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Parecer do Comité das Regiões Infraestrutura Verde Valorizar o capital natural da Europa (2013/C 356/08)

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Parecer do Comité das Regiões – Infraestrutura Verde – Valorizar o capital natural da Europa (2013/C 356/08)

O COMITÉ DAS REGIÕES

— destaca o papel dos órgãos de poder local e regional na definição e execução da iniciativa e convida-os a mobilizarem-se em todas as políticas setoriais em causa, e em particular através das suas compe­ tências de ordenamento do território e do urbanismo, com o objetivo de planificarem e organizarem a infraestrutura verde; salienta que a chave do sucesso para assegurar a infraestrutura verde está na cooperação entre todos os níveis de governação e na aplicação efetiva dos princípios da governação a vários níveis, assim como no envolvimento de todos os intervenientes e partes interessadas; — solicita à Comissão que elabore, com a maior brevidade possível, guias concretos para a integração da

infraestrutura verde nas diversas políticas da União; solicita fichas técnicas suplementares sobre a infraestrutura verde urbana; defende a inclusão da infraestrutura verde no Quadro de Referência Europeu para as Cidades Sustentáveis e na futura «rede de desenvolvimento urbano»;

— assinala a urgência de estabelecer modalidades de integração da infraestrutura verde e o seu caráter prioritário nos contratos de parceria e nos programas operacionais dos financiamentos europeus, visto estarem em curso de definição para os fundos estruturais e de coesão 2014-2020;

— insta a Comissão a introduzir na legislação da UE estas exigências, que visam evitar toda e qualquer perda líquida de biodiversidade e de serviços ecossistémicos; solicita à Comissão que continue a desenvolver a ecocondicionalidade e o controlo da compatibilidade com a proteção da biodiversidade dos financiamentos europeus; propõe que uma determinada percentagem de todas as subvenções europeias concedidas à infraestrutura cinzenta seja afetada a um fundo para a biodiversidade; — congratula-se por a Comissão ter anunciado que pretende, juntamente com o BEI, criar até 2014 um

mecanismo de financiamento da UE para apoiar os promotores de projetos de infraestrutura verde; gostaria que os órgãos de poder local e regional fossem associados a essa definição;

— acolhe favoravelmente a RTE-V e preconiza que lhe seja dado o mesmo destaque a nível pan-europeu que às redes de transporte, de energia ou de tecnologias da informação e da comunicação; solicita à Comissão que explore as possibilidades de criar legislação europeia nesta matéria.

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Relatora Annabelle JAEGER, conselheira regional da Provença-Alpes-Côte d'Azur (FR-PSE) Texto de referência Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité

Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões — Infraestrutura Verde — Valorizar o Capital Natural da Europa

COM(2013) 249 final

I. RECOMENDAÇÕES POLÍTICAS O COMITÉ DAS REGIÕES

Observações na generalidade

1. acolhe com entusiasmo a comunicação da Comissão — Infraestrutura verde — Valorizar o capital natural da Europa, na qual é delineada a estratégia da UE nesta matéria; considera as propostas apresentadas importantes para atingir os objetivos europeus para 2020 em matéria de utilização eficaz dos recur­ sos, de coesão social e regional, de crescimento sustentável e inteligente, de atratividade, melhoria da biodiversidade e da qualidade da paisagem, proteção contra os riscos naturais, uti­ lização de um modelo urbano sustentável, de manutenção e criação de empregos locais nas pequenas e médias empresas, de melhoria da saúde pública e de combate às desigualdades, de apoio às metas da Estratégia de Biodiversidade da UE para 2020, num intuito de coerência e reforço das Diretivas Habitats e Aves e da interconexão dos sítios Natura 2000 ( 1 );

2. espera que a futura implementação da infraestrutura verde na UE contribua para alcançar o segundo objetivo da Estratégia de Biodiversidade da UE para 2020, que consiste em restaurar até 2020 pelo menos 15 % dos ecossistemas degradados, assim como em conter a perda de biodiversidade e em restabelecer os ecossistemas em todo o território da UE, e não apenas nos sítios da rede Natura 2000;

3. considera ainda que as diversas estratégias e programas que têm vindo a ser postos em prática a nível internacional, europeu e nacional ainda não produziram resultados à altura dos desafios que se colocam à biodiversidade, que há consenso quanto à necessidade de rever os nossos modelos societais de produção e de consumo face ao desafio da perda de biodiver­ sidade — da qual são os principais responsáveis, através da destruição e da fragmentação dos habitats naturais e das nume­ rosas poluições —, sem o que os compromissos renovados no quadro da Convenção sobre a Diversidade Biológica e da Estra­ tégia de Biodiversidade da UE para 2020 permanecem «letra morta»;

4. insiste, pois, no papel essencial da Comissão para impul­ sionar uma estratégia transversal baseada na infraestrutura ver­ de, uma oportunidade única para envolver todos os intervenien­ tes europeus — Estados, governos locais e regionais, empresas,

investigadores, associações e cidadãos — tendo em vista conci­ liar a economia, a sociedade e a biosfera;

5. acolhe com interesse a definição proposta, que integra tanto o desafio de conetividade associada às espécies e habitats como o da qualidade da trama verde em todas as escalas, no­ meadamente a urbana, a notável biodiversidade quer dos espa­ ços protegidos quer das zonas mais comuns, as soluções natu­ rais como as soluções baseadas na natureza aplicadas pelo ho­ mem, mas gostaria que esta definição fosse concertadamente precisada nos guias de execução a publicar, incluindo as noções de permeabilidade e hospitalidade dos seres vivos. Para isso, há que insistir em especial na utilização e na criação de conexões ecológicas e funcionais a todos os níveis;

6. congratula-se com o facto de os múltiplos benefícios eco­ nómicos, ambientais, de proteção contra os riscos e sociais proporcionados pelos ecossistemas em bom estado de funcio­ namento ecológico serem reconhecidos pelo seu justo valor e insiste em que esta dimensão utilitária da produção de bens ou serviços úteis aos seres humanos se deve inserir no objetivo de reforço da dimensão ética da preservação da natureza e da biodiversidade;

7. lembra, por um lado, que o conceito de infraestrutura verde atravessa, por natureza, fronteiras administrativas e terri­ toriais e, por outro, que o seu desenvolvimento, a sua manu­ tenção ou a sua colocação em risco dependem, acima de tudo, das políticas de ordenamento do território e da preservação dos recursos naturais dos Estados-Membros e dos órgãos de poder local e regional;

8. subscreve e apoia esta abordagem global que coloca fir­ memente a infraestrutura verde no contexto da atenuação e da adaptação aos efeitos das alterações climáticas; insiste no papel fundamental que cabe aos órgãos de poder local e regional na definição e aplicação de uma estratégia deste tipo;

9. considera que a preservação, o desenvolvimento e a ma­ nutenção da infraestrutura verde são consideravelmente menos dispendiosos a médio e longo prazos do que a infraestrutura cinzenta no seu custo total, incluindo os custos externos que atualmente são suportados pela sociedade. As soluções inspira­ das ou baseadas na natureza e em sinergia com a biodiversidade (engenharia ecológica) são menos intensivas em termos de ener­ gia, de manutenção e de conservação do que as soluções tradi­ cionais e, como tal, são mais eficazes e sustentáveis;

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10. lembra que a prevenção da degradação dos ecossistemas e a restauração das funcionalidades dos ecossistemas degradados devem ser prioritariamente privilegiadas, pois as medidas de gestão das consequências dos desequilíbrios ecológicos decor­ rentes da atividade humana são sempre mais onerosas, demo­ radas e, sobretudo, incertas nos resultados;

11. considera que a avaliação económica dos serviços ecos­ sistémicos, embora possa ser útil no âmbito de determinadas análises de custo-benefício pelo facto de permitir uma arbitra­ gem entre objetivos contraditórios, não deixa de levantar difi­ culdades metodológicas — que em alguns contextos são mesmo inadequadas —, além de ter, nitidamente, implicações de ordem ética. Importa igualmente salientar que há uma outra lógica para avaliar o custo da redução da biodiversidade, nomeadamente a de ter em conta o custo de manutenção das potencialidades ecológicas para combater essa degradação, calculando o custo dos investimentos necessários para manter ou melhorar o es­ tado da biodiversidade, a fim de assegurar a conservação dos fluxos de serviços ecológicos. O Comité das Regiões dá prefe­ rência a este último método;

12. convida todos os órgãos de poder local e regional a mobilizarem-se em torno de todas as políticas setoriais em causa e, em particular, através das suas competências nos do­ mínios do ordenamento do território e do urbanismo, com o objetivo de planificarem e organizarem a infraestrutura verde; 13. solicita à UE e aos Estados-Membros que apoiem os órgãos de poder local e regional através da disponibilização de recursos humanos, técnicos e financeiros à altura dos desa­ fios ( 2 );

Agricultura, florestas, terras e solos

14. considera que a luta contra a perda das funções dos solos, a exploração intensiva do solo e a degradação das terras deve ter absoluta prioridade em matéria de ordenamento do território e urbanismo. Uma perda líquida «zero» dos meios naturais, das florestas e das terras agrícolas deve impor-se face à expansão urbana, sendo que determinados órgãos de poder local e regional já começaram a integrar os conceitos de infra­ estrutura verde e de perda líquida «zero» nos respetivos docu­ mentos de urbanismo e de ordenamento regional, sob variadas formas;

15. reitera o seu apoio para que os Estados-Membros reto­ mem os debates necessários no sentido da adoção de um qua­ dro jurídico comum europeu para a proteção e o restauro da funcionalidade dos solos, uma medida indispensável para fazer face a esta questão fundamental ( 3 );

16. lembra que o contributo da silvicultura para a infraestru­ tura verde pode ser tanto ativo, através da reposição da conti­ nuidade silvícola ou da adoção de práticas ecológicas de gestão, como passivo, através da preservação da orla florestal. Em par­ ticular, nas regiões caracterizadas por uma propriedade florestal privada e muito fragmentada, a criação de uma infraestrutura verde pressupõe a instituição e o funcionamento adequado de

associações de proprietários, bem como a dotação das regiões e do poder local de ferramentas de mobilização desses atores privados: instrumentos de registo florestal, formação, apoio téc­ nico e mutualização, e até apoio financeiro;

17. toma nota das decisões da UE no âmbito da política agrícola comum para o período de 2014-2020 e interroga-se sobre a possibilidade de pôr eficazmente em prática a infra­ estrutura verde nestes domínios até 2020. O Comité das Re­ giões destaca, portanto, a importância de uma ação por parte das autoridades competentes, que devem fazer da infraestrutura verde uma das linhas orientadoras da utilização dos recursos em matéria de manutenção e restauro da biodiversidade através da ecologização dos pagamentos diretos e da utilização do FEA­ DER, incluindo a localização coerente das medidas agroambien­ tais e sua dotação orçamental. As autoridades também devem afetar recursos ao restauro da biodiversidade dos meios agríco­ las, apoiando nomeadamente a agricultura biológica e a agros­ silvicultura;

18. tendo em vista promover a agricultura e a silvicultura sustentáveis no âmbito da infraestrutura verde, considera que o desenvolvimento de materiais de origem biológica para a cons­ trução é indispensável em termos de solidariedade entre territó­ rios rurais e urbanos, dado que a exploração de materiais tra­ dicionais para a construção nas cidades e para a infraestrutura cinzenta exerce uma forte pressão nas zonas rurais e até marí­ timas. É fundamental estimular a utilização de madeira e de outros materiais resultantes de coprodutos da agricultura ou complementares às culturas habituais (palha, cânhamo, linho, lã, etc.) em benefício das partes interessadas locais. Frisa, por­ tanto, a importância de favorecer as dinâmicas locais, nomea­ damente através de ajudas à estruturação de setores, ao investi­ mento em instrumentos industriais de transformação, mas tam­ bém através de uma estruturação do mercado mediante uma contratação pública exemplar ou de incentivos às comunidades que os privilegiam. É igualmente necessário desenvolver progra­ mas de investigação sobre as propriedades técnicas e as condi­ ções adequadas de produção desses materiais, tendo em conta a preservação dos ecossistemas. Por último, os utilizadores têm de ser informados da proveniência e das condições de cultura dos materiais através de uma rotulagem adequada;

Uma governação partilhada

19. salienta que a chave do sucesso para assegurar a infra­ estrutura verde está na cooperação entre todos os níveis de governação e na aplicação efetiva dos princípios da governação a vários níveis, assim como no envolvimento, a nível local, de todos os intervenientes, das partes interessadas e do grande público na sua conceção e execução;

20. é a favor da adoção de abordagens participativas susce­ tíveis de criar as iniciativas necessárias e complementares, que partam da base e sejam postas em prática pelos atores que participam diretamente no ordenamento do território e na uti­ lização do espaço, nomeadamente as comunidades locais ( 4 );

( 2 ) CdR 22/2009 fin, CdR 112/2010 fin.

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Uma nova cidadania

21. nota que há uma forte procura social no que diz respeito à presença da natureza em meio urbano, que deriva tanto da necessidade de natureza sob diversas formas (zonas de repouso e lazer, espaços destinados à jardinagem e à agricultura, elemen­ tos paisagísticos e de embelezamento, zonas de natureza selva­ gem, etc.), como do sentimento de bem-estar a ela associado, mas que também implica questões de saúde pública e de luta contra as desigualdades económicas e sociais, sendo que a res­ posta a essas necessidades está, evidentemente, relacionada com os mais jovens, mas também com os mais idosos e desfavore­ cidos;

22. observa com interesse e encoraja as iniciativas dos cida­ dãos ligadas à infraestrutura verde, nomeadamente nos espaços urbanos e periurbanos (inventários participativos da biodiversi­ dade, participação na definição de novos espaços urbanos liga­ dos à biodiversidade, requalificação de terrenos desocupados e de zonas abandonadas, jardins partilhados, etc.). A conetividade entre todos estes espaços através de roteiros adequados para sistemas de transporte não motorizados é fundamental para a melhoria da qualidade de vida das cidades;

Um potencial de inovação e de novas atividades

23. nota que a infraestrutura verde encerra em si um poten­ cial de investigação e inovação que constituem oportunidades de desenvolvimento para os urbanistas, por exemplo, em maté­ ria de paredes e telhados cobertos de vegetação ou de restaura­ ção ecológica. Contudo, precisa que a realidade dos benefícios associados à infraestrutura verde, por exemplo em matéria de adaptação às alterações climáticas, depende da qualidade da sua execução. Apenas as soluções funcionais adaptadas ao clima e à biodiversidade deverão ser encorajadas;

24. apoia a proposta da Comissão de reduzir os riscos asso­ ciados ao processo de inovação por meio de instrumentos fi­ nanceiros (como as práticas de partilha de riscos), bem como o seu desígnio de apoiar projetos financiados por fundos públicos e privados;

25. observa com interesse a emergência de novas atividades associadas à infraestrutura verde, nomeadamente a engenharia ecológica para a restauração, a manutenção e a recuperação de ecossistemas degradados, e destaca a importância da tomada em consideração de atividades indiretas ou induzidas (produção de vegetais, fileiras agrícolas, etc.). As regiões e os órgãos de poder local responsáveis pelo desenvolvimento económico devem acompanhar e apoiar este movimento gerador de emprego; 26. considera que a infraestrutura verde assenta em ecossis­ temas e culturas humanas associadas, ambos extremamente va­ riados devido às condições biogeográficas e à sua história. Por conseguinte, a infraestrutura verde é um vetor de desenvolvi­ mento de fileiras económicas e de emprego de proximidade não deslocalizáveis. Neste contexto, o CR recorda que a legislação da União Europeia em matéria de contratos públicos está a ser revista e que a Comissão do Mercado Interno do Parlamento Europeu clarificou em 11 de janeiro de 2013 que a proposta

economicamente mais vantajosa é o critério em que as autori­ dades adjudicantes se devem basear para a adjudicação. O CR apoia a posição do PE, segundo a qual este critério pode incluir, para além do preço ou dos custos, considerações de natureza qualitativa, ambiental e social, nomeadamente as características sociais e ambientais e o caráter inovador, incluindo a relação custo-eficácia dos concursos realizados a nível local, quando necessário;

Alavancas de ação

27. solicita à Comissão que elabore, com a maior brevidade possível, guias práticos, precisos e concretos para a integração da infraestrutura verde nas diversas políticas da União, e propõe que as regiões e os órgãos de poder local já envolvidos em atividades de promoção da infraestrutura verde participem na sua elaboração para definirem, juntamente com a Comissão, as variantes locais a incluir nesses guias, mais precisamente em termos de biótopos, conhecimento e saber-fazer locais; reco­ nhece que os primeiros conselhos se encontram no «Guide to multi-benefit cohesion policy investments in nature and green infrastructure» ( 5 ) (um guia sobre os investimentos da política de

coesão a favor da natureza e das infraestruturas verdes e sobre os inúmeros benefícios daí resultantes);

28. solicita fichas técnicas suplementares sobre a infraestru­ tura verde urbana, as quais contribuiriam igualmente para mo­ bilizar projetos no âmbito das novas medidas relativas aos fun­ dos estruturais que preveem o investimento de 5 % destes fun­ dos no desenvolvimento urbano sustentável;

29. gostaria que a infraestrutura verde fosse incluída no Qua­ dro de Referência Europeu para as Cidades Sustentáveis ( 6 ), bem

como na futura «rede de desenvolvimento urbano» prevista no quadro da política de coesão para 2014-2020;

30. solicita que se inclua uma referência à infraestrutura verde na futura revisão da Diretiva 2001/42/CE relativa à ava­ liação dos efeitos de determinados planos e programas no am­ biente, enquanto critério adicional para determinar o impacto provável desses efeitos;

31. insiste na necessidade, sempre que uma infraestrutura cinzenta seja considerada indispensável após um estudo prévio de todas as soluções alternativas baseadas na infraestrutura ver­ de, de a conceber de forma a evitar ao máximo os impactos, reduzir os impactos residuais e, por fim, impor medidas com­ pensatórias validadas em termos de equivalência ecológica e imobiliária ( 7 ). O Comité das Regiões insta a Comissão a tradu­

zir para a legislação da UE todas estas exigências, tendo em conta os trabalhos da Comissão Europeia relativos à ação 7b da Estratégia de Biodiversidade da UE para 2020, que visa evitar toda e qualquer perda líquida de biodiversidade e de serviços ecossistémicos;

( 5 ) http://ec.europa.eu/regional_policy/sources/docgener/studies/pdf/ /guide_multi_benefit_nature.pdf.

( 6 ) «Reference Framework for Sustainable European Cities» [Quadro de Referência Europeu para as Cidades Sustentáveis] (RFSC), uma ini­ ciativa conjunta dos Estados-Membros, da Comissão Europeia e das organizações europeias de autarquias locais. Ver http://www.rfsc- -community.eu/.

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Acompanhamento e avaliação

32. saúda a proposta que visa a realização até 2017 de uma avaliação dos progressos alcançados em matéria de infraestru­ tura verde e afirma que as regiões e os órgãos de poder local estão dispostos a contribuir, por meio dos respetivos observa­ tórios locais da biodiversidade, da atividade económica, da saú­ de, das desigualdades sociais, etc., para elevar o nível dos dados relevantes para o nível europeu;

33. questiona em que medida a infraestrutura verde é eficaz e insiste na necessidade de apoiar o desenvolvimento de um dispositivo de avaliação rápida do estado funcional dos ecossis­ temas, de manuseio fácil pelas partes envolvidas, para avaliar a eficácia mas também comparar a infraestrutura cinzenta;

34. considera que se deve viabilizar a avaliação completa das relações da infraestrutura cinzenta com a natureza e apoia o trabalho desenvolvido pela Comissão no domínio da cartografia e da avaliação dos serviços ecossistémicos e dos seus benefícios na Europa (MAES); além disso, insiste na necessidade de apoiar o desenvolvimento de metodologias e ferramentas de medição e de cálculo que permitam uma caracterização transparente das atividades económicas e dos produtos no conjunto das suas relações com a natureza e com os serviços ecossistémicos, ba­ seada na análise do ciclo de vida;

Comunicação, sensibilização e pedagogia

35. recomenda que se realize uma ambiciosa campanha de comunicação ao nível da UE, em parceria com os outros níveis de governação, suscetível de apropriação pelos órgãos de poder local e regional, bem como por outros intervenientes locais (associações, empresas, etc.) ( 8 ). Essa campanha poderá

apoiar-se nos triplos benefícios da infraestrutura verde, ou seja, ambientais, económicos e sociais, e nas boas práticas existentes nos Estados-Membros;

36. considera necessário reforçar a valorização das boas prá­ ticas. A Comissão, juntamente com os outros intervenientes institucionais, associativos e autárquicos que já procedem à re­ colha deste tipo de informação, deve continuar a identificar, difundir e valorizar as experiências bem-sucedidas através de uma plataforma de intercâmbio e de encontros e sessões de formação regulares, que as regiões e os órgãos de poder local estão dispostos a organizar com o seu apoio, na medida em que assumem um papel fundamental na sensibilização para a infra­ estrutura verde;

37. encoraja a Comissão Europeia a incluir os elementos da infraestrutura verde nos programas de rotulagem ecológica eu­ ropeus já existentes ou futuros, independentemente de se tratar de espaços (parques naturais rurais, periurbanos ou urbanos, etc.) ou de produtos (materiais, construção, etc.);

Financiamento

38. se por um lado reconhece a utilidade dos financiamentos cruzados para mobilizar as políticas setoriais no domínio da biodiversidade, por outro, aponta para a dificuldade de mobili­ zar esses financiamentos pelos mais diversos motivos, que vão desde variações nas designações das ferramentas financeiras até uma engenharia financeira complexa. Por conseguinte, solicita a elaboração de guias precisos de utilização;

39. assinala a urgência de estabelecer modalidades de inte­ gração da infraestrutura verde e o seu caráter prioritário nos contratos de parceria e nos programas operacionais dos finan­ ciamentos europeus, visto estarem em curso de definição para os fundos estruturais e de coesão 2014-2020, de modo que as autoridades competentes assumam plenamente a sua responsa­ bilidade de financiamento na matéria; encoraja os órgãos de poder local e regional a lançar mão das possibilidades que lhes permitam financiar as soluções, recorrendo às infraestrutu­ ras verdes adaptadas às instalações propostas nos programas operacionais e a investir no reforço intersetorial das capacida­ des, no cofinanciamento e na criação de redes de modo a garantir o êxito da sua implementação;

40. concorda com a necessidade de uma ferramenta de fi­ nanciamento específica para projetos que constituam a infra­ estrutura verde e congratula-se expressamente por a Comissão ter anunciado, neste sentido, que pretende, juntamente com o BEI, criar até 2014 um mecanismo de financiamento da UE para apoiar os promotores de projetos de infraestrutura verde. O CR veria com bons olhos que os órgãos de poder local e regional fossem associados a essa definição;

41. propõe que uma determinada percentagem de todas as subvenções europeias concedidas à infraestrutura cinzenta seja afetada a um fundo para a biodiversidade que complemente esse financiamento. Esse fundo destinar-se-á à execução da infra­ estrutura verde nos Estados-Membros interessados na infraestru­ tura cinzenta numa lógica de recapitalização;

42. insta a Comissão, os Estados-Membros e os órgãos de poder local a suprimirem eficazmente, a todos os níveis de financiamento, as subvenções e os dispositivos fiscais prejudi­ ciais à biodiversidade;

43. solicita à Comissão que continue a desenvolver a eco­ condicionalidade ( 9 ) e o controlo da compatibilidade com a

proteção da biodiversidade ( 10 ) dos financiamentos europeus a

fim de permitir uma estimativa do impacto de cada projeto apoiado pelos fundos da UE na biodiversidade e a subsequente modulação da amplitude desse mesmo apoio;

( 8 ) CdR 112/2010 fin.

( 9 ) CdR 22/2009 fin, CdR 218/2009 fin.

( 10 ) IEEP, dezembro de 2012: Background Study towards biodiversity proofing of the EU budget [Estudo contextual sobre o orçamento da UE à luz da proteção da biodiversidade].

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44. solicita à Comissão que no seu exame intercalar dos fundos estruturais no período de 2014-2020 e do Mecanismo Interligar a Europa valorize e destaque as próximas ações rele­ vantes no domínio da infraestrutura verde;

A iniciativa RTE-V

45. acolhe com entusiasmo o projeto RTE-V e solicita que qualquer estudo prévio integre as dimensões regionais e locais ligadas à infraestrutura verde de dimensão europeia, a fim de assegurar a coerência, a eficácia do impacto no restauro das funcionalidades dos ecossistemas e, consequentemente, a preser­ vação da biodiversidade e sua capacidade de resistir às alterações climáticas, bem como a devida apropriação pelos cidadãos e pelas partes interessadas;

46. gostaria que a RTE-V pudesse ser reconhecida de inte­ resse europeu, à semelhança do que acontece com as redes de transporte, de energia ou de tecnologias da informação e da comunicação, e solicita à Comissão que explore as possibilida­ des de criar legislação europeia nesta matéria;

Desafios transfronteiras e pan-europeus

47. encoraja as regiões e os poderes locais a colaborarem no domínio das conectividades ecológicas comuns com o objetivo de assegurar a coerência da infraestrutura verde e solicita à Comissão Europeia que inscreva essa cooperação transfronteiriça num sistema global à escala da União;

48. solicita que as ações no âmbito da infraestrutura verde europeia tenham um alcance além-fronteiras, reforçando os ins­ trumentos de vizinhança da UE para os investimentos na infra­ estrutura verde nas zonas rurais e urbanas. As iniciativas exis­ tentes como as redes Émeraude, Man e Biosphere e a Rede Ecológica Pan-europeia poderiam contribuir para este fim; Subsidiariedade

49. considera que as propostas da Comissão Europeia que visam integrar a infraestrutura verde nas outras políticas euro­ peias e apoiar os outros níveis de governação para que desen­ volvam as suas próprias políticas neste domínio são conformes aos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade.

Bruxelas, 8 de outubro de 2013

O Presidente do Comité das Regiões

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