UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE FÍSICA
IMPUREZAS DE OXIGÊNIO EM SILÍCIO
VIVI Li MARIA SILVA GOMES
TESE APRESENTADA AO INSTITUTO
DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE
SÂO PAULOj PARA A OBTENÇÃO DO
TÍTULO DE DOUTOR EM CIÊNCIAS.
SÃO PAULO
1985
§/ SERVIÇO OE \r,
I BIDLKWECA £ I ' Wf Oft MAf.iO »
RESUMO i
ABSTRACT ü
INTRODUÇÃO GERAL 1
1. MODELO DE AGLOMERADO PARA O ESTUDO DE DEFEITOS PROFUNDOS
EM SEMICONDUTORES COVALENTES VIA EM-Xa
1-1. Introdução ....'. 4
1-2. Método do Espalhamento Múltiplo-Xa 9
1-3. Tratamento dos Orbitais de Superfície - Modelo de Sa
turação através da Esfera de Watson 22
II. ESTRUTURA ELETRÔNICA DO CRISTAL DE SILÍCIO
II-1. Introdução 26
II-2. Cálculos de Estrutura de Faixas 27
II-3. Modelos de Aglomerados 32
II-4. Modelo de Aglomerado com Saturação através da Esfe
ra de Watson , 39
III. ESTRUTURA ELETRÔNICA DE COMPLEXOS OXIGÊNIO-VACANCIA EM
; SILÍCIO
' III-1. Introdução •• 66
t
j III-2. Simulação dos Defeitos 68
III-3. Efeito do Tamanho do Aglomerado quando da Introdu
í ção dos Defeitos 75
I
; III-4. A Divacância em Silício - Sistema SisV, 89 i .
*-III-4.1 Aspectos Experimentais 89 III-4.2 Aspectos Teóricos , 95 III-4.3 Estrutura Eletrônica da Divacância Obtida
III-5. Sistema Si:O2 129 III-6. Sistema Si:O-V 143
IV. ESTRUTURA ELETRÔNICA DE IMPUREZAS INTERSTICIAIS DE OXIGÊ NIO EM SILÍCIO
IV-1. Introdução 151
IV-2. Impureza Intersticial de Oxigênio Isolada em
Silí-cio - Sistema Si: O. 154
IV-3. Doadores Térmicos relacionados ao Oxigênio 166
IV-3.1 Fatos Experimentais e Modelos Propostos ... 166 IV-3.2 Estrutura Eletrônica de Complexos Si:O. ... 177
CONCLUSÕES 192
Neste trabalho efetuamos estudos pioneiros da estrutura
eletrônica de defeitos complexos envolvendo oxigênio em silício,
voamos o modelo de aglomerado molecular com saturação pela esfera
de Watson dentro do formalismo do método do espalhamento
múltiflo-xa.
Para escolhermos o aglomerado apropriado para os
cálcu-los fizemos um estudo sistemático da simulação do cristal perfeito
le silício e analisamos o comportamento dos resultados com o au.nen
eo do número de átomos nos aglomerados.
Aplicamos Q método ao estudo da divacãncia em três
esta-dos de carga (Si:V2+, Si:V2° e SitV,")/ do par de átomos de oxigé-r.io (Si:O ) e do par oxigênio-vacância (Si:O.V) vizinhos na rede
io silício. Distorções para a simetiLa observada
experimentalmen-te foram incluídas no caso dos sisexperimentalmen-temas Si:V_+ e Si:O2. Para os sistemas Si:V~ e SitO^ estudamos o comportamento dos nívris de de
íeito com relação ao tamanho do aglomerado. Estudamos também a im
Pureza isolada de oxigênio em silício na posição intersticial (Si:O.),
além de complexos envolvendo quatro átomos de oxigênio, com o
in-*'Jito de verificarmos a validade de alguns modelos existentes na
literatura para os chamados doadores térmicos relacionados ao
oxi-"^nio e gerados a temperatura de *»» 450°C .
Os estudos que efetuamos indicam a viabilidade âo
rr.ode-^'*t sendo que os resultados obtidos podem ser comparados diretamen
I N T R O D U C A O G E R A L
O estudo de defeitos (ou impurezas) desempenha atualmente
um papel central na pesquisa sobre materiais semicondutores.
Mui-to embora a importância da presença de defeiMui-tos em materiais como
* o silício tenha sido reconhecida desde o advento da tecnologia dos
{ semicondutores, o entendimento básico da formação, estrutura e pro
priedades desses defeitos apresenta-se como um problema de frontei,
ra da Física do Estado Sólido, cuja solução depende essencialmente
da interação frutífera entre teoria e experiência. .
' Em particular, com o desenvolvimento de dispositivos
al-e tamente sofisticados e novos métodos de crescimento e preparação f de cristais, os defeitos que.produzem níveis de energia profundos
} na faixa proibida do cristal (os chamados centros profundos) passa
L ram a receber atenção especial. Estes centros podem envolver
des-de impurezas substitucionais ou intersticiais e vacâncias isoladas,
até complexos formados por estes defeitos.
, Em se tratando de complexos de defeitos pontuais, sua for
inação pode se dar de diversas maneiras. Podemos citar processos
\ como implantação de ions, difusão de impurezas, irradiação com par
tículas altamente energéticas, tratamento térmico tal como
"an-nealing", etc. Exemplos deste tipo de defeito são os pares envoi
vendo vacâncias e/ou impurezas, os agregados de vacâncias ou
áto-mos intersticiais, etc. Muitos destes complexos ocasionam
pertur-bações fortemente locais dando erigem, como já dissemos, a centros
xos sejam abundantes-, sua descrição teórica ainda mostra-se
escas-sa.' O tratamento teórico destes centros é impossível hoje através
das poderosas técnicas de cálculo de estrutura de faixas,
associa-das a métodos de primeiros princípios. Estas restringem-se, até o
presente momento, ã aplicações em defeitos pontuais isolados.
So-mente alguns métodos semiempiricos vêm sendo aplicados ao estudo de
sistemas mais simples como pares de defeitos pontuais em silício e
compostos III-V. Além disso, algumas tentativas foram feitas no
sentido de se tratar defeitos complexos mais estendidos como multi
vacâncias e linhas de discordâncias.
O modelo de aglomerado molecular tem se mostrado uma
al-ternativa bastante viável ao estudo de centros profundos relaciona^
dos a defeitos complexos. Neste trabalho, utilizamos o modelo de
aglomerado molecular com saturação através da esfera de Watson den
tro do formalismo do método do espalhamento mültiplo-Xa para
estu-dar alguns defeitos complexos ea silício.
No Capítulo I detalhamos o modelo que utilizamos e no Ca
pítuIo II estudamos de maneira sistemática a simulação da
estrutu-ra eletrônica do cristal perfeito de silício e analisamos o compor
tamento dos resultados com Q aumento do número de átomos nos
aglo-merados.
No Capitulo III apresentamos os resultados para os defejL
tos complexos envolvendo pares,a saber: Si:V2 , Si:O2 e Si:O*V . Estes complexos são defeitos criados geralmente por irradiação
a-liados â presença inevitável da impureza de oxigênio em silício.
Já o Capitulo IV é dedicado ao estudo da impureza inter£
flai <ti--T i - 'in ytÉTfii i inr CM
quatro átomos de oxigênio, considerados na literatura como
possí-veis candidatos aos doadores térmicos gerados à temperatura de
EM SEMICONDUTORES COVALENTES VIA EM-Xa
1-1. INTRODUÇÃO
Defeitos e impurezas presentes em materiais
semiconduto-res exercem influência bastante significativa no desempenho e
efi-ciência de dispositivos eletrônicos, de vasta aplicação tecnológi_
ca. Estudos, nesta área da Física do Estaco boxido, vêm sendo efe
tuados exaustivamente, tanto através da teoria como da experiência, 1—8
1 sendo objeto de recentes artigos de revisão ~ .
; A presença ce imperfeições na rede cristalina implica em
• alterações das propriedades semicondutoras, algumas vezes bastante
; -úteis, outras vezes indesejáveis do ponto de vista tecnológico. Es tas imperfeições podem ser simplesmente pontuais ou estenderem-se
, através do semicondutor formando as chamadas linhas de
discordãn-cias, falhas de empilhamento ou agregando-se, no caso das
impure-zas, dando origem â anéis ("swril defects"), etc. Defeitos
pon-! tuais são bastante importantes do ponto de vista tecnológico pois
i caracterizam-se, em geral, pela produção de níveis de energia lo-i
• calizados na faixa proibida do cristal. . As imperfeições pontuais í mais comuns são as vacâncias, as impurezas substitucionais e inters *
ticiais (oxigênio, carbono, etc), os antisitios (no caso de compos^
tos semicondutores) e complexos formados pela combinação destes.
Os níveis de energia introduzidos na faixa proibida do
afe-tam de maneira nitidamente distinta as propriedades do material se
micondutor.
Níveis rasos situam-se a alguns meV dos extremos da fai.
xa de condução ou de Valencia e contribuem de forma significativa
na condutividade do material, permitindo seu controle, dependendo
da concentração em que se apresentam. Caracterizam-se por uma fun
ção de onda eletrônica bastante espalhada na região do defeito, se o
estendendo a raios da ordem de 50 A , o que evidencia a natureza
de longo alcance do potencial efetivo do defeito. Níveis rasos
são muito bem tratados teoricamente pela aproximação da massa efe-9—12
tivas 1 2.
Já para níveis profundos a situação apr*esenta-se inteira
mente diferente. Estes níveis localizàm-se geralmente afastados
dos extremos das faixas de Valencia e de condução e os defeitos
: que os produzem, quando incorporados ao cristal semicondutor,
tan-. to em baixas como em altas concentrações, pouco influem na sua con
j dutivídade. Entretanto, atuam como centros de recombinação (os cha í
{ mados centros ahiquiladores) ou como armadilhas ("traps") favore
-i
cendo o controle da vida média dos portadores de carga. Além
dis-so, ao contrário dos defeitos rasos, apresentam uma função de onda
eletrônica muito bem localizada em torno do defeito e um potencial
forte, de curto alcance nessa região. £ neste aspecto que a-
teo-ria da massa efetiva falha quando aplicada ao estudo de centros pro
fundos . A forte perturbação causada por estes centros exige que
sejam tratados em nível de igualdade tanto o cristal perfeito como
o cristal com imperfeições.
téc-nica conveniente ao estudo teórico desses centros. Entretanto, ne
nhuma das técnicas até o presente momento desenvolvidas constituem
um tratamento teórico amplo e geral para os centros profundos,
a-presentanto vantagens, desvantagens e muitas limitações ' "" ' .
Esses métodos, em geral,são agrupados em duas categorias: os
méto-dos baseaméto-dos em cálculos de estrutura de faixas e os métométo-dos de
a-glomerados moleculares.
Os primeiros fundamentam-se no esquema de Koster e Slater
(KS) onde a descrição da estrutura de faixas do cristal está
ge-ralmente contida em uma função de Green e o potencial do defeito é
tratado como uma perturbação localizada em relação àalterações pro
voçadas nesta estrutura. Cálculos de função de Green têm sido
a-plicados ao estudo de defeitos simples em semicondutores, tanto den
tro de um contexto empírico ou semiempírico como de primeiros prin 16—32
cípios ~ . No entanto, os cálculos de natureza semiemplrica
.(geralmente "tight binding") apesar de sua simplicidade possuem a
limitação de não serem exatos de per si e de muitas vezes
fornece-rem predições corretas independentes em número menor que os parâme
tros ajustáveis. Já o método baseado em primeiros princípioseque
utiliza a função de Green autoconsistente juntamente com o forma
lismo da densidade local, se por um lado fornece resultados real
-mente quantitativos, por outro possui o incoveniente de ser uma téc
nica que exige um esforço computacional bastante elevado/ não permi
tindo muitas vezes que problemas fundamentais relativos à conver
-gência com número de funções de base, bandas e pontos k na zona de
Brillouin sejam estudados, não sendo exploradas, portanto, suas con
—'--•^•: • - •'•-<••- •••>-••
j
plicações em de.teitos pontuais isolados.
A outra alternativa para o tratamento de centros
profun-dos em semicondutores ê o modelo de aglomerado molecular. Neste
modelo explora-se a natureza localizada da função de onda e o
cur-to alcance do potencial de defeicur-to. O ambiente cristalino é então
substituído por um aglomerado de átomos em torno do de'eito e
con-dições de contorno adequadas são utilizadas na simulação do restar»
te do cristal. A estrutura eletrônica desse aglomerado é
calcula-da por meio calcula-das técnicas convencionais de Química Quântica. Dentre
estas, as mais comumente utilizadas são o método CNDO ("Complete
Neglect of Differential Overlap")33, MNDO ("Modified Neglect of Di atomic Overlap")34, a Teoria de Hückel Estendida (EHT)35 e o Meto- ' do do Espalhamento Múltiplo-Xa (EM-Xa) . Os três primeiros são me
todos LCAO ("Linear Combination of Atomic Orbitais"), semiempíricos,
fortemente parametrizados e têm sido aplicados ao estudo de
vacân-cias, impurezas e pequenos complexos em semicondutores " . A EHT
apesar de ser a mais utilizada dentre os métodos semiempíricos é
geralmente empregada em versão não autoconsistente mostrando-se
i-nadequada â descrição de relaxações.de cargas e distorções em
tor-no do defeito esperadas em centros profundos. Os métodos CNDO e
MNDO são autoconsistentes, todavia, devido â natureza empírica de
suas aproximações não são muito confiáveis tornando necessária sua
utilização em conexão com algum método de primeiros princípios. Já
o EM-Xa é um método autoconsistente e de primeiros princípios e que
vem sendo aplicado com sucesso na descrição de defeitos profundos
em semicondutores . Outros métodos LCAO de primeiros princí
alternativa viável ao estudo de defeitos profundos, algumas
ques-tões merecem atenção especial. Uma delas refere-se ao tamanho do
aglomerado. Certamente a inclusão de mais átomos resultaria em uma
melhor simulação do ambiente cristalino. Em contrapartida, isso
acarretaria um maior esforço computacional e consequentemente
im-possibilitando um estudo da convergência dos resultados com o tanta
nho do aglomerado. A outra questão consiste em posicionar os
ní-veis de energia de defeito em relação aos limites das faixas de con
dução ou de Valencia do cristal perfeito. Para tanto, um aglomera
do de átomos hospedeiros (aglomerado perfeito! é construído a fim
de identificar-se os orbitais pertencentes às faixas de Valencia e
de condução delimitando-se então a faixa proibida. Porém, nem sem
pre o cálculo do aglomerado perfeito fornece um ponto de partida
confiável para o cálculo do aglomerado com defeito.
O problema mais sério, entretanto, refere-se ao tratamen
to dos orbitais situados na superfície do aglomerado. Neste caso,
condições de contorno apropriadas devem ser impostas com a
finali-dade de simular o restante do cristal. Os procedimentos mais
u-suais, neste sentido, consistem na saturação das ligações
covalen-tes flutuancovalen-tes na superfície do aglomerado com átomos de hidroge
nio ' ' ou na rimples transferência dos elétrons
des-tes orbitais para a esfera de Watson, que envolve todo o
aglomera-do, mantendo-os em distribuição uniforme e fixa durante o processo 52—63
de autoconsistência . Este último é utilizado em conexão com
outra maneira de eliminar-se o problema dos orbitais de superfície
é a utilização de condições periódicas de contorno. Neste caso, um aglomerado de átomos hospedeiros mais o defeito ê tratado como se fosse uma grande célula unitária ("large unit cell approach"-LUCA) e os níveis de energia e funções de onda são obtidos via cálculos de faixas convencionais ~ . Contudo, o método não nos parece uma boa opção pois a dispersão nos níveis calculados devido às intera-ções entre os defeitos é grande, mesmo com a utilização de um nume ro elevado de átomos na célula unitária.
Como já dissemos, utilizamos neste trabalho o modelo de aglomerado molecular com saturação através da esfera de Watson vin culado ao EM-Xcx e os dois próximos itens deste Capitulo prestam-se a descrição deste modelo.
1-2. MÉTODO DO ESPALHAMENTO M O L T I P L O - X Q •
0 método do espalhamento múltiplo para moléculas ou agio merados moleculares, também conhecido como método da onda espalha-da, foi formulado por K.H. Johnson , na segunda metade da década de 60 e surgiu da sugestão de J.C. Slater de se estender os meto dos teóricos, já tão utilizados em cálculos de faixas em cristais, ao problema de moléculas poliatomicas. 0 método é uma extensão do , formalismo KKR, desenvolvido nos trabalhos de Korringa, Kohn e Ro£> toker . Consiste na solução do problema de Hartree-Fock para um sistema poliatõmico com aproximação local para o termo de troca a-través da utilização de um modelo "muffin-tin" para o potencial
atômicas (u.a) como
V,.(r) + V <r) (I.I)
De acordo com o modelo "muffin-tin" este potencial é formado pelo
termo coulombiano devido às cargas eletrônicas e nucleares V (r) c
e do termo de troca V (r) para o qual a aproximação normalmente
utilizada é a X o7 6.
Neste modelo o espaço molecular é dividido em três
re-giões funâamentais, esquematiaadas na Figura 1-1, uma vez fixadas
as posições dos átomos na molécula, e que se distinguem pela forma
do potencial em cada uma delas. As regiões são' como segue:
Região I - denominada região atômica; é constituída
pe-lo conjunto de regiões esféricas com centro em cada um dos sitios
atômicos.
Região III - denominada região extramolecular ou
exter-5 '
FIGURA I-f. Viví&ão do tòpaço moltculai no mito do do etpalham&nto múltiplo.
11
na; é formada por todo o espaço exterior ã esfera quo envolve o sis
tema molecular.
Região II - região interatômica ou interslIcloi; espaço
compreendido entre as regiões I e III.
O potencial nas regiões I e III é a média eufórica, em
torno de cada um dos centros dessas regiões, do potencial
V(r) = Vc(r) + Vx(r) ( I.2 )
da equação (1-1). Na região II o potencial é considerado
constan-te e igual a média volumétrica do poconstan-tencial V(r) no?ta região.
Mais explicitamente, se a é o raio da esfera centrada no sitio
atômico designado por p , p = 1, N onde N é o número de átomos
do sistema e a é o raio da esfera exterior que delimita a região
III, então o potencial em cada uma das regiões será:
dvT T , r > a , p ? O /T 3Ki
V<?> seneo d6o â*Q , rQ > aQ u.3 c ) t 4ir J
O.o
onde ti e SI designam os ângulos sólidos correspondentes a
re-í
i gião externa e a região esférica do centro p > respectivamente, e
í VII 8 e n â o ° volume da região interatômica II.
principio poderiam assumir qualquer valor. No entanto, é de conhe
cimento geral que o EM-Xa não apresenta bons resultados quando
a-pliçado a sistemas onde a região <?e potencial constante ê de tama-77 78
nho apreciável ' . A escolha dos raios ê guiada, portanto, pelo
critério de minimização do volume da região II. Além disso, o for_
nalismo na sua forma original e que apresentaremos a seguir pressu
põe o não entrelaçamento das esferas nas diversas regiões.
Uma vez definido o modelo para o potencial, a equação
(1.1) se desdobra nas três seguintes equações:
[-Vj
2
• vP(r
p
) J ^
= e região I (I.4a)de centro p = 1, ..., N
+ V
I;E
J
região II (I.4b)•lIIC ?o) = r e g i á o I J I U'4 c ) de centro o
Devido à simetria esférica dos potenciais V?(r ) e
' a s soluÇÕer nestas duas regiões podem ser expandidas na forma:
•?XX
(rò
londe os zj»n,ír) as harmônicas esféricas reais e u?(e,r ) so luções numéricas da equação:
atiHÜh.
13
uÇ(e,r ) = O (1.6)
P"P
com a condição de contorno u^(e,r -*0) finita. Já os u , ( e(r ) são soluções da mesma equação porém com potencial V° (r ) e com
condição de contorno u*?(e,r -»• •) = 0 .
Para a região entre as esferas, a equação a ser
resolvi-da é a equação de Helmholtz (I.4b). São de interesse soluções de
(I.4b) que forneçam estados de uma partícula ligados, ou seja,
e < 0 . Ainda assim, devemos considerar dois casos nesta equação:
19 caso: e > V J J
29 caso: e < V__
1/2
No 19 caso definimos K = (e-Vjj) e a equação (I.4b) é escrita como
(I.7a)
cuja solução na região II é expandida em termos de ondas parciais 79
espalhadas por todos os centros ,
( I*7 b )
onde JA(K r o) é a função de Bessel esférica de ordem t e n.(Kr ) AA
é a função de Neumann esférica de mesma ordem .
se reduz a:
O
2
-*
2
]
sendo que a solução na região II é expandida como no caso anterior, 79
tendo agora a seguinte forma :
N
p=1
(1)
onde hi (iKr ) ê a função de Hankel esférica do 19 tipo, de or
Ar £S
80
dem 1 e argumento complexo . No.entanto, (I.8b) pode ser escri
ta na forma alternativa:
l
t+1 N
(D
se levarmos em conta as definições:
it(Kr) » i"£ Jt(iKr)
k<1)(Kr) (iKr)
onde i.(Kr) é a função modificada de Bessel.esférica de V? tipo
e de ordem í e k|1)(Kr) é a função modificada de Hankel esféri-ca também de 19 tipo e ordem i 80
15
Nos dois casos discutidos anteriormente, as expressões
(I.7b) e (I.8c) podem ser interpretadas como uma superposição de
"ondas incidentes" e "ondas espalhadas" nas superfícies das
esfe-ras, dando origem a estados estacionãrios de energia negativa.
MS funções de onda nas três regiões devem ser tais que
satisfaçam a condição de continuidade da solução e da sua derivada
normal nas superficies das esferas, a fim de obtermos soluções
fi-sicamente aceitáveis. Para tanto, devemos expressar a função da
região II em termos de cada um dos centros p = 0, 1,... N . A
re-presentação em ondas parciais utilizada na região II permite esse
tipo de expansão e ainda mais, facilita grandemente o cálculo de
integrais de sobreposição.
As condições de continuidade são as seguintes:
P ' O <
(1.10a)0 l
(1.10b)s e n d o r o v e r s o r n o r m a l â s u p e r f í c i e d e c e n t r o p e a o v e
t o r q u e a d e t e r m i n a .
FIGURA 1-2.
Considerando a Figura 1-2 te
nos para um ponto qualquer do es>
paço que
*q = *p "* *pq ( L U ) e para o 19 caso onde c > V^j teremos para p,q / 0
e para q = 0
P 41.12b)
Usando as propriedades do operador de translação, as rela 81
cões (1.12) podem ser escritas como
4irK .L+l-A' IT(A'm';im) x
P nL(KRpq' i'-m^pq'
KJ
t(Kr
o)
4*K
(
I
f
I
IT(t'm';tn) x• Li
onde IT (i'r.';lm) são os coeficientes de Gaunt de harmônicas esfé
Li —
17
XL (ft *.•';!•)
- m
t r ii ' m
l í r í dQ (1.14)Estas integrais são proporcionais aos coeficientes de
Clebsh-Gordan e portanto resultam nulas a laenos que |l-l'| £ L £ t+l*
e L+l+l* seja par. Estas propriedades determinam desta forma o
somatório sobre L que aparece nas equações (1.13).
Da mesma maneira, podem ser obtidas relações análogas pa 81
ra o 29 caso , onde e < V J J , e a função tentativa na região II
pode ser escrita em termos do centro p e próximo de sua
superfí-cie, como segue:
I
senão que para e > V_j
4wK x < q / 0 q « 0
e para e <
4irK (-1)*'** J I.U'mVaro)
L Londe ft(Kr) = < nt(Kr) t-1)t + 1 se p se p se p se p se se 0 e e > V II 0 e e > V II 0 e e < V II e c < V II gJl(Kr) nt(Kr) it(Kr) se se se se p * 0 P 4 0 p s 0
P A o
e e e e c < VÍ I e < V,II
Impondo as condições (1.10) obtewos:,a )
I
(-1) COM tanto para e > (I. 16b) (I.17a) (1.17b) = O p = 0,1, ,.., t « 0,1, ... -1 < m < l,
2
[»?«^V
9
t
( K
v]
a
t«
0 p « 0 1 P i 0como para c < V_j . Onde definimos:
(1.18)
19
, - A(Kr) -&& *™*L- B{r) (1.20)
L J dr dr
O conjunto de relações (1.18) forma um sistema de
equa-ções lineares e homogêneo nos coeficientes bj*^ , o qual pode ser
escrito na forma p s 0,1, ...,N t « 0,1,2, ... -t < m < 1 inteiros com:
t"l « K -= — (1.22)
A solução do sistema de equações (1.21) é não trivial se
e somente se
det (1.23)
Os t~, são quantidades que aparecem unicamente na
dia-gonal principal da matriz e são conhecidos como fatores de espalha
pento. São os únicos que dependem do modelo para o potencial nas
regiões I e III. Os G^íim; I'm') são chamados fatores de
estru-tura pois dependem dos vetores, $ , ou seja, do arranjo
geomé-trico dos átomos do sistema. Além disso, essas quantidades são her
miteanas, isto é:
mental do método do espalhamento múltiplo. O método é
autoconsis-tente e o potencial molecular de partida é gerado por um programa
computacional chamado MOLEPOT. Este programa, uma vez fornecidas
as posições dos diversos centros do sistema, constrói o potencial
molecular de simetria esférica em torno de cada centro, como super
posição de potenciais atômicos autoconsistentes obtidos através do 82
programa escrito por Herman e Skillman . Com esse potencial é en
tão construído o potencial "muffin tin" inicial como nas equações
(1.3). As funções u^(c,r_) no interior das esferas atômicas e
no exterior da esfera externa são então calculadas por integração
numérica da equação radial (1.6), até ã superfície das esferas, pa
ra um dado valor de e e l . Em seguida são calculados os fatores
de estrutura G^(£m;£lm') para o K correspondente. Dai são construídos os elementos de matriz da equação (1.23) e calculado o
determinante. Os valores de e são variados a fim de serem
pes-quisados os zeros do determinante (1.23). Uma vez obtidas as
di-versas soluções e^ , as funções correspondentes •,(?) são deter
•inadas, normalizadas e utilizadas na construção da nova densidade
de carga eletrônica total
P(r) -*•*
(1.25)
sendo n. o número de ocupação do orbital 4», (r) . Com p(r)
ob-tém-se o novo potencial eletrostático através da resolução da equa
Cão de Poisson e a ele acrescenta-se o potencial de troca
r
íi/3- P(r) I
8 TIV
Xa
( í ) ="
6° ! -^7" P<*>]
(I*
26)Coro isso o novo potencial "muffin-tin" é construído. Uma média pon
derada deste novo potencial e o antigo serve como potencial para a
próxima iteração e o processo é repetido até que a
autoconsisten-d a seja atingiautoconsisten-da, ou seja, até que o potencial geraautoconsisten-do seja "igual"
ao potencial anterior usado como entrada,de acordo com algum crité
rio de convergência previamente estipulado.
O procedimento fica extremamente simplificado quando, ex
plorando-se a simetria do sistema, são utilizadas funções já
pre-viamente simetrizadas. Por exemplo, para um aglomerado que possua
a simetria do grupo pontual T. os seus orbitais moleculares se
transformarão de acordo com as representações irredutíveis deste
grupo. Dessa forma, um orbital que se transforme segundo a
repre-sentação a. de T. não deve ser composto da função u£(e,r ) cora I Cl X * p .t s 1 e p no átomo central. Esta função, em conseqüência não
necessita ser gerada, para o cálculo de orbitais com simetria a.. .
Além disso o determinante (1.23) fica diagonalizado em blocos devjl
do ã ortogonalidade das representações irredutíveis do grupo de
simetria. E o número de blocos, a que é reduzido o determinante,de
penderá do número de representações do grupo. Como exemplo,
pode-mos escolher o aglomerado de 32 átopode-mos estudado no Capítulo II. Ejs
te possui a simetria do grupo D~. . Utilizando harmônicas
esféri-cas de t > 0,1,2 para os dois átomos centrais e para a esfera ex
terna e t * 0,1 para os 30 átomos restantes, o determinante a ser
resolvido teria dimensão 147. Já com a utilização da simetria
mensão do maior bloco seria 25, o que é bastante significativo.
1-3. TRATAMENTO DOS ORBITAIS DE SUPERFÍCIE - MODELO DE SATURAÇÃO
ATRAVÉS DA ESFERA DE WATSON
Como salientamos na introdução deste Capitulo, o
proble-ma proble-mais sério advindo da utilização de um modelo de aglomerado, na
simulação de um cristal covalente, refere-se ao tratamento dos
orbitais de superfície. Além disso, o uso de um método autoconsis
-tente pode agravar de forma preponderante os resultados, se esse
tratamento for feito de forma inadequada.
Consideremos um cristal de coordenação tetraédrica
den-tro do modelo de hibridização sp , como no caso do silício ou do
diamante. Os estados eletrônicos totalmente ocupados e que
com-põem a faixa de Valencia de um cristal deste tipo seriam .formados
.pelos orbitais ligantes provenientes da superposição de orbitais
híbridos localizados em átomos adjacentes na rede. Os orbitais
an-tiligantes correspondentes, totalmente desocupados, formariam afajL
xa de condução e para um sólido ideal "sem superfícies" a delimita
ção entre essas duas faixas seria nítida e a faixa proibida
esta-ria bem definida.
Pensemos, agora, numa parte limitada deste cristal. Tere
mos então um aglomerado de átomos, dispostos segundo a rede do dia
mante, porém com os átomos situados em sua superfície tendo seus
orbitais híbridos não saturados e ocupados por apenas 1 elétron.
De nossa análise anterior sobre a formação da estrutura
23
trõnica desse aglomerado seja então afetada por seus orbitais de
superfície quando estes não são tratados, sendo isso o que realmen 41 5^
te ocorre . Neste caso, esses orbitais podem vir a se
mistu-rar com os orbi'ais de Valencia do aglomerado (orbitais totalmente
saturados) não proporcionando a delimitação exata do que seja a
faixa de Valencia ou a faixa proibida simulada pelo aglomerado. Es»
te tipo de ocorrência é agravado consideravelmente em um cálculo
autoconsistente pois neste caso a distribuição de carga dos
orbi-tais de superfície tenderá a penetrar o aglomerado tornando
total-mente irreal a descrição dos outros orbi.ais.
Como já dissemos na introdução deste Capitulo, os dois modelos mais utilizados para o tratamento dos orbitais de
superfí-fênio 52-63
' . 39,4J-51,64-66 cie sao o modelo de saturação por hidrogênio (SH) e
de saturação pela esfera de Watson (SEW)
0 primeiro procedimento (SH) consiste, como o próprio no
•me diz, em se saturar os orbitais flutuantes na superfície do agio
merado com átomos de hidrogênio. Sendo assim, confere-se um
elé-tron a mais ao híbrido anteriormente ocupado por apenas um eléelé-tron
o que possibilita a delimitação da faixa proibida além do que
man-tém a direcionalidade dos orbitais híbridos sp . Apesar desse pro
cedimento mostrar-se satisfatório na simulação da estrutura eletrô
nica de cristais covalentes, possui o incoveniente de que os
orbi-tais de superfície, agora saturados, ocupam a faixa de Valencia do a
glomerado/muitas vezes definindo seu topo. Com isso sua utiliza
-t ção -torna-se comple-tamen-te inviável, quando deseja-se sa-turar
orbi-i. tais híbridos dirigidos a um me. átomo no aglomerado, como nos
pela esfera de Watson, a "limpeza" da faixa proibida é feita de ma
ncira inversa ao modelo SH pois agora os elétrons dos orbitais de
superfície são excluídos da faixa de Valencia tornando mais nítida
a delimitação entre o que seja estado de Valencia e de condução.
Vamos detalhar, agora, no que consiste o modelo. Seja um
aglomerado de N átomos com um número total de elétrons de
valên-cia n_ (no caso do silício, por exemplo, n_ = . 4 N ) . Seja n_ o
número total de elétrons de Valencia que compõem os orbitais
com-pletamente saturados e que de maneira geral participam das ligações
mais internas ao aglomerado. Os restantes IL. = nT - ng elétrons pertencem aos orbitais de superfície. .0 modelo propõe que esses
rv. elétrons sejam então transferidos para uma esfera,em geral
co-incidente com a esfera externa do EM-Xct , conhecida como esfera de
Watson83.
A esfera de Watson já havia sido utilizada anteriormente
também em conexão com o EM-Xa no estudo de centros de cores em a
glomerados iônicos com excesso de carga. Neste caso, carga igual e
de sinal contrário â do aglomerado era então distribuída nesta es
fera para manter a neutralidade e garantir a convergência .
No modelo SEW a transferência dos elétrons para a e£
fera de Watson, mantendo-os em distribuição uniforme, gera um
po-tencial eletrostatico repulsivo dado, em u.a., por:
25
ro i ao ao
v
w
ro
Estes elétrons são então mantidos fixos nesta esfera e não partici
pantes do processo de autoconsistencia. Este tipo de procedimento
enfraquece consideravelmente a interação entre os estados de super
ficie e de Valencia propiciando a delimitação correta das faixas
fundamentais do aglomerado.
O método foi aplicado pela primeira vez ao estudo de
de-feitos em GaAs em 1978 , utilizando aglomerados de 17 átomos
Posteriormente, estudos foram feitos em outros compostos III-V
co-mo GaP e GaSb com aglomerados do mesco-mo tipo e em Si com a
glomerados de 20 átomos também. Neste trabalho estendemos o
estu-do, do Si a aglomerados maiores utilizando o mesmo modelo. A idéia,
como mencionamos na Introdução Geral de nosso trabalho, é estudar
-CAPÍTULO
II-ESTRUTURA ELETRÔNICA DO CRISTAL DE SILlCIO
II-1. INTRODUÇÃO
O silício, em sua forma cristalina, é um material semi
-condutor que possui a estrutura do diamante. Seu grupo de simetria
espacial é portanto o O. f que admite a operação de inversão coro
relação ao centro da ligação Si-Si . Esta estrutura está
ilustra-da na Figura II-1. Ê um semicondutor cuja transição funilustra-damental,
da faixa de Valencia para a de condução, é indireta e igual a 1,12
eV86 e com parâmetro de rede a = 5,431 A
Devidoã sua importância tecnológica, o silício é um
mate-rial bastante estudado tanto teoricamente como do ponto de vista
experimental. Como o nosso objetivo, neste Capitulo, é apresentar
FIGURA Il-f. Po&íçõtò doò átomoò na célula 6u.ndame.ntal da
do silício.
os resultados da simulação da estrutura eletrônica do silício,
a-través de um modelo de aglomerado molecular, achamos oportuno
re-latar os cálculos de aglomerados, até então existentes na
litera-tura relativos ã este material (item II-3). Além disso, para
tor-nar mais completa nossa explanação dedicamos o item II-2, deste Ca
pitulo, a um breve resumo dos cálculos de estrutura de faixas,mais
recentes, sobre o cristal de silício.
II-2. CÁLCULOS DE ESTRUTURA DE FAIXAS
A estrutura eletrônica do cristal de Si vero sendo
obti-da através de métodos os mais variados, dentre os quais destacam-88
se o OPW ("Orthogonalized-Plane-Wave") , APW
("Augmented-Plane-Waye")8 9"9 2, LMTO ("Linear Muffin-Tin Orbitais")93, LCGO ("Linear Combination of Gaussian Orbitais")94'95, VCM ("Variational Cellular Method") , pseudopotenciais empíricos e de primeiros
princí-98 99
pios ' com diversas aproximações para o potencial de troca.
Na Tabela II-1, mostramos os resultados de alguns desses
cálculos, para os estados de mais alta simetria da estrutura de fai^
xas do Si . A largura da faixa proibida é denominada LPP. 88
Stukel e Euwema foram os primeiros a efetuar um
cálcu-lo autoconsistente e de primeiros princípios da estrutura de
fai-xas do Si . Até então, os cálculos eram de natureza empírica ou se
miempírica. Os autores utilizaram um método OPW, autoconsistente,
com o potencial de *roca local de Slater (a • 1) e de Kohn - Sham
(a > 2/3), sendo estes os dois primeiros resultados mostrados na : Tabela II-1. Resultados semelhantes foram obtidos por Stõhr e
r1 . r2 -1 . X1 . t , . LFP V * . v ,c . c V c • i n Stukel e euwena* OPW Autoconstttente a • 3/3 i > i - 1 2 0 2 3 . 7 0 . 0 . 0 4 0 3 3 31 14 34 32 - 1 1 . 0 . 2 . 2 . 1 . - 3 . 1 . 7 4 0 7 » 75 28 95 10 H«Mnnb LAW Autocon-slstente local -12.02 0 . 0 2.49 3.18 O.SS Sxmulowictc APW Autooan- Não Auto-aistente consistent* a . 0 . 7 9 - 1 1 , 4 4 0 . 0 3.30 2.38 -6,33 2.28 2.06 - . 1 . 7 6 0 , 0 : , 8 2 2.83 .(,71 1.27 ->--4.0 1.12 Zuncfcr e Cohan paeudopotonelal Autocomsistarfea riao local - 1 2 , 2 0 0 , 0 2 , 4 8 2.SO - 7 . 2 1 P.52 - 4 . 7 2 O.SO X e r k e r * paaudo-potaneial Nutooan-sistanta nio local - 1 1 , 7 5 0 , 0 2.90 3.2S -6.CO 1.20 1.10 W«na e * Klein LCCO Autooon-slstante local - 1 2 , 2 0 0 , 0 2,t« 3.OS -7.2S 0.79 4.73 o.ts Owlikowsky9 • Cohen peeudo-potoncial nio local - 1 2 , 3 * 0 , 0 1.43 4.10 - 6 , 9 < 1.17 - 4 , 4 7 1,12 et a l VCM nio Auto-conaistente « • 2/3 • 11.M 0 . 0 3.»1 4,94 -1,28 1.1* -4,30 1,09 (Kperlaenta: -12,4 t o , »1 4.11 * 0 , 0 2J * , 4 t 0 , 4 --«,8 t 0,2* -4,7 t O . J1' " 1 , l a) Referência 88 b) Referência 90 c) Referência 91 d) Referência 98 e) Referência 99 f) Referência 95 g) Referência 97 h) Referencia 96 i) Referência 101 j) Referência 102 k) Referência 103 1) Referência 86
29
Bross89 através de um cálculo APW, autoconsistente e com aproxima-ções para o potencial de troca idênticas às de StukeleEuwema. Por
esse motivo seus cálculos não foram incluídos na Tabela II-1. Stòhr
c Bross atribuíram os grandes erros obtidos em certas transições,
por exemplo r2 * c ~ r25* v ' a o P °t e n c i a l d e t r o c a local. De fa-90 91
to, os resultados obtidos por Hamann e Szmulowicz nao sao
me-lhores que os anteriores. Ambos utilizaram o método APW (no caso
de Hamann, um APH linearizado), autoconsistente e ainda mais: com
correções "não nuffin-tin" ao potencial, tanto nas regiões atômicas co
mo intersticiais. No entanto, mantiveram a aproximação local para 95
o termo de troca. Mesmo cálculos cano os de Wang e Klein que utili zam o método LCGO, autoconsistente, sem uso de potencial modelo (ti
po OPW ou APW), apresentam uma LFP bastante subestimada, quando
comparada ao valor experimental. Estas discrepâncias foram rela-95
cionadas, por Wang e Klein , as aproximações inerentes ao
forma-lismo da densidade local. Na realidade, podemos observar que os 91
cálculos de Szmulowicz em versão nao autoconsistente apresentam
resultados mais próximos das transições experimentais que em sua
versão autoconsistente. Também o método celular variacional (VCM) 96
de Ferraz et ai fornece resultados bastante próximos aos
experi-mentais, sendo um cálculo não autoconsistente.
98
Por outro lado, os resultados de Zunger e Cohen > prove nientes de um cálculo de primeiros princípios, autoconsistente com
pseudopotencial não local, não são melhores que os obtidos por Wang
e Klein que utilizam a aproximação local, Zunger e Cohen obtém va
lores *v 50% menores que os experimentais pelo menos para a LFP e
mesmas transições, valores muito superiores aos de Zunger e Cohen conseguindo para a LFP ura valor muito próximo ao experimental. Cu riosamente Kerker também utiliza, como Zunger e Cohen, um método de pseudopotencial autoconsistente não local. A diferença entre os dois cálculos reside no tipo de aproximação não local utilizada pa ra o potencial de troca-correlação.
Isto vem a confirmar que a ineficiência, mesmo de cálcu-los mais rigorosos, no sentido de reproduzir o valor da LFP , não provém das aproximações numéricas utilizadas na obtenção da estru-tura de faixas, mas sim na falha, se não total, pelo menos parcial do formalismo de Hohenberg e Kohn , dentro da aproximação da den sidade local, na descrição de estados excitados.
Concluímos, portanto, de toda esta análise, que nem sem pre os cálculos mais rigorosos são aqueles que fornecem os resulta dos mais próximos aos experimentais. Os melhores dados, nestes ter
97
mos, sao os de Chelikowsky e Cohen , como podemos notar pela Tabe la II-1. Os autores utilizam um modelo de pseudopotencial empíri-co. Estes potenciais são parametrizados e ajustados de forma a re produzir determinadas transições observadas experimentalmente. Da da a confiabilidade dos resultados destes autores, apresentamos na Figura II-2 a estrutura de faixas do Si por eles obtida.
Ainda dentro de um esquema semiempírico podemos ei'.ar os 104
cálculos de Harker e Larkins . Os autores utilizam o método da supercélula (LUCA), com 128 átomos por célula unitária. A estrutu ra de faixas do Si é então obtida com o uso do método CNDO33. Ape
sar do método ser autoconsistente, é fortemente parametrizado e, sua aplicação ao Si', não fornece bons resultados.
31
-12
-FIGUKA T I - 2 . Eòtiututia de ia.JLx.ao do SI obtida poK Chtlikow&ky e.
n_ 3 . MODELOS DE AGLOMERADOS
O uso do modelo de aglomerado molecular, com a
finalida-de finalida-de simulação da estrutura eletrônica finalida-de semicondutores, é
moti-vado pelo estudo de propriedades de defeitos ou impurezas
presen-tes nespresen-tes materiais. Trabalhos pioneiros, dentro deste esquema,
são os de Messmer e Watkins , no estudo da estrutura eletrônica
do diamante. Os autores colocam o modelo de aglomerado molecular
como uma alternativa viável, intermediária entre o método da
molé-cula de defeito , altamente localizado, e o cálculo de estrutura
de faixas aplicado ao estudo de defeitos.
A opção por um modelo de aglomerado pressupõe a perda da
simetria translacional do cristal, restando, no entanto, a possibi
lidade de que sua simetria local seja explorada. A escolha do
ti-po de aglomerado, e consequentemente sua simetria, é ditada pelo
tipo de defeito que se deseja estudar. Para o estudo, por exemplo,
da vacância isolada em Si , é conveniente um aglomerado centrado
em um sitio da rede, cuja simetria local é a T, . Já para uma impu
reza intersticial as opções de simetria são várias, sendo que a po
sição de mais alta simetria também é a T. . d
Os primeiros cálculos referentes a estrutura eletrônica
do Si , em um modelo de aglomerado, são devidos ã Larkins . 0 ob
}etivo do autor é estudar a monovacância e impurezas substitucio
nais isoladas em Si e diamante através da EHT. Para tanto, uti
liza modelos de aglomerados em simetria T. com centro em um
sí-tio substitucional da rede. A rede cristalina do Si é
33
diretamente aos segundos vizinhos a este átomo. Para evitar,
por-tanto, que orbitais flutuantes permaneçam internos ao aglomerado,
Larkins sugere que a construção destes seja feita por ordem de
li-gação, isto é, por inclusão de camadas de vizinhos tal que as liga
ções mais internas sejam saturadas completamente. Com isso aglome
rados construídos até os quintos vizinhos poderiam ter 5, 17 e 41
átomos. Devemos lembrar que o aglomerado utilizado por Messmer e
Watkins para o estudo de nitrogênio em diamante possui 35 átomos.
Larkins calcula a estrutura eletrônica <Le aglomerados
contendo 5, 17, 29, 35, 41 e 47 átomos de Si não adotando nenhum
procedimento para tratar os orbitais flutuantes existentes na
su-perfície. Segundo o autor a utilização de H como átomo saturador
é inconveniente, devido à grande diferença de eletronegatividade
entre H e Si . Os resultados de Larkins são mostrados na Tabela
II-2. A largura da faixa proibida (LFP) é definida por Larkins sim
plesmente como a diferença de energias entre o primeiro orbital de
socupado e o orbital mais alto ocupado: utiliza portanto o Teorema
de Koopmans . Percebemos que na medida que o número de átomos do
aglomerado vai aumentando o valor de LFP vai diminuindo. Tendência
esperada, uma vez que um aglomerado infinito deva reproduzir o cris_
tal real. O menor valor para a LFP é obtido no aglomerado de 41 á
tomos (4,28 eV) já estando muito próximo do resultado para o
aglo-merado de 47 átomos.
Incluímos, também, na Tabela II-2, a simetria do orbital
mais alto ocupado, o que designa a simetria do topo da faixa de
va-lência. 0 autor, no entanto, não fornece tal informação para os
TABELA If-?. lc*gu*« da faixa, pnoiblda [Iff) e la*.qu\a da -faixa dt Zl ilFV) do Si obtida* poi divino* mode.to& dt aglomt\a.do4.
Larkins* EHT Singh e t a lb EHT C a r t l i n gc EM-Xa DeLeo e t a l EM-Xa Kenton e Ribarskye LCAO "ab initio" Malvido e Whittenf LCAO "ab initio" Aglomerado 5Si 17Si 29Si 35Si 41SÍ 47Si 30SÍ9 32Sih 35SÍ 38Sii (5Si,12H) (5Si,12H,4l) (5Si,12H,i0l) (10Si,16H)9 (5Si,12H) Si-H * 1,48 A* (5Si,12H) Si-H * 2,35 X (5Si,12Si*) LFP "gap" (eV) "•,27 5,34 4,80 4,98 4,28 4,29 2,29 2,05 2,12 2,24 1,02; 0,953 0,98 0,84 M 1 , 9k % 8 , 7 . 2 , 2 * 7,67* LPV "band width" (eV) * 12,3 * 13,7 * 14,0 * 13,9 13,75 •v 13,9 —;— 9,62 9,67 9,67 10,4 . 11,0 * 11,0 12,2 simetria do Orbital mais —
. v
*2a) Referência 42a (Teorema de Koopmans) b) Referência 44 (Teorema d e Koopmans)
c) Referência 49a (Teorema d e Koopmans); I denota esfera intersticial d) Referência 64a (Teorema d e Koopraans)
e) Referência 68 (teorema de Koopmans)
f) Referência 69; Si* denota átomo d e Si como saturador 9) Centrado no interstício tetraédrico (Td)
h) Centrado na metade da ligação Si-Si (D34) i) Centrado no interstício hexagonal (033) j) Estado de transição (Referência 76a) k) ASCF: Diferença entre eneirgias totais
35
ria entre t2 e t-' sendo que estes orbitais permanecem quase generados. Como no cristal real o topo da falira de Valencia é
de-signado pela simetria r25t » poderíamos esperar que o orbital mais alto ocupado do aglomerado fosse de simetria t2 . Essas duas representações são compatíveis, possuindo projeções no átomo cen
-trai, o que já não ocorre com t. . Vários motivos podem ocasionar
essa incompatibilidade,desde o tipo de cálculo empregado, tratamen
•• to dos orbitais de superfície até mesmo ao modelo empregado, onde
somente trabalha-se com a simetria local. No entanto, não devemos
ser tácitos ao julgar um cálculo de aglomerado através deste crité 64a
rio. Um aglomerado como o de De Leo et ai , por exemplo, con centro
t em um interstício tetraêdrico nem sequer possui um átomo central e
; portanto não haveria motivo para que o topo de sua faixa de
valên-, cia fosse definido por um orbital t- .
Utilizando o mesmo método de Larkins e também sem adoção 44
; de um tratamento da superfície, Singh et ai calculam a estrutura *
; eletrônica de aglomerados com no mínimo trinta átomos. O objetivo
c
r dos autores é o estudo da impureza de H em Si . Por isso,
utili-: zam aglomerados com centros em diversos sítios da rede a fim de pes • quisarem a posição mais estável da impureza. Os aglomerados 3ÍSÍ
( e 35Si possuem, ambos, simetria T. , porém estão centrados nos si_ • tios intersticial e substitucional, respectivamente. Já o
aglome-> rado 32Si tem centro no ponto médio da ligação Si-Si e o 38Si
: no interstício hexagonal, ambos possuindo consequentemente,
sirae-I tria D.. . os autores fornecem, no trabalho, somente os valores
| para a LFP. Apesar de utilizarem o mesmo procedimento, obtém valo
obtido por Larkins. 0 que se deve, provavelmente, ã diferença
en-tre os parâmetros numéricos da EHT, considerados pelos autores. 49a
Os estudos de Cartling já incluem um tratamento de or
bitais de superfície através da saturação por átomos de H e a uti
lização de um método autoconsistente como o EM-Xa. Seu aglomerado
base é constituído de 5 átomos de Si (átomo central + quatro
pri-meiros vizinhos), em simetria T, , tendo suas ligações completados
por 12 átomos de H colocados na posição dos átomos da rede. Cart
ling, para pesquisar os efeitos da aproximação "mufftin",
in-clui neste aglomerado esferas vazias nas regiões intersticiais.
A-gora, nessas regiões, o potencial passa de constante a esférico-s_i
métrico. Os aglomerados estudados desça maneira são denominados
(5Si,12H,4I) e (5Si,12H,10I). Além disso, Cartling faz um estudo
da convergência dos resultados com a expansão em ondas parciais,
concluindo que a utilização da base minima, isto é, í ~ 0,1 para
as esferas de Si e í. = 0 para H , já é suficiente. O autor
uti-liza o parâmetro a de Schwarz igual ao do Si (0,72751) para
todas as regiões, inclusive esferas intersticiais e de H .
Os resultados de Cartling, para a LFP e LFV, são apresen
tadas na Tabela II-2. Ao contrário do esperado, quando da utiliza
ção de um modelo de aglomerado, esses valores para Cartling são li
geiramente menores que os experimentais. Isto pode ser observado
também com relação aos resultados de De Leo et ai , que utilizam
um aglomerado de 10 átomos de Si e 16 de H , na mesma simetria
lT(j)' P °r e m c o m centro em um interstício. Além disso, todos os resultados desses autores apresentam o nível t- como definição
procedimento de saturação por H , pois como poderemos observar, no próximo item deste Capitulo, a saturação por esfera de Watson não produz esses efeitos.
A análise das distribuições de carga no aglomerado, fei-ta por Cartling, traz informações valiosas sobre o modelo adofei-tado, isto é propiciado, justamente, pela utilização de um método auto -consistente como ò EM-Xa. Contrariando o que ocorre em um cristal perfeito, átomos iguais não são todos equivalentes no aglomerado, o que é refletido na distribuição de carga. Cart ling obtém, para o aglomerado (5SÍ,12H), uma carga de 13,22e no átomo central, I2,29e no átomo representativo da primeira vizinhança e 0,88e > num átomo de H saturador. À carga espalhada na.região interatômi ' ca é para os aglomerados (5Si,12H), (5Si,12H,4l) e (5Si,12H,1OI) ,
respectivamente, 8,83e , 8,39e e 7,86e . Um aspecto importan
í ~
1 te é que a densidade eletrônica nas esferas vazias apresenta-se li.
í geiramente maior que na região interatômica, indicando uma tendên-cia de concentração de carga onde não há ligação entre átomos. Cart
í
} ling, novamente, atribui este fato à camada de H saturadores, que
t
| introduz um volume interatõmico grande com uma baixa densidade ele i
' trônica.
i Cálculos que utilizam o procedimento de saturação por hi.
1 drogênio, porém em conexão com um método LCAO de primeiros princi
[•
l pios e autoconsistente, foram efetuados por Kenton e Ribarsky6 8.
r
I Os autores usam um aglomerado de 5 átomos de Si e 12 de H , como
i
| o de Cartling, e realizam um estudo da estrutura eletrônica em fun
| ção do comprimento da ligação Si-H . Os valores da LFP são
calcu-- 76
lados de duas maneiras: pelo Teorema de Koopmans , ou seja, pela
simples diferença entre os autovalores do estado fundamental e por
iSCF, isto é, diferença entre energias totais âutoconsistentes do
estado fundamental e do primeiro estado excitado. Estes dois valo
res são mostrados na Tabela II-2 para duas distâncias Si-H
repre-sentativas do aglomerado. A distância Si-H = 1,48 A refere-se
ao comprimento de ligação experimental do silano (SiH^) e Si-H =
s 2,35 A corresponde ao comprimento de ligação Si-Si no cristal
I de Si . O mínimo da curva de energia total obtida por Kenton e Ri^
• • o
barsky ocorre justamente para a distância Si-H = 1,48 A . Os auto
res concluem também, que o deslocamento dos átomos de H não afeta,
de forma considerável,a distribuição de carga dos orbitais prove
-I nientes da região central do aglomerado. Em contrapartida, o
mes-[ mo já não pode ser dito com relação ã'estrutura de níveis do topo
i
da faixa de Valencia, havendo inversão do ordenamento dos níveis o
; t.j e t~ para distâncias superiores a 2,3 A . Com isso, os auto-| res sugerem que a colocação desses níveis possa então ser ajustada
• com base na variação da distância Si-H .
í
' Na Tabela II-2 incluímos os resultados de um cálculo LCAO,
I também de primeiros princípios, nos moldes do cálculo de Kenton e í '69 \? ; Ribarsky,realizados por Malvido e Hhitten com objetivo de estu-| dar a monovacância em Si . A diferença entre os dois cálculos resi
» • ""
de no tipo de átomo usado como saturador. Malvido e Whitten empre
gam átomos de Si como saturadores. Neste caso a camada de 12 áto
mos de Si mais externa constitui uma camada de orbitais híbridos
sp ajustados de forma a produzir um potencial efetivo que torne
a ligação Si-Si não polar na distância da rede. Os resultados,
no entanto, não são muito diferentes que os de Kenton e Ribarsky,
39
Cabe ressaltar que na Tabela II-2 não incluímos os resul tados relativos à cálculos de aglomerados de Si baseados no proce dimento de saturação pela esfera de Watson . Como este é o mode-lo que utilizamos, achamos por bem incluí-mode-los no próximo item, jus tamente com os nossos resultados para aglomerados maiores,a fim de efetuarmos uma análise mais completa e sistemática do modelo.
Para finalizar, podemos concluir, da análise da Tabela II-2, que os resultados provenientes de cálculos LCAO, como os que mencionamos (EHT, "ab initio"), são bastante superestimados, pelo menos quanto a largura da faixa proibida. Notamos, além disso,que os resultados de Kenton e Ribarsky com um cálqulo de primeiros prin cipios, autoconsistente e incluindo o tratamento dos orbitais de superfície, não são melhores que os de Larkins que utiliza a EHT sem tratamento da superfície do aglomerado. Tudo isso evidencia a superioridade do EM-Xa no que se refere ao modelo de aglomerado, o qual aliado ã um tratamento adequado para os orbitais de superfí-cie pode vir a propiciar uma simulação bastante confiável da estru tura eletrônica do Si .
II-4. MODELO DE AGLOMERADO COM SATURAÇÃO ATRAVÉS DA ESFERA DE WATSON
Como já frisamos anteriormente, a escolha de um aglomera do em especifico é definida pelo tipo de defeito a ser estudado. 0 modelo de aglomerado com saturação através da esfera de Watson foi apl cado por Caldas, Leite e Fazzio no estudo de aglomerados de Si contendo 17 átomos, em simetria T. , e 8 e 20 átomos, em
sime-tria D3 d , apropriados ao estudo de defeitos simples e pares de defeitos vizinhos na rede, respectivamente.
Neste trabalho temos como objetivo maior o cálculo da es
trutura eletrônica de aglomerados com mais de 20 átomos de Si , vi
sando, em primeiro lugar, o estudo de defeitos mais complexos e,
em segundo lugar, uma compreensão mais profunda do modelo que ora
utilizamos, conferindo com isso maior segurança â aplicações
pos-teriores do modelo, mesmo fora do escopo deste trabalho.
Os aglomerados por nós estudados possuem basicamente as
simetrias T, e D3 d . Aqueles em simetria D^, possuem seu centro na metade da ligação Si-Si e são constituídos âe 26 e 32 átomos
e os denominamos (26Si) e O2Si) , respectivamente.' Em simetria T,,
f o aglomerado que consideremos tem seu centro em um interstício, pos
t " •
l sui 26 átomos e portanto o denominamos (26Si)^ , para
diferenciã-í. Io do anterior. *
Consideremos, então, a formação dos aglomerados em
sime-tria D., . A partir do ponto médio da ligação Si-Si , os
aglome-[ rados são construídos por inclusão sucessiva de camadas de
equiva-lência. A uma camada de equivalência pertencem todos os átomos que
ocupam as posições uns dos outros quando da aplicação das
opera-ções do grupo de simetria em questão. Isto define um tipo, para os
átomos do aglomerado. Átomos de mesmo tipo situam-se na mesma
ca-mada de equivalência e são, portanto, átomos equivalentes. A
definição de um tipo para o átomo é feita através de números e a nu
meração é convenientemente feita de forma a ser compatível com o
programa Espalhamento Múltiplo. Neste caso, â esfera externa é
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•) acrescenta-se mais 6 átomos (tipo 3) os quais completam suas li
cações formando então o aglomerado (8Si). Cada um dos átomos do
tipo 3 fica, então, com três orbitais a serem saturados pelas cama
lias subsequentes. A próxima camada de equivalência incluída é com
posta por 12 átomos (tipo 4) os quais saturam apenas dois dos três
orbitais flutuantes nos átomos do tipo 3, além de completarem liga
ções entre si dois a dois. Assim fica formado o aglomerado (20Si).
Ocorre que a não saturação dos restantes 6 orbitais situados em
á-tomos do tipo 3, deixa-os internos ao aglomerado' (20Si) e além di£
so muito perto da região central do aglomerado. São estes os
orbitais a serem saturados pela próxima camada de equivalência cons
tituída então de 6 átomos (tipo 5) e formando o aglomerado (26Si).
Já o aglomerado (32Si) é construído a partir do (26Si) pela
inclu-são de mais 6 átomos (tipo 6) os quais saturam cada um duas
liga-ções situadas em dois átomos adjacentes pertencentes a camada de
tipo 4. O processo que ora acabamos de descrever pode sér vi sua li.
zado na Figura II-3. As posições dos átomos e suas distâncias ao
centro dos aglomerados são fornecidas pela Tabela II-3. Cabe
res-saltar que não obstante os átomos de tipo 5 e 6 estejam a mesma di£
tância do centro do aglomerado,pertencendo assim a mesma camada de
vizinhos, estes possuem características distintas quanto a
equiva-lência e quanto ao tipo de orbitais saturados, como podemos
obser-var pela Figura II-3.
Passemos agora, ao aglomerado (26Si). ilustrado na Figu
ra II-4. Como já dissemos, seu centro é o interstício tetraédrico.
Identificamos quatro camadas de átomos equivalentes neste aglomera
desig-(2)
(8)
(20)
(26)
(32)
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AÍ-metnia V3rf , com atí H ãtomoA. AA di^zxe.nie.6 hachuia* indicam ca
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