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2. Segmento de Alto Nível da Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas: 6 a 9 de Dezembro;

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(1)

Relatório
da
Delegação
da
Assembleia
da
República
Portuguesa
à


Conferência
das
Nações
Unidas
para
as
Alterações
Climáticas

(COP‐

17/CMP‐7)
em
Durban,
África
do
Sul


I)
Membros
da
delegação:

 ‐
Deputado
António
Leitão
Amaro
(GPPSD)

 ‐
Deputado
Fernando
Jesus
(GPPS).
 II)
Duração
da
missão:

5
a
10
de
Dezembro
de
2011

III)
Sumário
das
atividades
principais
da
delegação:
 1. Reunião
da
União
Interparlamentar
(UIP):
5
de
Dezembro;


2. “Segmento
 de
 Alto
 Nível”
 da
 Conferência
 das
 Nações
 Unidas
 para
 as
 Alterações
 Climáticas:
6
a
9
de
Dezembro;


3. Reuniões
com
a
Delegação
Governamental
de
Portugal
à
Conferência
das
Nações
 Unidas
(diárias
de
6
a
9
de
Dezembro)


4. Reunião
 com
 os
 parceiros
 institucionais
 e
 empresariais
 para
 discussão
 das
 respectivas
 candidaturas
 ao
 programa
 Fast
 Start
 (apoio
 do
 Estado
 português
 a
 projetos
de
mitigação
de
emissões
de
GEE
em
países
lusófonos):
9
de
Dezembro;
 5. Encontros
com
o
Embaixador
e
outros
diplomatas
portugueses
na
África
do
Sul

 6. Visita
ao
Consulado
português
de
Durban:
6
de
Dezembro;


7. Almoço
 com
 cerca
 de
 50
 membros
 da
 comunidade
 portuguesa
 na
 África
 do
 Sul
 (no
Clube
Português
e
Academia
do
Bacalhau):
10
de
Dezembro.


IV)
Documentos
relevantes:


A.
 Declaração
 aprovada
 na
 reunião
 da
 União
 Interparlamentar
 sobre
 alterações
 climáticas
e
COP‐17/CMP‐7;


B.
Declaração
aprovada
pelos
Estados
da
CPLP
sobre
alterações
climáticas
e
a
COP‐ 17/CMP‐7;



C.
Documentos
aprovados
pela
COP‐17/CMP‐7.
 


(2)

V)
Descrição
das
principais
atividades
e
conclusões

 1. Antecedentes



A
 17ª
 Conferência
 das
 Nações
 Unidas
 para
 as
 alterações
 climáticas
 realizada
 em
 Durban,
África
do
Sul,
segue
a
sequência
de
várias
conferências
anuais
sobre
o
mesmo
 tempo
que
se
realizaram
anteriormente.



O
 agravamento
 dos
 impactos
 e
 da
 percepção
 pública
 do
 fenómeno
 das
 alterações
 climáticas,
 a
 aproximação
 do
 período
 de
 vigência
 do
 Protocolo
 de
 Quioto
 (em
 final
 2012)
 e
 o
 relativo
 sucesso
 das
 conferências
 anteriores
 (em
 particular
 as
 de
 Copenhaga
em
2009
e
Cancun
em
2010)
contribuíram
para
a
grande
importância
que
 esta
17ª
Conferência
assume
para
a
comunidade
internacional
e
para
a
humanidade
 em
geral.


Importa
 destacar
 que
 o
 5º
 relatório
 publicado
 em
 2011
 pelo
 Painel
 Intergovernamental
para
as
Alterações
Climáticas
(IPCC)
confirma
a
responsabilidade
 antropológica
 pelo
 agravamento
 das
 alterações
 climáticas
 e
 as
 conclusões
 de
 que
 deve
ser
evitado
um
aumento
da
temperatura
global
superior
a
2º
C
e
de
que,
caso
tal
 não
seja
conseguido,
severos
impactos
irão
fustigar
as
várias
áreas
do
planeta.


Importa
 reconhecer,
 contudo,
 que
 apesar
 do
 dramatismo
 reconhecido
 à
 evolução
 deste
problema,
as
expectativas
generalizadas
quanto
ao
desfecho
da
17ª
Conferência
 de
Durban
não
eram
particularmente
promissoras.
Com
efeito,
desde
há
vários
anos
 têm
 sido
 evidentes
 as
 perspectivas
 contrastantes
 de
 vários
 Estados
 ou
 grupos
 de
 Estados
(designadamente,
do
lado
dos
países
mais
desenvolvidos
a
posição
da
União
 Europeia
 contrasta
 significativamente
 com
 a
 dos
 Estados
 Unidos
 da
 América;
 as
 pretensões
 dos
 países
 em
 desenvolvimento
 divergem
 quer
 entre
 si,
 quer
 relativamente
a
muitos
dos
países
mais
desenvolvidos).


Importa
 talvez
 destacar
 as
 posições
 e
 apelos
 mais
 dramáticos
 e
 assertivos
 à
 ação
 feitos
 pelos
 pequenos
 Estados‐ilhas
 cuja
 própria
 existência
 pode
 ser
 colocada
 em
 causa
pelo
aumento
do
nível
do
mar
(resultante
do
degelo
ártico
e
expansão
da
massa
 hídrica,
em
resultado
do
aumento
da
temperatura
global)
e
pelos
países
de
África
cuja
 sensibilidade
e
dificuldades
na
adaptação
às
alterações
climáticas
é
mais
forte.



Se
a
15ª
Conferência
de
Copenhaga
havia
frustrado
completamente
as
expectativas,
e
 a
 16ª
 Conferência
 em
 Cancun
 tinha
 alcançado
 alguns
 resultados,
 embora
 modestos,
 era
o
cepticismo
que
mais
dominava
as
expectativas
da
comunidade
internacional.
 



(3)

Na
véspera
do
início
do
“Segmento
de
Alto
Nível”
da
COP‐17,
no
dia
5
de
Dezembro,
 realizou‐se
 em
 Durban
 uma
 reunião
 da
 União
 Interparlamentar
 (UIP)
 reunindo
 parlamentares
de
todo
o
mundo.


O
Parlamento
português
foi
representado
nesta
reunião
por
uma
delegação
composta
 pelos
Deputados
António
Leitão
Amaro
e
Fernando
Jesus.


Do
 programa
 da
 reunião
 merecem
 destaque
 os
 seguintes
 momentos
 especiais:
 discursos
 de
 abertura,
 Painel
 de
 discussão
 “Sentindo
 o
 calor:
 compromissos
 financeiros
 fast
 track
 e
 de
 longo
 prazo”,
 Painel
 de
 discussão
 “Criando
 um
 círculo
 virtuoso
 de
 puxar
 e
 empurrar
 para
 projetos
 de
 baixo
 carbono
 e
 de
 energias
 renováveis”,
 Painel
 de
 discussão
 “Ação
 concertada
 para
 a
 mitigação
 e
 adaptação
 climática:
o
papel
dos
legisladores
nacionais
e
da
administração
local”.


No
primeiro
Painel
de
discussão
plenária
o
Deputado
António
Leitão
Amaro
interveio
 na
 sessão
 em
 nome
 da
 delegação
 portuguesa.
 Nesta
 intervenção
 o
 Deputado
 português
afirmou
que
as
conhecidas
dificuldades
financeiras
que
Portugal
atravessa
 não
 podem
 justificar
 que
 o
 País
 abdique
 da
 sua
 responsabilidade
 no
 combate
 às
 alterações
climáticas,
muito
em
particular
no
que
diz
respeito
à
cooperação
com
os
 países
menos
desenvolvidos
lusófonos
nos
seus
esforços
de
mitigação
e
de
adaptação
 às
 alterações
 climáticas,
 assim
 como
 na
 sua
 estratégia
 para
 mudança
 do
 respectivo
 paradigma
energético.
Segundo
o
Deputado
António
Leitão
Amaro,
a
situação
de
crise
 deverá
 ser
 aproveitada
 por
 Portugal
 
 como
 oportunidade
 para
 fazer
 melhor
 nesse
 esforço
 de
 combate
 às
 alterações
 climáticas
 e
 para
 o
 fazer
 de
 forma
 mais
 transparente,
eficiente
e
sustentável.
 No
parte
final
da
reunião
da
reunião
da
UIP
os
parlamentares
discutiram
e
adoptaram
 por
consenso
uma
Declaração
conjunta
com
17
pontos
que
foi
depois
enviada
à
COP‐ 17.

 O
texto
integral
desta
Declaração
conjunta
da
UIP
encontra‐se
em
anexo.
 
 3. Encontro
e
Declaração
CPLP
 No
âmbito
da
COP‐17
decorreram
diversos
encontros
entre
Estados
lusófonos
sobre
o
 problema
das
alterações
climáticas
e
com
vista
a
concertar
posições
para
a
COP‐17.
 Para
além
de
encontros
bilaterais
do
Governo
português
com
os
vários
Governos
dos
 Estados
membros
da
Comunidade
dos
Países
de
Língua
Portuguesa
(CPLP),
importa
 destacar
 a
 reunião
 multilateral
 da
 CPLP
 que
 resultou
 numa
 inédita
 declaração
 conjunta
dos
Estados
da
CPLP
sobre
as
alterações
climáticas.



(4)

Foi
o
seguinte
o
conteúdo
resolutivo
da
Declaração
CPLP
de
8
de
Dezembro
de
2011
 sobre
 alterações
 climáticas
 na
 qual
 os
 Governos
 dos
 Estados
 da
 CPLP
 se
 comprometem
a:



“1.
 Intensificar
 a
 colaboração
 para
 o
 reforço
 do
 Comité
 de
 Coordenação
 da
 resposta
à
Mudança
do
Clima,
com
vista
a
promover
ações
de
cooperação
entre
 os
 membros
 da
 Comunidade,
 que
 reúne
 países
 distribuídos
 em
 quatro
 continentes,
incluindo
um
Estado
Parte
do
Anexo
I
da
UNFCCC.




2.
 Reiterar
 a
 sua
 determinação
 para,
 no
 âmbito
 da
 Convenção
 Quadro
 das
 Nações
Unidas
Sobre
Mudança
do
Clima
e
do
Protocolo
de
Quioto,
prosseguirem
 os
seus
esforços
no
sentido
de
contribuírem
para
que
a
Conferência
de
Durban
 possa
 vir
 a
 constituir
 um
 passo
 importante
 para
 o
 reforço
 do
 sistema
 multilateral
em
ações
relacionadas
com
a
mudança
do
clima.



3.
 Encorajar
 todas
 as
 Partes
 a
 darem
 a
 sua
 máxima
 contribuição
 na
 luta
 contra
 a
 mudança
 do
 clima
 no
 âmbito
 das
 suas
 responsabilidades
 comuns,
 porém
diferenciadas
de
acordo
com
as
respectivas
capacidades.


4.
 Reconhecer
 que
 o
 Protocolo
 de
 Quioto
 é
 um
 elemento
 central
 do
 regime
 climático
global.



5.
 Salientar
 a
 necessidade
 de
 redobrar
 esforços,
 por
 todas
 as
 Partes
 à
 Convenção,
 para
 dar
 resposta
 adequada
 aos
 desafios
 que
 a
 mudança
 do
 clima
 impõem
 a
 todos,
 e
 em
 particular
 aos
 países
 menos
 avançados,
 pequenas
 ilhas
 insulares
e
África.


6.
 Como
 expressão
 de
 responsabilidades
 comuns,
 porém
 diferenciadas,
 continuar
 os
 esforços
 de
 cooperação
 entre
 os
 países
 da
 CPLP
 no
 âmbito
 da
 implementação
 imediata
 do
 fast
 start
 ‐
 em
 matéria
 de
 mudança
 do
 clima
 designadamente
 no
 apoio
 à
 preparação
 e
 implementação
 de
 programas,
 projetos
 e
 ações
 nas
 áreas
 de
 adaptação,
 mitigação,
 desenvolvimento
 e
 transferência
 de
 tecnologias
 e
 capacitação
 institucional,
 reconhecendo
 nomeadamente
 nesse
 âmbito
 a
 importância
 da
 integração
 da
 Sustentabilidade
 do
 Ambiente
 nos
 programas
 de
 Desenvolvimento
 particularmente
 para
 o
 combate
 a
 pobreza,
 programas
 de
 agricultura
 sustentável
 e
 aplicação
 de
 tecnologias
limpas
e
da
eficiência
energética
para
a
edificação
de
uma
economia
 de
baixo
carbono
e
prosseguir
os
esforços
mútuos
de
integração
destas
matérias
 nas
políticas
e
estratégias
de
desenvolvimento.


7.
 Apelar
para
que
da
17ª
Conferência
das
Partes
resulte
um
fortalecimento
do
 regime
climático
através
de
um
roteiro
abrangente
e
vinculativo
que
dê
passos
 firmes
 necessários
 para
 assegurar
 o
 objetivo
 de
 limitar
 o
 aumento
 da
 temperatura
média
global.”


Importa
destacar
não
apenas
que
o
acordo
para
uma
declaração
CPLP
é
não
apenas
 um
 facto
 histórico,
 como
 representa
 um
 marco
 importante
 nas
 relações
 internacionais
portuguesas
visto
ter
sido
possível
pela
primeira
vez
que
o
conjunto
de


(5)

países
 CPLP
 tenham
 atuado
 publicamente
 unidos
 e
 concertados
 no
 plano
 internacional
em
matéria
de
alterações
climáticas.


4. Intervenção
 de
 Portugal
 no
 Plenário
 da
 Conferência
 das
 Nações
 Unidas
 COP‐17/CMP‐7


De
entre
os
vários
eventos
reuniões
oficiais
da
COP‐17,
sejam
plenários
ou
sectoriais,
 importa
destacar
a
intervenção
do
Governo
Português
no
Plenário
da
COP‐17.


Para
além
do
conteúdo
da
intervenção
da
Sra.
Ministra
da
Agricultura,
Mar,
Ambiente
 e
 Ordenamento
 do
 Território
 de
 Portugal,
 é
 de
 ressaltar
 o
 facto
 inédito
 de
 tal
 declaração
ter
sido
proferida
em
português
e
de,
em
consequência,
os
Ministros
dos
 países
africanos
de
língua
portuguesa
e
de
Timor‐Leste
terem
também
proferido
as
 suas
intervenções
em
língua
portuguesa.


Como
principais
notas
da
intervenção
de
Portugal
no
Plenário
da
COP‐17
podem
ser
 apontadas:
o
apelo
a
um
resultado
ambicioso
nesta
COP‐17
em
Durban,
em
linha
com
 as
 posições
 da
 União
 Europeia
 sobre
 o
 combate
 às
 alterações
 climáticas;
 o
 compromisso
de
Portugal
em
cumprir
as
suas
metas
de
redução
de
GEE
previstas
no
 Protocolo
de
Quioto;
o
compromisso
do
País
em,
apesar
dos
seus
constrangimentos
 financeiros
 presentes,
 concretizar
 os
 apoios
 financeiros
 de
 36
 milhões
 de
 euros
 
 a
 projetos
de
redução
de
emissões,
adaptação
às
alterações
climáticas
e
capacitação
em
 execução
ou
a
executar
em
países
de
língua
portuguesa
menos
desenvolvidos.


5. Os
compromissos
Fast
Start
de
Portugal


Num
 dos
 eventos
 paralelos
 à
 COP‐17,
 a
 Comissão
 para
 as
 Alterações
 Climáticas
 do
 Portugal
 organizou
 uma
 sessão
 pública
 para
 discutir
 os
 compromissos
 fast
start
de
 Portugal.



Em
concretização
do
princípio
das
“responsabilidades
comuns
mas
diferenciadas”,
os
 países
mais
desenvolvidos
comprometeram‐se
na
COP‐15
em
Copenhaga
a
dois
tipos
 de
 financiamento
 a
 países
 menos
 desenvolvidos
 para
 o
 combate
 às
 alterações
 climáticas:
“fast
start”
(financiamento
imediato)
e
financiamento
de
longo
prazo.

 Nessa
ocasião
Portugal
comprometeu‐se
a
um
financiamento
imediato
/
fast
start
de
 36
milhões
de
euros
no
período
2010‐2012.


Ora,
 esta
 sessão
 pública
 consistiu
 quer
 numa
 intervenção
 da
 Sra.
 Ministra
 da
 Agricultura,
Mar,
Ambiente
e
Ordenamento
do
Território
de
Portugal
sobre
a
situação


(6)

dos
compromissos
fast
start
de
Portugal,
quer
em
intervenções
de
vários
promotores
 de
 projetos
 candidatos
 ou
 já
 em
 curso,
 todos
 localizados
 em
 países
 lusófonos
 de
 África.
 Os
 promotores
 intervenientes
 foram
 instituições
 públicas
 e
 governamentais
 daqueles
 países,
 ou
 empresas
 portuguesas
 que
 estão
 a
 candidatar‐se
 ou
 a
 executar
 projetos
naqueles
países.


No
curso
dessa
reunião
o
Deputado
António
Leitão
Amaro
interveio
para,
em
nome
da
 Delegação
 parlamentar
 portuguesa,
 transmitir
 publicamente
 as
 seguintes
 
 ideias
 principais
:
(i)
embora
em
contexto
de
dificuldade
financeira
e
austeridade
no
País,
 Portugal
 deve
 cumprir
 os
 seus
 compromissos
 fast
start
no
 contexto
 do
 combate
 às
 alterações
climáticas,
(ii)
devendo
orientar
esse
esforço
financeiro
em
particular
para
 os
 países
 lusófonos
 menos
 desenvolvidos
 e
 (iii)
 procurando
 envolver
 empresas
 portuguesas
nesse
esforço
de
cooperação.
O
Deputado
chamou
ainda
a
atenção
para
a
 necessidade
de
transparência,
rigor
e
eficácia
na
concessão
e
execução
destes
apoios
 financeiros
 fast
 start
 que,
 naturalmente,
 resultam
 dos
 impostos
 pagos
 pelos
 portugueses.


Nesta
sequência
a
Comissão
para
as
Alterações
Climáticas
de
Portugal
organizou
uma
 reunião
 de
 trabalho
 conjunta
 entre
 a
 Delegação
 da
 Assembleia
 da
 República
 e
 os
 vários
 promotores
 que
 intervieram
 naquela
 sessão.
 Nesta
 reunião
 de
 trabalho
 os
 Deputados
 António
 Leitão
 Amaro
 e
 Fernando
 Jesus
 questionaram
 os
 vários
 promotores
 sobre
 vários
 aspectos
 dos
 projetos
 que
 cada
 um
 ali
 representava
 e
 particularmente:
 sobre
 os
 custos
 globais
 do
 projeto,
 sobre
 o
 respectivo
 ponto
 de
 situação
 dos
 projetos,
 sobre
 o
 envolvimento
 de
 entidades
 (empresariais,
 científicas
 ou
outras)
de
Portugal
na
concepção
e
execução
do
projeto,
sobre
a
forma
de
seleção
 das
 entidades
 envolvidas,
 sobre
 as
 perspectivas
 de
 oportunidades
 subsequentes
 geradas
por
aqueles
projetos.


Destacam‐se
 os
 projetos:
 da
 empresa
 portuguesa
 Self
 Energy
 em
 Moçambique
 para
 criação
 de
 mini‐redes
 de
 geração
 renovável
 de
 eletricidade
 em
 aldeias
 remotas
 e
 isoladas;
da
empresa
portuguesa
Gesto
para
desenvolvimento
do
Atlas
das
Fontes
de
 Energia
 Renovável
 em
 Moçambique;
 da
 autoridade
 nacional
 de
 São
 Tomé
 para
 o
 desenvolvimento,
 em
 parceria
 com
 a
 empresa
 portuguesa
 CAOS,
 de
 estratégias
 de
 desenvolvimento
 com
 baixo
 carbono
 em
 quatro
 países
 africanos
 lusófonos,
 designadamente,
Cabo
Verde,
São
Tomé,
Moçambique
e
Guiné‐Bissau.


6. As
conclusões
da
Conferência
das
Nações
Unidas
COP‐17/CMP‐7


Os
 Estados
 chegaram
 a
 um
 acordo
 na
 Conferência
 das
 Nações
 Unidas
 de
 Durban
 apenas
na
noite
de
dia
10
para
dia
11
de
dezembro
de
2011.


(7)

Da
 perspectiva
 mais
 exigente
 (v.g.
 União
 Europeia,
 Aliança
 dos
 Pequenos
 Estados‐ Ilhas,
países
menos
desenvolvidos,
organizações
ambientalistas),
as
conclusões
desta
 COP‐17
são
insuficientes.



Com
efeito,
deve
reconhecer‐se
que
não
foi
cumprido
o
objectivo
principal
para
esta
 Conferência,
o
de
encontrar
um
acordo
vinculativo
para
o
controlo
das
emissões
de
 GEE
 que
 sucedesse
 ao
 Protocolo
 de
 Quioto
 embora
 alargando
 o
 seu
 âmbito
 de
 aplicação
 e
 vinculação
 aos
 vários
 grandes
 emissores
 de
 GEE
 que
 não
 se
 encontram
 atualmente
abrangidos
pelo
Protocolo
de
Quioto.


Contudo,
 conhecendo‐se
 a
 natureza
 multilateral
 destas
 negociações
 e
 as
 pretensões
 menos
 ambiciosa
 de
 vários
 Estados
 que
 representam
 uma
 parte
 muito
 significativa
 das
 emissões
 de
 GEE
 (v.g.
 EUA,
 China,
 Canadá,
 Rússia,
 Japão,
 Índia),
 parece
 justo
 afirmar
 que
 o
 acordo
 alcançado
 na
 COP‐17
 em
 Durban
 é
 muito
 relevante
 e
 abrangente.



Podem
 destacar‐se
 o
 seguintes
 pontos
 essenciais
 do
 acordo
 de
 Durban
 (cuja
 documentação
pode
ser
encontrada
em
http://unfccc.int/2860.php):


1) Segunda
fase
de
vigência
do
Protocolo
de
Quioto;


Dado
que
o
Protocolo
de
Quioto
previa
a
sua

vigência
até
2012,
a
melhor
alternativa
 à
 improvável
 assinatura
 de
 um
 novo
 acordo
 vinculativo
 global
 em
 Durban
 seria
 a
 extensão
da
vigência
do
Protocolo
de
Quioto
para
um
segundo
período.


Ora,
as
partes
à
COP‐17
acordaram
numa
segunda
fase
de
vigência
do
protocolo
de
 Quioto
 com
 esse
 segundo
 período
 de
 compromisso
 para
 a
 redução
 de
 emissões
 de
 GEE
a
funcionar
entre
1
de
Janeiro
de
2013
e
o
final
de
2017.
 Assim,
foi
acordada
a
extensão
do
protocolo
de
Quioto
por
mais
5
anos.
 
 2) Um
plano
de
ação
(roadmap)
com
prazos
específicos
para
um
novo
acordo
 global
vinculativo
que
limite
as
emissões
de
GEE;
 Não
tendo
alcançado
um
novo
acordo
global
para
redução
de
emissões
em
Durban,
os
 Estados
acordaram
num
plano
de
ação
calendarizado
para
a
assinatura
e
entrada
em
 vigor
futuras
desse
novo
acordo.
 Assim,
as
partes
na
COP‐17
acordaram
que
o
acordo
global
para
redução
de
emissões
 deverá
 (i)
 ser
 preparado
 por
 um
 procedimento
 regulado
 designado
 por
 “Durban
 Platform
for
Enhanced
Action”,
(ii)
ser
concluído
e
assinado
até
2015
(iii)
por
todas
as
 partes
da
Convenção
das
Nações
Unidas
para
as
Alterações
Climáticas
(cerca
de
190
 países),
(iv)
entrar
em
vigor
em
2020
(v)
sendo
um
acordo
vinculativo
(embora
com


(8)

divergências
quanto
ao
grau
de
vinculação)
(vi)
que
estabeleça
metas
que
permitam
 alcançar
o
objectivo
de
conter
o
aquecimento
global
abaixo
dos
2º
C.


3) Estabelecimento
 do
 Fundo
 Verde
 Climático
 (“Green
 Climate
 Fund”)
 para
 financiamento
do
combate
às
alterações
climáticas;


A
concretização
do
Fundo
Verde
Climático
(GCF
‐

“Green
Climate
Fund”)
era
uma
das
 matérias
em
que
mais
se
esperava
da
COP‐17.

Trata‐se
de
um
instrumento
acordado
 na
COP‐16
de
Cancun
pelo
qual
os
países
mais
desenvolvidos
deverão
canalizar
para
 os
 países
 menos
 desenvolvidos
 até
 100
 mil
 milhões
 de
 USD
 por
 ano
 até
 2020
 para
 apoiar
o
seu
“desenvolvimento
limpo”
e
esforço
de
adaptação
às
alterações
climáticas.

 O
resultado
da
COP‐17
nesta
matéria
é
misto.
Como
aspecto
negativo
note‐se
que
não
 foi
alcançado
acordo
significativo
quanto
à
origem
daquele
dinheiro
que
alimentará
o
 GCF.
 Como
aspecto
positivo
registe‐se
que
as
partes
acordaram
no
regime
de
gestão
deste
 GCF.
Foi
acordado
que
o
GCF
será
gerido
como
organização
autónoma
da
UNFCC,
será
 utilizado
 nos
 países
 em
 desenvolvimento
 quer
 em
 medidas
 de
 mitigação
 quer
 de
 adaptação
e
conforme
as
“políticas
sectoriais”
de
cada
país.



4) Outras
matérias
acordadas:


a) As
 partes
 acordaram
 em
 desenvolver
 durante
 os
 próximos
 12
 meses
 um
 novo
 quadro
regulatório
para
novos
mecanismos
de
mercado
para
redução
de
emissões
de
 GEE
que
deverá
ser
aprovado
na
conferencia
seguinte
no
Qatar
em
2012.
Essas
novas
 regras
 deverão
 impedir
 a
 “contagem
 dupla”
 de
 reduções
 e
 alcançar
 uma
 redução
 líquida
de
emissões
de
CO2.


b) As
 partes
 acordaram
 também
 novas
 regras
 (Measurement,
 Reporting,
 and
 Verification
‐
MRV)
 para
 assegurar
 a
 transparência
 na
 monitorização
 dos
 esforços
 e
 ações
dos
vários
países
–
mais
ou
menos
desenvolvidos
–
na
redução
de
emissões.

 c) As
 partes
 acordaram
 em
 aceitar
 a
 consideração
 da
 captura
 e
 sequestro
 de
 carbono
 (CCS
 ‐
 “carbon
capture
and
storage”)
 
 para
 efeitos
 de
 créditos
 de
 carbono.
 Contudo,
 ficou
 previsto
 que
 os
 promotores
 de
 projetos
 de
 CCS
 deverão
 manter
 em
 reserva
5%
dos
créditos
de
carbono
gerados
por
estes
projetos
até
que
os
inspetores
 das
 instalações
 confirmem
 que
 não
 houve
 fugas
 de
 dióxido
 de
 carbono
 do
 local
 de
 sequestro
durante
20
anos.



d) As
 partes
 acordaram
 em
 permitir
 a
 consideração
 quer
 de
 investimento
 privado
 quer
 de
 mecanismos
 de
 mercado
 no
 financiamento
 do
 programa
 REDD
 (Reduced


(9)

Emissions
 From
 Deforestation
 And
 Degradation)
 para
 a
 redução
 das
 emissões
 resultantes
da
desflorestação
e
degradação
de
florestas.



Em
conclusão,
e
como
resultará
do
presente
relatório,
as
questões
relacionadas
com
o
 combate
às
alterações
climáticas
tratadas
na
COP‐17/CMP‐7
realizada
em
Durban
são
 da
 maior
 importância
 para
 o
 futuro
 da
 humanidade
 e
 a
 salvaguarda
 do
 planeta
 relativamente
 aos
 efeitos
 nocivos
 causados
 pelas
 alterações
 climáticas
 e
 o
 aquecimento
global



Em
 Durban
 estiveram
 reunidos
 Chefes
 de
 Estado
 e
 de
 Governo,
 Ministros
 e
 Altos
 Representantes
de
praticamente
todos
os
Países
do
Mundo,
não
tendo
faltado
muitos
 membros
 da
 sociedade
 civil,
 organizações
 empresariais,
 académicas
 e
 de
 defesa
 do
 ambiente,
assim
como
meios
de
Comunicação
Social
de
todo
o
Mundo.



No
caso
português
poderá
lamentar‐se
que,
apesar
de
o
País
se
ter
feito
representar
 por
 uma
 
 delegação
 composta
 pela
 Senhora
 Ministra
 
 e
 Secretario
 de
 Estado
 do
 Ambiente
 
 e
 de
 uma
 representação
 do
 Parlamento
 composta
 por
 dois
 deputados,
 a
 comunicação
 social
 portuguesa,
 em
 especial
 a
 televisão
 e
 rádio
 pública,
 não
 tenha
 estado
presente
neste
importantíssimo
evento
mundial.
 Palácio
de
São
Bento,
12
de
Dezembro
de
2011
 
 
 Os
Deputados
 
 António
Leitão
Amaro
 Fernando
Jesus


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