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Levantamento florístico... 59

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO DA REGENERAÇÃO NATURAL DE UMA MATA DE GALERIA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE JATAÍ – GO

Luan Carlos Silva Oliveira, Jane Cecília Oliveira Guimarães, Isabel Cristina Silva Souza, Carlos Matheus Lima, Wendy Carniello Ferreira

RESUMO: Este estudo teve como objetivo descrever a composição florística e a estrutura fitossociológica da regeneração natural de um fragmento de mata de galeria no córrego Correias, localizada na Unidade Jatobá da Regional Jataí da Universidade Federal de Goiás em Jataí – GO. Foram alocadas 20 subparcelas de 5 x 5 metros, 10 próximas à margem do córrego e 10 centralizadas no fragmento. As espécies foram classificadas quanto à síndrome de dispersão e o grupo ecológico. Foram calculados os parâmetros fitossociológicos: frequência, densidade, dominância, (VI), índice de diversidade de Shannon e o índice de equabilidade de Pielou para analisar a diversidade do fragmento. A família predominante na área foi Myrtaceae com 105 indivíduos, seguida da Sapindaceae com 91 indivíduos. A síndrome de dispersão predominante foi zoocoria para 95% dos indivíduos e o grupo ecológico predominante foi de espécies não-pioneiras, com 69% dos indivíduos. A espécie com maior VI foi Myrtacea 2 com 36,96%, seguida da Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. com 29,82%. O índice de Shannon encontrado para área toda foi de 3,27. A margem do córrego apresentou índice de Shannon de 3,00 e o centro do fragmento apresentou de 3,09. O maior índice de Pielou foi no centro 0,83.

Palavras-chave: cerrado, diversidade, parâmetros fitossociológicos

FLORISTIC AND PHYTOSOCIOLOGICAL SURVEY OF THE NATURAL REGENERATION OF A GALLERY FOREST IN THE MUNICIPALITY OF JATAÍ –GO ABSTRACT: This study aimed to describe the floristic composition and the phytosociological structure of natural regeneration of a gallery forest fragment in Córrego Correias, located in Jatoba Regional Unit Jataí the Federal University of Goiás in Jataí - GO. Have been allocated 20 subplots of 5 x 5 meters, 10 near the stream bank and 10 centered on the fragment. The species were classified as type of dispersal and the ecological group. Those phytosociological parameters were calculated: frequency, density, dominance, (IV), Shannon diversity index and the Pielou index of evenness to analyze the diversity of the fragment. The predominant family in the area was Myrtaceae with 105 individuals, followed by Sapindaceae with 91 individuals. The predominant dispersal was zoochory to 95% of patients and the predominant ecological group was non-pioneer species, with 69% of patients. The species with the highest IV was Myrtacea 2 with 36.96%, followed by Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. with 29.82%. The Shannon index found for the whole area was 3,27. The bank of the stream showed Shannon index of 3.,0 and the center of the fragment presented 3,09. The greater Pielou index was 0,83 in the center.

Key-words: savannah, diversity, phytosociology

___________________________________________________________________________ 1 Universidade Federal de Goiás.*E-mail: luan_lcso@hotmail.com. Autor para correspondência.

Recebido em: 23/03/2015. Aprovado em: 30/11/2015.

INTRODUÇÃO A expressão florestas ciliares envolve

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à margem de rios. É um conceito que se confunde com o amplo sentido de matas beiradeiras ou matas de beira-rio. Fitoecologicamente trata-se da vegetação florestal às margens de cursos d’água, independentemente de sua área ou região de ocorrência e de sua composição florística. Nesse sentido, o leque de abrangência do conceito de florestas ou matas ciliares é quase total, para o território brasileiro. No que tange às florestas de galerias típicas, sua ocorrência está associada explicitamente aos domínios e subespaços caracterizados por formações abertas do tipo dos cerrados e campos do Brasil Central (RODRIGUES; LEITÃO FILHO, 2009).

Matas Ciliares e de Galeria aumentam a vazão de rios até mesmo na estação seca do ano, pelo fato de armazenarem mais água nas microbacias, além de contribuírem para a manutenção da qualidade da água. Em todo Brasil, as florestas de galeria variam muito, cada região possui uma predominância de espécies que estão adaptadas as condições locais.

No Sudoeste Goiano, as atividades agropecuárias reduziram de forma drástica

todas as fitofisionomias nativas, incluindo as matas ciliares e de galeria. Estas áreas florestais estão cada vez menores e há uma necessidade muito grande de mantê-las. Há uma escassez muito grande de estudos relacionados à regeneração natural de matas de galeria no Brasil. Em Goiás, é o primeiro estudo. Por meio do estudo da regeneração natural, são obtidas informações sobre autoecologia, estádio sucessional, efeitos da exploração florestal, entre outras informações importantes e necessárias quando se quer preservar ou manejar uma floresta (HIGUCHI, 1994).

MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo

A área do estudo localiza-se em um fragmento de mata de galeria do córrego Correias, com uma área aproximada de 10,9 ha, em uma altitude média de 655 m, localizada na Unidade Jatobá da Regional Jataí da Universidade Federal de Goiás, na Microrregião do Sudoeste Goiano (Figura 1).

Figura 1 - Área do Fragmento levantado com a representação de um croqui da localização das subparcelas que foram alocadas.

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Levantamento florístico... 61 A nascente deste curso d’água está

localizada a uma altitude de 674 m, nas coordenadas 17°55’39’’ Sul e 51°42’38’’ Oeste. A sua foz no Rio Claro encontra-se nas coordenadas 17°56’14” Sul e 51°42’52” Oeste, a 604 m de altitude. Este curso d’água situa-se na bacia hidrográfica do Rio Claro, tributária da bacia do Paranaíba, que possui aproximadamente 13.500 km², localizada no estado de Goiás. Esta bacia é fundamental para o município de Jataí, pois o abastecimento urbano é realizado por esse manancial que supre também outras demandas da comunidade local.

O clima da região apresenta características de área tropical de continentalidade pronunciada, dotada de um longo período chuvoso durante o ano, opondo-se a outro, mais seco, classificado como Awa, conforme a classificação de Köppen. Os índices de precipitação variam entre 1.200 a 2.000 mm, com uma média anual de 1.600 mm, onde 90% das chuvas ocorrem de outubro a abril (ASSUNÇÃO; SCOPEL, 1998). O clima também tem influência temporal na origem dessa vegetação, pois as chuvas, ao longo do tempo geológico intemperizaram os solos, deixando-os pobres em nutrientes essenciais (WALTER, 2006).

O tipo de solo predominante na área é o Latossolo Vermelho-Escuro distroférrico (LRd), apresentando textura muito argilosa e argilosa, oriundos possivelmente do basalto da formação Serra Geral, sendo profundos, muito porosos e permeáveis, com baixa suscetibilidade à erosão (SCOPEL; SILVA, 2001). A vegetação primitiva da área em estudo foi considerada como transição entre Floresta Estacional Semidecidual e Cerrado, se apresentando, atualmente, amplamente fragmentada e em diversos estádios de sucessão.

Descrição da amostragem

Para realizar o levantamento fitossociológico da regeneração natural foram alocadas 20 subparcelas de 5 x 5 m dentro de parcelas de 10 x 20 m (que foram alocadas

para analisar o estrato arbóreo), sendo 10 subparcelas alocadas às margens do córrego Correias (de 5 a 10 m de distância do córrego), e o restante foi alocado de forma centralizada na mata de galeria (de 25 a 10 metros do córrego), totalizando uma área amostrada de 500 m². Foram incluídos no estrato da regeneração natural todas os indivíduos com DAP (diâmetro a 1,3 m de altura do solo) ≤ 5 cm e altura ≥ 1m. Foram medidos em todos esses indivíduos o DAS (diâmetro a altura do solo) e a altura total. Para medir o DAS, utilizou-se o paquímetro e para medir a altura, utilizou-se a fita métrica. Síndrome de dispersão dos diásporos e classificação sucessional

As espécies foram classificadas quanto às síndromes de dispersão de acordo com os critérios e categorias propostos por PIJL (1982), com a divisão em três grupos básicos: anemocoria (dispersão pelo vento), zoocoria (dispersão por animais) e autocoria (dispersão pela gravidade ou deiscência explosiva).

As espécies foram classificadas segundo o seu grupo ecológico, adotando-se a metodologia descrita por Swaine e Whitmore (1988), com modificações sugeridas por Oliveira Filho et al. (1994), nas seguintes categorias: pioneiras e não pioneiras (clímax exigente de luz e clímax tolerante à sombra).

Determinação dos parâmetros

fitossociológicos

Os parâmetros fitossociológicos estimados foram: riqueza de espécies; densidade (DA e DR), frequência (FA e FR) e dominância (DoA e DoR) em seus valores absolutos e relativos; valor de importância

(VI) (MUELLER-DOMBOIS;

ELLENBERG, 1974); índice de diversidade de Shannon (H’) e índice de equabilidade de Pielou (J’).

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A similaridade florística entre as parcelas do centro e da margem do fragmento foi determinada, por meio da análise de agrupamento sobre a matriz básica de presença/ausência das espécies arbóreas amostradas. Utilizou-se a distância euclidiana como medida de similaridade florística entre as áreas e o método de agrupamentos pelas médias não-ponderadas (UPGMA) como medida de ligação).

Nesse prisma, objetivou-se descrever a composição de espécies com seus dados florísticos, suas síndromes de dispersão, grupos ecológicos, a estrutura fitossociológica da regeneração natural de uma mata de galeria situada no município de Jataí – GO. Como objetivos específicos,

comparar os resultados encontrados entre as parcelas localizadas na margem do córrego e as parcelas localizadas no centro do fragmento e comparar o índice de diversidade encontrado no fragmento com o índice de diversidade encontrado em estudos semelhantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise das formas de dispersão e grupo ecológico

O estudo mostrou diversas espécies no fragmento de mata de galeria (Tabela 1).

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Levantamento florístico... 63

Tabela 1. Famílias e espécies encontradas no fragmento de mata de galeria de Jataí-GO, síndromes de dispersão e grupo ecológico. ANE: Anemocoria; AUT: Autocoria; ZOO: Zoocoria; P: Pioneira; NP: Não-Pioneira

Famílias e espécies Síndrome de Dispersão Grupo Ecológico

ANE AUT ZOO

Anacardiaceae

Astronium fraxinifolium Schott X NP

Lithraea molleoides (Vell.) Engl. X P

Tapirira guianensis Aubl. X NP

Annonaceae

Annona sp. 1 X

Annona sp. 2 X

Xylopia aromatica (Lam.) Mart. X NP

Xylopia emarginata Mart. X NP

Araliaceae

Dendropanax cuneatum (DC.) Dcne. et Planch. X P

Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire Steyerm. X P

Burseraceae

Protium heptaphyllum (Aubl.) March X NP

Cecropiaceae

Cecropia pachystachya Trec. X P

Celastraceae

Maytenus sp. X NP

Celtidaceae

Trema cf. micrantha (L.) Blum. X P

Chrysobalanaceae

Hirtella gracilipes (Hook. F.) Prance X NP

Clusiaceae

Calophyllum brasiliensis Camb. X NP

Erythroxylaceae

Erythroxylum sp. X NP

Fabaceae

Acosmium subelegans (Mohl.) Yakol X NP

Bauhinia sp. X

Copaifera langsdorfii Desf. X NP

Fabacea 1

Ormosia arborea (Vell.) Harms X NP

Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Killip. X P Lacistemataceae

Lacistema hasslerianum Chodat X NP

Lauraceae

Nectandra lanceolata Nees et Mart. ex Nees X NP

Malpighiaceae

Byrsonima sericea DC. X NP

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Luehea grandiflora Mart. et. Zucc X NP

Melastomataceae

Miconia sp. X

Meliaceae

Guarea kunthiana A. Juss. X NP

Monimiaceae

Siparuna guianensis Aubl. Sess & Mart. X NP

Moraceae

Brosimum guadichaudii Trec. X NP

Ficus sp. X

Myrsinaceae

Myrsine umbellata Mart. X P

Myrtaceae

Calyptranthes cf. concinna DC. X NP

Eugenia sp. X NP

Myrcia cf. selloi (Spreng) N. Silveira X NP

Myrtaceae 1 X Myrtaceae 2 X Myrtaceae 3 X Piperaceae Piper aduncum L. X P Polygonaceae Triplaris americana L. X P Rhamnaceae

Rhamnidium elaeocarpus Reiss. X NP

Rubiaceae

Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. Ex DC. X NP

Guettarda viburnoides Cham. et. Schltr. X NP

Psychotria carthagenensis Jacq. X NP

Randia nitida (Kunth) DC. X NP

Rubiacea 1 X

Salicaceae

Casearia sylvestris Sw. X P

Sapindaceae

Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. X P

Matayba eleagnoides Radlk. X NP

Matayba guianensis Aubl. X NP

Sapotaceae

Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk X NP Solanaceae

Solanum sp. X P

Styracaceae

Styrax ferrugineus Nees & Mart. X NP

Vochysiaceae

Qualea sp. X NP

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65 Sp. 1 Sp. 2 Sp. 3 Sp. 4 Sp. 5 Sp. 6 Sp. 7 Sp. 8 Sp. 9 Sp. 10 Total 5 2 47

Há uma quantidade considerável de espécies não identificadas, dez no total, isso se deve ao fato de que a identificação de espécies de regeneração natural é dificultada pela falta de flores, frutos, sementes e até mesmo pela imaturidade do caule. Portanto, sua identificação é feita, basicamente, pelas folhas. As famílias que mais apresentaram número de espécies foram Fabaceae e Myrtaceae com 6 espécies cada uma (9,2%) (Figura 1). Isso é algo comum, visto que as duas famílias estão presentes em todos os biomas brasileiros.

A síndrome de dispersão predominante foi zoocoria, com 47 das espécies (87% das espécies). Isto mostra, portanto, a importância da fauna nesse fragmento de mata de galeria para a dispersão das espécies arbóreas.

O grupo ecológico predominante foi o de não-pioneiras (73%), o que era de se esperar de uma mata de galeria relativamente conservada. Caso o grupo ecológico predominante fosse de pioneiras, essa área provavelmente teria sido degradada há pouco tempo e estaria em um processo de

recuperação. Contudo, verificou-se ainda um alto percentual de espécies pioneiras (27%). Esse fato mais o fato de observar-se que quanto mais se afasta da margem do córrego, maior o espaçamento entre as árvores, mostrou que a floresta está em transição para mata seca e para cerradão.

Há dominância das famílias Myrtaceae (com 105 indivíduos, 17% dos indivíduos) e Sapindaceae (com 91 indivíduos, 14,7%), seguidas da Monimiaceae (com 58 indivíduos, 9,4%) e Rubiaceae (com 56 indivíduos, 9% dos indivíduos). A síndrome de dispersão Zoocoria compõe 95% dos indivíduos, reafirmando a importância da manutenção da fauna nesse fragmento de mata de galeria.

O grupo ecológico predominante na área foi não-pioneiras, refletindo também os resultados encontrados por número de espécies. A maior porcentagem de espécies não-pioneiras mostra que a floresta está encaminhando para seu estado clímax.

O número de indivíduos por espécie das espécies que mais se descararam (Figura 1).

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Figura 1 - Número de indivíduos por espécie da área toda.

Myrtacea 2, uma espécie que conseguiu identificar-se somente ao nível de família, apresenta o maior número de indivíduos na área (com 90 indivíduos), seguida da Allopylus edulis (St. Hil.) Radlk. (com 71 indivíduos). Dentre as que mais se destacaram, encontra-se também a Siparuna guianensis Aubl. Sess & Mart. (com 58 indivíduos), Dendropanax cuneatum (DC.) Dcne. et Planch. (com 44 indivíduos) e Psychotria carthagenensis Jacq. (com 37 indivíduos).

A maior presença dessas espécies na regeneração natural pode ser devido à sua maior capacidade de dispersão de sementes, ou seja, maior quantidade de animais dispersores das suas sementes, maior viabilidade das sementes e, até mesmo, maior resistência e adaptabilidade ao ambiente e suas adversidades.

Várias espécies foram identificadas, na margem e no centro do fragmento de Jataí - GO (Tabela 2).

Tabela 2. Número de indivíduos por espécie em cada trecho.

Espécies Estratos Total

Margem Centro

Acosmium subelegans (Mohl.) Yakol 5 5

Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. Ex DC. 3 3 Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 41 30 71

Annonacea 1 3 3

Annonacea 2 1 1

Astronium fraxinifolium Schott 2 2

Bauhinia sp. 2 8 10

Brosimum guadichaudii Trec. 8 8

Byrsonima sericea DC. 1 9 10

Calophyllum brasiliensis Camb. 1 1

Calyptranthes cf. concinna DC. 5 5

Casearia sylvestris Sw. 2 4 6

Cecropia pachystachya Trec. 4 4

Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk 1 8 9

Copaifera langsdorfii Desf. 3 3

90 71 58 44 37 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Myrtacea 2 Allophylus edulis Siparuna guianensis Dendropanax cuneatum Psychotria carthagenensis Núm er o d e in d ivíd u o s Espécie

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67

Dendropanax cuneatum (DC.) Dcne. et Planch. 24 20 44

Erythroxylum sp. 14 17 31

Eugenia sp. 1 1

Fabacea 1 1 1

Ficus sp. 3 3

Guarea kunthiana A. Juss. 6 1 7

Guettarda viburnoides Cham. et. Schltr. 5 5

Hirtella gracilipes (Hook. F.) Prance 2 2

Lacistema hasslerianum Chodat 6 18 24

Lauraceae 1 2 2 4

Lithraea molleoides (Vell.) Engl. 1 1

Luehea grandiflora Mart. et. Zucc 2 2

Matayba eleagnoides Radlk. 2 11 13

Matayba guianensis Aubl. 5 2 7

Maytenus sp. 1 1

Miconia sp. 1 1

Myrcia cf. selloi (Spreng) N. Silveira 5 5

Myrsine umbellata Mart. 5 5

Myrtaceae 1 1 1

Myrtaceae 2 30 60 90

Myrtaceae 3 3 3

Nectandra lanceolata Nees et Mart. ex Nees 1 4 5

Ormosia arborea (Vell.) Harms 1 1

Piper aduncum L. 3 5 8

Protium heptaphyllum (Aubl.) March 22 3 25

Psychotria carthagenensis Jacq. 33 4 37

Qualea sp. 1 1

Randia nitida (Kunth) DC. 1 9 10

Rhamnidium elaeocarpus Reiss. 2 25 27

Rubiacea 1 1 1

Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire Steyerm. 1 1 Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Killip. 1 1 Siparuna guianensis Aubl. Sess & Mart. 33 25 58

Solanum sp. 2 2

Styrax ferrugineus Nees & Mart. 1 1

Tapirira guianensis Aubl. 1 8 9

Trema cf. micrantha (L.) Blum. 3 3

Triplaris americana L. 1 1

Xylopia aromatica (Lam.) Mart. 1 1

Xylopia emarginata Mart. 1 1

Sp. 1 4 6 10 Sp. 2 1 1 Sp. 3 2 2 Sp. 4 1 1 Sp. 5 12 12 Sp. 6 1 1

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L. C. S. Oliveira et al. 68 Sp. 7 4 4 Sp. 8 1 1 Sp. 9 1 1 Sp. 10 1 1 Total 292 327 619 Número de espécies 45 42

Comparando o centro e a margem do fragmento, nota-se que o centro é o que apresenta maior número de indivíduos com 327 indivíduos, enquanto que a margem apresentou um total de 292 indivíduos. Essa diferença pode ser explicada pelo fato de que no centro havia menos sombreamento em comparação com a margem, também pode ser explicado pelo fato de que na margem havia mais ataques de formigas que prejudicam muito o desenvolvimento da regeneração natural, causando em alguns casos, a morte de algumas plantas. A riqueza de espécies encontrada nos dois estratos não difere muito. Myrtacea 2 apresentou uma frequência muito maior no centro em comparação com a margem, mostrando que essa espécie prefere ambientes mais secos. Enquanto que Allopylus edulis (St. Hil.) Radlk. e Siparuna guianensis Aubl. Sess & Mart. tiveram maior predominância na margem, mostrando que essas espécies preferem ambientes mais úmidos.

As espécies Brosimum guadichaudii Trec., Acosmium subelegans (Mohl.) Yakol, Xylopia aromatica (Lam.) Mart. e Qualea sp. são espécies típicas do cerrado e ocorreram somente no centro. Isso mostra uma transição de mata de galeria para cerradão.

Comparações entre os resultados encontrados na margem e no centro quanto à florística

Em relação aos resultados comparativos entre a margem e o centro, observou-se para os dados da margem, que a família Sapindaceae foi a que mais se destacou com 48 indivíduos (16,4%), seguida da Rubiaceae com 40 indivíduos (13,7%).

Já nas parcelas do centro, a família que mais se destacou foi a Myrtaceae com 66 indivíduos (20,2%), seguida da Sapindaceae com 43 indivíduos (13,1%).

Observa-se uma diferença de predominância de famílias entre margem/centro. Isso se deve ao fato de que a espécie Myrtacea 2, que é a predominante da família Myrtaceae, pode ter preferência por ambientes mais secos.

Na margem e no centro do fragmento, a síndrome de dispersão predominante foi zoocoria com 99% dos indivíduos na margem e 92% dos indivíduos no centro. Mostrando que nesse fragmento a fauna tem um papel essencial para a manutenção da regeneração natural.

Quanto aos grupos ecológicos, o que predominam na margem e no centro, são não-pioneiras. O centro teve uma predominância um pouco maior de não-pioneiras com 71%, enquanto que na margem, teve 65% de não-pioneiras. Entretanto, a diferença é insignificante.

Parâmetros Fitossociológicos da área toda Na Tabela 3, são apresentados os parâmetros fitossociológicos para área toda. As espécies que tiveram maior valor de importância (VI) são as que tiveram também maior número de indivíduos na área. Myrtacea 2 teve 36,96% de VI, seguida de Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. com 29,82% de VI (Tabela 3), mostrando que essas duas espécies tiveram melhor distribuição na área, maior densidade e maior altura. De acordo com Ribeiro e Walter (2001), as espécies Tapirira guianensis Aubl. e Matayba guianensis Aubl. são espécies muito comuns em mata de galeria.

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Tabela 3 - Parâmetros fitossociológicos de todas as espécies do levantamento. FR: frequência relativa (%); DA: densidade absoluta (número de indivíduos/ha); DR: densidade relativa (%); DoR: dominância relativa (%); VI: valor de importância (%)

Espécie FR DA DR DoR VI

Myrtaceae 2 6,93 1800 14,54 15,50 36,96

Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 6,49 1420 11,47 11,86 29,82 Siparuna guianensis Aubl. Sess & Mart. 6,93 1160 9,37 8,13 24,43 Dendropanax cuneatum (DC.) Dcne. et Planch. 5,63 880 7,11 9,24 21,98

Psychotria carthagenensis Jacq. 4,33 740 5,98 6,50 16,81

Protium heptaphyllum (Aubl.) March 3,90 500 4,04 6,73 14,67

Erythroxylum sp. 5,63 620 5,01 3,32 13,96

Rhamnidium elaeocarpus Reiss. 3,03 540 4,36 4,71 12,10

Lacistema hasslerianum Chodat 3,46 480 3,88 1,96 9,30

Tapirira guianensis Aubl. 2,60 180 1,45 4,24 8,29

Sp. 5 2,16 240 1,94 2,85 6,96

Sp. 1 3,03 200 1,62 2,04 6,68

Matayba eleagnoides Radlk. 2,60 260 2,10 1,05 5,74

Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk 2,60 180 1,45 1,32 5,37

Randia nitida (Kunth) DC. 2,60 200 1,62 1,07 5,28

Guarea kunthiana A. Juss. 2,16 140 1,13 1,71 5,01

Byrsonima sericea DC. 2,16 200 1,62 1,13 4,91

Bauhinia sp. 1,73 200 1,62 0,67 4,01

Brosimum guadichaudii Trec. 1,73 160 1,29 0,98 4,00

Piper aduncum L. 1,73 160 1,29 0,68 3,71

Matayba guianensis Aubl. 1,73 140 1,13 0,84 3,70

Nectandra lanceolata Nees et Mart. ex Nees 1,30 100 0,81 1,14 3,24 Acosmium subelegans (Mohl.) Yakol 0,87 100 0,81 0,96 2,64

Cecropia pachystachya Trec. 0,87 80 0,65 0,93 2,44

Astronium fraxinifolium Schott 0,87 40 0,32 1,23 2,42

Myrsine umbellata Mart. 1,30 100 0,81 0,24 2,34

Lauraceae 1 1,30 80 0,65 0,30 2,24

Casearia sylvestris Sw. 0,87 120 0,97 0,41 2,24

Calyptranthes cf. concinna DC. 0,87 100 0,81 0,44 2,11

Guettarda viburnoides Cham. et. Schltr. 0,87 100 0,81 0,36 2,04

Annonacea 1 1,30 60 0,48 0,22 2,01

Myrtaceae 3 0,87 60 0,48 0,46 1,81

Ficus sp. 0,87 60 0,48 0,35 1,70

Copaifera langsdorfii Desf. 0,87 60 0,48 0,20 1,55

Myrcia cf. selloi (Spreng) N. Silveira 0,43 100 0,81 0,30 1,55 Hirtella gracilipes (Hook. F.) Prance 0,43 40 0,32 0,75 1,51 Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. Ex DC. 0,87 60 0,48 0,09 1,44

Sp. 4 0,43 20 0,16 0,80 1,39

Trema cf. micrantha (L.) Blum. 0,43 60 0,48 0,43 1,35

Sp. 7 0,43 80 0,65 0,16 1,24

Sp. 3 0,43 40 0,32 0,42 1,18

Solanum sp. 0,43 40 0,32 0,40 1,16

Miconia sp. 0,43 20 0,16 0,54 1,14

Luehea grandiflora Mart. et. Zucc 0,43 40 0,32 0,24 1,00

Rubiacea 1 0,43 20 0,16 0,31 0,90

Xylopia aromatica (Lam.) Mart. 0,43 20 0,16 0,25 0,84

Sp. 6 0,43 20 0,16 0,21 0,80

Qualea sp. 0,43 20 0,16 0,17 0,77

Annonacea 2 0,43 20 0,16 0,13 0,72

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L. C. S. Oliveira et al. 70

Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire Steyerm. 0,43 20 0,16 0,11 0,71

Lithraea molleoides (Vell.) Engl. 0,43 20 0,16 0,10 0,70

Xylopia emarginata Mart. 0,43 20 0,16 0,10 0,70

Styrax ferrugineus Nees & Mart. 0,43 20 0,16 0,09 0,68

Triplaris americana L. 0,43 20 0,16 0,08 0,67

Sp. 8 0,43 20 0,16 0,07 0,66

Calophyllum brasiliensis Camb. 0,43 20 0,16 0,05 0,64

Sp. 10 0,43 20 0,16 0,05 0,64

Eugenia sp. 0,43 20 0,16 0,05 0,64

Myrtaceae 1 0,43 20 0,16 0,05 0,64

Ormosia arborea (Vell.) Harms 0,43 20 0,16 0,05 0,64

Fabacea 1 0,43 20 0,16 0,04 0,63

Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Killip. 0,43 20 0,16 0,03 0,63

Sp. 9 0,43 20 0,16 0,03 0,62

Maytenus sp. 0,43 20 0,16 0,03 0,62

Na Figura 2, é apresentada a distribuição diamétrica da população

Figura 2 - Distribuição diamétrica dos indivíduos. Analisando a Figura 2, verifica-se que a distribuição diamétrica não segue o padrão do J-invertido, mas tende a segui-lo, apresentando bastante indivíduos nas menores classes, mostrando que tem recrutamento às classes superiores. Mas mesmo assim, mostra que a população sofre algum tipo de distúrbio, provavelmente, causado pela ação antrópica. A margem e o centro, separadamente, também apresentaram o mesmo padrão de distribuição.

Comparação dos resultados encontrados pela análise fitossociológica da margem do córrego e do centro do fragmento.

Na margem do córrego, as plantas apresentaram uma altura média de 2,2 metros, enquanto que no centro, a altura média foi de 1,93. O diâmetro a altura do solo média na margem também foi maior, com 1,84 cm, já no centro, a média foi de 1,66 cm. Embora, no centro, tenha uma maior quantidade de indivíduos, na margem, as plantas se desenvolveram melhor, talvez por haver menor competição e também pelo fato de a margem oposta ser menos arborizada, podendo proporcionar mais luz para a regeneração da margem do córrego.

Na Tabela 4, são apresentados os parâmetros fitossociológicos para a margem do córrego. A espécie que teve maior valor de

173 280 92 60 23 0 50 100 150 200 250 300 0,75 1,5 2,5 3,5 4,5 NÚ M ERO DE IND IV ÍDU OS VALOR CENTRAL (CM)

(13)

Levantamento florístico... 71

importância (VI) foi a Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. com 34,09%, seguida da

Mrytacea 2 com 32,00%. A

Siparuna guianensis Aubl. Sess & Mart. e o Protium heptaphyllum (Aubl.) March são

espécies que preferem ambientes mais úmidos, por isso, estão entre as espécies com maior VI. Dendropanax cuneatum (DC.) Dcne. et Planch. é uma espécie muito bem adaptada a ambientes secos e úmidos.

Tabela 4 - Parâmetros fitossociológicos de todas as espécies encontradas na margem do córrego. FR: frequência relativa (%); DA: densidade absoluta (número de indivíduos/ha); DR: densidade relativa (%); DoR: dominância relativa (%); VI: valor de importância (%)

Espécies FR DA DR DoR VI

Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 7,27 1640 14,04 12,78 34,09

Myrtaceae 2 7,27 1200 10,27 14,46 32,00

Psychotria carthagenensis Jacq. 6,36 1320 11,30 11,90 29,57 Siparuna guianensis Aubl. Sess & Mart. 7,27 1320 11,30 8,25 26,82 Protium heptaphyllum (Aubl.) March 5,45 880 7,53 12,32 25,31 Dendropanax cuneatum (DC.) Dcne. et Planch. 6,36 960 8,22 10,45 25,04

Erythroxylum sp. 7,27 560 4,79 2,18 14,25

Não identificada 5 4,55 480 4,11 5,46 14,12

Guarea kunthiana A. Juss. 3,64 240 2,05 3,21 8,90

Não identificada 1 2,73 160 1,37 1,19 5,28

Lacistema hasslerianum Chodat 1,82 240 2,05 0,95 4,83

Guettarda viburnoides Cham. et. Schltr. 1,82 200 1,71 0,70 4,23

Annonacea 1 2,73 120 1,03 0,43 4,18

Matayba guianensis Aubl. 1,82 200 1,71 0,60 4,13

Piper aduncum L. 2,73 120 1,03 0,21 3,97

Myrtaceae 3 1,82 120 1,03 0,88 3,73

Ficus sp. 1,82 120 1,03 0,67 3,51

Myrcia cf. selloi (Spreng) N. Silveira 0,91 200 1,71 0,58 3,20

Matayba eleagnoides Radlk. 1,82 80 0,68 0,59 3,09

Hirtella gracilipes (Hook. F.) Prance 0,91 80 0,68 1,44 3,03

Rhamnidium elaeocarpus Reiss. 1,82 80 0,68 0,32 2,82

Não identificada 4 0,91 40 0,34 1,53 2,78

Trema cf. micrantha (L.) Blum. 0,91 120 1,03 0,83 2,77

Tapirira guianensis Aubl. 0,91 40 0,34 1,40 2,65

Não identificada 7 0,91 160 1,37 0,30 2,58 Não identificada 3 0,91 80 0,68 0,80 2,40 Solanum sp. 0,91 80 0,68 0,77 2,37 Miconia sp. 0,91 40 0,34 1,04 2,29 Casearia sylvestris Sw. 0,91 80 0,68 0,35 1,94 Bauhinia sp. 0,91 80 0,68 0,26 1,85 Rubiacea 1 0,91 40 0,34 0,59 1,84 Lauraceae 1 0,91 80 0,68 0,20 1,79

Randia nitida (Kunth) DC. 0,91 40 0,34 0,51 1,76

Não identificada 6 0,91 40 0,34 0,40 1,65

Não identificada 2 0,91 40 0,34 0,22 1,47

Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire Steyerm. 0,91 40 0,34 0,22 1,47

Byrsonima sericea DC. 0,91 40 0,34 0,19 1,45

Xylopia emarginata Mart. 0,91 40 0,34 0,19 1,45

Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk 0,91 40 0,34 0,15 1,40

Calophyllum brasiliensis Camb. 0,91 40 0,34 0,09 1,34

Não identificada 10 0,91 40 0,34 0,09 1,34

Myrtaceae 1 0,91 40 0,34 0,09 1,34

Ormosia arborea (Vell.) Harms 0,91 40 0,34 0,09 1,34

(14)

L. C. S. Oliveira et al. 72

Maytenus sp. 0,91 40 0,34 0,05 1,30

A espécie que mais se destacou no centro foi a Myrtacea 2 com 41,59%, uma porcentagem bem acima da Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. com 25,81%, mostrando que

a Myrtacea 2 se destacou muito em relação às outras espécies no centro do fragmento (Tabela 5).

Tabela 5 - Parâmetros fitossociológicos de todas as espécies encontradas no centro do fragmento. FR: frequência relativa (%); DA: densidade absoluta (número de indivíduos/ha); DR: densidade relativa (%); DoR: dominância relativa (%); VI: valor de importância (%).

As espécies destacadas, na Tabela 5, são as que ocorrem, principalmente, em

cerradão, pode-se observar que essas espécies destacadas não ocorrem na margem por não

Espécie FR DA DR DoR VI

Myrtacea 2 6,61 2400 18,35 16,63 41,59

Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. 5,79 1200 9,17 10,85 25,81 Siparuna guianensis Aubl. Sess & Mart. 6,61 1000 7,65 8,01 22,27 Rhamnidium elaeocarpus Reiss. 4,13 1000 7,65 9,51 21,29 Dendropanax cuneatum (DC.) Dcne. et Planch. 4,96 800 6,12 7,92 19,00 Tapirira guianensis Aubl. 4,13 320 2,45 7,34 13,92

Erythroxylum sp. 4,13 680 5,20 4,58 13,91

Lacistema hasslerianum Chodat 4,96 720 5,50 3,06 13,53 Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk 4,13 320 2,45 2,59 9,17

Randia nitida (Kunth) DC. 4,13 360 2,75 1,67 8,56

Matayba eleagnoides Radlk. 3,31 440 3,36 1,55 8,22

Byrsonima sericea DC. 3,31 360 2,75 2,15 8,21

Não identificada 1 3,31 240 1,83 2,97 8,11

Bauhinia sp. 2,48 320 2,45 1,11 6,04

Nectandra lanceolata Nees et Mart. ex Nees 1,65 160 1,22 2,31 5,19 Astronium fraxinifolium Schott 1,65 80 0,61 2,58 4,84 Cecropia pachystachya Trec. 1,65 160 1,22 1,95 4,82

Myrsine umbellata Mart. 2,48 200 1,53 0,50 4,50

Psychotria carthagenensis Jacq. 2,48 160 1,22 0,60 4,30 Calyptranthes cf. concinna DC. 1,65 200 1,53 0,91 4,09 Protium heptaphyllum (Aubl.) March 2,48 120 0,92 0,63 4,02

Piper aduncum L. 0,83 200 1,53 1,20 3,55

Matayba guianensis Aubl. 1,65 80 0,61 1,10 3,36

Copaifera langsdorfii Desf. 1,65 120 0,92 0,42 2,99 Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. Ex DC. 1,65 120 0,92 0,19 2,76

Lauraceae 1 1,65 80 0,61 0,41 2,67

Casearia sylvestris Sw. 0,83 160 1,22 0,47 2,52

Luehea grandiflora Mart. et. Zucc 0,83 80 0,61 0,51 1,94

Annonacea 2 0,83 40 0,31 0,27 1,40

Lithraea molleoides (Vell.) Engl. 0,83 40 0,31 0,21 1,34 Styrax ferrugineus Nees & Mart. 0,83 40 0,31 0,19 1,32

Triplaris americana L. 0,83 40 0,31 0,16 1,29

Não identificada 8 0,83 40 0,31 0,14 1,27

Eugenia sp. 0,83 40 0,31 0,10 1,23

Fabacea 1 0,83 40 0,31 0,08 1,21

Guarea kunthiana A. Juss. 0,83 40 0,31 0,08 1,21

Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Killip. 0,83 40 0,31 0,07 1,20

(15)

Levantamento florístico... 73

suportarem ambientes úmidos pelo fato de que o estrato do centro está mais próximo da fitofisionomia mata seca que mata de galeria. De acordo com Ribeiro e Walter (2001), a transição de mata de galeria para mata seca ocorre, bruscamente. Diante a esses resultados, pode-se observar pela regeneração que ocorre na margem e no centro do fragmento.

Diversidade

Na Tabela 6, nota-se que os resultados encontrados para o índice de Shannon e de Pielou, em que a margem e o centro

apresentaram índice de diversidade bem próximo, refletindo também o que foi mostrado na Tabela 2. Os dois estratos apresentavam quase a mesma quantidade de espécies. O estrato que apresentou maior índice de equabilidade foi o centro, com 0,83, mostrando uma maior distribuição das espécies existentes na área. E a área total foi a que apresentou menor índice de equabilidade com 0,78, considerando a área toda, as espécies estão mal distribuídas, porém, está bem próximo do valor encontrado na margem, com 0,79. O teste-t de Hutcheson mostrou que não há diferença significativa entre os trechos.

Tabela 6 - Índices de diversidade e equabilidade encontrados em cada estrato e na área toda. H': Índice de Shannon; H' máximo: Índice de Shannon ideal para a área; J': Índice de Pielou

Estrato\Índices H' H' máximo J'

Margem 3,00 3,81 0,79

Centro 3,09 3,74 0,83

Geral 3,27 4,17 0,78

Similariade

No Figura 3, é apresentado o resultado do teste de similaridade, onde observou-se o valor encontrado de 6,5575, mostrando que há similaridade entre os dois trechos, justificando o fato do índice de equabilidade entre o centro do fragmento, a margem do córrego e da área total ser tão parecido (Tabela 6).

Figura 3 - Dendrograma de similaridade florística entre as parcelas localizadas no centro do fragmento e na margem do córrego.

Comparação entre as diversidades Na Tabela 7, compara-se o índice de Shannon encontrado neste levantamento com

(16)

L. C. S. Oliveira et al. 74

Tabela 7 - Comparação entre o índice de Shannon encontrado neste levantamento e outros estudos semelhantes

Local H' Autor

Presente estudo 3,27 Oliveira (2014)

Nascente antropizada, Rio Capivari, MG 3,05 Alvarenga et al. (2006) Nascente perturbada sem 50 metros de

mata ciliar, MG 2,15 Alvarenga et al. (2006) Área degradada, MG 2,33 Alvarenga et al. (2006) Mata de Galeria, Reserva Genética

Florestal Tamanduá, DF 2,89 Silva et al. (2004) Mata de Galeria do Pitoco, 6 anos após

incêndio, DF 3,22 Santiago et al, (2005)

Como pode-se observar na Tabela 7, esse fragmento de mata de galeria de Jataí - GO foi o que apresentou maior índice de diversidade em comparação com outros estudos com regeneração natural, maior até mesmo que a Mata de Galeria da Reserva Genética Florestal Tamanduá que é uma área protegida. No que se refere ao índice de diversidade, o que mais se aproximou com o levantamento desse estudo, foi a Mata de Galeria do Pitoco, DF, com 3,22.

Assim, acredita-se que, a mata do Pitoco e o fragmento deste estudo estejam em um pico de diversidade, onde a floresta aproxima-se no clímax, quando chegará num índice de diversidade fixo, com predominância de espécies não-pioneiras. No entanto, ainda tem uma porcentagem de 27% de pioneiras, fazendo com que a floresta esteja no seu pico de diversidade. Futuramente, essas pioneiras irão morrer por falta de insolação direta, ocorrendo quando as não-pioneiras terão uma porcentagem ainda maior, desse modo, a floresta terá alcançado seu clímax.

Os valores de diversidade obtidos reforçam a importância de se conservar esse fragmento com a biodiversidade tão elevada. CONCLUSÕES

As espécies com maior valor de importância na área foram Myrtacea 2,

Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk., Siparuna guianensis Aubl. Sess & Mart., Dendropanax cuneatum (DC.) Dcne. et Planch., Psychotria carthagenensis Jacq., Protium heptaphyllum (Aubl.) March, Erythroxylum sp., Rhamnidium elaeocarpus Reiss., Lacistema hasslerianum Chodat e Tapirira guianensis Aubl., sendo assim, são as principais colonizadoras da área e são espécies muito comuns e bem adaptadas a florestas ribeirinhas.

As principais colonizadoras estão divididas entre pioneiras e não-pioneiras, sendo sua maioria dispersada por zoocoria.

De acordo com o teste-t de Hutcheson, pode-se observar que não há diferença significativa entre a diversidade encontrada na margem do córrego e do centro do fragmento.

A diversidade encontrada foi a maior em comparação com fitofisionomias semelhantes ao do fragmento, mostrando a importância da manutenção e preservação dessa biodiversidade.

REFERÊNCIAS

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Levantamento florístico... 75

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Referências

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