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SERVIÇO SOCIAL E GESTÃO DE PROJETOS SOCIAIS

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Academic year: 2021

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SERVIÇO SOCIAL E GESTÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Natassis Souza de Abreu1

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo analisar os passos principais na elaboração de projetos sociais, vistos como ferramentas de gestão coletiva na solução de problemas de interesse do Serviço social e outras áreas. Para tanto, enfatiza as implicações da implementação e impactos dos projetos sociais, considerando a desigualdade social. Por outro lado, argumenta quanto à necessidade de analisar integralmente a formulação e o desenvolvimento dos projetos, enfatizando especialmente a inclusão participativa dos atores envolvidos, bem como maior confiança e legitimidade das ações de enfrentamento da desigualdade ou de promoção do desenvolvimento. Ainda, sugere pautas e recomendações no processo de gestão de projetos sociais que podem ser úteis para o enfrentamento da desigualdade e o desenvolvimento social, que é um dos grandes pilares do Serviço Social. Através de pesquisa bibliográfica exploratória e qualitativa, conclui que no âmbito da gestão social, portanto, é essencial superar a burocratização no planejamento e operação de projetos para atribuir-lhes dinamicidade e versatilidade, transitando para esquemas de gestão de projetos com maior flexibilidade e, ainda, garantindo sua continuidade, sua autossutentabilidade através de modelos inovadores de avaliação. Ainda, é necessário criar mecanismos de transparência em torno da elaboração de projetos e sua execução, o que é mais do que um dever democrático e uma responsabilidade nos processos de construção do desenvolvimento social – é também uma condição sem a qual o planejamento e a gestão de projetos sociais deixa de cumprir com suas finalidades e não contribui para com o fortalecimento da cidadania daqueles aos quais se destina.

PALAVRAS-CHAVE: Projetos sociais, Gestão. Participação, Desenvolvimento

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INTRODUÇÃO

Os projetos são considerados ferramentas estratégicas para a tomada de decisões sobre agendas e programas sociais e governamentais; são a expressão técnica de soluções para problemas de interesse social e um meio para modificar situações de desigualdade e problemas diversos, em benefício da sociedade.

No planejamento de projetos sociais são exploradas as melhores opções para alcançar metas e objetivos, programando etapas e caminhos para seu alcance, são elaboradas propostas para satisfazer necessidades sociais e modificar condições problemáticas na vida das pessoas, para melhorar o cotidiano da sociedade em seu conjunto ou, ao menos, dos grupos mais desfavorecidos, buscando a melhoria de sua qualidade de vida, de trabalho, enfim, de seu entorno em geral.

Muitos destes projetos buscam a geração de renda para grupos vulneráveis, o empoderamento de minorias, etc., sendo projetos que a partir de uma escala menor, combatem a pobreza, a fome, a violência, promovem a saúde, difundem a cultura ou a arte, resgatam tradições e costumes, impulsionam ações em prol do meio ambiente, etc.

Diante destas considerações, o problema de pesquisa deste estudo é: De que forma os projetos sociais devem ser gerenciados para potencializar seus impactos positivos?

Esta questão, vinculada à gestão de projetos sociais, parte de uma motivação de grande relevância acadêmica, justificada pela necessidade de refletir sobre a gestão de projetos sociais fornecendo subsídios que contribuam para o aperfeiçoamento do processo de tomada de decisões para o planejamento e a operação de projetos sociais, enriquecendo a análise metodológica da gestão social e aprofundando a dinamização de comunidades e grupos excluídos e/ou marginalizados socialmente.

O objetivo geral do estudo é analisar os passos principais na elaboração de projetos sociais, vistos como ferramentas de gestão coletiva na solução de problemas de interesse geral.

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Seus objetivos específicos são: enfatizar as implicações da implementação e impactos dos projetos sociais, considerando a desigualdade social e as demandas de grupos e comunidades; destacar a necessidade de analisar integralmente a formulação e o desenvolvimento dos projetos, enfatizando especialmente a inclusão participativa dos atores envolvidos, maior confiança e legitimidade das ações de enfrentamento da desigualdade ou de promoção do desenvolvimento; sugerir pautas e recomendações no processo de gestão de projetos sociais que podem ser úteis para o enfrentamento da desigualdade e o desenvolvimento social.

A metodologia do estudo é a pesquisa bibliográfica e exploratória em diversos meios impressos e digitais, em uma abordagem qualitativa dos dados e informações coletados, para elaborar uma conclusão que responda efetivamente ao problema de pesquisa.

AS IMPLICAÇÕES DA IMPLEMENTAÇÃO E IMPACTOS DOS PROJETOS SOCIAIS

Os projetos sociais são ferramentas que permitem induzir mudanças a partir das iniciativas dos atores que interagem em um território ou setor específico. A transformação social através de projetos envolve uma gestão local que constrói novas estruturas e oportunidades e maiores espaços para a ação e a atuação das pessoas, criando assim um entorno favorável para o desenvolvimento. Trata-se, conforme Woller e Mathias (2015), de reverter situações desfavoráveis que impedem o desenvolvimento local, conceituado como a capacidade endógena de gerar bem estar econômico e social.

Por isso, parte-se do pressuposto de que a mudança estrutural a partir da base social pode iniciar com projetos estratégicos integrais de caráter local e comunitário, que envolvam a participação dos diversos atores nos processos de criação de valor e de geração de bem estar econômico e social, em uma perspectiva microssocial e regional que pode crescer e abranger diferentes níveis territoriais, de acordo com a evolução dos processos de gestão. (WOLLER; MATHIAS, 2015).

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Na mesma perspectiva, Contador (2014) observa que a gestão de projetos sociais comporta um processo de microplanejamento local, ou seja, um planejamento originado nos atores envolvidos, harmonizando, tanto quanto possível, seus objetivos com os planejamentos governamentais ou institucionais. Este esquema de microplanejamento demanda ação coletiva e mobilização social e, por isso, a participação da população local nos projetos é um requisito imprescindível, constituindo-se em um fator crucial para o desenvolvimento integrado, já que a necessidade de mudanças na estrutura social a máxima mobilização dos recursos humanos e naturais locais é pré-requisito para o êxito de projetos sociais.

Carmo (2013), a partir de considerações semelhantes aos autores acima, afirma que os projetos sociais voltados a comunidades, implantados em pequena escala, situados no espaço local, que podem ser evidenciados em pequenos negócios, unidades de produção familiar, microempresas, comunidades rurais, grupos específicos de minorias, agrupados, podem potencializar o desenvolvimento local para zonas em que a desigualdade social seja mais evidente. Assim, comportam estratégias produtivas em tempos de globalização econômica, em uma cultura centrada no consumo e que pode tanto inibir as capacidades empreendedoras como comprometer seriamente a subsistência de grupos específicos.

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Diversas iniciativas e projetos de pequena escala em espaços locais podem criar círculos virtuosos de prosperidade que podem ser observáveis na articulação de cadeias produtivas regionais, vinculações institucionais ou mercantis que geram e retêm a riqueza em um território específico. Alguns casos relevantes neste contexto de articulações locais para o desenvolvimento foram estudados a partir da linha dos sistemas produtivos locais, sistema agroalimentares localizados, corredores produtivos, etc. De qualquer modo, a viabilidade dos projetos sociais e das inciativas cidadãs se encontra, em boa medida, influenciada por múltiplos fatores que determinarão seu êxito ou fracasso. Se requer um balanço inicial que pondere as fortalezas do projeto quanto a fatores de ordem social, econômica, política, ambiental, entre outros; ou seja, se deve realizar uma aproximação e análise multidimensional às próprias circunstâncias do projeto. (CARMO, 2013, p. 27).

Woller e Mathias (2015) compreendem que a intenção de um projeto que tende à integralidade busca agregar diversos aspectos que determinarão sua viabilidade. Com isso, busca-se, a partir de uma visão sistêmica, responder aos problemas de uma comunidade ou região. Por isso, desde o início a população local deve ter uma participação ativa no projeto, pois os cidadãos são quem conhece de forma próxima suas problemáticas e necessidades mais urgentes.

A vinculação do projeto com a comunidade implica articular, ativar a “energia social” e criar redes territoriais. Isso representa um desafio para a extensão de serviços ligados ao projeto. Assim, como assinalam Woller e Mathias (2015), os facilitadores, extensionistas, prestadores de serviços profissionais, promotores comunitários, técnicos ou outras figuras envolvidas na promoção de projetos sociais podem trabalhar de maneira coordenada para obter maior impacto em suas iniciativas ou demandas institucionais.

De qualquer modo, adverte Carmo (2013) que em todo o processo de planejamento é crucial que, ao finalizar o projeto, as comunidades assumam o papel de autogestão para que os resultados sejam autossustentáveis. Isso depende do grau de apropriação do projeto por parte das comunidades, pois em muitos casos o próprio projeto não gera os mecanismos necessários para fazer com que as comunidades envolvidas promovam as mudanças essenciais que foram estabelecidas nos objetivos do projeto.

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Esta engenharia social deficiente no planejamento e no prosseguimento em longo prazo faz com que, pelo fato dos projetos não serem cuidadosamente desenvolvidos, se convertam em simples mecanismos subsidiários ou unidades desarticuladas de investimento nas comunidades, reforçando o controle público destes grupos sociais excluídos/marginalizados através de transferências monetárias. Os projetos sem bases técnicas e sociais adequadas se convertem, no entendimento de Carmo (2013), em instrumentos que perpetuam a dependência estatal. Políticas assistencialistas inibem o crescimento das comunidades se os projetos sociais não incorporam em seu planejamento e operação diversos mecanismos de liberadores do potencial que as comunidades e grupos possuem para seu desenvolvimento integral.

A FORMULAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

No contexto de projetos inovadores para grupos e comunidades sociais, um diagnóstico analítico e participativo é essencial. O diagnóstico, conforme Nunes et al. (2017), de um modo geral implica reconhecer a natureza de uma problemática através da observação e da análise integral. O diagnóstico de um problema pretende detectar um conjunto de fatos ou circunstâncias que dificultam a consecução de alguma finalidade.

Um bom projeto deve partir de um bom diagnóstico, de uma boa análise de quais são os problemas, quais as características específicas dessa problemática. Deve iniciar determinando a situação geral a ser melhorada, os prováveis beneficiários e outras partes interessadas, o alcance geográfico, a série de questões que serão abordadas e a duração e gastos prováveis do projeto. Ainda, é preciso determinar quais são os interesses da comunidade e os possíveis organismos/instituições de financiamento do projeto. Durante esta etapa inicial é importante determinar se o conceito básico no qual se fundamenta o projeto é viável e se os principais interessados proporcionam apoio suficiente para que o projeto tenha seguimento. (NUNES et al., 2017).

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A elaboração o diagnóstico para projetos sociais adquire uma conotação pública muito importante, pois, de acordo com Rabechini Júnior e Carvalho (2011), o planejamento dos projetos, desde sua fase inicial, deve integrar a participação cidadã, ou seja, fazer prevalecer um enfoque de planejamento participativo e incorporar as ideias, interesses e expectativas da população local para determinar a legitimidade do projeto e os aportes sociotécnicos ao mesmo. No diagnóstico com participação cidadã, a precisão da análise e das oportunidades é fator chave aos quais os facilitadores devem prestar especial atenção, já que os atores interessados no projeto destinarão tempo e trabalho a serviço deste. Por isso, é importante que a comunicação assertiva seja o eixo para articular a elaboração do diagnóstico e os participantes não considerem as atividades ligadas ao projeto como algo que não seja significativo para sua vida cotidiana. (RABECHINI JÚNIOR, CARVALHO, 2011).

No enfoque participativo, de acordo com Armani (2009), o diagnóstico inicial é também um instrumento de conscientização e mobilização das pessoas. Inscreve-se na ação e não pode ser totalmente dissociado dela, o que significa também que cria maiores expectativas que um diagnóstico tradicional. O diagnóstico participativo também é um processo interativo, ou seja, que não termina com o início da implementação do projeto, mas precisa ser completado e ajustado durante todo o processo, segundo as necessidades das pessoas e do próprio projeto.

O diagnóstico, segundo Baptista (2010), ordena a realização de estudos e investigações que derivem em uma análise das problemáticas existentes, o que é um exercício altamente contextual. Isso requer uma análise das múltiplas dimensões envolvidas para evitar a exclusão de elementos importantes que, direta ou indiretamente, representam as causas ou consequências dos problemas. Como exemplo, observa que uma das metodologias possíveis contempla as seguintes etapas do diagnóstico para a resolução de problemas sociais: análise de atores participantes; análise da problemática; análise de objetivos e análise de alternativas de solução.

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Estas etapas fazem parte do diagnóstico e são fundamentais para a definição posterior de outras etapas. A informação que deriva da análise proverá os insumos necessários para elaborar o projeto e, portanto, o diagnóstico se converte na base para estabelecer os fundamentos da intervenção. (BAPTISTA, 2010).

Como parte do diagnóstico também se faz uma descrição do contexto do problema, enfocando as dimensões mais representativas do setor, comunidade, grupo e região em que se pretende desenvolver o projeto. Para isso, podem ser tomados dados de fontes de informação diretas e secundárias. Neste aspecto, Baptista (2010) comenta que também são valiosos os estudos, notícias e o conhecimento cientifico-tecnológico que possa ser de interesse para determinar o núcleo central do problema.

Woller e Mathias (2015) afirmam que a localização do projeto e seus beneficiários demanda estabelecer critérios para determinar sua viabilidade territorial, o que pode ser realizado a partir dos interesses e conveniências do projeto. Ainda, nos projetos sociais os gestores devem ter presente a continuidade territorial das problemáticas para além de uma demarcação político-administrativa do território. Embora a localização geográfica do projeto implique elaborar um recorte do espaço-local onde será implementado, é essencial considerar a natureza da problemática e suas interconexões com diferentes escalas geográficas e governamentais nas quais se gesta a problemática social.

Territorializar o projeto significa focalizar a ação social em uma localidade específica, em uma determinada região que, por suas características, é importante para o desenvolvimento do projeto. Sempre se deve considerar que o território é multidimensional e os sujeitos, como parte dele, devem ser considerados em seu contexto situacional. Assim se poderá evitar uma intervenção que não considere a dimensão social do desenvolvimento, não concentrando os recursos em função de prioridades definidas exteriormente, não atendendo apenas unidades segmentadas da população, não formando limitações para o desenvolvimento de atividades produtivas e, sobretudo, não restringindo ou limitando os prazos de assistência sem avaliar sua continuidade no futuro. (WOLLER; MATHIAS, 2015).

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A localização de determinado projeto em um território específico, para Woller e Mathias (2015), pode trazer benefícios para a população, mas também podem afetá-la negativamente de forma severa. Por isso, o diagnóstico é fundamental.

Outra questão quanto à formulação de projetos é evocada por Baptista (2015), enfatizando que todo projeto requer uma análise do perfil de seus beneficiários diretos ou indiretos. A gestão do projeto deve ser sensível e compreender que embora a gestão social seja um trabalho de caráter técnico, não se pode omitir que essencialmente se trabalha com sujeitos sociais, ou seja, o gestor enfrentará, invariavelmente, a intrincada vida subjetiva dos seres humanos. Portanto, não será o mesmo trabalhar com adultos, com crianças, com jovens, com mulheres, com homens, com idosos, etc.

Ao mesmo tempo, a condição de beneficiários pode ser uma limitação ou motivo de fracasso para projetos que não incorporem a perspectiva de gênero em suas análises. Além disso, não se pode perder de vista que embora as pessoas possam ser beneficiárias de um projeto, antes de mais nada são sujeitos de direitos humanos, dotados de inteligência e dignidade, não simples dados estatísticos que apoiam o cumprimento de metas. (BAPTISTA, 2015).

Para Woller e Mathias (2014), para elaborar o perfil dos beneficiários é importante captar, através de questionários, características como gênero, idade, estado civil, nível de escolaridade, entre outras questões. Do mesmo modo, quando se deseja aprofundar mais a caracterização dos beneficiários, é possível servir-se de ferramentas como as histórias de vida ou as entrevistas detalhadas, que ajudam a obter mais informações sobre o perfil das pessoas. Esta etapa de caracterização dos beneficiários é fundamental, na medida em que ajuda a perfilar (construir e reconhecer) o sujeito, com informações sobre sua condição sociodemográfica, econômica e, geralmente, a dimensão subjetiva daqueles que se beneficiarão com o projeto.

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Keeling (2019) acrescenta a essa reflexão a ideia de que a gestão de um projeto social implica na conformação e na aplicação de uma série de métodos, técnicas e, por vezes, algoritmos necessários para o deslocamento de uma estratégia no território ou dentro de um setor. A gestão, nesse sentido, implica coordenar os esforços dos atores a partir da gerência do projeto, para cumprir com as metas estabelecidas e alcançar o impacto esperado em determinado setor, comunidade ou grupo.

Sob esse prisma, para alcance das metas de um projeto (o que não é fácil e não comporta uma única resposta, já que cada projeto tem uma perspectiva metodológica diferente) o importante será selecionar as ferramentas adequadas para alcançar objetivos e metas. Como parte da estratégia metodológica busca-se obter a comunicação adequada entre os integrantes do projeto e busca-seus beneficiários, para trabalhar de forma coordenada em função de uma estratégia planejada previamente entre todos os participantes. (KEELING, 2019).

Assinala Baptista (2015) que, tradicionalmente, a metodologia tem sido uma fase ou componente dos projetos que recebe pouca atenção, apesar da importância estratégica que possui tanto em projetos aplicados como em investigações realizadas em diversos contextos sociais. A omissão metodológica é um erro que pode ser fatal para o projeto, pois ela é o enlace principal entre a teoria e a prática, já que pode haver ideias brilhantes, mas se não existe uma orientação sobre como torná-las concretas, o projeto não terá eficácia.

Comentam também Nunes et al.:

A metodologia tem sua origem na filosofia do projeto (teoria, modelo de desenvolvimento ou ideologia política). Neste contexto, aspectos como valores, missão e visão são os elementos que permitem visualizar o tipo de metodologia a utilizar. Na investigação dentro das ciências sociais, por exemplo, os métodos qualitativos são mais afins a teorias que se compõem de preceitos mais flexíveis, os quais permitem o diálogo e a discussão das ideias, como a fenomenologia, a dialética ou a hermenêutica. Pelo contrário, há teorias rígidas que, para serem provadas, requerem um controle de variáveis em um experimento e, por isso, estas terão maior afinidade e harmonização com metodologias quantitativas, as quais garantem em maior medida o controle numérico e estatístico dos processos de investigação. (NUNES et al., 2017, p. 69).

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Ao mesmo tempo, a metodologia no contexto dos projetos sociais obedece à necessidade de identificar e aperfeiçoar procedimentos, técnicas e instrumentos que permitam vincular a análise da realidade social com a intervenção nessa realidade, para identificar e utilizar espaços estratégicos para a ação. Assim, para Nunes et al. (2017), cada projeto é um espaço de conhecimento e aprendizagem para a formulação de modelos de desenvolvimento social.

Deste modo, conforme Nunes et al. (2017), a estratégia metodológica de gestão ou de desenvolvimento local, regional, de comunidades ou grupos contempla uma série de ações para materializar os resultados do projeto, para o que existe uma sequência de tarefas. Isto é conhecido como as fases do projeto – preparação–negociação –execução ou implantação, operação e etapas de preparação para a identificação da ideia, os anteprojetos preliminares (estudo prévios de factibilidade), o anteprojeto definitivo (estudo de factibilidade) e o projeto completo (de engenharia e de execução).

Esta estruturação metodológica em fases ou etapas da implementação do projeto, como assinalam Nunes et al. (2017), encontram suas bases na filosofia do projeto, para dar origem a ações programadas. Isso implica uma combinação de valores, ferramentas, técnicas e procedimentos que orientam o projeto. A estratégia que busca um desenvolvimento é colocada em prática através de uma série de instrumentos, que operam em diferentes níveis, escalas e horizontes temporais. A aplicação desses instrumentos a grupos de atividades homogêneas ou interrelacionadas conduz à preparação de programas (e projetos) que envolvem um conjunto de tarefas ligadas espacial ou setorialmente.

Por outro lado, como evoca Keeling (2019), no planejamento metodológico do projeto também é relevante a perspectiva teórica de planejamento a partir da qual se pretende implementar o projeto, pois não é a mesma coisa partir de um enfoque de planejamento externamente pensado (verticalizado) e de um enfoque no qual primam relações horizontais. Este conjunto de situações deve levar aqueles que pensam o projeto a questionar a eficácia do mesmo e, nesse sentido, elaborar uma metodologia que apresente resultados por considerar a consonância com os valores que emanam do projeto.

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Explicando essa afirmativa, Keeling (2019) observa que a constituição metodológica dos projetos sociais deve ser equilibrada e harmônica entre ambos os enfoques de planejamento, pois colocar a planificação em um ou outro sentido (vertical ou horizontal) fixa o conjunto de parâmetros sobre os quais se basearão as varáveis cuja análise constitui o estudo e a ação dentro dos projetos. Assim, se pode ter um desenho teórico muito adequado à problemática, mas se este não contempla processos específicos que operem em campo, com um bom desenho institucional que torne possível essa operação, é muito difícil que os resultados desejados possam ser alcançados.

PAUTAS E RECOMENDAÇÕES NO PROCESSO DE GESTÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Uma das recomendações principais quanto ao processo de gestão de projetos é compreender que as metas representam a materialização dos objetivos, embora seja muito comum a utilização indistinta de conceitos como metas e objetivos. Uma forma de diferenciá-los, de acordo com Bertollo (2016), é ter claro que os objetivos orientam uma ação genérica ou específica, são o alvo, ponto ou finalidade que se pretende alcançar. Por seu turno, as metas são um fim tangível e mensurável para o qual se dirigem as ações do projeto.

As metas, para Bertollo (2016), são formuladas de forma realista e, além disso, é importante assumir em seu planejamento um sentido crítico e razoável sobre a viabilidade de seu cumprimento, pois para alcançá-las devem ser incorporados recursos, tempo e processos eficientes de gestão. Da mesma forma, não manejadas de maneira adequada, as metas podem comprometer quando são muito ambiciosas e/ou, na prática, impossíveis de serem cumpridas ou alcançadas.

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A isso Bertollo (2016) acrescenta que em todo projeto são geradas tensões normais entre os tempos propostos e os tempos do coletivo social no cumprimento dos objetivos e das metas, especialmente quando o projeto adquire uma função mais tecnocrática e carece de trabalho social de base participativa em sua elaboração. Dessa forma, os tempos das instituições e gestores se restringe a procedimentos normativos, fiscais ou de administração institucional que não consideram os lapsos nos quais as pessoas aceitam e assimilam as mudanças promovidas no interior das comunidades e grupos.

Portanto, embora entre as principais características das metas seja o fato de serem tangíveis, verificáveis e poderem ser cumpridas em um prazo razoável, é importante considerar que tanto em seu desenho como na estratégia para o seu alcance é recomendável que haja maior participação dos atores do projeto, para determinar conjuntamente entre a gestão do projeto e os demais atores os tempos em que se pode alcançar as metas. (BERTOLLO, 2016).

Outra recomendação, trazida por Armani (2009), é relativa às atividades, uma vez que um bom planejamento programático destas atividades e uma logística adequada permitirão o cumprimento eficiente das metas, sendo muito importante alertar para os detalhes das atividades, caso contrário coloca-se em risco o êxito do projeto.

Armani (2009) afirma que o projeto considera que cada atividade representa um ato específico, o qual, somado a outras atividades, potencializa seu desenvolvimento integral. Nesse sentido, o capital humano deverá ser desempenhado em tarefas específicas que cada colaborador cumprirá, com uma atitude proativa que forneça valor agregado à atividade.

É importante que um projeto social seja integrado por uma equipe multidisciplinar. Os grupos de trabalho onde colaboram pessoas de diferentes formações profissionais e experiência diversas costumam ter uma visão mais completa de uma problemática. A partir disso, as equipes podem exercitar seus talentos em função de metas e objetivos específicos, como são as atividades do projeto. As capacidades dos integrantes serão determinantes na eficácia, motivação e compromisso daqueles que estão à frente de cada atividade.

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Outra pauta a ser considerada, como ensina Cohen (2013), é que em toda iniciativa de desenvolvimento social o financiamento é crucial. Portanto, inevitavelmente devem ser identificadas fontes financeiras de recursos econômicos para colocar em prática o projeto. Muitas vezes isso implica em investimentos monetários e não monetários necessários, inclusive desde as etapas prévias ao início do projeto como, por exemplo, para realizar estudos de factibilidade, diagnósticos e para elaborar o próprio projeto, bem como gastos associados a reuniões de trabalho ou de planejamento, entre outros.

Disso deriva que é importante conhecer as regras de operação dos programas públicos, orçamentos de despesas governamentais, as contrapartidas, dinâmica de licitações, convocações públicas, recursos e demais opções de financiamento do setor privado ou social existentes no ambiente financeiro e que podem ser aproveitadas para a operação de um projeto social, especialmente quando se está operando projetos governamentais, empresariais, privados ou coletivos. (COHEN, 2013).

Enfatiza Cohen (2013) que o leque de possibilidades de acesso a recursos é cada vez maior na medida em que não apenas se restringe a recursos governamentais. Sem discutir exaustivamente sobre os tipos ou modalidades de financiamento existentes nas finanças públicas ou empresariais para projetos sociais, destaca o autor que é importante que o orçamento responda e se oriente para atender os problemas da comunidade ou grupo ao qual se destina o projeto. Ainda, em um esquema de planejamento vertical é indispensável encontrar mecanismos de inclusão e participação cidadã na modelação e operação dos orçamentos através de projetos bem definidos. Em termos da literatura convencional, Keeling (2019) afirma que um orçamento participativo é um mecanismo onde os cidadãos intervêm de forma ativa na elaboração do orçamento do projeto – em que e como serão gastos os recursos financeiros. É importante considerar, quanto a esse ponto, que o orçamento seja realista, não muito grande para as necessidades do projeto nem tão pequeno que não alcance as metas propostas. Em um contexto de eficiência e austeridade no uso dos recursos públicos, é imperativo que os orçamentos se apliquem corretamente, para evitar vícios que usualmente são cometidos, tais como:

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a) O orçamento não responde às necessidades ou problemáticas da sociedade/comunidade/grupo.

b) Não contar com um projeto atrativo para os possíveis financiadores. c) Superestimar o custo dos recursos materiais ou humanos destinados ao projeto.

d) Programar o exercício de recursos em períodos muito curtos.

e) Desconhecer as implicações e consequências legais, políticas, fiscais e mercantis no uso dos recursos públicos.

f) Não distinguir entre as modalidades de apoio econômico ao projeto (crédito, subsidio, doações, etc.).

g) Não utilizar o recurso outorgado ao projeto.

h) Atribuir pouca importância à transparência no uso dos recursos ou desvios dos fundos para finalidades distintas àquelas buscadas pelo projeto.

i) Não contar com evidências suficientes e verazes sobre os gastos realizados.

j) Solicitar apoio financeiro para rubricas ou conceitos não autorizados por parte das instâncias financiadoras.

Para Cohen (2013) um orçamento é acompanhado das possíveis fontes de financiamento, já que em uma estratégia de concorrência de recursos é determinante contar com as prováveis fontes alternativas de recursos financeiros para o projeto. É importante atentar para os tempos na execução dos recursos e aplicar corretamente o orçamento para evitar devoluções ou descumprimento de metas.

Destaca ainda Cohen (2013) que os gestores do projeto devem prever que quando os recursos são insuficientes e escassos as fontes financeiras apenas podem contribuir em porcentagens específicas. Isso implica que cada projeto, dependendo de suas necessidades financeiras, pode fazer uma gestão concorrente de recursos para cobrir totalmente o seu custo, o que requer um trabalho incansável de articulação dos atores financeiro em torno do projeto.

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É necessário, também, alertar para o fato de que nem todos os valores contemplados em um orçamento são passíveis de financiamento, pois existem políticas especiais a esse respeito. Por exemplo, Cohen (2013) cita que algumas fontes financeiras excluem a compra de terrenos ou veículos; outras, dependendo de seus programas, poderão ou não financiar determinados pagamentos; outras excluem o pagamento de dívidas ou impostos... Disso decorre a necessidade de revisar com atenção as políticas de financiamento de cada entidade financeira.

Moura e Barbosa (2017), referindo-se a projetos educacionais, oferecem uma contribuição importante quanto às pautas dos projetos sociais quando afirmam que a evidência sobre os efeitos de um projeto em termos de geração de bem estar social, crescimento, desenvolvimento ou combate a desigualdades é fundamental nas estratégias posteriores de melhoramento de programas ou de continuidade de novos projetos. Além disso, oferece maior certeza aos beneficiários sobre a importância dos projetos, outorgando legitimidade aos gestores que fomentam tais iniciativas.

Neste contexto e como parte integral da formulação de projetos, o exercício da avaliação é um processo permanente de observação e análise do valor agregado do projeto a uma comunidade ou grupo. Trata-se de estimar os conhecimentos, atitudes, avanços trazidos pelo projeto e, por isso, é uma atividade permanente e transversal ao logo do projeto e que permitirá avaliar sua eficiência, qualidade, economia e eficácia, entre outros aspectos de interesse avaliativo. (MOURA; BARBOSA, 2017).

Cohen (2013) analisa que a avaliação dos programas sociais tem seu impacto medido através da avaliação de cada projeto, porque isso permite melhorar tanto o seu esboço como a sua implementação. Uma boa avaliação não será apenas quantitativa em relação às consequências do projeto, mas também deve explicar por que ocorreram, de forma a gerar maior compreensão em torno de todos os processos.

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Cohen (2013) acrescenta a estas pautas o fator da transparência com que se desenvolvem, enfatizando que a avaliação pode se manifestar de diversas formas: segundo o momento da avaliação, que pode ser antes, durante o seguimento do projeto ou posterior; segundo o financiador, podendo ser privada (financeira), econômica e social; segundo os resultados do projeto, quanto aos seus efeitos e impactos.

Em sentido estrito, para Cohen (2013) a avaliação deve ser permanente, como uma somatória de ações de monitoramento e seguimento que permitem ao projeto ir cumprindo passo a passo as metas propostas. Por isso existe uma avaliação prévia, que se caracteriza por colocar à prova sua viabilidade. No caso da avaliação intermediária, implica na revisão e atualização das ações do projeto como estratégia de melhoria da gestão e funcionamento. A avaliação posterior indica que uma vez concluído o projeto são avaliados tanto os resultados como os impactos.

A avaliação privada ou financeira implica em uma análise de pré-investimento, ou seja, a rentabilidade dos recursos investidos. Para quantificar os ganhos são utilizados indicadores de rentabilidade e essa avaliação ocorre quando os projetos têm como foco questões relativas a negócios ou à rentabilidade de investidores particulares, que precisam provar a eficiência financeira do projeto em um contexto de competitividade econômica. (COHEN, 2013).

Cohen (2013), afirmando que a ideia de todo projeto é gerar bens ou serviços úteis para a sociedade, de um modo geral se propõe a produzir resultados e, ao mesmo tempo, gerar impactos e efeitos positivos no entorno. Esses impactos são visíveis especialmente em longo prazo, uma vez que o projeto rende os frutos esperados quando produz efeitos (comportamento ou acontecimento do qual se pode, razoavelmente, dizer que o projeto influenciou em algum aspecto).

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A avaliação procura saber se um projeto cumpriu ou não com as expectativas geradas, o que é feito através da medição da eficácia. Também pode ser um meio de melhoria contínua, ajudando a eliminar a simulação e a autocomplacência nos resultados. Portanto, para Cohen (2013), a avaliação requer uma nova cultura que aceite, reconheça e elimine erros e, ao mesmo tempo, que capitalize a experiência para aperfeiçoar as intervenções em futuros projetos, com maior qualidade. A autoavaliação também representa uma oportunidade para melhorar o controle e o acompanhamento, aspectos fundamentais para a funcionalidade e eficácia do projeto. Tais questões permitem cumprir com as responsabilidades que se tem para com os beneficiários, para os financiadores, para o cumprimento de certificações de qualidade e, inclusive, para legitimar a ação pública.

Baptista (2015) acrescenta que existem várias formas de avaliar os resultados e os impactos de um projeto. Em princípio, determinar conjuntamente com os envolvidos as dimensões (variáveis) a serem avaliadas. Neste caso, as variáveis permitem registrar a mudança em relação a um ponto de partida (linha base) e identificar um dado de referência estatística ou um dado qualitativo que sirva como referência para mudanças na implementação do projeto.

Para Baptista (2015) as variáveis são mutáveis e, consequentemente, instáveis e podem se modificar a partir da intervenção de um projeto. Fazem parte de dimensões mais amplas, como o meio ambiente, o meio social, a política, a economia e a cultura. Em termos mais quantitativos, representam a magnitude que pode ter um valor especifico entre todos os valores compreendidos em conjunto. Exemplos de variáveis podem ser a pobreza, produtividade, emprego ou qualidade educativa. No caso dos indicadores, estes são mais específicos e precisos e por isso facilitam a avaliação da mudança em uma variável que, por sua vez, faz parte de uma variável superior.

Os índices são expressões matemáticas ou estatísticas mais elaboradas que permitem aos avaliadores aproximarem-se a um dado estatístico de referência sobre o comportamento global de um grupo de indicadores. Desta forma, pode-se estabelecer índices de desenvolvimento, índices de pobreza ou de competitividade. (BAPTISTA, 2015).

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Os indicadores de efeitos ou resultados, segundo Baptista (2015), estão vinculados a variáveis significativas que medem algumas das dimensões estabelecidas pelo projeto. Estas variáveis podem ser qualitativas ou quantitativas e são medidas ao final do projeto. Em termos gerais, a avaliação registra o ‘antes” e o “depois” do projeto e para isso requer informação de uma linha base que marca o ponto de partida do projeto, calculando a diferença entre a condição observada em um beneficiário após o projeto e a condição estimada desse beneficiário anteriormente ao projeto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo abordou o tema da gestão de projetos sociais e cumpriu com o objetivo de analisar os passos principais na elaboração de projetos sociais, vistos como ferramentas de gestão coletiva na solução de problemas de interesse geral.

Abordou, no cumprimento desse objetivo, as implicações da implementação e impactos dos projetos sociais, a formulação e o desenvolvimento de projetos e pautas e recomendações no processo de gestão de projetos sociais.

Em conclusão, indica inicialmente que a gestão de projetos sociais é parte da atividade do Serviço Social e seu planejamento e operação é uma arte e uma atividade que combina estratégias, valores e ações que tendem ao alcance de objetivos que efetivamente melhorem a qualidade de vida de comunidades ou grupos sociais.

Desta forma, a gestão de projetos sociais envolve mais do que o simples alcance de objetivos e metas, pois contempla também a revisão dos impactos do projeto em distintas escalas e dimensões, exigindo uma formulação integral, com especial atenção aos detalhes operativos e às estratégias traçadas.

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Por estas razões, afirma-se que um projeto social jamais pode ser uma atividade desenvolvida verticalmente, por uma instituição ou um profissional de forma isolada e solitária, pois a ideia é articular esforços e construir alternativas em conjunto com a comunidade, setor ou grupo abrangido. Isso demanda estabelecer um diálogo entre os saberes dos destinatários e o conhecimento científico e teórico do profissional. A tendência a construir propostas integrais requer, necessariamente, a participação de equipes interdisciplinares, em diálogo permanente com os destinatários, para que seja possível atender à problemática específica.

Também se conclui que os projetos sociais possuem um forte componente operativo em seu desenvolvimento e, em geral, também são reflexões da mística ou da filosofia de seus promotores. A execução eficiente e a combinação apropriada entre o técnico e o social, que é inerente aos projetos, podem auxiliar a melhorar as condições de vida dos destinatários, contribuindo assim para a superação de problemas diversos, como a desigualdade, conjuntamente com outras múltiplas ações de ordem estrutural.

Outra conclusão do estudo é que alcançar a coesão dos atores envolvidos em torno de projetos sociais é um desafio que implica melhorar os mecanismos de concorrência e articulação de esforços e recursos destinados ao público-alvo. Para isso é necessário profissionalizar os gestores de projetos para que sejam capazes de promover um planejamento participativo eficiente, o qual não apenas proporcionará maior certeza no cumprimento das metas como também contribuirá para fortalecer a legitimidade social dos projetos que sejam propostos.

No âmbito da gestão social, portanto, é essencial superar a burocratização no planejamento e operação de projetos para atribuir-lhes dinamicidade e versatilidade, transitando para esquemas de gestão de projetos com maior flexibilidade e, ainda, garantindo sua continuidade, sua autossutentabilidade através de modelos inovadores de avaliação.

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Finalmente, é necessário criar mecanismos de transparência em torno da elaboração de projetos e sua execução, o que é mais do que um dever democrático e uma responsabilidade nos processos de construção do desenvolvimento social – é também uma condição sem a qual o planejamento e a gestão de projetos sociais deixa de cumprir com suas finalidades e não contribui para com o fortalecimento da cidadania daqueles aos quais se destina.

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1 Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal Fluminense. Pós-graduada em Serviço social e

Gestão de Projetos e Serviço social Militar pelo Instituto Brasileiro de Formação. Rio de Janeiro. E-mail: natassis_abreu@id.uff.br

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