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3.1 Previsões Macroeconómicas Subjacentes à Elaboração do Orçamento de 2011

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III – EVOLUÇÃO DOS INDICADORES MACROECONÓMICOS

3.1 – Previsões Macroeconómicas Subjacentes à Elaboração do Orçamento de 2011

Na elaboração do Orçamento do Estado considera-se, entre outros factores, o cenário macroeconómico que influencia a definição da política orçamental ao nível da despesa global do Estado e da previsão da receita necessária para a cobrir.

Torna-se, assim, relevante a análise do comportamento das hipóteses subjacentes à elaboração do orçamento, em particular a sensibilidade das receitas fiscais às alterações das variáveis macroeconómicas.

De acordo com o documento “Fundamentação OE 2011”, as projecções macroeconómicas de curto prazo que enquadraram a política orçamental em 2011 tomaram como base a afectação de recursos preconizada no Cenário Fiscal de Médio Prazo 2011-2013 (CFMP 2011-2013), o qual tem em conta as projecções da economia mundial que apontam para uma recuperação.

O CFMP 2011-2013 prevê uma aceleração do crescimento económico do País, assente: • Na melhoria das condições financeiras nos mercados internacionais de capitais; • No retorno à estabilidade da economia mundial e da África do Sul; e

• Na implementação de empreendimentos com potencial elevado para dinamizar a economia.

Previu-se, igualmente, que a conjuntura macroeconómica interna se caracterize pela depreciação do Metical em relação às principais moedas, em resultado da volatilidade dos preços dos combustíveis no mercado internacional e das pressões inflacionárias decorrentes do aumento da procura de importações, com destaque para os combustíveis fósseis, alimentos e bens de capital intermédios, o que fez com que a proposta do OE para 2011 fosse restritiva, visando corrigir, de forma gradual, os desequilíbrios fiscais e da balança das transacções correntes, através do aumento e diversificação das fontes de captação das receitas do Estado, estabilização das despesas públicas e minimização do recurso ao crédito interno, para o financiamento do défice orçamental.

Por sua vez, o Plano Económico e Social para 2011 (PES 2011) é a operacionalização, no ano, dos objectivos estabelecidos no Programa Quinquenal do Governo 2010-2014 e na sua elaboração foram consideradas as projecções do CFMP 2011-2014.

Apresenta-se, assim, no Quadro n.º III.1, a seguir, o cenário base previsto para a elaboração do Orçamento de 2011, incluído nos documentos enunciados e, no ponto seguinte, os desvios, relativamente às previsões efectuadas.

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Quadro n.º III.1 - Cenário Base Previsto para a Elaboração do OE de 2011 Designação OE 2011* e PES 2011

(Set-2010)

PIB Nominal (106 MT) 375,000

Crescimento nominal do PIB (%) 15,74

Crescimento real do PIB (%) 7,2

Taxa Média de Câmbio (MT/USD) 36,7

Inflação Média Anual (%) 8,00

OE 2011 Execução Prevista* (Set-2010) Receitas 57.432 59.940 73.275 Despesas 117.977 115.480 132.403 Défice Orçamental 60.545 55.540 59.128 CFMP 2011-2013 (Set-2010) Inicial Inicial

Fonte: *Documento Fundamentação OE 2011; PES 2011 e CFMP 2011-2013.

347,650 13,48 7,5 .-. 5,60 Em milhões de Meticais Designação OE 2010

Na preparação do Orçamento foi ainda considerada a previsão da redução de 2,3% do seu défice, que passaria de 60.545 milhões de Meticais, do Orçamento de 2010, para 59.128 milhões de Meticais, em 2011.

3.2 – Desvios Relativos às Previsões Efectuadas

No Quadro n.º III.2, a seguir, apresentam-se os desvios verificados em relação à previsão do OE 2011.

Quadro n.º III.2 – Desvios entre o Cenário Base Previsto do OE 2011 e os Valores Verificados

OE e PES CFMP 2011-2013

(Previsto) (Previsto) Verificado

(1) (2) (3) 4=(3-1) 5=(3-2)

PIB Nominal (106 MT) 375,000 347,650 371,315 -3,686 23,665

Crescimento nominal do PIB (%) 15,74 13,48 18,70 3,0 5,2

Crescimento real do PIB (%) 7,20 7,50 7,20 0,0 -0,3

Taxa Média de Câmbio (MT/USD) 36,70 .-. 29,07 -7,6 .-.

Inflação Média Anual (%) 8,00 5,60 10,35 2,35 4,75

OE 2011 Executado Valor (%) Receitas 81.058 7.784 10,6 Despesas 127.935 -4.468 -3,4 Défice Orçamental 46.877 -12.252 -20,7 Designação Designação OE 2011 Desvios Inicial 2011 Desvios 73.275 132.403 59.128 Em milhões de Meticais

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3.3 - Contexto Macroeconómico

A informação contida na Conta Geral do Estado (CGE) de 2011 mostra que as receitas públicas arrecadadas, nesse ano, atingiram 81.058 milhões de Meticais, o equivalente a 21,8% do PIB e significam um crescimento nominal de 27,5%, face ao ano anterior. Por sua vez, a despesa total (incluindo empréstimos líquidos às empresas públicas), foi de 127.935 milhões de Meticais (34,5% do PIB), financiados por receitas correntes e de capital, em 63,4%, e o remanescente de 36,6%, através de fundos externos em 35,4% e operações passivas, em 1,2%.

O défice global, antes de donativos, ascendeu a 46.877 milhões de Meticais, que, embora resultando num agravamento, em termos nominais, face ao ano de 2010 (em que registou 43.519 milhões de Meticais), representou 12,6% do PIB (menos 1,3 pontos percentuais do que em 2010), a melhor relação verificada desde 2008 (12,6% do PIB).

No seu Plano Económico e Social para 2011, o Governo fixou, entre outros, os seguintes objectivos:

• Alcançar um crescimento económico de cerca de 7,2%; • Conter a taxa de inflação média anual em cerca de 8%;

• Atingir um nível de 2.402 milhões de Dólares Norte-Americanos, em exportações de bens;

• Atingir um nível de reservas internacionais líquidas que financiem cerca de 4,3 meses de importações de bens e serviços não factoriais;

• Prosseguir a criação de oportunidades de emprego e de um ambiente favorável ao investimento privado e desenvolvimento do empresariado nacional;

• Melhorar, em quantidade e qualidade, os serviços públicos de educação, saúde, água, saneamento, estradas e energia; e

• Prosseguir a consolidação de uma Administração Local do Estado ao serviço do cidadão. No entanto, em resultado da mudança da conjuntura macroeconómica, foram revistas as metas do crescimento económico e da inflação média anual para 7,4% e 9,5%, respectivamente.

O balanço anual indica o alcance dos seguintes resultados: • Crescimento do PIB de 7,2%;

• Taxa de inflação média anual de 10,35%;

• As exportações totais de bens situaram-se em 2.687 milhões de Dólares Norte-Americanos, o que representa um grau de realização de 111,8%, em relação ao objectivo do Plano; e

• As reservas internacionais líquidas atingiram, em Dezembro de 2011, o saldo de 2.226,7 milhões de Dólares Norte-Americanos, cobrindo 5,2 meses de importações.

O PIB registou uma taxa de evolução média anual de 6,8%, no quinquénio 2007-2011, impulsionado por investimentos em grandes projectos, especialmente no sector da mineração. O crescimento económico foi acompanhado do desenvolvimento de um ambiente macroeconómico estável e previsível.

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Em 2010, apesar da crise financeira internacional, o PIB cresceu 6,7% e em 2011, 7,2%, tal como se dá conta no Quadro n.º III.3, a seguir.

Quadro n.º III.3 – Indicadores Económicos 2007-2011

Indicador 2007 2008 2009 2010 2011 Média

PIB Nominal (106 MT) 201.437 239.775 269.346 312.752 371.315 278.925

Crescimento real do PIB (%) 7,3 6,8 6,4 6,7 7,2 6,88

Inflação (%) 8,20 10,25 3,25 12,70 10,35 8,95

Fonte: CGE - 2007-2011.

Foi neste contexto que se executou o Orçamento do Estado de 2011, aprovado, inicialmente pela Lei n.º 1/2011, de 5 de Janeiro, e posteriormente alterado através da Lei n.º 9/2011, de 13 de Junho, em resultado da mudança da conjuntura macroeconómica, visando operacionalizar a política financeira e os objectivos da política económica e social, em alinhamento com o vigente Programa Quinquenal do Governo, no sentido da manutenção da estabilidade macroeconómica, promoção do crescimento económico e redução da pobreza.

No ponto seguinte, é apresentada a evolução da arrecadação da receita e a execução da despesa, face ao Produto Interno Bruto (PIB), em termos nominais, no período 2007-2011, bem como o resultado de cada exercício.

A respeito do PIB, a Conta Geral do Estado de cada ano contém dados provisórios, em virtude de até ao dia 31 de Maio de cada ano, data limite para o Governo apresentar o documento à Assembleia da República e ao Tribunal Administrativo, o Banco de Moçambique (BM) e o Instituto Nacional de Estatística (INE) não disporem, ainda, de valores definitivos, referentes ao ano anterior, que são facultados na Conta do ano seguinte. Assim, é actualizada, na presente análise, a informação preliminar.

Relativamente a tais dados, o Governo deveria indicar, expressamente, que os mesmos são provisórios.

3.4 – Evolução da Receita

3.4.1- Evolução da Receita em Termos Nominais

As receitas correntes apresentaram um crescimento nominal de 142,9%, no quinquénio 2007-2011, passando de 32.624 milhões de Meticais, em 2007, para 79.268 milhões de Meticais, em 2011. Para esta evolução contribuíram, decisivamente, as Receitas Fiscais que não só aumentaram o seu peso no cômputo geral, como registaram um crescimento de 144,1%, no quinquénio. Tem contribuído, para o efeito, uma política fiscal e aduaneira mais eficiente, com a simplificação de procedimento, o alargamento da base tributária e o desenvolvimento de sistemas de cobrança e gestão electrónicos. De acordo com o Governo, na Conta Geral do Estado, o crescimento dos impostos arrecadados resultou de:

• Recuperação do IVA apurado no Procedimento de Auditoria e Fiscalização Tributária, incluindo a de mercadorias em circulação;

• Gestão rigorosa do calendário fiscal; • Intensificação do controlo de facturação; e

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• Pagamentos de valores dos anos anteriores, em regime de recuperação da Dívida Tributária, no âmbito da Lei n.º 8/2011, de 11 de Janeiro, que aprova o Regime Excepcional de Regularização das Dívidas Tributárias.

Dos 81.058 milhões de Meticais arrecadados em 2011, o valor de 68.263 milhões de Meticais (84,2%) respeita às Receitas Fiscais. O forte crescimento das receitas tributárias, em 2011, face ao ano anterior (ano em que a cobrança se situou em 53.710 milhões de Meticais), como se pode verificar no Quadro n.º III.4, ficou a dever-se, fundamentalmente, ao comportamento positivo dos impostos mais significativos, nomeadamente os incidentes sobre o rendimento (IRPC e IRPS) e sobre bens e serviços, que registaram taxas de 34,7% e 23,1%, respectivamente. Dentre estes, o IVA é o imposto que maior representatividade assume no total das receitas cobradas, com um peso de 36,4%.

Quadro n.º III.4 - Evolução da Receita

2007

Valor Valor Var.

(%) Valor Var. (%) Valor Var. (%) Valor Var. (%) 1 Receitas Correntes 32.624 37.515 15,0 45.849 22,2 62.169 35,6 79.268 27,5 97,8 11 Receitas Fiscais 27.965 32.415 15,9 41.760 28,8 53.710 28,6 68.263 27,1 84,2 111 Imposto s/ o Rendimento 9.272 11.723 26,4 13.727 17,1 18.480 34,6 24.896 34,7 30,7

11111 Imposto s/ o Rend. Pessoas Colectivas 4.365 5.722 31,1 7.338 28,3 9.795 33,5 14.238 45,4 17,6

11112 Imposto s/ o Rend. Pessoas Singulares 4.859 5.957 22,6 6.342 6,5 8.629 36,1 10.584 22,7 13,1

11113 Imposto Especial s/ o Jogo 48 44 -7,4 47 7,7 56 18,4 74 32,1 0,1

112 Imposto s/ Bens e Serviços 17.225 19.232 11,7 23.880 24,2 32.889 37,7 40.490 23,1

50,0

11122 Imposto s/ o Cons. de Produção Nacional 1.341 1.633 21,8 1.794 9,8 2.219 23,7 2.917 31,5

3,6

11123 Imposto s/ o Cons. Prod. Importados 735 1.001 36,2 973 -2,7 1.241 27,4 1.325 6,8 1,6

11124 Imposto s/ o Comércio Externo 3.835 3.628 -5,4 4.138 14,0 5.264 27,2 6.728 27,8 8,3

11121 Imposto Sobre o Valor Acrescentado 11.314 12.970 14,6 16.975 30,9 24.165 42,4 29.519 22,2 36,4

113 Outros Impostos 1.468 1.460 -0,5 4.153 184,5 2.341 -43,6 2.877 22,9 3,5

11131 Imposto do Selo 322 322 0,0 440 36,5 598 36,0 677 13,2 0,8

Imposto s/ Veículos - 47 - 56 - 62 - 16 -74,7 0,0

Licenças de Pesca - 31 - 56 - 45 - 53 18,6 0,1

111312 Taxa s/ os Combustíveis 713 719 0,8 3.273 355,4 1.132 -65,4 1.248 10,3 1,5

Impostos Directos e Indirectos Extintos 15 6 -57,8 2 -66,8 7 219,6 0 -100,0 0,0

Royalties e Imposto de Superficie - 57 - 126 - 60 - 67 13,0 0,1

Imposto de Reconstrução Nacional - 8 - 6 - 8 - 8 -0,9 0,0

111314 Outros 418 270 -35,4 194 -28,1 429 120,5 808 88,4 1,0

12 Receitas Não Fiscais 2.457 2.401 -2,3 3.034 26,4 4.069 34,1 5.230 28,5 6,5

13 Receitas Próprias 1.111 1.230 10,7 1.508 22,6 2.219 47,1 2.947 32,8 3,6 14 Receitas Consignadas 2.201 2.700 22,6 1.055 -60,9 4.390 316,2 5.775 31,6 7,1 2 Receitas de Capital 1.850 1.674 -9,5 1.715 2,5 1.398 -18,5 1.790 28,0 2,2 TOTAL 34.474 39.190 13,7 47.564 21,4 63.566 33,6 81.058 27,5 100,0 Cód. Designação 2008 2009 2010 Fonte: CGE (2007-2011). Peso (Em milhões de Meticais)

2011

Verifica-se, ainda, neste quadro, que as Receitas Não Fiscais, as Receitas Consignadas, as Receitas Próprias e as Receitas de Capital, quando consideradas no seu conjunto, têm o peso de 19,4%, no cômputo geral da receita. Ainda assim, são de salientar, nelas, os incrementos registados em 2011 (face a 2010), de 28,5%, 31,6%, 32,8% e 28%, respectivamente.

No global, o total das receitas cresceu 27,5%, comparativamente ao exercício de 2010, tendo-se arrecadado 81.058 milhões de Meticais, em 2011, contra 63.566 milhões de Meticais, em 2010. Relativamente às Receitas Não Fiscais, estas cresceram 26,4%, 34,1% e 28,5%, em 2009, 2010 e 2011, respectivamente. As Receitas Consignadas de 2007 a 2008 tiveram uma taxa de evolução de 22,6%, uma queda de 60,9%, em 2009, e nos anos de 2010 e 2011, taxas de crescimento de 316,2% e 31,6%, respectivamente. As Receitas Próprias cresceram em todos os anos ao longo do

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quinquénio, tendo registado 10,7%, 22,6%, 47,1% e 32,8%, em 2008, 2009, 2010 e 2011, na mesma ordem. As Receitas de Capital observaram taxas negativas de 9,5% e 18,5%, em 2008 e 2010, e positivas de 2,5% e 28%, em 2009 e 2011, sendo, a deste último ano, a maior no período em apreço.

O gráfico seguinte fornece uma visão da evolução da receita, segundo a sua natureza (Receitas Correntes e de Capital, Receitas Fiscais e Não Fiscais), no quinquénio 2007-2011.

Gráfico n.º III. 1. – Evolução da Receita

0 10,000 20,000 30,000 40,000 50,000 60,000 70,000 80,000 90,000 2007 2008 2009 2010 2011 (E m m il hõe s de Me ti ca is ) Receitas Fiscais Receitas Não Fiscais Receitas Correntes

Receitas de Capital

Fonte: CGE (2007-2011).

Verifica-se, neste gráfico, que, no quinquénio, houve um constante e progressivo aumento das Receitas Correntes, alimentado, essencialmente, pelo forte crescimento das Receitas Fiscais, as que, como se deixou dito atrás, assumem a maior representatividade no total da receita.

3.4.2 - Evolução da Receita face ao PIB

Conforme se extrai do Quadro n.º III.5, a seguir, o PIB apresentou, em termos nominais, um crescimento sustentado, em todos os anos do quinquénio em apreço, embora a taxas diferenciadas, tendo atingido, em 2011, um incremento de 18,7%, face ao ano precedente.

Entre os desafios para combater a pobreza, é mencionado no PARP 2011-2014, na área “Desafios para a Política Macroeconómica e Gestão de Finanças Públicas”, o objectivo da manutenção do crescimento anual da receita do Estado em pelo menos 0,5% do PIB, a par da angariação de donativos e contracção de empréstimos concessionais para o financiamento do défice orçamental.

Este objectivo foi plenamente conseguido no ano em consideração, em que a receita registou 21,8% do PIB, 1,5 pontos percentuais mais do que no período homólogo do ano anterior.

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Quadro n.º III.5 - Evolução da Receita Face ao PIB

Tem-se, neste quadro, que com uma ligeira inflexão em 2008, o peso das receitas, no PIB, tem vindo, sistemática e gradualmente, a aumentar, no quinquénio em apreço.

Em perfeito alinhamento com esta tendência, temos o rácio Receitas Fiscais/PIB que foi de 13,9%, em 2007, de 13,5%, em 2008, de 15,5%, em 2009, de 17,2%, em 2010 e de 18,4%, em 2011.

É de referir, por último, que do grupo das Receitas Fiscais, o IVA é o que assume maior expressão, face ao PIB, atingindo, em 2011, a proporção de 7,9%, a melhor verificada no quinquénio em consideração.

3.4.3 - Evolução da Receita em Termos Reais

No Quadro n.º III.6, é apresentada a evolução global da receita em termos reais, com valores de referência do ano de 2011.

2007 2008 2009 2010 2011

1 Re ce itas C orre nte s 16,2 15,6 17,0 19,9 21,3

11 Re ce itas Fiscais 13,9 13,5 15,5 17,2 18,4

111 Imp. Sobre o Re ndime nto 4,6 4,9 5,1 5,9 6,7

11111 Imposto s/ o Rend. Pessoas Colectivas 2,2 2,4 2,7 3,1 3,8

11112 Imposto s/ o Rend. Pessoas Singulares 2,4 2,5 2,4 2,8 2,9

112 Imp. Sobre Be ns e Se rviços 8,6 8,0 8,9 10,5 10,9

11122 Imposto Cons. de Produto Nacional 0,7 0,7 0,7 0,7 0,8

11123 Imposto Cons. Produtos Importados 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4

11124 Imposto s/ o Comércio Externo 1,9 1,5 1,5 1,7 1,8

11121 Imposto s/ Valor Acrescentado 5,6 5,4 6,3 7,7 7,9

113 O utros Impostos 0,7 0,6 1,5 0,7 0,8

11131 Imposto do Selo 0,2 0,1 0,2 0,2 0,2

111312 T axa s/ os Combustíveis 0,4 0,3 1,2 0,4 0,3

111314 Outros 0,2 0,1 0,1 0,1 0,2

12 Re ce itas Não Fiscais 1,2 1,0 1,1 1,3 1,4

13 Re ce itas Próprias 0,6 0,5 0,6 0,7 0,8 14 Re ce itas C onsignadas 1,1 1,1 0,4 1,4 1,6 2 Re ce itas de C apital 0,9 0,7 0,6 0,4 0,5 TO TAL 17,1 16,3 17,7 20,3 21,8 2007 2008 2009 2010 2011 201.437 239.775 269.346 312.752 371.315 19,0 12,3 16,1 18,7

C re scime nto Anual C ód.

Fonte : CGE (2007-2011).

(Em Pe rce ntage m do PIB) De signação

PIB

(8)

Quadro n.º III.6 – Evolução da Receita em Termos Reais (a preços de 2011)

2007

Valor Valor Var.

(%) Valor Var. (%) Valor Var. (%) Valor Var. (%) 1 Receitas Correntes 46.185 48.173 4,3 57.021 18,4 68.602 20,3 79.268 15,5 11 Receitas Fiscais 39.590 41.623 5,1 51.936 24,8 59.267 14,1 68.263 15,2

111 Imposto Sobre Rendimento 13.125 15.053 14,7 17.071 13,4 20.393 19,5 24.896 22,1

11111 Imposto s/ o Rend. Pessoas Colectivas 6.179 7.347 18,9 9.126 24,2 10.808 18,4 14.238 31,7

11112 Imposto s/ o Rend. Pessoas Singulares 6.879 7.649 11,2 7.887 3,1 9.522 20,7 10.584 11,1

11113 Imposto Especial Sobre o Jogo 67 56 -16,0 59 4,3 62 5,0 74 19,7

112 Imp. Sobre Bens e Serviços 24.385 24.695 1,3 29.698 20,3 36.292 22,2 40.490 11,6

11121 Imposto s/ o Valor Acrescentado 16.017 16.654 4,0 21.111 26,8 26.666 26,3 29.519 10,7

11122 Imposto s/ o Cons. de Produção Nacional 1.899 2.097 10,4 2.231 6,4 2.449 9,7 2.917 19,1

11123 Imp. s/ o Cons. Espec. de Prod. Importados 1.040 1.285 23,6 1.211 -5,8 1.369 13,1 1.325 -3,2

11124 Imposto s/ o Comércio Externo 5.429 4.658 -14,2 5.146 10,5 5.809 12,9 6.728 15,8

113 Outros Impostos 2.079 1.876 -9,8 5.166 175,4 2.582 -50,0 2.877 11,4

11131 Imposto do Selo 456 414 -9,3 547 32,2 660 20,7 677 2,6

11132 Imposto s/ Veículos 60 61 1,4 69 14,6 69 -1,2 16 -77,1

111311 Licenças de Pesca 81 40 -50,5 70 74,5 49 -29,4 53 7,4

111312 Taxa s/ os Combustíveis 1.010 923 -8,6 4.071 341,1 1.249 -69,3 1.248 0,0

Impostos Directos e Indirectos Extintos 0 8 3 8 0 -100,0

Royalties e Imposto de Superfície 0 73 157 66 67 2,4

Imposto de Reconstrução Nacional 0 10 8 9 8 -10,2

111314 Outros 473 347 -26,7 242 -30,3 473 95,7 808 70,7

12 Receitas Não Fiscais 3.479 3.083 -11,4 3.773 22,4 4.491 19,0 5.230 16,5

13 Receitas Próprias 1.572 1.579 0,4 1.876 18,8 2.448 30,5 2.947 20,4 14 Receitas Consignadas 3.116 3.466 11,2 1.312 -62,2 4.844 269,3 5.775 19,2 2 Receitas de Capital 2.619 2.150 -17,9 2.133 -0,8 1.543 -27,7 1.790 16,0 TOTAL 48.804 50.322 3,1 59.154 17,5 70.145 18,6 81.058 15,6 Fonte: CGE (2007-2011) 2010 2009 2008

(Em milhões de Meticais)

Cód. Designação

Valores ajustados utilizando as seguintes taxas de inflação: 8,20%, em 2007, 10,25%, em 2008, 3,25%, em 2009, 12,70% em 2010 e 10,35% em 2011.

2011

Observa-se, no quadro, que as receitas totais apresentaram, no período de 2007 a 2011, uma tendência marcadamente crescente, com incrementos de 3,1%, 17,5%, 18,6% e 15,6%, em 2008, 2009, 2010 e 2011, respectivamente.

Esta tendência é partilhada pelas componentes de maior representatividade, nomeadamente, as Receitas Correntes e, dentro destas, as Receitas Fiscais. Com efeito, estas últimas (as Receitas Fiscais) apresentaram, no quinquénio, um crescimento anual real de 5,1%, 24,8%, 14,1% e 15,2%, na mesma ordem.

Para este crescimento contribuiu, especialmente, o IRPC, que teve, em 2011, o nível de 31,7%, relativamente ao ano anterior. Também, entre as rubricas de maior peso, assinala-se o bom comportamento do IRPS e do IVA, com taxas de crescimento de 11,1% e 10,7%, respectivamente.

3.5 - Evolução da Despesa

No exercício económico de 2011, a Despesa Total foi de 127.935 milhões de Meticais, superando o valor registado no ano anterior, em 19,5%.

(9)

Ao longo do quinquénio 2007-2011, e como se observa no Quadro n.º III.7, a despesa apresentou uma significativa tendência crescente, tendo passado dos 60.663 milhões de Meticais, em 2007, para 127.935 milhões de Meticais, em 2011. Assim, mais do que duplicou, em 5 anos.

As Despesas Correntes passaram de 31.781 milhões de Meticais, em 2007, para 70.775 milhões de Meticais, em 2011, um aumento de 122,7%, e as Despesas de Investimento subiram de 24.661 milhões de Meticais, em 2007, para 51.012 milhões de Meticais, no exercício em apreço, o que representou um incremento de 106,8%.

Quadro n.º III.7 - Evolução da Despesa 2007

Valor Valor Var. (%) Valor Var. (%) Valor Var. (%) Valor Var. (%)

1.1 Despesas com o Pessoal 15.996 19.084 19,3 22.544 18,1 29.106 29,1 35.807 23,0 28,0

1.2 Bens e Serviços 6.599 8.049 22,0 9.081 12,8 10.126 11,5 10.989 8,5 8,6

1.3 Encargos da Dívida 1.277 1.259 -1,4 1.371 8,9 2.673 95,0 3.501 31,0 2,7

1.4 Transferências Correntes 5.902 7.003 18,6 7.912 13,0 9.432 19,2 11.286 19,7 8,8

1.5 Subsídios 345 394 14,4 438 10,9 5.259 1102,0 5.238 -0,4 4,1

1.6 Outras Despesas Correntes 1.654 1.236 -25,3 2.159 74,7 2.529 17,1 3.919 55,0 3,1

1.7 Exercícios Findos 8 7 -13,2 0 -98,3 9 6903,7 35 311,2 0,0

31.781 37.032 16,5 43.505 17,5 59.134 35,9 70.775 19,7 55,3

2.1 Despesas de Capital 202 243 20,3 288 18,4 223 -22,6 214 -4,1 0,2

2.2 Transferências de Capital 0 2 - - -

-2.3 Outras Despesas de Capital 0 0 - - -

-202 245 21,1 288 17,7 223 -22,6 214 -4,1 0,2 Financiamento Interno 9.236 11.296 22,3 13.432 18,9 20.032 49,1 20.411 1,9 16,0 Financiamento Externo 15.425 17.040 10,5 21.904 28,5 23.648 8,0 30.600 29,4 23,9 24.661 28.336 14,9 35.336 24,7 43.681 23,6 51.012 16,8 39,9 3.1 Operações Activas 2.833 2.384 -15,8 4.571 91,7 2.386 -47,8 4.371 83,2 3,4 3.2 Operações Passivas 1.186 1.699 43,2 1.176 -30,8 1.662 41,3 1.564 -5,9 1,2 4.019 4.083 1,6 5.747 40,8 4.048 -29,6 5.935 46,6 4,6 60.663 69.696 14,9 84.876 21,8 107.085 26,2 127.935 19,5 100,0 Fonte: CGE (2007-2011).

Sub-total Despesas Correntes

Sub-total Despesas de Capital

Total Despesas

Sub-total Operações Financeiras Sub-total Despesas de Investimento

2010 2009

2008

(Em milhões de Meticais)

Cód. Designação Peso

(%) 2011

Observa-se no quadro, que as Despesas Correntes cresceram à taxa de 16,5%, em 2008, 17,5%, em 2009, 35,9%, em 2010 e 55,3%, em 2011. As Despesas de Investimento tiveram um comportamento similar, tendo registado as taxas de crescimento nominal de 14,9%, 24,7%, 23,6%, e 16,8%, na mesma ordem.

O Gráfico n.º III.2 espelha a evolução das Despesas de Funcionamento, Investimento, bem como das Operações Financeiras.

(10)

Gráfico n.º III.2 - Evolução da Despesa 31,982 37,277 43,793 59,356 70,989 24,661 28,336 35,336 43,681 51,012 4,018 4,083 5,747 4,048 5,935 0 10,000 20,000 30,000 40,000 50,000 60,000 70,000 80,000 2007 2008 2009 2010 2011 (Em m il hõe s de M et ic a is ) Despesa de Funcionamento Despesa de Investimento Operações Financeiras Fonte: CGE (2007-2011).

Como se pode ver, neste gráfico, no quinquénio, as Despesas de Funcionamento e as de Investimento têm-se revelado tendencialmente crescentes. Contrariamente, as Operações Financeiras apresentaram uma sensível estabilidade de 2007 a 2011, apesar da queda verificada em 2010.

Efectivamente, no ano de 2011, o investimento cresceu 16,8%, contra uma evolução de 19,7% das Despesas Correntes, tendência esta, contrariada, apenas, no quinquénio em consideração, em 2009 (17,5% versus 24,7%).

3.5.1 - Evolução da Despesa Face ao PIB

No Quadro n.º III.8, observa-se que a Despesa, em percentagem do PIB, registou, de 2007 a 2011, uma tendência de crescimento, com uma ligeira inflexão em 2008. Com efeito, ela representou, face ao PIB, 30,1%, em 2007, 29,1%, em 2008, 31,5%, em 2009, 34,2%, em 2010 e 34,5%, em 2011.

(11)

Quadro n.º III.8 - Evolução da Despesa Face ao PIB

2007 2008 2009 2010 2011

1.1 Despesas com o Pessoal 7,9 8,0 8,4 9,3 9,6

1.2 Bens e Serviços 3,3 3,4 3,4 3,2 3,0

1.3 Encargos da Dívida 0,6 0,5 0,5 0,9 0,9

1.4 Transferências Correntes 2,9 2,9 2,9 3,0 3,0

1.5 Subsídios 0,2 0,2 0,2 1,7 1,4

1.6 Outras Despesas Correntes 0,8 0,5 0,8 0,8 1,1

1.7 Exercícios Findos 0,0 - 0,0 0,0 0,0

15,8 15,4 16,2 18,9 19,1

2.1 Bens de Capital 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1

2.2 Transferência de Capital 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

2.3 Outras Despesas de Capital 0,0 0,0 - 0,0 0,0

0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Financiamento Interno 4,6 4,7 5,0 6,4 5,5 Financiamento Externo 7,7 7,1 8,1 7,6 8,2 12,2 11,8 13,1 14,0 13,7 2.4.1. Operações Activas 1,4 1,0 1,7 0,8 1,2 2.4.2. Operações Passivas 0,6 0,7 0,4 0,5 0,4 2,0 1,7 2,1 1,3 1,6 30,1 29,1 31,5 34,2 34,5 Fonte: CGE (2007-2011). Designação

Sub-total Despesas de Capital

Sub-total Despesas de Investimento

Sub-total Operações Financeiras Total Despesas

(Em Percentagem do PIB)

Sub-total Despesas Correntes Cód.

A tendência de aumento da despesa face ao PIB é igualmente partilhada pelos dois maiores grupos de despesa, as Correntes e as de Investimento, embora seja evidente, como aludido atrás, que a componente de Investimento perde peso em relação às Despesas Correntes.

Com efeito, observa-se que o diferencial entre as Despesas Correntes e as de Investimento, face ao PIB, tem vindo a aumentar, em desfavor das despesas de Investimento. De 2007 e 2008, verificou-se uma diferença de 3,6 pontos percentuais do PIB, enquanto, em 2010 e 2011, essa disparidade fixou-se em 4,9 e 5,4 pontos percentuais, respectivamente.

Dentro das Despesas Correntes, merecem uma referência especial as Despesas com o Pessoal, que registaram progressão no quinquénio, representando, face ao PIB, 7,9%, 8%, 8,4%, 9,3% e 9,6%, respectivamente, de 2007 a 2011.

3.5.2 - Evolução da Despesa em Termos Reais

A Despesa Total, a preços de referência de 2011, evidenciou crescimento, ao longo do quinquénio 2007-2011, conforme se retira do Quadro n.º III.9.

Efectivamente, o crescimento registado, em termos reais, no período, foi de 8,2%, 18%, 11,9% e 8,3%, respectivamente, nos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011.

As duas componentes da despesa mais relevantes, as Despesas Correntes e as Despesas de Investimento, apresentaram crescimento, em termos reais, de 2007 a 2011, tendo as Correntes registado taxas de 9,7%, 13,8%, 20,6% e 8,5%, nos anos de 2008 a 2011 e as de Investimento, nos mesmos anos, de 8,2%, 20,8%, 9,7% e 5,8%.

(12)

Quadro n.º III.9 – Evolução da Despesa em Termos Reais (a preços de 2011)

No grupo das Despesas Correntes, as Despesas com o Pessoal mostram progressão com aumentos de 12,3%, 14,4%, 14,6% e 11,5%, respectivamente, de 2008 a 2011.

3.6 - Análise Comparativa da Evolução da Receita e da Despesa, em Termos Reais

No gráfico seguinte, apresenta-se o comportamento da receita e da despesa, em termos reais, no quinquénio 2007-2011.

Nele, consta que a despesa superou sempre a receita, originando assim, em todos os anos, o recurso a outros meios de financiamento, para cobrir o défice.

A despesa tem estado a crescer a taxas mais elevadas que as de evolução positiva das receitas, do que resulta o agravamento do Défice antes de Donativos e Empréstimos, como se analisará no ponto seguinte.

2007

Valor Valor Var.

(%) Valor Var. (%) Valor Var. (%) Valor Var. (%)

1.1 Despesas com o Pessoal 21.813 24.505 12,3 28.037 14,4 32.119 14,6 35.807 11,5

1.2 Bens e Serviços 8.999 10.335 14,8 11.294 9,3 11.174 -1,1 10.989 -1,7

1.3 Encargos da Dívida 1.741 1.616 -7,2 1.705 5,5 2.949 73,0 3.501 18,7

1.4 T ransferências Correntes 8.049 8.992 11,7 9.840 9,4 10.408 5,8 11.286 8,4

1.5 Subsídios 470 507 7,8 544 7,4 5.803 966,6 5.238 -9,7

1.6 Outras Despesas Correntes 2.256 1.587 -29,6 2.685 69,2 2.790 3,9 3.919 40,4

1.7 Exercícios Findos 12 .-. - 0 - 10 7.553,1 35 272,7

43.339 47.542 9,7 54.105 13,8 65.254 20,6 70.775 8,5

2.1 Bens de Capital 275 312 13,3 358 14,7 246 -31,3 214 -13,1

2.2 T ransferência de Capital 0 2 - 0 - 0 - 0

-2.3 Outras Despesas de Capital 0 0 - 0 - 0 - 0

-275 314 14,0 358 14,0 246 -31,3 214 -13,1

Financiamento Int erno 12.595 14.504 15,2 16.704 15,2 22.106 32,3 20.411 -7,7

Financiamento Externo 21.035 21.880 4,0 27.242 24,5 26.096 -4,2 30.600 17,3 33.630 36.385 8,2 43.946 20,8 48.202 9,7 51.012 5,8 2.4.1. Operações Activas 3.863 3.061 -20,7 5.684 85,7 2.633 -53,7 4.371 66,0 2.4.2. Operações Passivas 1.618 2.181 34,8 1.463 -32,9 1.834 25,4 1.564 -14,8 5.480 5.243 -4,3 7.147 36,3 4.467 -37,5 5.935 32,8 82.725 89.484 8,2 105.556 18,0 118.169 11,9 127.935 8,3 Fonte : CGE (2007-2011). Sub-total De spe sas C orre nte s

Sub-total De spe sas de C apital C ód.

2010 2011

(Em milhões de Meticais)

Total De spe sas

Sub-total De spe sas de Inve stime nto

Sub-total O pe raçõe s Finance iras De signação

(13)

Gráfico n.º III.3 – Receitas e Despesas em Termos Reais 47,006 50,322 59,154 70,145 81,058 82,725 89,484 105,556 118,169 127,935 0 20,000 40,000 60,000 80,000 100,000 120,000 140,000 2007 2008 2009 2010 2011 (E m mi lh õ es d e Met ti c a is ) Receita Total Despesa Total Fonte: CGE (2007-2011).

3.7 - Determinação do Resultado do Exercício

O Orçamento é constituído por três partes: a receita, a despesa e o financiamento, que inclui os donativos e os empréstimos.

Como saída de fundos, estão as Despesas Correntes e as de Investimento, bem como as Operações Activas e Passivas.

O Saldo Corrente é o resultado da diferença entre a Receita Corrente e a Despesa Corrente e indica a capacidade do Orçamento, na actividade corrente, de gerar recursos para financiar as suas Despesas de Investimento.

Como se constata do Quadro n.º III.10, o Saldo Corrente foi de 843 milhões de Meticais, em 2007, baixando, em 2008, para 418 milhões de Meticais. Nos anos, 2009, 2010 e 2011, aumentou para 2.345 milhões de Meticais, 3.034 milhões de Meticais e 8.493 milhões de Meticais, respectivamente, confirmando-se, deste modo, que a capacidade de geração de recursos para financiar as Despesas de Investimento tem vindo a aumentar, com base, sobretudo, no incremento das Receitas Fiscais.

(14)

Quadro n.º III.10 – Evolução do Resultado do Exercício 2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011 1 Receitas Correntes 32.624 37.450 45.850 62.168 79.268 16,2 15,6 17,0 19,9 21,3 2 Despesas Correntes 31.781 37.032 43.505 59.134 70.775 15,8 15,4 16,2 18,9 19,1 3 Saldo Corrente 843 418 2.345 3.034 8.493 0,4 0,2 0,9 1,0 2,3 4 Receitas de Capital 1.850 1.740 1.716 1.398 1.790 0,9 0,7 0,6 0,4 0,5 5 Reembolso de Empréstimos 226 226 0 0 0 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0

6 Total das Receitas (1+4+5) 34.699 39.416 47.566 63.566 81.058 17,2 16,4 17,7 20,3 21,8

7 Despesas de Capital 202 244 288 223 214 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1

8 Despesas de Investimento 24.661 28.336 35.338 43.681 51.011 12,2 11,8 13,1 14,0 13,7

9 Operações Financeiras 4.019 4.083 5.747 4.048 5.935 2,0 1,7 2,1 1,3 1,6

10 Total das Despesas (2+7+8+9) 60.663 69.695 84.878 107.085 127.935 30,1 29,1 31,5 34,2 34,5

11

Défice antes de Donativos e Empréstimos

(6-10) -25.964 -30.279 -37.312 -43.519 -46.876 -12,9 -12,6 -13,9 -13,9 -12,6

12 Donativos 20.291 23.010 25.771 27.318 27.380 10,1 9,6 9,6 8,7 7,4

13 Défice antes dos Empréstimos (11-12) -5.673 -7.268 -11.541 -16.200 -19.497 -2,8 -3,0 -4,3 -5,2 -5,3

14 Empréstimos Externos 7.932 7.125 13.105 13.474 13.725 3,9 3,0 4,9 4,3 3,7

15 Crédito Interno Líquido (13-14) -2.259 144 -1.563 2.727 5.772 -1,1 0,1 -0,6 0,9 1,6

16 Financiamento Total (12+14+15) 25.964 30.279 37.312 43.519 46.876 12,9 12,6 13,9 13,9 12,6

2007 2008 2009 2010 2011

201.437 239.775 269.346 312.752 371.315 Fonte: CGE (2007-2011).

Em milhões de Meticais (a preços correntes)

Em % do PIB

Designação Em Milhões de Meticais

PIB

Resulta, do quadro supra, que o Défice antes de Donativos e Empréstimos teve, ao longo do quinquénio, uma contínua deterioração, tendo passado de 25.964 milhões de Meticais, em 2007, para 46.876 milhões de Meticais, em 2011.

No que tange ao Défice antes dos Empréstimos, verifica-se que o mesmo, no período em apreço, sofreu agravamentos significativos, face ao PIB, tendo registado 2,8%, 3%, 4,3%, 5,2% e 5,3%, respectivamente, nos anos 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011.

Relativamente aos Empréstimos Externos, estes decresceram, de 2007 a 2008, em que registaram valores de 7.932 milhões de Meticais e 7.125 Milhões de Meticais, e nos anos de 2009, 2010 e 2011, tiveram crescimento, passando para 13.105 milhões de Meticais, 13.474 milhões de Meticais e 13.725 milhões de Meticais, o que corresponde a incrementos de 3,9%, 3%, 4,9%, 4,3% e 3,7%, respectivamente, face ao PIB, no quinquénio.

(15)

Gráfico n.º III.4 - Evolução do Resultado do Exercício (Em % do PIB) Fonte: CGE (2007-2011). 0.4 0.2 0.9 1.0 2.3 -12.3 -11.9 -13.4 -13.4 -12.2 -2.2 -2.3 -3.8 -4.6 -4.8 ‐16 ‐14 ‐12 ‐10 ‐8 ‐6 ‐4 ‐2 0 2 4 2007 2008 2009 2010 2011 Saldo Corrente

Défice antes de Donativos e Empréstimos

Défice antes de Empréstimos

De 2007 a 2011, verifica-se uma tendência cada vez mais crescente do Défice antes dos Empréstimos, havendo, deste modo, uma dependência cada vez maior em relação aos recursos externos.

Ainda, como ilustra o Gráfico n.º III.4, os Défices Orçamentais antes de Donativos e Empréstimos e antes dos Empréstimos tiveram o mesmo comportamento, com excepção do ano de 2008, em que o primeiro decresceu, enquanto o segundo cresceu ligeiramente.

3.8 – Financiamento do Défice

O Quadro n.º III.11 apresenta os financiamentos a que se recorreu para a cobertura do défice de 2011, de harmonia com a origem dos fundos.

Quadro n.º III.11 – Origem dos Meios Financeiros para Cobertura do Défice de 2011

Descrição 2011 Peso

Donativos 27.380 58,4

Empréstimos Externos 13.725 29,3

Crédito Interno Líquido 5.772 12,3

Défice antes de Donativos 46.877 100,0

Fonte: CGE (2007-2011).

(Em Milhões de Meticais)

Depreende-se, do quadro, que a principal fonte de financiamento do défice é constituída pelos Donativos (58,4%), seguida dos Empréstimos Externos (29,3%). O Crédito Interno Líquido tem um peso de 12,3%.

A este propósito, cabe salientar que os Donativos, apesar de terem demonstrado um contínuo crescimento nominal ao longo do quinquénio em apreço, têm vindo, sistemática e gradativamente, a perder peso, face ao volume global da despesa executada, conforme se extrai do Quadro n.º III.12.

(16)

Quadro n.º III.12 - Relação entre os Donativos e Despesas Descrição 2007 2008 2009 2010 2011 Donativos 20.291 23.010 25.771 27.318 27.379 Despesa Total 60.663 69.696 84.876 107.085 127.935 Peso 33,4 33,0 30,4 25,5 21,4 Fonte: CGE (2007-2011).

(Em milhões de Meticais)

Com efeito, enquanto, em 2007, os Donativos deram cobertura a 33,4% da Despesa Total, em 2008 financiaram 33%, em 2009, 30,4%, em 2010, 25,5% e em 2011, 21,4%.

Referências

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