Produzido por
Almir Chediak
.1
2
Songbook 1 AIy Barroso
Volum
e 1
Ary de todos, meu AryDorival Caymmi O
Álbum de família O
Ary, o polivalente Sérgio Cabral O
MÚSICAS
Abatucada começou .
Acasta Suzana .
Assobia um samba .
Astrês lágrimas .
Avizinha das vantagens .
Bahia imortal .
Brasil moreno .
Caco velho .
Canta, Maria .
Carne-seca com Tutu .
Chula-ô .
Como "vais" você .
Deixa essa mulher sofrer .
Deve ser omeu amor .
Duro com duro .
Édobalacobaco .
E osamba continua .
Eudei .
Eu quero uma mulher : .
Eu vou proMaranhão .
Faceira : . Fechei a página . Foi ela . Folha morta . Garota colossal . Inquietação . Malandro sofredor . Mês de Maria .
Morena boca de ouro .
NaBaixa doSapateiro .
Na virada da montanha .
No Rancho Fundo .
Nunca mais .
O amor vem quando a gente nãoespera .
Ocorreio já chegou .
Os quindins delaiá .
Palmeira triste .
Quando eupenso naBahia .
Quero dizer-te adeus .
Rio ~ .
Risque .
Semela .
Sobe meu balão .
Trapo de gente .
Tu qué tomá meu home .
Upa-upa (Meu trolinho) .
Vão pro Scala de Milão .
Vou àPenha , .
Volume 2
Ary-de todos, meu Ary Dorival Caymmi 6 Entre amigos _... 8 Entrevista imaginária Sérgio Cabral 12
MÚSICAS
o
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O Anistia __ __ _ __ _ __ _..__ ~Aquarela doBrasil _ . Aquarela mineira _ _ . Aula de música _ _ . Bahia __ _.. __ _. Boneca depiche __ . Caboca __ __ . Camisa amarela __._ _ _ __ _ .Canção em tom maior _ _ .
Cem por cento brasileira _ ~ __..
Cinco horas damanhã _._ .
Coisas docarnaval _ _._ .
Dá nela _ - - - .
De qualquer maneira __._ __ _ _.._ .
Deixa omundo falar __ _ .
~il~;~:gã~ ..::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::. .E mentira, oi . Escrevi umbilhetinho _ . Eu nasci no morro . Eusonhei _._.._ . Faixa de cetim .
Falta um zero no meuordenado .
Flor tropical _ _._._ _.
Forasteiro _ _ ._ .
Grau dez _ .
laiá boneca _ _ .
stoaqui o que é .
aria _ _ .
Menina que tem uma pose _ .
Meu amor não me deixou _ .
Na batucada da vida _ . No tabuleiro dabaiana _ Novo amor _ _ _ _ . OBrasil háde ganhar . Ocultei _._._ _ . Perdão .._ .
~Por causa desta cabocla .- .
'iPra machucar meu coração _..
Rancho dasnamoradas _ .
7Rio deJaneiro (Isto é omeu Brasil) .
Salada mista _ .
Segura esta mulher .
Sentinela alerta _ .
Terra seca .
Tu _._ .
Um samba em Piedade _
Vamos deixar de intimidade .
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...
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Minha mulher Stella,
filha
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Veja
o que é
o destino!
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Caymmi,
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preferida e
parenta do
querido e
admirado Ary
Barroso.
Fui
ver meu Ary na casa
de saúde.
Dei
u
m beijo
nele; saí
.
Deus é
mais!
Dorival
Caymmi
Rio,
25
-
Nov.
-
1994
(Sexta-feira)
Entre
'amigos
1,
o
time defutebol emUbá, ogoleiro Ary nocentro,de óculos, 1918.
2.Ary com a seleção brasileira defutebol, 1937. 3.Arycom Mário Lago, década de 40. 4.Ary Barroso com Lupiscínio Rodrigues, 1946.
7.Ary e Mary Anderson, EUA,1944.
8. 3' idade Ary para os EUA,com os amigos nonavio Brasil, 1949. 9. Ary com a atriz Vivian Blaine, EUA,1944.
6. Ary com Carmem Miranda e Max Gordon, EUA, década de 40.
Entre amigos
1.Ary com o cantor Edson Lopes, 1953. 2.Ary com Manuel Bandeira, década de 50.
3.Ary com a atriz Heloísa Helena, 1958.
4. Arycom os amigos Sílvio Caldas, Floriano
Faissal eFernando Lobo, década de50.
6.Ary com o cantor Ernani Filho, Argentina, década de50.
7.Ary Barroso e a cantora Luciane Franco, 1960.
8.Ary com Dircinha Batista, década de50.
9.Arycom o time do Bangu no México. Em destaque de camisa branca o zagueiro Zózimo, 1958.
Songbook o AIyBarroso
Entrevista
Imaginária
I
Ary B
ar
roso
E
sta'"entrevista" foi baseada em pronunciamentos feitos por Ary Barroso em artigos, crônicas, reportagens e até mesmo em entre-vistas que concedeu durante a sua longa e vitoriosa carreira. Nada do que é atribuído a ele neste trabalho foi inventado. Recuperando confissões, conceitos e desabafos do grande com-positor, radialista, jornalista, homem de televisão, boêmio, vereador durante quatro anos e chefe de farnília, acredi-tamos oferecer aoleitor a oportunidade de conhecer melhor uma figura de forte personalidade, amante da polêmica, ciclotímico em 'matéria de humor e sempre muito franco. A palavra, por-tanto, está com Ary Barroso:SÉRGIO CABRAL - Os mineiros
dizem que você, nascido em Minas Gerais, preferiu ser cidadão carioca e compositor baiano.
ARY BARROSO - Eufiz a Aquarela
deMinas Gerais, mas osmineiros não deram a menor importância.
SÉRGIO - Então, por que você compôs tantas músicas para aBahia?
ARY - Outro erro em que incidem é o de suporem que descobri musicalmente aBahia. Não é verdade. Euéque me descobri na Bahia. Os seus ritmos, os seus candomblés, assuas capoeiras, sua gente, em geral, foram uma revelação para mim. Fiquei de talmodo impressionado que ojeito foi
exteriorizar a minha admiração através damúsica.
SÉRGIO - Soube que você ganha
muito dinheiro com direitos autorais. É verdade?
ARY - Tenho, pelo menos, 15 músicas executadas diariamente no Brasil inteiro: Aquarela doBrasil, Na
Baixa do Sapateiro, No Rancho Fundo, Faceira, Maria, Morena boca de ouro, Tu, Por causa desta cabocla, Brasil moreno, No tabuleiro da baiana,
Boneca de piche, Terra seca, Ocultei,
Maria das Dores, Risque, além de outras menos popularizadas. Com tudo isto, ganho uma média de Cr$ 19mil. Há colegas, semesse repertório, que tiram de Cr$ 30mil a Cr$ 40 mil. Tá?
Ary Barroso, Rio,1959.
SÉRGIO - Por sinal, Antônio Maria anda dizendo que você está rico.
ARY - Para Antônio Maria ler: possuo um automóvel Chevrolet, modelo 1953, cujo acabei de pagar há dois meses mais oumenos (foram 20 prestações), umrádio, uma televisão, um piano, uma geladeira, trens de cozinha, tapetes, meu busto de bronze
Um smoking
para pagar
em cinco vezes
(presente deamigos como Simões de Castro), algumas garrafas de scotch (que acabarão), uns temos, um smoking
novinho que mandei fazer para pagar em cinco vezes ... que mais? A casa onde vivo, um pequeno sítio em Araras, dois lotes noVale doSol e duas posses em Gramacho, que não me pertencem mas aos meus filhos Flávio e Mariúza. Gostou?
SÉRGIO - E a saúde como vai?
ARY- Fui ao cardiologista. Trecho
das prescrições médicas: fumar, no máximo, 10cigarros por dia (eufumo três maços) eevitar preocupações sérias (ando cheio delas). Posso tomar
scotch puro, moderadamente (bebo com soda e quase sem moderação). E daí?
SÉRGIO - Está, pelo menos,
fumando menos?
ARY - Sóeusei quanto tenho sofrido.
SÉRGIO - Mas você está resolvido a deixar defumar?
ARY - Ando fumando
exageradamente. Tenho ensaiado diminuir ofumo. Fico no ensaio. Não tenho oque se chama força de vontade. Além do mais, quem deixa defumar assim, de estalo, desanda a engordar que nãopára mais. Lamartine Babo engordou. Carlos Frias engordou. Quem mefez ficar de boca aberta foi o Geysa Bôscoli. Era tão magro quanto o Héber deBôscoli. Agora está enorme. Engordou 16 quilos! Não fuma nem bebe mais o seu chopezinho. Engordou
Songbook
o
Ary BarrosoSongbook
o
AryBarrosoAngela Maria e Ary,comemorando otricampeonato do Flamengo,
i
95
5
tanto que começou a fazer regime para emagrecer. Fico, pois, nesse dilema terrível: fumo ou nãofumo. Fumando, como estou, prejudico-me; deixando de fumar, engordarei como umbalão. O
melhor édeixar como está para ver como éque fica.
SÉRGIO - Vaicontinuar fumando?
ARY - Tem dia que chego anão comprar nem um macinho. Não consigo, ébesteira. Vocês querem ajudar-me? Que devo fazer?
SÉRGIO - É verdade que você vai
operar o estômago?
ARY - Meu médico, além de me aconselhar uma operação, mepediu os
.seguintes exames: radiografia seriada do estômago edo duodeno, hemograma de Shilling, azotemia, proteínas
parciais etotais, ovos, parasitas.
Positivamente, virei laboratório.
SÉRGIO - De vez emquando você se
recupera emseu sítio deAraras, o
Madrigal.
FOTOS ARQU!YQMARlUZABARROSQ
Ary e Aracide A1meida, Rio,1953
ARY - Para quem vive cheirando gasolina queimada, para quem vive comendo picadinho em boates, para
quem sente odever de trabalhar diariamente em busca de notícias, para quem passa asnoites ouvindo as
mesmas músicas, vendo as mesmas caras, conversando osmesmos assuntos, para quem éincorrigível
Fug
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na
noit
e triste
de
f
inados
espectador da Yanity-fair, película seriada quejá não provoca tantas emoções, para quem a monotonia dos elogios mútuos anda gerando a monotonia davida, para quem vai ao Jirau, ao Sacha's, doFarolito ao Beguin, doBeguin aoJirau, do Jirauao Sacha's e, às vezes, à cama, para quem
vive no Rio, afinal, sair, de vez em quando, ébom.
SÉRGIO - E temsaído?
ARY - Foioque fiz. Fugi nanoite triste de Finados eme embrenhei pelo mato adentro. Fui aoMadrigal. Um silêncio saudável. Silêncio decoisas vivas. Silêncio das águas crespas do lago. Silêncio com cheiro demel
silvestre que reconforta ospulmões. E, senão houver silêncio, há o canto do sabiá. Há o sussurro dovento
brincando com oleque dos coqueiros.
Há o marulho dorio que continua
querendo abrir caminho entre as pedras
que algum cataclisma antiqüérrimo jogou no seu caminho. Há odia longo
que começa às oito horas e acaba às 18, oumais tarde, à vontade do sol.Há
também umbiriba familiar, pretexto
para oshomens sedivertirem e as
mulheres aprenderem a contar. Saicada
briga! E, depois, há o sono-sono, sem pílulas, sem pulgas e com dois cobertores. Agora, voltei. Voltei e estou aqui. Continuemos. Não há
Soogbook
o
Ary Barroso-Ary, Aloísio deOliveira e Haroldo Barbosa. Entre elesa primeira mulher deAloísio, 1948
remédio. Meus amigos, bom dia! SÉRGIO - Você éumgrande
boêmio, um homem da noite. Continua freqüentando as boates doRio?
ARY - Pergunto: há vida noturna no Rio deJaneiro? Se vida noturna é freqüentar os mesmos bares, correr os mesmos restaurantes, veras mesmas caras, ouvir os mesmos cantores com asmesmas músicas, assistir aos mesmos shows, discutir osmesmos assuntos - se vida noturna éisso, a vida noturna carioca é formidável. Entra ano, sai ano, é amesma. Devez em quando, aparecem um Lido, uma Amália Rodrigues, um Sílvio Caldas ou uma Elizeth Cardoso. Passaram
depressa e tudo retoma àtranqüilidade clássica.
SÉRGIO - Quer dizer que étudo igual?
ARY - As variações são mínimas.
Tudo escurinho. Jáse sabe que o amor adora meia-luz. Um pianista, uma
cantora, o barman, adose raquítica de uísque, o preço gordíssimo, aves noturnas tresnoitadas. Vazio, obar parece o corredor daSanta Casa. Cheio, pouca diferença de um mercado de peixe: gritaria. O carioca não sabe conversar baixinho. Ea fumaceira? Os olhos ardem até aslágrimas. Eo freguês chatíssirno que nos abraça
Saber beber
não é coisa
assim tão fácil
vigorosamente oito vezes e nos conta a mesma história quatro?
SÉRGIO - É gente que não sabe beber.
ARY - Saber beber não é coisa assim tão fácil. Pode-se mesmo aquilatar a classe do boêmio observando a sua maneira de beber. Não se trata de saber se elepega o copo assim, se bebe tudo deuma vez, se gosta de mais ou menos
gelo, se prefere água mineral oucl ube-soda. Nada disso. Saber beber é conservar asua personalidade depois do quinto scotch. Admite-se mesmo que o bebedor fique mais falante, excessivamente gentil, ou que não fale com ninguém, limitando-se adialogar consigo próprio oucom um
personagem qualquer, invisível. Quem não sabe beber fica chato, valente, grosseiro, barulhento, brigador, quando não dápara insultar os garçons ou para quebrar copos. Corro dessa gente como o diabo dacruz. Infelizmente, os maus bebedores andam proliferando.
SÉRGIO - Você émuito assediado na noite?
ARY - Estou com umamigo, tranqüilamente, tomando o meu scotch,
láno canto dobar. Chega um camarada que nunca vi mais gordo e começa:
"Ary, você não me conhece. No entretanto (sic), vim falar com você assim mesmo, para lhe perguntar por
Songbook o Ary Barroso que você
é
tão grosseiro com oscalouros." Tenho uma explicação, mas ocamarada nãodeixa eprossegue:
"Aliás, aopinião demuita gente éque você não passa de um sujeito
pretensioso." Começo a me
impacientar. E tome: "Com um ar de celebridade, nãodando pelota a ninguém etc. etc." Olho o relógio, vou pedindo a conta, vou-me desculpando com toda humildade, deixando uma explicação rápida, e caio fora.
Minhas noites
estão ficando
muito c
h
atas
SÉRGIO - Para onde você vai? ARY - Vou para outro bar. Logo na entrada, souinterceptado por outro desconhecido, já um pouquinho alto. Agarra na gola do meu paletó, leva-me bem junto dele egrita dentro do meu ouvido. O homem quer saber se me lembro dele, deuma vez, no Teatro Alhambra, quando ele assistiu à revista
Segura esta mulher. Quero dizer algo, mas o camarada não deixa: "Você ficou importante. Não liga mais para os pequenos." Com jeito, consigo desembaraçar-me das mãos do desconhecido. Outra desculpa ... e rua! SÉRGIO - Gentefamosa como você está sempre enfrentando essas coisas.
ARY - Noutro dia, foi uma senhora. Em pleno restaurante (eucomia meu franguinho), saiu lá do seuconforto, agachou-se àminha frente (sim, senhores, agachou-sei) equeria, atodo custo, que eu cantasse (sim, senhores, . que eucantasse!) Camisa amarela. Não háquem agüente! Não cantei e a senhora voltou àsua-mesa dizendo que eunão passava de um "orgulhoso" e que fiquei assim depois que me. condecoraram. Que me dizem os amigos? De minha parte, juro que sou -u~ homem depaciência requintada. O diabo éque minhas noites estão ficando muito chatas.
SÉRGIO - E ainda têm aquelas pessoas quepedem para você tocar piano.
ARY - Aviso importante: quando estou matando tempo num bar, só vou ao piano quando quero. Não estou ali para divertir ninguém. Deforma que, por favor, não insistam para que eu
FOTOS ARQUIVO MARJUZA BARROSO
- .
Ary Barroso eVi lia-Lobos,condecorados comaOrdemNacional doMérito, 1955
toque. Éhorrível.
SÉRGIO - O que éque você consome nanoite?
ARY - Não bebo coquetel de qualidade nenhuma. Gosto de um gim -tônica pela manhã. Só bebo uísque com soda e,assim mesmo, depois das 19 horas. Detesto champanhe. Não gosto de "abrideiras". Só tomo uma espécie
Araújo, o rei da embolada. ARY - Éassim que o Manezinho Araújo come ~arapatel: espalha o sarapatel noprato. Cobre com boa camada de farinha de mandioca. Quantidade suportável de pimenta ... e manda! Para acompanhar, cerveja gelada. Dá até água naboca.
SÉRGIO - Você andou gripado. Já
está bom?
ARY - Tomei café comcafiaspirina, cabeça no travesseiro, cobertor em cima epé na tábua. Três horas mais tarde, estava bom. A gripe não arranjou nada comigo. Ouísque conserva os corpos mortos, quanto mais os vivos.
SÉRGIO - Se o uísque for de boa procedência ...
ARY - Ainda se vende uísque falsificado nesta cidade. São uns ladrões! Cobram os olhos dacara e ainda nos arrebentam o estômago e a cabeça com as suas porcarias. Por onde
Gosto de um
gim
-
t
ôn
ic
a
pela manhã
de sopa: pavesa. Gosto de frango, inteiro, quente, para comer com a mão. Cerveja, sópreta, para misturar com o chope em taça grande. Não gosto de comer sozinho. Quando não tenho fome, é só apreciar Antônio Maria que a fome aparece.
SÉRGIO - Outro comilão que deve abrir o apetite dos outros é Manezinho
Songbook
o
Ary BarrosoDorival Caymmi,Vinicius de Moraes e Ary Barroso entre amigos,década de 60
anda a Saúde Pública que ainda não
deuincertas em algumas casas da
noite? A ganância dos inescrupulosos
não temlimites. Será que os bares e boates sãoterritórios interditados à ação das autoridades?
SÉRGIO - Como você consegue trabalhar tanto, sepassa as noites bebendo nas boates?
ARY - Vou dar uma receita
admirável.
É
ótima para quem bebediariamente oupara quem tem medo de
beber por causa dofígado: extrato
fluido deboldo, 30gramas; extrato fluido de jurubeba, 30 gramas. Uma
colher de chá pela manhã e outra à
noite. Bom proveito.
SÉRGIO - Vocêgosta da música que as boates estão tocando?
ARY - Amanhã ireiauma gafieira.
Preciso veraqueles pares sambando. O mestre-sala manobrando. O trombone
chorando. A cerveja entornando. Os
cabelos esticados brilhando. Quando, periodicamente, dava um pulo no Elite, era mais compositor e compreendia melhor o sentido exato do samba com telecoteco. A música de boate convida à melancolia. A música de gafieira espanta as mágoas e é mais Brasil. Vou
lá. Mas vou todo! Depois euconto. SÉRGIO - Diga-me onome de uma
A
m
ús
i
ca
de gafieira
é mais Brasil
cantora que você goste. ARY - Elizeth - refiro-me à Cardoso. Artista de raça. Voz suavíssima e convincente. Note-se umcerto alheamento deElizeth por essa coisa importante que sechama
repertório. Quando Elizeth se dedicar à seleção de um repertório de categoria,
de acordo com as suas emoções e com
seu feitio artístico, dificilmente será superada.
SÉRGIO - Dos novos compositores, de quem você está gostando?
ARY - Bárbaro esse Antonio Carlos
Jobiml O homem compõe de fato. SÉRGIO - E dos cantores novos?
ARY - João Gilberto éumcantor que
me tem impressionado muito.
SÉRGIO - Pelo visto, você gosta da
Bossa Nova.
ARY - No Brasil, a Bossa Nova fez
sucesso mas não enpolgou as massas.
Fez sucesso nainterpretação dealguns dos seus expoentes. Mas ninguém
ainda canta ouassobia aBossa Nova
nos bondes. Um amba desse estilo,
porém, foi bem recebido pelas massas:
Afelicidade, deTom Jobim e Vinicius deMoraes. Nenhum outro repetiu esse êxito. ABossa Nova prossegue circunscrita acertas áreas, enquanto os
Songbook oAry Barroso
Ary comacantora mexicana Maria Antonieta Pons,México, 1953
Brasil ainda são Adelino Moreira,
Nélson Gonçalves e Orlando Dias. SÉRGIO - Qual o problema da
Bossa Nova?
ARY - Não é porque a Bossa Nova seja de má qualidade e, sim, porque avançou demais no tempo. Está a alguns quilômetros na frente do povo. SÉRGIO - Mas elaestábrigando
para se impor.
ARY - Na verdade, não é só a Bossa Nova que está lutando por um lugar ao sol. É toda a música popular que vem sendo passada para trás pelo twist e pelo chá-chá-chá. Eu ficaria tranqüilo se as minhas músicas fossem
ignoradas, não em benefício da música estrangeira, mas da Bossa Nova, que, pelo menos, nada tem de exótica. SÉRGIO - Orádio toca muita
música estrangeira.
ARY - Temos vencidomuitas
batalhas no exterior: o bicampeonato de futebol, a vitória da mediação
brasileira na guerra fria União
Agora, ao receber a condecoração, fico pensando que estou vivendo os melhores dias de minha vida. Se o
Itamaraty achou que mereço amedalha, éporque, de alguma maneira, fiz
alguma coisa por minha terra. SÉRGIO - Por que você deixou de compor músicas para o carnaval?
ARY - Já estou cansado de explicar
osmotivos pelos quais me retirei do chamado páreo carnavalesco. Em respeito aomeu patrimônio artístico e
aos meus cabelos brancos, recolhi-me e não penso em voltar. Salvo seo
ambiente sofrer radical filtragem, coisa
que não acredito.
SÉRGIO - Yinicius deMoraes voltou
da Europa. Já esteve com ele?
ARY - Até que enfim consegui botar
osolhos no Vinicius. No ameno
Vinicius deMoraes. Está a mesma
coisa. Abraçou-me, deu-me um beijo.
Um poeta como Vinicius pode até me beijar. Tomara que ele me pegue
poesia. Está "sorvendo" direitinho.
Ary e Carmem Miranda, EUA, 1944
SoviéticalEstados Unidos/Cuba, a
Palma de Ouro conferida aofilme O
pagador depromessas, emCannes, e o
novo prêmio conferido aomesmo filme
em São Francisco, Califórnia. Por que nãohaveremos também deganhar
algumas vitórias internas, a começar pela batalha da música popular? SÉRGIO - Oque foi que você disse
para opresidente Café Filho, quando
Um poeta como
Vinicius pode até
me beijar
ele o condecorou com aOrdem
Nacional doMérito?
ARY - Osamba subiu muito,
presidente.
SÉRGIO - Qualfoi a sua reação
quando soube que iriaser
condecorado?
ARY - No princípio, eu estava
pessimista, pois sempre achei a Ordem do Mérito uma coisa muito séria.
Songbook
o
Ary Barroso,
•
Ary,Walt DisneyeAdalgisa Nery,EUA,década de 40
Iremos ter noites magníficas.
SÉRGIO - Como um legítimo
carioca, embora nascido em Minas
Gerais, oque você acha dessas
mudanças denomes de rua?
ARY - Jáhouve atéuma tentativa de mudar onome da Rua da Assembléia para República do Peru. O desinteresse do público foi tão grande que o Executivo se viu obrigado arecolocar a placa "Rua da Assembléia" edar auma rua de Copacabana onome de
República doPeru. Antes dis o,chegou ao Rio um coestaduano meu. Na esquina daRua da Assembléia com a Avenida Rio Branco, indagou deum português que passava na ocasião: "O senhor pode me dizer onde fica aRua da Assembléia?" O português
respondeu: "Ora, rapaz, aRua da Assembléia fica exatamente aqui." Disse, então, omineiro: "Mas aliestá escrito Rua República do Peru." Resposta do português: "Está escrito Rua República do Peru para se
pronunciar Rua da Assembléia."
SÉRGIO - Você éum pioneiro não apenas na música popular e no rádio. Como vereador, foi de sua autoria um
projeto criando acoleta seletiva de
lixo, um tema que só seria discutido 40 anosmais tarde. Além disso, você se
preocupou com a ecologia, quando ninguém usava esta palavra.
ARY - Para deixar à vista o cortiço
o
sacrificio
de uma árvore
de 300 anos
mais ignóbil quejá se construiu nesta
pobre terra, alionde era oHotel dos
Estrangeiros, aprefeitura permitiu que
se sacrificasse uma árvore de 300 anos,
que dava sombra, que tinha ninhos, que
foi testemunha de acontecimentos
empolgantes da vida brasileira, inclusive o assassinato de Pinheiro Machado. Gente cega! Gente impiedosa! Lá está debruçado, em
pedaços, o tronco varonil. Asraízes
ainda fortes obastante para suportar O
pesode mais de dois séculos. As outras
duas irmãs da morta aguardam, de
galhos abertos, em prece, a suahora. O
homem é uma besta!
SÉRGIO - Dorival Caymmi já voltou
desua temporada paulista. Já esteve com ele?
ARY - Ainda não botei asbotucas no Dorival Caymmi, desde que retomou
aolar antigo. Façamos uma idéia de
como estará: mais gordinho, cabelos
branquinhos, bem queimado (o solde
São Paulo queima àtraição), de bom
humor, com roupa nova ealguns
sambas magníficos. Quero vê-io. Me
telefona, Dó!
SÉRGIO - Ary Barroso, para
terminar, quero fazer aseguinte declaração: você não morre nunca.
ARY - Sou eterno porque Deus me
quis assim.
Ary Barrosono maracanã irradiando futebolcomsua famosa gairinha, décadade50. Songbook O Ary Barroso
ARYBARROSO Songbook
o
AryBarrosoAula de música
D7 G7 Bb Ab A7(b13)
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Pe ga a via Ia E a aI-ma assim conso-Ia Lá ra ra ra ra ra ra Eu que
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Rua doOuvidor, 183/1°andar - Rio deJaneiro -Brasil
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ARYBARROSO
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/ / Bm7 F#7/C# dias de foli a
D/F#
Seu doutor
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D/A D7/A C#7/G# C7/G F#m7(bS) / B7(b9)não faça isso, por favor Na prisão, basta só meu
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co-ração Por is-so é que eu peço Anisti a Anisti a Nos três dias de
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foli a Seu doutor não faça isso, por favor Na prisão,
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basta só meu co-ração Passo a vida no baten-te Ali, rente, somente
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Bm/D F#7/C# Bm7 B/A Em/G/
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por----que sei Que o trabalho é na-tural Seu doutor quero ir
G#<' D/A Am6/C B7
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A7(#S)simbo ra É hora, lá fora co-meçou Minha festa, o car-naval Ai, seu doutor
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D7(9) G6 / / G7 F#7 / Anisti a Anisti a Nos três/
dias de / Bm7 F#7/C# foli a G6 doutor nãoSongbook
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G7faça isso, por favor Na prisão, basta só meu co-ração
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Meu amor tá me es-peran--do
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chorando, passando um pierrô Que comprei à pres-taçãoBm/D F#7/C# Bm7 B/A Em/G
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/
G#o D/A Am6/C B7Seu doutor, por pi---eda de É mal-dade essa grade
/
E7(9)/
/
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A7 / A7(#5)/
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D7(9) G6/ /
G7 F#7se-parar De mim o meu co-ração Anisti--a Anisti a Nos
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Bm7 F#7/C# Bm/D D/F# G6/
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D/A /três dias de foli a Seu doutor não faça isso, por favor
B7(b9)
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Na prisão, basta só meu co--ração D7(9) G6 G6 G7~
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AryBarrosoAquarela mineira
ARYBARROSO
Eb~ Bbl(9) Bb7(b9) Eb/G GbO Fm7 C7(b9) F7(13)
F7(b13) Gm7 C7(9) Fm7(9) E7(9) Bbm7 Eb7(9) Eb7(b9)
Ab7M Ab6 Abm6 Db7(9) Fm6 Bb/ Ab Gm7(bS)
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F#o C7(#9) F7(9) Bb7(13) Eb6 Cm7(1l) Cb7(#1l)
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AryBarroso Eb~ _e--gras,/
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Bb~(9) sua dos Bb7(b9) Dos negros Dos negros Eb/G .:ansa-dos/
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de ca-pinar Fm7 / C7(b9) / Fm7 Ba--te o/
monjolo A C7(b9) cadên cia do/
milho Fm7/
C7(b9)/
F7(13) F7(b13) Bb~(9) Bb7(b9)soca do "Moleque, olha o ga-do, ainda está no curral! Põe pra
Gm7 C7(9) Fm7(9) E7(9) Eb~
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Bb~(9) Bb7(b9) Eb~/
pastar!" Ro---da o engenho de ca na, de cana caia--na É de Bb~(9) manhãnzi nha Bb7(b9) Bbm7 / A vida come ça na Eb7(9) Eb7(b9) Ab7M /fa-zenda da Barri nha
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Bb/Ab Mi nas Gerais Oh, meu Minas Gerais! Se eu pudesse voltarI
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a trinta anos a-trás Tocava os meus bo-is Fumava escondi do entre os cafezais
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Oh, FitO / tempi-nho Eb/G C7(#9) F7(9) Bb7(13) bom que não vol ta Eb6 ma--is / / / Eb7(9)I /
/ / / / / / / / / / / / / Bbm7 / Eb7(9) / Ab7M / Ab6 / Bbm7 / Eb7(9) / Cm7(1l) Cb7(#11) Bbm7(ll) A7(#1l) Ab6/ AO / Bbm7 / Eb7(9) / Ab6/C / Em Minas Gerais tem Tem fer ro, tem ouro,BO
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tu-tu Tem ga-do ze-bú Tem também umas toa das AI-ma
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Cm7 F7(b9) Bbm7 Eb7(b9) Cm7(bS) so-nora das quebra das Encanto das noites de luar E/ F7(b9) / Bbm7 / F7/C / Dbm7 / a histó ria do Brasil Tem muitas Gb7(13) páginas G7(13) Ab6 herói---cas, / Db7 / Cm7 / B7 / Bbm7 i-mortais Escri--tas com sangue minei ro / Dbm6 Salve o meu / Cm7 F7(b9) Esta do de Bb7 Eb7(b9) E/D / / / / / / / / / / Eb/Db Ab6/C / / Eb/Db Ab6/C Mi--nas Gerais! Ebg Bb~(9) Bb7(b9) Ebg Bb~(9) Bb7(b9) Eb/G
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AryBarrosoAquarela do Brasil
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E6 / / / / / / / EO / / / / / / / E6 / / / / / / /Bra-sil Meu Brasil bra-silei-ro Meu mulatoin-zonei-ro Vou cantar-te nos meus D7(9) / C#7(9) C#7(b9) F#m7 / B7(9) / F#m7 / B7(9) ver sos O Brasil, samba que dá Bamboleio que faz / F#m7 / gingar O Brasil, B7(9) / F#m7 / B7(9) / E7M / E6 / B~ (9) / B7(9) / E7M / E6 / do meu amor Terra de Nosso Senhor Brasil Brasil Pra
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B~ (9) / B7(9) / E6 E E(#5) E6 mim Pra rrurn E E#(5) E6 E E(#5) E6n
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E E(#5) E6 E E(#5) E6 E E(#5) E6 E E(#5) F#m F#m F#m (#5) abre a cor--ti--na do pas--sado Ah,J
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F#m6 F#m F#m(#5) F#m6 F#m F#m(#5) F#m6 F#m F#m(#5) F#m6 Tira a Mãe Pre ta do ser--radoF#m F#m(#5)
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meu amor Terra de Nosso Senhor Brasil Pra mim
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E6 E E(#5) E6 E E(#5) E6 E E(#5) E6 E E(#5) E6 Pra mim Pra num E E(#5) E6 E E(#5) E6 E E(#5) E6 E E(#5) F#m F#m F#m(#5) F#m6 F#m F#m(#5) F#m6 esse co-quei-ro que dá co-coJ
F#m F#m(#5) F#m6 F#m F#m(#5) F#m6 F#m F#m(#5) F#m6 F#m F#m(#5) B7Onde eu a mar--ro a mi-nha re---de Nas
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noi-tes ela-ras deI
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sacrifí--cio Bahi--a, ter-ra do coco ba-baçú Bahi--a, que tem
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mu-queca e umbú Baia--na tem mandin-ga Ba-iana tem feiti-ço Eu sou da
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pan-deiro e cai no cho--ro Roda o tundá, bota a chine--la Cai num desa-fio Integrando o
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AryBarroso Bahia G7 C7 F6 D7 Gm7 G7 Gm7 C7 F6 D7 D7 Gm7 G7~
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AryBarrosoBoneca de piche
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D
Bb
Venho da-nado com meus
D
/
quen-te Quase
/
enforcado no Venho
D(#5) D6 meu colari--nho
/
G6
empur-rando quase
I
/
/
A7I
toda a gen-te Eh! Eh! PIa ver o meu
D / A7/E A7
benzi-nho Pra ver o meu
D / A7/E A7
benzi-nho PIa ver o meu
D benzi-nho
/
Nego tu
/
Bb
D/
vem quase num arran-co Cheio de
I
dedo D(#5) dentro dessas D6I
lu--va Bem que o G6 di-tado diz:I
"nego deI
bran-co/
Eh! Eh! A7 ÉI
sinar de D / A7/E A7 chu-va É si-nar D / A7/E de chu-va A7 É si-nar D de chu-va" / Bm7 Da cor / Em do aze-viche/ I
B7/D# Em / A7I
D7MI
D A7/E D/ B7I
Em /I
B7/D# Em Da ja-boti-caba Bo-ne-ca de piche / A7 / É tu que me B7 aca--ba Sou/
preto e meu A7/E gos to A7 Nin-guém meD
contes-ta Mas/
há muito A7/E bran co Com A7 pinta D na tes-ta Sou/
preto e meu A7/E A7 gos to Nin-guém me D contes-ta/
Mas há muito A7/E bran co Com A7 pinta na D tes-ta/
TemI
português assim nasB
b
D
minhas á-gua/
Que culpa eu/
tenho de sê D(#5) bo-a D6 mula--ta/
Nego, se G6 tu borrece asI
minhas/
má-goa/
Eh! Eh! A7 / Eu te dou a D ia-ta Eu te A7 DI
A7/E A7 dou a ia-ta Eu te dou a D ia-taI
Não/
me farseia, óBb
mui-éD
/
cana-ia Se tu me/
engana vai D(#5) ha-ver banzé D6 / Eu te G6 sa-peco dois/
/
/
rabo-de-arra-ia Eh! Eh! A7 / E te pisoD
/
o pé A7 te pisoD
I
A7/E o pé E te A7D
/
piso o pé Da Bm7 / Em cor do aze-viche / / B7/D# Em/
Da A7 / D7M / D A7/E DI
B7 / Em ja-boti-caba Bo-ne-ca de piche / / B7/D# EmI
A7 Sou eu queI
B7 / te aca--ba Tu é pretoG6
A
7
DA
7/
E
A
7
Songbook
o
Ary BarrosoA
7
/
E
A
7
D/
A
7
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E
A
7
De teu gos to Nin-guém te contes-ta Mas há muito bran co Com pinta na tes-ta Tu é
/
A
7
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E
A7
D/
A
7
/
E
A
7
Dpreto e teu gos to Nin-guém te contes-ta Mas há muito bran co Com pinta na tes-ta
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D B~ D D D (#5) D 6~i
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D A7tE A7I'
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Bm
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DCopyright byIRMÃOS VIT ALE SIAINDÚSTRIA E COMÉRCIO
São Paulo -Rio deJaneiro -Brasil. Todos os direitos autorais reservados para todos ospaíses.
Songbook
o
Ary BarrosoCaboca
ARY BARROSO E JOSÉ CARLOS BURLE
Ab6 AO Db7 C7 Fm7 Bb7 Eb7
Eb6 Abm6 GbO Gm7(b5) Fí
VI
1
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I I
I
i vi i)
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Introdução: Ab6
I
AOI
Eb/Bb Db7 C7I
Fm7I
Bb7I
Eb7I I
I
Ab6I
AOI
Eb/Bb Db7 C7I
Fm7I
Bb7
I
Eb6 Abm6 Eb6I
Eb6I
Cabo---ca Quando GbO os teus Bb7/F o-lhos me Eb6 olha--ramI
E teus GbO braços Bb7/F me Eb6I
abraça--ram GbOI
Fm7I
Bbm/Db C7 Fm7I
Gm7(b5) C7 Fm7I
Quase que me enlou-queci Cabo---ca Da bo ca chei--a de viço
C7
I
F7I
I
I
Bb7I I I
Eb7I
I
Me pu-seste um tal feiti---ço Que nunca mais te esqueci Cabo---ca Fugi pro meio
I
I
I
I
I
I
I
I
I
Ab6 C7/G Fm7I
Abm/Cbdo ma-to Sem saber que teu retra-to Trazi-a no cora---ção Cabo ca
I
I
I
Eb/BbI
C7I
Fm7I
Bb7Que nas curvas do cami nho As cur-vas do teu cor--pinho Me vi-nham à
I
Eb6I I
Eb7 Ab6I
C7/GI
Fm7I
Cm/Ebimagi-nação Cabo---ca Sapo-ti de sei-va for--te Das ma tas virgens
I
Bbm/Db do Nor teI
F7/CI
Perfu-madas co-mo quê Bbm7 F7/ A Bbm7I
DbUVFb Cabo caI
I
CabocaI
Ab7MI
Ab6 Fm7 Bb7I
I
I
Bbm7I
Eb7(#5)simpli-cida de Nem mes--mo a-qui na ci-dade Posso de ti me esquecer
III
Ab6I
C7/GI
Fm7I
Cm/EbI
Bbm/DbSongbook
o
AryBarroso Coisa F7/C i-gual/
não po-de haver Bbm7 F7/ A Bbm7 / Dbm/Fb / / Cabo ca É o Brasil bem / Ab7M / bra-silei ro Brasil Ab6 Fm7 ver-de, Bb7 hospita-Ieiro / Eb7 /Que des-cubro em
Ab6 você Eb6 Eb6 Gbo Bb7/F Eb6 Gbo Bb7/F
~
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·
~
Gm7(~5) C7 Fm7 C7 F7~.~
---.
/
Ab6~
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C7/G Fm7 Eb7 Ab6 C7/G~§~
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Songbook
o
Ary Barroso Fm7 F7/C B~m7 F7/A Fm7~
I
~~7 B~m7 E~7(ls) i_
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~~~fr~~I:~y~
n~m7Copyright byIRMÃOS VITALE SIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO
SãoPaulo -Rio de Janeiro -Brasil. Todos osdireitos autorais reservados para todos ospaíses. Alirights reserved. International Copyright Secured.
F7(#5) Bb~ (9) Bb7(9) Bb7(b9) Eb7M(9) Eb~ G7 Songbook OAryBarroso
Camisa amarela
ARYBARROSO Bb7M(9) Ab7(9) Gm7 Db7(9) Cm7(9) F7(13) F7 Bb~ Dm/ A Am7 C7(b9) F7M F/ A Ab" C7(9)I II
I
I
mi
l
t
i
I
C~(9) C#" E" Dm7 Bb6 Db" Cm7 Bb7M(9) Ab7(9) Gm7 Db7(9) Cm7(9)/
F7(13)/
Cm7(9) Encon-trei o meu pe-daço na Ave-nida de ca-misa amare Ia Can-tando a Florisbe Ia,/
F7/A F7 Bb~ Dm/A Gm7 F7(13) Bb7M(9) Am7 Gm7oi! A Florisbe--Ia Convi-dei-o a vol-tar pra ca--sa
C7(b9) F7M
/
F/A Abo Gm7/
C7(9)/
em minha companhi--a Exi-biu-me um sor-riso de iro-nia E desapare-ceu no turbilhão da
Cm7(9) / F7(#5) / Bb~ (9)
/
Bb7(9)/
Bb~(9) Bb7(b9)GaIe-ria Não estava nada bom O meu pedaço, na ver-dade, es-tava bem
Eb7M(9)
/
Eb~/
G7/D/
G7/
C~ (9)ma-mado Bem chumbado, atraves-sado Foi por aí carnbale-ando Se acabando num cor-dão
/
C7(9) / C#O na mão Mais tarde, EO o encon-trei num GO ca-fé Dm7 Zur-rapa do Ab7(9) Largo da Com um reco-reco G7(b9)/
C~ (9) C7(9) Cm7(9) F7(13) Bb6 DbO Cm7 F7(#5) Bb7M(9) Lapa Folião de raça Be-bendo o quinto copo de cacha~a Vol-touAb7(9) Gm7 Db7(9) Cm7(9)
/
F7(13)/
Cn0(9) / F7/Aàs sete horas da ma-nhã Mas, só na quarta-fei ra Can-tando a Jardinei ra, oil
F7 Bb~ A Jardinei--ra Dm/ A Gm7 F7(13) Bb7M(9) Me pe-diu, Am7 ainda zonzo, um copo Gm7 d'água com
Songbook
o
AryBarrosoo
meu F/A Abo pe-daço estava ruim Gm7 / de fato Pois C7(9)caiu na cama e não
C7(b9) ti-rou nem C7(b9) F7M i-carbona--to
/
Cm7(9) / F7(#5) / Bb~(9)/
Bb7(9)/
Bb~ (9) Bb7(b9)o sa-pato~ E roncou uma se-mana Despertou mal-hurno-rado E quis bri-gar
Eb7M(9)
/
Eb~/
G7/D/
G7/
co-migo Que perigo! Mas não ligo O meu pedaço me do-mina, me fascina Ele é o C~ (9)
/
C7(9)/
C#O EO GO C#O Dm7 Ab7(9)tal Por isso, não levo a mal Pe-gou a ca-misa A ca-misa ama-rela E o-tou fogo G7(b9)
/
CX(9) C7(9) Cm7(9) F7(13) Bb6/
F7(#5)nela Gosto dele as-sim Pas-sada a brinca-deira Ele é pra mim (Meu Senhor do Bon-fim)
B~7M(9) A~7(9) G m7 Dh(9) C m7(9) F7(13) C m7(9)
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F7/A F7 DrnJA Gm7 F7(13) B~7M(9) Am7 Gm7 C7(~9) F7M FIA Gm7 C7(9) Cm7(9) n~~(9) nh(9) nb~(9) nb7(~9) Eb7M(9) ~~}~
F7(~5) G7/D G7 C7(9)~~
..
Ilcm7(9) F7(13)Copyright byIRMÃOS VITALE S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO
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Songbook
o
AryBarrosoCanção em tom maior
ARYBARROSO C B7(b13) Gm/Bb A7 Dm7 Dm/c G7/B
191111
1
1
E7 Am7 Gm7 C7(b9) F6Iltlllrll
A7(b13) Fm6 D#" Ab7M Db7M c/
B7(b13)/
Gm/Bb / A7/
Dm7/
Dm/c/
G7/BEis a-qui uma can~ão em tom mai-or Pra can-tar toda a ale-gria de vi-ver
F/A G7 G~ C
/
Dm7/
C/E/
Em/B C/Bb F/A/
Pra can-tar um certo a-mor Que é a ra-zão do meu so-frer Uma dor que não
Dm7
/
·Fm/Ab/
G7/
C/
B7(b13)/
Gm/Bb / A7/
Dm7mal-trata E que é boa de do-er Melo-dia harmoni-zada ao natu-ral Escu-tando a
/
E7/
Am7/
Gm7 C7(b9) F6/
/
/
F#O/
voz do mestre uni ver-sal, o cora~ão Em quatro tempos se marca O com-passo ideal da/
/ C7M/G/
Gm/Bb/
A7(b13) / A7/
Dm7/ F6/
canção Como em quatro tempos vivemos a vi da In=-terpreta-ção simples da
Fm6 / G7
/
C/
A7(b13)/
Dm7 C G7/B/
C/
B7(b13)/
Gm/Bb/
vi---da La-ra la-ra la-ra la-ra Eis a-qui uma can~ão em tom mai-or
A7
/
Dm7/
/
/
D#O/ /
/
C B7(b13) Gm/~ Dm7Pra can-tar esse po-ema que é meu bem Pra vi-ver com o meu bem
/ G7 / C / / / Dm7 / G7
Songbook
o
AryBarrosoe
B7(~13) GmIB~ A7 Dm7 Dmle G7fB FIA G7 G~3
*i~
~
·
~
§.
~
~
~
e
Dm7 elE / EmIB efB~ FIA Dm7 FmlA~ G7e
B7(~13) GmIB~ A 7 Dm7 E7 Am7 / Gm7 e7(~9) F6 e7M1G GmIB~ A7(~13) A7 Dm7 F6 Fm6 G7e
A7(~13) Dm7e
G7fB /e
B7(~13) GmIB~ A7 Dm7e
B7(~13) GmIB~ A7 G7e
G7 A~7M D~7Me
1
*
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c
P
f
rei:
1"((pc
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*
II
Copyright byEDIÇÕES EUTERPE LTDA.Rua Setede Setembro, 98/3°andar - Rio deJaneiro -Brasil
Songbook
o
AryBarrosoC
em
por cento brasileira
ARYBARROSO
E6 F#m7 B7(9) E7M G#rn7
IIIII
E6
/
/
/
F#m7/
/
/
B7(9)/
/
/
E6/
/
/ /
/
Lá no sul do meu pa-ís Tem uma mo-re-na valente como quê Quê, quê Quê, quê Cem
/
/
F#m7/
/
/
B7(9)/
/
/
E6/
/
/
F#m7por cento brasi-Ieira Gaúcha triguei ra, esse ano é pra vo-cê Pacatapá, é pra vo-cê
/
B7(9)/
E6/
/
/
F#m7/
B7(9)/
E6 / B7(9)/
E7M /Pacatapá, é pra vo-cê Pacatapá, é pra vo-cê Pacatapá, é pra vo-cê Mi--nuano
/
F#m7//
/
G#m7//
/
A7M/
/
/
C#7/
/
/
quando pas-sa Zunindo na vi-dra-ça A gente perde a gra-ça Pois não é sopa, não Pra gaúcha
F#m7
/
B7(9)/
E/G#/
C#7(b9)/
F#m7/
B7(9) / E6/
boa Minu-ano é coisa à toa Puxa o vento e ela en-toa A chimar-rita ao vio-lão Pu-xa o
C#7(b9)
/
F#m7/
B7(9) / E6 vento e ela en-toa A chimar-rita ao vio-lão E6 F#m7 B 7(9) E6 F#m77
1*-~
(
C
B 7(9) E6 F#m7 B7(9)Songbook
o
AryBarroso F#m7 B7(9)-
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6
E6
B7(9) F#m7 G#m7 A7M C#7~~-
F#m7 B7(9) E/G~ C#7(~9) F#m7 B 7(9) E6 C#7(~9) . F#m7 B7(9) E 6 B 7(9)E
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B7(9)E
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B7(9)~~f~
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