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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Núcleo de Combate à Corrupção Força Tarefa

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Núcleo de Combate à Corrupção – Força Tarefa

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 7ª VARA FEDERAL CRIMINAL DA SE-ÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA:

Ação Penal nº 0509503-57.2016.4.02.5101 (Operação Calicute), Ação Penal nº 0510300-33.2016.4.02.5101 (Operação Mascate), Ação Penal nº 0502041-15.2017.4.02.5101 (Operação Eficiência), Processo nº 0506602-19.2016.4.02.5101 (Quebra de sigilo Tele-mático – Calicute), Processo nº 0506980-72.2016.4.02.5101 (Quebra de sigilo telefônico – Calicute), Processo nº 0503054-49.2017.4.02.5101 (Colaboração Premiada sócios da Dirija), Processo nº 0503808-88.2017.4.02.5101 (Colaboração Premiada sócios REGI-NAVES), Processo nº 0510300-33.2016.4.02.5101 (Colaboração Premiada Adriano Mar-tins), Processo nº 0501041-77.2017.4.02.5101 (Quebra de sigilo telemático – Mascate), Processo nº 0501037-40.2017.4.02.5101 (Quebras de sigilo fiscal, bancário e telefônico – Mascate), Processo nº 0501036-55.2017.4.02.5101 (Busca e Apreensão – Mascate) e Processo nº 0501034-85.2017.4.02.5101 (Pedido de prisão ARY FILHO)

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais1, em especial a disposta no art. 129, I, da Constituição Federal, comparece perante esse Juízo para, com base nas provas contidas nos autos eletrônicos em epígrafe, oferecer DENÚNCIA em desfavor de:

SÉRGIO DE OLIVEIRA CABRAL SANTOS FILHO (SÉRGIO CABRAL), CPF nº 744.636.597-87, CI nº 63857346 (IFP/RJ), brasileiro, divorciado, jornalista, nascido no Rio de Janeiro, nascido em 27/01/63, filho de Sérgio Cabral Santos e Magaly de Oliveira Cabral Santos, com endereço na Rua Aristides Espínola, 27, Apto. 401, Leblon, Rio de Janeiro-RJ, atualmente custodiado na Penitenciária José Frederico Marques (Benfica),

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em cumprimento de prisão preventiva;

ARY FERREIRA DA COSTA FILHO (ARY FILHO), CPF nº 738.185.187-34, CI 05.313.989-5 (IFP/RJ), brasileiro, divorciado, funcionário público, nascido em 02/03/1961, com endereço na Estrada Barra de Guaratiba, 8620-A, Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro-RJ;

SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“SERJÃO/BIG”), CPF nº 596.324.887-68, filho de Ilza de Castro Oliveira, nascido em 23/06/1958, residente e domiciliado à Rua Toneleros, nº 30, Apto 1004, Copacabana, Rio de Janeiro/RJ, atualmente custodiado na Penitenciária José Frederico Marques (Benfica), em cumprimento de prisão preventiva;

GLADYS SILVA FALCI DE CASTRO OLIVEIRA, CPF nº 257.448.797-49, inscrita na OAB/RJ nº 145.391, nascida em 10/05/1952, residente e domiciliada na Avenida General Barbosa Lima 95 apto 201, Copacabana, Rio de Janeiro/RJ;

SONIA FERREIRA BATISTA, CPF nº 316.379.307-04, brasileira, nascida em 23/12/1954, residente e domiciliada na Avenida das Américas, nº 13.600, bloco 04, apto 105, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ;

JAIME LUIZ MARTINS, brasileiro, casado, empresário, RG nº 90-1-00208-0, CREA-RJ, CPF nº 878541477-87, nascido em 09/11/1967, domiciliado na Rua Paulo Moreno, 386, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro;

JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS, português, divorciado, identidade estrangeiro nº W216850-h se/DPMAF/DFP, CPF nº 098.795.107-63, nascido em 10/06/1943, domiciliado na Av. Lúcio Costa, 5300, Bl. 1, apt 202, Barra da Tijuca.

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pela prática dos crimes a seguir descritos:

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO

A presente denúncia é resultado da investigação realizada pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal e Receita Federal, desdobramento das Operações Calicute2, Eficiência3 e Mascate4 tendo por objeto a prática de crimes de lavagem de capitais perpetrados por SÉRGIO CABRAL, ARY FERREIRA DA COSTA FILHO, SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“SERJÃO/BIG”), GLADYS SILVA FALCI DE CASTRO OLIVEIRA, SONIA FERREIRA BATISTA, JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS revelados inicialmente após a decretação de medidas cautelares de busca e apreensão e quebra de sigilo bancário e fiscal em desfavor de integrantes da ORCRIM articulada por SÉRGIO CABRAL, e confirmados, posteriormente, a partir da celebração de acordo de colaboração premiada com JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS5, conjuntamente considerados com outros fartos elementos de prova.

O objetivo almejado foi o de aprofundar a investigação de organização criminosa responsável pela prática dos crimes de corrupção, fraude a licitações, cartel e lavagem de capitais envolvendo contratos para realização de obras públicas financiadas ou custeadas com recursos federais pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Restou comprovado que a organização criminosa liderada por SERGIO CABRAL possuía uma estruturação e divisão de tarefas em quatro núcleos básicos: a) o núcleo econômico, formado por executivos das empreiteiras cartelizadas contratadas para execução de obras pelo Governo do ESTADO DO RIO DE JANEIRO, dentre elas a ANDRADE GUTIERREZ e a CARIOCA ENGENHARIA, as quais ofereceram vantagens indevidas a mandatários políticos e gestores públicos; b) o núcleo administrativo, composto por gestores públicos do Governo do ESTADO DO RIO DE JANEIRO, os quais solicitaram e administraram o recebimento das vantagens indevidas pagas pelas 2 Processo nº 0509503-57.2016.4.02.5101.

3 Processo nº 0502041-15.2017.4.02.5101. 4 Processo nº 0501853-22.2017.4.02.5101.

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empreiteiras; c) o núcleo financeiro operacional, formado por responsáveis pelo recebimento e repasse das vantagens indevidas e pela ocultação da origem espúria, inclusive através da utilização de empresas e escritórios de advocacia, algumas delas constituídas exclusivamente com tal finalidade; d) o núcleo político, formado pelo líder da organização criminosa, o ex-governador SÉRGIO CABRAL.

Com a finalidade de aprofundar as investigações sobre a atuação da organização criminosa, obtendo-se mais provas dos crimes de corrupção delatados, assim como dos esquemas da lavagem de dinheiro utilizados para dissimular a origem espúria dos valores pagos, o MPF requereu e esse Juízo deferiu a realização de medidas cautelares de: i) quebra telemática de e-mails e de dados armazenados em nuvem; ii) quebra de sigilos fiscal e bancário, via SIMBA; iii) quebra de sigilo de registros telefônicos, via SITTEL; iv) monitoramento telefônico por único período imediatamente anterior à deflagração da Operação Calicute; v) busca e apreensão; vi) prisões preventiva, temporária e conduções coercitivas; vii) bloqueio de bens e valores.

Ao cabo das investigações, foi possível demonstrar a existência de provas – obtidas de forma autônoma à declaração dos colaboradores (art. 4º, § 16º, da Lei 12.850/2013) – de materialidade e autoria suficientes ao oferecimento de acusações formais de diversos agentes na Ação Penal nº 0509503-57.2016.4.02.5101.

Com o aprofundamento das investigações, foi possível identificar a atuação ilícita de SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“SERJÃO/BIG”) como um dos operadores financeiros do grupo, sendo certo que no processo foi imputado a ele, além do crime de pertencimento à organização criminosa, o crime de lavagem de dinheiro, pelo fato de ter distribuído, no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2016, pelo menos R$ 2.324.500,00 (dois milhões, trezentos e vinte e quatro mil e quinhentos reais).

Posteriormente, no curso da Operação Mascate, houve o aprofundamento das investigações, que descortinou a atuação de ARY FILHO, na qualidade de operador financeiro do grupo, a quem coube lavar os proventos criminosos obtidos junto a variadas empresas.

Destarte, a prática do crime de lavagem, por meio de uma rede de empresas “amigas”, que celebravam contratos fictícios com os membros da organização

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criminosa, de forma a justificar o elevado padrão de vida que levavam, já foi objeto de três outras denúncias oferecidas em decorrência das denominadas operações Calicute, Eficiência e Mascate.

A presente denúncia restringe-se a crimes de lavagem de dinheiro cometidos por SÉRGIO CABRAL, ARY FERREIRA DA COSTA FILHO, SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“SERJÃO/BIG”), GLADYS SILVA FALCI DE CASTRO OLIVEIRA, SONIA FERREIRA BATISTA, JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS, precipuamente por meio de empresas do GRUPO DIRIJA, composto pelas empresas DIRIJA NITEROI DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA (CNPJ: 003.850.067/0001-03), BARRAFOR VEÍCULOS LTDA (CNPJ: 004.082.647/0001-60), DISBARRA DISTRIBUIDORA BARRA DE VEICULOS LTDA (CNPJ: 03.504.493/0001-95), KLAHN MOTORS DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS S.A (CNPJ: 008.589.404/0001-74), SPACE DISTRIBUIDORA DE VEÍCULO S/A (CNPJ: 008.086.917/0001-62), CARCOM (CARCRED) PROMOTORA DE NEGOCIOS LTDA. (CNPJ: 15.100.166/0001-57) e GRAN BARRA EMPREENDIMENTS E PARTICIPAÇÔES S/A (CNPJ: 04.750.747/0001-18), administradas por JAIME LUIZ e JOÃO DO CARMO. Os crimes de lavagem de dinheiro ocorreram nas seguintes modalidades:

1.

165 atos de lavagem de dinheiro com a transferência, em 165 oportunidades distintas, no período 10 de outubro de 2007 a 22 de agosto de 2014, de R$ 6.858.692,06 (seis milhões oitocentos e cinquenta e oito mil seiscentos e noventa e dois reais e seis centavos) de contas em nome de empresas do GRUPO DIRIJA para contas em nome da empresa GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA);

2.

39 atos de lavagem de dinheiro com a transferência, em 39 oportunidades distintas,

no período de 30 de dezembro de 2009 a 02 de maio de 2011, de R$ 1.074.582,50 (um milhão e setenta e quatro mil quinhentos e oitenta e dois reais e cinquenta centavos) de contas em nome de empresas do GRUPO DIRIJA para contas em nome da empresa FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA;

3.

8 atos de lavagem de dinheiro com a transferência, em 8 oportunidades distintas, no período de 30 de setembro de 2013 a 22 de agosto de 2014, de R$ 157.540,00 (cento e cinquenta e sete mil quinhentos e quarenta reais) de contas em nome de empresas do GRUPO DIRIJA para contas em nome da empresa SFB APOIO ADMINISTRATIVO;

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4.

Um ato de lavagem de dinheiro com a venda pela empresa GRAN BARRA EMPREENDIMENTS E PARTICIPAÇÔES S/A de imóvel situado na Avenida Lucio Costa, 3600, Bloco 1, Apartamento 1201, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, para ARY FILHO, mantendo-se o mencionado bem em nome da empresa GRAN BARRA.

Postas tais considerações de naturezas introdutórias, é necessário esclarecer que, considerando o tamanho e a complexidade da atuação da organização criminosa liderada pelo ex-governador SÉRGIO CABRAL, no presente momento da investigação, foram produzidas e analisadas provas referentes ao oferecimento de denúncia englobando apenas os crimes de lavagem de dinheiro perpetrados no contexto descrito alhures.

Portanto, não há que se falar em arquivamento implícito quanto a pessoas6

não denunciadas ou fatos ora não imputados, especialmente em razão de ainda estar em curso investigação sobre os demais ilícitos penais.

Ademais, muito embora as condutas dos fatos aqui narrados sejam, evidentemente, correlatos aos ilícitos imputados nas ações penais acima aludidas7, com

eles não se confundem, sendo autônomos e independentes, pelo que resta afastada, desde logo, qualquer futura alegação de litispendência ou bis in idem pelos crimes ora descritos.

2. IMPUTAÇÕES TÍPICAS

Consumados os delitos antecedentes de corrupção, cartel e fraude a licitações, ARY FERREIRA DA COSTA FILHO, JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS, sob orientação e anuência de SÉRGIO CABRAL, entre 10 de outubro de 2007 e 22 de agosto de 2014, em 165 (cento e sessenta e cinco) oportunidades distintas, ocultaram e dissimularam a origem, a natureza, disposição, movimentação e a propriedade de R$ 6.858.692,06 (seis milhões oitocentos e cinquenta e oito mil seiscentos e noventa e dois reais e seis centavos), convertendo em ativos lícitos o 6 Saliente-se que, conforme ressaltado na cota de oferecimento da presente denúncia, o Ministério Público Federal deixou de oferecer denúncia em face de CARLOS MIRANDA em razão da celebração de acordo de colaboração premiada homologado no Supremo Tribunal Federal. Nos termos do mencionado acordo, o colaborador tem o benefício de não ser denunciado novamente após já ter sido condenado por penas nos patamares ali estabelecidos. De toda sorte, o não oferecimento de denúncia em face do colaborador não representa arquivamento, podendo ser oferecida denúncia em caso de revogação do acordo celebrado.

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produto de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa, por meio da transferência de recursos do GRUPO DIRIJA, composto pelas empresas DIRIJA NITEROI DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA (25 pagamentos), BARRAFOR VEÍCULOS LTDA (43 pagamentos), DISBARRA DISTRIBUIDORA BARRA DE VEICULOS LTDA (42 pagamentos), KLAHN MOTORS DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS S.A (26 pagamentos), SPACE DISTRIBUIDORA DE VEÍCULO S/A (24 pagamentos) e CARCOM (CARCRED) PROMOTORA DE NEGOCIOS LTDA. (5 pagamentos), administradas por JAIME LUIZ e JOÃO DO CARMO, para a empresa GRALC/LRG AGROPECUÁRIA, com a justificativa de prestação de serviços de consultoria inexistente (Conjunto de Fatos 01 – Lavagem de Ativos/Art. 1º, §4º, da Lei 9.613/98).

Consumados os delitos antecedentes de corrupção, cartel e fraude a licitações, ARY FERREIRA DA COSTA FILHO, SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“SERJÃO/BIG”), GLADYS SILVA FALCI DE CASTRO OLIVEIRA, JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS, sob orientação e anuência de SÉRGIO CABRAL entre 30 de dezembro de 2009 e 02 de maio de 2011, em 39 (trinta e nove) oportunidades distintas, ocultaram e dissimularam a origem, a natureza, disposição, movimentação e a propriedade de R$ 1.074.582,50 (um milhão e setenta e quatro mil quinhentos e oitenta e dois reais e cinquenta centavos), convertendo em ativos lícitos o produto de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa, por meio da transferência de recursos do GRUPO DIRIJA, em especial pelas empresas DIRIJA NITEROI DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA (7 pagamentos), BARRAFOR VEÍCULOS LTDA (11 pagamentos), DISBARRA DISTRIBUIDORA BARRA DE VEICULOS LTDA (11 pagamentos), KLAHN MOTORS DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS S.A (5 pagamentos) e SPACE DISTRIBUIDORA DE VEÍCULO S/A (5 pagamentos), administradas por JAIME LUIZ e JOÃO DO CARMO, para a empresa FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA, comandada por SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“SERJÃO/BIG”) e GLADYS SILVA FALCI DE CASTRO OLIVEIRA, com a justificativa de prestação de serviços de advocacia inexistente (Conjunto de Fatos 02 – Lavagem de Ativos/Art. 1º, §4º, da Lei 9.613/98).

Consumados os delitos antecedentes de corrupção, cartel e fraude a licitações, ARY FERREIRA DA COSTA FILHO, SONIA FERREIRA BATISTA, JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS, sob orientação e anuência de SÉRGIO CABRAL, entre 30 de setembro de 2013 e 22 de agosto de 2014, em 8 (oito)

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oportunidades distintas, ocultaram e dissimularam a origem, a natureza, disposição, movimentação e a propriedade de R$ 157.540,00 (cento e cinquenta e sete mil quinhentos e quarenta reais), convertendo em ativos lícitos o produto de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa, por meio da transferência de recursos do GRUPO DIRIJA, em especial pelas empresas SPACE DISTRIBUIDORA DE VEÍCULO S/A (3 pagamentos) e CARCOM (CARCRED) PROMOTORA DE NEGOCIOS LTDA. (5 pagamentos), administradas por JAIME LUIZ e JOÃO DO CARMO, para a empresa SFB APOIO ADMINISTRATIVO, administrada por SONIA FERREIRA BATISTA, com a justificativa de prestação de serviços de consultoria inexistente (Conjunto de Fatos 03 – Lavagem de Ativos/Art. 1º, §4º, da Lei 9.613/98).

Consumados os delitos antecedentes de corrupção, ARY FERREIRA DA COSTA FILHO, JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS praticaram, no dia 18/05/2011, um ato de lavagem de dinheiro por intermédio de organização criminosa, consistente na venda pela empresa GRAN BARRA EMPREENDIMENTS E PARTICIPAÇÔES S/A do imóvel localizado na Avenida Lucio Costa, 3600, Bloco 1, Apartamento 1201, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ, registrado junto ao 9º RGI, matrícula 22.129, para ARY FILHO, pelo valor pago em espécie de R$ 2.200.000,00 (dois milhões e duzentos mil reais), com a manutenção do mencionado bem em nome da empresa GRAN BARRA, com a finalidade de converter os recursos de origem ilícita pertencente à organização criminosa em ativo lícito e também para ocultar o real proprietário do bem. (Fato 04 – Lavagem de Ativos/Art. 1º, §4º, da Lei 9.613/98).

3. Dos Crimes de Lavagem de Dinheiro

3.1. Crimes antecedentes

Os crimes de lavagem de capitais consumados após 10/07/2012 sofrem a incidência da Lei 12.683/2012, que aboliu o rol de crimes antecedentes, podendo hoje qualquer crime dar ensejo à lavagem de capitais. Os anteriores exigem a presença de um dos crimes previstos no rol do artigo 1º da Lei 9.613/98, em sua redação original.

O crime de lavagem de dinheiro é um crime autônomo, podendo o sujeito ativo do delito de lavagem de capitais ser qualquer pessoa, inclusive o autor, coautor ou partícipe da infração penal antecedente. Nestes termos, a lavagem de capitais não é mero

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exaurimento do crime antecedente, podendo o réu responder por ambos os crimes, inclusive em ações penais diversas (Inq 2471, Ricardo Lewandowski, STF). Do mesmo jeito, o fato de o agente não ter participado do crime antecedente é irrelevante para a sua responsabilização pelo crime de lavagem de capitais (RHC 201001913605, Alderita Ramos de Oliveira, Desembargadora Convocada do TJ/PE – Sexta Turma, 12/03/2013).

Quanto ao crime antecedente, como já longamente tratado pela doutrina e jurisprudência, exige-se apenas indícios do seu cometimento (art. 2º, §1º, da Lei 9.613/1998) (STF, Inq 2471, Ricardo Lewandowski). Conquanto exija o delineamento dos indícios de cometimento de uma infração penal antecedente, o delito de lavagem com ela não guarda qualquer relação de dependência para efeito de persecução penal (STJ, HC 201200506937, Og Fernandes – Sexta Turma, 21/06/2013). Assim é que não há necessidade de denúncia ou condenação do agente em um dos crimes antecedentes (RHC 201001913605, Alderita Ramos de Oliveira, Desembargadora Convocada do TJ/PE – Sexta Turma, 12/03/2013). Ainda, o crime de lavagem de dinheiro admite que os recursos ilícitos provenham direta ou indiretamente dos crimes prévios elencados (STJ, RESP 200902404509, Nefi Cordeiro – Sexta Turma, 16/03/2015).

No presente caso de lavagem de dinheiro estão presentes diversos crimes antecedentes de corrupção passiva praticados através de organização criminosa. Assim, as condutas de ocultação e dissimulação de valores consumados antes de 10/07/2012 ficam tipificadas no art. 1º, incisos V e VII c/c § 4º, da Lei nº 9.613/98 (antes do advento da Lei nº 12.683/2012), enquanto as promovidas após essa data estão tipificadas no art. 1º, caput c/c §4º da Lei nº 9.613/98 (com a nova redação da Lei nº 12.683/2012).

Pelo menos entre 1º de janeiro de 2007 e 17 de novembro de 2016, ARY FILHO, com SÉRGIO CABRAL FILHO, SÉRGIO DE CASTRO OLIVEIRA (BIG/SERJÃO), CARLOS MIRANDA, CARLOS BEZERRA, WAGNER JORDÃO, JOSÉ ORLANDO, ADRIANA ALCELMO, FRANCISCO DE ASSIS NETO (KIKO), THIAGO DE ARAGÃO GONÇALVES PEREIRA E SILVA (THIAGO ARAGÃO), além de outras pessoas imunes em razão de colaboração premiada e de terceiros a serem denunciados oportunamente ou ainda não identificados, de modo consciente, voluntário, estável e em comunhão de vontades, promoveu, constituiu, financiou e integrou, pessoalmente, uma organização criminosa que tinha por finalidade a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, fraude a licitações e cartel em detrimento do Estado do Rio de Janeiro, bem como a lavagem dos

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recurso financeiros auferidos desses crimes, tendo sido denunciado pelo crime de pertinência à organização criminosa em decorrência das investigações encetadas na denominada Operação Mascate8.

Conforme mencionado no início desta peça, verificou-se, nos mesmos moldes existentes em relação às demais organizações criminosas investigadas pela Operação Lava Jato, a sua estruturação e divisão de tarefas em quatro núcleos básicos: a) o núcleo econômico, formado por executivos das empreiteiras cartelizadas contratadas para execução de obras pelo Governo do ESTADO DO RIO DE JANEIRO, dentre elas a ANDRADE GUTIERREZ e a CARIOCA ENGENHARIA, as quais ofereceram vantagens indevidas a mandatários políticos e gestores públicos; b) o núcleo administrativo, composto por gestores públicos do Governo do ESTADO DO RIO DE JANEIRO, os quais solicitaram e administraram o recebimento das vantagens indevidas pagas pelas empreiteiras; c) o núcleo financeiro operacional, formado por responsáveis pelo recebimento e repasse das vantagens indevidas e pela ocultação da origem espúria, inclusive através da utilização de empresas e escritórios de advocacia, algumas delas constituídas exclusivamente com tal finalidade. ARY FILHO e SÉRGIO DE CASTRO OLIVEIRA (BIG/SERJÃO) fizeram parte desse núcleo; d) o núcleo político, formado pelo líder da organização criminosa, o ex-governador SÉRGIO CABRAL.

A investigação que culminou na deflagração da Operação Mascate, desdobramento das Operações Calicute e Eficiência, demonstrou que ARY FILHO era pessoa de confiança de SÉRGIO CABRAL e um de seus operadores financeiros mais importantes.

Compulsando agendas de telefones obtidas pelas quebras telemáticas de CARLOS MIRANDA, HUDSON BRAGA e SÔNIA BAPTISTA, no âmbito da Operação Calicute, foram identificados os telefones que ARY FILHO. Em seguida, com base nesses números de terminais, foram descobertas centenas de ligações entre os envolvidos na Organização Criminosa (CARLOS MIRANDA, HUDSON BRAGA e CARLOS BEZERRA) e ARY FILHO, cadastradas no Sistema de Investigação de Registros Telefônicos e Telemáticos (SITTEL).

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– Terminal nº 55 (21) 99470-28639:

Nome Terminal Terminal Nome Quant.

Reginaves Industria E Comercio

De Aves Ltda 5521994702863 5521988476082

Luiz Carlos

Bezerra 40 Reginaves Industria E Comercio

De Aves Ltda 5521994702863 5521997233315

Sergio De Oliveira Cabral Santos

Filho

17

Reginaves Industria E Comercio

De Aves Ltda 5521994702863 5524999956000

Jose Orlando

Rabelo 10

Reginaves Industria E Comercio

De Aves Ltda 5521994702863 5521981933663

Carlos Emanuel De Carvalho

Miranda

8

Reginaves Industria E Comercio

De Aves Ltda 5521994702863 5521979541212 Hudson Braga 4 Reginaves Industria E Comercio

De Aves Ltda 5521994702863 5521994103525

Wilson Carlos Cordeiro Da Silva

Carvalho

1

Reginaves Industria E Comercio

De Aves Ltda 5521994702863 5521994103525 Luis Claudio Maia 1

– Terminal nº 55 (21) 98596-5002:

Nome Terminal Terminal Nome Quant.

Ary Ferreira Da Costa Filho 5521985965002 5521981933663 Carlos Emanuel De Carvalho Miranda 35 Ary Ferreira Da Costa Filho 5521985965002 5521988476082 Luiz Carlos Bezerra 29 Ary Ferreira Da Costa Filho 5521985965002 5521979541212 Hudson Braga 22 Ary Ferreira Da Costa Filho 5521985965002 5521979541212 Hudson Braga 6

Terminal nº 55 (21) 7831- 242210:

Nome CPF Terminal Terminal CPF Nome Quant.

552178312422 552188476082 596.461.017-04 Luiz Carlos Bezerra 54 552178312422 552181933663

993.572.087-04

Carlos Emanuel De

Carvalho Miranda 14 552178312422 5521979541212 498.912.607-63 Hudson Braga 11

9 Terminal cadastrado em nome de Reginaves, porém identificado nas agendas dos integrantes da ORCRIM como de titularidade de ARY FILHO. Informações presentes no DOC nº 01.

10 Não foram identificados no Sittel os assinantes referentes aos terminais nº55 (21) 78312422 e nº55 (21) 978312422, porém há referência desses números de terminais na agenda de CARLOS MIRANDA como de titularidade de ARY FILHO, conforme se depreende dos dados obtidos a partir da quebra do sigilo telemático

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552178312422 5521981933663 993.572.087-04 Carlos Emanuel DeCarvalho Miranda 5 552178312422 552178511680 596.461.017-04 Luiz Carlos Bezerra 4 552178312422 5521988476082

596.461.017-04 Luiz Carlos Bezerra 3 552178312422 5521999724144 871.278.067-72 Claudia De MouraSoares Bezerra 2 552178312422 5521997261035 316.379.307-04 Sonia Ferreira Baptista 1

Terminal nº 55 (21) 97831-2422:

Nome CPF Terminal Terminal CPF Nome Quantidade

5521978312422 5521996261035 316.379.307-04 Sonia Ferreira Baptista 7 5521978312422 5521999724144

871.278.067-72

Claudia De Moura

Soares Bezerra 3 5521978312422 5521988476082 596.461.017-04 Luiz Carlos Bezerra 3 5521978312422 5521979541212 498.912.607-63 Hudson Braga 2 5521978312422 5521997261035

316.379.307-04 Sonia Ferreira Baptista 1 5521978312422 5521981933663

993.572.087-04

Carlos Emanuel De

Carvalho Miranda 1

Saliente-se que o terminal nº:55 21 99470-2863 é identificado nos contatos do Whatsapp de CARLOS BEZERRA como sendo de ARY FILHO pelo codinome ARI BALONETA11.

Compulsando os e-mails da caixa de correio eletrônico do CARLOS BEZERRA, foram identificados alguns e-mails que constam referências a ARI e BALONETA associados a valores entregues pela Organização Criminosa12.

11 Dados obtidos a partir da quebra do sigilo telemático de CARLOS BEZERRA no processo nº 0506602-19.2016.4.02.5101.

12 Dados obtidos a partir da quebra do sigilo telemático de CARLOS BEZERRA no processo nº 0506602-19.2016.4.02.5101.

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Ademais, conforme relatório de análise da Polícia Federal foram encontradas anotações na residência de CARLOS BEZERRA fazendo referência a recebimento de valores por ARY.

Assim, não restam dúvidas de que ARY FILHO integrou a organização criminosa, capitaneada por SÉRGIO CABRAL, tendo recebido grandes quantias de maneira ilícita. Sua participação é provada por acordos de colaboração premiada, por documentos apreendidos em razão do cumprimento de mandados de busca e apreensão e pelos dados telemáticos e telefones encontrados.

De outro giro, desde o início das investigações já havia menção ao codinome BIG em anotações e e-mails de CARLOS BEZERRA, referindo-se a entrega de valores a essa pessoa. Ao se analisar a caixa de e-mails de CARLOS BEZERRA, BIG passou a ser identificado como sendo SÉRGIO DE CASTRO OLIVEIRA.

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Dezenas de e-mails e anotações da caixa de correio eletrônico de CARLOS BEZERRA indicam que BIG, SERJÃO ou BIG ASSHOLE, apelidos para a mesma pessoa de SÉRGIO DE CASTRO OLIVEIRA, tinha importante atuação na movimentação de dinheiro em espécie da organização criminosa.

Na colaboração premiada de RENATO e MARCELO CHEBAR, doleiros de SÉRGIO CABRAL, a identidade de BIG restou esclarecida, corroborando as conclusões realizadas pela investigação.

“Que em 2003, após começar a trabalhar com seu irmão, uma pessoa que era conhecida como “SERJÃO”, começou a visitar o escritório dos colaboradores, localizado na Av. Rio Branco nº 123/sala 1105, Centro, Rio de Janeiro/RJ, levando uma pasta de laptop com dinheiro em espécie; Que inicialmente SERJÃO entregava dinheiro em espécie no escritório cerca de três vezes por mês; Que o volume de recursos entregues aumentou após a eleição de SÉRGIO CABRAL como Governador do Estado do Rio de Janeiro; Que o dinheiro era guardado em um cofre; Que não sabe dizer como SERJÃO foi apresentado como emissário de SÉRGIO CABRAL para seu irmão; Que quando começou a trabalhar no escritório já havia um vínculo entre eles; (…) Que não sabe dizer o telefone ou e-mail de SERJÃO; Que o Colaborador fazia a prestação de contas dos recursos aplicados de maneira esporádica e informal para o próprio SERJÃO; Que o relacionamento era baseado na confiança; (…) Que a partir de 2006/2007, pelo que se recorda, os recursos começaram a se avolumar e SERJÃO/BIG passou a ter um cargo no governo, momento no qual passou a comparecer no escritório acompanhado de CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA; Que CARLOS MIRANDA tinha uma postura mais impositiva, dando orientações a respeito da destinação dos recursos; Que, com o passar do tempo, SERJÃO foi se ausentando da entrega dos recursos, tendo a função sido assumida por CARLOS MIRANDA;” (Depoimento de MARCELO CHEBAR)

“Que conheceu SÉRGIO CABRAL no final dos anos 90; Que por volta de 2002/2003, durante o carnaval, SÉRGIO CABRAL procurou o colaborador assustado com o escândalo do

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propinoduto; Que SÉRGIO CABRAL não estava envolvido com o referido escândalo, mas ficou preocupado com conta que possuiria no Israel Discount Bank of New York (IDB/NY); Que recorda-se que o encontro se deu na Rua Alexandre Ferreira, na Lagoa, no Rio de Janeiro; Que, salvo engano, SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“Serjão/Big”) estava presente no referido encontro; Que SÉRGIO CABRAL perguntou se o colaborador poderia receber os valores que possuía em sua conta de nome “Eficiência”, com o que o colaborador concordou, tendo os valores sido transferidos para duas contas de sua titularidade de nome “Siver Fleet” e “Alpine Grey”; Que os valores transferidos foram da ordem de USD 2.000.000,00; Que a partir daí os valores ficaram em nome do colaborador; Que “Serjão” ia ao escritório do colaborador, localizado na Av. Rio Branco, nº 123/1105, Centro, Rio de Janeiro/RJ, para entregar valores em espécie, pelo menos mensalmente; Que os valores entregues variavam; Que não havia um valor fixo, mas pode dizer que variavam de R$ 50.000,00 a R$ 250.000,00; Que os valores eram transportados em mochila, pasta ou envelopes; (...) Que as entregas de valores em espécie em reais no escritório do colaborador eram feitas desde sempre por SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“Serjão”); Que a partir de 2007, “Serjão” foi nomeado a algum cargo público quando CARLOS MIRANDA assumiu a tarefa de fazer as entregas em espécie no escritório do colaborador” (Depoimento de RENATO CHEBAR).

“Que “Big” era o codinome de SERJÃO, SERGIO CASTRO DE OLIVEIRA; (…) Que “pagts menor” referem-se a pagamentos feitos em favor de CARLOS MIRANDA; Que CARLOS MIRANDA era referenciado como “amigo” e também como “menor”; Que a expressão “menor” era utilizada para contrastar com o “Big” que também fazia entregas de dinheiro;” (Depoimento de RENATO CHEBAR)

Os depoimentos são bastante convincentes com a identificação do investigado e sua participação na organização criminosa.

Também corroboram as vinculações subjetivas entre SÉRGIO DE CASTRO OLIVEIRA e os outros membros da organização criminosa as centenas de ligações telefônicas entre eles.

NOME TERMINAL TERMINAL NOME QUANTIDADE

Sergio Castro

Oliveira 5521982590022 5521988476082 Luiz Carlos Bezerra 369 Sergio De Castro 552181937596 552181933663 Carlos Emanuel De 203

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Oliveira Carvalho Miranda

Sergio De Castro

Oliveira 552122355978 5521988476082 Luiz Carlos Bezerra 106 Sergio De Castro

Oliveira 552181937596 552188476082 Luiz Carlos Bezerra 87 Sergio De Castro Oliveira 552181937596 552196261035 Sonia Ferreira Baptista 76 Sergio De Castro Oliveira 55*106*11729 55*83*71589 Wagner Jordao Garcia 56 Sergio De Castro

Oliveira 552122355978 552188476082 Luiz Carlos Bezerra 47 Sergio De Castro Oliveira 552122355978 5521981933663 Carlos Emanuel De Carvalho Miranda 44 Sergio Castro Oliveira 5521999992317 5521997233315 Sergio De Oliveira

Cabral Santos Filho 22 Sergio De Castro

Oliveira 552122355978 5521999724144

Claudia De Moura

Soares Bezerra 19 Sergio Castro

Oliveira 5521971089387 5521988476082 Luiz Carlos Bezerra 17 Sergio Castro Oliveira 5521982590022 5524999956000 Jose Orlando Rabelo 8 Sergio Castro Oliveira 5521982590022 5521999724144 Claudia De Moura Soares Bezerra 6 Sergio De Castro Oliveira 552122355978 5521996261035 Sonia Ferreira Baptista 5 Sergio Castro

Oliveira 5521982590022 5521979541212 Hudson Braga 2 Sergio De Castro

Oliveira 552181937596 552178625070 Wagner JordaoGarcia 2 Sergio De Castro

Oliveira 55*106*11729 55*83*9397 Luiz Carlos Bezerra 2 Sergio Castro

Oliveira 5521982590022 5521981933663 Carlos Emanuel DeCarvalho Miranda 2 Sergio De Castro Oliveira 552122355978 5521997261035 Sonia Ferreira Baptista 1 Sergio De Castro Oliveira 552181937596 552199793663 Carlos Emanuel De Carvalho Miranda 1

Com efeito, BIG exercia o papel de operador financeiro da organização criminosa, movimentando grande quantia de recursos.

Na caixa de e-mails de CARLOS BEZERRA, constam as seguintes entregas de dinheiro realizadas por BIG a integrantes da organização criminosa e seus familiares.

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1) No dia 01.09.2014, SERJÃO (BIG) entregou a quantia de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa, para ARY FERREIRA DA COSTA FILHO.

2) No dia 28.05.2015, BIG retirou R$ 15.000,00 (quinze mil reais), valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa, do caixa administrado por CARLOS BEZERRA, entre outras saídas.

3) No dia 10.06.2015, BIG entrega R$ 15.000,00 (quinze mil reais), valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa, para ARY FERREIRA DA COSTA FILHO.

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4) No dia 22.06.2015, BIG recebe R$ 15.000,00 (quinze mil reais), do caixa administrado por CARLOS BEZERRA, valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa, em virtude do seu aniversário, dia 23 de junho.

5) No dia 10.08.2015, BIG entrega R$ 100.000,00 (cem mil reais), valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa, ao caixa paralelo de CARLOS BEZERRA para esse realizar o pagamento de despesas de Magali, mãe de SÉRGIO CABRAL, e CARLOS MIRANDA.

6) No dia 10.09.2015, BIG entregou R$90.000,00, valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa, a CARLOS BEZERRA para efetuar pagamento de despesas com a folha de pagamento e a mãe de SÉRGIO CABRAL.

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7) No dia 14.09.2015, BIG entregou R$ 54.500,00 (cinquenta e quatro mil e quinhetos reais), valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa, a CARLOS BEZERRA para ser entregue como destinatário final pessoa de codinome BD (codinome de SÉRGIO CABRAL) e Déia prima (pessoa não identificada).

8) No dia 22.10.2015, BIG entregou R$ 200.000,0013 (duzentos mil reais), valor proveniente

da atividade ilícita da organização criminosa, a CARLOS BEZERRA para destinação posterior aos pagamentos de familiares de SÉRGIO CABRAL e CARLOS MIRANDA.

9) No dia 18.02.2016, BIG entregou R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa, a CARLOS BEZERRA.

13 O termo usado por CARLOS BEZERRA para se referir ao valor repassado por BIG foi

“Duque”. Na linguagem popular (gíria), em especial no jogo do bicho – costumeiramente jogado por CARLOS BEZERRA - o termo “Duque” significa 200. http://diariosdeharveydent.blogspot.com.br/2011/04/pequeno-dicionario-prisional.html. No caso não

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Nos e-mails acima transcritos, chega-se à conclusão de que BIG movimentou em 07 entregas e 02 retiradas de dinheiro em espécie o montante de R$ 664.500,00 (seiscentos e sessenta e quatro mil e quinhentos reais), no período de setembro de 2014 a fevereiro de 2016.

Além dos atos acima narrados, há outros atos de BIG como fornecedor de valores a CARLOS BEZERRA como podemos ver abaixo:

1) Nos dias 08.07.2015 (R$ 100.000,00), 13.07.2015 (R$ 30.000,00), 14.07.2015 (R$ 150.000,00), 22.07.2015 (R$ 200.000,00) e 23.07.2015(R$ 200.000,00), BIG entregou os respectivos valores a CARLOS BEZERRA, valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa.14

14 E-mail do dia 16.08.2015 descoberto na caixa de correio eletrônico de CARLOS BEZERRA, onde constam anotações referentes a contabilidade paralela da Organização Criminosa.

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2) Em dia não preciso, porém em julho de 2015, BIG recebeu R$ 15.000,00 (quinze mil reais) de CARLOS BEZERRA valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa.

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3) No dia 16.08.2015, BIG recebeu o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) de CARLOS BEZERRA, valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa.

4) No dia 20.01.2016, BIG entregou R$ 90.000,00 (noventa mil reais), valor proveniente da atividade ilícita da organização criminosa, a CARLOS BEZERRA para o pagamento de despesas de pessoas e familiares dos membros da organização.

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Nas quatro operações ilícitas acima listadas, foram ocultadas a origem e a destinação de recursos que somam o valor de R$ 605.000,00 (seiscentos e cinco mil reais), no período de agosto de 2015 a janeiro de 2016.

Somam-se ao acima exposto as 06 movimentações dos valores entregues por meio dos irmãos doleiros RENATO e MARCELO CHEBAR a SÉRGIO DE CASTRO OLIVEIRA (BIG), no período de agosto de 2014 a dezembro de 2014, no total de R$ 1.055.000,00 (um milhão e cinquenta e cinco mil reais), constantes na planilha de controle de caixa apresentada pelos colaboradores:

DATA DESCRIÇÃO MOVIMENTAÇÃO

11/08/14 big -R$ 200.000,00 07/11/14 big -R$ 55.000,00 25/11/14 big -R$ 300.000,00 26/11/14 big -R$ 100.000,00 26/11/14 pegou big R$ 200.000,00 01/12/14 botafogo big -R$ 200.000,00

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SÉRGIO DE CASTRO OLIVEIRA (SERJÃO/BIG) listadas acima já foram objeto do processo nº 2017.51.01.015979-2, e somam o valor de R$ 2.324.500,00 (dois milhões, trezentos e vinte e quatro mil e quinhentos reais), no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2016, o que denota sua atuação efetiva como um dos operadores financeiros do grupo.

3.2. A utilização das empresas do grupo DIRIJA para a lavagem de dinheiro da organização criminosa

Com o avanço das investigações, especialmente com a celebração de acordo de colaboração premiada com JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS, homologado nos autos do processo nº 0503054-49.2017.4.02.5101, restou comprovado que SÉRGIO DE OLIVEIRA CABRAL SANTOS FILHO, ARY FERREIRA DA COSTA FILHO, SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“SERJÃO/BIG”), GLADYS SILVA FALCI DE CASTRO OLIVEIRA e SONIA FERREIRA BATISTA promoveram a lavagem de ativos utilizando o grupo DIRIJA, composto pelas empresas DIRIJA NITEROI DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA, BARRAFOR VEICULOS LTDA, DISBARRA DISTRIBUIDORA BARRA DE VEICULOS LTDA, KLAHN MOTORS DIST DE VEICULOS S. A, SPACE DIST.VEICULOS S/A e CARCOM (CARCRED) PROMOTORA DE NEGOCIOS LTDA, as quais são administradas pelos dois colaboradores.

Essas operações de lavagem foram realizadas a pedido de um operador financeiro da organização criminosa, ARY FERREIRA DA COSTA FILHO, com a transferência de valores ou pagamentos de boletos, por uma das empresas do grupo DIRIJA, em favor das empresas GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA), administrada por CARLOS MIRANDA, FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA, administrada por SÉRGIO CASTRO DE OLIVEIRA (“SERJÃO/BIG”), GLADYS SILVA FALCI DE CASTRO OLIVEIRA e SFB APOIO ADMINISTRATIVO, administrada por SONIA FERREIRA BATISTA.

O colaborador JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS conheceu ARY FERREIRA DA COSTA FILHO por volta de 1994/1995, época em que ainda era sócio de seu irmão ADRIANO MONTEIRO MARTINS.

No ano de 2006, JOÃO foi procurado por ARY FILHO, tendo este, a mando de SÉRGIO CABRAL, solicitado que o grupo DIRIJA simulasse ter recebido

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prestação de serviços das empresas GRALC, FALCI e SFB, para justificar a transferência de valores para as mencionadas empresas.

Na sistemática estabelecida, que se estendeu de 2007 a 2014, ARY FILHO realizava a entrega periódica para os representantes do grupo DIRIJA de dinheiro em espécie e notas fiscais emitidas pelas empresas GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA), de CARLOS MIRANDA, SFB APOIO ADMINISTRATIVO, de SONIA FERREIRA BATISTA, e FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA, de SÉRGIO DE CASTRO OLIVEIRA e GLADYS SILVA FALCI DE CASTRO OLIVEIRA, e, em seguida solicitava que JOÃO DO CARMO e seu filho JAIME LUIZ fizessem a transferência bancária dos recursos para as referidas empresas como se estivessem fazendo pagamento por prestação de serviços, que na realidade não existiam.

Os colaboradores JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS assinavam os documentos que fossem necessários, fornecidos por ARY e davam as ordens para a transferência dos valores. Saliente-se que as empresas GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA), SFB APOIO ADMINISTRATIVO e FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA nunca prestaram nenhum serviço para o GRUPO DIRIJA, sendo certo que ARY providenciou os contratos fictícios para que os colaboradores assinassem, de modo a dar respaldo documental aos pagamentos efetuados.

O modus operandi adotado para o branqueamento de recursos seguiu padrão semelhante ao revelado na Operação Mascate, consoante detalhado pelos colaboradores e sintetizado no seguinte trecho do depoimento de JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS:

“QUE conheceu ARY FERREIRA DA COSTA FILHO por volta de 1994/1995; QUE o primeiro contato foi intermediado por ANTONIO JOSÉ, que era funcionário público na região de Jacarepaguá; QUE nessa época ainda era sócio de seu irmão ADRIANO MONTEIRO MARTINS, sobrinho ADRIANO JOSÉ REIS MARTINS e ANTONIO JOSÉ TRINDADE, em um grupo econômico único, GRUPO DIRIJA; QUE naquela época cada membro da família ficava à frente de uma das empresas; QUE nesse período todo o contato com o ARY era feito por intermédio do irmão, do sobrinho e do sócio ANTONIO JOSÉ TRINDADE; QUE no ano de 2000 houve a cisão total do grupo de família; QUE o declarante e seu filho ficaram com a empresa DIRIJA, enquanto os outros sócios ficaram com os grupos EUROBARRA e AMÉRICAS; QUE mesmo após a cisão do grupo, o declarante manteve certo contato com ARY, que, de vez em quando, procurava a empresa solicitando consertos de carros, sem pagar pelo serviço; QUE, em 2006, ARY procurou o declarante pedindo ajuda para a campanha de SÉRGIO

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CABRAL ao Governo do Estado do Rio de Janeiro; QUE o declarante auxiliou com empréstimo de carros para a campanha; QUE, em 2007, ARY procurou o declarante, a pedido do Governador, solicitando um favor; QUE o favor consistia em receber dinheiro em espécie e notas fiscais, respaldadas por contratos “fictícios”, e que o declarante deveria internalizar esses recursos na contabilidade da empresa e posteriormente repassar para empresas indicadas; QUE o declarante, mesmo ciente da ilicitude, achou por bem atender ao pedido por receio de possíveis retaliações do governo estadual; QUE ARY se mostrava uma pessoa muito influente no governo estadual; QUE ARY levava o dinheiro em espécie, junto com as notas fiscais das empresas beneficiadas pelo esquema, para que os recursos fossem internalizados no caixa do GRUPO DIRIJA e posteriormente transferidos para empresas indicadas pelo ARY; QUE ARY agendava os encontros por meio da secretária Rosane, solicitando marcar um café com o declarante; QUE ARY também ligava para o telefone celular pessoal do declarante para marcar a entrega do dinheiro; QUE o declarante se compromete a apresentar posteriormente o número dessa linha telefônica que recebia as ligações; QUE ARY entregava o dinheiro em espécie, com a nota fiscal, o nome da empresa que deveria ser beneficiada e a conta-corrente para a transferência; QUE o declarante assinava os documentos que fossem necessários, fornecidos pelo ARY e dava as ordens para o processamento interno na empresa; QUE ARY frequentemente ligava cobrando o repasse do dinheiro para as empresas indicadas; QUE não se recorda das empresas GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA), SFB APOIO ADMINISTRATIVO e FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA; QUE, com a deflagração da “Operação Calicute”, o filho do declarante fez um levantamento desses pagamentos e empresas indicadas pelo ARY; QUE nunca teve contato com qualquer sócio dessas empresas e nem com os beneficiários; QUE essas empresas nunca prestaram nenhum serviço para o GRUPO DIRIJA; QUE o ARY levava também contratos fictícios para que o declarante assinasse, para dar respaldo documental aos pagamentos efetuados às empresas indicadas pelo ARY; QUE a empresa do declarante não teve qualquer benefício econômico com essas práticas; QUE emprestou também cinco carros para a campanha de 2010; QUE não conhece CARLOS MIRANDA, sócio-gerente da GRALC CONSULTORIA; QUE não conhece SONIA FERREIRA BATISTA, sócia da empresa SFB APOIO ADMINISTRATIVO; QUE não conhece SERGIO DE CASTRO OLIVERA ou qualquer dos sócios da empresa FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA; QUE ARY agendava os encontros com a Secretária ROSANE, que até hoje trabalha na empresa DIRIJA, pelo telefone 3527-9137/9136;”

Como narrado, as operações articuladas por ARY FERREIRA DA COSTA FILHO tinham o objetivo de dar aparência de licitude ao dinheiro em espécie arrecadado pela organização criminosa, por meio da sua inserção no caixa de empresas com grande volume de movimentações financeiras e posterior repasse para pessoas jurídicas vinculadas aos beneficiários, tendo respaldo em alguns contratos fictícios, referentes à prestação de serviços que não foram executados.

No mesmo sentido, as informações trazidas por JAIME LUIZ MARTINS:

“QUE conheceu ARY FERREIRA DA COSTA FILHO por volta de 1994/1995, que frequentava a empresa pela relação pessoal com o tio ADRIANO MONTEIRO MARTINS e primo ADRIANO JOSÉ REIS MARTINS e ANTONIO

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JOSÉ TRINDADE, que eram sócios do declarante e de seu pai no chamado GRUPO DIRIJA; QUE naquela época cada membro da família ficava à frente de uma das empresas; QUE nesse período todo o contato com o ARY era feito por intermédio do tio, do primo e do sócio ANTONIO JOSÉ TRINDADE; QUE no ano de 2000 houve a cisão total do grupo de família, quando o declarante perdeu o contato com os outros membros da família e com ARY por conseguinte; QUE o declarante e seu pai ficaram com a empresa DIRIJA, enquanto os primos ficaram com os grupos EUROBARRA e AMÉRICAS; QUE, em 2006, ARY procurou seu pai pedindo ajuda para a campanha de SÉRGIO CABRAL ao Governo do Estado do Rio de Janeiro; QUE acredita que o pai auxiliou com empréstimo de carros para a campanha, mas não sabe de detalhes porque toda a negociação foi conduzida pelo pai; QUE, em 2007, seu pai lhe contou que ARY esteve na empresa a pedido do Governador, solicitando um favor; QUE o favor consistia em receber dinheiro em espécie e notas fiscais, respaldadas por contratos “fictícios”; internalizar esses recursos na contabilidade da empresa e posteriormente repassar para empresas indicadas; QUE o pai do declarante, mesmo ciente da ilicitude, achou por bem atender ao pedido por receio de possíveis retaliações do governo estadual; QUE ARY levava o dinheiro em espécie, junto com as notas fiscais das empresas beneficiadas pelo esquema, para que os recursos fossem internalizados no caixa do GRUPO DIRIJA e posteriormente transferidos para empresas indicadas pelo ARY; QUE ARY agendava os encontros com o pai do declarante e entregava o dinheiro em espécie, com a nota fiscal, o nome da empresa que deveria ser beneficiada e a conta-corrente para a transferência; QUE seu pai assinava os documentos que fossem necessários, fornecidos pelo ARY e dava as ordens para o processamento interno na empresa; QUE, com a deflagração da “Operação Calicute”, o declarante fez um levantamento dessas operações e empresas indicadas pelo ARY; QUE, após a sua condução coercitiva e diante das perguntas sobre as empresas GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA), SFB APOIO ADMINISTRATIVO e FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA, das quais não se lembrava, resolveu fazer o levantamento; QUE nunca teve contato com qualquer sócio dessas empresas e nem com os beneficiários; QUE essas empresas nunca prestaram nenhum serviço para o GRUPO DIRIJA; QUE o ARY levava também contratos fictícios para que o pai do declarante assinasse, para dar respaldo documental aos pagamentos efetuados às empresas indicadas pelo ARY; QUE esclarece que os contratos normalmente firmados pelo GRUPO DIRIJA eram assinados por dois representantes da empresa, mas nos contratos de ARY, apenas o pai do declarante assinou; QUE os pagamentos para a FALCI ocorreram no período de dezembro de 2009 a maio de 2011, totalizando R$1.145.000,00; QUE a GRALC recebeu pagamentos desde setembro de 2007 a agosto de 2014, totalizando R$7.710.000,00; QUE a SFB recebeu pagamentos de setembro de 2013 a agosto de 2014, totalizando R$160.000,00; QUE a empresa do declarante não teve qualquer benefício econômico com essas práticas; QUE a empresa também estava toda regularizada, não tinha irregularidades tributárias que justificassem o receio pela fiscalização; QUE acredita que seu pai tenha tido receio pelo fato de ARY ser uma pessoa “perigosa”; QUE, no passado, quando o grupo era unido ao tio e ao primo tiveram alguns problemas fiscais, que chegaram ao conhecimento do declarante após a cisão do grupo; QUE as empresas foram autuadas pela Receita e aderiram ao REFIS; QUE após essa autuação, o Grupo Dirija teve que reformular sua contabilidade, para sanar as irregularidades escriturárias anteriores; QUE o Juízo da recuperação judicial determinou a realização de auditoria fiscal na empresa, a qual constatou a regularidade da contabilidade da empresa e deferiu o pedido de recuperação judicial; QUE não conhece o CARLOS MIRANDA, sócio-gerente da GRALC CONSULTORIA; QUE não conhece SONIA FERREIRA BATISTA, sócia da empresa SFB APOIO ADMINISTRATIVO; QUE não conhece SERGIO DE CASTRO OLIVERA ou qualquer dos sócios da empresa FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA; QUE ARY agendava os encontros com a Secretária

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ROSANE, que até hoje trabalha na empresa DIRIJA, pelo telefone 3527-9137”.

Conforme esclarecido pelos colaboradores, com a deflagração da Operação Calicute, levantaram as operações do grupo DIRIJA e as empresas indicadas por ARY, tendo encontrado grande volume de transferências e pagamentos de boletos em favor das empresas GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA), SFB APOIO ADMINISTRATIVO e FALCI CASTRO ADVOGADOS E CONSULTORIA, sem que tivesse havido qualquer prestação de serviços.

3.3. Conjunto de fatos 01: lavagem de dinheiro com a transferência de valores das empresas do grupo DIRIJA para a empresa GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA)

Consumados os delitos antecedentes de corrupção, cartel e fraude a licitações, ARY FERREIRA DA COSTA FILHO, JAIME LUIZ MARTINS e JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS, sob orientação e anuência de SÉRGIO CABRAL, entre 10 de outubro de 2007 e 22 de agosto de 2014, em 165 (cento e sessenta e cinco) oportunidades distintas, ocultaram e dissimularam a origem, a natureza, disposição, movimentação e a propriedade de R$ 6.858.692,06 (seis milhões oitocentos e cinquenta e oito mil seiscentos e noventa e dois reais e seis centavos), convertendo em ativos lícitos o produto de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa, por meio da transferência de recursos do GRUPO DIRIJA, composto pelas empresas DIRIJA NITEROI DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA (25 pagamentos), BARRAFOR VEÍCULOS LTDA (43 pagamentos), DISBARRA DISTRIBUIDORA BARRA DE VEICULOS LTDA (42 pagamentos), KLAHN MOTORS DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS S.A (26 pagamentos), SPACE DISTRIBUIDORA DE VEÍCULO S/A (24 pagamentos) e CARCOM (CARCRED) PROMOTORA DE NEGOCIOS LTDA. (5 pagamentos), administradas por JAIME LUIZ e JOÃO DO CARMO, para a empresa GRALC/LRG AGROPECUÁRIA, com a justificativa de prestação de serviços de consultoria inexistente (Conjunto de Fatos 01 – Lavagem de Ativos/Art. 1º, §4º, da Lei 9.613/98).

Em outubro de 2007, após ARY FERREIRA DA COSTA FILHO ter procurado o colaborador JOÃO DO CARMO MONTEIRO MARTINS, a pedido do então Governador SÉRGIO CABRAL, solicitando ajuda que consistia em receber dinheiro em

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espécie e notas fiscais, relacionadas a contratos fictícios de consultoria da empresa GRALC/LRG AGROPECUÁRIA, as empresas do Grupo DIRIJA passaram a internalizar os recursos ilícitos em sua contabilidade e posteriormente transferir recursos para a empresa GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA).

ARY FERREIRA DA COSTA FILHO levava o dinheiro em espécie, junto com as notas fiscais das empresas beneficiadas pelo esquema, para que os recursos fossem internalizados no caixa do GRUPO DIRIJA e posteriormente transferidos para empresas indicadas por ARY.

Seguindo essa sistemática, foram feitas, entre 10 de outubro de 2007 e 22 de agosto de 2014, 165 (cento e sessenta e cinco) transferências ou pagamentos de boletos em favor da empresa GRALC CONSULTORIA (LRG AGROPECUÁRIA), assim especificadas: Quant Titular da conta de origem Data da transferência Valor Titular da conta de destino Referência

1 Barrafor 10/10/2007 4.277,50 Gralc SIMBA 2 Disbarra 16/11/2007 4.900,00 Gralc SIMBA 3 Disbarra 16/11/2007 4.485,00 Gralc SIMBA 4 Barrafor 08/06/2009 23.462,50 Gralc Fls 62 documento 1 5 Disbarra 08/06/2009 23.462,50 Gralc Fls 107 documento 1 6 Barrafor 08/06/2009 16.204,97 Gralc SIMBA

7 Disbarra 08/06/2009 10.803,29 Gralc SIMBA 8 Barrafor 22/07/2009 23.462,50 Gralc Fls 54 documento 1 9 Disbarra 22/07/2009 23.462,50 Gralc Fls 114 documento 1 10 Barrafor 22/07/2009 16.204,96 Gralc SIMBA

11 Disbarra 22/07/2009 10.803,31 Gralc SIMBA 12 Barrafor 21/08/2009 23.462,50 Gralc Fls 58 documento 1 13 Disbarra 21/08/2009 23.462,50 Gralc Fls 111 documento 1 14 Barrafor 21/08/2009 16.204,97 Gralc SIMBA

15 Barrafor 21/08/2009 16.204,97 Gralc SIMBA 16 Disbarra 21/08/2009 10.803,29 Gralc SIMBA 17 Disbarra 21/08/2009 10.803,29 Gralc SIMBA 18 Dirija 24/08/2009 37.540,00 Gralc Fls 86 documento 1 19 Barrafor 25/08/2009 23.462,50 Gralc Fls 85 documento 1 20 Disbarra 25/08/2009 23.462,50 Gralc Fls 119 documento 1 21 Dirija 27/08/2009 37.540,00 Gralc Fls 154 documento 1 22 Barrafor 22/10/2009 23.462,50 Gralc Fls 55 documento 1 23 Disbarra 22/10/2009 23.462,50 Gralc Fls 115 documento 1

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24 Dirija 22/10/2009 37.540,00 Gralc Fls 151 documento 1 25 Barrafor 22/10/2009 16.204,97 Gralc SIMBA

26 Disbarra 22/10/2009 10.803,29 Gralc SIMBA

27 Dirija 09/11/2009 37.540,00 Gralc Fls 152 documento 1 28 Barrafor 09/11/2009 16.204,97 Gralc SIMBA

29 Disbarra 09/11/2009 10.803,29 Gralc SIMBA 30 Barrafor 30/11/2009 23.462,50 Gralc Fls 80 documento 1 31 Barrafor 30/11/2009 23.462,50 Gralc Fls 81 documento 1 32 Disbarra 30/11/2009 23.462,50 Gralc Fls 122 documento 1 33 Disbarra 30/11/2009 23.462,50 Gralc Fls 123 documento 1 34 Dirija 30/11/2009 37.540,00 Gralc Fls 153 documento 1 35 Barrafor 30/12/2009 23.462,50 Gralc Fls 79 documento 1 36 Disbarra 30/12/2009 23.462,50 Gralc Fls 124 documento 1 37 Dirija 30/12/2009 37.540,00 Gralc Fls 150 documento 1 38 Barrafor 30/12/2009 16.204,97 Gralc SIMBA

39 Disbarra 30/12/2009 10.803,29 Gralc SIMBA 40 Barrafor 08/01/2010 16.204,97 Gralc SIMBA 41 Disbarra 08/01/2010 10.803,29 Gralc SIMBA 42 Barrafor 22/01/2010 23.462,50 Gralc Fls 57 documento 1 43 Disbarra 22/01/2010 23.462,50 Gralc Fls 113 documento 1 44 Dirija 29/01/2010 37.540,00 Gralc Fls 149 documento 1 45 Barrafor 26/02/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

46 Disbarra 26/02/2010 10.803,29 Gralc SIMBA 47 Barrafor 24/03/2010 23.462,50 Gralc Fls 51 documento 1 48 Barrafor 24/03/2010 23.462,50 Gralc Fls 52 documento 1 49 Disbarra 24/03/2010 23.462,50 Gralc Fls 117 documento 1 50 Disbarra 24/03/2010 23.462,50 Gralc Fls 118 documento 1 51 Dirija 24/03/2010 37.540,00 Gralc Fls 148 documento 1 52 Barrafor 24/03/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

53 Disbarra 24/03/2010 10.803,29 Gralc SIMBA

54 Klahn 24/03/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

55 Space 24/03/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

56 Barrafor 24/03/2010 23.462,50 Gralc Planilha empresa 57 Dirija 29/03/2010 37.540,00 Gralc Fls 146 documento 1 58 Barrafor 16/04/2010 23.462,50 Gralc Fls 60 documento 1 59 Disbarra 16/04/2010 23.462,50 Gralc Fls 109 documento 1 60 Dirija 16/04/2010 37.540,00 Gralc Fls 145 documento 1 61 Barrafor 16/04/2010 17.831,50 Gralc SIMBA

62 Barrafor 16/04/2010 17.831,50 Gralc SIMBA 63 Disbarra 16/04/2010 12.200,50 Gralc SIMBA 64 Disbarra 16/04/2010 12.200,50 Gralc SIMBA

65 Klahn 16/04/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

66 Klahn 16/04/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

67 Space 16/04/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

68 Space 16/04/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

69 Disbarra 19/05/2010 12.200,50 Gralc SIMBA

70 Klahn 20/05/2010 16.204,96 Gralc SIMBA

71 Space 27/05/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

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73 Dirija 15/06/2010 37.540,00 Gralc Fls 144 documento 1 74 Dirija 28/06/2010 37.540,00 Gralc Fls 143 documento 1 75 Barrafor 28/06/2010 17.831,50 Gralc SIMBA

76 Disbarra 28/06/2010 12.200,50 Gralc SIMBA

77 Klahn 28/06/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

78 Space 28/06/2010 16.204,97 Gralc SIMBA

79 Dirija 16/07/2010 37.540,00 Gralc Fls 142 documento 1 80 Barrafor 28/07/2010 37.540,00 Gralc Planilha empresa 81 Disbarra 28/07/2010 37.540,00 Gralc Planilha empresa 82 Barrafor 20/08/2010 37.540,00 Gralc Fls 59 documento 1 83 Dirija 20/08/2010 37.540,00 Gralc Fls 77 documento 1 84 Disbarra 20/08/2010 37.540,00 Gralc Fls 110 documento 1 85 Barrafor 08/10/2010 37.540,00 Gralc Fls 61 documento 1 86 Dirija 08/10/2010 37.540,00 Gralc Fls 75 documento 1 87 Disbarra 08/10/2010 37.540,00 Gralc Fls 108 documento 1 88 Barrafor 03/11/2010 37.540,00 Gralc Fls 63 documento 1 89 Dirija 03/11/2010 37.540,00 Gralc Fls 94 documento 1 90 Disbarra 03/11/2010 37.540,00 Gralc Fls 106 documento 1 91 Dirija 17/12/2010 37.540,00 Gralc Planilha empresa 92 Dirija 20/12/2010 37.540,00 Gralc Fls 91 documento 1 93 Disbarra 21/12/2010 37.540,00 Gralc Fls 112 documento 1 94 Barrafor 22/12/2010 37.540,00 Gralc Fls 56 documento 1 95 Barrafor 28/12/2010 37.540,00 Gralc Fls 82 documento 1 96 Disbarra 30/12/2010 37.540,00 Gralc Fls 125 documento 1 97 Barrafor 23/02/2011 37.540,00 Gralc Fls 53 documento 1 98 Disbarra 23/02/2011 37.540,00 Gralc Fls 116 documento 1 99 Dirija 23/02/2011 37.540,00 Gralc Planilha empresa 100 Dirija 28/02/2011 37.540,00 Gralc Fls 87 documento 1 101 Disbarra 28/02/2011 37.540,00 Gralc Fls 120 documento 1 102 Barrafor 01/03/2011 37.540,00 Gralc Fls 74 documento 1 103 Barrafor 24/03/2011 37.540,00 Gralc Fls 1 documento 1 104 Disbarra 24/03/2011 37.540,00 Gralc Fls 97 documento 1 105 Dirija 24/03/2011 37.540,00 Gralc Fls 140 documento 1 106 Dirija 20/04/2011 37.540,00 Gralc Fls 141 documento 1 107 Barrafor 28/04/2011 37.540,00 Gralc Fls 2 documento 1 108 Disbarra 28/04/2011 37.540,00 Gralc Fls 95 documento 1 109 Barrafor 24/05/2011 37.540,00 Gralc Fls 84 documento 1 110 Dirija 24/05/2011 37.540,00 Gralc Fls 138 documento 1 111 Disbarra 31/05/2011 37.540,00 Gralc Fls 126 documento 1 112 Barrafor 20/06/2011 35.663,00 Gralc SIMBA

113 Klahn 20/06/2011 32.409,94 Gralc SIMBA

114 Disbarra 22/06/2011 37.540,00 Gralc Fls 96 documento 1 115 Barrafor 22/06/2011 37.540,00 Gralc Fls 72 documento 1 116 Dirija 22/06/2011 37.540,00 Gralc Fls 137 documento 1 117 Barrafor 27/07/2011 37.540,00 Gralc Fls 83 documento 1 118 Disbarra 28/07/2011 37.540,00 Gralc Fls 121 documento 1 119 Dirija 29/07/2011 37.540,00 Gralc Fls 88 documento 1 120 Klahn 30/08/2011 56.310,00 Gralc Fls 40 documento 1 121 Space 31/08/2011 56.310,00 Gralc Fls 7 documento 1

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