PARECER CONSULTA CRM/PA PROCESSO CONSULTA
N° 07/2017
PROTOCOLO N° 3662/2017 INTERESSADO: L.A.A.
PARECERISTA: CONSELHEIRO ARTHUR DA COSTA SANTOS.
Ementa: Quantidade de médicos para compor equipe de saúde. Inexistência de normativa legal. Averiguação pelo Diretor Clínico.
1 - DA CONSULTA:
Em documento protocolado em 10/05/2017, a médica L.A.A., solicita parecer consulta sobre a importãncia do médico diarista em hospital de retaguarda e a legalidade no acumulo de funções do médico plantonista nos termos seguintes:
Os médicos do Hospital Samaritano, rei vindicam a permanência do cargo de médico "diarista 11, o qual possui função de realizar a visita médica por um periodo de 10 dias consecutivos no mês, em 10 leitos da enfermaria de Clinica Médica, no referido hospital. Tal função é de extrema importãncia para segmento no cuidado do paciente, proporcionando um atendimento "horizontal". Este favorece recuperação mais rápida do paciente, menor periodo de internação hospitalar e atendimento de qualidade ao usuário do sistema público de saúde.
O Hospital Samaritano conta com 20 leitos de Clinica Médica (em conjunto com pacientes da Traumatologia), 20 leitos de Cirurgia Geral e 10 leitos da Cirurgia Torácica, sendo utilizados corno leitos de retaguarda do HPSM Mário Pinott.
Segundo a portaria N° 2.395, de 11 de Outubro de 2011 do Ministério da Saúde, a qual "Organiza o componente Hospitalar da Rede de Atenção às Urgências no ãmbito do Sistema. Único de Saúde (SUS), secção I, onde se define a composição de urna Enfermaria Clinica de Retaguarda, consta no Art. 14, item 11 que a mesma deve conter equipe médica, enfermeiros e técnicos em enfermagem compativel com o porte da enfermaria clinica de retaguarda, bem corno suporte para especialidades nas 24 horas do dia e em todos os dias da semana; e no item lI!, Av. GeneralíssimoDeodoro,223. Umarizal.CEP 66050.160.Belém.PA
Fone:(91)3204.4000(91)3204.4033Fax:(91)3204.4012. e.mail:parecerconsulta@cremepa.org.br
equipes muI tiprofissionais' de conhecido como "diarista",' compartilhado por toda a organização dos trabalhos das
forma horizontal, em regime utilizando-se prontuário único, equipe.
Diante do exposto, questionamos os seguintes itens e solicitamos um parecer consulta:
1. A necessidade do médico "diarista 11 em um hospital de retaguarda, na composição do quadro clínico, além de sua importância no atendimento do paciente internado em enfermaria médica.
2. Qual a função médico plantonista e se o mesmo pode acumular funções.
3. A portaria (N° 2.395) citada acima, ainda encontra. se em vigor?
2 - DO PARECER:
No PARECER CREMEC N° 02/2006°, encontramos:
o Código de Ética Médica define a Medicina como uma profissão a serviço da saúde do ser humano, em benefício da qual ,deverá o médico agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional, sendo-lhe vedado deixar de utilizar. todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento a seu alcance em favor do paciente, bem como abandonar paciente sob seus cuidados.
Lembramos que toda instituição prestadora de serviços de assistência médica deverá estruturar seu Corpo Clínico, definindo no respectivo Regimento Interno as competências do Corpo Clínico, as atribuições dos Diretores Técnico e Clínico, os deveres e direitos dos médicos; tais regimentos internos farão constar terem os médicos o dever de cumprir as normas técnicas e administrativas da Instituição em que trabalham, naturalmente sem perder a autonomia profissional e tendo por estatuto principal o Código de Ética Médica. É o que encontramos nas Resoluções 1.124/83 e 1.481/97, do Conselho Federal de Medicina.
Tendo por supedAneo estas premissas fundamentais, fica claro que cada instituição prestadora de serviços médicos deverá se organizar de forma a propiciar o melhor atendimento aos seus pacientes.
Para isto, tomando por base o hospital onde trabalha o consulente, vai ser necessário que se faça a distribuição adequada
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das tarefas, de modo que sejam bem atendidos tanto os pacientes externos quanto os pacientes internados, assim nos procedimentos de urgência como nos eletivos.
A delimitação das atribuições dos médicos plantonistas e diaristas devem ser estabelecidas pela direção médica, ouvidos os componentes do corpo clínico. Em qualquer caso, não há como justificar que algum paciente deixe de ser atendido.
Feitas estas considerações, passamos a responder às perguntas formuladas:
1. A necessidade do médico "diarista" em um hospital de
retaguarda, na composição do quadro clínico, além de
sua importância no atendimento do paciente internado
em enfermaria médica.
Em princípio, quem estabelece a responsabilidade dos médicos nos diversos setores em que trabalham é o corpo clínico do hospital, através do seu regimento interno, ficando claro que as urgências e emergências não podem deixar de ser atendidas, ou pelo diarista ou pelo plantonista, de acordo coma decisão do corpo clínico ou entendimento prévio sobre as reais funções do Diarista.
Os plantonistas são responsáveis pelas urgências que
aparecerem, caso não haja outro médico responsável por determinado setor do hospital com essa atribuição. Naturalmente, o diarista
pode também atender, durante seu turno de trabalho, as
intercorrência dos pacientes internados.
Caso tenham sido estabelecidas pelo regimento do corpo clínico, essas funções do diarista serão a prioridade; no entanto, isto não elimina a obrigatoriedade de atender urgências, quando não houver, no momento, outro profissional em condição de fazê-lo. Tal delimitação deverá ser fixada pelo corpo clínico do hospital, sendo seu cumprimento cobrado pela direção médica (clínica) da instituição.
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2. Qual a função médico plantonista e se o mesmo pode acumular funções?
o
Parecer CREMEPE 18/2015, Parecer Consulta 5358/2014 CRM/MG,Parecer 55/08 CREMEB, Resolução CFM 1352/92 e 1931/09, embasam os
seguintes comentários:
o plantão médico - É um estado de disponibilidade no qual o
profissional, naquele período poderá ser chamado. a atuar.
Complementando, citamos ainda a Resolução CFM 1342/91, que
precei tua, "A responsabilidade de assegurar condições dignas
de trabalho, visando um melhor desempenho do corpo clinico pertence ao DIRETOR TÉCNICO", cabendo a este, portanto,
equacionar estas questões, de forma a conciliar a demanda "do serviço, o número de profissionais necessários, assistência e
o necessário repouso destes, essencial para manter a
qualidade do atendimento prestado a comunidade.
Do Parecer CREMEB N° 28/13 extraímos que ~estabelecer o número
ideal de plantonistas hospitalares não é tarefa fácil, pois é
necessário considerar diferentes aspectos". A estimativa da
demanda social e a capacidade estrutural da Unidade constituem
fatores básicos para definir a quantidade e a categorização de
médicos de um serviço.
Dessa forma, devem ser considerados os seguintes aspectos:
a) Cobertura populacional da Unidade;
b) Quantitativo de atendimentos diários;
c) Área física da Unidade hospitalar e distribuição espacial
dos setores de atenção à saúde, como a distância entre
os setores;
d) Número de lei tos de internação e observaçâo. Grau de
complexidade da casuística atendida.
3. A portaria (N° 2.395) citada acima, ainda encontra se em
vigor?
Resposta, SIM.
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3 - CONCLUSÃO:
Dianté dessas especificidades e da inexistência de "no.rma"tiva legal que "determine a o.brigato.riedade de "um número... "ide"al de" médico.s co.mpo.ndo.as equipes de saúde, o.S gesto.res de Unidades e o.S Direto.res Técnico.S devem co.nsiderar as reco.mendações do. MS e 'do. CFM,"no. sentido. de co.mpo.r equipes eficientes e suficientes.
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A Reso.lução. CFM 1352/92, que no.rmatiza a. resp6n$~bilidade
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deassi~tência . ,
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do. DIRETOR CLÍNICO, co.mo. superviso.r da prática médica realizada na instituição, tais co.mo.:
a) 'Co.o.rdenar o. co.rpo. clinico. da Instituição.; b) Supervisio.nar a execução. das atividades
médica da Instituição.;
c) Zelar pelo. fiel cumprimento. do. regimento. interno. do. co.rpc> clinico. da Instituição.. .':'," ,;,,;..:\ " ", '. f,' É o. parecer. Salvo. melho.r juizo..
BolémIPA'/j
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de 2017.Dr. i:if!!HUR COSTA SANTOS Co.nselheiro. Parecerista
CRMIPA
Lido e Aprovado Il'aSess~o
IPlenário de: ~Q3:J~
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