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PROJETO DE LEI Nº 038 /2012 INSTITUI OBRIGAÇÕES RELATIVAS À AUTOVISITA E AS INFORMAÇÕES ACERCA DE OBRAS E REFORMAS REALIZADAS NOS PRÉDIOS.

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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA GABINETE DA DEPUTADA LUZIA TOLEDO

GABINETE DA DEPUTADA LUZIA TOLEDO

PROJETO DE LEI Nº 038 /2012

INSTITUI OBRIGAÇÕES RELATIVAS À AUTOVISITA E AS INFORMAÇÕES ACERCA DE OBRAS E REFORMAS REALIZADAS

NOS PRÉDIOS.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DECRETA:

Art. 1º Fica instituída no Estado do Espírito Santo a obrigação de autovistoria quanto à segurança estrutural dos prédios, nas condições estabelecidas por esta Lei.

§ 1º Para os efeitos desta Lei, define-se autovistoria como a vistoria técnica periódica realizada a cargo e às expensas do responsável pelo prédio.

§ 2º Considera-se responsável pelo prédio, conforme o caso, o proprietário, o possuidor ou o condomínio.

§ 3º Estão excluídos da obrigação de realização da autovistoria os prédios residenciais unifamiliares e os não residenciais com apenas um pavimento.

§ 4º Em se tratando de prédios tombados ou preservados, poderá o poder público estadual realizar convênios com os municípios com vistas ao estabelecimento de medidas que desonerem os responsáveis pelos prédios, inclusive mediante assunção, pelos órgãos públicos competentes de um ou de ambos os entes, da responsabilidade pela vistoria.

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§ 5º O disposto nesta Lei não desobriga os poderes públicos competentes do exercício de suas responsabilidades quanto ao poder de polícia relativo a obras e reformas, ou ao risco relacionado à segurança estrutural dos prédios.

Art. 2º A vistoria será realizada por profissional de engenharia devidamente habilitado para a função e registrado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA-ES.

§ 1º O profissional emitirá o respectivo laudo técnico, acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica.

§ 2º O laudo conterá a identificação do imóvel e de seu responsável, a metodologia utilizada, as informações sobre riscos potenciais e falhas aparentes, suas características e prováveis causas e, sendo o caso, medidas reparadoras ou preventivas necessárias.

§ 3º O laudo limitar-se-á aos riscos e falhas perceptíveis no momento da vistoria e incluirá, sempre que possível, análise das intervenções realizadas por obras ou reformas nas partes comuns da edificação e nas unidades autônomas.

§ 4º Caso seja verificada, no decorrer da vistoria, a existência de risco imediato ou iminente para o público, o profissional responsável deverá informar imediatamente ao responsável pelo prédio, ao CREA-ES e aos órgãos públicos competentes, notadamente à defesa civil, para que sejam tomadas providências para o isolamento do local e eventual interdição, quando cabível.

§ 5º No caso de o laudo concluir pela necessidade de quaisquer intervenções, o responsável pelo prédio deverá providenciar a execução dos serviços, solicitando a devida licença à Prefeitura, observada a legislação municipal.

§ 6º O responsável pelo prédio deverá dar conhecimento do laudo aos moradores, condôminos e usuários do local e exibi-lo à

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GABINETE DA DEPUTADA LUZIA TOLEDO

autoridade competente quando requisitado, além de manter em arquivo todos os laudos emitidos.

Art. 3º A autovistoria deverá ser realizada a cada dez anos. § 1º A primeira autovistoria deverá ser realizada em até dois anos, a contar da entrada em vigor desta Lei, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.

§ 2º Não estão sujeitas ao disposto no § 1º deste artigo, devendo observar o prazo previsto no caput, as edificações:

I - nas quais tiver sido realizada vistoria que atenda ao disposto no art. 2º, nos nove anos anteriores à entrada em vigor desta Lei; e II – que receberam o habite-se nos nove anos anteriores à entrada em vigor desta Lei.

§ 3º As edificações que sofram obras que afetem sua segurança estrutural deverão providenciar a realização de nova vistoria no prazo de até três meses após a sua conclusão, reiniciando-se o prazo previsto no caput deste artigo.

Art. 4º Sem prejuízo das obrigações de que tratam os arts. 1o a 3o desta Lei, o responsável pelo prédio deverá manter registro das obras e reformas realizadas nas unidades autônomas e nas partes comuns da edificação, bem como das plantas e informações referentes aos cálculos estruturais.

§ 1º Independentemente da obrigatoriedade de obtenção, junto aos órgãos públicos competentes, de licença prévia para realização de obras ou reformas nas partes comuns do prédio ou nas unidades autônomas, deverá o responsável pelo prédio solicitar aos responsáveis pelas intervenções a apresentação do atestado de responsabilidade técnica ou similar, emitido pelo CREA-ES, Conselho de Arquitetura e Urbanismo - CAU-ES ou entidade equivalente.

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Art. 5º A inobservância das obrigações previstas na presente Lei sujeitará o responsável à sanção de multa, fixada pela autoridade autuante entre quinhentos e cinco mil VRTE’s, na forma do regulamento, observada a devida proporcionalidade com a gravidade da infração, admitida a extrapolação dos limites ora estabelecidos em caso de reincidência.

Art. 6o Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Palácio Domingos Martins, 1º de fevereiro de 2012

Luzia Toledo

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JUSTIFICATIVA

Toda vez que ocorre um caso com alta repercussão nos direitos e deveres dos cidadãos cabe ao legislador verificar se havia normas que regulassem a questão e se tais normas demonstraram-se adequadas no que concerne à capacidade de prevenção de efeitos negativos, propiciadora de rápida ação estatal para evitá-los ou mesmo de um maior cuidado por parte dos envolvidos; no que concerne à própria clareza dessas normas, de forma a permitir seu efetivo cumprimento; e no que concerne ainda à responsabilidade pelos fatos danosos ocorridos.

No dia 25 de janeiro de 2012, o desabamento sequencial de três prédios contíguos localizados na Av. Treze de Maio, no Centro da Cidade do Rio de Janeiro, acarretou, além da enorme comoção pelas diversas vítimas fatais, um clima geral de insegurança e desconfiança quanto à segurança estrutural das edificações. Nesse contexto, mesmo que ainda não se tenha determinado a causa dos desabamentos, restou claro que há um enorme número de prédios sem adequada conservação; que o poder público não tem capacidade para vistoriar todos os prédios; que obras e reformas, especialmente as realizadas no interior dos prédios, não são licenciadas e não são conduzidas por profissionais habilitados; e que nem os prédios, nem os os conselhos profissionais de engenharia e arquiterura, e nem os órgãos públicos responsáveis possuem registros dessas intervenções.

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O Estado, como detentor de competência concorrente com a União para legislar, consoante previsão do art. 24, sobre direito urbanístico (inc. I), proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico (inc. VII) e sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (inc. VIII), deve exercer sua atribuição mediante edição de norma que propicie a ampliação da informação acerca das condições das edificações, deixando aos municípios e aos conselhos profissionais o aperfeiçoamento de normas acerca do controle das atividades realizadas. Não parece razoável que os responsáveis pelos prédios (proprietários, possuidores, condomínios) assumam, como já ocorre, responsabilidade por manutenção de calçadas e fachadas, pelo asseio de suas partes comuns, pela segurança de elevadores, saídas de incêndios, entre outras, mas desconheçam completamente sua situação estrutural, inclusive tratando as intervenções executadas nas áreas internas da unidades autônomas como fato alheio a tal aspecto.

Nesse sentido, o Projeto de Lei que ora apresento à apreciação desta Casa Legislativa institui no Estado do Espírito Santo a obrigação de autovistoria quanto à segurança estrutural dos prédios, iniciativa fundamental para que seja garantida a segurança dos cidadãos e a perenidade das edificações.

Referências

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