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Necessidades Especiais de Educação. O Psicólogo do CRI em Contexto Escolar

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Academic year: 2021

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Ficha Técnica

Título

Necessidades Especiais de Educação O Psicólogo do CRI em Contexto Escolar

Editor

DGE – Direção-Geral da Educação

Direção de Serviços de Educação Especial e de Apoios Socioeducativos Autoria

CRPG - Centro de Reabilitação Profissional de Gaia Equipa de trabalho

Jerónimo Sousa (coord.) Isabel Costa (coord.)

Andreia Mota Diana Lisboa Pedro Quintas Sandra Ferreira Sérgio Fabela Colaboração

Associação do Porto de Paralisia Cerebral – Centro de Recursos para a Inclusão Design da Capa

Isabel Espinheira / Direção-Geral da Educação Paginação, Arte-final, Impressão e Acabamento

Editora CERCICA

Rua Principal 320-320A, Livramento 2765-383 Estoril ISBN 978-972-742-392-7 Depósito Legal 399785/15 2015

Para facilitar a leitura, e apenas quando não é possível adotar linguagem neutra, são utilizados certos termos no masculino para designar, indistintamente,

(4)

ENQUADRAMENTO

Os Centros de Recursos para a Inclusão (CRI) são reconhecidos como um pilar essencial para a implementação do modelo de educação inclusiva dos alunos com Necessidades Especiais de Educação (NEE)1. Suportando a sua ação, os CRI dispõem de equipas técnicas constituídas por fisioterapeutas, psicólogos, tera-peutas da fala e teratera-peutas ocupacionais, entre outros.

Sendo inquestionável o modelo de educação inclusiva, bem como a importância dos CRI, coloca-se então aos seus profissionais a questão-chave sobre o modo de organizar e operacionalizar as suas práticas assegurando uma colaboração alinhada com esse modelo.

Com esta brochura pretende-se clarificar o papel do psicólogo do CRI enquanto profissional que integra a equipa pedagógica e de apoio ao aluno.

Neste âmbito, a abordagem é centrada no aluno e na interação entre este e os ambientes nos quais participa, visando otimizar o seu potencial de aprendi-zagem e o seu desenvolvimento integral, promovendo a inclusão.

Fig. 1. Adaptação do Modelo de Bronfenbrenner2 à interação do aluno com os contextos, nas

suas áreas de ocupação

Participação social Lazer Educação Atividades instrumentais da vida diária Brincar Atividades da vida diária Comunidade Sala de aula Pavilhão desportivo Recreio Cantina Casa de banho Bar Biblioteca Sala de apoio Papelaria ALUNO

(5)

O PSICÓLOGO DO CRI

Em educação inclusiva, o psicólogo desenvolve a sua ação com vista a promover o sucesso dos alunos a nível académico, social, comportamental e emocional. Com o objetivo de dar resposta às necessidades educativas dos alunos, o psicó-logo do CRI deverá adotar uma visão relacional e ecológica do desenvolvimento, integrada em vários contextos de vida:

• Biológico;

• Contextos imediatos: família, grupo de pares, vizinhança, escola; • Económico, social e cultural.

Centra-se no “(…) estudo das pessoas nos seus diversos contextos, sendo

o seu principal instrumento de intervenção a relação interpessoal. (…) O exercício da Psicologia tem uma finalidade humana e social, com objetivos que envolvem o bem -estar, a saúde, a qualidade de vida e a plenitude do desenvolvimento das pessoas. (…)” 3

Fig. 2. Contextos de Intervenção Esta perspetiva vem enfatizar o papel de consultor4 e o favorecimento do tra-balho colaborativo com os docentes e restantes elementos da equipa5, para a promoção de experiências educativas que potenciem a participação efetiva dos alunos nos vários contextos em que estão inseridos.

Trabalho colaborativo

Comunidade Família

Escola Trabalhar com todos os níveis

da escola para promover a mu-dança organizacional, com vista à inclusão.

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O CONTRIBUTO DO PSICÓLOGO DO CRI NAS FASES

DE AVALIAÇÃO, PLANEAMENTO E INTERVENÇÃO

A avaliação e intervenção nos contextos de vida asseguram: • uma melhor compreensão dos potenciais do aluno,

• a generalização das aprendizagens,

• a eliminação de barreiras,

• a universalidade das estratégias facilitadoras ao nível cognitivo, emocio-nal, social e comportamental.

Fig. 3. Processo de participação do psicólogo do CRI em contexto escolar * Objetivos Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis, Realistas, Temporais

Avaliação da situação de eventuais NEE

(contributo para Relatório Técnico-Pedagógico) Avaliação dos potenciais,

expectativas e necessidades do aluno em contexto escolar e

comunitário Avaliação dos progressos

e dos resultados da intervenção Perfil de Funcionalidade Programa Educativo Individual (PEI) Plano Individual de Transição (PIT) Objetivos SMART* Apoio à organização dos ambientes de aprendizagem (estratégias, procedimentos, contextos e intervenientes) Atividade e Participação Apoio ao desenho e implementação de adequações curriculares, à adequação de estratégias e materiais de ensino, à adequação de rotinas

e contextos, à transição de ciclo. Promoção do ajustamento comportamental. Desenvolvimento de competências cognitivas, sociais, comportamentais e emocionais. Habilitação do ambiente escolar e comunitário Contextos: sala de aula, recreio, cantina, biblioteca, comunidade,

entre outros Consultoria

Comunicando ativamente com pais e docentes sobre o progresso dos alunos e a resposta à intervenção

Avaliação Planeamento Intervenção

Como elemento integrante da equipa, o psicólogo adota, com frequência, um papel mediador da relação e comunicação entre os diferentes contextos e intervenientes.

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TRABALHO EM EQUIPA

Sob um paradigma inclusivo que prevê a igualdade de oportunidades, preconi-za-se o trabalho em equipa onde todos os intervenientes, na sua especificidade, se complementam de forma a desenvolver uma perspetiva holística do aluno e a delinear e implementar abordagens e metas comuns.

O aluno fará parte desta equipa, sempre que possível, envolvendo-se na defini-ção de objetivos e de estratégias.

Fig. 4. Modelo colaborativo6

Docente titular de turma Avaliação Intervenção Planeamento Terapeuta da fala Outros docentes Fisio- terapeuta Pares de educação Docente

especial Assistentes operacionais Família Psicólogo Terapeuta ocupacional ALUNO Exemplo

O psicólogo do CRI, em conjunto com a equipa pedagógica, avalia as poten-cialidades, expectativas e necessidades do aluno, concebe e implementa um programa educativo individual.

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Procedimentos e estratégias:

- Foi realizada uma avaliação do aluno pela equipa pedagógica, cabendo ao psicólogo do CRI a comunicação com os serviços hospitalares que acompa-nhavam o aluno.

- Conjugaram-se os resultados das diferentes fontes de avaliação: a realizada pela equipa pedagógica, a informação proveniente da consulta de pedo-psiquiatria, as prioridades definidas pela família e as motivações do aluno e considerou-se imperativo o desenvolvimento de competências necessárias para seguir o currículo comum.

- Procedeu-se à definição conjunta de estratégias de ensino-aprendizagem ajustadas ao perfil do aluno. Para o desenvolvimento das competências ne-cessárias, os elementos da equipa (psicólogo, professores e pais) de acordo com a sua especificidade, discutiram as estratégias a implementar. Foi ainda decidido utilizar-se um caderno de comunicação, como instrumento facilita-dor da articulação entre os intervenientes.

- O psicólogo promoveu a manutenção dos níveis motivacionais essenciais, face à exigência da tarefa.

Resultados:

O aluno desenvolveu as competências necessárias para acompanhar o currí-culo comum.

O aluno manteve-se motivado ao longo do ano letivo, manifestando enorme satisfação pelos resultados alcançados.

MODALIDADES DE INTERVENÇÃO

A intervenção do psicólogo do CRI poderá ser desenvolvida em três modalidades distintas: apoio de consultoria, apoio em grupo e apoio individual. Caberá à equipa pedagógica definir qual ou quais a/s modalidade/s de intervenção mais adequada/s a cada aluno. Os objetivos da intervenção centram-se na redução de barreiras ambientais e potenciação dos fatores facilitadores, com vista à máxima participação nos vários contextos. A intervenção individual tem, neste sentido, um menor enfoque, sendo adotada apenas em casos cujo perfil de funcionalidade o justifique.

Fig. 5. Modalidades de intervenção da equipa interdisciplinar no contexto escolar Grupo Individual Consultoria Aluno Ambiente

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Modalidades de intervenção em contexto escolar

Quando? Como? Onde? Exemplos

Consultoria Sempre que o âmbito de atuação passe pelo apoio de retaguarda a pais, pares e profissionais Trabalho colabora-tivo com os pais, docentes, técnicos, assistentes operacio-nais e outros Estratégias formais e informais: reuniões, ações de formação, conversas informais, contactos telefóni-cos e por e-mail

Em sala de reuniões/ formação e nos restantes contextos escolares Apoio na adequação de estratégias e materiais de ensino

Análise conjunta de es-tratégias de gestão com-portamental, emocional e social

Capacitação das famílias Ações de sensibilização em vários domínios Grupo Sempre que o desenvolvimento de competên-cias passe pelo contributo dos pares Dinâmicas de grupo Dinâmica de pares/ tutoria Sala de aula, recreio, cantina, entre outros Apoio na constituição de grupos de alunos na sala de aula

Treino de competência social e resolução de conflitos com o grupo de pares

Facilitar a inclusão do aluno na turma, através de dinâmicas específicas

Indiv

idual

Sempre que seja indispensável o desenvolvimento de competências específicas com o objetivo de serem generali-zadas

Criação de uma re-lação de confiança com o aluno Treino de competências específicas (ex.: emocionais, cognitivas) Sala de aula, sala de apoio, recreio, biblioteca, entre outros Adequação do tempo de permanência em tare-fa do aluno através de exercícios interativos Treino de competências cognitivas, sociais e emocionais

Fig. 7 Modalidades de intervenção do psicólogo do CRI em contexto escolar Exemplo

Quando a intervenção do psicólogo visa um maior ajustamento comporta-mental e social do aluno, pode assumir as seguintes modalidades:

- Apoio de Consultoria: recolha de informação acerca do comportamento do aluno em contexto recreativo e familiar, identificando as situações em que o comportamento desajustado ocorre. Define, em conjunto com a equipa, estratégias de resolução de conflito ou de reforço positivo.

- Apoio em Grupo: criação de dinâmicas de grupo em contexto de sala de aula e recreio, com vista ao treino de competências comportamentais e mo-delagem para o ajuste de comportamento.

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A melhoria contínua do funcionamento da parceria entre os Agrupamentos de Escolas/Escolas e os CRI corresponsabiliza os profissionais no sentido de desen-volverem e registarem práticas baseadas em evidências científicas.

___________________________________________________________________________

1. Sousa, J.; Mota, A.; Dolgner, J.; Teixeira, P.; Fabela, S. (2014). Avaliação das Políticas Públicas – Inclusão

de Alunos com Necessidades Educativas Especiais: O Caso dos Centros de Recursos para a Inclusão. Centro

de Reabilitação Profissional de Gaia.

2. Johnson, E. S. (2008). Ecological Systems and Complexity Theory: toward and alternative model of Ac-countability in Education. International Journal of Complexity an Education.

3. Código Deontológico da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Regulamento nº 258/2011 - 2.ª série — N.º 78 — 20 de Abril de 2011. Diário da República.

4. Shuell, T. (1996). The role of educational psychology in the preparation of teachers. Educational

Psycholo-gist, v. 31, n. 1, p. 5-14.

5. Schulte, A; Osborne, S.& Erchul, W. (1998). Effective special education: a United States dilemma. School

Psychology Review, v. 27, n. 1, p. 66-76.

6. Friend, M., & Cook, L. (2000). Interactions: collaboration skills for school professionals. New York: Addi son Wesley Longman.

Para um contexto escolar com

+

igualdade

+

respeitador dos direitos universais

das crianças e jovens alunos

>

Envolvimento

>

Sucesso educativo

Abordagem Inclusiva do Psicólogo

>

Participação

- Apoio Individual: consciencialização de comportamento através da análise de situações específicas vividas pelo próprio. Uso de estratégias de reforço. Resultados: melhoria significativa do ajustamento comportamental e social do aluno. Maior confiança dos agentes educativos na interação e gestão com-portamental do aluno.

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Referências

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