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Academic year: 2021

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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

DISTRIBUIÇÃO DO MÊS DE NASCIMENTO DOS

JOGADORES DE FUTEBOL DAS SELEÇÕES DA

COPA DO MUNDO 2010 NA ÁFRICA DO SUL

Luiz Henrique de Paula

LONDRINA – PARANÁ

2010

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DEDICATÓRIA

A Deus, por ser extremamente paciente, piedoso, dando-me força para vencer a cada dia desta grande jornada, iluminando sempre meu caminho, ajuda ndo-me vencer cada barreira nesse longo percurso e preparando-me para uma nova caminhada que inicio a partir desse momento, onde novas dificuldades e alegrias virão, porém os momentos se tornam inesquecíveis... Aos meus pais que foram companheiros em todas as horas, sempre me motivando,

nunca me deixando abandonar o curso, orientando, aconselhando, mostrando o caminho entre o certo e o errado, e principalmente mostrando os verdadeiros valores, que são precisos para ter uma vida digna e harmoniosa, aqui dei xo meu muito obrigado por ter permitido que nascesse e pudesse chegar a esse momento todo especial na minha vida, sendo isso só possível graças a vocês, que apesar todas nossas discussões são meu grandes ídolos que sempre vou levar comigo, amo vocês, e obrigado por existirem...

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Orientador Leandro Ricardo Altimari, que proporcionou todo suporte necessário para o sucesso desse trabalho, com idéias, opiniões, críticas, que além de professor se tornou um grande amigo. Ao professor Ariobaldo Frisselli, devido aos ensinamentos metodológicos e principalmente disciplinares, mostrando o quão importante é ser responsável e demonstrar conhecimento, qualidade naquilo que se propõe a fazer.

A minha família ,em especial ao meu Pai Luiz Carlos e minha Mãe Elza pela educação, caráter, e todos ensinamentos necessários para tornar -me a pessoa que sou hoje, além de toda ajuda financeira para com o curso, que tive nesses meus 4 anos em Londrina, a minha Irmã Flávia, a meu Cunhado Paulo e a meu querido Sobrinho Felipe pela confiança, motivação, estando sempre ao meu lado a todo momento.

Aos amigos Victor de Oliveira, Jéssica Bellini, Victor Stock, Gabriela Pereira, Guilherme, Leandro Shinike, Daiane Shinike, Rafael Aota, Caroline Piva, Bruno Sasada, André (gorda), Tiago Santana, Rodrigo Ferreto e colegas de classe , pelos momentos inesquecíveis que passamos juntos, pelas risadas, besteiras que falamos, pelos lugares que fomos, pelos ensinamentos que cada um me proporcionou, pela força e pela vibração em relação a esta jornada que sem dúvida nenhuma vai estar sempre na memória, pois esses momentos e vocês são inesquecíveis, tenho muita sorte em tê-los na minha vida.

Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas vidas.

A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste trabalho.

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EPÍGRAFE

”É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar; é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver ..." Martin Luther King

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DE PAULA, LUIZ HENRIQUE. Distribuição do mês de nascimento dos jogadores

de futebol das seleções da Copa do Mundo 2010 na África do Sul. Trabalho de

Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estad ual de Londrina, 2010.

RESUMO

O futebol vem sofrendo grandes transformações, dentre e las a principal investigação esta relacionada com o sucesso de uma equipe com o efeito relativo da idade (ERI). Deste modo o objetivo foi analisar a distribuição do mês de nascimento dos jogadores de futebol das seleções que disputaram a Copa do Mundo 2010 na África do Sul, analisar a distribuição das equipes finalistas e analisar a distribuição dos jogadores que participaram da decisão. Os sujeitos foram separados de acordo com a categorização de idade cronológica em quadrimestres, 1˚ quadrimestre (1˚ QDT), jovens nascido entre janeiro e abril; 2˚ quadrimestre (2˚ QDT), jovens nascido entre maio e agosto e 3˚ quadrimestre (3˚ QDT), jovens nascido entre setembro e dezembro. Todas as informações foram analisadas por meio da estatística descritiva, utilizando-se do pacote estatístico Statistica™ 7.0®

. Os dados foram apresentados em termos de distribuição de freqüências absoluta (F) e relativa (FR). Para comparação da distribuição média encontrada nos quadrimestres de todas as seleções foi utilizado o teste não paramétrico do qui-quadrado (X2). A significância adotada foi P<0,05. Os resultados apresentados demonstraram não haver diferenças significantes entre o número de atletas selecionados nos 1˚ QDT, 2˚ QDT e 3˚ QDT para as seleções que disputaram o Mundial da FIFA 2010 (P>0,05). Observou-se também que para as seleções finalistas do Mundial da FIFA 2010, o número de atletas selecionados, nascidos nos meses correspondentes ao 1˚ QDT foi significativamente maior quando comparado ao 2˚ QDT e 3º QDT (P<0,05), corroborando também quando analisados somente atletas que participaram da partida decisiva, demonstrando ser significante o número de atletas nascidos no 1º QDT comparados com outros, 2º QD T e 3º QDT respectivamente. Assim, pode-se concluir não haver influencia do ERI quando considerado o número total de atletas (736) participantes da Copa do Mundo 2010 na África do Sul. Contudo, quando analisados apenas os dados das equipes finalista do mundial e atletas que participaram dela, achados apontam para uma provável influência do ERI, demonstrando que equipes compostas de atletas nascidos nos primeiros meses do ano têm maior chance de sucesso esportivo.

Palavras-chave: Futebol; Sucesso esportivo; Detecção de talento; Maturação;

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ABSTRACT

Football has undergone great changes, among which the main research is related to the success of a team with the relative effect of age (ERI). Therefore, the goal was to analyze the distribution of birth month of football players from teams that competed in the 2010 World Cup in South Africa, to analyze the distribution of the finalist teams and analyze the distribution of the players who participated in the decision. The subjects were separated according to the categorization of chronological age periods, semester 1 ˚ (1 ˚ QDT), young people born between January and April; 2 ˚ quarter (2 ˚ QDT), young people born between May and August and 3 ˚ quarter (3 ˚ QDT), young people born between September and December. All data were analyzed using descriptive statistics, using the statistical package Statistica ™ 7.0 ®.The data were presented in terms of distribution of absolute frequency (F) and relative (FR). For comparison of the distribution found in the middle quarters of all selections, we used the nonparametric chi-square (X2). The significance adopted was P <0.05. The results showed no significant differences between the number of athletes selected in the QDT 1 ˚, 2 ˚ 3 ˚ QDT and QDT for the teams that competed in the 2010 FIFA World Cup (P> 0.05). It was also noted that the selections for finalists of the 2010 FIFA World Cup, the number of selected athletes, born in the months corresponding to 1 ˚ QDT was significantly higher compared to the 2 ˚ QDT QDT and 3 (P <0.05), corroborating also when considering only athletes who participated in the decisive match, showing that a significant number of athletes born in one of QDT compared with others, 2 and 3 QDT QDT respectively. Thus, one can conclude that there is no influence of ERI when considering the total number of athletes (736) participants in the 2010 World Cup in South Africa, however, when analyzed only data from the world finalist teams and athletes who participated in it, findings point to a probable influence of ERI, showing that teams comprised of athletes born in the early months of the year have a greater chance of success in sports.

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RESUMO iv ABSTRACT v 1 INTRODUÇÃO... 01 2 Objetivos... 04 2.1 Objetivos Gerais... 04 2.2 Objetivos Específicos... 04 3 REVISÃO DE LITERATURA... 05 3.1 Futebol --- 05 3.2 Categorização no Futebol --- 08

3.3 Talento esportivo e Futebol --- 09

3.4 Idade Relativa e Futebol --- 11

4 Materiais e Métodos --- 15

4.1 Caracterização do Estudo --- 15

4.2 Amostra --- 15

4.3 Efeito Relativo da Idade --- 16

4.4 Estatística --- 16

5 Resultados --- 17

6 Discussão --- 21

7 Conclusão --- 24

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1 INTRODUÇÃO

O futebol é um dos esportes mais populares do mundo, apresentando mais de 240 milhões de praticantes em 2008. Passando por diversas evoluções com o caminhar dos anos, ganhando cada vez mais adeptos, tornando-se uma modalidade com grandes investimentos à nível mundial (BITENCOURT, 2009).

O futebol foi evoluindo de maneira desenfreada, conseguindo atingir uma dimensão esplendorosa, no país que viria a ser referência. Sendo trazido pelos ingleses, devido ao seu sucesso, tornou-se fácil identificação nacional. Em seu início, era tido como meio diferenciação de classes sociais, hoje é o grande inibidor dessas diferenças, oportunizando a participação de todas as camadas sociais, possibilitando que crianças e adolescentes sonhem com a chance de vir a ser um jogador de futebol bem sucedido, de ser famoso, de representar a seleção brasileira e conseguir realizar o maior sonho de todo brasileiro, que é disputar uma Copa do Mundo (BITENCOURT, 2009).

A World Cup passou a existir, somente a partir 1904, á partir da criação do órgão máximo rege o futebol, Fédération Internationale de Football Association (FIFA) para melhor organizar e carregar todas as associações criadas no século XX, fundada a principio por 7 pessoas ( Robert Guérin, Karl Hirschmann, André Espir, Victor Ernst Schneider, Louis Muhlinghays, Max Kahn e Ludvig Sylow), onde assinaram a ata da FIFA, e através de procurações representaram alguns outros países, atraindo muitos outros interessados com o passar do tempo, ultrapassando a barreira da Europa e se espalhando pelo mundo inteiro ( ¹UNZELTE, 2002).

Todavia a necessidade de melhorar a comunicação e conseguir levar as informações sobre os Mundiais fizeram surgir à possibilidade do jogo televiso, de

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modo que no seu início era somente feito através de uma câmera fixa, muito afastada do campo, tendo o comentarista a principal função de ficar sentado a beira do gramado, observando o jogo, informando os gols e o artilheiro para o narrador, fato muito diferente da atualidade (GASTALDO, 2004).

A Copa do Mundo sem dúvida, é o evento que mais atraí, estimula e une os brasileiros, durante seu único mês de realização. Durante esse período no Brasil, a conscientização do lema “Um por todos, e todos por um” parece soar como hino. E graças a sua magia, midiação, transforma a competição o principal assunto de todo o mundo, fazendo com que os salários de atletas, sejam exacerbados (na casa dos milhões), onde o que importa para muitos não é representar sua seleção na copa, mais sim aparecer para o mundo, com isso, aparece uma dicotomia muito complexa entre representar o sonho de defender seu país, ou a consagração individual, a melhora de vida que o evento pode proporcionar, sendo estes os principais pensamentos que a maioria dos atletas, de todas as idades possue m, principalmente na categoria de base do futebol brasileiro (BITENCOURT, 2009).

Quando se trata de categoria de base, é preciso cautela na preparação do jovem atleta, isso se deve a inúmeros fatores, dentre os quais pode-se apontar como um dos principais o estado de maturação, uma vez que em uma equipe pode-se encontrar grande oscilação na faixa etária, o que deve pode-ser considerado na elaboração do planejamento do treinamento desportivo (RÉ et al., 2005).

A faixa etária é muito importante atualmente no futebol, pois tem sido utilizada para caracterizar um grande número de talentos esportivos, tornando-se assim um critério de avaliação nas principais peneiras ou teste esportivos (ROGEL et al., 2007). Há algum tempo, estudos tem relatado que meninos mais velhos, nascidos no início do ano, são significativamente mais altos e mais pesados do que

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os rapazes mais jovens durante a adolescência. A essas diferenças tem-se referido como o efeito relativo da idade (ERI) (ROGEL et al., 2007).

Em contrapartida, qualquer impacto que o ERI tenha sobre os resultados da seleção de talentos para o futebol em idades menores, tenderia a causar assimetria na distribuição dos meses de nascimento entre os jovens jogadores de futebol. Neste sentido, algumas pesquisas têm encontrado forte relação entre a distribuição dos meses de nascimento e dimensões corporais de atletas jovens (ROGEL et al., 2007).

Apesar desses achados, ainda não é claro qual o verdadeiro impacto do ERI sobre a seleção de talentos no futebol. Assim, acredita-se que o ERI pode influenciar na seleção de jovens jogadores, de forma que os atletas nascidos nos primeiros meses do ano tenham mais chance de virem a ser um jogador profissional. Desta maneira, o estudo justifica-se como forma de analisar e verificar a relação do sucesso em uma copa do mundo com o efeito relativo da idade, devido ao escasso número de pesquisas realizadas.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

Analisar a distribuição do mês de nascimento dos jogadores de futebol das seleções que disputaram a Copa do Mundo 2010 na África do Sul.

2.2 Objetivos Específicos

Analisar a distribuição do mês de nascimento das equipes finalista Espanha e Holanda da Copa do Mundo 2010 na África do Sul.

Analisar a distribuição do mês de nascimentos somente dos jogadores que disputaram a partida final da do Mundial 2010.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Futebol

O futebol, grande paixão nacional, não tem ao certo, seu grande inventor, isso porque a indícios que o esporte tenha raízes de alguns cantos do mundo, como a China, Japão, Grécia, França, Itália, Inglaterra, devido a prática de uma atividade que parece ser o berço do esporte, como o Tshu-chu, Kemari, Epyskirus, Soule, Harpastum e football respectivamente. Possuindo semelhanças e diferenças do a tual jogo (²UNZELTE, 2002).

A Inglaterra sem dúvida, grande precursora do esporte, devido à magnitude que as pessoas o aderiram, de modo a surgirem em sua terra os primeiros clubes dentre os vários e universidades interessadas na modalidade. Todavia, no seu início era praticado com as mãos e os pés, que por muito tempo ficou semelhante ao rugby, sendo necessário adequar as regras do jogo (²UNZELTE, 2002).

A elaboração de regras que caracterizou-se o jogo, com sua característica própria, há indícios que tenha acontecido no dia 29 de outubro de 1863, onde representantes de clubes e universidades inglesas, reuniram-se na Taberna Freemason, em Great Queen Street, Londres, para a codificação das regras, criando-se 9 a princípio. Entrando em vigor somente meses depois, todavia a partir dessa reunião ficou proibido a utilização das mãos no jogo, característica predominante até hoje (²UNZELTE, 2002; CAPINUSSÚ e REIS, 2004).

No Brasil, a verdade preponderante é que Charles Miller, nascido em São Paulo, que fora estudar na Inglaterra tenha trazido o futebol, em 1894, com

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todos os seus apetrechos, bolas, calçados, uniformes, etc,. Organizando a primeira partida somente em 1895 realizada por funcionários da Companhia de Gás e da Estrada de Ferro São Paulo Railway, ingleses e anglo-brasileiros, no mês de abril, na Várzea do Carmo, em São Paulo (²UNZELTE, 2002; CAPINUSSÚ e REIS, 2004).

Com o passar do tempo cada Estado brasileiro teve seu precursor do esporte, assim como C harles Miller em São Paulo, surgiram: Oscar Cox no Rio de Janeiro (1897), Johannes Minerman e Richard Woelckers, no Rio Grande do Sul (1900), José Ferreira Filho, na Bahia (1901), Guilherme da Aquino Fonseca, em Pernambuco, Vito Serpa, em Minas Gerais, (1904), e Charles Wright no Paraná (1903) (²UNZELTE, 2002). E dessa forma os clubes foram surgindo, onde a primeira Liga de Futebol, foi fundada em 1901 por Antônio Casimiro da Costa, que trouxe todo o material necessário da Suíça para a sua organização (CAPINUSSÚ e REIS, 2004). A partir de 1917, o futebol já estava difundido por todo o país (²UNZELTE, 2002).

O futebol é um desporto coletivo, podendo ser praticado por qualquer pessoa interessada em desfrutá-lo. Todavia há estudo que sugere a iniciação futebolística, seja entre os 10 aos 14 anos, para a inserção da criança na modalidade (SILVA et al., 2001). Entretanto nada impede, que a sua aderência ao jogo, seja feita de maneira precursora, de modo, que a criança pode iniciá-lo a partir dos 6 anos de idade, todavia com os devidos cuidados com seu treinamento, precisando ser bem elaborado, tendo como princípios em seu início, trabalhado de forma lúdica, e pouco a pouco ir transformando o simples para o complexo, do iniciantes para o avançado (FREIRE, 2006).

É necessário que ao iniciar a modalidade, a criança precisa ser desenvolvida de acordo com sua idade, respeitando seu desenvolvimento motor, de

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modo que antes de ensinar as capacidades específicas do esporte, é necessário ao início de trabalho ensinar habilidades voltadas para a própria criança, em que elas tenham contato constante com a bola, de modo a ensinar os primeiros fundamentos, sendo eles: condução, controle, finalização, cabeceio, e etc. Deste modo após sua evolução, avança-se para uma nova habilidade, também chamada de habilidade coletiva. Tendo como característica fundamentos que compõem o jogo, tais como: passe, desarme, drible. De modo a não esquecer a primeira habilidade, proporcionando assim desafios para a criança. Desta forma e de acordo com sua evolução, ela alcança o último estágio que é o jogo em si, ou seja a habilidade de atuação no jogo como um todo, sendo abordado a parte tática do jogo, um jogo virtual, proporcionando a aprendizagem do imaginário, para depois fazer no real (FREIRE, 2006).

Naturalmente todas essas habilidades não serão feitas de maneira aguda, mais sim em longo prazo, de modo a ser trabalhada cada habilidade: voltadas para a própria pessoa, coletivas e atuação no jogo como um todo, aos 6-8 anos, de 7- 11 anos, e início da adolescência em diante, respectivamente (F REIRE, 2006).

Sem dúvida nenhuma, a inserção da criança no futebol, dependem, sobretudo do apoio familiar e seus pensamentos, que vem sofrendo constantes evoluções, de modo, a não tratá -las como produto ou forma de se ganhar dinheiro, mas sim proporcionar a alegria de fazer o que gosta e ficar mais próximo dela, até mesmo porque a carreira de jogador de futebol exige tempo e oportunidades, que muitas vezes é longe da própria família (PORTELLA, 2006). O jovem atleta precisa de motivação todos os dias para treinar, jogar, conviver com pessoas estranhas no seu novo ciclo de amigos, cujo companheirismo dentro de campo faz-se necessário para que se consiga destacar-se e conseqüentemente alcançar o sucesso na sua

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categoria, para posteriormente com muita dedicação e tranquilidade passar pelas etapas necessárias que antecedem o profissional (DE ANDRADE, 2006).

Muitos garotos acreditam que o futebol é a maneira mais rápida para conseguir sua ascensão social, todavia ao entrarem no meio futebolístico começam a perceber as dificuldades que ele proporciona, os quais mesmo os superando, muitos na base não conseguirão tornar-se um jogador profissional, estando diretamente relacionada a algumas particularidades, tais como: falta de um empresário, que na atualidade é uma forma mais rápida de conseguir um clube para o jogador; falta de apoio familiar, que pode se tornar uma barreira negativa e muitas o principal empecilho para continuar o sonho; ajuda financeira do clube, onde atletas não têm as condições financeiras ideais para seu transporte, materiais, etc; e a falta de sorte, que muitas vezes falta oportunidades para se jogar, e demonstrar o seu futebol (GUERRA e SOUZA, 2008).

3.2 Categorização no futebol

As categorias do futebol vêm sofrendo grandes mudanças em relação a sua nomenclatura, assim como o próprio futebol, onde as evoluções estão a todo vapor, sejam elas na preparação física, em aspectos táticos, ou na divisão de categorias propriamente dito, pois na modernidade os termos como chupetinha, fraldinha, dente de leite, dentre outros deixaram de existir. Hoje as classificações começam a partir do SUB-11 onde só podem jogar garotos até 11 anos de idade, SUB-13 até 13 anos, sendo a existência desta categoria encontrada no Estado de São Paulo (FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL), em outros Estados começa a partir do infantil ou SUB-15 que compreende a faixa etária até 15 anos, juvenil ou

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SUB-17 que é até os 17 anos, o júnior ou SUB-20 que antecede o profissional, sendo sua faixa etária até 20 anos (FEDERAÇÃO PAULISTA DE FU TEBOL, FEDERAÇÃO PARANAENSE DE FUTEBOL, FEDERAÇÃO MINEIRA DE FUTEBOL, FEDERAÇÃO GAÚCHA DE FUTEBOL, FEDERAÇÃO CARIOCA DE FUTEBOL, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL). A carreira de jogador de futebol profissional, sonho da maioria dos garotos é o último estágio a serem atingidos, aonde somente os mais talentosos chegarão.

3.3 Talento esportivo e futebol

O crescimento precoce, a maturação sexual da criança e adolescente, são tratados como sinônimos de talento esportivo, pelo simples fato de jovens com a idade biológica adiantada, porém com a mesma idade cronológica (MAZUCCO, 2007) ao nascerem no primeiro semestre possuem vantagem no período de treinamento do que os outros, nascidos no segundo semestre, além de apresentar uma maior estatura e massa muscular (Ré et al., 2005), aspectos que levam a muitas desistências e perdas de muitos talentos esportivos (BAXTER-JONES, 1995; HELSEN et al., 2000; MALINA et al., 2000; RÉ et al., 2003; LIMA et al., 2008).

Dentre as inúmeras definições que aborda o talento esportivo, a melhor definição é feita por Weineck (1989), onde refere o jogador talentoso como aquele apresenta disposição, prontidão para o desempenho e possibilidades, possuindo um desempenho acima da média (PAOLI et al., 2008). Dessa maneira a sustentação do futebol mundial, que são os jovens talentos, parece estar relacionada com a:

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habilidade técnica, inteligência de jogo, equilíbrio emocional, condição física e as regras do jogo (PAOLI, 2005).

Mesmo os que possuem talento, é preciso treinar constantemente, para desenvolver até o mais alto nível suas capacidades através do treinamento ao longo prazo (TLP), de modo que isso está diretamente ligado com o tempo necessário pra o desenvolvimento do atleta, tendo em vista que a seleção, a detecção do talento, tem que ser lapidado, precisando dessa forma ser trabalhado com calma, respeitando seus estágios, características que o TLP proporciona. Sendo necessário para a caracterização de talento, além da capacidade técnica, disposição, para ser submetido ao treinamento, além de mudanças bio-psico-sociais (JOCH, 1994; BÖHME, 2000; BÖHME, 2007).

Desta forma, o mercado optou-se por jogadores cada vez mais novos, sendo sua seleção feita a partir dos 12 e 13 anos (PAOLI et al., 2008; STARKES et al., 1996), tendo uma avaliação técnica, tática e física, feita de maneira intuitiva ou através de teste avaliativos, também chamado de peneiras, ou seja, existem profissionais chamados de observadores técnicos, que observam garotos pelo Brasil e o mundo em busca de um talento para seu clube (PAOLI et al., 2008; PAOLI, 2007; MONTAGNER e SILVA, 2003; DA SILVA, 2005).

Todavia, nem todos os profissionais que trabalham com a observação técnica no Brasil, são qualificados para fazer essa primeira avaliação. Pois devido ao grande número de pessoas que nosso país abrange, apesar da grande demanda isso não é sinal, de grande capacidade técnica, isso porque ainda as características físicas são mais importantes que a fundamentação técnica, além do mais ainda há uma discussão, de como o talento desportivo é revelado, tendo uma tendência em estar relacionado com a experiência e vivência prática (DA SILVA, 2005).

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O Brasil, apesar de ser apontado como o melhor futebol do mundo, em possuir a hegemonia do esporte, não possuiu o melhor desenvolvimento dos atletas na parte técnica comparada há outros países de menores proporções, como a Alemanha, por exemplo. Desta maneira considerando a extensão geográfica do país, seu número de habitantes, e os resultados encontrados em competições importantes, tais como: copa do mundo, olimpíadas, tem mostrado que no futebol de base está o futuro das seleções, que apesar de possuímos muitos atletas, ainda há falta qualidade, limitando a poucos jogadores qualificados (DA SILVA, 2005).

A seleção do atleta de base, parece não possuir uma padronização (PAOLI, SILVA e SOARES, 2008), sendo levados em consideração 5 aspectos relevantes para a seleção de uma atleta, que possa vir a desenvolver um futebol de alto nível, sendo: habilidade técnica; inteligência de jogo; equilíbrio emocional; condição física e saber as regras do jogo ( PAOLI, 2005). A palavra seleção, relacionado com seu significado, nada mais é do que selecionar indivíduos que possuam nível acima da média, que estejam aptos a desenvolver seu talento, na sua categoria (PAOLI, SILVA e SOARES, 2008).

O atleta de base, diferentemente do profissional, possuí características próprias e limitantes para cada categoria, dentre algumas particularidades, está a bola do jogo, e principalmente sua idade (ABRAHÃO e AMORIM, 2005).

3.4 Idade relativa e futebol

A idade é de suma importância para a diferenciação em categorias de qualquer modalidade, de modo que alguns estudos começaram a investigar de

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maneira um pouco mais aprofundada sobre o efeito da idade relativa (DA SILVA, 2009; ROGEL et al., 2007).

A idade relativa nada mais é do que a diferença da idade biológica de jogadores nascido no começo do ano, em relação aos que nasceram no segundo semestre, sendo ambos da mesma idade cronológica (ROGEL et al., 2007). O primeiro estudo realizado para saber sobre a idade relativa foi feito por Barsnsley e Thompson (1988), com a Liga de Hóquei Canadense, e passou a ser motivo de investigação no futebol.

Desta maneira, em vários esportes começou a surgir o interesse em estudar o efeito da idade relativa (PENNA e MORAES, 2010), de modo, que no futsal, esporte bem próximo do futebol, verificou-se que realmente ao nascer nos primeiros meses do ano, proporciona certa vantagem sobre seus concorrentes da mesma faixa etária (PENNA e MORAES, 2010; PENNA et al., 2010). E com isso ficou evidente que atletas praticantes de futsal de alto nível, apresentam uma ligação direta de sua seleção com seu mês de nascimento, de modo a ter predominância nos dois primeiros quartis (PENNA e MORAES, 2010; PENNA et al., 2010).

A divisão dos quartis na literatura, apresenta certa padronização em dividir os 12 meses do ano, em grupo de 3 meses, de modo que: o primeiro quartil, representa do mês de janeiro à março, o segundo quartil de abril à junho, o terceiro quartil de julho à setembro e o quarto e último quartil de setembro à dezembro (VAEYENS, et al., 2005), procurando uma relação com cada esporte.

Em estudo comparando o futsal com o futebol, ficou evidente que o mesmo processo de seleção é igual nas duas modalidades, obtendo dessa forma uma maior quantidade de atletas nascidos nos primeiros meses do ano, quando comparado com os que nascem ao final dele (PENNA et al., 2010). Na França, por

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exemplo, um estudo (DELORME apud PENNA e MORAES, 2010) mostrou que na categoria de base, cinco de sete categorias ( 9, 11, 13, 15 e sub-18), a taxa de abandono do esporte foi maior com atletas nascidos nos dois últimos quartis, de modo, a ser representativo o efeito relativo da idade.

FOLGADO et al. (2006), ao comparar a idade com suas respectivas posições dentro do futebol, verificaram que quando comparada o primeiro quartil com o último, os dados apresentaram uma diferença significativa para algumas idades, enquanto em estudo de RIBEIRO (2009), observou-se que apesar de não ser significativo, ainda sim existem um domínio maior, de nascido nos dois primeiros quartis.

Embora seja uma posição muito importante, porém muito conturbada, os goleiros, ou guarda-redes, como são chamados em alguns lugares da EUROPA, tem recebido atenção de alguns pesquisadores que investigaram o ERI nas ligas européias de 2008/2009 e não encontraram influência deste em atletas desta posição de jogo. Porém observaram predomínios na distribuição do mês de nascimento nos dois primeiros quartis. Todavia, quando comparado entre as categorias, ou escalões observaram um número significativamente maior de atletas nascidos nos três primeiros quartis, do que no último (PINTO, 2009).

No futebol o efeito relativo da idade, é motivo de constantes investigações para saber qual posição dentro de campo, apresenta maior número de jovens nascidos nos primeiros meses, mostrando existir uma tendência em relação aos zagueiros e meias (FOLGADO et al., 2006). Deste modo seleções feitas na base ao profissional, mostraram que a distribuição das datas de nascimentos tendem a favorecer os nascidos no primeiro trimestre, tendência desde a década de 80, respectivamente (¹HELSEN et al., 2000; ROGEL et al., 2007) mostrando dessa

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forma, que além de talento, é preciso desenvolver as capacidades que regem ao futebol, além de possuir a sorte de nascer nos primeiros meses do ano.

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4. MATERI AIS E MÉTODOS

4.1 Caracterização do Estudo

O Estudo é descritivo, de caráter transversal, que é um método de pesquisa no qual as amostras de sujeitos de diferentes grupos etários são selecionadas para avaliar os efeitos da maturação (THOMAS E NELSON, 2002), de forma que os dados foram coletados através do site oficial da Federação Internacional de Futebol (FIFA). Foram analisados somente em um determinado período, não possuindo seqüência durante o ano, ou seja, somente durante a competição da Copa do Mundo 2010.

4.2 Amostra

A amostra foi composta de 736 jogadores de futebol convocados para as seleções participantes da Copa do Mundo 2010, na África do Sul. Foram considerados na análise apenas os atletas que fizeram parte da lista de convocação final de cada equipe, e listados no endereço eletrônico oficial (http://pt.fifa.com/worldcup/archive/index.html) de domínio público da FIFA (Federação Internacional de Futebol) no mês de Junho de 2010. Sendo distribuídos os meses de nascimentos dos jogadores em quadrimestres (1º QDT, 2º QDT e 3º QDT), compreendendo os seguintes meses: janeiro à abril, maio à agosto e setembro à dezembro, respectivamente. Foi calculado a idade centesimal ou Efeito relativo da idade de cada atleta. Os dados foram apresentados através de números absolutos, também chamado de freqüência (F) e números percentuais, também chamados de freqüência relativa (FR).

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4.3 Efeito relativo da idade (ERI)

Para calculo da idade centesimal foi utilizado programa Excel da Microsoft Office™ 2003 para tabulação dos dados conforme equação abaixo:

= Dias (data de nascimento, data do teste)/360

Os sujeitos foram separados de acordo com a categorização de idade cronológica em quadrimestres, 1˚ quadrimestre (1˚ QDT), jovens nascidos entre janeiro e abril; 2˚ quadrimestre (2˚ QDT), jovens nascidos entre maio e agosto e 3˚ quadrimestre (3˚ QDT), jovens nascidos entre setembro e dezembro.

4.4 Análise estatística

Todas as informações foram analisadas por meio da estatística descritiva, utilizando-se do pacote estatístico Statistica™ 7.0®

(STATSOFT INC., TULSA, OK , USA). Os dados foram apresentados em termos de distribuição de freqüências absoluta (F) e relativa (FR). Para comparação da distribuição média encontrada nos quadrimestres em cada seleção foi utilizado o teste não paramétrico do qui-quadrado (X2). A significância adotada foi P<0,05.

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5. RESULTADOS

Na tabela 1 são apresentados os resultados descritivos e médios da distribuição do mês de nascimento dos jogadores de futebol das seleções que disputaram o Mundial da FIFA 2010.

Tabela 1 - Distribuição do mês de nascimento dos jogadores de futebol das seleções

que disputaram o Mundial da FIFA 2010.

Seleções N 1º QDT 2º QDT 3º QDT F FR (% ) F FR (% ) F FR (% ) África do Sul 23 7 30 5 22 11 48 Alemanha 23 10 43 6 26 7 30 Argélia 23 9 39 6 26 8 35 Argentina 23 11 48 9 39 3 13 Austrália 23 8 35 6 26 9 39 Brasil 23 8 35 9 39 6 26 Camarões 23 11 48 7 30 5 22 Chile 23 4 17 13 57 6 26 Coréia Norte 23 3 13 9 39 11 48 Coréia Sul 23 14 61 6 26 3 13 Costa Marfim 23 7 30 8 35 8 35 Dinamarca 23 9 39 8 35 6 26 Eslováquia 23 7 30 5 22 11 48 Eslovênia 23 8 35 8 35 7 30 Espanha 23 11 48 7 30 5 22

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E.U.A. 23 9 39 9 39 5 22 França 23 5 22 11 48 7 30 Gana 23 3 13 9 39 11 48 Grécia 23 9 39 11 48 3 13 Holanda 23 10 43 6 26 7 30 Honduras 23 5 22 10 43 8 35 Inglaterra 23 9 39 5 22 9 39 Itália 23 9 39 7 30 7 30 Japão 23 12 52 7 30 4 17 México 23 11 48 7 30 5 22 Nigéria 23 6 26 6 26 11 48 Nova Zelândia 23 9 39 4 17 10 43 Paraguai 23 5 22 9 39 9 39 Portugal 23 7 30 10 43 6 26 Sérvia 23 9 39 3 13 11 48 Suíça 23 9 39 9 39 5 22 Uruguai 23 9 39 7 30 7 30 Total 736 263 36 242 33 231 31

Nota: QDT = quadrimestre; F = frequência absoluta; FR = frequê ncia relativa.

Quando comparados os valores médios obtidos na tabela 1 para a distribuição do mês de nascimento das seleções que disputaram o Mundial da FIFA 2010 nos diferentes quadrimestres, verificou-se que não houve diferenças significantes entre o número de atletas selecionados nos 1˚ QDT, 2˚ QDT e 3˚ QDT (P>0,05).

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Na tabela 2 são apresentados os resultados da análise da distribuição do mês de nascimento dos jogadores de futebol das seleções finalistas do Mundial da FIFA 2010.

Tabela 2 - Distribuição do mês de nascimento dos jogadores de futebol das seleções

finalistas do Mundial da FIFA 2010.

N 1º QDT 2º QDT 3º QDT F FR (% ) F FR (% ) F FR (% )

Espanha 23 11 48 7 30 5 22

Holanda 23 10 43 6 26 7 30

Total 46 21 45* 13 28 12 27

Nota: QDT = quadrimestre; F = frequência absoluta; FR = frequência relativa. *Diferenças significantes entre o 1˚QDT e os 2˚ e 3˚QDT (P<0,05).

Os resultados demonstraram na tabela 2 para as seleções finalistas do Mundial da FIFA 2010, o número de atletas selecionados, nascidos nos meses correspondentes ao 1˚ QDT foi significativamente maior quando comparado ao 2˚ QDT e 3º QDT (P<0,05).

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Tabela 3 - Distribuição do mês de nascimento dos jogadores de futebol das seleções

finalistas do Mundial da FIFA 2010 que participaram da partida.

N 1º QDT 2º QDT 3º QDT F FR (% ) F FR (% ) F FR (% )

Espanha 13 6 46 4 31 3 23

Holanda 13 8 62 2 15 3 23

Total 26 14 54* 6 23 6 23

Nota: QDT = quadrimestre; F = frequência absoluta; FR = frequência relativa. *Diferenças significantes entre o 1˚QDT e os 2˚ e 3˚QDT (P<0,05).

Da mesma forma, quando analisamos os jogadores que participaram da partida final do Mundial da FIFA 2010 na tabela 3, o número de atletas selecionados, nascidos nos meses correspondentes ao 1º QDT foi significativamente maior quando comparado ao 2º QDT e 3º QDT (P<0,05).

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6. DISCUSSÃO

Considerando que o ERI, pode ser um fator influenciador para a seleção e êxito de jogadores nas principais seleções nacionais do mundo e sucesso em uma copa do mundo, o objetivo do estudo foi analisar a distribuição do mês de nascimento dos jogadores de futebol das seleções que disputaram a Copa do Mundo 2010 na África do Sul.

Tendo como número total de atletas (736) que participaram da Copa do Mundo 2010 na África do Sul, não foram observadas na tabela 1 diferenças significantes entre o número de atletas nascidos no primeiro quadrimestre (de janeiro a abril) e dos nascidos no segundo e terceiro quadrimestre, ou seja, de maio à agosto e setembro à dezembro, respectivamente.

Contudo, quando analisados os valores médios de distribuição do mês de nascimento das equipes finalistas do mundial 2010 na tabela 2, a campeã Espanha e a vice-campeã Holanda, foi constatado que as equipes apresentaram em seus planteis um predomínio de jogadores nascidos no primeiro quadrimestre (45%) comparado ao segundo (28%) e terceiro quadrimestre (27%). Esses achados apontam para uma provável influência do ERI, demonstrando que equipes compostas de atletas nascidos nos primeiros meses do ano têm maior chance de sucesso esportivo.

Quando analisados os valores médios de distribuição do mês de nascimento dos jogadores que participaram da partida final do mundial 2010 na tabela 3, foi constatado que as equipes optaram por escolherem jogadores nascidos no primeiro quadrimestre (54%) comparado ao segundo (23%) e terceiro

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quadrimestre (23%). Esses achados vê m para confirmar uma provável influência do ERI, no desempenho das seleções no seu caminho percorrido.

Corroborando com esses achados, ²Helsen et al. (2000) demonstraram forte relação entre o mês de nascimento e a proporção de jogadores de futebol que se profissionalizam na Bélgica. O estudo contou com 1200 datas de nascimentos, de três grupos de jogadores de futebol: jogadores profissionais, jogadores de 10 a 16 anos selecionados para times nacionais, e jogadores menores de 16 anos transferidos para a primeira divisão. Os resultados indicaram que jovens jogadores nascidos entre agosto e outubro, período considerado o começo do ano do esporte (janeiro a março no Brasil) teriam maior probabilidade de serem identificados como talentos, e com mais chance de serem transferidos para times nacionais e se tornarem profissionais. Em contraste, jogadores nascidos mais tarde (de acordo com o ano de seleção) acabariam sua carreira antes dos doze anos de idade.

Para confirmar essa afirmação, foi invertido o início do ano de competição na Bélgica, passando a ser em janeiro, semelhantemente como é feito no Brasil. Dessa forma, jogadores nascidos de janeiro a março, passaram a ter maior probabilidade de serem selecionados (ROGEL et al, 2007). Esse ERI pode ser explicado pelo fato de que um atleta nascido em janeiro no Brasil, por exemplo, tem 11 meses de diferença quando comparado a outro jovem talento nascido em novembro, sendo assim ele pode apresentar uma maturação física superior quando nascido em um mês supostamente “favorável” a seleção de talentos no futebol (PAOLI, SILVA e SOARES, 2008).

Outro fator interessante é relacionado com a teoria da prática deliberada. Se duas crianças apresentam 300 dias de diferença entre seus nascimentos, o nascido no começo do ano praticando quatro horas por dia irá somar ao final do ano

(31)

1.200 horas a mais do que o jovem nascido ao final do ano, podendo gerar uma vantagem também na maturação cognitiva e no desempenho da modalidade (PAOLI, SILVA e SOARES, 2008; ROGEL et al., 2007).

(32)

7. CONCLUSÃO

A partir dos resultados encontrados na tabela 1, pode-se concluir não haver influencia do ERI quando considerado o número total de atletas (736) participantes da Copa do Mundo 2010 na África do Sul. Contudo, quando analisados apenas os dados das equipes finalista do mundial, achados na tabela 2 apontam para uma provável influência do ERI, demonstrando que equipes compostas de atletas nascidos nos primeiros meses do ano têm maior chance de sucesso esportivo. Já quando analisado, os dados dos jogadores que participaram do jogo decisivo do mundial demonstrado na tabela 3, os resultados demonstram predomínio e significância para os nascidos no primeiro quadrimestre comparado com os outros, confirmando os achados da tabela 2.

Desta maneira, nosso estudo vai de encontro com os objetivos traçados, mostrando haver relação entre o sucesso esportivo em uma competição tão esplendorosa como a Copa do Mundo com o efeito relativo da idade (ERI).

Por fim, sugere-se a realização de novos estudos que envolva outras copas mundo, para confirmar a existência da relação entre o ERI e o sucesso nas copas.

(33)

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