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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS CCV

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Academic year: 2021

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(1)

Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

PARECER

A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 01

A questão 01 solicita que o candidato relacione o texto lido aos efeitos gerados no público-alvo de textos pertencentes ao gênero crônica: leitores de jornal/revista e/ou leitores de coletâneas de crônicas. Esse público é caracteristicamente composto por leitores letrados, com certo nível sociocultural decorrente, em boa parte, da condição socioeconômica.

Ao ler a crônica, um dos efeitos gerados nesse leitor é “a reflexão sobre a injustiça decorrente da desigualdade socioeconômica” (alternativa D). Essa reflexão decorre da posição de que aqueles que “não têm nada nem ninguém a seu favor” (linha 18) e que, como o arquétipo José Júnior, são pobres (linhas 33-34) são os que verdadeiramente têm motivo para se sentir desesperados. Ao trazer à baila essa discussão, o enunciador pretende firmar um entendimento sobre o sofrimento imposto aos despossuídos. Esse entendimento deve, em alguma medida, sensibilizar o público leitor, o qual, como já dito, não inclui, em seu perfil prototípico, os despossuídos de que trata o texto.

Não procede considerar como correta a alternativa A. O efeito pretendido não é “o reconhecimento de um semelhante na pessoa de José Júnior”. Em primeiro lugar, a caracterização do arquétipo José Júnior (linhas 24-25; 33-34) não condiz, como já se disse, com o perfil do público-alvo selecionado. Em segundo lugar, o enunciador deixa claro que o verdadeiro desespero é o daqueles que sofrem a exploração dos outros devido a sua condição de pobreza, o que fica patente no excerto “A esses [os que não têm nada nem ninguém], que chegaram ao limite das forças, acuados a um canto pela matilha, [...] é que a pergunta de Carlos Drummond de Andrade deve ser feita [...]” (linhas 19-21). Afirmar que há o reconhecimento de um semelhante na pessoa de José Júnior porque o texto diz que todos os homens passam por momentos de desespero denota uma leitura incompleta, pois, de acordo com o posicionamento central, o desespero é valorado diferentemente, em virtude das diferenças socioeconômicas. Há sofrimentos bastante diferenciados, de modo que o sofrimento vivido por José Júnior não é semelhante ao do leitor a que o texto é direcionado.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS – CCV

Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

PARECER

A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 02

A questão 02 demanda que o candidato reconheça o posicionamento do enunciador face ao sentido do verso do poema de Drummond – “E agora, José?”. Ainda que o enunciador revele que, ao longo de toda sua vida, encontrou-se numa situação de desespero em que o verso caberia como ilustração, sua posição definitiva sobre o sentido do verso é a seguinte: “Grande, porém, é o poder da poesia para que aconteça, como juro que acontece, que esta pergunta simples [o verso] aja como um tônico, um golpe de espora, e não seja, como poderia ser, tentação, o começo da interminável ladainha que é a piedade por nós próprios” (linhas 08-11).

Revelar que o verso age como um tônico, nesse contexto, equivale a dizer que ele evita que o sujeito inicie um processo destrutivo de autopiedade. Logo, o verso, para o enunciador, “atua na superação do sofrimento” (alternativa E).

As demais alternativas são falsas pelos motivos elencados a seguir.

 Alternativa A – o verso beira a incompreensão. Falsa, pois o enunciador explica, ao longo do parágrafo, os sentidos que o verso pode assumir; logo, ele é compreensível.

 Alternativa B – instala o conflito irresolvível. Falsa, pois, como se vê, o verso age como um tônico; logo, o conflito é resolvível.

 Alternativa C – trata o passado como remorso. Falsa, pois é dito que o verso acompanha o enunciador por toda a vida, mas não se diz que, no passado, ele remeteria a remorso.

 Alternativa D – torna-se verdadeiro na idade adulta. Falsa, pois, como já se disse, o verso acompanha o enunciador por toda a vida.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

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Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

PARECER

A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 03

A questão 03 versa sobre as relações adversativas construídas pelo texto. Importa, neste caso, compreender que essas relações são discursivas, no sentido de que não se limitam à ocorrência em orações coordenadas. Deste modo, a prova de língua portuguesa fortalece o entendimento de que o aprendizado de língua materna não se limita à memorização de estruturas gramaticais descontextualizadas.

O esquema argumentativo construído em torno das relações adversativas, nos três primeiros parágrafos, não se limita às orações que aí se encontram; na verdade, referem-se, primordialmente, às ideias que são contrapostas pelos conectivos. Desse modo, temos o seguinte esquema:

Ideia I

Muitas vezes, sentimo-nos completamente perdidos

(a ideia é depreendida do conjunto de períodos presentes antes do conectivo)

“porém” (linha 08) Ideia II

O poder da poesia evita que nos sintamos completamente desgraçados

(a ideia é depreendida do período que segue o conectivo) Ideia III

O poder da poesia evita que nos sintamos completamente desgraçados

(essa ideia vinha prevalecendo até o momento)

“Em todo o caso” (linha 12) Ideia IV

Muitas vezes, sentimo-nos completamente perdidos

(a ideia retorna após o conectivo, sendo categorizada, a partir dos períodos do segundo parágrafo, como o “fundo do poço” (linha 15)) Ideia V

Muitas vezes, sentimo-nos completamente perdidos

(a ideia aparece como prevalente, em decorrência da argumentação do parágrafo anterior)

“Mas” (linha 16) Ideia VI

Existem pessoas que sofrem tanto ou mais do que nós (a ideia resulta da compreensão sobre os períodos que seguem o conectivo)

Pelo exposto, é correto concluir que a assertiva “Muitas vezes, sentimo-nos completamente perdidos” equivale, no esquema argumentativo do texto, às ideias I, IV e V (alternativa D). Não cabe a alegação de que a questão está confusa se considerarmos que o usuário da língua que compreende as relações textuais como relações de coerência (o que implica reconhecer, entre outros aspectos, as generalizações implícitas decorrentes da construção textual) estará apto a encontrar a alternativa correta.

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Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

(5)

Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

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A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 04

A questão 04 solicita que o candidato reconheça o efeito de sentido possibilitado pelo uso do vocábulo “talvez” nos excertos “talvez o apedrejem de longe” (linhas 26-27) e “ou talvez não” (linha 28). O parágrafo em que os excertos aparecem é o seguinte:

“Precisamente um desses casos me mostra que já falei demasiado de mim. Um outro José está diante da mesa onde escrevo. Não tem rosto, é um vulto apenas, uma superfície que treme como uma dor contínua. Sei que se chama José Júnior, sem mais riqueza de apelidos e genealogias, e vive em São Jorge da Beira. É novo, embriaga-se, e tratam-no como se fosse uma espécie de bobo. Divertem-se à sua custa alguns adultos, e as crianças fazem-lhe assuadas, talvez o apedrejem de longe. E se isto não fizeram, empurraram-no com aquela súbita crueldade das crianças, ao mesmo tempo feroz e covarde, e o José Júnior, perdido de bêbedo, caiu e partiu uma perna, ou talvez não, e foi para o hospital. Mísero corpo, alma pobre, orgulho ausente – ‘E agora, José?’” (linhas 22-29).

A alternativa correta é a A, pois, no contexto em que aparece, o vocábulo indica que o enunciador “ainda está delineando a caracterização da cena que acabou de criar”, ou seja, ainda não tem completa certeza sobre a cena. É possível saber que se trata, de acordo com o contexto, de uma cena que está sendo criada naquele momento a partir das informações de que José Júnior “é um vulto apenas, uma superfície que treme como uma dor contínua” (linhas 23-24). Isso denota que a figura de quem o enunciador fala ainda está sendo construída; consequentemente, a cena em que essa figura aparece também está sendo construída, de modo que sobre tal cena ainda paira certa incerteza.

Interessa salientar que as ações sobre as quais o enunciador não tem certeza são secundárias no parágrafo em análise, em virtude de atuarem como ilustração para a ideia central de que as pessoas se divertem à custa de José Júnior. Isso, contudo, não torna verdadeira a alternativa E – o enunciador “considera que as ações mencionadas ocupam papel secundário na cena narrada”. Se, por um lado, como dissemos, as cenas são secundárias, por outro lado, o caráter secundário de tais cenas não decorre do uso do vocábulo “talvez”. Tanto é secundária a ação de “apedrejar de longe” quanto a de “fazer assuadas”; tanto é secundária a ação de “partir uma perna” quanto a de “não partir uma perna”. Ou seja, não é o uso de “talvez” que torna as ações secundárias, mas o fato de elas (as iniciadas por “talvez” e as outras) ocuparem o papel de ilustração de uma informação mais geral.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS – CCV

Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

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A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 05

A questão 05 demanda que o candidato identifique uma das cadeias coesivas do texto, ou seja, um conjunto de expressões que se referem a um mesmo objeto de discurso. O termo indicado no comando é a expressão sublinhada em “do gozo infinito que é para os homens esmagarem outros homens” (linha 31).

Fica claro que a expressão em destaque se refere às pessoas que exploram, violentam e humilham as outras. Esse mesmo grupo, no plano conotativo, é referido pelas expressões destacadas nos excertos a seguir:

 “A esses [os que não têm nada nem ninguém], que chegaram ao limite das forças, acuados a um canto pela matilha, sem coragem para o último ainda que mortal arranco” (linhas 19-20); nesse caso, a “matilha” equivale aos homens que “acuam” os que não têm nada nem ninguém;

“Nem todas as terras de Portugal se podem gabar de dispor de um alvo humano para darem livre expansão a ferocidades ocultas” (linhas 36-37); nesse caso, “terras de Portugal” refere-se não a um local geográfico, mas às pessoas que habitam este local e que podem dar “livre expansão a ferocidades ocultas”.

Está correta, portanto, a alternativa C. As demais são falsas, em virtude de pelo menos um dos dois elementos não remeter à ideia de “pessoas que exploram, violentam e humilham as outras”. Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

(7)

Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

PARECER

A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 06

A questão 06 demanda que o candidato reconheça os antecedentes de dois pronomes presentes nos seguintes excertos:

“há situações de tal modo absurdas (ou que o pareceriam vinte e quatro horas antes), que não se pode censurar a ninguém um instante de desconforto total” (linhas 12-13);

“Mas outros Josés andam pelo mundo, não o esqueçamos nunca” (linha 16).

No primeiro excerto, o pronome atua como predicativo do sujeito, complementando o verbo “parecer”. Colocando a oração na ordem canônica, tem-se a seguinte construção: “algumas situações pareceriam absurdas vinte e quatro horas antes”. O pronome substitui, portanto, um adjetivo.

No segundo excerto, o pronome atua como complemento direto do verbo “esquecer”. Colocando a oração na ordem canônica, tem-se a seguinte construção: “que nós não esqueçamos nunca que outros Josés andam pelo mundo”. Cabe aqui comentar que o pronome não retoma a expressão “outros Josés”, pois, se assim o fosse, o referido pronome deveria ser flexionado no plural: “não os [os outros Josés] esqueçamos nunca”.

Está correta, portanto, a alternativa B.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

(8)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS – CCV

Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

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A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 07

A questão 07 demanda que o candidato reconheça a função semântico-discursiva da partícula “é que” no seguinte parágrafo:

“Mas outros Josés andam pelo mundo, não o esqueçamos nunca. A eles também sucedem casos, desencontros, acidentes, agressões, de que saem às vezes vencedores, às vezes vencidos. Alguns não têm nada nem ninguém a seu favor, e esses são, afinal, os que tornam insignificantes e fúteis as nossas penas. A esses, que chegaram ao limite das forças, acuados a um canto pela matilha, sem coragem para o último ainda que mortal arranco, é que a pergunta de Carlos Drummond de Andrade deve ser feita, como um derradeiro apelo ao orgulho de ser homem: ‘E agora, José?’” (linhas 16-21).

A rigor, a partícula em destaque não apresenta função morfossintática, podendo ser retirada sem prejudicar a estrutura organizacional do período em que se encontra. Logo, não cabe considerar que a partícula está sendo usada para reforçar que o parágrafo em análise estabelece uma relação de causa e consequência, pois, se assim o fosse, a partícula exerceria função morfossintática (de conjunção integrante) no período. São falsas, portanto, as alternativas A e E.

Não se quer implicar, com isso, que não haja uma relação de causa e consequência no referido parágrafo: o fato de que 1) há outros Josés que sofrem porque não têm nada nem ninguém (causa) leva à tese de que 2) é a estes que o verso de Drummond cabe efetivamente (consequência). Contudo, essa relação não é reforçada pela partícula em destaque na questão.

O que a partícula efetivamente reforça (salientando a sua função mais costumeira, principalmente em textos informais) é o caráter de correção que perpassa todo o parágrafo; correção em relação à ideia que predominou no parágrafo anterior: muitos de nós vivemos, de fato, momentos em que nos encontramos no fundo do poço; contudo, a sensação de desespero (representada pelo verso) é verdadeiramente vivida pelos despossuídos. A estes é que a pergunta deve ser feita.

Está correta, portanto, a alternativa C.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

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Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

PARECER

A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 08

A questão 08 demanda que o candidato reconheça a correlação entre uma oração subordinada adverbial desenvolvida e sua correspondente oração reduzida. A oração se encontra no seguinte período: “Tivesse ele bens avultados na terra, conta forte no banco, automóvel à porta – e todos os vícios lhe seriam perdoados” (linhas 34-35).

O que particulariza a oração desenvolvida original, nesse caso, é a elipse do conectivo condicional (“se”, por exemplo), permitida pelo deslocamento do sujeito (“ele”), que aparece após o verbo (“Tivesse). Independentemente disso, a oração reduzida equivalente só poderá ocorrer se a forma verbal assumir a forma de gerúndio: “Tendo ele bens avultados na terra, conta forte no banco, automóvel à porta, todos os vícios lhe seriam perdoados”. Está correta, portanto, a alternativa E.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS – CCV

Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

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A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 09

A questão 09 demanda que o candidato escolha, dentre cinco reformulações, aquela que mantém o sentido do excerto “Este, que veio ao mundo muito depois de mim, pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, acompanha-me desde que nasci” (linhas 02-03). Para respondê-la, o candidato deve reconhecer as relações sintático-semânticas do excerto original.

Está correta a alternativa B: “Desde que nasci, este, que, pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, veio ao mundo muito depois de mim, acompanha-me”. As estruturas deslocadas na reformulação não alteram as funções morfossintáticas e as relações semânticas dos termos no excerto original.

A seguir, apresentam-se as demais alternativas para que se justifique por que são falsas.  Alternativa A – “Este, pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, que veio ao mundo

muito depois de mim, desde que nasci me acompanha”. Falsa, pois o antecedente do relativo “que veio” passa a ser “Carlos Drummond de Andrade”, e não mais “Este [verso]”;

 Alternativa C – “Pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, este, que veio ao mundo muito depois de mim, acompanha-me desde que nasci”. Falsa, pois a expressão “Pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade” passa a incidir sobre o enunciado “este acompanha-me desde que nasci”, e não apenas sobre a forma verbal “veio”;

 Alternativa D – “Desde que nasci pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, este, que veio ao mundo muito depois de mim, acompanha-me”. Falsa, pois a expressão “Pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade” passa a incidir sobre a forma verbal “nasci”, e não sobre a forma verbal “veio”;

 Alternativa E – “Este, muito depois de mim, que veio ao mundo pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, acompanha-me desde que nasci”. Falsa, pois a expressão “muito depois de mim” incide sobre a oração “Este acompanha-me desde que nasci”, e não sobre a forma verbal “veio”.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

(11)

Evento: Concurso Público para Provimento de Cargo Técnico-Administrativo em Educação Edital N° 192/2015

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A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa – nível superior efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 10

A questão 10 demanda que o candidato reconheça, dentre cinco possibilidades, aquela em que o vocábulo “um” assume a classe de numeral. Está correta a alternativa A: “um segundo” (linha 13), na qual a ideia de quantidade se faz presente, podendo o vocábulo ser substituído, por exemplo, por “dois” (“dois segundos”). Em nenhuma das demais alternativas, o vocábulo assume essa função, em virtude de, nos demais casos, assumir a função de artigo indefinido.

Não procede considerar como verdadeira a alternativa C (conforme se lê nos recursos): “um vulto” (linha 33). Atente-se para o contexto em que a expressão aparece: “Um outro José está diante da mesa onde escrevo. Não tem rosto, é um vulto apenas, uma superfície que treme como uma dor contínua” (linhas 22-24). Claramente, a classe do vocábulo, nesse contexto, é a dos artigos, o que se percebe, inclusive, pelo paralelismo com a expressão “uma superfície que treme”.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 07 de dezembro de 2015. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

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