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INFORMA CONCORRENCIAL

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INFORMA CONCORRENCIAL

143ª SESSÃO DE JULGAMENTO DO CADE 22 de maio de 2019

Aquisição da Mediplan pelo Grupo Notre Dame Intermédica Aprovada com Restrições

Nesta última sessão de julgamento, o Tribunal do CADE aprovou, com restrições, a aquisição, pela Notre Dame Intermédica Saúde S.A. (Intermédica), da Mediplan Assistencial Ltda. (Mediplan), do Hospital Samaritano Ltda. e do Hospital e Maternidade Samaritano Ltda., todos localizados na região de Sorocaba – São Paulo. Os remédios acordados entre Intermédica, Mediplan e o Tribunal foram comportamentais e têm como objetivo a manutenção dos mesmos padrões atuais de acesso a planos de saúde e garantia de atendimento médico com qualidade.

A Intermédica é uma operadora de planos de assistência privada à saúde, com foco em planos cooperativos para pequenos, médios e grandes clientes. O Grupo Notre Dame Intermédica tem, ainda, uma rede de hospitais e centros clínicos próprios que atendem beneficiários dos planos e terceiros.

A Mediplan, por sua vez, é uma operadora de planos de assistência privada à saúde com foco em planos corporativos, sobretudo na região de Sorocaba. Os hospitais Samaritanos prestam serviços médico-hospitalares em Sorocaba e são integralmente detidos por uma pessoa física.

A operação foi impugnada pela Superintendência-Geral do CADE (SG), que requereu a avaliação, pelo Tribunal, sobre a possibilidade de adoção de remédios em relação ao segmento de planos de saúde. De acordo com a análise da SG, a Intermédica e a Mediplan são as concorrentes mais próximas no mercado de planos de saúde voltados ao atendimento de consumidores com menor disposição a pagar. Dessa forma, o órgão concluiu ser provável o exercício de poder de mercado consubstanciado em um relevante aumento de preços. Ressalte-se que a SG não identi cou problemas concorrenciais com relação ao mercado de hospitais-gerais, principalmente em razão da signi cativa capacidade ociosa nos demais hospitais da região.

A Conselheira Relatora Polyanna Vilanova concordou com a opinião da SG quanto ao mercado de hospitais. Com relação à integração vertical com planos de saúde, a Relatora destacou que haveria preocupações pelo fato de o Hospital Samaritano ser o maior player no mercado, seguido diretamente pelo hospital da Intermédica. Nesse sentido, poderia haver fechamento de mercado para outras operadoras de planos de saúde. Ocorre que,

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segundo a Conselheira, tal conduta não seria factível, pois geraria ainda mais ociosidade de leitos e perda signi cativa de faturamento. Além disso, segundo a Relatora, também não há riscos de descredenciamento de outros hospitais pelas operadoras de planos de saúde da Mediplan e da Intermédica porque a regulação setorial exige a manutenção de uma rede mínima. Portanto, a Conselheira Relatora afastou as preocupações em relação ao mercado de hospitais-gerais.

Com relação ao mercado de planos de saúde, a Conselheira destacou que as características do mercado tornam a possibilidade de entrada insu ciente para conter eventual exercício de poder de mercado. Por outro lado, apontou que a rivalidade no mercado é dinâmica e que há concorrentes consideráveis. Além disso, a Conselheira destacou que os níveis de concentração de mercado não divergem substancialmente de outras operações já aprovadas pela SG. Apesar das ponderações acima, a Relatora apontou que, ao separar o mercado por faixas de preço, nota-se que as empresas são as concorrentes mais próximas entre si por focarem em consumidores menos propensos a pagarem por planos de saúde. Assim, a maioria destes consumidores não estaria disposta a trocar de operadora em caso de pequeno aumento de preços pelas requerentes, e tal aumento poderia não ser contestado devido à grande disparidade de preços já existente.

Diante das preocupações apontadas, a Relatora votou pela aprovação da operação com a implementação dos seguintes remédios comportamentais: (i) oferta de nova linha de plano de saúde, com preços inferiores a outros já ofertados em Sorocaba, pelo prazo mínimo de 3 anos; (ii) realização de investimentos em infraestrutura e equipamentos de atendimento hospitalar e ambulatorial na região de Sorocoba; (iii) certi cação do Hospital Samaritano de acordo com as regras da Organização Nacional de Acreditação; (iv) noti cação dos consumidores sobre as mudanças nos mercados relevantes; e (v) não-discriminação de concorrentes, mantendo acessíveis a estrutura hospitalar para outras operadoras, bem como o credenciamento de outros hospitais pelas operadoras das requerentes. O acompanhamento destes remédios seria semestral, por meio de auditoria.

O Conselheiro Maurício Bandeira Maia e o Presidente do Tribunal, Alexandre Barreto, seguiram o voto da Conselheira Relatora. O primeiro pontuou que a efetividade de um remédio não depende de sua caracterização como estrutural ou comportamental ao passo que o Presidente pontuou que o problema concorrencial é limitado e que uma reprovação total seria desproporcional.

Os Conselheiros Paulo Burnier e Paula Azevedo, por sua vez, votaram pela reprovação da operação. O Conselheiro rmou que os problemas concorrenciais deveriam ser endereçados por remédios estruturais, visto que problemas concorrenciais horizontais são permanentes. Além disso, de acordo com a Conselheira, os remédios comportamentais, além de temporários não resolvem os problemas identi cados e a aplicação de remédios estruturais, que devem ser priorizados, não seria possível neste caso.

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CADE Indefere Consulta proposta pela Petrobras

Trata-se de Consulta feita pela Petrobras Distribuidora S.A. sobre a “política comercial sugestiva de preços de revenda” que pretende implementar para os postos revendedores de bandeira BR.

A Conselheira Relatora Polyanna Vilanova votou por indeferir a Consulta, nos termos da Resolução CADE nº 12, ao: (i) exigir, para sua análise, a consideração de outros fatos, além dos descritos e comprovados pela Consulente; e (ii) não permitir, a partir exclusivamente das informações fornecidas, uma resposta adequada pelo CADE. Apesar de a Consulente defender que houve indicação precisa do objeto de análise e identi cação dos agentes afetados, a Relatora não verificou tais informações nos autos.

Segundo a Conselheira, não há como negar que a política poderia gerar efeitos positivos para os agentes da cadeia e externalidades. No entanto, da forma que foi apresentada, a Consulta não permite ao CADE avaliar minimamente os mecanismos que supostamente afastariam as preocupações concorrenciais.

A Petrobras apontou casos da jurisprudência do CADE que seriam semelhantes ao em análise. No entanto, sem adentrar todos os casos, a Relatora mencionou que, por exemplo, na consulta formulada pela Continental sobre sua política de preços anunciados, foi possível ao CADE analisar questões como poder de mercado, potenciais efeitos negativos, entre outros fatores, afastando a presunção relativa de ilicitude. Nesse sentido, a carta de intenções apresentada pela Petrobras não seria suficiente para a análise do CADE.

Por m, a Conselheira Relatora ressaltou não estar rmando posicionamento desfavorável à inovação e à utilização de ferramentas de tecnologia. No entanto, tais mecanismos deveriam ser analisados para garantir os melhores efeitos para os consumidores. Além disso, ela lembrou que o mercado tem histórico denso de condenações e defendeu que a coleta de informações concorrencialmente sensíveis demanda cautela pela autoridade.

CADE Conclui Julgamento de Processo contra Sem Parar e ConectCar

Nesta última sessão de julgamento, o Tribunal do CADE, por maioria, deu provimento aos embargos de declaração opostos pela ConectCar para suspensão dos efeitos de medida preventiva imposta no âmbito de investigação no mercado de meios de pagamento eletrônico baseados na tecnologia de Identificação Automática de Veículos (AVI).

Na 142ª sessão de julgamento, a Conselheira Polyanna Vilanova havia pedido vista do processo, de modo que o julgamento do mesmo foi suspenso. Na ocasião, a Conselheira Relatora Paula Azevedo votou pelo conhecimento parcial dos embargos e pelo

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não-provimento integral da parte conhecida.

Ao retomar o julgamento, a Conselheira Polyanna Vilanova divergiu da Conselheira Relatora e entendeu que não cou comprovada qualquer imposição de exclusividade, por parte da embargante. Logo, a Conselheira entendeu que o voto embargado foi omisso quanto à forma de comprovação da ausência de exigência de exclusividade.

A Conselheira Polyanna Vilanova também divergiu da Conselheira Relatora quanto à questão levantada pela ConectCar, no sentido de que as preocupações concorrenciais em análise mudaram ao longo dos anos, de modo a mitigar os problemas vislumbrados pelo CADE inicialmente. Nesse sentido, a Conselheira a rmou que a ConectCar atuou positivamente para que a Veloe competisse no mercado, não podendo se falar em fechamento de mercado.

Assim, a Conselheira Polyanna Vilanova conheceu dos embargos e votou pelo seu provimento com efeitos infringentes, com suspensão dos efeitos da medida preventiva com relação apenas à ConectCar. A Conselheira determinou também o retorno dos autos à SG para o regular prosseguimento do inquérito administrativo.

O Conselheiro Paulo Burnier acompanhou o voto da Relatora e apontou que não veri cou divergência substancial entre os votos da Relatora e da Conselheira Polyanna Vilanova no que se refere à omissão apontada pela embargante. De acordo com ele, há nos autos uma a rmação de que não existe relação de exclusividade, o que, por si só, é suficiente para cumprir o comando da medida preventiva.

O Conselheiro Mauricio Bandeira Maia, por sua vez, entendeu que há omissão e obscuridade no caso que devem ser reparados por meio dos embargos de declaração. Dessa forma, o Conselheiro acompanhou o voto da Conselheira Polyanna Vilanova. Por m, o Presidente do Tribunal acompanhou o voto da Conselheira Polyanna Vilanova.

O Tribunal do CADE também votou pela perda de objeto de despachos da Conselheira Paula Farani que solicitavam esclarecimentos adicionais à Sem Parar.

CADE Julga Embargos de Declaração em Investigações de Cartel

O Tribunal do CADE julgou diversos embargos opostos pelos representados no âmbito do processo administrativo nº 08700.010769/2014-64, contra decisão proferida na 140ª sessão de julgamento do CADE que condenou diversos distribuidores e revendedores por formação de cartel e in uência à adoção de conduta comercial uniforme nos mercados de revenda e distribuição de combustíveis automotivos em Belo Horizonte, Betim e Contagem/MG.

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A Conselheira Relatora Polyanna Vilanova conheceu todos os embargos, mas mencionou em sessão somente aqueles que foram acolhidos, ainda que parcialmente.

Neste sentido, a Relatora deu provimento parcial a certos embargos para determinar: (i) reti cação da multa aplicada a uma das pessoas físicas, devido à exclusão de uma empresa da base de cálculo, já que o representado não mais fazia parte do quadro societário daquela, à época do cartel; (ii) o afastamento de alguns índices de interceptações telefônicas como provas de conduta delitiva, mantendo a condenação dos representados; e (iii) arquivamento do processo em relação ao Posto Chicago e a uma pessoa física, já que tal posto somente iniciou suas atividades após o período do cartel. O Tribunal do CADE, por unanimidade, conheceu e acolheu parcialmente os referidos embargos.

O Tribunal do CADE, por outro lado, decidiu não conhecer os embargos opostos por José Luis Cucchietti e CCVN Comércio e Importação, Exportação e Distribuição de Peças Automotivas Ltda. contra voto que os condenou por participação em cartel no mercado nacional de amortecedores dianteiros e traseiros no setor automobilístico, especialmente para peças de reposição. Segundo a Conselheira Relatora Paula Azevedo, cujo voto foi seguido pelos demais Conselheiros, os argumentos trazidos nos embargos não consubstanciam omissão, obscuridade ou contradição.

CADE Ratifica Acordo em Investigação de Cartel

Trata-se da segunda proposta de TCC relacionada ao processo administrativo nº 08700.002904/2017-41, que apura práticas anticompetitivas no mercado de produção e comercialização de válvulas para motor, guias de válvulas e assentos de válvulas, no mercado independente de peças de reposição no Brasil e na Argentina, com efeitos no Brasil. Segundo o Presidente do Tribunal, a prática apurada consiste em xação de preços e condições comerciais, divisão de mercado e troca de informações concorrencialmente sensíveis.

A proposta foi feita pelas empresas Valbrás Indústria e Comércio Ltda. e Basso S.A., além de quatro pessoas físicas. O Presidente ressaltou que todos os requisitos foram atendidos, incluindo cessação da conduta, multa por descumprimento, elaboração de histórico da conduta e recolhimento de contribuição pecuniária.

As empresas recolherão conjuntamente o valor de R$ 1.369.594,65. Entre as pessoas físicas, o Sr. Juan Carlos Basso recolherá R$ 136.959,46 e os demais R$ 50.000,00, cada um.

Este boletim apresenta um resumo de alterações legislativas ou decisões judiciais e administrativas no Brasil. Destina-se aos clientes e integrantes do Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados. Este boletim não tem por objetivo prover aconselhamento legal sobre as matérias aqui tratadas e não deve ser interpretado como tal.

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Para informações, entrar em contato com: Joyce Midori Honda D +55 11 3089 6139

joyce.honda@cesconbarrieu.com.br

Ricardo Lara Gaillard D +55 11 3089 6648

ricardo.gaillard@cesconbarrieu.com.br

CESCON, BARRIEU, FLESCH & BARRETO ADVOGADOS

SÃO PAULO | RIO DE JANEIRO | BELO HORIZONTE | BRASÍLIA | SALVADOR

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