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A ESTAÇÃO CIÊNCIA MÓDULO DE MATEMÁTICA VAI À ESCOLA: A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COLETIVO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA

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Academic year: 2021

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A ESTAÇÃO CIÊNCIA – MÓDULO DE MATEMÁTICA VAI À ESCOLA: A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COLETIVO NA FORMAÇÃO DO

PROFESSOR DE MATEMÁTICA

Kelly Roberta Mazzutti Lübeck1, Renata Camacho Bezerra2 

kellyrobertaml@gmail.com, renatacamachobezerra@gmail.com

José Ricardo Souza3, Marcos Lübeck4,

rico_1012@hotmail.com, marcoslubeck@gmail.com

Graciela Siegloch5, Suellen Cristina Foletto6 

graciela.siegloch@gmail.com, scfoletto@gmail.com

Luis Fernando Peixoto da Silva6, Juliana Marilete Bassani6

ludinofer@hotmail.com, ju_robassani@yahoo.com.br

Fábio dos Santos6, Cátia Piano6

fabio_proff@hotmail.com, catiapiano@hotmail.com

Gilvani Franco Kreling6, Michael Willian de Oliveira Freitas6

gilvanifkreling@hotmail.com, willian.1007@hotmail.com

Resumo: A formação do professor é um tema que cada vez mais vem ganhando destaque nas pesquisas e nas discussões em Educação Matemática. No Curso de Matemática da UNIOESTE, Foz do Iguaçu-PR, preocupados com esta formação, criamos o Projeto A Estação Ciência – Módulo de Matemática vai à Escola, que foi contemplado com recursos financeiros do Programa Universidade Sem Fronteiras do Governo do Estado do Paraná, eixo de Apoio às Licenciaturas. Por isso, neste artigo relatamos o trabalho desenvolvido até o momento e ressaltamos a importância da constituição de um “grupo” no trabalho coletivo e na formação individual do professor e/ou futuro professor de Matemática.

Palavras-chave: Formação de Professores; Educação Matemática.

      

1

Doutora em Matemática e docente do Curso de Matemática da UNIOESTE, Foz do Iguaçu. 2

Mestre em Educação Matemática e docente do Curso de Matemática da UNIOESTE, Foz do Iguaçu.

3

Doutor em Educação Matemática e docente do Curso de Matemática da UNIOESTE, Foz do Iguaçu.

4

Doutorando em Educação Matemática e docente do Curso de Matemática da UNIOESTE, Foz do Iguaçu.

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1. Histórico de financiamento e apoio a projetos no Estado do Paraná

A sociedade moderna vem se caracterizando pela crescente presença da ciência e da tecnologia em suas atividades rotineiras, além da vasta gama tecnológica em atividades produtivas e sociais. De uma forma geral, pode-se dizer que as universidades já não são nem sombra do que foram há alguns anos atrás. O aumento destas necessidades e o investimento gradativo realizado durante décadas fizeram com que, aos poucos, as universidades tomassem também um formato mais moderno e atento com as comunidades que as cercam, ou seja, que o viés social passasse a ser uma preocupação cada vez maior.

O crescente investimento em pesquisa e extensão também caracteriza esta nova roupagem que as universidades apreenderam. Durante muitos anos foi comum a prática de pesquisa nas universidades, mas estas pesquisas de lá não saiam, ou seja, ocasionavam um processo de publicação de trabalhos para obtenção de títulos e melhoria de currículos, onde muitas desta pesquisas, inclusive com temas de importância econômica e social, não conseguiam transpor os muros das universidades, por vezes pela falta de interesse dos envolvidos, mas na grande maioria pela falta de apoio financeiro e governamental.

Aos poucos as universidades começaram a focar suas pesquisas em ações efetivas para a melhoria de vida da população e os órgãos superiores manifestaram maior interesse no financiamento de projetos deste tipo.

O Estado do Paraná vem, nos últimos anos, fortalecendo a política de apoio a projetos de extensão, oferecendo oportunidades aos universitários, professores e pesquisadores, onde principalmente as universidades estaduais ganham apoio para desempenhar um de seus mais importantes papéis, o de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, uma coletividade que olha e atua para todos. Cada vez mais se observa o comprometimento com o desenvolvimento humano, através de investimentos que melhoram tecnológica e socialmente a vida das pessoas.

Com vistas ao panorama nacional, podemos afirmar que as universidades estaduais durante toda a sua história nunca receberam tanto apoio como o que vem sendo oferecido atualmente, promovendo o avanço na articulação do ensino com a pesquisa e com a extensão, já que as demandas da sociedade exigem uma formação do estudante que articule a competência científica (adquirida pela familiarização dos conceitos com a prática) e a competência política (adquirida através da contextualização da produção científica com os condicionantes sociais).

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O ponto chave destes fatos é que a importância dessa modernização perante a universidade é precisamente justificar e consolidar as universidades como instrumentos para a construção de uma sociedade mais humana, reafirmando o compromisso social de cada uma como forma de inserção e garantia dos valores democráticos de igualdade e desenvolvimento.

Essa nova configuração também está afetando positivamente as relações profissionais dentro dos espaços acadêmicos, impelindo mudanças significativas, inclusive curriculares, para melhor atender a esses pleitos, caracterizando grupos de trabalho e cursos de formação de professores com aspectos singulares.

2. Histórico do Curso de Matemática

O Curso de Licenciatura em Matemática da UNIOESTE foi implantado em Foz do Iguaçu-PR como uma expansão de vagas do Curso de Matemática do Campus de Cascavel, no ano letivo de 1998, para suprir a demanda de professores habilitados na disciplina de Matemática, do Ensino Fundamental e Médio, do Núcleo Regional de Educação desse município.

Nos primeiros anos do curso o Projeto Político Pedagógico foi mantido igual ao elaborado pelos docentes do Curso de Matemática de Cascavel, uma vez que este era uma expansão de vagas do Curso de Matemática daquele Campus. No momento de sua implantação, o seu centro afeto já tinha dois outros cursos, Engenharia Elétrica e Ciência da Computação. Em virtude disso, os primeiros professores a lecionarem eram engenheiros, o que deu um caráter mais técnico à licenciatura.

Com os concursos públicos e com a efetivação de novos docentes com formação específica na área (licenciados e/ou bacharéis), o curso passou a se preocupar mais efetivamente com a formação do licenciado e, dessa forma, procurou trabalhar com mais ênfase os conceitos matemáticos. Além disso, o trabalho coletivo de engenheiros e licenciados/bacharéis em Matemática gerou discussões mais amplas a respeito do perfil do licenciado que o colegiado de Matemática gostaria de formar e, em virtude das Diretrizes Curriculares Nacionais7, esta discussão pode ser ampliada na reestruturação do Projeto Político Pedagógico do curso de Licenciatura em Matemática, que foi alterado no ano de 2005, entrando em vigor nos anos subsequentes.

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Atualmente o corpo docente do Curso de Licenciatura em Matemática é formado, em sua maioria, por licenciados/bacharéis em Matemática e o curso já não se apresenta mais como uma expansão de Cascavel. Além disso, o Projeto Político Pedagógico em vigência permite que os futuros professores conheçam as diferentes fases do ensino, o que propõe um desafio contínuo aos futuros professores.

Esse Curso de Matemática, na cidade de Foz do Iguaçu, veio sem dúvida fortalecer a UNIOESTE, e, além de diminuir o déficit de professores habilitados na área, também contribui para a formação de uma consciência crítica em relação aos problemas enfrentados pela comunidade, minimizando o êxodo acentuado de jovens que migravam para outros centros após a conclusão do Ensino Médio em busca de melhores opções de estudos e desenvolvimento intelectual. Atualmente o curso conta com alunos das cidades de Matelândia, Medianeira, Missal, Diamante D’ Oeste, Itaipulândia, São Miguel do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Ramilândia e Foz do Iguaçu.

O Curso de Licenciatura em Matemática forma o profissional habilitado para atuar como docente de Matemática, no Ensino Fundamental e Médio, com domínio de conteúdos matemáticos específicos necessários para a compreensão e o uso eficiente dessa matéria na apreensão da realidade, com domínio pedagógico inerente ao processo de ensino e aprendizagem e, ainda, com condições de compreender seu papel de profissional com atuação autônoma e crítica no processo escolar e no contexto social, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da cidadania dos seus estudantes.

É importante que o professor vivencie em sua formação inicial esta construção social, de forma que possa possibilitar a seus futuros alunos a mesma vivência. Dessa maneira, um curso de Licenciatura em Matemática se preocupa com a constituição do professor de forma que a mesma seja eficaz.

A formação não deve ser entendida como algo pronto e acabado, mas como um processo contínuo. E é através da pesquisa e da extensão que o curso deve permitir que o futuro professor possa trabalhar sobre si mesmo, de modo a se aperfeiçoar e se desenvolver continuamente. Assim, o professor de Matemática, ou melhor, o educador matemático deve ser capaz de ser autônomo, reflexivo, crítico, colaborador, investigador, responsável, enfim, com múltiplas facetas e potencialidades. Deve apresentar domínio de conteúdo

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específico e ser capaz de relacionar teoria e prática ao traçar estratégias eficazes de ensino e aprendizagem da Matemática8.

Portanto, uma necessidade inerente nesse processo é a elaboração de ações que aproveitem esses momentos de transição, de mudanças políticas e econômicas, que se acometem sobre as instâncias educativas do Ensino Superior Estadual, e instigam alunos e professores destes ambientes para saírem dela e se achegarem junto à comunidade, por meio de projetos.

3. Construindo um projeto

Geralmente a Matemática é vista pela maioria da população como uma disciplina pronta, acabada e desprovida de espaço para a criatividade. Este fato gera uma grande aversão e ela, que passa a ser encarada como uma das grandes responsáveis pelos altos índices de reprovação, pela evasão e pelo fracasso escolar.

Diante desse quadro, tornou-se necessário que, como professores de um Curso de Licenciatura em Matemática, pensássemos em alternativas metodológicas através de ações efetivas que resultassem numa reversão do panorama atual. Pensando em contribuir com os processos de ensino e aprendizagem da Matemática, é que foi criado o projeto de extensão Estação Ciência – Módulo Matemática, de caráter permanente, numa parceria entre a Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Foz do Iguaçu, o Curso de Licenciatura em Matemática e o Programa de Desenvolvimento Tecnológico Avançado da Fundação Parque Tecnológico ITAIPU – PDTA/FPTI – BRA, um espaço privilegiado da Ciência e um elo contínuo de ligação entre a universidade e a comunidade.

O público envolvido é formado por alunos e professores de escolas públicas e privadas, do Nível Fundamental e Médio, além de projetos assistenciais, de Foz do Iguaçu e região, incluindo os países vizinhos (Paraguai e Argentina). Os interessados agendam visitas à Estação Ciência que, além do Módulo de Matemática, conta também com o de Física (Coordenado pelo Curso de Engenharia Mecânica), o de Informática (Coordenado pelo Curso de Ciência da Computação), o de Biologia e o de Saúde (Coordenados pelo Curso de Enfermagem). Os alunos permanecem em cada módulo cerca de vinte minutos, trabalhando atividades que tem por objetivo instigar a curiosidade do educando para o mundo das ciências, mas que acaba sendo pouco para o desenvolvimento e fixação de um número maior de ideias/atividades. Cada módulo tem uma dinâmica própria e no Módulo

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de Matemática é desenvolvida uma atividade diferente por mês. Os resultados alcançados têm nos mostrado que é possível sim trabalhar a Matemática de forma diferente e, ainda, que é possível que alunos e professores vivenciem essa ciência e façam conexões com o dia-a-dia.

Todas as atividades desenvolvidas no Módulo de Matemática têm como fundamento o lúdico e a interdisciplinaridade9 e, muitas vezes, os alunos dizem que o Módulo não é de Matemática porque a atividade é “legal”. Através dessa ação estamos divulgando e popularizando a Matemática como uma ciência resultante de uma construção social, dinâmica e em constante evolução. Neste módulo criamos e recriamos atividades Matemáticas que mostram os conceitos matemáticos presentes no cotidiano de cada um de nós, através de exposições, experimentos interativos e aspectos lúdicos. As atividades criadas e/ou recriadas têm o intuito de desmistificar o ensino da Matemática, de forma lúdica, onde almejamos que a disciplina seja percebida como uma construção social e que se delineie com conexões com a realidade.

No entanto, a criança e, até mesmo, o professor, visitam a Estação Ciência e o Módulo de Matemática, duas ou três vezes durante o ano, e isso faz com que o trabalho lá desenvolvido não tenha uma sequência. Pensando em fazer com que a Estação Ciência seja vivenciada pelos alunos e pelo próprio professor todos os dias é que criamos o projeto A Estação Ciência – Módulo de Matemática vai à Escola, que foi contemplado com recursos financeiros no Programa Universidade Sem Fronteiras, do Governo do Estado do Paraná, eixo de Apoio às Licenciaturas. Este projeto tem como objetivo levar o Módulo de Matemática às escolas municipais que trabalham com a Educação Infantil e o Ensino Fundamental em bairros carentes de Foz do Iguaçu (Cidade Nova, São Sebastião e Vila C) e no Município de Laranjal, que possui baixo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.

Queremos “levar” a Estação Ciência a estas localidades mais carentes e este trabalho é uma oportunidade para aproximar o universo científico do dia-a-dia dos professores das séries iniciais, bem como dos alunos, e com isso instigar a curiosidade e difundir conhecimentos, além, é claro, de incentivar a pesquisa. Em suma, o trabalho proposto tem como objetivo facilitar o processo de ensino e aprendizagem da Matemática através de atividades lúdicas e prazerosas, com alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, da escola pública. Com isso, estaremos não só aproximando a universidade e

      

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IMENES; LELLIS (1999), MENDES (2006), SMOLE (2000), SMOOTHEY (1997) e ZASLAVSKY (2000) são algumas referências nas quais pautamos as nossas atividades.

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a comunidade, mas também cumprindo o nosso papel social enquanto membros de uma Universidade Pública e cooperando para uma melhora significativa, tanto no aspecto qualitativo, quanto no quantitativo, no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem da Matemática.

Este projeto possui como objetivo tornar o conhecimento matemático acessível a todos, possibilitando a troca de saberes entre a universidade e a comunidade, além de articular e produzir conhecimento científico através da criação dos Módulos de Matemática nas escolas. Além disso, esperamos que, através das atividades, possamos oportunizar a todos os envolvidos a construção do conhecimento matemático, valorizando o conhecimento adquirido fora do ambiente escolar, estabelecendo relações interdisciplinares entre a Matemática e outras ciências, desenvolvendo o raciocínio lógico e a criatividade de alunos e professores de Matemática, aquilatando, sempre que possível, o aspecto lúdico no ensino.

A aplicação da proposta se dará através de várias ações que serão realizadas pela equipe do projeto, enfim, docentes, acadêmicos e de um profissional recém-formado da área. Para isso, num primeiro momento, a equipe está realizando estudos e/ou pesquisas sobre os conteúdos do primeiro e segundo ciclos do Ensino Fundamental e as suas melhores abordagens para os temas em questão, ou seja, os participantes do projeto vão aprimorar seus conhecimentos, teóricos e práticos, com a meta de realizar pesquisas que fundamentem as ações e atividades desenvolvidas nos Módulos de Matemática.

Em um segundo momento, serão criadas e recriadas atividades de Matemática. Após esta fase, serão realizados minicursos para os professores da Educação Infantil e do 1° e 2° Ciclos do Ensino Fundamental, para orientá-los e incentivá-los a trabalhar com as atividades lúdicas e criar em cada escola o espaço da Matemática.

Por fim, pretendemos realizar o acompanhamento e a avaliação das atividades desenvolvidas nos Módulos de Matemática, primeiramente pela equipe que compõe o projeto e em seguida através da orientação de pesquisas e atividades pedagógicas, tal como estágios supervisionados e minicursos, dos alunos diretamente envolvidos no projeto, bem como dos demais acadêmicos do curso.

4. Discussão após alguns meses de trabalho

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pela fase inicial de seleção da equipe, que é composta por cinco bolsistas acadêmicos do Curso de Matemática, dois bolsistas acadêmicos colaboradores do Curso de Matemática de outro projeto, uma professora recém formada e quatro professores que atuam na graduação. Estamos realizando a etapa da pesquisa bibliográfica, elaboração e criação das atividades, que são realizadas de forma contínua através de encontros semanais com toda a equipe de trabalho.

Nos encontros trabalhamos com textos diferentes a cada semana. Textos estes que analisam aspectos do ensino do 1º e 2º Ciclos do Ensino Fundamental, além de discutirmos os Parâmetros Curriculares Nacionais e os Descritores do Ensino Básico. Vale salientar que a leitura e a discussão tem sido a base para a criação e re-elaboração das atividades.

Este período serviu como ponto de referência para a avaliação da equipe de trabalho, observando o fato de que contêm acadêmicos do 1º, 2º, 3º e 4º anos da graduação, além de uma professora recém formada e professores já com mestrado e doutorado. Nossa equipe é muito heterogênea, com realidades e fases do ensino bem peculiares. Pudemos perceber que houve uma boa integração ente os componentes e estas peculiaridades contribuíram para a elaboração de atividades muito criativas, mostrando que os componentes do grupo estão muito submergidos com os objetivos e desafios do projeto.

Avaliando, de forma geral, cada um dos integrantes percebemos que ao trabalhar em grupo, integrantes do projeto se mostraram mais desinibidos com relação às atividades que necessitavam de oratória e de concentração, melhoraram a escrita e passaram a ler com mais frequência.

Percebemos, ainda, que a prática das reuniões com discussões sobre determinados temas ou, até mesmo, sobre os êxitos ou fracassos que poderão surgir no decorrer do projeto, vem ajudado muito no sucesso do andamento das atividades, pois muitos dos integrantes relataram sentirem-se desafiados com a proposta de trabalho e buscam formas de trabalhar a Matemática interdisciplinarmente com outros conteúdos do currículo, além de se sentirem satisfeitos ao trabalhar diretamente com a comunidade, pondo em prática conteúdos que só aprenderam teoricamente na graduação.

Nestes três meses o grupo já passou por algumas experiências enriquecedoras, como a participação no evento Paraná em Ação, onde oferecemos um estande com atividades lúdicas sobre Matemática aos visitantes, além da participação em outros dois eventos de extensão, nos quais transmitimos aos participantes dos eventos a ideia inicial do projeto, com expectativas e desafios a serem alcançados. Em ambas as ocasiões, pudemos

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perceber o quanto é compensador o trabalho oferecido à comunidade e que este compromisso social é uma responsabilidade de cada um de nós; e nos sentimos recompensados ao ver nossas atividades sendo reconhecidas.

O trabalho em grupo enaltece a equipe e a torna mais forte. A troca de informações e a ajuda de colegas, que habitualmente trabalham juntos, vêm permitindo o crescimento individual de cada membro, além do crescimento coletivo do projeto, tornando-o a cada dia um grupo mais potente para a realização do trabalho proposto. Vale à pena salientar que, como unidade, o grupo tem sustentado e apoiado individualmente a todos.

5. Perspectivas

A Matemática, apesar de muitas vezes estar associada a uma disciplina puramente teórica, na qual muitos dos temas não apresentam uma aplicabilidade imediata, é uma das áreas mais expressivas no rol das ciências e, por vezes, é identificada como “A Rainha das Ciências”. Não precisamos observar muito para percebermos elementos do nosso dia-a-dia que fazem parte dela. Por estes motivos, vale a pena tentar ensinar crianças e adultos a compreender a Matemática como uma ciência que auxilia a vida e não é apenas algo imposto pelos professores, ou pelo sistema educacional, como um conjunto de conhecimentos necessários para passar de ano. Tornar a educação acessível a todos é dever da sociedade e abrir caminhos para tornar esta educação compreensível a todos é um desafio que deve ser vencido por todos nós.

Sabemos que na educação – e propriamente nas escolas – existem vários complicadores que determinam a rotina e o desempenho escolar dos alunos, mas, apesar das dificuldades, esperamos superar nossas expectativas, realizando um trabalho de qualidade, disseminado através destes professores a ideia de trabalhar a Matemática como uma construção social presente na vida das crianças e, por isso, importante para a vida deles.

Com um objetivo comum, pessoas se uniram para montar este projeto, para conviver, apresentar, discutir e renovar ideias, a fim de torná-las completas. Trabalhando com o grupo temos visões diferentes sobre o mesmo ponto, apontando detalhes que antes não percebíamos, e, assim, todos passam a aprender um com o outro, promovendo o crescimento pessoal.

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Agora os objetivos estão crescendo, se ampliando e novas perspectivas estão sendo criadas, e esperamos, além da realização das atividades previstas no projeto, organizar o grupo de forma que promova a ajuda mútua entre os participantes, promovendo estudos sistematizados, ocasionando, dessa forma, a melhora no desempenho de cada um no transcorrer do curso de graduação.

Através da construção de um curso, realizada durante vários anos, e da consolidação e reafirmação de conceitos e valores a serem trabalhados, o Curso de Matemática e os projetos que dele resultaram reafirmam uma prática que vem sendo realizada há algum tempo, a qual evidencia o trabalho coletivo de docentes, acadêmicos e da comunidade. Tais atitudes só vêm a contribuir na busca de uma Universidade mais humana e menos impessoal, uma vez que em uma sociedade colaborativa mestres e aprendizes muitas vezes trocam de papel, tornando o ensino um ciclo contínuo capaz de transpor as expectativas e pretensões de seus idealizadores, estes fatos são o que realmente dão sentido ao trabalho realizado, reafirmando a importância e a responsabilidade social de cada um de nós.

6. Referências bibliográficas

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Matemática. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

D’AMBROSIO, U. Educação Matemática: da teoria à prática. Campinas: Papirus, 1996. IMENES, L. M. P.; LELLIS, M. Os Números na História da Civilização. São Paulo:

Scipione, 1999.

MENDES, I. A.; SÁ, P. F. Matemática por Atividades. Sugestões para a Sala de Aula. Natal: Flecha do Tempo, 2006.

SMOLE, K. C. S. Brincadeiras Infantis nas Aulas de Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SMOOTHEY, M. Atividades e Jogos com Números. São Paulo: Scipione, 1997.

ZASLAVSKY, C. Jogos e Atividades Matemáticas do Mundo Inteiro – diversão multicultural para idades de 8 a 12 anos. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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