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Slackline, uma proposta para a educação física escolar

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ELISIANE RAMOS THEOBALD

SLACKLINE, UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

SANTA ROSA, RS 2015

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SLACKLINE, UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Curso de Educação Física da Unijuí - Campus Santa Rosa, como exigência parcial para obtenção do título de Licenciado em Educação Física.

Orientador: Mauro Bertollo

SANTA ROSA, RS 2015

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SLACKLINE, UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul como exigência parcial para obtenção do título de Graduação em Educação Física – Licenciatura

Aprovado em __/__/___

BANCA EXAMINADORA

_________________________________ Professora Mes. Cléia Rigon Dorneles

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Dedico esse trabalho a todos que de uma forma ou outra fizeram parte dessa minha trajetória acadêmica. Em especial a minha família que sempre me apoiou, incentivo nessa caminhada. Aos meus professores em geral, que foram sempre grandes incentivadores, companheiros e amigos. Em especial ao meu orientador, que foi fundamental para o sucesso desse estudo.

Dedico a todos os meus colegas e amigos, com os quais compartilhei esses anos de estudos e trabalhos. Nos quais estávamos sempre juntos nos momentos de dificuldades e alegrias, compartilhando conhecimentos e vencendo as dificuldades juntos.

Agradeço a cada empresa/instituição que me proporcionou estágios, através dos quais pude ter vivencias profissionais incríveis, que sem dúvidas somaram muito para a minha formação e gosto por essa profissão.

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Agradeço primeiramente a Deus, pela oportunidade que tive de cursar essa graduação, pela saúde, disposição e força para vencer os obstáculos que surgiram. Em segundo agradeço a minha família que sempre esteve comigo, me auxiliando, incentivando de forma incondicional.

Agradeço aos meus professores, pelos quais tenho imenso carinho e admiração, por todas as oportunidades de experiências que tive, e por todo o conhecimento que compartilharam comigo durante esses anos.

Aos colegas e amigos que conquistei durante a formação, por tudo que vivemos juntos, pelas experiências que trocamos e pelos conselhos indispensáveis que passamos uns aos outros.

Agradeço imensamente a escola na qual desenvolvi essa proposta, pelo acolhimento que tive por parte da direção, professores, alunos e demais envolvidos na realização desse projeto.

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A Educação Física escolar desenvolvida em muitas escolas está cada vez mais voltada para os esportes tradicionais, o que vem causando ao longo do tempo desinteresse por parte de alguns escolares, que associam a mesma a monotonia. Porém é composta por um vasto eixo de possibilitas, as quais podem contribuir para aulas mais dinâmicas e para uma melhor participação por parte dos alunos. O slackline é um esporte contemporâneo, de fácil aquisição que não precisa de grandes estruturas para ser instalado, e que pode vir a contribuir para a expansão desse leque de possibilidades, dando assim um primeiro passo para uma Educação Física escolar que explora diferentes possibilidades. Através de uma pesquisa bibliográfica, experimental e descritiva, este estudo teve por objetivo identificar a viabilidade da inserção desse esporte no âmbito escolar, com a intenção de utilizá-lo como ferramenta no desenvolvimento das habilidades motoras estabilizadoras dos escolares, através de uma Unidade Didática. E ainda, analisar a repercussão da mesma na visão tanto dos escolares, como do( a) professor(a) de Educação Física, da direção da escola e desta pesquisadora. Para tanto, foram realizadas entrevistas com o( a) diretor(a) e professor(a) de Educação Física da Escola e questionário de opinião com 25 escolares envolvidos no desenvolvimento da Unidade Didática. Os resultados apresentarão concordância da direção, professor( a) e dessa pesquisadora, bem como de 92% dos escolares acerca da inserção do esporte na escola. Em relação ao aprimoramento/desenvolvimento do equilíbrio, os escolares apresentaram poucos resultados, porém gradativos crescentes, e o esporte pode ter grande relevância para o desenvolvimento do mesmo, desde que trabalhado de forma mais intensa e com uma Unidade Didática mais prolongada.

Palavras chave: Unidade Didática. Educação Física Escolar. Equilíbrio

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GRÁFICO 1 – Escolares...39

GRÁFICO 2 – Conhecia o slackline...40

GRÁFICO 3 – Expectativas acerca da Unidade Didática...41

GRÁFICO 4 – Opiniões sobre primeiros contatos com o esporte...42

GRÁFICO 5 – Percepção sobre as habilidades adquiridas...43

GRÁFICO 6 – Opinião sobre a segurança do equipamento... 45

GRÁFICO 7 – Opinião sobre a inserção do Slackline na Educação Física escolar...46

GRÁFICO 8 – Opinião sobre ter novamente o esporte na Educação Física escolar...48

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INTRODUÇÃO 10

1 REFERENCIAL TEÓRICO 13

1.1 Educação Física ... 13

1.2 Habilidades motoras fundamentais ... 20

1.3 Equilíbrio ... 20

1.4 Slackline ... 21

1.4.1 Relato de um atleta ... 23

1.4.2 Inserção do Slackline na Escola ... 25

2 METODOLOGIA 25 2.1 Marco temporal ... 26 2.2 Marco espacial ... 26 2.3 Marco conceitual... 26 2.4 População ... 26 2.5 Amostra ... 26 3 UNIDADE DIDATICA 26 3.1 Aulas ... 27

3.2 Resultados da Proposta de Unidade Didática. ... 36

3.2.1 Na Visão da Direção e Professor( a) de Educação Física da Escola. ... 36

3.2.2 Na Visão dos Escolares que participaram da proposta. ... 40

3.2.3 Na Visão desta Pesquisadora ... 49

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 51

REFERÊNCIAS 54

ANEXO A 56

Fotos 1ª e 2ª aulas: Primeira tentativa com auxílio ... 56

ANEXO B 57

Fotos 3ª e 4ª aulas: Primeira tentativa sem auxílio ... 57

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ANEXO D 59

Fotos 7ª e 8ª aulas: Atividades voltadas para o aprimoramento do equilíbrio estático. ... 59

ANEXO E 60

Fotos 9ª e 10ª aulas: Atividades voltadas para o equilíbrio dinâmico sobre a fita. ... 60

ANEXO F 61

Foto do Ranking Mundial de Slackline. ... 61

APÊDICE A 62

Termo de Consentimento de participação da professora de Educação Física da escola. ... 62

APÊNDICE B 64

Termo de Consentimento de participação do diretor da escola. ... 64

APÊNDICE C 66

Termo de Consentimento para a participação dos escolares envolvidos. ... 66

APÊNDICE D 68

Questões abordadas na entrevista com o diretor e professora. ... 68

APÊNDICE E 69

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INTRODUÇÃO

Quando abordamos o tema Educação Física escolar, logo nos deparamos com vários autores que falam sobre a mesma. Estes trazem em comum a ideia de que ela é composta por um vasto eixo de possibilidades que visam o desenvolvimento da cultura corporal de movimento dos indivíduos inseridos na escola. Porém, no decorrer da minha trajetória acadêmica, através dos estágios e práticas desenvolvidos no âmbito escolar, percebi que nas escolas que atuei os conteúdos desenvolvidos nas aulas de Educação Física estão basicamente resumidos em esportes com bola, gerando assim nos alunos certa resistência às outras propostas. Isso acarreta em os alunos apresentarem dificuldades em habilidades motoras fundamentais para o desenvolvimento de tarefas simples, como o alongamento por exemplo. Através dessa percepção pergunta-se: quais serão as sensações e opiniões a cerca de uma proposta didática diferenciada ao desenvolvimento das habilidades estabilizadoras neste contexto escolar? É possível o Slackline, que é caracterizado pela grande necessidade de equilíbrio corporal, contribuir para o desenvolvimento dessas habilidades?

A suposição de inserir uma proposta nova no contexto escolar não será tarefa simples. Porém, a abordagem crítica utilizada na construção da Unidade Didática, pode ser favorável para um bom desempenho da proposta, uma vez que a mesma visa participação ativa dos escolares envolvidos, e ainda o esporte selecionado como ferramenta de estudo, é consideravelmente novo, bastante atrativo e em alta na mídia, possibilitando assim uma boa adesão por parte dos alunos. Já em relação ao uso do Slackline, propõe-se que sua prática regular contribui para o desenvolvimento tanto do equilíbrio estático, quanto do dinâmico, pois se trata de um esporte no qual o uso do equilíbrio é muito intenso e indispensável. Sendo assim, sua inserção nas aulas de Educação Física pode trazer ganhos significativos em relação ao aprimoramento das habilidades de estabilização dos escolares.

O estudo tem por objetivo geral identificar a viabilidade da inserção desse esporte no âmbito escolar, com a intenção de utilizá-lo como ferramenta no desenvolvimento das habilidades motoras estabilizadoras dos escolares, através de uma Unidade Didática. E ainda, analisar a repercussão da mesma na visão tanto dos escolares, como do( a) professor(a) de Educação Física, da direção da escola e desta pesquisadora.

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Em uma visão mais especifica busca: analisar o impacto da proposta de Unidade Didática desenvolvida; relatar o processo de evolução dos escolares no decorrer das aulas; e a repercussão da Unidade didática na visão dos escolares, professora da turma envolvida, equipe diretiva e desta pesquisadora.

Esta proposta de estudo se justifica por ser uma tentativa de inserção de uma Unidade Didática de Slackline desenvolvida em um contexto escolar voltado basicamente para a prática de esportes com bola, ou seja, esportes tradicionais. Este contexto, no decorrer dos anos, constituiu uma cultura resistente a diferentes atividades, formando assim indivíduos com dificuldades aparentes em habilidades motoras básicas. Com isso, através do estágio obrigatório Supervisionado III, proposto pelo currículo do curso de Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, após visualizar esse contexto, foquei o plano de estágio no desenvolvimento/aprimoramento das habilidades motoras estabilizadoras, as quais são fundamentais para o desenvolvimento de muitas outras habilidades. O uso desse esporte, como meio prático de estudo, vem a ser uma grande e prazerosa possibilidade de aprimorar o equilíbrio de forma eficaz e com ganhos significativos nas habilidades de estabilização, as quais juntamente com a proposição da Unidade são o foco desse estudo.

Por fim, através desse estudo, busco analisar o impacto de uma proposta de Unidade Didática de um esporte nunca experienciado na escola em que executei a referida tentativa de inserção. Procuro, ainda, analisar o processo de lapidação das habilidades estabilizadoras dos escolares e, assim, comprovar a eficácia do Slackline como ferramenta para o aprimoramento do equilíbrio, e apresentar o mesmo como uma alternativa a ser inserida no eixo dos esportes na Proposta Política Pedagógica da Escola. A possibilidade se dá devido ao diferencial muito significativo da prática do Slackline, porque, mesmo se tratando de um esporte, pode ter sua iniciação mais precoce, tendo em vista que, para os escolares das series iniciais, pode ser apresentado como uma simples atividade lúdica, explorando, com isso, as habilidades desses alunos de forma mais saudável e menos competitiva, incentivando esses indivíduos desde pequenos, também, a superarem desafios.

O estudo realizado, de acordo com Mattos, Júnior e Blecher (2004) foi através de pesquisa bibliográfica, experimental e descritiva. Os resultados serão apresentados através da analise de entrevista com o diretor da escola e professora de Educação Física da série

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envolvida no estudo e questionário aplicado nos alunos participantes da Unidade Didática de Slackline que será desenvolvida.

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1 REFERENCIAL TEÓRICO

O seguinte referêncial teórico servirá de base para uma melhor compreensão sobre o contexto no qual esse estudo foi realizado. Dando assim mais credibilidade a importância do mesmo, à análise dos dados.

1.1 Educação Física

Segundo Betti e Zuliani (2002, p.73) “Educação Física é uma expressão que surge no século XVIII, em obras de filósofos preocupados com a educação. A formação da criança e do jovem passa a ser concebida como uma educação integral – corpo, mente e espírito”.

Darido e Neto (2011, p. 2) apud Betti, 1991 apontam que o inicio da Educação Física no Brasil ocorreu em 1851, mas atingiu um número maior de estados somente em 1920, a mesma por muito tempo foi pronunciada pelo nome de ginástica e não necessariamente Educação Física. Os mesmos apontam ainda que a Educação Física na escola já estava prevista em lei, porém sofria muito preconceito e a lei demorou um certo tempo para ser cumprida.

Em seu inicio a Educação Física foi marcada por um modelo higienista e militarista, que segundo Darido e Neto (2011), esse modelo focava no visão higienista voltada para os cuidados com a higiene e manutenção da saúde tanto física quanto moral através da atividade física. Já o modelo militarista objetivava a Educação Física na escola como um meio de preparar os indivíduos fisicamente para que se necessário os mesmos estivessem preparados para a guerra. O modelo militarista era bastante excludente, pois selecionava somente os que apresentavam características físicas perfeitas, excluindo os demais. Tanto o modelo higienista, quanto o militarista tratavam a Educação Física como um componente exclusivamente prático, dispensavam qualquer teoria que sustentasse a prática. Esse modelo começou a ser rompido a partir do início da ditadura militar no Brasil.

Dando continuação embasada, ainda, em Darido e Neto (2011), em 1964 o poder executivo brasileiro foi dominado pelas forças militares e os mesmos em uma tentativa de serem bem vistos, realizaram mudanças no sistema educacional, a fim de produzir propaganda para sua forma de governo. O desempenho do Brasil nas últimas duas Copas do Mundo levou a uma grande associação da Educação Física escolar ao esporte, e o governo militar passou a investir na Educação Física escolar como formadora de atletas com o intuito de se promover

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em competições de alto nível, produzir assim entretenimento e amenizar a pressão popular e ainda tentar criar um clima de desenvolvimento, diminuindo assim as críticas. Esse modelo caracterizou-se por ser bastante excludente, pois somente os que apresentavam bom desempenho eram valorizados e os demais excluídos como no modelo militarista.

De acordo com Darido e Neto (2011), o modelo esportivista começou a ser muito criticado a partir da década de 80, e com isso foi criado um modelo conhecido como recreacionista, no qual o individuo, ou seja, os escolares decidem o que jogar, como brincar, e o professor fica com o papel de mero “cuidador”, aquele que entrega a bola e demais materiais e observa os alunos quase sem intervir. Os autores ressaltam que esse modelo não foi defendido por nenhum estudioso, foi um modelo que se instalou pelos fatos de terem ocorrido muitas discussões acerca do que não fazer não Educação Física escolar, porém não foi criado um plano, modelo a ser seguido, uma ideia concreta e fundamentada do que se trabalhar nesse componente.

Por volta da década de 80 o Brasil passou por um processo de redemocratização que ficou conhecido como “abertura”, no qual muitos fatores influenciaram no desenvolvimento da Educação Física, como a participação direta da população nas eleições, liberdade para a realização de pesquisas, organização de encontros a fim de debater, discutir e construir acerca da Educação Física. Juntamente com Darido e Neto (2011), outros autores corroboram esse movimento que ocorreu na década de 80, dentre eles estão:

Soler (2003, p.31), que ao comentar sobre a Educação Física, afirma:

Nos anos oitenta, a Educação Física passa por uma profunda crise, crise aqui entendida como forma de se voltar para dentro e mudar, transformar. Ela já se mostra essencial para qualquer projeto que vise a formação de um ser humano integral. O estereótipo do professor treinador já não cabe mais, é hora de um novo educador, que seja mediador entre o conhecimento e a criança que aprende. É tirada da escola a obrigação de promover o esporte de rendimento, e o professor já não é mais contratado pela sua capacidade em ganhar troféus para a escola, e sim, por sua competência como educador.

Bracht 1999 (apud Gonzáles e Fensterseifer, (Org.) 2014, p. 236) que diz:

Desde o inicio da década de 80, todavia caracterizou-se no Brasil, segundo Bracht (1999), um movimento de “repedagogização” da teorização em Educação Física, fundamentada em diálogo com as Ciências Humanas e Sociais, efetuado por intermédio do discurso pedagógico; o entendimento de Educação Física é remetido a uma prática pedagógica.

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Desde a década de 80, o debate sobre "o que é Educação Física" é intenso. Liberta da hegemonia militar e médica, sob os ventos do processo de redemocratização do país, novas idéias, fundamentos, propostas pedagógicas, ocuparam espaços e agitaram as mentes na área da Educação Física.

Referindo-se ao processo que a Educação Física se encaminhou após os anos 80 Darido e Neto (2011, p. 5) afirmam “ Atualmente coexistem na área da Educação Física várias concepções, todas elas tendo em comum a tentativa de romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional”. Diante desse processo de redemocratização começaram a surgir diferentes abordagens, cada uma delas com seus objetivos diante da finalidade e modelo de Educação Física Escolar que se propunha construir, com isso apresentarei algumas abordagens da Educação Física Escolar desde os anos 80 até os dias atuais. As abordagens referidas com base em Darido e Neto (2011), são :

Psicomotricidade, os autores se baseiam em Le Bouch (1986), e definem a abordagem caracterizada pelo desenvolvimento da formação integral da criança. Tendo como base o aprender por meio do desenvolvimento tanto cognitivo, quanto afetivo e motor, levando em conta os movimentos naturais reproduzidos pelas crianças e não somente movimentos técnicos isolados.

Abordagem desenvolvimentista, os autores se baseiam em Tani (1998), e definem como a que busca priorizar a aprendizagem motora, proporcionando ações que auxiliem no desenvolvimento das habilidades motoras dos indivíduos, levando em consideração a faixa etária dos mesmos, desenvolvendo atividades básicas, como movimentos locomotores, estabilizadores e manipulativos, quanto propostas mais especificas, como os jogos, danças, esportes, lutas entre, outros.

Abordagem Construtivista-interacionista, os autores se baseiam em compreender os aspectos de trabalho de Vygotsky e Jean Piaget, e definem á, como a que entende a construção do conhecimento através da interação do sujeito com o mundo no qual ele vive, levando em consideração identidade cultural dos mesmos, indo assim muito além do ensinar e do aprender.

Abordagem Crítico-superadora, os autores se baseiam em Soares (1992), e abordam-na, como a que visa à transformação social através do ensino reflexão, buscando estudar assuntos atuais, objetivando a interação dos envolvidos com a sociedade em que eles estão inseridos, considerando as capacidades cognitivas dos indivíduos inseridos no processo

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de construção do conhecimento. Nesse modelo o aluno é ser ativo na construção da aula, a qual é planejada a partir das necessidades apresentada pelos mesmos.

Abordagem Crítico-emancipatória, valoriza a compreensão crítica do mundo e da sociedade, visando à formação de opinião a cerda dos mais variados acontecimentos. Quando relacionado ao ensino dos conteúdos da Educação Física escolar essa abordagem segundo Kunz, et al., 1998 apud Darido e Neto (ano, p. 14) “Ela propõe que sejam ensinados por meio de uma sequência de estratégias, denominada “transcendência de limites”, com as seguintes etapas: encenação, problematização, ampliação e reconstrução coletiva do conhecimento”.

Saúde Renovada, os autores de baseiam em Nahas (1997; 2001) e à definem como à que busca promover a saúde, favorecendo a autonomia no gerenciamento da aptidão física. Por meio de propostas de aluas voltadas para o desenvolvimento e conscientização da importância da aptidão física para tarefas simples. Educar os indivíduos para que eles tenham um estilo de vida ativo e com consciência de como manter e da importância de manter um estilo de vida saudável para a manutenção da saúde.

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os autores se baseiam em Brasil (1996; 1998), Brito (1999) e Souza (1998) e definem seu objetivo principal proporcionar uma aproximação entre as demais abordagens propostas para a Educação Física escolar. O mesmo está proposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a qual regulariza o sistema educacional brasileiro e também define o sentido que a Educação Física escolar de seguir, porém os PCNs não são obrigatórios e sim uma sugestão para se trabalhar com esse componente curricular. De acordo com os PCNs devemos trabalhar com uma abordagem cidadã, entrelaçando os conhecimentos conceituas, procedimentais e atitudinais e ainda incluir temas transversais ao plano de estudo.

De acordo com Darido e Neto (2011, p. 18)

A abordagem cidadã propõe-se à construção crítica da cidadania, elaborando questões sociais urgentes nos temas transversais: ética saúde, meio ambiente, pluralidade, cultura, orientação sexual, trabalho e consumo. Assim a Educação Física na escola deve promover o princípio da inclusão com a inserção e interação dos alunos a Cultura Corporal de Movimento, por meio de vivências que problematizem criticamente os conteúdos: jogos, esportes, danças, ginásticas, lutas, e conhecimentos sobre o corpo.

As abordagens citadas acima são algumas das possibilidades apresentadas após os anos 80. Levando em consideração todo esse processo Betti (1997, p. 12) afirma:

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Neste novo contexto histórico, a concepção de Educação Física deve ser repensada, com a correspondente transformação em sua prática pedagógica. A Educação Física deve assumir a responsabilidade de formar o cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura corporal - o esporte espetáculo dos meios de comunicação, as atividades de academia, as práticas alternativas, etc.

De acordo com a ideia citada acima devemos trabalhar uma Educação Física voltada para a formação integral do indivíduo, o preparando para ter vós diante das situações que irá vivenciar no meio social em que está inserido, para que assim tenha autonomia para analisar os fatos que acontecem ao seu redor.

Buscando atingir o objetivo da educação do país o Estado do Rio Grande do Sul (RS) produzido um Referencial Curricular (2009) para as escolas estaduais, que tem por objetivo melhorar a qualidade da educação. Já em sua introdução Mello (p. 11) critica o modelo apresentado pelos PCNs quando afirma:

Os Parâmetros não são um material a mais para enviar às escolas sozinhos. Formulados em nível nacional para um país grande e diverso, os Parâmetros também não continham recomendações suficientes sobre como fazê-los acontecer na prática. Eram necessariamente amplos e, por essa razão, insuficientes para estabelecer a ponte entre o currículo proposto e aquele que deve ser posto em ação na escola e na sala de aula.

A pesar de apresentar uma crítica os PCNs, por serem formulados em nível nacional e por vez desconsiderando as diversidades pelas quais o Brasil é composto. O Referencial Curricular (2009) do RS ressalta a importância dos mesmos juntamente com a LDB para estabelecer a cultura corporal de movimento como objetivo principal da Educação Física. Isso fica claro quando destaca que o objetivo principal da Educação Física escolar não é mais formar indivíduos aptos fisicamente, mas sim proporcionar aos mesmos, diferentes possibilidades de movimento e entendendo os mesmos como criações culturais.

O componente Curricular Educação Física está inserido atualmente nas escolas estaduais do RS em nível fundamental e médio na área das Linguagens, juntamente com Língua Portuguesa, Artes, Língua Estrangeira Moderna e Literatura. De acordo com o Referencial Curricular do RS, cada componente deve ter competências a serem desenvolvidas, sendo assim a Educação Física fica responsável por:

 Assimilar a origem e dinâmica das práticas corporais que formam a cultura corporal de movimento e sua relação com a organização da vida em sociedade.

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 Explorar as mais diversas praticas corporais associando-as aos diferentes contextos sociais e culturais.

 Averiguar novas possibilidades, novos experimentos a fim de ser promotora do aumento do acero cultural.

 Potencializar o conhecimento dos alunos acerca das práticas corporais a fim de aumentar o sociabilização em momentos de lazer.

 Conhecer práticas corporais voltadas à prevenção, manutenção e cuidados com a natureza.

 Utilizar movimentos corporais a fim de vivenciar outras culturas, e pensar sobre sua própria cultura, valorizando a diversidade sociocultural.

 Preservar culturas corporais de outras épocas, a fim de repassá-las as próximas gerações .

 Reivindicar melhores condições para as práticas de lazer visto que a mesma são necessidades básicas e um direito de todos nós.

 Compreender a realidade social e as individualidades biológicas dos indivíduos envolvidos no processo de ensino.

 Desenvolver uma postura crítica a cerca de padrões de beleza e desempenho impostos pela mídia, com o intuito de evitar o preconceito e o consumismo.

No Referencial ressalta-se que apesar das competência não apontarem os saber atitudinais ( saber ser), eles tem muita importância e fazem parte das aulas todos os instantes e juntamente com os saberes conceituais (saber sobre) e os procedimentais (saber fazer), faz parte da proposta para a Educação Física escolar.

Esse documento apresenta ainda de forma organizada os temas que fazem parte do estudo da área da Educação Física escolar, e que buscam desenvolver as competências citadas acima (p. 118),

Aqui os temas estruturantes estão divididos em dois conjuntos. O primeiro está organizado com base nas práticas tradicionalmente consideradas como objetivo de estudo da Educação Física: esporte, ginástica, jogo motor, lutas, práticas corporais expressivas, práticas corporais junto à natureza e atividades aquáticas. O segundo conjunto está organizado com base no estudo das representações sociais que constituem a cultura de movimento e afetam a educação dos corpos de um modo geral; portanto, sem estar necessariamente vinculada a uma prática corporal específica.

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Vale ressaltar que o referido documento destaca várias vezes a importância da diversidade de conteúdos nas aulas de Educação Física escolar e aponta duas formas pela qual essa pluralidade pode ser atingida. Através do “saber praticar”, que se refere a conhecer e desenvolver determinadas habilidades sobre determinados temas e “praticar para conhecer” que diz respeito à experiência corporal, sem a necessidade de se estender muito com o tema abordado.

O Referencial Curricular do RS deixa bem claro seu objetivo de orientar o processo de educação nas escolas estaduais e aponta com clareza que as sugestões apresentadas podem e devem ser adaptadas as necessidades de cada escola, quando diz (p. 124)

As competências e os conteúdos aqui apresentados deverão ser articulados de acordo com os “planos de estudos”, elaborados em cada comunidade escolar e com as possibilidades/potencialidades especificas de ensino em cada instituição.

De acordo com o Conselho Nacional de Educação Física – CONFEF, em documento organizado por Catunda (2014, p. 17), a Educação Física:

É o componente curricular obrigatório em todos os níveis da Educação Básica caracterizado pelo ensino de conceitos, princípios, valores, atitudes e conhecimentos sobre o movimento humano na sua complexidade, nas dimensões biodinâmica, comportamental e sociocultural.

A Educação Física é um dos componentes curriculares das escolas do Brasil. Com isso compreender a história, evolução e conteúdos que a mesma abrange se faz indispensável para os professores que desenvolvem os conteúdos dentro das instituições escolares. Esses saberes foram se modificando ao longo do tempo, isso ocorreu de acordo com os objetivos, as necessidades, conhecimentos e estudos que o ser humano foi adquirindo e desenvolvendo em relação a esse componente.

De acordo com a escrita de Soares et al. 1992 (in Gonzáles e Fensterseifer, 2014) podemos definir a Educação Física como uma disciplina escolar que deve ser desenvolvida de uma forma pedagógica e voltada para a “cultura corporal”, a qual tem em seu eixo de ensino (jogos, dança, lutas, ginástica e esportes entre outras possibilidades). O desenvolvimento desses conteúdos deve ser feito com ênfase em desenvolver as manifestações do corpo como linguagem.

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1.2 Habilidades motoras fundamentais

Com base na obra de Gallahue e Ozmun (2003), as habilidades motoras fundamentais são divididas em três grupos distintos. Sendo elas, de estabilização, locomoção e manipulação. As habilidades de estabilização são responsáveis pelo equilíbrio do corpo, estando ele em situação estática ou dinâmica, ou seja, parado ou em movimento, em um, dois, três ou mais apoios. Já as habilidades de locomoção são responsáveis, como o próprio nome já diz, pelos movimentos realizados pelo corpo com o intuído de locomoção, como por exemplo, andar, correr, saltar, engatinha, entre outros. E as habilidades de manipulação, são os movimentos realizados pelo corpo com a finalidade de lançar, apanhar, rolar, arremessar, chutar, driblar entre outras ações, nas quais o indivíduo aplica sua força nos objetos ou recepciona a força deles.

Contudo, esse estudo que tem como um dos objetivos o desenvolvimento do equilíbrio, será destinado às habilidades motoras de estabilização, as quais tem participação direta no desenvolvimento e manutenção das demais habilidades locomotoras fundamentais. Isso é confirmado pela seguinte afirmação “todo movimento envolve um elemento de estabilidade, quando analisando da perspectiva do equilíbrio. Portanto, falando estreitamente, todas as atividades locomotoras e manipulativas são, em partes, movimentos estabilizadores”. (GALLAHUE E OZMUN, 2003, p. 267)

Gallahue e Ozmun (2003, p. 266) quando se referem a movimentos estabilizadores fundamentais, afirmam:

A estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se. Por ela, as crianças obtêm e mantêm um ponto de origem para as explorações que fazem no espaço. A estabilidade envolve a disposição de manter em equilíbrio a relação indivíduo/força de gravidade.

1.3 Equilíbrio

O equilíbrio é uma habilidade motora indispensável para todos os nossos movimentos rotineiros. Com isso, o seu desenvolvimento e aprimoramento se fazem indispensável para que tenhamos qualidade de coordenação em nossos movimentos. Isso é corroborado por Horak e Macpherson 1996 (apud Silveira et al, 2006, p. 67) quando diz “O Equilíbrio é básico para todo movimento e é influenciado por estímulos visuais, somatossensorias e vestibulares”.

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“O equilíbrio pode ser dividido em três tipos, são eles: o equilíbrio estático, o equilíbrio dinâmico, e o equilíbrio recuperado. Cada um desses tipos de equilíbrio requer condições básicas e peculiares para sua manutenção” (SANTOS, 2013, p.12).

Gallahue e Ozmun (2003, p. 260), se referem a equilíbrio dinâmico, como “manter o próprio equilíbrio conforme o centro de gravidade se desloca”. De acordo com essa ideia, essa forma de equilíbrio se refere ao corpo equilibrado em movimento, tendo de se ajustar as situações impostas pelo ambiente. Assim, seu centro de gravidade também se move consecutivamente e o corpo tende se regular a esses movimentos para assim manter seu equilíbrio.

Os mesmos autores se referem a equilíbrio estático, como “manter o próprio equilíbrio enquanto o centro de gravidade permanece estacionário”. Seguindo essa linha de pensamento, essa forma de equilíbrio se refere manter-se estático, ou seja, equilibrar-se sem locomover, mantendo o centro de gravidade do corpo mais próximo da parte do seu corpo que está apoiada no solo, ou no objeto que ele está apoiado.

De acordo com Tubino 2003, (apud Santos 2013, p. 12) o equilíbrio recuperado “é a capacidade física em que se recupera o equilíbrio em uma posição qualquer, ou seja, um indivíduo que se recupera de um desequilíbrio em qualquer situação, possui essa qualidade física”. Diante desse conceito, o Slackline que será ferramenta desse estudo, é também uma grande ferramenta para o desenvolvimento, aprimoramento e manutenção do equilíbrio recuperado, pois as situações em que o indivíduo perde e recupera seu equilíbrio durante a travessia sobre a fita, são muitas, principalmente tratando-se de iniciantes nesse esporte. Outro exemplo simples e bem claro é quando uma pessoa está se deslocando em forma de caminhada e tropeça em uma pedra, e seu corpo é levemente projetado para frente, e em um ajuste rápido de coordenação de movimentos ela consegue recuperar seu equilíbrio e evitar uma queda.

1.4 Slackline

De acordo com a Revista Universo Slack (2015, p. 6) “o nome SLACKLINE, se traduzido ao pé da letra, quer dizer “corda bamba”, como é denominada a prática de equilibrismo no circo”.

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Esse esporte surgiu de uma atividade criada por escaladores, os quais nas horas de descanso, ou ainda quando o tempo não estava propicio para escaladas, fixavam suas cordas de escalada em duas arvores e se aventuravam tentando passar sobre a mesma. Sabe-se ainda que essa prática teve início entre as décadas de 70 e 80, isso é sustentado pela seguinte informação apresentada na revista Universo Slack (2015, p.6):

A Pratica do Slackline começou nos anos 80 no parque Yosemite Valley, na Califórnia, local em que muitos alpinistas se reuniam para fazerem escaladas e outras atividades de montanha. Entre uma escalada e outra, nas vezes em que o mal tempo não os deixava encarar as montanhas, os alpinistas se divertiam aperfeiçoando técnicas de equilíbrio e manobras sobre as cordas que utilizavam para escalar.

A origem desse esporte também é corroborada por Pereira e Maschião (2012, s.p.) quando afirmam “o slackline como se conhece foi criado por escaladores na metade da década de 1970 no vale do Yosemite nos Estados Unidos, ele é a nova geração da corda bamba do circo [...]”.

Esse esporte no decorrer de sua formação e conquista de adeptos, foi se fragmentando em modalidades as quais tem em comum a busca pelo equilíbrio e o constante desafio. As modalidades mais conhecidas e praticadas, de acordo com a revista Universo Slack (2015), são: Trickline, que é caracterizada pela realização de manobras difíceis sobre a fita e é modalidade mais popular do Slackline. Já a modalidade Longline é caracterizada por travessias longas, nas quais os praticantes estão um desafio constante de seus limites de equilíbrio. O Highline é a modalidade mais radical desse esporte, pois suas travessias devem ser feitas acima de cinco metros de altura, e exigem do praticante além de muita experiência e habilidade, conhecimento sobre equipamentos de segurança em altura. Entre as modalidades mais conhecidas está ainda o Waterline, o qual é praticado sobre a água, muito divertido e com pouco risco de lesão.

A referência acima citada classifica o Slackline em diferentes modalidades, porém por se tratar de um esporte consideradamente novo e ainda em formação, tratarei suas diferentes formas de ser praticado como “estilos”, pois trata-se de um único esporte e se classificarmo-lo em modalidades, teríamos quatro esportes diferentes, e uma informação equivocada, uma vez que o mesmo ainda está em formação.

Esse esporte apesar de contemporâneo já se espalhou por todo o mundo. No Brasil ele é muito visto em praias, parques e praças. Como outros, pode ser praticado por pessoas de

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diferentes faixas etárias, com diversos objetivos, desde a busca pelo lazer, atividade física, até a alta performance. A principal habilidade necessária para a prática do Slackline é o equilíbrio, o que faz deste um esporte muito difícil em sua iniciação, essa dificuldade é superada através da persistência e freqüente pratica.

Pereira (2013, p.226), quando se refere aos esportes de aventura como conteúdo que deve ser trabalhado pela Educação Física, diz:

Entre as diversas opções de aventura que a EF pode apresentar existe o Slackline. Esta modalidade esportiva de equilíbrio pode ser praticada de diversas formas, como: em grandes alturas, sobre a água, com manobras e é realizada sobre uma fita de nylon, que pode ter entre 2,5 a 5 centímetros de largura, com flexibilidade variável e em alturas que vão desde 30 centímetros do solo até mais de uma centena de metros do chão.

A prática desse esporte está cada vez mais popular, e seus benefícios são muitos. Entre eles está à melhora do equilíbrio dos praticantes. A inserção da mesma na Educação Física escolar pode ser uma ótima possibilidade para o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades motoras estabilizadoras dos escolares.

A prática do referido esporte já foi realizada no âmbito escolar em um estudo realizado por Santos (2013, p. 38) que relata: “a partir do estudo realizado, é possível concluir que a prática regular de slackline proporciona ao praticante a melhoria da flexibilidade, do equilíbrio dinâmico, do equilíbrio estático e também da força de membros inferiores”.

1.4.1 Relato de um atleta

O Slackline é uma pratica nova no campo dos esportes, com isso apesar de já existir a um bom tempo Campeonatos a níveis, Estaduais, Nacionais e Mundial, a unificação de suas regras ainda está em formação. Diante disso, e das poucas informações teóricas apresentadas sobre o esporte, busquei através de meios de comunicação conversar com um atleta para compreender melhor esse processo. Em uma conversa com Diogo Fernando, atleta profissional de Slackline pela Equipe Slack Proof, o mesmo me esclareceu sobre as principais informações a cerca do funcionamento dos campeonatos desse esporte.

Quando o questionei sobre se há diferença nas regras para homens e mulheres, o mesmo me afirmou:

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“São iguais sim, tanto para homens quanto para mulheres”. O atleta falou ainda que anteriormente as Federações tinham suas próprias regras, porém com o tempo começaram a usar mais as da “wsfed”, as quais sempre foram utilizadas para a classificação do ranking Mundial de Slackline. Corroborando Diogo Fernando diz: “Hoje em dia todo mundo está começando usar essa da “wsfed”, ta virando meio que um negócio globalizado, assim, por que é mais fácil de julgar, então todo mundo está começando a aderir a esse tipo de julgamento, então acaba que todo mundo, que nos treino já vai meio que sabendo que tipo de treino tem que fazer, focado naquele tipo de julgamento e tal”.

Quanto à classificação o atleta afirmou que é por pontuação, e através do desempenho o atleta se posiciona no ranking. Diogo Fernando diz: “tem dois tipos de ranking atualmente, tem o da “wsfed” que é a Federação Mundial de Slackline, que é a principal, que já tem uns cinco anos por ai mais ou menos, no mundo inteiro, e tem agora o ranking da “industries” que é uma nova marca que surgiu, e criou um novo tipo de ranking, e tão querendo botar em prática, e daí o que acontece, é, os dois ranking são bem diferentes um do outro, um soma os pontos por cada manobra, cada manobra tem um tipo de pontuação, tem uma tabela com dezenas, centenas de manobras e cada uma tem uma pontuação, e o outro é por, é por soma de pontos também só que não é por cada manobra ponto, eles avaliam o role inteiro da pessoa assim, tipo, dois minutos de role, eles vê como é que foi, qual limpo tu foi, é, o quanto de dificuldade tu usou, o quanto de amplitude tu uso, ai eles avaliam por isso, e pô, no Brasil é mais usado o da “wsfed” que é o mais antigo, e é o mais fácil de ser julgado, esse outro da slack “industries” é recente e um pouco mais difícil, porque ele tem que ter a tabela, tem que ter um replay, é complicado, um pouquinho mais complicado”.

De acordo com ele, cada Federação tem o seu ranking. Por exemplo, Federação Gaúcha, Federação Paulista, Federação Mineira, e assim por diante. Existe também o ranking Mundial, que segundo Diogo Fernando agora já houve eliminatórias para participar da Competição que aconteceu no Brasil, pois nos anos anteriores não aconteciam, era só se inscrever e participar do Mundial. O Atleta, que está envolvido nesse processo, da a entender através de seus depoimentos que o esporte está em constante evolução, e caminhando para uma unificação de regras.

De acordo com as informações apresentadas por Diogo Fernando a cerca das regras do esporte, segundo o Classificação do Esportes de González e Bracht ( 2012, p. 23), o Slackline se trata de um esporte técnico-combinatório, que se classifica por:

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aqueles em que a comparação do desempenho está centrada na beleza plástica (dimensão estética) e no grau de dificuldade (dimensão acrobática) do movimento, sempre respeitando certos padrões, códigos ou critérios estabelecidos nas regras.

1.4.2 Inserção do Slackline na Escola

Com embasamento na proposta apresentada pelos autores citados acima, o slackline pode se encaixar nos conteúdos da Educação Física escolar, uma vez que o mesmo é um esporte e estes compões o eixo dos conteúdos voltados para a cultura corporal de movimento. Porém as vivências desse esporte na escola ainda são bastante recentes e desenvolvida por poucos professores de Educação Física, visto que sua pratica também é considerada nova, pois tem indícios de seu início por volta dos anos 80.

Silva, Poli e Pereira (2013, p.8) ao se referirem ao Slackline na escola, afirmam

é possível os professores incluírem esta modalidade nas aulas de Educação Física Escolar, pois além de ser contemporânea, desafiadora e de baixo risco, ela pode proporcionar os benefícios necessários a inovação da disciplina de Educação Física, sem perder sua especificidade.

Corroborando com essa colocação Carvalho, Mastrascusa e Silva (2015, p.1), quando se refere ao Slackline na escola, ressaltam em seu relato de experiência,

no primeiro momento pode parecer uma prática individual, porém é essencialmente coletiva, tanto que suas bases pedagógicas são a cooperação e socialização, desde a montagem do equipamento para iniciar a atividade até a desmontagem, finalizando-a”.

Pereira( 2013, p.227) por sua vez ressalta “o Slackline fornece diversas possibilidades de aprendizagens e merece atenção para sua compreensão visando à ampliação do repertório do profissional de EF”.

2 METODOLOGIA

Estudo realizado, de acordo com Mattos, Júnior e Blecher (2004) foi através de pesquisa bibliográfica, descritiva e pesquisação, de cunho qualitativo e quantitativo. Os resultados serão apresentados através da análise de entrevista com o diretor da escola e professora de Educação Física da série envolvida no estudo e questionário aplicado nos alunos participantes da Unidade Didática de Slackline que será desenvolvida.

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2.1 Marco temporal

O estudo realizou-se entre agosto e dezembro de 2015. 2.2 Marco espacial

O estudo foi proposto em uma escola estadual localizada na cidade de Santa Rosa – RS.

2.3 Marco conceitual

O desenvolvimento das habilidades motoras estabilizadoras é fundamental para o bom desempenho dos indivíduos nas demais habilidades motoras. Os equilíbrios tanto estático, dinâmico e recuperado são necessários para todas as ações da nossa vida, sendo assim é de suma importância dar mais atenção para o desenvolvimento dessas habilidades. Na visão de Gallahue e Ozmun (2003, p. 266) “a estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se porque todo movimento envolve um elemento de estabilidade”.

A Educação Física Escolar é responsável pelo desenvolvimento desta e de outras tantas habilidades dos escolares, com a função de instigar e provocar situações em que estes possam desenvolver e aprimorar suas capacidades. É de grande relevância que o professor de Educação Física aposte em propostas de aulas voltadas para o desenvolvimento do equilíbrio, pois este, de acordo com a ideia dos autores recém citados, é fundamental para uma melhor eficiência e qualidade das demais habilidades motoras fundamentais.

2.4 População

Foi estudada uma turma do 3º ano do Ensino Médio, de uma escola estadual da cidade de Santa Rosa – RS.

2.5 Amostra

A amostra é composta por 25 alunos da turma estudada, uma professora de Educação Física e um diretor da instituição de ensino.

3 UNIDADE DIDATICA

A construção desta unidade didática levou em consideração vários fatores, entre eles estão:

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- O desinteresse dos alunos pelas aulas tradicionais de Educação Física, visualizados em uma observação prévia a criação dessa proposta de estudo.

- A notável falta de coordenação motora dos mesmos para alguns movimentos simples como atividades de aquecimento que utilizam os movimentos dos membros inferiores e superiores concomitantemente.

- Tentativa de inserir nesse âmbito escolar uma proposta ainda não apresentada ao mesmo, com o intuito de despertar a atenção dos alunos para outras possibilidades, motivando-os assim a serem mais participativos durante as aulas.

A seguinte unidade didática construída a partir das orientações apresentadas no Referencial Curricular da Educação Física do Estado do Rio Grande do Sul (2009), o qual “[...] sistematiza um conjunto de competências e conteúdos que esta matéria de ensino se en-carrega de tratar”( p.114).O planejamento das aulas foi elaborado de acordo com a disponibilidade apresentada pela escola, com isso, cada plano a seguir desenvolveu-se em duas horas/aula, totalizando 110 min. Os mesmos serão apresentados na seguinte organização:

Número da aula: as aulas serão apresentadas em números de forma crescente.

Proposta desenvolvida: a proposta de atividades a ser executada será descrita no decorrer do plano de aula.

Comentário após a aula: neste será apresentado todo o procedimento decorrido durante a aula.

3.1 Aulas

Em sequência serão apresentados os planos de aulas que foram desenvolvidos na Unidade Didática, de forma esclarecida e com o comentário do desenvolvimento de cada aula logo após a descrição do plano.

1ª e 2ª aulas

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Conteúdos: História do esporte, montagem e cuidados com o equipamento, habilidade motora de estabilização.

Objetivo: Proporcionar aos alunos o conhecimento de uma nova modalidade esportiva e o aprimoramento de suas habilidades de estabilização.

Materiais: Slackline, material didático.

Desenvolvimento da aula:

- Parte teórica:

História do slackline (material impresso), leitura e explicação.

- Parte prática:

Montar o Slackline e explicar como se monta o equipamento e os cuidados com a segurança durante a prática do mesmo.

Aquecimento:

Dividir os alunos em quatro colunas, e cada vez que o professor apitar, o primeiro da fila corre até a próxima coluna, chegando lá o professor apita novamente, e o segundo da fila corre e assim o professor vai apitando até que todos os alunos corram.

Variação: o professor apita cada vez mais rápido para estimular os alunos a correrem mais, até que todos estejam correndo ao mesmo tempo.

Alongamento: Membros inferiores, tronco e superiores.

Primeiro contato com o slackline. Os alunos são orientados a fazerem trios para que todos passem pela fita com o auxílio dos colegas.

Avaliação da aula: A avaliação da aula é feita através de uma conversação com os alunos, a partir de perguntas estratégicas e coerentes com o assunto a fim de identificar a compreensão dos mesmo sobre os conteúdos desenvolvidos na aula

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A aula teve inicio com conteúdo teórico, para que os alunos compreendessem mais sobre o esporte que começaríamos a trabalhar. Após as explicações acerca do esporte partimos para a prática, onde em um primeiro momento nos dedicamos a montagens e explicações de segurança relacionadas ao equipamento.

Equipamento devidamente instalado e dúvidas esclarecidas, realizamos o aquecimento (o qual está descrito no plano de aula) e em seguida o alongamento, os quais são muito importantes para a prática desse esporte, uma vez que o mesmo exige muitos movimento simultâneos na tentativa de equilibrar-se e ainda um certo impacto com o solo na queda de iniciantes. Com isso, esse procedimento será realizado em todas as práticas com o intuito de evitar entorses de tornozelos e amenizar dores musculares após as aulas.

Em seguida os alunos foram orientados a organizarem-se em trios para que déssemos início as primeiras tentativas. Nesse momento muitos estavam eufóricos para praticar e, ao mesmo tempo, receosos da exposição diante dos colegas. Porém, quando solicitado, o primeiro trio logo se apresentou para passar pela fita, e em seguida os demais trios realizaram a travessia. Vale ressaltar que um pequeno grupo não se disponibilizou a tentar, alegando medo, resistência a inserção, ou ainda desinteresse pela prática do esporte.

Após todos os interessados terem feito a travessia, desinstalamos o equipamento, com explicações e esclarecimentos necessários e conversamos sobre a aula. Questionei-os sobre o que eles haviam achado da aula, e se haviam dúvidas sobre a história, montagem e desmontagem do equipamento. Em resposta ao primeiro questionamento a maioria dos alunos respondeu que sim, que havia gostado da aula. Porém, uma pequena parcela da turma alegou que preferia ter jogado futebol e\ou voleibol. Relacionado ao segundo questionamento surgiram várias dúvidas acerca do sistema da catraca e colocação das cordas no equipamento. Dúvidas que tentei esclarecer, mas que certamente serão realmente sanadas no decorrer das aulas, pois a montagem do equipamento é cheia de detalhes, que realmente são difíceis de memorizar na primeira instalação. Continuei com alguns questionamentos com o intuito de avaliar a compreensão dos alunos acerca da aula, e percebi que os mesmos haviam tido uma satisfatória compreensão da mesma.

Nesse primeiro dia de prática, percebeu-se que os alunos, em sua grande maioria, demonstraram-se bastante entusiasmados com a prática do esporte. As primeiras tentativas foram bem típicas, ou seja, com bastante insegurança e instabilidade. Os alunos se

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demonstravam com medo de cair e, principalmente, por se tratar de adolescentes, com medo de se expor diante dos colegas.

3ª e 4ª aulas

Tema: Slackline

Conteúdos: Estilos do esporte e habilidades motoras estabilizadoras.

Objetivo: Conhecer os quatro estilos do esporte Slackline e dar sequência a aula anterior, através da pratica do esporte.

Materiais: Slackline, caderno com conteúdo, vídeos, planilha para anotações.

Desenvolvimento da aula:

- Parte teórica:

Ditar e explicar os quatro principais estilos do slackline (longline, watherline, higlhie e Trickline.

Apresentação de vídeos dos quatro estilos- Parte prática:

Aquecimento

Dividir os alunos em duas equipes, em seguida dar um bastão para cada equipe e, através de uma corrida de revezamento, realizar o aquecimento.

Alongamento: Membros inferiores tronco e membros superiores.

Em uma planilha registrar as duas primeiras tentativas de equilíbrio e deslocamento de cada aluno em cima da fita. Na qual cada aluno faz os registros de suas tentativas e, em um quadro branco na própria planilha, faz um desenho de como ele imagina que estava em cima da fita.

Primeiras instruções, buscar um ponto de equilíbrio e usar as pernas e os braços para buscar equilíbrio.

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Avaliação da aula: A avaliação é feita através da participação dos mesmos na aula, assim como, nos questionamentos que serão realizados durante a aula e auto analise que os mesmos fazem das dificuldades enfrentadas e das conquistas da aula.

Comentário da aula:

A aula teve início com conteúdos teóricos, na qual o foco foi apresentar aos alunos os estilos do esporte mais conhecidos e as especificidades de cada um deles. Primeiramente, discutimos sobre os conceitos de cada um deles e em seguida assistimos vídeos, com o intuito dos alunos identificarem de qual estilo se tratava cada um deles.

Na parte prática, novamente montamos o equipamento, sempre com o auxilio dos alunos, para que os mesmos compreendam o sistema de montagem. Equipamento instalado, partimos para o aquecimento e alongamento, com a mesma finalidade descrita na aula anterior, prevenir lesões.

Para essa aula preparei uma planilha na qual cada aluno registraria através de número de passo e de desenho ilustrando como se imaginava em cima da fita em suas duas primeiras tentativas sobre a mesma sem auxílio de colegas. Na primeira tentativa foi visível a insegurança dos alunos diante do desafio e da pressão dos colegas. Já na segunda tentativa, alguns já se demonstraram mais confiantes e tiveram um resultado melhor.

Após todos terem realizado suas primeiras tentativas sem auxilio, continuamos a aula com tentativas sem ajuda, porém com mais orientações para um melhor desempenho em equilíbrio estático e dinâmico. Finalizamos desmontando o equipamento e conversando sobre o desenvolvimento da aula. Quando os questionei sobre as sensações que tiveram em suas primeiras tentativas sem ajuda, obtive as seguintes respostas: “É muito mais difícil”, “Balança muito mais”, “É legal, mas é difícil”, entre muitas outras respostas. Ainda com intuído de avaliar a aula, questionei-os sobre os estilos para ver se haviam compreendido as diferenças e finalidades de cada um deles.

Nessa aula percebi um significativo avanço, pois houve compreensão dos alunos acerca dos estilos do esporte e também melhores resultados sobre a fita, principalmente na questão de encorajamento e tentativas bem sucedidas sem auxilio por parte de alguns alunos. E, ainda, por alguns que não haviam praticado na aula anterior terem realizado suas primeiras tentativas e gostado. Porém, identifiquei um problema que já havia me despertado atenção na

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primeira aula, o fato de trabalhar somente com um slackline deixou a turma um pouco dispersa, deixando bem visível quem estava muito interessado e quem não estava com muito interesse.

5ª e 6ª aulas

Tema: Slackline

Conteúdo: Equilíbrio estático.

Objetivos: Aprimorar as habilidades de equilíbrio, dando ênfase ao equilíbrio estático em cima da fita.

Materiais: Slackline

Desenvolvimento da aula:

Aquecimento:

- Brincadeira do branco e preto: Os alunos são divididos em dois grupos, dos quais um é o branco e o outro o preto, cada grupo fica de um lado da quadra e, quando a professora falar branco, o mesmo deverá fugir enquanto o preto tenta pegar os integrantes do grupo. Já quando a professora chamar o preto, o mesmo deverá fugir, enquanto o preto foge o branco corre atrás e tenta pegar o preto. Aqueles que forem pegos ficam na equipe que os pegou.

- Alongamento: membros inferiores, tronco e membros superiores.

Primeiras instruções, buscar um ponto de equilíbrio e usar as pernas e os braços para buscar equilíbrio.

- Desafiar os alunos, um de cada vez, a subirem em cima da fita tentarem se equilibrar o maior tempo possível sem sair do lugar, visando aprimorar as habilidades de equilíbrio estático.

- Dividir a turma em três equipes. Em seguida, desafiá-los a se equilibrarem em cima da fita o maior tempo possível. Será contabilizado o tempo que cada um ficou em cima da mesma e no final serão somados todos os pontos de cada equipe para avaliarmos, e descobrirmos qual foi a equipe vencedora.

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Avaliação da aula: A avaliação é feita com base na participação dos alunos, nos debates gerados na aula e na cooperação na atividade em grupo.

Comentário:

Nesse dia aconteceu um fato inédito na minha vida de estagiaria, dos 42 alunos que compõe a turma, somente 8 estavam na aula. Os alunos que estavam presentes me falaram que a ausência dos demais colegas se deu pelo fato de nesse dia eles terem somente as duas aulas de Educação Física e uma aula de Física, depois seriam liberados.

Diante dessa situação tive que deixar de lado meu plano de aula e conduzir a aula de outra maneira, pois a atividade que estava proposta para esse dia não seria empolgante para tão poucos alunos.

Demos inicio a atividade instalando o equipamento, o qual foi manipulado somente pelos alunos. Só dei as orientações necessárias para que montassem da forma correta. Posteriormente, realizamos um aquecimento improvisado, realizando caminhada pelos muros da escola e corrida nas arquibancadas da quadra de esportes. Após realizarmos o alongamento, fomos praticar.

No início, os alunos estavam um pouco desanimados, alguns até falaram que deveriam ter ficado em casa dormindo. Mas, depois que começaram a praticar, perceberam que estavam evoluindo mais que nas outras aulas, pois todos que estavam no local praticavam, ninguém ficava botando pressão e ainda podiam ficar mais tempo na fita.

Finalizamos desmontando o equipamento e conversando sobre os aprendizados da aula. Os alunos estavam muito empolgados, pois haviam percebido melhoras em seus desempenhos, melhoras alcançadas através da insistência em tentativas. Com isso, apesar de poucos alunos estarem presentes nessa aula, a mesma foi muito produtiva, pois quem estava presente gostou muito da aula e teve melhoras em seus domínios tanto estáticos, quanto dinâmicos sobre a fita.

7ª e 8ª aulas

OBERVAÇÃO:

Nesta aula será executado o plano criado para a aula anterior e que não foi desenvolvido na mesma por motivos já esclarecidos.

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Comentário da aula:

Nessa aula o foco foi no equilíbrio estático. Ainda em sala de aula conversamos sobre o significado do mesmo antes de prosseguirmos com a prática, aonde, primeiramente, montamos o equipamento e em seguida realizamos o aquecimento e alongamento, com o intuito de nos prepararmos para a prática do Slackline.

Nessa aula as instruções foram voltadas para o desenvolvimento do equilíbrio estático e, em um primeiro momento, os alunos, um de cada vez, realizou a tentativa de se equilibrar sem mover os pés em cima da fita. Nessas primeiras tentativas foi notável a dificuldade que os mesmos encontraram em não poder mover os pés, pois acabavam se desequilibrando muito rápido.

Após todos terem realizado várias tentativas, a turma foi dividida em três equipes, para que executasse a atividade proposta. Logo no inicio eles já se demonstraram mais animados, pois se tratava de uma competição. Cada um dava o seu máximo para tentar ficar mais tempo sobre a fita que seu adversário e tentar contribuir para que sua equipe fosse vencedora da brincadeira.

Finalizamos a aula desmontando o equipamento e conversando sobre as dificuldades que os mesmos encontraram na atividade proposta. Todos foram unânimes em afirmar que acharam difícil porque não podia tirar os pés dá fita (dar passos). Essa aula foi bastante proveitosa, pois os alunos demonstraram compreender a proposta. Os questionamentos e discussões foram coerentes com a mesma, e ainda foi bastante animada, pois teve competição, o que os empolgou muito, deixando-os mais participativos durante a aula.

9ª e 10ª Aula

Tema: Slackline

Conteúdos: Equilíbrio Dinâmico.

Objetivos: Aprimorar as habilidades de equilíbrio, dando ênfase ao equilíbrio dinâmico em cima da fita.

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Desenvolvimento da aula:

Aquecimento:

- Brincadeira do monstro. Dois alunos ficam em cima da linha central da quadra, o restante da turma no início da quadra. A partir de um sinal os alunos passam para o outro lado, fugindo do monstro. Os alunos têm 10 segundos para passar, caso não consigam, viram monstros e passam a ajudar seus companheiros. A brincadeira acaba quando todos forem pegos.

- Alongamento: membros inferiores, tronco e membros superiores.

Instruções, buscar um ponto de equilíbrio e usar as pernas e os braços para se equilibrar.

- Desafiar os alunos, um de cada vez, a subirem em cima da fita e tentarem dar o maior número de passos em cima da fita, com o objetivo de aprimorar as habilidades de equilíbrio dinâmico. Após passarem pela fita, terminam de preencher a planilha que lhes foi dada na 3ª e 4ª aulas, para assim verificarmos a evolução de cada um no decorrer da unidade didática.

- Dividir os alunos em três equipes, em seguida, desafiá-los a se deslocarem em cima da fita com o maior número de passos possíveis. Anotar quantos passos cada aluno conseguiu se deslocar e no final contabilizar em forma de pontos. Vence a equipe que mais passos conseguir somar.

Avaliação da aula: A avaliação é feita com base na participação dos alunos, nos debates gerados na aula e na cooperação na atividade em grupo.

Comentário da aula:

Essa aula semelhante à anterior, porém a proposta executada foi voltada para o desenvolvimento do equilíbrio dinâmico sobre a fita. Demos inicio conversando acerca do conceito de equilíbrio dinâmico, o qual muitos deles já tinham conhecimento, pois o mesmo também é trabalhado no Componente Curricular Física. Esclarecido o conceito, prosseguimos com a prática, na qual primeiramente montamos o equipamento, realizamos o aquecimento e alongamento e, em seguida, demos sequência com as orientações voltadas para atingirmos o objetivo da proposta.

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Primeiramente os alunos foram instruídos a um por vez tentar se equilibrar utilizando os pés, braços e tronco, com o intuito de se deslocar a maior distância possível sobre a fita, buscando aprimorar o equilíbrio dinâmico sobre a mesma. Após a tentativa, cada aluno foi orientado a preencher o espaço que faltava em sua planilha, a qual foi entregue nas aulas anteriores. Porém, boa parte dos alunos não havia trazido a mesma, e ficou de realizara atarefa em casa.

Dando continuidade na aula, a turma foi dividida em três grupos novamente, com o objetivo de realizarmos a atividade proposta no plano de aula. Essa atividade é semelhante a da aula anterior, o que já os deixou bastante empolgados, porém, desta vez eles tiveram de realizar o maior número de passos possíveis sobre a fita, sem tocar o chão.

Finalizamos a aula como de costume, desmontando o equipamento e conversando sobre o desenvolvimento da mesma. Os alunos novamente reagiram bem à proposta, demonstraram compreensão sobre os conteúdos desenvolvidos, foram empenhados durante a aula, principalmente nos momentos de competição.

3.2 Resultados da Proposta de Unidade Didática.

Alguns meses após a aplicação da Unidade Didática, realizou-se a coleta de dados a fim de verificar a impacto da mesma, tanto na visão da direção da escola, professora titular da turma, alunos envolvidos, e por fim a analise dessa pesquisadora.

No período da aplicação da proposta, a turma participante contava com um total de 42 alunos. Já no período de aplicação do questionário a turma era composta por 37 alunos, dos quais 25 responderam o questionário, pois os demais não estavam presentes no dia da coleta de dados. Havendo assim uma perda amostral de 32,4% dos escolares ainda matriculados na turma.

3.2.1 Na Visão da Direção e Professor( a) de Educação Física da Escola.

A fim de verificar o impacto da Unidade Didática desenvolvida, foi realizada uma entrevista com o(a) diretor(a) e professor(a) de Educação Física da escola, para compreender a visão dos mesmos(as) acerca dos seguintes questionamentos, os quais serão apresentados integralmente, na forma de pergunta e resposta consecutivamente.

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(Pesquisadora) Qual foi sua primeira impressão quando propus trabalhar como esporte Slackline com a turma do 3º ano do Ensino Médio dessa escola?

(Diretor( a) Não conhecia o que era, e ai ficamos na expectativa para saber o que era isso.

(Pesquisadora) Anteriormente ao meu estágio o( a) senhor(a) já conhecia esse esporte? Se sim, por que meios?

(Diretor( a) Não, eu não conhecia.

(Pesquisadora) Nunca havia visto na mídia, revistas, alguma coisa assim?

(Diretor( a) Não, não conhecia.

(Pesquisadora) Na sua opinião, qual foi a repercussão das aulas? Os alunos lhe trouxeram comentários, tanto positivos quanto negativos sobre a Unidade Didática que desenvolvi? Poderia me relatar quais foram esses comentários?

(Diretor( a) Os alunos trouxeram comentários bastante positivos. Disseram que foi bem importante para a questão do equilíbrio, eles falaram bastante da questão do equilíbrio. Gostaram da aula, foi bem dinâmica e proporciona equilíbrio. Gostaram muito.

(Pesquisadora) O Senhor( a) acha o Slackline um esporte seguro para se desenvolver no âmbito escolar, a partir do trabalho que foi desenvolvido?

(Diretor( a) Nós achamos tão importante que a gente conversou com as professoras de Educação Física e adquirimos esse, esse, esse equipamento para fazer essa prática na escola. Então hoje a escola tem um equipamento desses para fazer, graças a essas aulas.

(Pesquisadora) Por fim, o Senhor acha pertinente inserir esse esporte no Plano de Trabalho da Educação Física, a fim de desenvolve-lo com outras turmas dessa escola?

(Diretor( a) É, tanto é que a gente acha, que comprou esse material para as professoras de Educação Física ampliar isso para as outras turmas.

Referências

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