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Palavras-chave: Educação Infantil; Teoria Histórico-Cultural; Produções Acadêmicas da Unesp, Unicamp e USP.

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PESQUISAS ACADÊMICAS DA UNESP, UNICAMP E USP (1990 - 2010): REFLEXÕES SOBRE IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL.

Eixo 4: Práticas Pedagógicas, Culturas Infantis e Produção Cultural para crianças pequenas. Jeniffer de Arruda. Orientadora: Elieuza Aparecida de Lima. Faculdade de Filosofia e Ciências – Unesp de Marília, SP. E-mail: je_arruda@hotmail.com

Resumo

Trata-se de percursos de pesquisa bibliográfica motivada pela questão: Quais as contribuições de produções acadêmicas encontradas em fontes de informações digitais da Unesp, Unicamp e USP, para reflexões sobre as implicações pedagógicas da Teoria Histórico-Cultural para a Educação Infantil? O estudo pautou-se em buscas em bases de dados digitais da Unicamp, da Unesp e da USP para levantamento da produção de conhecimentos sobre a Educação Infantil, cujo objetivo principal foi refletir sobre as implicações da Teoria Histórico-Cultural para a atuação de professores de crianças pequenas, a partir das produções acadêmicas encontradas nas bases de dados mencionadas, no período de 1990 a 2010. Foi construído instrumento de pesquisa e escolhidos três trabalhos, um de cada Universidade, para reflexões sobre criança, professor e aprendizagem e suas implicações para a Educação Infantil. Desses trabalhos depreendem-se aspectos que confirmam a existência de especificidades do trabalho com crianças.

Palavras-chave: Educação Infantil; Teoria Histórico-Cultural; Produções Acadêmicas da Unesp, Unicamp e USP.

Introdução e Justificativa

Como bem se sabe, é recente o olhar que se tem para a Educação Infantil. Na apresentação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009), um importante documento elaborado recentemente, está ressaltado: “O atendimento em creches e pré-escolas como direito social das crianças se afirma na Constituição de 1988, com o reconhecimento da Educação Infantil como dever do Estado com a Educação” (BRASIL, 2009, p. 7). Se somente em 1988 a Educação Infantil foi reconhecida como dever do Estado, a preocupação em se estudar essa área do conhecimento é mais recente, ainda.

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Mas, enfatiza o documento, ainda em sua apresentação: “Desde então, o campo da Educação Infantil vive um intenso processo de revisão de concepções sobre educação de crianças em espaços coletivos, e de seleção e fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagens e do desenvolvimento das crianças” (BRASIL, 2009, p. 7).

Essas ideias impulsionaram a pesquisa cujos resultados compõem Trabalho de Conclusão de Curso defendido em 2012 (ARRUDA, 2012). A escolha desse tema para a pesquisa aconteceu por entender que, no currículo do Curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia e Ciências de Marília, há uma defasagem no que diz respeito à Teoria Histórico-Cultural nas disciplinas. Além disso, decidimos fazer esta pesquisa por entender que não basta sermos apaixonados pelas crianças e pela Educação, mas temos que fazer algo por elas – e resolvemos começar por nós, principiando por entender um pouco melhor sobre essa área da Educação e sobre a teoria que, hoje, vemos como a que melhor responde às necessidades da pesquisa e da prática pedagógica, esse estudo é necessário também para poder dar continuidade aos estudos e à prática pedagógica com uma base teórica sólida.

Facci (2006, p. 11), em seu artigo intitulado “Os estágios de desenvolvimento psicológico segundo a psicologia sociohistórica”, que faz parte do livro Brincadeira de papéis sociais na educação infantil – as contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonin, destaca: “A psicologia Histórico-Cultural teve início com as obras de Vigotski (1896-1934). Este pesquisador desenvolveu seu trabalho com base marxista.” Em sua época, outros estudiosos também se interessaram em desenvolver pesquisas com essas bases, tais como, Elkonin, Luria, Leontiev e outros.

Elkonin e Leontiev afirmam que cada estágio de desenvolvimento da criança é caracterizado por uma relação determinada, por uma atividade principal que desempenha a função central na forma de relacionamento da criança com a realidade. [...] Segundo Elkonin (1987), os principais estágios de desenvolvimento pelos quais os sujeitos passam são: comunicação emocional do bebê; atividade objetal manipulatória; jogo de papéis; atividade de estudo; comunicação íntima pessoal e atividade profissional/estudo.(FACCI, 2006, p.13).

Essa teoria defende que, “[à] medida que ocorre a interação com outras pessoas, a criança é capaz de movimentar vários processos de desenvolvimento que, sem ajuda, seriam impossíveis de ocorrer.” (FACCI, 2006, p. 22) E ainda, como afirma Facci (2006, p. 23), no fim de seu artigo,

[...] o homem apropria-se do mundo dos objetos por intermédio das relações reais que estabelece com o mundo. Essas relações são determinadas pelas condições históricas concretas, sociais, nas quais o homem se desenvolve, e também pela maneira como sua vida se forma nessas condições e como ele

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se apropria das objetivações já produzidas e transmitidas por meio da Educação.

Diante dessas ideias, a pergunta geradora dos trabalhos investigativos foi “Quais as contribuições de produções acadêmicas encontradas em fontes de informações digitais da Unesp, Unicamp e USP, para reflexões sobre as implicações pedagógicas da Teoria Histórico-Cultural para a Educação Infantil?”

A partir dessa questão motivadora, fizemos uma busca de teses e dissertações nas fontes de informações digitais de três Universidades do Estado de São Paulo, delimitando a expressão “Educação Infantil” no título dos trabalhos, tendo como base o período de 1990 a 2010, para saber o que já se tinha produzido sobre Educação Infantil e quais dessas produções tinham como fundamentação teórica a Teoria Histórico-Cultural. Foram encontrados 255 trabalhos no total, sendo analisados 209, pois foram descartados trabalhos repetidos e trabalhos de outras universidades que não fossem da USP, da Unesp ou da Unicamp. Dos 209 trabalhos analisados, 36 têm a Teoria Histórico-Cultural como base teórica. Dos 36, encontramos vários temas pertinentes para discussões sobre o campo da Educação Infantil, como, por exemplo, o lúdico/brincar; a formação de professores; alfabetização e a relação entre Educação Infantil e Ensino Fundamental. Dentre esses trabalhos, houve a escolha de temas considerados mais relevantes, na tentativa de revelar, modestamente, contribuições da Teoria Histórico-Cultural para embasamento teórico-prático das ações de ensino e aprendizagem na Educação Infantil.

Nesta exposição, há, assim, explicitação do percurso da pesquisa, com considerações sobre as escolhas para a realização do trabalho de conclusão de curso do qual decorre este texto, destacando notas sobre o recente olhar que se tem para essa área da Educação como objeto de estudo.

Objetivos

A pesquisa foi desenvolvida sob a coordenação da Drª Elieuza Aparecida de Lima (Unesp, Campus de Marília, SP) e teve como objetivos:

 refletir sobre as implicações da Teoria Histórico-Cultural para a atuação de professores de crianças pequenas, a partir de produções acadêmicas encontradas na Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no período de 1990 a 2010;

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 compreender com mais profundidade a atualidade da Teoria Histórico-Cultural, por meio dos textos acadêmicos localizados e

 discutir sobre práticas pedagógicas potencialmente humanizadoras na Educação Infantil, por intermédio dos trabalhos acadêmicos encontrados.

Referencial Teórico

Pautando-se nas pesquisas escolhidas, discorreremos sobre o referencial teórico escolhido para esta pesquisa, a chamada Teoria ou Psicologia Histórico-Cultural.

Pasqualini (2006, p. 60) explica que a Psicologia Histórico-Cultural “é uma vertente da ciência psicológica que nasceu no início do século XX na então União Soviética (URSS), tendo como principais representantes L.S. Vigotski, A. N. Leontiev e A. R. Luria”. Essa vertente teórica, como já assinalado anteriormente, tem base marxista.

“A obra dos teóricos da Psicologia Histórico-Cultural chegou ao Brasil apenas na década de 1980. As contribuições dessa perspectiva teórica para a Educação Infantil começam a ser exploradas apenas a partir da década de 1990, com destaque aos trabalhos de Vigotski” (PASQUALINI, 2006, p.14).

Segundo Pasqualini (2006), nos trabalhos de Vigotski, “verifica-se que a vinculação da psicologia às necessidades sociais e a possibilidade de sua aplicação prática são preocupações que aparecem com grande força: ´é nessa vinculação da psicologia com a prática humana que Vygotski encontra o significado da verdadeira ciência´” (TULESKI, 2002, p. 68 apud PASQUALINI, 2006, p. 65).

Na dissertação da pesquisadora, é possível localizar a opinião de Arce (2004a):

Para Arce (2004a), na teoria Vigotskiana a passagem de um estágio a outro no desenvolvimento se realiza não por via evolutiva, mas revolucionária, implicando mudanças qualitativas na vida da criança. O acúmulo quantitativo de mudanças “microscópicas” culmina portanto, em um salto qualitativo no desenvolvimento infantil. (PASQUALINI, 2006, p. 76). Ainda sobre essa teoria Palma afirma que:

Para Vygotsky, existe uma relação dialética entre o homem e o meio sociocultural. O homem transforma o meio para atender às suas necessidades básicas e, nesse processo, transforma a si mesmo. Assim, o funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais do indivíduo e em seu contexto cultural e social. (PALMA, 2010, p. 28).

Para a autora (PALMA, 2010, p. 68), “isso significa considerar que o ensino deve estar voltado para educar, promover, a partir do contexto de significações construídas

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historicamente, a constituição de sentidos daquilo que se ensina e daquilo que os alunos devem aprender”. Com essa perspectiva, “o sentido, portanto, educa, na medida em que possibilita ao sujeito compreender conscientemente as relações a sua volta, instiga-o a agir e propicia o desenvolvimento de novas aprendizagens” (PALMA, 2010, p. 69).

Nessa perspectiva teórica, o professor tem papel fundamental no processo educativo na infância, como profissional que medeia e oportuniza situações potencialmente promotoras de aprendizagens e, consequentemente, de desenvolvimento cultural da criança. Como confirmamos a seguir na perspectiva de Leontiev (2001a) mencionada por Pasqualini (2009, p. 155-156):

[...] o educador não pode limitar-se a ‘acompanhar’ ou ‘seguir’ o desenvolvimento espontâneo da criança, mas ao contrário, deve dirigir ou controlar racionalmente esse processo. Cabe esclarecer que uma ‘criação controlada’ em nada se aproxima de um processo que supostamente cercaria a atividade, a iniciativa e a liberdade da criança - mesmo porque a criatividade, a iniciativa e a liberdade não são características dadas a priori na criança, mas justamente possibilidades pelo processo educativo. Leontiev (1978) defende que o professor conheça profundamente o processo de desenvolvimento infantil e suas funções motrizes, para que, de posse de tal conhecimento, possa estabelecer finalidades e objetivos pedagógicos adequados e organizar atividades pedagógicas que promovam o desenvolvimento da criança, ou, nas palavras de Elkonin, que produzam o novo no desenvolvimento infantil.

Lucas (2009) ressalta ainda que ação desses profissionais precisa ser intencional, mas não cabe a eles conduzir sozinhos as atividades, nem centralizá-las, mas participar delas (LUCAS, 2009, p. 76).

Quanto à concepção de criança defendida pela Teoria Histórico-Cultural, encontramos no trabalho de Pasqualini (2006, p. 50), a seguinte afirmação: “Na pedagogia da infância, a criança deve ser o “protagonista principal” (VALVERDE, 2004, p. 5).”

Em relação à aprendizagem das crianças, pensamos que, ao trazer as concepções de professor e de criança, refletimos, no conjunto, sobre a concepção de aprendizagem defendida pela teoria em questão. De acordo com Pasqualini (2006, p. 138), ao retomar Vigotskii (2001, p. 115),

[...] a aprendizagem [o ensino] não é, em si mesma, desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem [do ensino] conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem [o ensino] é um momento intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam na criança essas características humanas não-naturais, mas formadas historicamente. Tal como um filho de surdos-mudos, que não ouve falar a sua volta, continua mudo apesar de todos os requisitos inatos necessários ao desenvolvimento da

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linguagem e não desenvolve as funções mentais superiores ligadas à linguagem, assim todo o processo de aprendizagem [ensino] é uma fonte de desenvolvimento que ativa numerosos processos, que não poderiam desenvolver-se por si mesmos sem a aprendizagem [o ensino].

Lucas (2009, p. 257) traz a seguinte afirmação: “Vigotski (1991) confirma que a aprendizagem deve ser coerente com o desenvolvimento da criança; todavia, salienta a importância de não nos limitarmos a um único nível de desenvolvimento”

Pasqualini (2006, p. 77) explicita considerações de Elkonin (1996) segundo as quais, “L.S. Vygotski deu apenas os primeiros passos, os passos mais difíceis na nova orientação, deixando para os futuros investigadores uma série de hipóteses [...] (ELKONIN, 1996, p. 387 apud PASQUALINI, 2006, p. 77)”.

As considerações trazidas pelas autoras contribuem para o conjunto das discussões emergentes na área da Educação Infantil como elementos teóricos necessários para pensarmos e praticarmos ações pedagógicas potencialmente humanizadoras. Trata-se de refletir e tomar consciência da atuação ativa da criança e do professor para que efetivamente haja aprendizagens motivadoras de desenvolvimento cultural na infância.

Metodologia e desenvolvimento da pesquisa

O foco de trabalhos acadêmicos foi delimitado para a Educação Infantil e Teoria Histórico-Cultural, pela atualidade e contribuições desses fundamentos para melhor pensarmos princípios, objetivos e encaminhamentos didático-pedagógicos para a educação com crianças pequenas (LIMA, 2001; 2005).

Na sequência, serão explicitados os percursos metodológicos utilizados na investigação. A principal ação que envolveu a pesquisa foi o levantamento bibliográfico de produções acadêmicas. Para isso, principalmente por se tratar de um trabalho de conclusão de curso, tivemos que fazer algumas delimitações:

* Escolha da base de busca de informações digitais de três Universidades públicas: Unesp, Unicamp e USP

* Delimitação da expressão de busca dos dados: “Educação Infantil”, no título; publicações brasileiras;

* Data de publicação dos trabalhos: de 1990 (devido à recente produção acadêmica sobre o tema da investigação) a 2010 (por ser o ano anterior ao início do meu TCC);

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A partir dessas delimitações, foi feito um levantamento bibliográfico que buscou verificar a produção acadêmica nessas três universidades sobre Educação Infantil, e quais desses trabalhos têm como fundamentação teórica a Teoria Histórico-Cultural, para uma percepção geral de algumas contribuições dessa teoria para a prática pedagógica com crianças pequenas. Para isso, utilizamos os resumos e as palavras-chave dos trabalhos encontrados. Esses resumos foram transcritos exatamente da maneira que o autor redigiu, inclusive as palavras-chave seguiram a redação dos próprios autores.

Os resumos dos trabalhos encontrados foram copiados em pastas e separados por base de dados. Os resultados desse levantamento foram organizados em quadros, os quais congregam dados essenciais para a pesquisa e também permitem imediata visualização e acesso às informações encontradas nas fontes digitais:

* ACERVUS - catálogos do acervo de Livros e Teses da Unicamp;

* ATHENA – catálogos do acervo de Livros, Teses e coleções de periódicos da Rede de Bibliotecas da Unesp;

* DEDALUS – catálogos do acervo de Livros e Teses da USP.

Os quadros foram organizados da seguinte forma: REFERÊNCIA; TEMA; RESUMO E PALAVRAS-CHAVE; OBJETIVO; METODOLOGIA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

A pesquisa realizada pode ser classificada como abordagem qualitativa, ao preocupar-se em compreender e interpretar aspectos da produção acadêmica - tepreocupar-ses e dispreocupar-sertações - que possam contribuir para o trabalho pedagógico na Educação Infantil. Utiliza-se de elementos que nos conduzem a pensá-la e entendê-la como bibliográfica, pois, conforme destaca Gonsalves (2005, p. 34), “[...] caracteriza-se [...] pela identificação e análise dos dados escritos em livros, artigos de revistas, dentre outros. Sua finalidade é colocar o investigador em contato com o que já se produziu a respeito do seu tema de pesquisa.”

Os percursos metodológicos descritos acima compreendem, assim, coleta dos dados em bases digitais da USP, Unesp e Unicamp, para reunião e sistematização desses dados, com o propósito de interpretar produções acadêmicas relativas à Educação Infantil, com fundamento na Teoria Histórico-Cultural.

O levantamento bibliográfico constitui um Banco de Dados com informações bibliográficas dos trabalhos, acompanhadas de resumos, tendo por objetivo possibilitar

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consultas posteriores, além de se tornarem instrumento de novas investigações, isso é denominado instrumento de pesquisa.

Para elaboração do instrumento de pesquisa apresentado no trabalho, percorremos um caminho que explicito a seguir: no quadro da fonte de busca Acervus (Unicamp), foram analisados o total de 39 trabalhos, dos quais apenas sete (7) têm como fundamentação teórica pressupostos da denominada Teoria ou Psicologia Histórico-Cultural, como observado mediante os resumos. Trinta (30) têm como base outras teorias e, em dois (2) estudos, não foi possível identificar a fundamentação teórica pelo resumo, que foi o elemento usado para as análises empreendidas nesta investigação.

No quadro da fonte de busca Athena (Unesp), foram analisados 61 trabalhos. Desses, 15 têm a Teoria Histórico-Cultural como fundamentação teórica; 38 têm como base outras teorias e, em oito (8) trabalhos, não foi possível identificar a base teórica por meio do resumo.

No quadro da USP (fonte de busca Dedalus), foram analisados 109 trabalhos: destes, quatorze (14) têm como fundamento a Teoria Histórico-Cultural, 70 são embasados em outras teorias e, em vinte e cinco (25) pesquisas, não foi possível identificar a fundamentação teórica a partir do resumo.

Na segunda parte do trabalho, a tentativa foi de trazer reflexões, a partir das pesquisas acadêmicas selecionadas, sobre algumas implicações pedagógicas da Teoria Histórico-Cultural para a Educação Infantil. Para isso, houve a apresentação e breve sistematização de conceitos apresentados em três trabalhos acadêmicos localizados nas bases de fontes digitais da Unicamp, Unesp e USP. Foi escolhido um trabalho de cada uma dos quadros. A partir disso, fazemos uma apresentação e discussão de dados oriundos dessas três pesquisas, discutindo, de modo geral, possibilidades de práticas pedagógicas na Educação Infantil, considerando as concepções de criança, aprendizagem e professor defendidas pela teoria estudada por nós.

Destacamos aqui os trabalhos escolhidos e os aspectos essenciais que trazem. Fonte de buscas Acervus (Unicamp):

 PALMA, Rute Cristina Domingos da. A produção de sentidos sobre o aprender e ensinar matemática na formação inicial de professores para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. 2010. 204 p. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, Unicamp, Campinas, 2010. Esse trabalho retrata aspectos do momento em que vive o aluno de graduação, o qual os fundamentos do conceito de atividade de Leontiev vêm

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responder e atender. Aborda também aspectosda formação didática necessária para a docência na Educação Infantil.

Fonte de buscas Athena (Unesp):

 PASQUALINI, Juliana Campregher. Contribuições da psicologia histórico-cultural para a educação escolar de crianças de 0 a 6 anos: desenvolvimento infantil e ensino em Vigotski, Leontiev e Elkonin. 2006. 206 p. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Ciências e Letras, Unesp, Araraquara, 2006. Esse trabalho retrata aspectos do desenvolvimento infantil e da educação infantil até os seis (6) anos (especificidades da criança na Educação Infantil), trazendo aspectos históricos da Educação Infantil e questões importantes sobre valorização da Educação Infantil e dos seus professores.

Fonte de buscas Dedalus (USP):

 LUCAS, Maria Angelica Olivo Francisco. Os processos de alfabetização e letramento na educação infantil: contribuições teóricas e concepções de professores. 2009. 322 p. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, USP, São Paulo, 2009. Tal estudo traz discussões sobre funções da Educação Infantil à luz da necessidade da alfabetização e letramento e dos direitos da criança.

A partir desse percurso metodológico traçado durante a pesquisa, há, na sequência, apontamentos sobre os resultados conquistados na investigação.

Resultados e discussão

As buscas nas fontes de informações digitais evidenciam que os trabalhos acadêmicos com base na Teoria Histórico-Cultural são estudos recentes, reveladores de como essa teoria vem sendo mais estudada ao longo dos últimos anos.

Assim, pois, a partir dos trabalhos realizados, é possível concluir que:

 Dos 209 trabalhos analisados, 36 são fundamentados na Teoria Histórico-Cultural, o que equivale a 17% do total;

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 Apenas dois (2) dos 209 trabalhos analisados foram publicados na década de 1990, sem chegar a um por cento do total; todos os outros são publicações depois do ano 2000 – totalizando 99%;

 Os temas mais abordados são: lúdico/brincar (17%); formação de professores (14%); alfabetização (8%); e relação entre Educação Infantil e Ensino Fundamental (8%).

Em relação à segunda parte do trabalho, onde destacam-se reflexões sobre as implicações da Teoria Histórico-Cultural para a Educação Infantil, a partir da apresentação e discussão de dados oriundos de três estudos fundamentados nessa teoria, alguns fatos valem ser destacados:

 a riqueza dos estudos elaborados pelas pesquisadoras os quais foram focos deste trabalho;

 nos temas escolhidos e pesquisados pelas estudiosas é possível localizar conceitos da Teoria Histórico-Cultural essenciais para refletirmos sobre o trabalho com crianças pequenas e sobre quem é a criança e o professor da Educação Infantil. Compreendemos que esses estudos trazem aspectos que confirmam a existência de especificidades do trabalho com crianças pequenas, seja na formação de professores que se dedicam a elas em instituições escolares, ou na apropriação de conhecimentos tais como a leitura e a escrita;  os trabalhos trazem questões históricas sobre a Educação Infantil, no Brasil: dados indispensáveis ao estudar o tema em questão;

 os diferentes temas que podem ser abordados pela Teoria Histórico-Cultural;

 a importância de se ter uma plena formação de professores com uma base teórica sólida, e também com noções de prática docente;

 a relevância de entendermos que as crianças são seres ativos e de direitos na sociedade. Assim, ao trabalharmos na Educação Infantil é necessário dar visibilidade a elas, deixa-las falar, participar, considerando-as protagonistas no processo de educativo;

 os autores ressaltam o papel do professor e da intervenção pedagógica intencional no processo de ensino potencialmente motivador de aprendizagens infantis.

Enfim, o trabalho de conclusão de curso finalizado sintetiza algumas contribuições para a (re) pensarmos a Educação Infantil, em especial a formação inicial e continuada de

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professores de crianças pequenas. Sobretudo, no processo de investigação, alcançou o objetivo de ampliar e aprofundar conhecimentos sobre o assunto, contribuindo para a formação pessoal e profissional da pesquisadora, a partir do entendimento sobre a atualidade da Teoria Histórico-Cultural para a Educação.

Considerações finais

É possível considerar que os estudos realizados neste Trabalho de Conclusão de Curso, com base na questão norteadora “Quais as contribuições de produções acadêmicas encontradas em fontes de informações digitais da Unesp, Unicamp e USP, para reflexões sobre as implicações pedagógicas da Teoria Histórico-Cultural para a Educação Infantil?”, cumpriram os objetivos propostos, especialmente, de entender melhor especificidades e atualidade da chamada Teoria ou Psicologia Histórico-Cultural para a Educação, particularmente à Educação Infantil, refletindo, no conjunto do trabalho, sobre as implicações dessa teoria para a atuação de professores de crianças pequenas e possibilidades de práticas pedagógicas humanizadoras na Educação Infantil.

Foi possível atingir os objetivos propostos depois de buscas em bases de dados digitais, selecionando os trabalhos que assumiam como base a Teoria Histórico-Cultural. Numericamente, dos 209 trabalhos analisados, 36 destes assinalavam essa Teoria como base das discussões. Dentre 36, três (3) trabalhos foram selecionados para sistematização e interpretação, a partir dos quais buscou-se refletir sobre as implicações da Teoria Histórico-Cultural para a Educação Infantil.

Nesses trabalhos também foi possível revisitar a história da Educação Infantil no Brasil, os documentos elaborados para essa área da Educação, discutir questões sobre formação de professores, e outros pontos essenciais para (re) pensarmos a Educação Infantil.

Em relação à parte metodológica do trabalho, o caminho percorrido foi fundamental para a formação acadêmica da pesquisadora, com aprendizagens essenciais de ações de iniciação científica, sobretudo, na elaboração do instrumento de pesquisa.

Modestamente, ações de pesquisa buscaram analisar os trabalhos escolhidos e ao perceber diferentes temas abordados nos trabalhos selecionados e que compuseram o instrumento de pesquisa, depreendemos o quanto são vastas as possibilidades de estudos acerca da Teoria Histórico-Cultural na área de pesquisa com foco na Educação Infantil e, em especial, as contribuições desse aporte teórico para reflexões sobre o desenvolvimento infantil, o papel do adulto (do professor), da aprendizagem e da criança como sujeito ativo nas

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práticas pedagógicas potencialmente humanizadoras na infância. Foi possível aprender e sistematizar, de modo breve, aspectos conceituais essenciais para entendimentos sobre quem é a criança da Educação Infantil (que lugar ocupa ou deve ocupar nas relações educativas), quem é (ou deve ser) o professor/profissional que trabalha com ela e como se dá a aprendizagem infantil.

Os estudos aqui realizados afirmam a recente trajetória da Teoria Histórico-Cultural no Brasil e confirmam que há especificidades no trabalho com crianças pequenas. Os três trabalhos escolhidos ressaltam esses pontos. A pesquisa realizada revelou ainda que mesmo os estudos acadêmicos que trazem a Educação Infantil com ênfase na Teoria Histórico-Cultural sendo recentes, é uma área do conhecimento que vem crescendo cada vez mais; outro ponto que a pesquisa trouxe foi a questão das concepções de criança, professor e aprendizagem defendidas pela teoria; além de trazer também questões práticas que podem auxiliar no trabalho pedagógico com crianças pequenas; no caso deste trabalho, tanto aspectos teóricos quanto práticos são, um pouco mais explicitados, em relação aos seguintes assuntos: matemática – aprendizagem e formação de professores; alfabetização e letramento; relações entre desenvolvimento infantil e ensino, que são os temas principais dos estudos selecionados para sistematização.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2009.

FACCI, M. G. D. Os estágios do desenvolvimento psicológico segundo a psicologia sociohistórica. In: FACCI, M. G. D.; ARCE, A., DUARTE, N. (Orgs.). Brincadeira de papéis sociais na educação infantil: As contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonin. São Paulo: Xamã, 2006.

GONSALVES, E. P. Conversas sobre Iniciação à Pesquisa Científica. Campinas: Editora Alínea, 2005.

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LIMA, E. A. de. Re-conceitualizando o papel do educador: o ponto de vista da Escola de Vigotski. 2001, Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Marília, 2001.

______. Infância e teoria histórico-cultural: (des) encontros da teoria e da prática. 2005, Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Marília, 2005.

LUCAS, Maria Angelica Olivo Francisco. Os processos de alfabetização e letramento na educação infantil: contribuições teóricas e concepções de professores. 2009. 322 p. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, USP, São Paulo, 2009.

PALMA, Rute Cristina Domingos da. A produção de sentidos sobre o aprender e ensinar matemática na formação inicial de professores para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. 2010. 204 p. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, Unicamp, Campinas, 2010.

PASQUALINI, Juliana Campregher. Contribuições da psicologia histórico-cultural para a educação escolar de crianças de 0 a 6 anos: desenvolvimento infantil e ensino em Vigotski, Leontiev e Elkonin. 2006. 206 p. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Ciências e Letras, Unesp, Araraquara, 2006.

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