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A REPRESENTAÇÃO DO MONOMITO EM FILMES DE SUPER- HERÓI: ANÁLISE DO FILME THOR, DE KENNETH BRANAGH

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Academic year: 2021

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A REPRESENTAÇÃO DO MONOMITO EM FILMES

DE SUPER- HERÓI: ANÁLISE DO FILME “THOR,

DE KENNETH BRANAGH”

REPRESENTATION OF MONOMYTH IN SUPER

HERO MOVIE: ANALYSIS OF THE MOVIE "THOR,

OF KENNETH BRANAGH"

Josemar Pereira de Freitas Júnior1 Susy Elaine da Costa Freitas2

RESUMO

O presente artigo é resultado de um projeto de Iniciação Científica na Faculdade Martha Falcão/ DeVry e tem como objetivo principal analisar os passos do que seria a narrativa típica nas histórias de heróis, o monomito, conhecido também como “jornada do herói”, em filmes de super-heróis no cinema, com base nos conceitos criados pelo antropólogo Joseph Campbell em seu estudo dos mitos. Como objeto, escolhemos o filme de um personagem tido como super-herói: o Thor, do filme Thor (2011), por meio do qual foram observados os passos da jornada na narrativa cinematográfica e os elementos simbólicos que remetem à trajetória inseridos na trama através da análise fílmica.

Palavras-chave: Mito. Herói. Thor.

1 Estudante de Comunicação Social - Jornalismo da Faculdade Martha Falcão/ Devry Brasil. Aluno de

Iniciação Científica, alocado na Área 1 – Humanidades e Artes, linha de pesquisa Educação, Comunicação, Cultura, Sociedade e Meio Ambiente. Residente no Bairro Cidade Nova 1, Conjunto Francisca Mendes 1, Rua Guaraçaí, número 26 e quadra 04 – Manaus/AM

2 Orientadora do trabalho de Iniciação Científica pela Faculdade Martha Falcão/DeVry Brasil.

Professora nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Faculdade Martha Falcão/DeVry. Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), bacharel em Comunicação Social – Jornalismo pela Ufam e licenciada em Letras- Língua Inglesa pela Ufam.

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ABSTRACT

This paper is the result of an Undergraduate Research Project in Faculdade Martha Falcão/DeVry and aims to analyze the steps of what would be the typical narrative in the stories of heroes, the monomyth, also known as " hero's Journey" in superhero movies in the cinema, based on concepts created by the anthropologist Joseph Campbell in his study of myths. As for the study subject, one chooses the movie in which a character is a superhero: Thor, from the movie Thor (2011), whereby it was observed the journey of steps in the cinematic narrative and symbolic elements presented in the trajectory inserted into the plot through film analysis.

Keywords: Myth. Hero. Thor.

INTRODUÇÃO

O cinema é uma expressão da comunicação que possui um grande apelo com pessoas das mais variadas partes do mundo. Através da linguagem audiovisual, ele expõe temas que proporcionam conhecimento, reflexão, mas também o entretenimento que encanta mesmo quando reconta histórias cujo surgimento remonta a épocas passadas. Dentre essas histórias, há a saga do herói.

Antes, os feitos dos heróis eram contados em narrativas orais. Com a escrita, essas histórias ganharam uma nova maneira de serem comunicadas às gerações posteriores. A chegada do cinema, longe de pôr fim a tramas tão antigas, deu a elas novo fôlego ao recontá-las através de som e imagem em movimento. Elas são expressas principalmente através de filmes do gênero aventura que, várias vezes, emprestam das histórias em quadrinhos personagens predestinados a grandes feitos que, por sua vez, são ideais como figuras heroicas: tratam-se dos super-heróis, foco desta pesquisa.

As narrativas clássicas de herói no cinema são expostas com diversas abordagens e diferentes ângulos. Elas estão inseridas no imaginário de muitas sociedades, e essas narrativas são ainda muito apreciadas. Podemos notar a variedade no contexto da representação do super-herói no cinema, visto que os personagens seguem muitas vezes a mesma trajetória, porém com abordagens um pouco diferenciadas de sua versão clássica.

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Esta pesquisa nasceu da inquietação de perceber certo padrão nas histórias de super-herói expressas em filmes de aventura. Quase sempre, esses personagens passam por um período de aprendizagem e aquisição de habilidades para depois entrarem em confronto com sua natureza heroica e aceitarem seu destino especial, para trazerem benefícios para si ou para sua comunidade. Não importando quantas vezes essas histórias apareciam no cinema, elas sempre surgiam em filmes destinados a um grande público, os blockbusters, e sempre atraíram muitas pessoas para assisti-las.

Tem-se aqui, como objetivo geral, analisar a representação do mito do herói no cinema através de filmes de super-heróis. Para isso, a pesquisa delimitou como objetivos específicos conceituar o que é narrativa, mito e herói; caracterizar os super-heróis enquanto personagens cinematográficos; e relacionar a construção do percurso do super-herói na narrativa fílmica com o dos heróis em sua representação mítica original.

Dessa maneira, esta pesquisa estuda a representação da trajetória do herói no cinema, usando como exemplo o filme de um personagem que teve sua origem nos quadrinhos e é considerado/ visto/ reconhecido como super-herói: o Thor, do filme

Thor (Branagh, 2011), por meio do qual procuramos compreender os passos na

narrativa cinematográfica e os elementos simbólicos que remetem à trajetória inseridos na trama, através da análise fílmica.

A proposta de pesquisa se enquadra na Área 1 – Humanidades e Artes, segmento pertencente às especificações da Iniciação à Pesquisa da Faculdade Martha Falcão/DeVry, no qual consta a linha de pesquisa Educação, Comunicação, Cultura, Sociedade e Meio Ambiente.

Aspectos iniciais da pesquisa: narrativa, mito e jornada do herói

Em leituras preliminares, notou-se a existência de um certo padrão visto em histórias de super-heróis, e que tem sido estudado por muitos pesquisadores interessados em narrativa. Um dos mais importantes estudiosos do assunto é o antropólogo Joseph Campbell. Ele criou o conceito de monomito, conhecido também como “jornada do herói”, no qual indica todos os passos do que seria a narrativa típica nas histórias de heróis. A hipótese que se pretende defender na pesquisa é de

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que esses passos são, com pequenas modificações, os mesmos que vemos os super-heróis do cinema seguindo nos filmes.

A narrativa é de extrema importância para a humanidade. Não conseguimos viver sem a narração, ou seja, sem contar histórias e nos comunicarmos. Vivemos narrando acontecimentos do nosso dia a dia, o que ouvimos e lemos ou fatos que presenciamos, filmes que assistimos etc. Pode-se dizer que a narrativa são acontecimentos ligados entre si que são transmitidos por meio de uma história. Desse modo, as histórias transmitem informações que, muitas vezes, unem as pessoas que as ouvem, leem ou assistem e ajudam a construir o imaginário cultural:

A narrativa está presente em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as sociedades; a narrativa começa com a própria história da humanidade; não há, nunca houve em lugar nenhum povo algum sem narrativa; todas as classes, todos os grupos humanos têm as suas narrativas, muitas vezes essas narrativas são apreciadas em comum por homens de culturas diferentes, até mesmo de opostas: a narrativa zoa da boa e da má literatura: Internacional, trans-histórica, transcultural, a narrativa está sempre presente com a vida. (BARTHES, 2001, p. 103-104)

As narrativas podem ser ou não baseadas em acontecimentos reais; porém, muitas pessoas gostam de criar novas realidades, o que é presente também no cinema. Ao criar novas realidades, elas podem fazê-lo da forma que lhes agrada ou ainda para explicar acontecimentos misteriosos e sobrenaturais. É o que acontece com os mitos.

O conceito de mito é explicado de maneira poética pelo estudioso Joseph Campbell no livro de entrevistas “O poder do mito”: “O mito ajuda a colocar sua mente em contato com essa experiência de estar vivo. Ele lhe diz o que a experiência é.” (CAMPBELL, 1990, p. 17). Nesse livro, Campbell concorda com a descrição de mito dada por Moyers, seu entrevistador, o qual afirma que:

[...] aquilo que os seres humanos têm em comum se revela nos mitos. Mitos são histórias de nossa busca da verdade, de sentido, de significação, através dos tempos. Todos nós precisamos contar nossa história, compreender nossa história. Todos nós precisamos compreender a morte e enfrentar a morte, e todos nós precisamos de ajuda em nossa passagem do nascimento à vida e depois à morte. Precisamos que a vida tenha significação, precisamos tocar o eterno,

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compreender o misterioso, descobrir o que somos. (CAMPBELL, 1990, p. 16).

Os mitos também são narrativas utilizadas pelos povos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza que não eram compreendidos por eles, e para isso há uma mistura de fatos reais com imaginário, misturando a história e a fantasia. É possível ainda que o mito se utilize de simbologias, deuses, personagens sobrenaturais e heróis. Todos estes componentes são, não raro, misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram. Assim, os mitos vão sendo transmitidos ao longo dos tempos e modificados através da imaginação do povo.

Dentre as várias narrativas que se repetem em diferentes culturas no decorrer do tempo, existe uma que se relaciona a uma figura específica: o herói. Esse personagem e suas características distintas dos outros homens é o fio condutor de um tipo de narrativa que conta feitos extraordinários, como Xavier (2009) resume:

Assim sendo, um mesmo protagonista arquetípico (um “herói”, independentemente da presença ou ausência de características heroicas em sua composição), apenas vestindo roupas e costumes locais, ao ver algo se transformar à sua frente, passa a agir em função de tal transformação em meio a outros arquétipos igualmente revestidos (personagens ou situações). Tais símbolos e imagens são arquetípicos por emanarem da psique humana e do inconsciente coletivo da humanidade. Uma vez estabelecida a psique como fonte comum entre o mito e sonho, seriam o inconsciente coletivo e a “mitologia criativa”, autoral por excelência, as pontes entre o monomito e a criação de narrativas. (XAVIER, 2009, p1).

O estudioso Joseph Campbell ao se aprofundar no estudo das narrativas e mitos, criou o conceito de monomito, também chamado de “jornada do herói”. Campbell conseguiu analisar as estruturas das narrativas de herói em seu trabalho árduo nos estudos sobre a construção dos mitos, lendas e fábulas, lançando assim um livro intitulado “O herói de mil faces”. Em seu livro podemos compreender que nas próprias sociedades, há uma estrutura para a Jornada do Herói em cada história. Em estudo posterior, Xavier resume os passos que Campbell destaca como componentes do monomito:

Muito embora nem sempre surjam nessa ordem (ou mesmo nem sempre surjam) e em outras vezes estejam apenas implícitos numa dada narrativa, há três estágios principais em uma narrativa cronologicamente estruturada, de forma que, a princípio, poderemos

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dividir o monomito em três "atos" com dois turning points ou "pontos de virada” entre eles. Estes "atos" (como prefere chamá-los Vogler), segundo Campbell (2005), se assemelham em muito com as etapas de um rito de passagem, sendo chamado de Partida (ou Separação),

Iniciação e Retorno. (XAVIER, 2009, p. 116).

Em outro estudo, Rincón (2006) resume os passos que Campbell destaca como componentes do monomito: Apresentação, conflito e resolução. Na Apresentação, conhece-se o herói no mundo cotidiano, exatamente quando ele embarca em sua jornada e, com a ajuda de um mentor, é transformado deixando seu mundo e se aventurando no desconhecido; no Conflito, o herói, de posse de uma arma mágica, tem o embate com seu antagonista e sai vitorioso, conquistando um prêmio; na Resolução ocorre o ato final, em que o herói inicia a jornada de volta para a casa e, quando morto, é ressuscitado e emerge com a solução mágica.

Assim como a Jornada do Herói segue uma determinada padronização, a jornada dos seres humanos não se mostra diferente. Nascimento, crescimento e declínio, com desafios a serem enfrentados e dificuldades a serem superadas, são os fatos básicos da existência humana. Percebemos que o monomito é mais do que uma fórmula para contar histórias, pois seus elementos estão presentes na sociedade desde sempre e perduram nas narrativas atuais.

Nesse contexto, nascem as histórias de super-heróis, que são narrativas de mitos adaptados à sociedade moderna. Inicialmente, essas narrativas nasceram em histórias em quadrinhos como forma de releitura de uma sociedade devastada pela violência e drogas, elegendo assim, um símbolo de esperança para a contemporaneidade:

As histórias em quadrinhos são fruto de uma sociedade arrasada pelo crack da bolsa de Nova York de 1929, que busca se reconstituir a duros passos. Os quadrinhos estabelecem ícones e símbolos, que ao se recontarem, estabelecem arquétipos facilmente reconhecíveis. Transmutando em significantes, as narrativas de mitos que se adaptam à sociedade midiocrática. (MATTOS e SAMPAIO, 2004, p.7) Os super-heróis, eleitos como ícones de positividade em histórias em quadrinhos para alcançar um público juvenil para, por meio do entretenimento, propagar uma ideologia: inspirar as pessoas a agirem melhor no seu dia a dia. Essas histórias mostram um encaixe no monomito que foi proposto por Joseph Campbell, visto que um super-herói pode ser compreendido como um personagem fictício que segue muitos dos passos da Jornada do Herói, com o interesse de dedicar suas

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proezas a atos em prol de uma comunidade, tendo como responsabilidade a luta contra um mal.

A popularidade dos super-heróis das histórias em quadrinhos foi, com o tempo, alvo de inúmeras transposições para o cinema. Dentre os super-heróis que passaram de personagens dos quadrinhos para personagens de filmes estão Capitão América, Batman, Super-Homem, Homem-Aranha, e Thor, para citar apenas alguns. São várias as pesquisas que traçam a relação entre o monomito e vários desses super-heróis. Nogueira (1998), por exemplo, associa a jornada de herói ao Super-Homem. O autor explica, primeiramente, o que é um super-herói:

[...] ele é uma ficção ideal, súmula dos atributos mais elevados e dos poderes mais intangíveis que o comum cidadão nunca irá possuir. É um ser capaz, seja pelas invulgares capacidades intelectuais, pelas suas imbatíveis faculdades físicas, pelos poderes de origem sobrenatural ou pelas suas virtudes mais elevadas (bondade, coragem, compaixão), de superar obstáculos aparentemente inultrapassáveis ou perigos supostamente irremediáveis, restituindo a ordem, exterminando medos e reorganizando o caos. (NOGUEIRA, 1998, p. 2)

Outro super-herói originado dos quadrinhos que ganha destaque nos cinemas desde o final dos anos 1980 é o Batman. Oliveira (2007) analisa como ele se encaixa no conceito de monomito ao afirmar que a violenta morte dos pais de Batman, ou Bruce Wayne (seu nome verdadeiro), equivale ao chamado da aventura descrito por Campbell. O treinamento de Bruce para fortalecer suas habilidades constitui-se na sua transformação, a qual resulta em feitos extraordinários na luta contra os crimes realizados por seus arqui-inimigos. Os traumas, conflitos internos e medos de Bruce/Batman também são encarados como desafios ao herói, ao passo que o humanizam e geram empatia com o público atual, de forma que

A análise dinâmica desse tipo de personagem permite uma aproximação dos temas psicológicos correntes na atualidade. A realização do ciclo heroico, tal como formulado por Joseph Campbell evidencia características arquetípicas do personagem Batman. (OLIVEIRA, 2007, p. 8)

Como a proposta dessa pesquisa é focar no super-herói representado no cinema e sua jornada, será necessário analisar sua trajetória no filme escolhido. Para isso, elementos próprios da linguagem cinematográfica precisam ser observados para

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garantir que detalhes não escapem ao estudo. Então, propõe-se também utilizar a análise fílmica como suporte para estudar a representação do mito do herói no cinema através de filmes de super-heróis. O próximo tópico se dedicará ao tema. A análise fílmica como suporte para compreender a jornada do herói no cinema

A leitura e análise da imagem se mostra essencial para realizar uma investigação a partir de um produto audiovisual. Sobre esse tipo de análise, Vanoye e Goliot-Lété (2012) afirmam que é possível analisar um filme a partir de seus elementos simbólicos:

É possível postular que qualquer arte da representação (o cinema é uma arte da representação) gera produções simbólicas que exprimem mais ou menos diretamente, mais ou menos explicitamente, mais ou menos conscientemente, um (ou vários) ponto(s) de vista sobre o mundo real. (VANOYE e GOLIOT-LÉTÉ, 2012, p. 57)

Ao optarmos por trabalhar com a ideia de que o super-herói se relaciona ao herói descrito no monomito, que, por sua vez, relaciona-se com a ideia de mito, consideramos que sua carga simbólica é significativa. Por conta disso, a análise fílmica a partir dos simbolismos apresentados através da linguagem cinematográfica surge como possibilidade de perceber os elementos da narrativa da jornada do herói no cinema. Como Vanoye e Goliot-Lété (2012) explicam, isso envolve estudar o roteiro e a presença de elementos ou redes simbólicas no filme. Dessa maneira, espera-se cumprir os objetivos da pesquisa proposta.

A análise dos filmes segue os pressupostos da Leitura e Análise da Imagem. Esse método foi escolhido pelo fato de que “interessa à Análise da Imagem compreender as mensagens visuais como produtos comunicacionais, especialmente aquelas inseridas em meios de comunicação de massa [...]” (COUTINHO, 2009, p. 330). Ainda de acordo com Coutinho (2009), a análise de imagem deve adotar as seguintes etapas: a leitura, a interpretação e a síntese ou conclusão final. A fase da interpretação deve ser equilibrada para não se confundir com simples opinião pessoal, ou seja, o pesquisador deve entender a “diferença entre percepção e interpretação” (COUTINHO, 2009, p. 335).

Para auxiliar o processo de diferenciar percepção e interpretação, propomos fazer a análise usando o conceito de monomito, cunhado por Joseph Campbell, como

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norte para observar o objeto. Assim, a análise será construída de maneira a relacionar os elementos do filme, percebidos a partir da leitura e análise da imagem, com os elementos da narrativa do monomito de Campbell.

Coutinho explica ainda quais elementos devem ser observados nesse tipo de análise em sua fase inicial. A autora cita o enquadramento, a perspectiva, a relação fundo/figura, a composição da imagem, a utilização da luz e cores, a relação entre os objetos representados e a fundação da mensagem visual como alguns desses elementos, que devem ser vistos pelo pesquisador de maneira que este faça a relação entre suas hipóteses e o registro visual ). Como o objetivo da pesquisa é analisar a representação do mito do herói no cinema através de filmes de super-heróis, parte-se do princípio que esses elementos simbólicos sejam o alvo da análise juntamente com a trama.

Em estudo posterior, Rincón (2006) resumiu em tabelas a jornada do herói descrita por Campbell, as quais serão utilizadas como guia para a análise da imagem, além dos pressupostos expostos por Vanoye e Goliot-Lété acerca da análise fílmica, que leva em consideração os elementos simbólicos no cinema, brevemente descritos na fundamentação desta proposta.

Apresentação e análise da jornada do herói em Thor

A seguir, analisaremos a narrativa do filme Thor, seguindo como base o roteiro de Chistopher Vogler, exposto por Rincón (2006), a partir do monomito de Joseph Campbell. Usa-se também o embasamento de Vanoye e Goliot-Lété (2012) e de Jullier e Marie (2009) com a função de destacar os elementos simbólicos que atuam como marcas para apontar os passos da Jornada do Herói. Antes, porém, é necessário explicar em linhas gerais a trama do filme.

O filme inicia com um prólogo, apresentando uma equipe de pesquisadores estudando um fenômeno climático desconhecido no Novo México. Nesses momentos iniciais, percebemos o amplo uso do plano holandês, ou desenquadramento, explicitando a mudança de perspectiva para o que virá a seguir na trama. Logo em seguida, os pesquisadores avistam um acontecimento incomum: a presença de um homem em meio a uma tempestade, o qual acaba por ser atropelado pelo carro da equipe.

A partir desse ponto, o expectador é levado à Noruega de 965 d.C e, como forma de nos inserirmos na narrativa, conta-se então uma breve história narrada por

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Odin sobre os Gigantes de Gelo que ameaçavam mergulhar o planeta Terra em uma era de gelo, com seu instrumento poderoso chamado A Caixa. Porém, com a interferência do exército asgardiano, liderado por Odin, foi travada uma batalha em que os gigantes saíram derrotados e sua fonte de poder foi tomada. Assim, após a grande guerra, os asgardianos voltaram para o seu reino e atingiram o status de divindades no universo. Thor e Loki, filhos de Odin, são então introduzidos na história de maneira a deixar claro que o primeiro sempre possuiu ímpeto para batalha, enquanto o segundo é mais comedido. Odin alerta que só um deles poderá ascender ao trono, mas que ambos nasceram para serem reis.

Posteriormente, Thor, o personagem principal da análise nos é apresentado já adulto, mostrando-se presunçoso e orgulhoso diante do evento que prestigia sua preparação à ascensão ao trono de Asgard. Este é o Primeiro Ato, por meio do qual temos contato com o Mundo Comum através da rotina do herói em seu reino, uma vez que é esse o universo familiar ao personagem. Na sequência, o rei Odin começa seu discurso para passar seu reinado ao seu filho, porém é interrompido pela invasão de Gigantes de Gelo no Cofre das Armas, que tentam recuperar a Caixa. O rei e seus filhos vão rapidamente ao cofre, onde os Gigantes são destruídos pelo robô criado por Odin, chamado O Destruidor. Thor sugere declarar guerra ao Rei dos Gigantes, Laufey, porém é repreendido pelo pai.

Enraivecido por ser contrariado pelo pai, Thor vira uma mesa do banquete real e se mostra desequilibrado. Loki entra em cena, dialogando com seu irmão, dizendo acreditar na ideologia de Thor, convencendo-o a irem, juntamente com seus amigos, até Jotunheim, o reino dos gigantes, proclamar guerra mesmo desobedecendo às ordens do ainda rei de Asgard, Odin.

Chegando a Jotunheim, Thor conversa com Laufey e exige saber como os Gigantes de Gelo entraram em seu reino. Laufrey mostra-se razoável de início, mas Thor acaba iniciando uma batalha, na qual é derrotado. Odin vem ao seu socorro e resgata seus filhos e os amigos de Thor, o que gera uma nova briga em família. A prevalência do som ambiente dá foco na entonação das vozes dos personagens, que só depois dá espaço para uma música instrumental de fundo com tom melancólico, após a última declaração de Thor, para passar uma sensação de tristeza pela situação que se segue. O plano médio se fecha nos rostos dos personagens, para dar ênfase nas expressões de ambos. Por sua arrogância e rebeldia, Odin retira os poderes e bane Thor para a Terra, como um mortal, acompanhado de seu martelo Mjölnir, agora

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protegido por um encantamento para permitir que apenas os dignos possam

empunhá-lo. Inicia-se assim o que Chistopher Vogler definiu como “Chamado à

Aventura”, pois o herói é levado a um desafio de novas proporções.

Se nos valermos da noção de herói proposta por Campbell (1990), segundo a qual existiria dois tipos de heróis, um que é empurrado para a aventura e outro que dela participa voluntariamente, podemos identificar em Thor o tipo que é levado pela força das circunstâncias e banimento do seu posto em Asgard. O herói não está mais em seu Mundo Comum, acomodado pela rotina de ser filho de um rei e liderar batalhas, mostrado antes do herói inserir-se em um novo mundo.

Logo no início do exílio de Thor na Terra, em close-up, é mostrada a reação de surpresa no rosto do herói quando este cruza seu olhar com o da pesquisadora Jane. A câmera persiste no mesmo plano e, a partir de planos que marcam ponto de vista dos dois personagens, manipula a sensação de tempo passada nesse encontro, transmitindo ao espectador o significado de que ambos terão uma ligação nessa jornada, o que se comprovará mais à frente.

Totalmente desorientado, Thor clama por seu Martelo, por seu pai e por Heimdall, guardião da ponte Bifrost, para abri-la, que funciona como uma passagem entre a Terra e o seu mundo. Este é o momento da “Recusa do Chamado”, onde o herói sente-se com medo pela situação em que se encontra, buscando pelo retorno do seu Mundo Comum, como Vogler define em sua interpretação do estudo de Campbell. Quando o herói recusa o chamado, é necessário que, em algum momento, aconteça uma nova mudança que o faça embarcar na aventura. Isso acontece quando ele é nocauteado pelo eletrochoque de Darcy, uma dos pesquisadores com quem se encontra, sendo levado desmaiado pelos pesquisadores ao hospital da cidade.

Nessa fase, o herói ingressa no novo mundo, entrando assim no estágio da “Travessia do primeiro Limiar”. É o momento em que o herói embarca realmente na aventura, ainda que vários fatores tenham sido imperativos, conforme a descrição da narrativa comprova. Na travessia do primeiro Limiar, o herói deixa seu mundo para trás, e se aventura em um mundo desconhecido.

Ao acordar em um hospital, a câmera mostra o ponto de vista do herói, levando-nos a ficar no lugar do personagem, como se olhássemos através de seus olhos, potencializando a empatia. Thor briga com os médicos que querem tirar amostras de seu sangue para exames, e depois é sedado. Posteriormente, a câmera alta mescla-se com um close-up no rosto de Thor para mostrar o personagem

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atordoado e em situação de impotência, preso por amarras que os médicos colocaram enquanto dormia. Quando o grupo de pesquisadores volta para buscá-lo, se deparam com uma ala destruída e Thor desaparecido, mas Jane o reencontra logo depois e o atropela acidentalmente novamente, marcando simbolicamente que ela está destinada a compor a trajetória do herói.

“Testes, aliados e inimigos” é o próximo estágio com que o herói se depara, quando Jane dá a Thor uma camisa que pertencia ao seu ex e quando o leva para uma lanchonete juntamente com Darcy e Erik. Percebemos que eles se tornam “Aliados” por começarem a ajudá-lo no mundo que é desconhecido ao herói. Neste momento, um homem entra comentando na lanchonete sobre uma cratera em que tinha caído um satélite pesado e difícil de erguer e que o governo rapidamente chegou e se apropriou do local. Reconhecendo as características do seu Martelo Mjölnir, Thor parte em busca do artefato que outrora lhe pertenceu.

Jane se voluntaria para levá-lo ao local, o que consolida seu papel de “Mentora” de Thor, por orientá-lo nos passos de sua jornada. Nesse momento, mostra-se a estrutura montada ao redor da cratera e, em seguida, em câmera alta se aproxima de Mjölnir, mostrando um laboratório em plena atividade. Indica-se aí o que o protagonista deverá enfrentar como “Teste”, outro dos pontos da jornada do herói de Campbell, para conseguir alcançar seu objetivo. O herói entra no laboratório e enfrenta vários seguranças até atingir seu alvo, em um plano fechado para focar nas expressões do seu rosto, e uma música instrumental de fundo que nos transmite um significado de triunfo segue em cena. Porém, ao pegar no martelo suas expressões mudam, assim como a música de fundo dá um salto para um instrumental que transmite tristeza, quando Thor faz força e não consegue puxar o martelo, o que mostra um fracasso no teste que demarca um dos pontos da jornada do herói.

Após sua frustação, ele é capturado e interrogado pelo agente Phil Coulson, que indaga quem era ele e como conseguiu derrubar os melhores agentes da organização. Thor não responde nenhuma das perguntas do interrogatório, o agente sai da sala e seu irmão Loki aparece. Nesse momento, fica evidente a figura de “Inimigo” do seu irmão, pois Loki demonstra inveja de Thor e deixa transparecer que o banimento do herói foi arquitetado por ele, frisando essa figura como outro elemento da jornada.

Quando Loki encontra-se com o irmão, mente sobre a situação de Asgard, falando que seu pai havia morrido, mas na verdade o pai deles tinha caído no sono de

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Odin. Outra mentira mencionada por Loki foi que só haveria trégua entre asgardianos e jotuns se Thor continuasse no exílio e que a mãe deles havia proibido o seu retorno. O herói acredita nas mentiras do irmão, demonstra tristeza pelo erro que cometeu pede perdão e se despede de Loki.

Na sequência, um dos seus novos “Aliados”, Erik Selvig, vai ao seu encontro para resgatá-lo do laboratório, então Selvig forja uma identidade falsa para Thor e explica para Coulson que o herói é um cientista famoso e que entrou no seu laboratório transtornado depois dos agentes terem roubado toda a sua pesquisa. O agente Phil, sabendo que é uma armação, libera Thor e Selving para que seus agentes fiquem observando secretamente os passos de Thor e seu “Aliado”. Posteriormente, Thor e Erik vão a um bar conversar e beber, com isso, o pesquisador fica embriagado, obrigando o protagonista a levá-lo até o trailer em que Jane se encontra. Thor traz Selving bêbado e o coloca numa cama. Neste momento Jane e Thor saem do trailer e começam a conversar ao redor de uma fogueira.

Aliados asgardianos de Thor partem para a Terra para levaáOlo de volta a Asgard. Todavia, o protagonista já se encontra confortável entre seus novos amigos, aceitando seu exílio. Os asgardianos contam que Odin ainda vive, e a indignação de Thor com Loki é mostrada através de um close-up no rosto do herói. Durante todo esse tempo, Loki consirara contra Thor, trazendo o robô Destruidor para a Terra.

Quando o robô aterrissa na Terra, Thor incapacitado de um embate, percebe que a única maneira de ajudar é, juntamente com Jane, Selving e Darcy, evacuar as pessoas da zona de perigo, enquanto seus amigos asgardianos enfrentam o Destruidor. Neste momento, podemos perceber que o herói demonstra mudanças em sua personalidade, preocupando-se com a segurança dos outros humanos e aceitando sua fragilidade por não conseguir manipular o martelo, já que, pelas palavras de Odin, ele não é digno de tal façanha.

Após os amigos asgardianos de Thor ficarem feridos em um confronto com o robô, o herói pede que recuem para que ele combata o Destruidor, pois enquanto ele se sentia incapaz de lutar devido a sua condição de mortal, conseguiu perceber algo que ele pudesse de fato fazer para salvar a todos. Nesse momento ocorre a “Aproximação da Caverna Oculta”. Trata-se do período em que o herói observa, planeja e se prepara para pôr o seu plano em execução.

Em plano desenquadrado e em câmera lenta, Thor joga uma espécie de escudo que o protegeria das chamas do ataque do Destruidor, mas fica totalmente

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desprotegido para lutar, assim, é evidenciado que o seu plano é a entrega da sua vida pela do povo.

Esse instante refere-se à “Provação Suprema”, instante crítico da história, no qual o herói pode morrer para depois renascer. Com uma música instrumental triste no fundo da cena, ele demonstra humildade, falando que se entregaria para que não houvesse mais mortes, pois somente ele era o culpado do confronto. O robô hesita por um momento e desfere um golpe com a mão direita em Thor, que o faz cair à distância. Jane corre desesperada ao seu encontro, mas o herói morre.

Todavia, devido a sua bravura e humildade, o martelo reconhece Thor como novamente digno e vai ao seu encontro. Então acontece a “Ressurreição” do herói: suas roupas reais voltam juntamente com o seu poder. A mudança no figurino e a adição do martelo aos seus pertences marca simbolicamente, em nível visual, esse passo da jornada do herói. Nesse momento, Thor destrói o inimigo. O protagonista recebe um beijo de Jane como forma de despedida quando ele e seus amigos planejam partir para Asgard para enfrentar Loki. Essa fase corresponde à “Recompensa”, pois o herói, após sobreviver à morte e salvar a cidade, recebe a afeição de seu interesse amoroso.

Nesse ponto, inicia-se o terceiro ato da história: o “Caminho de Volta”. Essa etapa marca a saída do mundo especial e a volta para o mundo comum, porém, as forças do mal ainda tentam impedi-lo. Quando Thor decide voltar para Asgard para derrotar seu irmão, que agora conspira com os vilões gigantes de gelo, a Bifrost não se abre porque Heimdall foi congelado com a Caixa por Loki. O herói grita para Heimdall abrir e ele seus amigos começam a ficar confusos por conta da demora, quando de repente o guardião da ponte consegue quebrar o gelo e matar os gigantes que guardavam a ponte, ficando fraco e ferido . A Bifrost é finalmente aberta e Thor e seus aliados conseguem chegar a Asgard.

O herói enfrenta novamente a “Provação Suprema” ao lutar com seu irmão, confronto este em que o herói acaba vitorioso. Após derrotar Loki, Thor mostra-se abalado com o ocorrido e, em conversa com o seu pai, reconhece que não tem sido um bom filho e que buscará um dia dar orgulho ao seu rei. O pai responde que Thor já tem dado orgulho, se tornando um homem sábio e humilde, caracterizando a fase do “Retorno com o Elixir”. Esse elixir é, para Thor, a humildade e as lições aprendidas em seu momento de exílio, completando-se, assim, a jornada do herói na narrativa de “Thor”.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pela análise exposta sobre a apresentação da Jornada do Herói no filme “Thor”, percebe-se a presença de vários dos pontos que Vogler destaca a partir da obra de Campbell. Estão no filme: mundo comum; chamado à aventura; recusa do chamado, encontro com o mentor; a travessia do primeiro Limiar; testes, aliados e inimigos; aproximação da caverna oculta; provação suprema; ressureição; recompensa; o caminho e volta; e o retorno com o elixir.

Entretanto, a análise aponta que a ordem tradicional apontada pelos autores base é modificada em alguns momentos da trama do filme. Conclui-se que as mudanças são feitas para se moldarem ao gosto do público na contemporaneidade, o que se percebe quando o filme segue convenções como o uso de close-up, desenquadramento e trilha instrumental para indicar estados emocionais dos personagens. Tenta-se assim equilibrar convenções da linguagem cinematográfica e da própria Jornada do Herói, mas tentando, ao mesmo tempo, trazer algo diferente a partir dessa reordenação dos passos do monomito.

Conclui-se que a narrativa que tem como foco o super-herói Thor segue os passos da clássica Jornada do Herói apresentada por Campbell. Percebe-se que há um paralelo entre histórias de tempos imemoriais com as narrativas que chamam a atenção do público na contemporaneidade. Aponta-se assim na direção de que essas narrativas são representativas na sociedade humana, sendo constantemente reelaboradas, mas seguindo suas linhas gerais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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