FÍSICA PARA ENGENHARIA ELÉTRICA
José Fernando Fragalli
Departamento de Física – Udesc – Joinville
CONCEITOS
DE
1. Introdução
3. A Relatividade Restrita
b. Os Postulados da Relatividade Restrita c. A Transformação de Lorentz
d. Efeitos Cinemáticos da Relatividade Restrita e. Efeitos Dinâmicos da Relatividade Restrita 2. O que é Relatividade
4. A Relatividade Geral
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Existem situações cotidianas nas quais os conceitos da
Teoria (?!) da Relatividade são utilizadas.
Uma delas é o uso do GPS – Global Positioning System
(Sistema de Posicionamento Global).
Para o seu funcionamento, o GPS usa conceitos da
Relatividade Restrita e da Relatividade Geral.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Importância da Teoria(?) da Relatividade para a Engenharia
Concepção artística da constelação de satélites GPS
Animação mostrando o funcionamento do GPS
O GPS foi proposto e desenvolvido na década de 1970
pelo Departamento de Defesa dos USA, inicialmente para fins unicamente militares.
“A missão deste programa é acertar com 5 bombas no mesmo buraco e construir um dispositivo de guiamento barato (menos do que US$10.000).”
Coronel Bradford Parkinson – Primeiro Diretor do Programa GPS
Uma brevíssima introdução histórica sobre o GPS
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Como já afirmado antes, o GPS foi criado para o uso em bombardeios.
O GPS, antes de tudo uma aplicação militar
Outro uso militar do GPS é para o posicionamento de
tropas para ataque ao inimigo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO GPS no apoio a um bombardeio aéreo GPS no apoio ao posicionamento de tropasMais tarde, interesses civis e comerciais trouxeram ao
GPS um uso mais geral.
a) Localização, mapeamento e navegação.
Aplicações civis do GPS
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje existe um vasto conjunto de aplicações civis para o GPS.
GPS no apoio a localização de pessoas
GPS no apoio ao
mapeamento de uma região
GPS no apoio a navegação
b) Aviação e emergências
Mais aplicações civis do GPS
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Seguimos mostrando outras aplicações correlatas do GPS.
GPS no apoio a aviação civil
GPS no apoio a um resgate
A principal finalidade do GPS é a de proporcionar os meios necessários de determinar a posição tridimensional
(3D) de qualquer ponto localizado no globo terrestre (ou
perto dele) a qualquer instante de tempo.
A finalidade do GPS
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO Informações fornecidas pelo GPS Posição do objeto calculada em tempo realO GPS utiliza um sistema de triangulação para determinar a posição de um objeto.
A distância calculada do objeto ao
Satélite 1 permite calcular uma posição
colocada sobre uma esfera.
O raio desta esfera é a distância
calculada do usuário ao primeiro
satélite.
Para isto são necessários 4 satélites para identificar três coordenadas espaciais e o tempo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Triangulação usando três satélites
O recurso ao Satélite 2 permite reduzir a incerteza da posição do objto a uma elipse.
Desta forma, reduz-se a incerteza na determinação da posição para qualquer ponto pertencente a esta intersecção.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Intersecção entre duas esferas
Isto é feito através da determinação da intersecção de duas esferas.
A função do Satélite 2: diminuir a incerteza da posição para a elipse resultante da intersecção das esferas 1 e 2 Como vemos, a figura resultante desta intersecção é uma elipse.
A determinação do raio do Satélite 3 intercepta a elipse anterior em dois pontos.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Intersecção entre três esferas
Como normalmente um
destes pontos se encontra
muito distante da Terra, a
posição fica automaticamente
calculada por exclusão de
partes.
A função do Satélite 3: reduzir ainda mais a incerteza da posição para a dois pontos, resultantes da intersecção das três esferas
O Satélite 4 envia ao receptor um quarto sinal que o auxilia a determinar o tempo preciso em que ocorrem as emissões.
Isto torna desnecessário que o receptor use um relógio atômico* para determinação do tempo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Determinação da posição com acurácia
O quarto satélite é também utilizado como auxiliar, para corrigir os erros de sincronização temporal dos outros satélites.
Quatro satélites enviando sinais ao receptor
Cada satélite possui uma sequência própria baseada numa fórmula que é enviada conjuntamente ao receptor.
A distância aos satélites é calculada através do tempo de propagação do sinal de rádio que é da ordem de 60 ms.
Com a tecnologia atual é possível conseguir um erro de posição no
máximo da ordem de 5 m.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Cálculo da distância do satélite ao receptor
A acurácia (precisão) desta
medida é da ordem de 1 ns, que é
obtida apenas com relógios
atômicos.
Quatro satélites fazendo a sincronização do sinal entre satélite e receptor
A indicação temporal necessária ao funcionamento do sistema requer sincronização entre satélites e receptores, além do conhecimento sobre a localização dos satélites.
Em relação á sincronização, a
temporização a bordo de um
satélite é extremamente precisa
pois são utilizados relógios
atómicos*.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Relógios atômicos
Relógio atômico de Hg+2 (íon mercúrio)
Todos os satélites estão sincronizados e enviam os seus códigos em momentos específicos.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Características de relógios atômicos
Um relógio atômico é um dispositivo que utiliza transições atômicas (decaimento de elétrons entre níveis de energia de átomos) para medir o tempo.
Cavidade onde átomos sofrem transição em um relógio atômico Relógio atômico de Cs do IFSC-USP
O sistema de coordenadas cartesianas utilizado no GPS
(USNO, 2008) é chamado Earth-Center, Earth-Fixed ou ECEF.
O ECEF utiliza coordenadas
tridimensionais XYZ para descrever
a localização do usuário ou dos satélites da constelação.
Estas coordenadas são dadas em metros.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Posicionamento em relação a um sistema de coordenadas
Para que todos possamos usar o GPS adota-se um
sistema único através de convenções internacionais.
Sistema de coordenadas adotada internacionalmente pelo GPS
Para o uso do GPS a Terra não pode ser considerada uma esfera perfeita.
Usa-se então um
elipsoide como modelo de
superfície.
Torna-se necessário adotar um modelo geométrico que
represente, simultaneamente, a superfície da Terra e que
garanta precisão na medida da posição.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
O sistema de coordenadas
Elipsoide que representa a Terra no GPS, onde se destacam o plano equatorial e o meridiano de Greenwich
O uso do elipsoide permite a conversão das coordenadas
ECEF para o sistema de coordenadas geodésico mais
utilizado.
Para aplicações globais, a
referência geodésica, ou datum,
usada para aplicações GPS é o
WGS84 - World Geodetic System 1984.
Este sistema é o LLA - Latitude, Longitude e Altitude.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Posicionamento
O posicionamento em Latitude, Longitude e Altitude é calculado com base em sistemas de coordenadas de referência que permitem a sua correta identificação.
Contudo, esses valores são afetados pelo movimento da
Terra e dos satélites.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
A necessidade de usar correções relativísticas
Satélite trocando dados com uma antena e emitindo sinal para o
receptor
Dois satélites do sistema GPS em órbita da Terra
Neste caso, sabemos que a Terra exerce um potencial gravitacional sobre o satélite.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
O efeito do potencial gravitacional
Consideremos um satélite do sistema GPS em órbita da
Terra a uma distância r medida a partir de seu centro.
Este potencial gravitacional
afeta de forma distinta os tempos medidos pelo relógio atômico e
pelo observador na Terra, tal que
torna-se necessário fazer
correções relativísticas.
Satélite do GPS em órbita não geoestacionária
Neste caso, três são os aspectos principais deste tipo de correção relativística.
a) o potencial gravitacional
faz com que o relógio
transportado se adiante em
relação a um outro na Terra.
b) este adiantamento
depende apenas da altitude em relação à Terra;
c) este é um efeito da Relatividade Geral.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Aspectos a serem considerados
Efeito do potencial gravitacional (linha verde) sobre os tempos medidos pelo
A fórmula abaixo mostra a diferença nos tempos medidos por um observador no satélite (relógio atômico)
∆
tS e pelo usuário na Terra∆
tUT. 22
1
c
r
M
G
t
t
UT S⋅
⋅
⋅
−
⋅
∆
=
∆
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃOAs diferenças nos tempos medidos no satélite e na Terra
∆tUT: intervalo de tempo medido pelo usuário na Terra
Efeito do potencial gravitacional (linha verde) sobre os tempos medidos pelo satélite e pelo observador
∆tS: intervalo de tempo medido pelo relógio atômico no satélite
Façamos uma análise simples desta fórmula. 2 2 1 c r M G t tUT S ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅ ∆ = ∆
r é a coordenada radial do observador, que neste caso é a
distância a partir do centro do objeto que cria o campo gravitacional (a Terra), que é da ordem de 40.000 km.
M é a massa do objeto que
cria o campo gravitacional,
neste caso, a Terra.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Análise deste resultado
c = 2,99792458×108 m/s: velocidade da luz no vácuo
G = 6,738480×10-11 N⋅m2/kg2: constante gravitacional
Para um satélite numa altitude orbital geoestacionária,
com r = 42.164 km, o relógio presente nela adianta-se 18,2 µs
por dia. 2
2
1
c
r
M
G
t
t
UT S⋅
⋅
⋅
−
⋅
∆
=
∆
S UTt
t
<
∆
∆
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃOExemplo da correção devido ao potencial gravitacional
Efeito do potencial gravitacional (pontos à esquerda) sobre os tempos medidos
a) a dilatação temporal faz com que o relógio transportado
pelo satélite se atrase em
relação a um outro na Terra;
b) este efeito depende
apenas da velocidade do satélite; c) este é um efeito da Relatividade Restrita.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃOO efeito da velocidade orbital do satélite
Neste caso, três são os aspectos principais deste tipo de correção relativística.
Efeito da velocidade orbital do satélite (linha vermelha) sobre os tempos medidos pelo satélite e pelo observador
A fórmula abaixo mostra a diferença nos tempos medidos por um observador no satélite (relógio atômico)
∆
tS e pelo usuário na Terra∆
tUT.CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
As diferenças nos tempos medidos no satélite e na Terra
∆tUT: intervalo de tempo medido pelo usuário na Terra
Efeito da velocidade orbital do satélite (linha vermelha) sobre os tempos medidos pelo satélite e pelo observador
∆tS: intervalo de tempo medido pelo relógio atômico no satélite 2 2
1
c
v
t
t
UT S−
∆
=
∆
2 2
1
c
v
t
t
UT S−
∆
=
∆
v é a velocidade do satélite emórbita da Terra, o qual carrega o
relógio atômico, da ordem de 3 km/s.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Análise deste resultado
Façamos uma análise simples desta fórmula.
c = 2,99792458×108 m/s: velocidade da luz no vácuo
r
M
G
v
=
⋅
G = 6,738480×10-11 N⋅m2/kg2: constante gravitacional M = 5,973332×1024 kg: massa da Terra2 2 0
1
c
v
t
t
f−
∆
=
∆
Para um satélite que orbita a Terra de forma
geoestacionária (velocidade igual a v = 3,0897 km/s (11,123
×
103km/hora) o relógio presente nela atrasa-se 7,1 µs por dia.
f
t
t
>
∆
∆
0CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃOExemplo da correção devido a velocidade do satélite
Efeito da velocidade orbital do satélite (pontos à direita) sobre os tempos medidos pelo satélite e pelo observador
a) Este efeito, conhecido como
Efeito Sagnac faz com que o relógio transportado se atrase ou se adiante em relação a um outro na Terra.
b) este é um efeito da
Relatividade Restrita.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
O efeito da rotação do satélite em torno da Terra
Neste caso, quatro são os
aspectos principais deste tipo de correção relativística.
Situação com o satélite em repouso em relação à Terra
Situação com o satélite em girando no sentido anti-horário em relação à Terra
2
2
4
c
r
t
=
⋅
π
⋅
⋅
ω
∆
d) o Efeito Sagnac depende da direção escolhida para o movimento do satélite.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
A de-sincronia entre os dois relógios
c) este efeito depende da trajetória escolhida para o movimento do satélite.
A fórmula abaixo mostra a de-sincronia
∆
t entre os dois relógios∆t: de-sincronia entre os dois relógios
Situação com o satélite em girando no sentido anti-horário em relação à Terra
ω
é a velocidade angular de rotação do satélite em órbita da Terra, da ordem de 73,3µ
rad/s.CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Análise deste resultado
Façamos uma análise simples desta fórmula.
c = 2,99792458×108 m/s:
velocidade da luz no vácuo
2
2
4
c
r
t
=
⋅
π
⋅
⋅
ω
∆
r é o raio do dispositivo usado na construção do anel de
2
2
4
c
r
t
=
⋅
π
⋅
⋅
ω
∆
Para um receptor na Terra a diferença de sincronização é de aproximadamente 0,133
µ
s.CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Exemplo da correção devido ao Efeito Sagnac
Situação com o satélite em girando no sentido anti-horário em relação à Terra, mostrando a de-sincronia entre o relógio do satélite e o do usuário
As principais fontes de erro associadas ao
funcionamento do GPS são apontadas abaixo.
b) erros de órbita do satélite, da ordem de alguns
metros;
a) imprecisão da medida de tempo pelo relógio atômico do satélite, da ordem de 1 ns;
c) atraso do sinal na troposfera e na ionosfera;
d) erros devido a recepção de mais de um sinal pela mesma fonte (multipercursos).
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
1. Introdução
3. A Relatividade Restrita
b. Os Postulados da Relatividade Restrita c. A Transformação de Lorentz
d. Efeitos Cinemáticos da Relatividade Restrita e. Efeitos Dinâmicos da Relatividade Restrita 2. O que é Relatividade
4. A Relatividade Geral
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Na Mecânica Clássica as leis básicas da Mecânica assumem sua forma mais simples nos referenciais inerciais.
Dois referenciais inerciais, um em repouso, outro se movendo com velocidade constante se relacionam através da
Transformação de Galileu.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
Relatividade na Mecânica Clássica
Se o referencial
Σ
’ se move em relação aΣ
comvelocidade constante V, e as origens O e O’ dos dois
referenciais coincidem no instante t = 0, temos que:
Como vemos, na Transformação de Galileu o tempo é a grandeza absoluta!!!
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
t t t z t z t y t y t v t x t x = = = ⋅ − = ' ' ' ' Na Transformação deGalileu fazemos a descrição do movimento entre dois referenciais inerciais.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
A Transformação de Galileu
1) Composição de velocidades
( )
'
'
'
dt
dx
t
v
=
( )
(
x
V
t
)
dt
d
t
v
'
=
−
⋅
( ) ( )
t
v
t
V
v
'
=
−
⇒
⇓
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADEConsequências cinemáticas da Transformação de Galileu
Usamos a Transformação de Galileu para determinar a
velocidade relativa entre dois referenciais inerciais.
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
t t t z t z t y t y t v t x t x = = = ⋅ − = ' ' ' ' Movimento segundo dois referenciais inerciais2) Composição de acelerações
( )
'
'
'
dt
dv
t
a
=
( )
(
v
V
)
dt
d
t
a
'
=
−
( ) ( )
t
a
t
a
'
=
⇒
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADEOutra consequências cinemáticas da TG
Usamos a Transformação de Galileu para determinar a
aceleração relativa entre dois referenciais inerciais.
O mesmo movimento visto em dois referenciais distintos
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
t t t z t z t y t y t v t x t x = = = ⋅ − = ' ' ' '⇓
Logo, a lei básica da Dinâmica (2a Lei de Newton) não se
altera quando descrevemos o movimento em dois
referenciais inerciais!!!
'
'
'
m
a
F
=
⋅
( ) ( )
t
a
t
a
'
=
m
m
'
=
⇒
F
'
=
F
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADEConsequências dinâmicas da Transformação de Galileu
Usamos a Transformação de Galileu para determinar a
força que sofre um corpo, descrita segundo dois referenciais inerciais.
Pêndulo visto por dois referenciais
Não existe sistema de referência absoluto pelo qual todos os outros movimentos possam ser medidos.
Assim, em um
referencial inercial é
impossível determinar se
um corpo está em repouso ou em movimento.
Este corpo continua
em movimento uniforme a menos que sofra ação de alguma força.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
Princípio da Relatividade de Galileu
Ilustração do Princípio da Relatividade de Galileu
À época de Galileu, experiências feitas sob convés de um navio com as escotilhas fechadas, mostraram que elas eram incapazes de serem distinguidas se o navio estivesse
ancorado ou em MRU – Movimento Retilíneo Uniforme).
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
Evidências experimentais do Princípio de Galileu
Este mesmo comportamento pode ser observado hoje em dia com o movimento de um automóvel com janelas fechadas.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
Evidências experimentais do Princípio de Galileu
Repouso de uma bola vista tanto por um observador fora quanto por outro dentro do carro (A)
O Princípio da Relatividade de Galileu deixa de valer para referenciais não-inerciais. No referencial não-inercial
a
m
F
F
INr
r
r
⋅
=
+
'
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADEReferenciais não inerciais
Nestes casos, devemos acrescentar uma outra força, não
presente no referencial inercial, a qual chamamos
O primeiro exemplo de força de inércia é a chamada
força centrífuga observada quando o corpo se encontra em
um referencial em movimento circular.
Uma bola colocada solta num carrossel que está girando será ejetada, se a rotação for suficiente para vencer a força de atrito da bola com a superfície.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
Exemplos de forças fictícias
Carrossel em movimento circular com uma bola sendo ejetada dele
Outro exemplo de força fictícia é aquela que um corpo sente quando um elevador é posto em movimento com uma dada aceleração, a chamada “força de elevador”.
Se colocarmos uma
balança dentro de um elevador
e a usarmos para medir a
massa de uma pessoa, haverá diferença, se o elevador estiver acelerado, quando ele estiver subindo ou descendo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
Mais exemplos de forças fictícias
Alteração na marcação da força peso de uma pessoa em um elevador acelerado.
Por fim, temos a chamada força de Coriolis associada a um referencial em rotação.
Em um referencial
em rotação uniforme,
os corpos em
movimento, vistos por
um observador no mesmo referencial, aparecem sujeitos a uma força perpendicular à direção do seu movimento.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADEUm último exemplo de forças fictícias
Formação de ciclones no hemisfério norte (acima) e no
Enquanto trabalhamos com corpos materiais não há
qualquer problema em utilizarmos a Transformação de
Galileu.
Problemas começam a aparecer quando analisamos o
movimento da luz.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
O comportamento da luz
Qual é a velocidade da luz emitida por um trem em movimento?
Como sabemos, a luz se
propaga, no vácuo, com
velocidade c.
c = 2,99792458×108 m/s:
Vamos aplicar a Transformação de Galileu (TG) para determinar a velocidade da luz c’ em um referencial inercial
Σ
’ em MRU com velocidade V em relação a outroΣ
.Isto significa que segundo a TG, a
velocidade da luz poderia variar com a direção de propagação.
V
c
c
'
=
−
c
'
≠
c
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADEO comportamento da luz segundo a TG
Admitindo como verdadeiro o Princípio da Relatividade de Galileu, a validade das Equações de Maxwell estaria restrita então a um referencial inercial privilegiado.
c
c
'
=
Porém, segundo a Eletrodinâmica Clássica a velocidade
da luz é a mesma em todas as direções.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
A luz e a Eletrodinâmica Clássica
Esta afirmação decorre da
obediência da luz em relação às
Equações de Maxwell, uma vez que, como sabemos a luz é uma onda eletromagnética.
Logo, parece existir uma aparente ambiguidade entre as
Leis de Newton (que obedecem a Transformação de Galileu)
e as Equações de Maxwell (que formam a base da
Eletrodinâmica).
Ambas parecem não poder ser validas simultaneamente em qualquer referencial inercial.
Uma consequência importante para a Física Teórica é que
apenas uma destas grandes teorias deve valer para qualquer tipo de referencial.
Qual delas a Física Teórica deve escolher?
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
2. O QUE É RELATIVIDADE
1. Introdução
3. A Relatividade Restrita
b. Os Postulados da Relatividade Restrita c. A Transformação de Lorentz
d. Efeitos Cinemáticos da Relatividade Restrita e. Efeitos Dinâmicos da Relatividade Restrita 2. O que é Relatividade
4. A Relatividade Geral
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Para isto, utilizou-se o movimento da Terra em relação ao
éter* juntamente com o Princípio da
Relatividade de Galileu de
composição de velocidades.
Será possível projetar um experimento no qual esta ambiguidade possa ser levantada?
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Um experimento para solucionar este problema
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
A resposta para esta pergunta é SIM! A ideia central é
usar princípios de interferência para testar a velocidade da luz em dois referenciais distintos.
Princípio básico do experimento projetado
Numa série de experiências realizadas entre 1881 e 1887,
Michelson e Morley procuraram detectar esses desvios
(muito pequenos) usando o interferômetro de Michelson.
A velocidade da luz na Terra relativa ao éter deveria ser diferente em direções diferentes.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
O conceito de éter 3. A RELATIVIDADE RESTRITA Montagem do interferômetro de Michelson1. Introdução
3. A Relatividade Restrita
b. Os Postulados da Relatividade Restrita c. A Transformação de Lorentz
d. Efeitos Cinemáticos da Relatividade Restrita e. Efeitos Dinâmicos da Relatividade Restrita 2. O que é Relatividade
4. A Relatividade Geral
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
O experimento de Michelson-Morley
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
Em 1887, Albert Michelson (1852-1931) e Edward Williams Morley (1838-1923) projetaram um experimento no qual pretendiam detectar o movimento relativo da Terra através do éter (considerado em estado estacionário).
Michelson em seu laboratório com um
interferômetro
Fotografia de Edward Morley
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
O experimento de Michelson-Morley
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
O interferômetro de Michelson-Morley e seus inventores
Abaixo vemos uma montagem
parcial do interferômetro de
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Detalhes experimentais
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
Um interferômetro Michelson de “braços” intermediários
Abaixo vemos uma montagem parcial do interferômetro de Michelson original.
Nesta fotografia
vemos apenas os braços
intermediários do
interferômetro.
O comprimento dos braços do interferômetro é da ordem de 11 m!!!
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Detalhes experimentais 3. A RELATIVIDADE RESTRITA Formação do padrão de interferência no interferômetro deMichelsonUm interferômetro Michelson de “braços” intermediários
Foram medidos padrões de interferência em duas
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Detalhes experimentais
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
O experimento de Michelson-Morley O interferômetro de Michelson-Morley e seus inventores
Foram medidos padrões de interferência em duas situações distintas: a) na primavera b) no outono
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Detalhes experimentais 3. A RELATIVIDADE RESTRITAPosição da Terra no outono e na primavera em relação ao
Esperava-se alterações no padrão de interferência de uma medida para outra, devido ao movimento da Terra em relação ao éter.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Detalhes experimentais
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
Mais um arranjo experimental do interferômetro de Michelson
É possível calcular a variação da fase das franjas de interferência com o interferômetro posicionado em duas direções ortogonais entre si.
l1 e l2 ⇒ comprimento dos braços do interferômetro
λ ⇒ comprimento de onda da luz
utilizada (luz de lâmpada de Na).
v ⇒ velocidade de translação da Terra em relação ao éter.
(
)
− − − ⋅ + ⋅ = ∆ 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 2 c v c v l l λ δπ
δ
=
∆
⇒
Franjatoma o lugar daclara franja escura.CONCEITOS DE RELATIVIDADE
O resultado esperado pelo Princípio de Galileu
Como a velocidade de translação da Terra é igual a 29,8 km/s, podemos usar a aproximação v << c, e assim obtemos o resultado mostrado abaixo.
l1 = l2 = 11 m λ = 590 nm
v/c = 10-4
À época, a precisão experimental para esta medida era
0,01.
(
)
2 2 1
⋅
+
=
∆
c
v
l
l
λ
δ
∆
δ
PG=
0
,
4
0
=
∆
δ
EXPAssim, a variação de fase das franjas, caso ocorresse, era possível de ser detectada.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Resultados obtidos por Michelson e Morley
A experiência foi repetida muitas vezes, com diferentes orientações da montagem.
Assim as Equações de Maxwell são corretas e nesse caso a mecânica newtoniana e as Transformações de Galileu não podem estar corretas.
Deste experimento concluímos que a hipótese de um éter estacionário estava incorreta.
Também é possível concluir que a velocidade da luz não depende do referencial onde ela é medida.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Conclusões possíveis dos resultados obtidos
1. Introdução
3. A Relatividade Restrita
b. Os Postulados da Relatividade Restrita c. A Transformação de Lorentz
d. Efeitos Cinemáticos da Relatividade Restrita e. Efeitos Dinâmicos da Relatividade Restrita 2. O que é Relatividade
4. A Relatividade Geral
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Primeiro passo: formular princípios que estejam de acordo com os resultados experimentais.
1. As leis físicas são as mesmas em todos os referenciais inerciais.
2. A velocidade da luz no vácuo é a mesma em todos os referenciais inerciais e é independente da velocidade da fonte.
Estes princípios são os Postulados da Relatividade Restrita, descritos abaixo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
O que fazer diante destas evidências experimentais
Esses dois princípios, porém, são incompatíveis com a mecânica newtoniana tornando necessário modificá-la.
As modificações necessárias, tomando os dois
postulados como pontos de partida, foram propostas por
Albert Einstein em 1905.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Consequências dos Postulados da Relatividade Restrita
Um evento 1 ocorre no ponto C no instante t1, sendo
marcado pela emissão de um sinal luminoso que parte de B
em um dado instante.
Outro evento 2 ocorre também no
ponto C no instante t2, sendo marcado
pela emissão de um sinal luminoso
que parte de A.
Observe que na figura acima os relógios no ponto A e no
ponto B estão marcando o mesmo tempo, isto é, estão
sincronizados.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
O conceito de simultaneidade
Dizemos que o evento 1 e o evento 2 são simultâneos (t1 = t2) quanto o ponto de encontro dos dois sinais
luminosos é o ponto médio do
segmento AB.
Essa definição implica
imediatamente que a simultaneidade
de eventos distintos não tem caráter absoluto.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
O conceito de simultaneidade
Dois eventos simultâneos num particular referencial S
podem não ser simultâneos noutro referencial inercial S’ que se move em relação a S em Movimento Retilíneo Uniforme.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
A relatividade da simultaneidade
1. Introdução
3. A Relatividade Restrita
b. Os Postulados da Relatividade Restrita c. A Transformação de Lorentz
d. Efeitos Cinemáticos da Relatividade Restrita e. Efeitos Dinâmicos da Relatividade Restrita 2. O que é Relatividade
4. A Relatividade Geral
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
A transformação correta deve satisfazer as condições descritas a seguir.
a) o conceito de simultaneidade de Einstein;
b) um MRU em ralação a S também deve ser MRU em
relação a S’;
c) para V = 0, onde V é a velocidade de S’ em relação a S, a transformação deve reduzir-se à identidade;
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
e) Ser uma transformação linear.
d) Se um sinal luminoso é enviado do ponto O = O’ no
tempo t = t’ = 0, a sua frente de onda deve propagar-se com velocidade c em ambos os referenciais, tal que o conjunto de equações abaixo seja satisfeito.
( )
20
2 2 2+
+
−
⋅
=
t
c
z
y
x
⇔
x
'
2+
y
'
2+
z
'
2−
( )
c
⋅
t
'
2=
0
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA(
)
⋅
−
=
=
=
⋅
−
⋅
=
2'
'
'
'
c
x
V
t
t
z
z
y
y
t
V
x
x
γ
( )
2 21
1
c
V
V
−
=
γ
O tempo não é mais absoluto,
depende do referencial!!!
c
c
'
=
t
'
≠
t
Após uma exaustiva manipulação matemática, Lorentz
obteve o resultado mostrado abaixo.
γ ⇒ fator de
Lorentz
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
1. Introdução
3. A Relatividade Restrita
b. Os Postulados da Relatividade Restrita c. A Transformação de Lorentz
d. Efeitos Cinemáticos da Relatividade Restrita e. Efeitos Dinâmicos da Relatividade Restrita 2. O que é Relatividade
4. A Relatividade Geral
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Dois observadores, um em repouso e outro em um referencial em MRU medem o tempo de forma diferente!!!
c
D
t
M=
⋅
∆
2
M Jt
c
D
t
=
⋅
⋅
=
⋅
∆
∆
γ
2
γ
O tempo passa mais lentamente para um observador em movimento!!!
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
M J
t
t
=
⋅
∆
∆
γ
( )
1
1
1
2 2≥
−
=
c
V
V
γ
M
J
t
t
≥
∆
∆
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITADois observadores, um em repouso e outro em um
referencial em MRU medem comprimentos de forma
diferente!!!
γ
S S SL
c
V
L
L
=
∆
⋅
−
=
∆
∆
'1
22CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA A contração espacial( )
1 1 1 2 2 ≥ − = c V Vγ
γ
S SL
L
=
∆
∆
' S SL
L
≤
∆
∆
'CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITAA velocidade instantânea v’(t’) do corpo em S’ tem as componentes dadas por:
'
'
'dt
r
d
v
Sr
r
=
⋅
−
−
=
2 '1
c
V
v
V
v
v
x x x
⋅
−
⋅
=
2 '1
c
V
v
v
v
x y yγ
⋅
−
⋅
=
2 '1
c
V
v
v
v
x z zγ
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA1. Introdução
3. A Relatividade Restrita
b. Os Postulados da Relatividade Restrita c. A Transformação de Lorentz
d. Efeitos Cinemáticos da Relatividade Restrita e. Efeitos Dinâmicos da Relatividade Restrita 2. O que é Relatividade
4. A Relatividade Geral
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Após substituir a cinemática newtoniana é preciso
reformular a dinâmica newtoniana para que seja compatível
com a nova cinemática.
Na mecânica newtoniana, admitem-se forças de
interação entre partículas.
Estas forças ficam inteiramente determinadas pelas suas posições instantâneas.
Como exemplo temos a gravitação, dada pela lei de Newton da gravitação universal.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
Por outro lado, podemos admitir as forças eletromagnéticas cuja formulação é compatível com a relatividade.
Tais forças são inadmissíveis na mecânica relativística.
O conceito de posições simultâneas das partículas de
um sistema depende do referencial.
A velocidade limite de propagação das interações é c.
Lembremos que no vácuo a velocidade de propagação das interações eletromagnéticas é c.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
Um outro tipo de interação que podemos admitir são forças de contato.
Estas forças podem ser idealizadas como atuando apenas no instante e no ponto de contato, sendo portanto compatíveis com a relatividade.
Tais forças atuam apenas quanto duas partículas entram em contato numa colisão.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
Nesta equação m0 é a massa de repouso do corpo,
quando sua velocidade é
nula.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
A massa relativística
A massa m apesar de continuar sendo um escalar, não é
mais necessariamente invariável, e depende da velocidade do corpo, como mostrado abaixo.
( )
2
2
0
1
c
v
m
v
m
−
=
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
O comportamento da massa com a velocidade
Abaixo mostramos o gráfico da massa do corpo em função de sua velocidade.
É fácil ver que quanto maior a velocidade, maior é a inércia do corpo.
( )
2 2 01
c
v
m
v
m
−
=
Na mecânica relativística o momento linear também é proporcional a velocidade do corpo v e da sua massa m.
Mas, como vimos, a massa m apesar de continuar sendo
um escalar, não é mais invariável, e depende da velocidade do corpo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
O momento linear relativístico
( ) ( )
v
m
v
v
No limite de baixas velocidades, devemos obter a mecânica não-relativística (newtoniana).
Logo, com m0 sendo a massa de repouso, a expressão
relativística do momento deve é dada como mostrado abaixo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
O momento linear relativístico
( )
v
v
m
p
=
⋅
γ
: fator de Lorentz 2 2 01
c
v
v
m
p
−
⋅
=
⇒
v
m
p
=
γ
⋅
0⋅
⇒
2 2 1 1 c v − =γ
A partir do Teorema Trabalho-Energia obtemos o resultado mostrado abaixo.
2
2
2
0
1
c
v
c
m
E
−
⋅
=
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA A energia relativísticaT
W
=
∆
⇒
2
c
m
E
=
⋅
⇐
Por sua vez, mesmo na Relatividade Restrita, a energia cinética de um corpo deve se anular quando sua velocidade é nula.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
A energia cinética relativística
Ao impor esta condição,
obtemos o resultado
mostrado ao lado para a
energia cinética K de um
corpo com velocidade v.
−
−
⋅
⋅
=
1
1
1
2 2 2 0c
v
c
m
K
É fácil verificar que
Podemos escrever a energia do corpo E em termos de sua massa m e momento linear p.
No caso da luz, quando
temos m = 0, obtemos o
resultado abaixo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
Relação entre energia e momento linear relativísticos
c
p
E
=
⋅
2 2 4 2c
p
c
m
E
=
⋅
+
⋅
Momento máximo que um próton pode ser acelerado:
v/c AGS/BNL 11,6 Gev/c 0.9963 SPS / CERN 450 Gev/c 0.99999753 Tevatron / Fermilab 3000Gev/c 0.999999944
RHIC / BNL 100 Gev/c 0.99995 LHC / CERN 1,5 Gev/c 0,832
Pelletron 0,016 Gev/c 0,016
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
3. A RELATIVIDADE RESTRITA
Exemplos de velocidades de partículas em aceleradores
Abaixo mostramos a energia e a razão v/c para partículas de alguns aceleradores lineares do mundo.
1. Introdução
3. A Relatividade Restrita
b. Os Postulados da Relatividade Restrita c. A Transformação de Lorentz
d. Efeitos Cinemáticos da Relatividade Restrita e. Efeitos Dinâmicos da Relatividade Restrita 2. O que é Relatividade
4. A Relatividade Geral
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
Segundo Newton, a força gravitacional propaga-se instantaneamente (velocidade infinita).
Segundo a Relatividade
Restrita, a maior velocidade de propagação de qualquer sinal é a velocidade da luz c.
Logo, é necessário conciliar a Gravitação e a Relatividade Restrita.
Como consequência, em 1915 Albert Einstein
formulou a Relatividade Geral.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
8. A RELATIVIDADE GERAL
Apresentamos abaixo os principais pressupostos da
Relatividade Geral.
a) Não há força gravitacional.
d) A curvatura determina o
movimento da matéria e da luz.
b) A gravitação ocorre devido à curvatura do espaço.
c) A presença de matéria causa a curvatura do espaço.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
8. A RELATIVIDADE GERAL
Lembremos que na Geometria Euclidiana a soma dos ângulos internos de um triângulo é 180
°
.Já na Geometria Riemanniana (dos
espaços curvos) a soma pode ser maior ou menor do que 180
°
.Se a curvatura é positiva temos a soma dos ângulos maior do que 180
°
.CONCEITOS DE RELATIVIDADE
8. A RELATIVIDADE GERAL
O espaço curvo
Já se a curvatura é negativa temos a
O espaço-tempo é um espaço de Riemann de 4 dimensões e uma métrica.
Métrica é a grandeza
utilizada para medir intervalos no espaço-tempo.
Partículas movem-se em geodésicas no espaço-tempo.
Apenas a título de
curiosidade, mostramos ao lado a Equação de Einstein para a Relatividade Geral.
ν
µ
µν
dx
dx
g
ds
2=
⋅
⋅
ik ik ik ikT
c
g
R
g
R
−
⋅
⋅
−
Λ
⋅
=
2⋅
2
1
κ
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
8. A RELATIVIDADE GERAL A geometria do espaço-tempoDescreveremos alguns dos efeitos já observados no Universo, que são decorrentes da da Relatividade Geral.
A curvatura do espaço-tempo
distorce o caminho dos raios de luz.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
8. A RELATIVIDADE GERAL
Efeitos da Relatividade Geral observados
O primeiro destes efeitos é
conhecido como lentes gravitacionais.
Como consequência, a luz pode ser focalizada a partir dos efeitos de corpos muito massivos
Outro efeito bastante conhecido são os buracos negros. A Relatividade Geral prevê que o
campo gravitacional de um buraco
negro gere curvaturas acentuadas no espaço-tempo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
8. A RELATIVIDADE GERAL
Um efeito associado aos buracos negros é a chamada radiação de Hawking.
Esta radiação térmica é aquela emitida pelos buracos negros devido a flutuações quânticas.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
8. A RELATIVIDADE GERAL
As ondas gravitacionais são aquelas que transmitem energia por meio da deformação do espaço-tempo.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
8. A RELATIVIDADE GERAL
Efeitos da Relatividade Geral observados
Outro efeito da Relatividade Geral são as ondas
Apenas a Relatividade Geral explica os resultados obtidos que indicam que o Universo está em expansão.
Uma consequência do Universo em expansão é a existência do Big-Bang.
CONCEITOS DE RELATIVIDADE
8. A RELATIVIDADE GERAL