Alessander Kormann
Formação Guabirotuba
Principal unidade geológica da Região
Metropolitana de Curitiba
Denominação popular: “sabão de
caboclo”
Início da deposição: Oligoceno-Mioceno
Predominância de argilas siltosas,
ocorrência de pacotes granulares
Elevada consistência
120 0m 2 1 112 5m 100 0m 980 m 970 m 980 m 3 4 6 960 m 950 m 5
E vers ã o m od erna p ós -‐F orm a ç ã o G ua birotuba E vers ã o m od erna
p ós -‐F orm a ç ã o G ua birotuba
E m ba s a m ento B a c ia de C uritib a
1. S up erfíc ie p ré-‐D evoniana; 2. S up erfíc ie d o P urunã; 3.S up erfíc ie d o A lto Ig uaç u 4. S up erfíc ie p ré-‐F ormaç ão G uab iro tub a; 5.S uperfíc ie d e C uritib a; 6. S uperfíc ie atual
Fig. 07: Superfícies de aplainamento na região da Bacia de Curitiba (mod. BIGARELLA et al., 1.961)
B a c ia do P a ra ná
Problemas Geotécnicos
Instabilidade em escavações
Escorregamentos em taludes
Estacas moldadas in loco:
– desprendimento de blocos de solo
– estrangulamento do fuste
Erodibilidade
Prática regional: os problemas são
atribuídos à expansibilidade do solo
Na realidade, mecanismos adicionais estão
PERÍODO DE CHUVAS * NA 'EMPOLEIRADO' AREIA, VERDE MARROM ESVERDEADA / ESVERDEADA CLASSIF. MAT. 7,00 - 10,45 m DURA, COM POUCA ARGILA SILTOSA, RIJA E DURA, CINZA RIJA, CINZA ARGILA SILTOSA, 2,90 - 7,00 m ARGILA SILTOSA 0,00 - 2,90 m P RO FU ND IDAD E ( m) 9 10 8 7 4 6 5 3 2 10 1 0 0,0m GOLPES SPT 20 30 40 NA SP-P9
Propriedades Índice
Argilas Pouco Intemperizadas (24 locais)
Umidade: 32 % (4,5%)
Grau de saturação: 94 % (6,8%)
Índice de vazios: 0,9 (0,15)
Peso específico natural: 18,4 kN/m
3(0,7 kN/m
3)
LL = 73% (18,3%)
Gráfico de Plasticidade
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 20 40 60 80 100 120 Limite de liquidez (%) Ín d ic e d e p la st ic id a d e ( % ) Linha A Linha B Sedimentos inalterados Sedimentos alterados ou retrabalhadosAMOSTRA LIMITE DE LIQUIDEZ – LL (%) VIA SECA VIA ÚMIDA
4.0040.00 75 48 4.0047.00 63 47 4.0050.00 55 45
Ensaios de Caracterização –
Influência da Secagem
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,001 0,01 0,1 1 10 100Diâmetro das partículas (mm)
% P a s s a n d o
Amostra 4.0040.00 - Via seca Amostra 4.0040.00 - Via úmida
Compressibilidade e
Curvas Características
0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 10 100 1000 10000Pressão vertical efetiva (kPa)
Ín d ic e d e v azio s 4.0040.00 - LL = 75 % 4.0047.00 - LL = 63 % 4.0050.00 - LL = 55 % 4.0061.01 - LL = 61 % 4.0039.00 - LL = 82 % 4.0040.00 - Remoldado - LL = 75 % 4.0050.00 - Remoldado - LL = 55 % 0 5 10 15 20 25 30 35 10 100 1000 10000 100000 Sucção (kPa) Um id a d e ( % ) Amostra 4.0040.00 Amostra 4.0047.00 Amostra 4.0050.00 Amostra 4.0050.01 Amostra 4.0061.01
Fraturamento
→
Efeitos de Escala
Dimensões do corpo de prova
Re si st ên ci a ao ci sal h am en to
a
0 R e s is tê n c ia d o m a te ria l in ta c to R e s is tê n c ia o p e ra c io n a l R e s is tê n c ia d a fra tu raLo (1970)
Ensaios de Cisalhamento Direto
0 50 100 150 200 250 0 50 100 150 200 250 300 350Tensão normal (kPa)
Te ns ã o c is a lha nt e ( k P a ) Corpos de prova 50 x 50 mm Corpos de prova 100 x 100 mm c' = 34,9 kPa φ' = 21,5 o c' = 46,2 kPa φ' = 29,2 o
Solo Indeformado
Ensaios Triaxiais CIU
0 200 400 600 800 1000 1200 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400Tensão normal efetiva (kPa)
Te ns ão ci sa lha nt e (k P a) 38 mm 50 mm 70 mm c' = 114 kPa φ’ = 21º c' → 0 φ’ = 30,7º
Parâmetros Efetivos
Ensaios Triaxiais CIU
Su = 0,309σ'0 + 187 R2 = 0,985 Su = 0,304σ'0 + 175 R2 = 0,996 Su = 0,363σ'0 + 122 R2 = 0,960 0 100 200 300 400 500 600 700 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600Tensão efetiva inicial (kPa)
Res is tê n cia n ão -d re n ad a ( kP a) 38 mm 50 mm 70 mm
Resistência Não-Drenada
Provas de Carga - Resultados
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 20 30 40 50 60 70Diâmetro real médio (cm)
R e s is tê nc ia t ot a l (k N ) Resistência não-drenada
Décourt e Quaresma (1978), Décourt (1996) Bustamante e Gianeselli (1982) BP-1A BP-1B BP-2A BP-2B BP-3B 0 50 100 150 200 250 20 30 40 50 60 70
Diâmetro real médio (cm)
At rit o la te ra l u n it ár io ( kP a) BP-1A BP-1B BP-1C BP-2A BP-2B BP-2C BP-2D BP-3B BP-3C BP-3D
0 2 4 6 8 10 12 0 1 2 3 4 5 6 7
Coeficiente de empuxo no repouso - K0
Pr o fu n d id ad e (m ) Área 1 Área 2
Coeficiente de Empuxo
no Repouso –
K
0
Estado de ruptura
passiva
σ’V σ’H V H K ' ' 0 σ σ =Conclusões
Síntese do Comportamento
Geomecânico
Origem do sobre-adensamento: possível
mecanismo inicial de sobre-adensamento por
processos erosivos
Estudar solos abaixo da cota 900 m e acima da
cota 930 m
Valores muito altos da pressão de
pré-adensamento: ressecamento e cimentação
No estado natural, ligações diagenéticas entre
partículas atenuam o comportamento expansivo
da esmectita
Quando a rigidez é elevada, pequenas variações
de umidade geram grandes variações de sucção
matricial
→
tensão efetiva → resistência ao
cisalhamento
870 880 890 900 910 920 930 940 950 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 σ'vm − σ'v Co ta ( m ) y = -15,225x + 1193,9 R2 = 0,3691 870 880 890 900 910 920 930 940 950 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0Peso Esp. Natural (kN/m3)
C ot a do t e rr e no prof un dida de ( m) y = 0,8948Ln(x) + 12,914 R2 = 0,5687 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0 0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Pressão de pré-adensamento (kPa)
P e s o e s p. na tura l (k N /m 3 )
Modificação do equilíbrio natural (obras) → elevadas
sucções se desenvolvem no solo ressecado → água
provoca desagregação → ligações entre partículas
são destruídas
Intemperismo químico gera variações nas
propriedades índice, ao longo da profundidade
Coeficiente de empuxo no repouso elevado,
possivelmente associado a processos erosivos ou
tectonismo → estado de ruptura passiva
O acúmulo de eventos de deformação (tectonismo,
erosão, ressecamento, intemperismo) fraturou o solo
Ao longo das descontinuidades surgiram estrias, visíveis
ou não a olho nú, e as partículas estão orientadas →
resistência residual
Estacas escavadas → atrito lateral unitário se reduz com
o aumento do diâmetro → efeito de escala
Resistência de ponta unitária → efeito de escala
provavelmente ocorre em todos os tipos de fundação
Fraturas geram efeitos de escala em laboratório →
importante o uso de corpos de prova com as maiores
dimensões possíveis
Parâmetros de pico devem ser encarados com cautela,
mesmo se amostras de grandes dimensões forem
utilizadas (enfoque empírico → solo remoldado)
0 50 100 150 200 250 0 50 100 150 200 250 300 350
Tensão normal efetiva (kPa)
Te ns ão ci sa lha nt e (k P a)
Cis. direto - amostra indeformada - 50x50 mm Cis. direto - amostra indeformada - 100x100 mm Triaxial - amostra indeformada - 70 mm Cis. direto - solo remoldado
Ring shear - resistência residual (Duarte, 1986) c’ = 46 kPa φ’ = 29º c’ = 0 φ’ = 8º c’ = 0 φ’ = 30,7º c’ = 0 φ’ = 19,7º
u +
u -
História geológica → pressões horizontais elevadas
Escavação (descarregamento) provoca uma redução das
poro-pressões, que tende a ser acentuada devido ao K0 elevado
As tensões efetivas aumentam nas regiões intactas
K
0elevado
K
0u +
u -
Remoção do suporte lateral tende a “abrir” fraturas
As fraturas não suportam sucções
Descontinuidades abertas não possuem resistência ao
cisalhamento
K
0 Primeira conseqüência: queda de blocos de solo
Descontinuidades e lentes granulares tendem a favorecer a
dissipação das sucções
A curto prazo: redução da resistência não-drenada
K
0 Fraturas orientadas criticamente em relação à escavação
aumentam os riscos de deslizamentos
A resistência disponível nas descontinuidades seria
mínima, sob influência da baixa resistência residual
K
0 A infiltração de água de chuva no terreno pode gerar excessos
de pressão hidrostática nas descontinuidades
Pequenos acréscimos de umidade podem anular as sucções
Esses fatos, aliados à baixa resistência do maciço, podem
deflagar um processo de instabilização
K
0 Surgem concentrações de tensão nas regiões intactas,
particularmente, na base da escavação
A superfície de ruptura incorpora descontinuidades
Pressões horizontais elevadas intensificam os
deslocamentos do maciço → mais concentração de tensão
K
0K
0elevado
Concentrações de tensão implicam em deformações não
uniformes
Em alguns pontos, a resistência de pico do material intacto
pode ser ultrapassada
Strain softening → ruptura progressiva a longo prazo
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
De sl ocam e n to H ori z on tal (m m )
T en são T an g en ci a l (k P a ) 50 100 150 T ensão Norm al Nom inal (kP a)
(a) Velocidade de deslocamento = 0,0018 mm/min
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
De slocam e n to Horiz on tal (m m )
Te n sã o T an g en ci al ( k P a) 50 100 150 T ensão Normal Nominal (kP a)
(b) Velocidade de deslocamento = 0,016 mm/min
0 ,0 2 0 ,0 4 0 ,0 6 0 ,0 8 0 ,0 1 0 0 ,0 1 2 0 ,0 1 4 0 ,0 1 6 0 ,0 0 ,0 0 ,5 1 ,0 1 ,5 2 ,0 2 ,5 3 ,0 3 ,5 4 ,0 De s l o ca m e n to H o ri z o n ta l (m m ) T en sã o T an g en ci al ( k Pa ) 5 0 1 0 0 1 5 0 T en são No rm al No m in al (k P a)
Estacas escavadas e tubulões: no curto
prazo, fraturamento e infiltrações são
responsáveis pela instabilidade das
perfurações
Fundações diretas: solicitam o terreno com
fraturas “fechadas” → pequenas
deformações devido à elevada rigidez
Interveniência dos diferentes fatores é
variável