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Salmonelose: o significado da subtipagem na prática da saúde pública

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Salmonelose: o significado

da subtipagem na prática da

saúde pública

Jeremy Sobel, MD, MPH

GSS Nivel I

Rio de Janeiro, Brasil

2005

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Salmonella e salmonelose:

Temas principais

¾Vigilância requer subtipagem

¾Reservatório veterinário é de alta importância ¾Medidas de controle são específicos conforme o

sorotipo

¾Resistência antimicrobiana está dramaticamente aumentando

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Salmonella e salmonelose:

Um pouco de microbiologia

¾Bacillo Gram negativo, lipopolissacarídeo

exterior = antígeno O = antígenos que determinam o grupo (A, B, C, D, etc…)

¾Antígeno do flagelado determina o sorogrupo dentro do grupo = (a,b,c,d,e,…z1, z2, z3…)

¾6 sub-espécies distintos: dois deles manifestam dois flagelados distintos

¾Todos os sorotipos detectados e caracterizados por anti-soro

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Salmonella e salmonelose:

Sindromes clínicos

¾Tifóide: febre prolongado, bacteriemia, começa semanas depois de ingestão, sem diarréia

Causado por 4 sorotipos:S. Tyhpi e S. Paratifo A, B, C

Adaptado ao homem – portadores crônicosNós somos o reservatório

¾Gastroenterite aguda: febre, diarréia, dor abdominal, vômitos

Causado pelos outros 2,400 sorotipos

Outros animais constituem os reservatóriosAlguns sorotipos com reservatório específicoOutros sorotipos são mais adaptáveis, vários

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5 0 10 20 30 40 50 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 Years In ci d e n ce p e r 100, 000 p o p u lat io n

Typhoid Fever Non-typhoid salmonellosis

Contaminação fecal Humana em alimentos E água de consumo humano Contaminação Fecal de origem Animal em ali-Mentos (Consumo humano) Controle de Conatminação Na origem e processamento

A queda e a subida de infecções por

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6

Salmonella e salmonelose:

carga da doença de síndromes além do

tifóide nos EUA

¾Carga anual estimada:1.400.000 casos 16.000 internações500 mortos ¾Gastroenterite agudaPeríodo de incubaçãoSintomas: 3-5 dias ¾Doença invasivaBacteriemia (5%)

Sitios distantes de infecção

Meningite (0.1%), osteomielite, outros

¾Portadores HIV/AIDS síndrome tipo tifóide causado por sorotipos além do tifo (particularmente enteritidis) ¾Morte (1/1000 casos em coortes de surtos)

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7

Incidência de salmonelose conforme faixa

etária e sexo

0 10 20 30 40 50 60 2.5 7.5 15 25 35 45 55 65 75 80+ Idade (anos) In ci d e nci a / 100, 000 p o p ul acao Feminino Musculino

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8

Salmonella e salmonelose:

Diagnóstico e tratamento

¾Diagnóstico:

Cultivo bacteriano -- unicamenteProvas sorológicas de soro humano

-impraticável

¾Tratamento – conforme sintomas, geralmente ¾Reidratação oral

¾Tratamento obrigatório por infecção invasivaAmpicillin, trimethoprim sulfa

Fluoroquinolone, ceftriaxone

¾Tratamento antimicrobiano prolonga o estado de portador (até meses)

¾Tratamento antimicrobiano de condições não-relacionadas, por meio da supressão da microflora intestinal, resulta em susceptibilidade a salmonelose que dura semanas

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9

Uso de dados epidemiológicos (e

sorotipo) a fim de detectar surtos de

Salmonella

¾Revisão freqüente e sistemática dos dados de notificação

¾Comparação do numero de casos de cada sorotipo de cada município/estado/região com a linha de base da mesma época dos anos passados

¾Aumentos significativos podem significar um surto

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10

Fontes de salmonelose

¾A maioria de casos são transmitidos por alimentos (+/- 95%)

¾Desses, a maioria é de origem zoonótico

¾Cepas de Salmonela se transmitem por uma variedade enorme de alimentos

De alta importância: que sorotipos se transmitem por quais alimentos?

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11

Subtipagem de Salmonella e

critico para a prevenção

¾A sorotipagem é o fundamental

Métodos moleculares se desenvolvem ¾Fagotipagem: utilizado para S Typhimurium e

S Enteritidis, somente em surtos

¾Perfil de resistência antimicrobiana pode ser utilizado como meio de subtipagem

¾Eletroforese (PFGE) funciona em todos os sorotipos provados; utilização aumentando, porem a sorotipagem fica absolutamente fundamental

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12 Source: National Salmonella surveillance system

Top 4 Salmonella Serotypes in the United States Isolation rates per 100,000 population: 1970-2003

Serotype Enteritidis Heidelberg Newport Typhimurium 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 Os 4 sorotipos de Salmonella mais freqüentemente isolados nos EUA: Isolados/100,000 pop: 1970-2003

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13

Reconhecemos as fontes de 50% do

salmonelose nos EUA

¾Ovos: S Enteritidis ( e Heidelberg?) - 18%

¾Cepas multiresistentes de S. Typhimurium e Newport de origem bovina - 16%

¾Frutas e verduras – variedade de sorotipos - ?? 10% ¾Répteis de estimação – variedade de sorotipos – 5%

•Quais são os reservatórios naturais?

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14 Source: National Salmonella surveillance system

Isolation rates per 100,000 population by region: 1970-2003 S. Enteritidis

Region Mid Atlantic Mountain New England Other Pacific United States 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 Taxas de isolamento por região: EUA, 1970-2003, Salmonella Enteritidis

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Surtos de S. enteritidis notificados por

ano, EUA, 1985-2003*

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 1996 1998 2000 2002 Ano

*Salmonella Enteritidis Outbreak Reporting System, CDC. 2003 is preliminary

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Medidas de controle de Salmonella Enteritidis atualmente e no futuro

¾Atualmente

Educar consumidores de alto risco para evitar ovos crus Educar cozinheiros e estabelecimentos comerciais Promover o uso de liquido de ovos pasteurizados

Refrigeração de ovos ao longo da cadeia de distribuição Programas de controle e monitoração nas granjas Uso de ovos pasteurizados na casca

¾Futuro

Controle obrigatório de infecção na granja, inclusive

Limpeza e desinfecção por protocolo Controle agressivo de roedores

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17 Source: National Salmonella surveillance system

Top 4 Salmonella Serotypes in the United States Isolation rates per 100,000 population: 1970-2003

Serotype Enteritidis Heidelberg Newport Typhimurium 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 Os 4 sorotipos de Salmonella mais freqüentemente

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18

¾1985: Surto grande de Salmonella Newport multi-resistente:

23% dos casos atribuíveis a exposição anterior a agente microbiano ao qual a cepa teve resistência ¾1990: Estudo de cepas de Salmonella isolados de

humanos:

9% das infecções por cepas resistentes a ampicillina foram potenciadas por tratamento prévio por

ampicillina

¾1996: Salmonella Typhimurium DT104

24% das infecções foram potenciadas por tratamento prévio por agentes antimicrobianos

Resistência resulta em surtos maiores e

aumento de casos esporádicos de

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Impacto da resistência

antimicrobiana de Salmonella

¾Complica o tratamento

¾Resistência aos FQs e Ceftriaxone,

aumento da resistência contra gentamicina

¾Taxa de letalidade maior (dados da Europa)

¾Complica o tratamento de outras infecções

¾Mais casos e surtos maiores diretamente causadas por resistência antimicrobiana

¾Aumento do reservatório de genes

transmissíveis de resistência, capazes de ser transmitidos aos outros microorganismos entéricos

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Porcentagem de Salmonella Typhimurium

com resistência a ACSSuT*, EUA 1980-2000

0 5 10 15 20 25 30 35 40 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 Ano

*Ampicillin, Chloramphenicol, Streptomycin, Sulfamethoxazole, Tetracycline

Emergência de DT104 Em bovinos e humanos Typhimurium

= 22% deSalmonella

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Resistencia multipla de Salmonella

Typhimurium (fagotipo DT104)

¾ Emergiu simultaneamente nos EUA e na Europa nos 1990s

¾ Em humanos e animais, inicialmente bovinos e depois outras espécies

¾ Resistência a amp, chloro, strep, sulfa, tet

¾ Tratável por fluoroquinolones, cefalosporinas de 3a

geração

¾ Gene integrado no cromossomo

¾ Surtos são raros; maioria de casos esporádicos ¾ Fatores de risco de infecção em humanos: carne

bovina moída, leite cru, contato com bovinos doentes, tratamento por antimicrobiano

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22

Surto de Salmonella Typhimurium DT104

California, 1997

¾> 50 casos de infecção por S. Typhimurium pentaresistente (ACSSuT)

¾Subtipagem por fagotipagem: todos DT104

¾Pacientes: Hispânicos, crianças

¾Associação epidemiológica com consumo de “queijo fresco” mexicano típico

¾Produção “fundo do quintal” de queijo, venda porta-a-porta na economia informal

¾Queijo feito de leite cru obtida por trabalhadores nas fazendas da região

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Porcentagem de Salmonella Newport

(origem humana) resistentes ao ACSSuT*,

EUA, 1980-2000

0 5 10 15 20 25 30 35 40 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 Ano

*Ampicillin, Chloramphenicol, Streptomycin, Sulfamethoxazole, Tetracycline

Emergencia em Bovinos e humans Newport = 10% deSalmonella = 140,000 casos/ano ACSSuT* Ceftriaxone**

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24

Infecção por frutas e vegetais: Surtos

selecionados por Salmonella, EUA,

1990-2002

Tomate 15+ Muenchen 2002 Melão 16 Poona 2001 Manga 10 Newport 2000 Suco - laranja Muitos Enteritidis 2000 Alfafa 4 Mbandaka 1999 Suco - laranja 20 Muenchen 1998 Tomate 5+ Baildon 1998 Alfafa 2 Infantis 1996 Alfafa 7 Newport 1996 Suco - laranja 21 Hartford 1995 Alfafa 17 Stanley 1995 Tomate 3 Montevideo 1993 Melão 23 Poona 1991 Tomate 4 Javiana 1990 Melão 30 Chester 1990 Alimento No. de estados Sorotipo Ano

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Salmonelose associada com

répteis

¾A historia se repete

Em 1971, 14% das Salmonella foram associadas com contato com tartaruguinhas de estimação

1975: banida a venda de tartaruguinhas

1997: Surgiemento de salmonelose transmitida por iguanas ¾EUA exporta 5,000,000 tartaruguinhas de estimação

¾5% dos pacientes de Salmonella dizem se ter réptil no domicilio ¾sorotipos e comuns e raros de Salmonella

¾Meio de transmissão: contato indireto A maioria dos casos <1 ano de idade

¾1.000.000 iguanas importadas aos EUA anualmente ¾Todas espécies de répteis portam Salmonella

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Conclusão

¾A Vigilância epidemiológica, incorporando sorotipagem, mostra:

Magnitude do problema

Surtos dispersos e difíceis de reconhecer Aumentos dramáticos de resistência

antimicrobiana

¾A sorotipagem é fundamental

¾Reconhecimento de surtos

¾Significado biológico do sorotipo –

reservatório natural, meio de transmissão, e medidas de controle

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¾Surtos dispersos e sutis requerem novos meios de vigilância molecular a fim de detectar e investigar ¾Globalização da transmissão por meio de comércio

de alimentos, rações e viajantes: colaboração obrigatória!

¾Resistência antimicrobiana está ligada ao sorotipo, rapidamente aumentando

¾Muito alem de carne e ovos – novas estratégias de controle

Pesquisar as ligações entre reservatório, meio-ambiente e alimentos

Referências

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