolidadas preparadas de acordo com as IFRS aplicáveis a entidades de incorporação imobiliária

consideram, adicionalmente, a Orientação OCPC 04 editada pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

Essa orientação trata do reconhecimento da receita desse setor e envolve assuntos relacionados ao significado e aplicação do

conceito de transferência contínua de riscos, benefícios e de controle na venda de unidades

imobiliárias, conforme descrito em maiores detalhes na Nota

2.2.2. Nossa opinião não está ressalvada em função desse assunto.

(55)

O que diz a OCPC 04 sobre o cenário brasileiro

55

 O contrato firmado tem força de escritura pública assegurando ao

comprador todos os direitos de livre utilização do bem (alienação, dação em garantia etc.)

 O contrato normalmente exige a anuência da incorporadora/construtora

caso o adquirente queira vender seu bem para terceiros e ainda não tenha concluído o pagamento integral do preço de aquisição; mas isso ocorre em razão da necessidade de análise da qualidade de crédito do candidato a novo adquirente, como ocorre em qualquer transferência de devedor em outras situações

 A legislação brasileira determina que para os casos em que o adquirente

tenha quitado todo o contrato, este poderá vendê-lo sem a necessidade de anuência ou concordância do incorporador/construtor, bastando sua

notificação

 No caso dessas revendas, eventuais ganhos por valorização normal ou

anormal do imóvel durante a construção beneficiam o adquirente, e não a incorporadora/construtora; eventuais prejuízos dessa natureza também são só do adquirente, o que caracteriza a transferência de riscos e de benefícios

(56)

Vamos ler de novo o que diz a IFRS 15...

56

 O cliente simultaneamente recebe e consome os

benefícios do desempenho da entidade na medida em que a entidade realizado o desempenho (e.g. serviços

recorrentes ou rotineiros) – se o provedor ‘parar no meio do serviço’ um novo provedor não precisaria refazer o

que já havia sido feito.

 O desempenho da entidade cria ou melhora um ativo que

o cliente controla durante a criação ou melhoria do ativo

 O desempenho da entidade não cria um ativo que tenha

um uso alternativo para ela e a entidade tem direito a pagamento pelo desempenho parcial

(57)

Exemplo Ilustrativo 17: complexo residencial

57

A entidade é incorporadora de um complexo

residencial de múltiplas unidades.

Um cliente entra em contrato vinculante com a

entidade para uma unidade especificada que está em

construção.

As unidades tem plantas e tamanhos semelhantes.

Mas outros atributos são diferentes, como por

exemplo, a localização da unidade dentro do

complexo.

Duas situações são abordadas a seguir: Caso A e Caso

(58)

Exemplo Ilustrativo 17: Caso A

58

Cliente paga uma ‘entrada’ inicial que só é

reembolsável se a entidade não entregar a unidade

de acordo com as condições contratuais.

O valor remanescente do contrato deve ser pago

quando o cliente obtém posse física da unidade.

A entidade não tem portanto direito de recebimento

pelo desempenho realizado antes da conclusão da

obra e entrega da unidade.

É portanto uma obrigação de performance que se

satisfaz em um ponto específico no tempo (i.e. a

entrega das chaves).

(59)

Exemplo Ilustrativo 17: Caso B

59

 Há pagamento de entrada e também pagamentos à

medida que a obra progride.

 A entidade não pode redirecionar a unidade para outro

cliente.

 O cliente não pode terminar o contrato salvo que a

entidade não cumpra suas obrigações tal como prometidas.

 Se o cliente não cumprir suas obrigações de pagamento,

a entidade terá direito a todo o valor do contrato se a construção for concluída. Julgados tem confirmado o direito ao recebimento do valor integral do contrato se a unidade foi concluída dentro dos termos contratuais.

 Conclusão: a entidade tem uma obrigação de

(60)

T E M A S A D I C I O N A I S D E I F R S 1 5 A T R A T A R S E H O U V E R T E M P O

60

(61)

Modificações em um contrato

 E se ocorrerem modificações em um contrato?  Escopo muda

 Preço muda  Ambos mudam

 Haveria hipoteticamente várias formas de reconhecer

uma mudança no contrat. Por exemplo:

 Ajustar retroativamente o que já havia sido reconhecido com base

nas novas condições do contrato?

 Distribuir o efeito das mudanças pelo que ainda não foi entregue?  Tratar separadamente o contrato anterior do contrato modificado?  Reconhecer efeitos das mudanças na data da mudança e tratar o que

falta entregar como um ‘novo contrato’?

 Ou depende da essência econômica dos bens/serviços e

da modificação?

(62)

Para refletir (1)

 Entidade tem contrato para vender 120 unidades de um

autopeça por um preço de $100/unid

 60 unidades foram entregues ao cliente

 Foi negociado um lote adicional de 30 peças a um preço

de $95/unid.

 O preço de $95 reflete o preço ‘isolado’ da peça nas

condições presentes no momento da modificação.

 Os produtos são distintos, ou seja:

 O cliente pode se beneficiar do produto ou serviço por si só ou em

conjunto com outros recursos prontamente disponíveis ao cliente (ou seja, o bem ou serviço é capaz de ser distinto); e

 O compromisso da entidade de transferir o produto ou serviço para o

cliente é separadamente identificável de outros compromissos no contrato (ou seja, o bem ou serviço é distinto no contexto do

contrato).

62

(63)

Para refletir (2)

Entidade tem contrato para vender 120 unidades de

um autopeça por um preço de $100/unid

60 unidades foram entregues ao cliente. Porém esse

lote em particular apresentou pequenos defeitos.

Foi negociado um lote adicional de 30 peças a um

preço de $80/unid. e uma nota de crédito no valor

de $900 ($15 por unidade entregue com os defeitos)

O preço de $80 não reflete o preço ‘isolado’ da peça

nas condições presentes à época da modificação.

63

(64)

Passo 1: Identificar contrato(s) com cliente

Modificações em um contrato existente = mudanças

no escopo ou preço (ou ambos) em um contrato

existente:

 Considerar como contrato separado  duas condições

simultâneas:

 O escopo do contrato se amplia pela adição de produtos distintos  O preço do contrato aumenta em montante que reflete os preços

‘isolados’ (stand-alone) no momento da modificação

 Se não, considerar como alteração do contrato existente:

 Se produtos forem distintos  como se o contrato inicial fosse ‘encerrado’ e um novo passasse a vigorar

 Se produtos não são distintos  ajuste de atualização cumulativo (cumulative catch-up)

(65)

Um exemplo de ajuste de atualização cumulativo

(ou cumulative catch-up)

65

 Uma construtora entre em contrato para edificar prédio

comercial por UM1 milhão. Os custos são estimados em UM700 mil.

 O contrato (e o prédio) é considerado uma única

obrigação de desempenho a ser satisfeita ao longo do período (=cliente tem controle do ativo na medida em que vai sendo construído)

 Final do primeiro ano: 60% da obra está concluída  Durante o segundo ano, uma modificação aumenta o

escopo, acrescentando UM150 mil de contrapartida a pagar pelo cliente e UM120 mil de custos estimados adicionais pela modificação.

(66)

66

Um exemplo de ajuste de atualização cumulativo

(ou cumulative catch-up)

Final do ano 1

Cálculos DRE

Custos totais estimados $ 700.000,00 Receita de vendas $ 600.000,00

420.000,00

$ Custo dos produtos e serviços vendidos $ -420.000,00

% da obra concluído 60% Lucro bruto $ 180.000,00

Contrapartida total a receber $ 1.000.000,00

Receita 'merecida' ao final do ano 1 $ 600.000,00 No início do ano 2

Cálculos DRE

Contrapartida original a receber $ 1.000.000,00 Receita de vendas $ -10.975,61

Contrapartida adicional por modific. $ 150.000,00 Custo dos produtos e serviços vendidos $

-Contrapartida total após modific. $ 1.150.000,00 Lucro bruto $ -10.975,61

Estimativa inicial de custos $ 700.000,00

Estimativa de custos adicionais $ 120.000,00

Custos totais estimados $ 820.000,00

Custos incorridos no momento da modific. $ 420.000,00

Custos totais estimados $ 820.000,00

% dos custos incorridos (% conclusão) 51,22%

Contrapartida total do contrato $ 1.150.000,00

% concluído da obra 51,22%

Receita acumulada até início ano 2 $ 589.024,39

Receita reconhecida final ano 1 $ 600.000,00

Referências

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