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ESTUDO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA 5S EM UMA INDÚSTRIA METAL MECÂNICA¹ RESUMO

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ESTUDO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA 5S EM UMA INDÚSTRIA METAL MECÂNICA¹

Fernando Pudell Bohn1

RESUMO

O presente artigo possui como objetivo fazer uma revisão literária sobre a metodologia de implementação do programa 5S e diagnosticar a situação atual de uma empresa metal mecânica com relação aos conceitos dos sensos de utilização, ordenação, limpeza, higiene e saúde e autodisciplina por meio da técnica de pesquisa de campo. Com o aumento da competividade no mercado as empresas buscam novos programas de qualidade promovendo com isso a melhoria contínua dos produtos e dos processos. Com base nas técnicas metodológicas apresentadas, demonstra-se que o programa 5S é uma ferramenta estratégica e um diferencial, trazendo inúmeros benefícios para a organização estudada, preparando as pessoas para a introdução dos demais programas de qualidade.

Palavras-chave: Implementação 5S. Programa 5S. Qualidade. Indústrias.

1 INTRODUÇÃO

O programa 5S visa à organização do local de trabalho, mantendo-o em condições padronizadas para realizar um bom trabalho, ou seja, consistem em uma campanha dedicada a organizar e manter o ambiente de trabalho arrumado e limpo. Neste sentido, Osada (1992), destaca que todas as empresas que buscam melhorias de qualidade, devem começar pelos aspectos básicos, ou seja, pelo 5S’s, que para o autor vem das iniciais de cinco palavras japonesas:

 Seiri: senso de utilização;  Seiton: senso de ordenação;  Seiso: senso de limpeza;

 Seiketsu: senso de higiene e saúde;  Shitsuke: senso de autodisciplina.

Segundo Sanzoz (1997), mudanças de hábito são lentas, portanto, requer paciência

1 Pré-requisito para obtenção do título de acadêmico de MBA em Lean Manufacturing da UCEFF – Chapecó/SC.

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durante a implementação. O maior desafio na implementação do programa é mensurar, em números, a melhoria obtida, pois as atividades do 5S estão diretamente relacionadas com o local de trabalho, não havendo a possibilidade de registro de números de custos ou na alteração de processo ou produto.

O 5S é uma ferramenta que deve ser aplicada de forma continua existindo ou não outra ferramenta de melhoria. Com resultados positivos de comportamento no ambiente de trabalho, demonstra o respeito ao próximo e ao local de trabalho, e por outro lado, demonstra também que a instituição se preocupa com seus colaboradores.

O programa consiste em uma ação a fim de promover melhorias no ambiente de trabalho e o bem-estar dos funcionários, aumentando sua autoestima, racionalizando o uso de documentos, materiais, equipamentos e os processos de trabalho, aprimorando a segurança e reduzindo custos. No presente trabalho será abordado o conceito do programa 5S através de uma breve revisão bibliográfica de modo a diagnosticar a situação atual de uma empresa metal mecânica com relação aos conceitos dos sensos de utilização, organização, limpeza, saúde e autodisciplina, propondo melhorias para se obter a implementação do programa com sucesso.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 MÉTODO 5S

Para a implementação de qualquer programa de qualidade é fundamental mudar hábitos de colaboradores no que se refere à limpeza, organização, limpeza e higiene e ordenação do local de trabalho. (MARTINS e LAUGENI, 2005).

O programa 5S consiste em uma filosofia de trabalho japonesa que promove a educação por meio da organização, limpeza e autodisciplina, através da consciência e responsabilidade de todos, tornando o ambiente de trabalho agradável, seguro e produtivo. (SILVA, 1996).

Como descreve Campos (1992), o programa 5S tem como objetivo:

 Mudar a forma de pensar das pessoas na direção de um melhor comportamento para toda vida;

 Contribuir para a melhoria da produtividade, qualidade e segurança, através da mobilização dos funcionários para comportamento e ações disciplinadas e contínuas;

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 Mudar atitudes, tanto no cotidiano das pessoas quanto em seu desempenho profissional.

O termo 5S possui este nome devido derivar-se de cinco palavras japonesas, todas iniciadas com a letra S., porém, ao se traduzir as cinco palavras para o português o mesmo não ocorre, portanto, a palavra senso foi adicionada antes de cada palavra em português para que o termo 5S fosse mantido. Para Cristóvão (2013, p. 44) senso significa: "[ ]...exercitar a capacidade de apreciar, julgar e entender".

Quadro 1 - Significado dos sensos 5S em inglês e em português

SENSO JAPONÊS PORTUGUÊS

1° S Seiri Senso de Utilização

2° S Seiton Senso de Ordenação

3° S Seiso Senso de Limpeza

4° S Seiketsu Senso de Higiene e saúde

5° S Shitsuke Senso de Autodisciplina

Fonte: Adaptado de Lapa (1998)

Algumas empresas no Japão também utilizam o 5S como uma ferramenta indispensável para obtenção e a consolidação do processo educacional de quaisquer atividades. Apesar do 5S ser reconhecido mundialmente como originário do Japão, a essência está presente em qualquer população, nação, segurança, bem-estar, sensatez e respeito ao próximo. (RIBEIRO, 1994).

Devido ao grande sucesso alcançado no Japão outros países começaram a adotar a sua prática. O que acontece é que muitos que tentaram implantar não tomaram o cuidado para o real objetivo que estes conceitos tinham e algumas não deram certo ou não foram levadas a sério.

Segundo Nana (2007), o programa 5S visa conscientizar a todos da importância da qualidade no ambiente de trabalho. É uma implementação de uma nova cultura, necessita contar com o comprometimento das equipes de trabalho para atingir o resultado esperado, ambientes limpos, organizados, um bem-estar que proporciona condições para uma maior produtividade.

Para Ishikawa (1986), o “5S” é, na realidade, a base do gerenciamento da rotina no treinamento da Qualidade Total, pois é um passo fundamental para “lubrificar” as interfaces entre os subsistemas máquina/procedimento/homem, onde que, com baixo moral e desordenado, o desperdício é culturalmente aceito.

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preocupação com ambiente da qualidade e trabalho e exigências com os colaboradores. O programa está diretamente ligado à evolução e desenvolvimento destas organizações.

Figura 1 – Ciclo do programa 5S

Fonte: Tuiuti, 2018

Como vantagem da implementação do 5S pode ser citado (CERTIFICAÇÃO ISO, Data não publicada):

 Aumento da qualidade do produto ou serviço;  Aumento da produtividade;

 Fornece a base necessária para implantar outros programas de qualidade;

 Facilita a detecção de erros, objetos fora do lugar e outros problemas que precisam de atenção;

 Prevenção de acidentes;

 Melhoria do ambiente de trabalho;  Melhoria da qualidade de vida.

Os principais problemas de empresas com baixo desempenho estão relacionados a relações ruins entre colaboradores, índice alto de absenteísmo, falta de oportunidade para que os colaboradores deem sugestões de melhoria e tempo gasto com retrabalhos. O 5S auxilia na solução desses problemas, que de início podem parecer pequenos, porém, se não solucionados tendem a tornar-se grandes. Uma vez que o 5S encontra-se implantado, a visualização da causa dos problemas torna-se mais fácil. (FILHO, 1999).

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2.1.1 SEIRI – SENSO DE UTILIZAÇÃO

O senso seiri consiste em separar o necessário do desnecessário e, se houver dúvidas na distinção de algum item, o mesmo deverá ser descartado. Deve-se lembrar de manter somente o necessário ocupando o espaço. (MARTINS e LAUGENI, 2005).

Segundo Filho (1999, p. 4) é recomendado que: “Aquilo que você não usa, tome providências para que seja doado, trocado, recolhido ao almoxarifado ou descarregado.”

Segundo Garabedian e Lapa (2005), seiri é um senso que desenvolve o papel de identificar, selecionar e redistribuir recursos úteis para o fim desejado no local da efetivação das tarefas. Também realiza a eliminação de tarefas desnecessárias, por excesso de burocracia e desperdícios de recursos. A execução do senso de utilização vai gerar a redução drástica de desperdícios, juntamente com os riscos ao colaborador no ambiente de trabalho.

"Tenha só o necessário na quantidade certa."

Para Mello (2011, p. 146): “Nas empresas em geral, pode-se pensar não apenas em organizar objetos, mas também em organizar tarefas por ordem de relevância, em priorizar o que é mais importante”.

As atitudes resultantes da implementação do senso de utilização são a redução de consumo, reutilização de recursos e disponibilizar / compartilhar recursos não utilizados para outras áreas. Já como valores resgatados tem-se a utilização de recursos úteis e desapego a coisas materiais. (CRISTÓVÃO, 2013).

Para se colocar em prática o senso de utilização, deve ser verificado na área a frequência de verificação dos objetos (É usado toda hora? Todo dia? Periodicamente? De vez em quando? Não é necessário?). As áreas onde os objetos são armazenados (armários, cantos, corredores, escadas, paredes e quadros de avisos) também devem ser verificadas. (FILHO, 1999).

2.1.2 SEITON – SENSO DE ORDENAÇÃO

Este senso consiste em ordenar e classificar os objetos, facilitando o fluxo de pessoas, agindo de forma rápida e segura, implantando o uso de planejamento para a realização das tarefas no ambiente de trabalho. Para Cristóvão (2013, p. 146), “[...] o seiton consiste em manter as coisas em seus devidos lugares, de modo que possam ser facilmente localizadas sempre que

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necessário.”

Segundo o autor, para se colocar em prática o senso de ordenação, é preciso ter mente a noção do tempo que levará a execução da tarefa, o layout adequado e se manter um estoque é ou não necessário e a noção de tempo para execução de tarefas relacionadas. (CRISTÓVÃO, 2013).

"Um lugar para cada coisa. Cada coisa em seu lugar."

As atitudes resultantes da implementação do senso de ordenação são a redução de consumo, reutilização de recursos e disponibilizar / compartilhar recursos não utilizados para outras áreas. Já os valores resgatados são melhor alocação de recursos, gerando assim, otimização do tempo e um melhor planejamento do espaço para alocação de objetos. (CRISTÓVÃO, 2013).

Para colocar em prática o senso de ordenação é recomendado analisar a frequência em que as pessoas utilizam objetos nas áreas e a razão pela qual esses objetos são consumidos, armazenar os objetos em seu devido local e com padronização de nomenclatura e rótulos de fácil identificação e colocar os objetos em seu devido local após o uso. (FILHO, 1999).

2.1.3 SEISO – SENSO DE LIMPEZA

Este senso significa limpeza, inspeção. Cada pessoa deve limpar a sua própria área de trabalho, criando rotina diária, conservando e conscientizando as pessoas a fazer o mesmo, tornando o ambiente limpo e agradável. Sob o ponto de segurança no trabalho, a limpeza é fundamental, pois ela zela pela redução de acidentes de trabalho e de doenças no ambiente profissional.

"Ao fim do dia de trabalho tudo limpo e guardado em seus respectivos lugares (mais fácil do que limpar é não sujar)."

A limpeza do ambiente de trabalho deve ser considerada em toda a área de trabalho colaborador (chão, máquinas, equipamentos interna e externamente), deixando o local de trabalho sempre limpo. Além disso, a área, máquinas e equipamentos devem ser conferidos periodicamente. (MARTINS e LAUGENI, 2005).

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Quadro 2 – Etapas do senso de limpeza

ETAPAS O QUE FAZER?

LIMPEZA GERAL Remoção da sujeira ou poeira de pisos, paredes, tetos, janelas, prateleiras e armários utilizados nas atividades diárias.

LIMPEZA PESSOAL Manter a mesa de trabalho limpa e em condições de uso. Jogar todo e qualquer lixo no local apropriado.

LIMPEZA DETALHADA Limpar os materiais, equipamentos e ferramentas de trabalho, de modo a identificar e corrigir as causas da sujeira.

Fonte: FILHO (1999)

As atitudes resultantes da implementação do senso de ordenação são evitar ambientes sujos, atacando as fontes de sujeira, zelar equipamentos e instalações. Já os valores resgatados são os colaboradores passarem a dar maior importância ao meio ambiente. (CRISTÓVÃO, 2013).

2.1.4 SEIKETSU – SENSO DE HIGIENE E SAÚDE

Utiliza padrões de ambiente, higiene e conservação da limpeza. Preocupa-se com a saúde do estado físico das pessoas e do ambiente. Prioriza em manter o estado de limpeza, tais como as cores, vestuário, higiene pessoal e tudo que causar impressão de limpeza, principalmente no ambiente de trabalho.

De acordo com Paladini (2012), refere-se à conservação da saúde dos recursos humanos da organização, onde envolve melhorias constantes nas condições físicas de trabalho (incrementando com os outros sensos anteriores), visando proporcionar conforto, segurança, bem-estar e proteção ao colaborador, zelando por toda a sua integridade.

“Desenvolver a preocupação constante com a higiene pessoal e do local de trabalho, garantindo saúde e segurança para todos."

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Quadro 3 – Etapas do senso de higiene e saúde

ETAPAS O QUE FAZER?

BEM-ESTAR PESSOAL

Cuidar do seu bem-estar físico e mental.

Trabalhar em grupo, de modo a respeitar as opiniões dos colegas. Evitar fofocas, boatos ou brincadeiras de mau gosto que firam a sensibilidade e o respeito entre as pessoas.

Manter um diálogo franco e aberto.

Cumprir as determinações da Medicina do Trabalho. Siga as regras de segurança.

BEM-ESTAR DO

LOCAL DE TRABALHO

Atentar-se a causa da fonte de sujeitas

Identificar pontos críticos do local de trabalho;

Criar lista de verificação e lembretes visuais para que as anormalidades venham à tona.

Focar na seleção, organização e limpeza do seu local de trabalho. Fonte: FILHO (1999)

Diferente dos três sensos apresentados anteriormente os quais são relacionados à execução de atividades, o senso de higiene e saúde está relacionado a hábitos padronizados, por exemplo, a limpeza dos equipamentos de trabalho garante a segurança do local, minimizando acidentes de trabalho. (MARTINS e LAUGENI, 2005).

As atitudes resultantes da implementação do senso de ordenação são melhores hábitos alimentares e evitar dependências químicas. Já para os valores resgatados são aumento da qualidade de vida e da satisfação com o trabalho. (CRISTÓVÃO, 2013).

2.1.5 SHITSUKE – SENSO DE AUTODISCIPLINA

Refere-se à educação e harmonia. Fazer as coisas corretas. Compromete-se com as normas e ética em relação à organização. A disciplina é o caminho para a melhoria do caráter dos colaboradores da organização. Neste senso, a concentração da disciplina está diretamente na mente das pessoas, onde ela influenciará nos hábitos, cultura e sistemas da organização.

Para Braga (2006), faz com que as pessoas aprendam e se disciplinem a cumprirem e praticarem a filosofia dos 5S´s.

Para Lapa (1998), ter senso de autodisciplina é desenvolver o hábito de observar e seguir normas, regras, procedimentos, atender especificações, sejam elas escritas ou informais.

“É fazer o que tem que ser feito e de maneira como deve ser feita, mesmo que ninguém esteja olhando."

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Para Martins e Laugeni (2005, p. 464): “A disciplina, que é o coroamento dos 4S anteriores, pode ser atingida com um treinamento persistente e atribuindo responsabilidade aos gerentes e supervisores quanto ao comportamento de seus colaboradores.”

As atitudes resultantes da implantação do senso de ordenação são melhor convivência, respeito de regras, normas e leis, desenvolvimento do trabalho em equipe. Já os valores resgatados são trabalho em equipe, respeito e responsabilidade. (CRISTÓVÃO, 2013).

Para se praticar o senso de autodisciplina todos os envolvidos devem conhecer as normas e procedimentos da organização e do local de trabalho, eliminar os maus hábitos fazendo as coisas certas e serem criativos. (FILHO, 1999).

3 METODOLOGIA

Em decorrência do objetivo geral do presente estudo, o qual é analisar a necessidade do programa 5S na produção de uma empresa metal mecânica, partindo do armazenamento da matéria prima, manuseio, retrabalho e desperdício e diagnosticar a situação atual, por se tratar de um estudo de caso, foram realizadas revisões bibliográficas sobre a elaboração e execução do programa 5S e pesquisa de campo como meios de investigação.

Para dar início a um estudo científico, a dúvida é necessária, pois é a partir dela que o estudo será construído e esclarecido referente ao assunto estudado. E para construir um conhecimento científico, é necessário o método para encontrar resultados diferentes para o mesmo problema. Diante disso, a metodologia e a clareza teórica do objeto a ser estudado tornam-se fundamentais. (FIGUEIREDO et al., 2012).

Para Figueiredo (2012) o método científico não depende de resultados previstos ou desejados, depende de objeto de pesquisa e o resultado depende exclusivamente do pesquisador.

Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 131), sobre a revisão bibliográfica:

“Nessa etapa, como o próprio nome indica, analisamos as mais recentes obras científicas disponíveis que tratem do assunto ou que deem embasamento teórico e metodológico para o desenvolvimento do projeto de pesquisa. É aqui também que são explicitados os principais conceitos e termos técnicos a serem utilizados na pesquisa. A revisão da literatura demonstra que o pesquisador está atualizado nas últimas discussões no campo de conhecimento em investigação. Além de artigos em periódicos nacionais e internacionais e livros já publicados, as monografias, dissertações e teses constituem excelentes fontes de consulta. Revisão de literatura difere-se de uma coletânea de resumos ou uma “colcha de retalhos” de citações.”

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Para Houaiss (2002, apud. NEVES e DOMINGUES, 2007, P. 14), a pesquisa consiste: "[...] conjunto de atividades que têm por finalidade a descoberta de novos conhecimentos no domínio científico, literário, artístico etc.", admitindo, também, o significado de "investigação ou indagação minuciosa."

Segundo Ribeiro (2010) uma das preocupações das empresas com relação ao 5S é o seu tempo de implantação. O que deve ser considerado são o entendimento e os benefícios que esse programa propõe, onde a implantação deve ser feita quando 90% das instalações atingirem a cada um dos cinco “S”. A escolha de um gestor (comitê) deve ser considerada a palavra-chave para o início da implantação, pois em uma empresa que não possui um gestor o resultado tem sido o mesmo; o 5S não se desenvolve cuja escolha de uma pessoa correta como gestora do 5S, independe qual a sua qualificação, o que é levado em conta é a participação e envolvimento com total autonomia.

O quadro abaixo demonstra as etapas para implantação do programa 5S:

Quadro 4 – Etapas para implantação do programa 5S

Etapa Descrição

1. Divulgação

Conscientização é disto que se trata a primeira etapa para implantação do programa 5S em uma organização. Através de recursos de divulgação, como: palestras, cartazes, memorandos, apresentações, reuniões e até diálogos semanais de segurança. É importantíssimo deixar claro a todos os funcionários da companhia a importância do cumprimento dos 5 sensos que serão implantados e os ganhos esperados com a implantação deste programa.

2. Preparação

A etapa de preparação possui como objetivo dividir a implantação do programa 5S em partes menores. Veja bem, talvez um funcionário de um setor estritamente administrativo não seja o mais adequado para gerenciar a implantação dos 5S em uma operação fabril - e vice-versa. Portanto, separar os responsáveis para implantação do programa em toda a empresa é a tarefa desta fase.

3. Implantação

Esta etapa começa conforme a sequência dos 5S vistos aqui no artigo - uso, organização, limpeza, padronização e integridade. Em cada um dos setores da companhia incluídos, sua implantação deve considerar 5 perspectivas de atuação: layout (ou arranjo físico), máquinas e equipamentos, instrumentos, documentos e acessórios administrativos.

4. Manutenção

A última etapa de implantação do programa 5S possui como intuito assegurar o cumprimento de todas as novas exigências impostas, de forma que a organização, limpeza e ordem conquistada estejam sendo respeitadas diariamente. O emprego de auditorias internas e do contínuo uso de recursos de divulgação para promover a conscientização por todos os membros de uma empresa é aqui muito importante.

Fonte: GONÇALVES (Data não publicada)

Para obter as informações necessárias serão realizadas visitas técnicas ao setor de produção para elaborar diagnósticos. Os instrumentos de coleta serão: registros de imagens de antes e após a implantação; aplicação de questionários para obter informações sobre os interesses dos colaboradores no 5S e entrevistas com os proprietários para conhecimento do objetivo do

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programa e planejamento. Dessa forma, serão definidas ações de melhoria para a empresa com atividades voltadas para o programa 5S, de acordo com a metodologia apresentada. Tais ações são descritas nas etapas descritas a seguir.

3.1 PREPARAÇÃO

Será realizada uma reunião com a apresentação explicativa sobre o programa 5S com todos os funcionários. Demostrando os principais aspectos, objetivos, utilização e benefícios com o intuito de esclarecer, motivar e conseguir o envolvimento de todos os inseridos no processo.

A organização do comitê 5S deve ser estruturada no sentido vertical, da mesma forma que a implementação. A alta gerência deve ficar no topo até atingir os níveis mais baixos. Supervisores de setor devem ser os responsáveis pela organização daquele local.

Após concluir esta etapa, reunir-se com os responsáveis das atividades dos 5S´s (chefes de setores) é necessário. Essa reunião terá de ser o corpo de criação de políticas de nível mais alto para as atividades do 5S e deve ser a responsável pelo planejamento e implantação, definindo metas, estruturas necessárias para que todos sejam guiados pelo programa.

É essencial que todos envolvidos estejam fortemente motivados e que consigam motivar outras pessoas.

3.2 AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO

Será essencial que tenhamos pessoas para gerenciamento de operações. É imprescindível que toda avaliação seja realizada com autoridade, todos deverão saber quem é responsável por ela, que deverá ser reconhecido na fábrica como a pessoa mais capacitada para o papel. O comitê do 5S será responsável pela elaboração dos planos de implementação, por isso precisa funcionar dentro dos parâmetros estabelecidos em reunião.

É o pessoal da alta gerência deverá participar de todos os níveis e liderar os esforços em cada nível, promover reuniões a cada duas semanas, acompanhar, discutir pontos negativos, positivos e dificuldades do programa. Esse será um processo constante.

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3.3 MANUTENÇÃO E DECISÕES

Será necessário manter uma documentação do programa com decisões tomadas, problemas detectados, qual foi a solução e qual foi a ação tomada. Muitas vezes é realizada a melhoria e é esquecida a situação anterior, é importante que tenha o registro da evolução da melhoria para que se sintam responsáveis por sua execução.

Imagens fotográficas serão excelentes formas de registro, é preciso ter imagens antes e depois do programa, imagens gerais da fábrica, áreas e locais específicos. Esses registros não só funcionam como ponto de referência como também podem ser usadas em reuniões para divulgar o sucesso ou insucesso do programa.

Criar uma forma de identificação de problemas usando cores vermelha ou amarela, nos locais que precisam de atenção e estabelecer equipes especiais para isso é necessário, pois as identificações servirão de lembrete do que ainda precisa ser realizado. Por outro lado, o local que não tiver nenhuma identificação de problemas será fácil de observar, se já checado ou não.

É importante a criação de meios de quantificar as tarefas executadas, usando comparações como “antes e depois”, como por exemplo, para medir a quantidade de materiais que não precisa mais ser descartados. Criando estes métodos conseguimos deixar mais claro os resultados obtidos pelo programa.

4 DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO

Desde o início precisamos de métodos para diagnóstico que indiquem até onde foi o processo. Conforme figura 2, será utilizado este método, que é um dos mais usados, o método por diagnóstico de graduação. Quando a meta do local de trabalho ou do projeto é comparada a critérios e padrões estabelecidos, mede-se o progresso realizado e avalia-se o esforço. Pode-se também usar um auto avalição, feita pelas pessoas que estão executando a atividade ou por especialistas externos.

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Figura 2 – Método de diagnóstico por graduação

Fonte: ISHIKAWA (1986)

Na figura 2 o processo é dividido em três etapas, todas incluem auto avaliações, e a conclusão sendo bem-sucedida, autoriza a equipe a passar para a seguinte. Ao mesmo tempo faremos avaliações externas, através de verificações de itens, e somente a equipe aprovada com sucesso pode-se dizer que concluiu a etapa.

Será efetuada uma competição, uma única equipe trabalhando isolada perde a motivação rapidamente. Uma recompensa por parte da gerência será avaliada. A competição entre as equipes será um meio de manter o interesse e orientar as pessoas de níveis de excelência mais alta. Na competição equipes disputarão com outras equipes que estiverem no mesmo nível.

Os critérios de avaliação para determinar os vencedores e perdedores e se estarão aptos para passarem ao próximo nível serão definidos. Depois de definidos os critérios, as avaliações serão de forma clara conforme definido em reunião.

Os avaliadores deverão agir de forma imparcial, jamais assumindo uma atitude descuidada e desdenhosa diante de avaliações. As avaliações serão realizadas de forma cuidadosa e rígida, de acordo com o regulamento, analisando cada detalhe sem deixar passar nada. O avaliador deverá ser muito explícito em relação aos problemas persistentes.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para o êxito do programa é preciso não ter medo das atividades dos 5S´s. Elas não são difíceis de colocar em prática. O importante é começar e o mais difícil é persistir. Os colaboradores usam todas as justificativas para explicar porque não podem executar as atividades, argumentando que são desnecessárias ou porque não irão causar grande impacto, quando não estão convencidos de que ideias simples podem trazer grandes benefícios para a organização e para os próprios colaboradores.

Desta forma é importante a liderança da alta gerência nas atividades dos 5S´s no que se refere a atitude, se ela não vestir a camiseta do programa, ninguém a vestirá. Estar presente durante todo o processo, não apenas com cobranças, mas fornecendo recursos financeiros e humanos para as melhorias necessárias, incentivando os colaboradores durante todo o processo de implementação se faz necessário para o sucesso do mesmo. Se a gerência estiver bem empenhada e for bem-sucedida, essa atitude influenciará as outras pessoas.

Uma vez iniciado o processo, não pode haver retrocessos. O sucesso precisa ser consolidado e as conquistas alcançadas devem ser recompensadas a cada estágio. Ao mesmo tempo todos precisam saber que é um esforço adicional para manter o sucesso. Uma limpeza apenas não é o suficiente, é preciso manter o ambiente arrumado todos os dias da semana, todas as semanas do ano transformando essa atitude em mudança cultural. A prática do programa leva os colaboradores a compreender melhor o seu papel na organização e os torna parte dos resultados alcançados, desta forma auxilia a organização no processo de melhoria contínua de produtos e serviços.

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Referências

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