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Riscos do trabalho em espaço confinado na operação de silos armazenadores de cereais

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CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

FELIPE RICARDO WENDLAND

RISCOS DO TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO NA OPERAÇÃO DE SILOS ARMAZENADORES DE CEREAIS

Panambi 2018

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FELIPE RICARDO WENDLAND

RISCOS DO TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO NA OPERAÇÃO DE SILOS ARMAZENADORES DE CEREAIS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Mecânica apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Macânico. Orientador: Prof. Me. Olavo Luiz Kleveston.

Panambi 2018

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FELIPE RICARDO WENDLAND

RISCOS DO TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO NA OPERAÇÃO DE

SILOS ARMAZENADORES DE CEREAIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO MECÂNICO e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Panambi, 15 de junho de 2018

Prof. Olavo Luiz Kleveston Mestre pela Universidade UPF - Orientador Profa. Patricia Carolina Pedrali Coordenadora do Curso de Engenharia Mecânica/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA Prof. Olavo Luiz Kleveston Mestre pela Universidade UPF

Prof. Cristiano Rafael Lopes Mestre pela Universidade UPF

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Pai e a minha Mãe pelo exemplo, educação e ensinamentos de vida, propiciandome a busca da realização desta etapa.

A todos os professores do Curso de Engenharia Mecânica que contribuíram para meu aprendizado, em especial gostaria de agradecer, ao meu professor orientador Olavo Luiz Kleveston, pelo estímulo, disposição e grande auxilio durante o desenvolvimento deste trabalho.

Também, a todos aqueles (familiares, colegas de trabalho, colegas da faculdade, enfim, os amigos...) que me acompanharam no decorrer do curso.

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Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar.

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RESUMO

Devido ao grande número de acidentes ocorridos em unidades de armazenagem, os quais ocorrem normalmente em pessoas ainda jovens, em idade produtiva, percebeu-se a necessidade de um estudo referente a alguma parcela dos acidentes que acontecem em unidades de armazenagem. O espaço confinado em silos metálicos é responsável por uma grande parcela de riscos de acidente, os mesmos sendo por falta de treinamento e conhecimento, ou então por negligencia tanto na operação como na entrada destes ambientes. Portanto evidencia-se a importância de treinamento para os trabalhadores, afim de que os mesmos tenham pleno conhecimento dos riscos que a atividade em ambientes confinados proporcionam, como dos vigias, que são responsáveis por acompanhar os trabalhadores autorizados na execução do serviço, e também dos supervisores, que fazem a verificação anterior a entrada dos colaboradores no ambiente confinado, liberando ou não os colaboradores para a atividade designada. Com o intuito de se atenuar o risco de acidentes nestes locais foram elaboradas algumas soluções e práticas que diminuam os riscos decorrentes dos ambientes confinados e que também facilitem e agilizem o resgate e salvamento de possíveis vitimas de acidentes.

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ABSTRACT

Because of the large number of accidents occurring in grain storage unities, which normally occur with young people, in productive age, it´s necessary to make a study about some of these accidents. The confined space in metallic silos is responsible for a large part of the accidents risks, could be for the lack of training or knowledge, or neglect in entering or operating these places. Therefore, the importance of training the employees is so clear, with training the employees, they will know about the risks that working in confined spaces could have, for example the guards, that are responsible to verify the place before the employees came in the confined space, permitting or not his activities. In order to attenuating the risk of accidents in these places, some solutions and acts are proposed to decrease the number of accidents and also make the rescue of the possible victims easier and faster.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Séries de capacidade estática e produção agrícola. ... 14

Figura 2: Vista de um silo e suas partes ... 15

Figura 3: Tipos de fundos de silo. ... 16

Figura 4: Demonstração de uma pessoa sendo sugada pelo fluxo de grãos. ... 23

Figura 5: Formação de ponte sobre a massa de grãos ... 24

Figura 6: Trabalhador desprendendo massa de grãos. ... 24

Figura 7: Placa de advertência. ... 30

Figura 8: Ligação telhado x corpo. ... 32

Figura 9: Disposição dos respiros. ... 33

Figura 10: Grãos em decomposição. ... 33

Figura 11: Canais de aeração. ... 34

Figura 12: Ventilador. ... 35

Figura 13: Esquema funcionamento aeração. ... 35

Figura 14: Cabos de termometria. ... 36

Figura 15: Cabos de termometria. ... 37

Figura 16: Esquema montagem cabos de termometria. ... 38

Figura 17: Monovia. ... 38

Figura 18: Trabalhador fixado junto à monovia. ... 39

Figura 19: Montagem monovia. ... 40

Figura 20: Fixação monovia. ... 40

Figura 21: Apoio e monopé. ... 41

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ACT Autoridade para as Condições de Trabalho ATR Autorização para Trabalho de Risco

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

EC Espaço Confinado

EPC Equipamento de Proteção Coletiva EPI Equipamento de Proteção Individual

FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPVS Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde PET Permissão de Entrada e Trabalho

NBR Norma Brasileira

NR Norma Regulamentadora

SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SICARM Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 10 1.1 JUSTIFICATIVA ... 11 1.2 OBJETIVOS ... 11 1.2.1 Objetivo Geral ... 11 1.2.2 Objetivos Específicos ... 11 1.3 METODOLOGIA ... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 13 2.1 IMPORTANCIA DA ARMAZENAGEM ... 13 2.2 ARMAZENAGEM NO BRASIL ... 13 2.3 SILO METÁLICO ... 14

2.4 SEGURANÇA EM UNIDADES ARMAZENADORAS ... 16

2.5 ESPAÇOS CONFINADOS (NR-33) ... 17

2.5.1 Responsabilidades ... 18

2.5.2 Classificação de Espaços Confinados ... 19

2.5.3 Riscos nos Espaços Confinados ... 19

2.5.3.1Níveis Incorretos de Oxigênio 20 2.5.3.2Exposição aos Agentes 20 2.5.3.3Explosão e Incêndio 21 2.5.3.4Afogamento e Sufocamento 22 2.5.3.5Intoxicação 25 2.5.4 Medidas de Gestão da Segurança em Espaços Confinados ... 26

2.5.4.1Supervisor 26 2.5.4.2Vigia 27 2.5.4.3Trabalhadores Autorizados 27 2.5.4.4Permissões de Entrada 28 2.5.4.5Treinamentos 28 2.5.4.6Equipamentos e Instrumentos de Medição 29 2.5.4.7Sinalização 29 2.5.4.8Emergência e Salvamento 30 3 DESENVOLVIMENTO ... 31

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3.1 RISCOS EXISTENTES NOS EC’S DOS SILOS METÁLICOS PLANOS ... 31

3.2 TELHADO ... 31

3.3 AERAÇÃO ... 33

3.4 TERMOMETRIA ... 36

3.5 MONOVIA COM TROLE ... 38

3.6 APOIO PARA MONOPÉ ... 41

3.7 PORTA PARA RESGATE ... 42

3.8 RESULTADOS ... 43

4 CONCLUSÃO ... 44

REFERÊNCIAS ... 45

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________________________________________________________________________________________ Felipe Ricardo Wendland (felipe_wendland@live.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Panambi

DCEENG/UNIJUÍ, 2018.

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é um país de economia emergente, na qual, o agronegócio tem uma parcela muito importante, tanto pela produção agrícola ou pela geração de empregos do segmento. Com o decorrer dos anos, a produção agrícola do Brasil aumentou notavelmente, colocando o país em um déficit de capacidade de armazenagem. Com isso cresceu a necessidade de investimentos em unidades de armazenagem.

A capacidade de armazenagem da produção agrícola nacional é um fator importante, pois como o nosso país é um dos maiores produtores de grãos do planeta, quando tivermos plena capacidade de armazenagem da nossa produção, poderemos de certa forma regular o preço da saca de grãos, já que não será necessária a venda dos grãos logo após a colheita, possibilitando que o grão seja comercializado somente quando o preço da saca estiver com um preço atrativo desta forma aumentando a lucratividade das nossas lavoras.

As unidades de armazenagem por terem um número bem amplo de equipamentos, nelas existem vários riscos em que os trabalhadores estão expostos durante a operação, manutenção, limpeza, entre outras atividades que se realizam em unidades armazenadoras. Esses riscos variam de acordo com o equipamento que o colaborador está trabalhando.

O presente trabalho aborda o estudo dos espaços confinados dos silos metálicos, e então propor algumas soluções e práticas para se atenuar os fatores que causam os riscos nos espaços confinados. Estes riscos podem expor a segurança dos trabalhadores que trabalham em silos, e assim afetar a sua integridade física, podendo levar os mesmos inclusive a óbito, em situações extremas.

Os silos não foram projetados (feitos), para a ocupação humana de forma contínua, pois no interior dos mesmos existem os mais variados, por tanto é necessário uma série de cuidados e treinamentos para adentrar tais recintos, conforme será visto no decorrer do trabalho.

Com base nos riscos que forem levantados no embasamento teórico desse trabalho, serão idealizadas algumas soluções a serem instaladas nos silos, afim de se reduzir a probabilidade de acidentes, e se os mesmos ocorrem, algumas soluções para facilitar e agilizar o resgate e salvamento das vítimas.

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Riscos do Trabalho em Espaço Confinado na Operação de Silos Armazenadores de Cereais

1.1 JUSTIFICATIVA

No Brasil, é grande o número de municípios que tem a sua economia dependente da agroindústria, e com a produtividade das lavouras crescendo ano após ano, o número silos metálicos existentes nas plantas de armazenagem é cada vez maior, sejam eles dentro de industrias, cooperativas ou em fazendas.

Este trabalho foi idealizado devido ao alto e crescente número de acidentes ocorridos em unidades de armazenamento, das quais os silos metálicos fazem parte, onde dentro dos mesmos há espaços confinados, que são os locais responsáveis por grande parte desses acidentes.

Segundo Garcia (2016), o número de acidentes ocorridos em unidades de armazenagem, onde os acidentes que aconteceram em silos estão contabilizados, no ano de 2007 foram registrados 1.648 acidentes, em 2008 foram registrados 2.021 acidentes, e em 2009, o número foi maior, 2.121 acidentes de trabalho, 100 a mais que em 2008.

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a parte interna de um silo metálico com fundo plano, verificando os possíveis riscos existentes referentes a espaços confinados, propondo sugestões que diminuam os riscos de acidentes.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Realizar uma revisão bibliográfica sobre a importância da armazenagem e a situação da mesma em nosso país, também sobre o silo metálico plano e as principais partes que o constituem, assim como a segurança no trabalho em unidades de armazenagem como um todo e o trabalho no interior dos silos, análise dos espaços confinados e os riscos existentes nos mesmos, também as medidas necessárias para a gestão dos riscos nos espaços confinados e as ações e responsabilidades em operações de resgate e salvamento;

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________________________________________________________________________________________ Felipe Ricardo Wendland (felipe_wendland@live.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Panambi

DCEENG/UNIJUÍ, 2018.

 Indicar práticas e também desenvolver dispositivos a serem instalados no silo, afim de atenuar o risco de acidentes e também facilitar e agilizar o resgate e salvamento de vítimas de acidente.

1.3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada no desenvolvimento do trabalho consiste em, realizar a revisão bibliográfica das literaturas existentes sobre a importância da armazenagem e a situação da mesma no Brasil, também sobre os silos metálicos e por fim uma análise completa dos riscos existentes no espaço confinado do silo. Dentre essas literaturas estão artigos, TCC’s, NR-33, livros e também o meio digital.

No trabalho foram abordados os riscos encontrados no ambiente confinado dos silos metálicos, então após a tipificação desses riscos de acidentes foram projetados acessórios para serem instalados no silo, com o intuito de se reduzir os riscos de acidente oriundos do ambiente confinado, além de acessórios foram indicadas também práticas que devem ser adotadas para se evitar a criação de situações que possam culminar na existência de riscos.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 IMPORTANCIA DA ARMAZENAGEM

A fabricante Kepler Weber (2017), explica que com uma armazenagem correta dos grãos é possível evidenciar os seguintes benefícios:

 Preservação do valor comercial e nutritivo dos grãos;

 Evitar a infestação de pragas e fungos, mantendo a massa de grãos protegida;  Certeza de lucratividade, inibindo a perda peso dos grãos;

 Diminuição dos custos operacionais da instalação.

Segundo Camargo (2017), a armazenagem é fator estratégico para que o produtor rural tenha as condições mais adequadas para manter a qualidade dos produtos, permitindo maior autonomia na comercialização da produção, conferindo maior lucratividade a sua safra.

Camargo (2017) salienta também, que a armazenagem é de suma importância, e que deve ser vista com prioridade dentro do ciclo produtivo, pois reduz as perdas da produção e contribui na melhoria da renda do produtor.

Ainda referente a este assunto, Salvador (2017) destaca que é preciso fazer uma análise de viabilidade financeira para implantação deste tipo de equipamento na propriedade, porém, a adoção do sistema de armazenamento particular de grãos, quando bem feito, traz vantagens ao produtor sobre a qualidade do produto final, redução de despesas com frete e secagem e, principalmente, sobre a barganha que passa a ter, em virtude de possibilitar a venda no momento mais apropriado para sua comercialização.

2.2 ARMAZENAGEM NO BRASIL

De acordo com Elias (2017), o crescimento demográfico, a urbanização crescente observada na sociedade brasileira, com cada vez menos pessoas no campo produzindo para alimentar cada vez maiores populações nas cidades, as mudanças nos hábitos de consumo da população, a troca de meios de produção típicos de subsistência, com a comercialização apenas dos excedentes, por escalas industriais, ao lado do avanço do conhecimento científico, dentre outros fatores, têm forçado profissionais e produtores à busca do desenvolvimento de tecnologias voltadas para melhorar a conservação da sua produção, afim de garantir maior ganhos no momento da comercialização.

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018.

Entre os anos de 2000 a 2012, segundo Maia (2012), os dados do Sicarm indicam um aumento da capacidade estática de armazenagem no Brasil de 67%, porém, a expansão da produção agrícola foi de 94%, tais dados podem ser observados na Figura 1 que segue abaixo.

Figura 1: Séries de capacidade estática e produção agrícola.

Fonte: Maia, 2012.

De acordo com Oliveira (2014), a FAO recomenda que a capacidade estática de armazenagem de um país seja igual a 1,2 vezes sua produção agrícola anual. Seguindo esse raciocínio, atualmente o déficit no Brasil seria de cerca de 70 milhões de toneladas. Outro fator importante a relatar é que existe uma porcentagem da capacidade estática brasileira que não atende os preceitos mínimos para uma boa armazenagem, fazendo com que esse déficit seja ainda maior. No ano de 2000, foi aprovada a lei número 9.973, que trata da armazenagem no Brasil, a qual é considerada um avanço enorme para o setor. Essa lei disciplina a atividade exigindo recursos tecnológicos como termometria, aeração e demais providências, com o objetivo de eliminar perdas e garantir a qualidade dos grãos armazenados.

2.3 SILO METÁLICO

De acordo com Weber (2001) os silos metálicos são utilizados amplamente em cooperativas, propriedades particulares assim como em terminais, devido a sua versatilidade, facilidade de ampliação e investimento consideravelmente menor que em relação aos silos de concreto.

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Segundo Weber (2001) silos metálicos planos podem ser divididos em quatro partes principais: corpo, telhado, fundo e acessórios, conforme Figura 2.

Figura 2: Vista de um silo e suas partes

Fonte: Autor.

Corpo: Constituído por chapas laterais metálicas galvanizadas ou zincadas, que são onduladas e calandras de acordo com o diâmetro desejado para o silo, formando anéis que se sobrepõem uns aos outros, até a altura desejada para o silo. Assim como por chapas, o corpo do silo também é constituído por montantes, os quais são perfilados em uma determinada forma e que são montados verticalmente conforme a altura do silo.

As espessuras dos montantes, e das chapas laterais, variam de acordo com a capacidade desejada do equipamento.

Telhado: O telhado é formado por chapas planas perfiladas nas bordas, onde as mesmas são montadas umas sobre as outras, para garantir uma boa vedação e resistência ao telhado. Até certo diâmetro de silo, essas chapas são autoportantes, para silos de maior diâmetro as mesmas são montadas sobre estruturas, que são formadas por longarinas e travessas, para garantir a estabilidade do telhado.

Fundo: Os silos podem vários tipos de fundo, os quais sãos definidos conforme a necessidade do proprietário do equipamento. Os tipos de fundo podem ser, fundo plano, fundo cônico, fundo tronco de cone e fundo melita, conforme a Figura 3.

Telhado Corpo Fundo Acessório Acessório Acessório

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________________________________________________________________________________________ Felipe Ricardo Wendland (felipe_wendland@live.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Panambi

DCEENG/UNIJUÍ, 2018. Figura 3: Tipos de fundos de silo.

Fonte: Graeff, 2005.

Acessórios: São os componentes que facilitam a utilização do silo como: escadas externas e internas, para acesso as partes do silo; respiros que são responsáveis pela circulação de ar (entrada e saída) por convecção natural; portas de entrada no telhado e no corpo; controle de nível; espalhador de grãos; rosca varredora para a descarga do excesso de grãos; registro de descarga.

2.4 SEGURANÇA EM UNIDADES ARMAZENADORAS

Para Oliveira (2010) é grande o empenho dos empresários rurais e das instituições na manutenção e no incremento da qualidade das sementes, porém o foco estritamente produtivo, muitas vezes provoca o desamparo do quanto às condições de trabalho do trabalhador rural, que não raramente, se dispõe a trabalhar exposto a todo tipo de risco presente nas unidades agroindustriais que se destinam ao beneficiamento de sementes.

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Segundo Van der Laan (2012) Os avanços em saúde e segurança do trabalho estão sendo deixados em segundo plano, frente à exigência de desempenho na produção, pós-colheita e beneficiamento. A presente atitude tem favorecido a ocorrência de acidentes causados por: condições inseguras, equipamentos defeituosos, falta de protetores, iluminação, ventilação inadequada, desorganização e pelo comportamento inseguro de alguns trabalhadores.

Os acidentes podem ser responsáveis pelo afastamento temporário ou permanente de trabalhadores, muitas vezes devido à ocorrência de óbitos durante o exercício da atividade laboral. Diante desse cenário tão preocupante, a ação fiscalizadora do poder público tem se mostrado presente e apesar das limitações, suas ações fiscais em empresas do setor agrícola alcançaram 838.417 trabalhadores rurais, apenas no ano de 2012 (BRASIL, 2012).

2.5 ESPAÇOS CONFINADOS (NR-33)

Durante o trabalho em silos metálicos, o trabalhador esta exposto a uma série de riscos, dentre eles estão, o risco de explosão, incêndio, aos ruídos, trabalho em altura, riscos biológicos dentre outros. Para auxiliar as empresas a oferecer melhores condições de trabalho existem algumas Normas Regulamentadoras, como por exemplo, a NR-35 (Segurança para Trabalho em Altura), NR-12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos), NR-33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaço Confinado) a qual é o assunto de presente trabalho, dentre outra tantas que regem o trabalho nessas instalações. No anexo I estão as principais partes da norma que foram utilizadas para a elaboração deste trabalho.

A NR-33 (2012) estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. De acordo com a portaria n° 202, de 22 de dezembro de 2006.

A definição de espaço confinado segundo a NR-33 (2012) é qualquer local que não tenha sido projetado para ocupação humana de forma contínua, que possua acessos limitados, e que cuja ventilação existente seja precária para remover contaminantes ou onde possa existir a falta ou excesso de oxigênio.

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2.5.1 Responsabilidades

A NR-33 (2012) delega as reponsabilidades que são de competência do empregador e também do trabalhador. Seguem abaixo as reponsabilidades que cabem ao empregador:

 Apontar de forma formal o responsável técnico pela execução desta norma;  Fazer o reconhecimento dos espaços confinados existentes;

 Apontar os riscos existentes em cada um dos espaços confinados;

 Colocar em prática a gestão da segurança e saúde no trabalho nos espaços confinados, por ações técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, garantindo assim de forma permanente ambientes com condições adequadas de trabalho;

 Prover a capacitação continua dos colaboradores sobre os riscos, as ações de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados;

 Assegurar que o acesso ao espaço confinado ocorra somente após execução, por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II deste trabalho;

 Conceder às empresas contratadas, noções sobre os riscos nas áreas onde as mesmas irão exercer suas atividades e reivindicar a capacitação de seus trabalhadores;

 Presenciar a implantação das ações de segurança e saúde dos colaboradores das empresas contratadas concedendo os meios e condições para que eles possam atuar de acordo com a NR33;

 Paralisar todos os trabalhos caso haja a suspeita de risco grave e iminente, abandonando imediatamente o local;

 Prover informações de forma atualizada sobre os riscos e ações de controle antes de cada acesso aos espaços confinados (BRASIL, 2012).

E são de responsabilidade dos trabalhadores, as seguintes atribuições:  Cooperar com a empresa na execução da NR33;

 Usar de forma correta os meios e equipamentos fornecidos pela empresa;  Informar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as circunstâncias de risco para

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Riscos do Trabalho em Espaço Confinado na Operação de Silos Armazenadores de Cereais

 Executar as ações e indicações recebidas nos treinamentos com relação aos espaços confinados. (BRASIL, 2012).

2.5.2 Classificação de Espaços Confinados

De acordo com Soldera (2012) nos Estados Unidos os espaços confinados podem ser classificados em classe A que são aqueles que apresentam situações que são IPVS, classe B não apresenta perigo para a vida ou a saúde, mas têm o potencial para causar lesões e classe C onde os riscos existentes são insignificantes, não requerendo procedimentos ou práticas especiais de trabalho.

Espaços Classe A: são aqueles que apresentam situações que são de Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde - IPVS. Estão inclusos espaços que sejam deficientes de oxigênio e/ou que contenham atmosferas tóxicas ou explosivas. Requerem procedimentos de resgate com mais de um indivíduo completamente equipado com equipamento de ar mandado, manutenção de comunicação necessária e um vigia adicional fora do espaço confinado.

Espaços Classe B: não representam riscos imediatos à vida ou à saúde, no entanto, têm potencial para causar lesão ou doenças, caso as medidas de proteção não forem tomadas. Demanda de procedimentos de resgate com um indivíduo completamente equipado com equipamento de ar mandado e visualização indireta ou comunicação frequente com os trabalhadores.

Espaços Classe C: são aqueles em que qualquer risco é tão insignificante que nenhuma prática ou procedimento de trabalho seja necessário. Não exige modificações nos procedimentos de trabalho, os procedimentos de resgate são padrões e comunicação direta com os trabalhadores, de quem está fora do espaço confinado.

2.5.3 Riscos nos Espaços Confinados

De acordo com a ACT (2018) as estatísticas indicam que todos os anos ocorrem acidentes de trabalho graves e alguns mortais na agricultura, é obrigação do empregador identificar e avaliar os riscos presentes no local de trabalho pertinente a todos os trabalhadores envolvidos no processo. Esta avaliação deve ser feita por profissionais com qualificações técnicas específicas. O elevado risco apresentado por estas atividades obriga a que os

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trabalhadores tenham informação e formação específicas para as tarefas a desenvolver, permitindo-lhes assim identificar os riscos presentes.

Os riscos que podem ser relacionados aos espaços confinados são os níveis incorretos de oxigênio, intoxicação, exposição aos agentes, afogamento e sufocamento, explosão e incêndio.

2.5.3.1 Níveis Incorretos de Oxigênio

A concentração normal de oxigênio na atmosfera é de em torno de 20%, as concentrações de oxigênio a níveis inferiores a 18% representam perigo imediato para o homem. Sente-se dificuldade em respirar a níveis próximos dos 14% e confusões mentais aparecem aos 12%. Aos 10% há perda de consciência e aos 8% ocorre a morte. (BRASIL, 2012).

Segundo Soldera (2012), os níveis de oxigênio podem baixar, seja pelo seu consumo lento ou pelo deslocamento causado por outros gases existentes no local. Trata-se na verdade de riscos bastante difíceis de serem notados pelos colaboradores, já que o consumo lento pode ocorrer devido a ação de bactérias aeróbicas (que consomem oxigênio) e liberam gás carbônico ou mesmo pela oxidação de metais. Já o deslocamento ocorre pela presença ou uso de gases como nitrogênio, carbônico, argônio e o hélio.

Independente da causa, as consequências da falta de oxigênio são praticamente as mesmas, ou seja, uma atmosfera local, incapaz de manter a vida, em função da baixa concentração de oxigênio.

Conforme a NR33 (2012) antes da liberação do trabalho nos espaços confinados, é necessária uma avaliação criteriosa e responsável, por uma pessoa qualificada para tal atividade, efetuando as medições da concentração de oxigênio, por um aparelho previamente aferido.

2.5.3.2 Exposição aos Agentes

Conforme Soldera (2012) os riscos químicos são as contaminações a que o colaborador está sujeito quando exposto aos agentes presentes no processo, e que ocupam seu ambiente ocupacional. São os riscos causados principalmente pela exposição aos agentes emanados do processo de transformação como: poeiras, fumos, névoas, comuns nos processos de transformação do grão.

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Riscos do Trabalho em Espaço Confinado na Operação de Silos Armazenadores de Cereais

De acordo com Durão (2015) os riscos físicos, mais comuns nos espaços confinados são: ruído, calor, radiações não ionizantes e umidade. Pode-se citar que dentre as atividades onde há a exposição do trabalhador, aos agentes químicos e físicos nos espaços confinados: inspeção, manutenção, limpeza e assim como a construção do próprio espaço confinado. Tais atividades podem envolver os processos de solda, corte por oxi-gas, abrasivos, pintura, e também tratamento mecânico de superfícies. Devido a esse grande número de atividades que podem ser exercidas dentro de um espaço confinado, antes de qualquer trabalho em tais locais, deve ser feita uma análise detalhada e medições das concentrações e intensidades dos riscos físicos e químicos.

2.5.3.3 Explosão e Incêndio

De acordo com Garcia (2016) explosões podem acontecer devido ao acúmulo de poeiras no interior do silo, assim como as que ficam depositadas nas máquinas e nos equipamentos elétricos, que ao entrarem em suspensão e tendo uma fonte de ignição, podem resultar em uma explosão. Tais explosões podem se alastrar rapidamente causando um aumento na temperatura e de pressão através do ar contaminado.

Segundo Serrão, Quelhas e Lima (2003) explosão, consiste em uma reação química exotérmica em misturas explosivas, em que ocorre uma grande liberação de energia instantânea após a ignição.

Torreira (1997) cita as características que aumentam as probabilidades de ocorrer uma explosão, que são, o tamanho das partículas, a concentração, a presença de oxigênio e impurezas e turbulência do ar ambiente.

Conforme Soldera (2012) o incêndio é uma reação química de oxidação rápida e exotérmica, em que há geração de luz e calor. Os incêndios ocorrem com todas as poeiras combustíveis, porém, para que aconteça é necessário que a quantidade de material combustível seja muito grande, e as partículas, tenham pouco espaço entre si, impedindo um contato direto e abundante com o oxigênio do ar.

Serrão, Quelhas e Lima (2003) classificam incêndios em quatro tipos, de acordo com os tipos de materiais, produtos em que os mesmos ocorrem e também ao tipo de agente extintor correto para cada situação.

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 Incêndios classe A: ocorrem em materiais de fácil combustão, os quais queimam em sua superfície e profundidade, deixando resíduos. Ex.: madeira, papel, tecidos, etc...

 Incêndios classe B: ocorrem em produtos inflamáveis, que queimam somente em sua superfície não deixando resíduos. Ex.: óleos, graxas, gasolina, etc...  Incêndios classe C: ocorrem em equipamentos elétricos energizados. Ex.:

motores, fios, quadros de distribuição, etc...

 Incêndios classe D: ocorrem em materiais pirofóricos. Ex.: magnésio, selênio, lítio, etc...

Segundo Zago (2013) os incêndios também podem se transformar em explosões com facilidade a partir do momento em que as partículas sejam agitadas, e o ambiente esteja em condições apropriadas para tal fenômeno.

2.5.3.4 Afogamento e Sufocamento

Durante o período de armazenamento de grãos em silos metálicos, devem-se observar sempre as condições de armazenagem do produto, pois uma vez que o produto não seja armazenado de forma correta, no interior da massa de grãos podem ocorrer a formação de pontes ou então o produto armazenado pode ficar preso junto as chapas laterais do silo.

Afogamento e sufocamento são acidentes que ocorrem em silos, por consequência da asfixia mecânica aplicada as vítimas tomadas pela massa de grãos. Se a vítima é arrastada ocorre afogamento, se encoberta sufocamento.

Segundo Silva (2015) a asfixia mecânica pode ocorrer de três formas: devido o bloqueio das vias respiratórias superiores, a pressão sobre a região do pescoço e a paralisação dos movimentos da parede muscular do diafragma que é a peça central dos movimentos da respiração. Esses músculos estão localizados abaixo da caixa torácica.

De acordo com Garcia (2016) as pessoas podem ficar presas pela massa de grãos de várias maneiras: o aprisionamento por grãos fluindo através do carregamento ou esvaziamento, colapso de uma ponte de grãos e colapso de uma parede vertical de grãos. A Figura 4 demonstra como uma pessoa é sugada pelo fluxo da massa de grãos.

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Riscos do Trabalho em Espaço Confinado na Operação de Silos Armazenadores de Cereais Figura 4: Demonstração de uma pessoa sendo sugada pelo fluxo de grãos.

Fonte: Próprio autor, 2018.

Segundo o site da fabricante Behlen (2018) se uma pessoa estiver sobre a massa de grãos, a mesma será levada para o centro do silo, conforme ilustrado na Figura 4, e sufocando em aproximadamente 8 segundos. [Um transportador helicoidal de diâmetro 315 mm pode descarregar 100 m³ de grãos por hora. Uma pessoa com aproximadamente 1,80 m de altura desloca em torno de 7,5 m³, assumindo um diâmetro do corpo como média de 0,38 m]. Portanto, em apenas 4 segundos uma pessoa ficara com os seus joelhos dentro da massa de grãos, ficando completamente incapaz de se libertar sem ajuda de alguém. E em 8 segundos uma pessoa ficara com o seu corpo totalmente submerso na massa de grãos.

Ainda de acordo com a fabricante Behlen (2018) durante o descarregamento dos silos, através de registro central dos mesmos, algumas vezes formam-se pontes sobre a camada de grãos, ficando um espaço vazio entre a superfície e a massa de grãos. Caso algum trabalhador se posicione sobre a ponte, a mesma pode romper e assim causa grave acidente de trabalho ou até mesmo a morte por asfixia. A Figura 5 ilustra a formação de uma ponte sobre a massa de grãos.

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Figura 5: Formação de ponte sobre a massa de grãos

Fonte: Próprio autor, 2018.

Pode acontecer também, devido às más condições de armazenagem, de os grãos ficarem presos junto com as chapas laterais do silo. Tal situação traz riscos aos trabalhadores, no momento em que os mesmos tentam desprender a massa de grãos, presos junto a parede do silo, ela pode cair sobre eles, sufocando-os. A Figura 6 simula o trabalhador tentando despender a massa de grãos da parede do silo.

Figura 6: Trabalhador desprendendo massa de grãos.

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2.5.3.5 Intoxicação

Ao adentrar o interior de um silo metálico, o trabalhador pode sofrer asfixia devido a poeira existente no interior do silo, ou até mesmo pelos gases oriundos da decomposição dos grãos existentes no interior do silo.

De acordo com Silva (2005) os gases tóxicos são classificados pelo tipo de reação que causam no corpo humano, são eles: asfixiantes simples, asfixiantes químicos e gases irritantes.

Asfixiantes simples: são gases inertes, que em altas concentrações em ambientes confinados reduzem a quantidade de oxigênio. Ex.: metano, etano, butano, etc...

Asfixiantes químicos: são gases que bloqueiam a fixação das moléculas de oxigênio pelas hemoglobinas. Ex.: monóxido de carbono.

Irritantes: são substâncias que agridem as vias aéreas, os pulmões e os olhos. Essas substâncias podem causar sérias lesões, as quais podem expor o organismo a ação de microrganismos patológicos. Esses gases podem causar as suas vítimas pneumonia, bronquite, broncopneumonia, renite, faringite e laringite. Ex.: óxidos de nitrogênio e sulfeto de hidrogênio.

Abaixo Silva (2005) ainda descreve quais os gases tóxicos que podem ser encontrados nos espaços confinados e quais os seus efeitos em seres humanos.

Monóxido de Carbono (CO): Gás incolor menos denso que o ar. Origina-se nos processos de combustão incompleta e decomposição de substancias orgânicas. Os sintomas da intoxicação se iniciam com indisposição levando a um quadro de letargia. A morte da pessoa ocorre quando 67% das hemoglobinas estão vinculadas ao gás.

Gás Carbônico (CO2): Gás incolor e sem cheiro, se origina dos processos de

combustão e respiração de grãos, sementes, microrganismos e insetos. O mesmo se acumula nos níveis mais baixos dos ambientes, devido a ele ser mais denso que o ar. Caso a sua concentração seja maior que 10%, são observados os sintomas de dores de cabeça, vertigens, perturbação da visão, zumbidos no ouvido, tremores, sonolência e perda dos sentidos. A morte do indivíduo ocorre em concentração maiores de 10%.

Dióxido de Nitrogênio (NO2): Gás com coloração marrom-amarelada, mais denso

que o ar. Tem origem em explosões, incêndios ou da decomposição de substâncias orgânicas. Na inalação desse gás, os órgãos mais afetados são os pulmões, dependendo do grau de

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018.

intoxicação, pode ocorrer a falta de coordenação da respiração, tosse, taquicardia, hipotensão, cianose, coma e até mesmo o óbito.

Metano (CH4): Gás incolor, ao misturado com o oxigênio na temperatura de 67°C

forma uma mistura detonante. Muito semelhante ao gás de cozinha, butano. Gerado a partir dos processos de fermentação e putrefação, o mesmo possui baixa toxicidade, porém com o aumento da sua concentração diminui a quantidade de oxigênio disponível no ambiente. Ele age no sistema nervoso como um narcótico, exerce ação anestésica e causa vertigens.

Sulfeto de Hidrogênio (H2S): Gás incolor de maior densidade que o ar e inflamável.

Tem origem durante o processo de putrefação, quando inalado em altas concentrações causa súbita perda de consciência, convulsões e cianose.

Fosfato de Hidrogênio ou Fosfina (PH3): Gás tóxico utilizado como inseticida para o

controle de pragas em silos. Tem como sintomas fadiga, náuseas, dor torácica, vômitos, diarreia, irritação das vias aéreas, edema pulmonar e hipotensão.

2.5.4 Medidas de Gestão da Segurança em Espaços Confinados 2.5.4.1 Supervisor

De acordo com Soldera (2012) são de responsabilidade do supervisor, avaliar as condições do ambiente, verificar o uso de EPC’s, EPI’s e procedimentos, para depois emitir a Autorização para Trabalho de Risco (ATR)/Permissão de Entrada e Trabalho (PET).

O empregador deve garantir que os supervisores conheçam todos os riscos que possam ser encontrados durante a entrada, assim como reconhecer os sintomas, modo e consequências dos tipos de exposição. Os supervisores devem desempenhar as seguintes atividades:

 Emitir a PET antes do inicio das atividades;

 Fazer testes, verificar os equipamentos e os procedimentos contidos na Permissão de Entrada e Trabalho;

 Garantir que os serviços de emergência e salvamento estejam disponíveis e que os meios para acioná-los estejam em pleno funcionamento;

 Suspender os procedimentos de entrada e trabalho quando julgar necessário;  Finalizar a PET após a conclusão dos trabalhos. (BRASIL, 2012).

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2.5.4.2 Vigia

Segundo Soldera (2012) o vigia deve acompanhar , ficando na entrada e não dentro dos espaços confinados, as atividades dos trabalhadores autorizados que estiverem nos espaços confinados, devendo estar atento, acompanhando os colaboradores que estiverem executando as atividades no mesmo. O vigia pode entrar no espaço confinado em caso de resgate, se o mesmo estiver treinado para tal e com os equipamentos necessários para realiza-lo.

O vigia deve desempenhar as seguintes funções:

 Estar o tempo todo com a contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no espaço confinado e garantir que todos saiam após a conclusão do serviço;

 Manter-se fora do espaço confinado, junto à entrada, em constante comunicação com os trabalhadores autorizados;

 Aplicar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de salvamento, pública ou privada, caso necessário;

 Manejar os movimentadores de pessoas;

 Exigir a evacuação do espaço confinado toda vez que perceber algum sinal de alarme, perigo, sintoma, queixa, condição proibida, acidente, situação não prevista ou quando não puder exercer da melhor forma as suas tarefas, e nem ser trocado por algum outro Vigia. (BRASIL, 2012).

Quando necessário de acordo com a NR-33 (2012) o supervisor de entrada pode desempenhar a função de vigia, porém o contrário não é permitido. O vigia deve estar em constante comunicação com os trabalhadores autorizados, afim de monitorar o andamento dos trabalhos e alertar quanto houver alguma situação de risco por ele identificada.

2.5.4.3 Trabalhadores Autorizados

Os trabalhadores autorizados, só podem executar as suas determinadas atividades após o supervisor de entrada verificar o local e emitir a ATR/PET, e estiverem acompanhados de um vigia. Eles devem ter conhecimento dos riscos que podem encontrar durante a entrada, assim como informações sobre o modo, sinais ou sintomas e consequências da exposição e o uso adequado de equipamentos. Saber também da comunicação com o vigia quando

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necessário, para permitir que o vigia monitore o estado atual do trabalhador e permita que o vigia alerte os trabalhadores da necessidade de abandonar o espaço caso o mesmo julgue necessário. (BRASIL, 2012).

Ainda seguindo no assunto, de acordo com Klein (2015), o trabalhador deve ser informado de forma adequada sobre os riscos existentes no espaço confinado, assim como ele deve compreender qual a natureza destes riscos e como devera encara-los. É necessário também o conhecimento sobre o uso de EPI’s, e os procedimentos para a comunicação com o vigia assim como dos sistemas de resgate disponíveis.

2.5.4.4 Permissões de Entrada

A permissão de entrada é um documento utilizado de controle, onde constam, as condições do espaço confinado, verificações periódicas para a garantia da segurança dos trabalhadores autorizados durante a execução dos seus trabalhos. A PET, não garante a liberação permanente do espaço confinado, devem se realizar algumas ações preventivas afim de manter a condição de trabalho. Devem ser preenchidas 3 vias da PET, sendo entregue uma para o supervisor, o vigia e outra para os trabalhadores autorizados, esse documento deve ser arquivado por cinco anos a partir da data da assinatura (BRASIL, 2012).

Todas as vezes que haver a entrada em espaços confinados, deve ser emitida uma nova PET. (ANEXO II)

2.5.4.5 Treinamentos

Conforme Soldera (2012) é de responsabilidade do empregador, providenciar treinamento afim de que todos os trabalhadores envolvidos com as operações em espaço confinado adquiram compreensão, conhecimento e habilidades necessárias para o desempenho seguro de suas obrigações. Deverá ser providenciado treinamento para cada trabalhador afetado:

 Antes de o trabalhador ter as suas tarefas atribuídas;  Antes de uma alteração nas suas tarefas atribuídas;

 Sempre que acontecer qualquer alteração nas operações em espaços confinados e que os trabalhadores ainda não tenham sido treinados;

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 Toda vez que o empregador julgar que existam inconsistências nos procedimentos de entrada nos espaços confinados, ou então que os conhecimentos dos trabalhadores autorizados não são adequados.

A certificação deverá conter o nome do trabalhador, as assinaturas dos instrutores e as datas em que foram realizados os treinamentos.

2.5.4.6 Equipamentos e Instrumentos de Medição

Segundo Soldera (2012) a empresa é responsável pelo fornecimento, sem custo algum, dos equipamentos e instrumentos necessários para aferir o ambiente confinado. Esses equipamentos, devem passar por manutenções periódicas para a garantia de seu funcionamento adequado. Segue alguns equipamentos:

 Detector de gás portátil, para testes e monitoramento necessários;

 Exaustor/insuflador de ar, para uma ventilação adequada à entrada nos ambientes confinados;

 Radio comunicadores, para a comunicação entre as pessoas envolvidas;

 EPI’s, caso as condições do ambiente não estejam adequadas para o trabalhador;

 Lanterna, para os ambientes sombrios e para facilitar uma saída rápida, a mesma deve ser a prova de explosão;

 Tripé e guincho, para a realização de resgates, caso necessário. 2.5.4.7 Sinalização

Conforme a NR33 (2012) os espaços confinados devem ser todos avaliados, cadastrados, sinalizados e também vedada à entrada de pessoal não treinado e/ou autorizado.

Para Soldera (2012) nos espaços confinados devem existir sinalizações como placas de identificação onde nas mesmas devem conter informações de maneira clara e permanente, proibindo a entrada de pessoas não autorizadas no interior do espaço confinado, conforme mostra a Figura 7. Quando os trabalhos estiverem paralisados, é necessária a sinalização de advertência, e também devem ser previstos mecanismos para coibir a entrada no espaço confinado.

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018. Figura 7: Placa de advertência.

Fonte: NR-33, 2018.

2.5.4.8 Emergência e Salvamento

O empregador é responsável por elaborar e programar os procedimentos de emergência e resgate adequados aos espaços confinados, prevendo os possíveis cenários de acidentes, medidas de salvamento e primeiros socorros. Técnica de utilização dos equipamentos de comunicação, iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e transporte de vítimas. Quando necessário fazer o acionamento da equipe, publica ou privada responsável pela realização do resgate e primeiros socorros, implementar treinamentos através de simulados anuais. Os responsáveis pelo resgate devem estar aptos, tanto fisicamente quanto mentalmente para as devidas atividades. (BRASIL, 2012)

De acordo com a NBR 14787, os sistemas de regate devem atender aos seguintes requisitos:

 Devem facilitar a retirada de pessoas do interior de espaços confinados sem a necessidade da equipe de resgate precise adentrar os mesmos, poderão ser utilizados movimentadores individuais de pessoas, atendendo aos princípios dos primeiros-socorros, desde que não prejudiquem a vítima;  A entrada de socorristas aos espaços confinados só será permitida depois de

realizados todos os procedimentos de segurança para a entrada;

 Quando necessária a utilização de sistema de ventilação forçada, este deverá ser dimensionado para comportar os trabalhadores mais os responsáveis pelo resgate;

 Todas as equipes que trabalham em espaços confinados devem ter estojos de emergência (ABNT, 2001).

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3 DESENVOLVIMENTO

Como já visto na revisão bibliográfica do presente trabalho, os riscos existentes nos espaços confinados de silos metálicos com fundo plano são muitos, e com potencial de levar trabalhadores a óbito. Portanto, com o intuito de diminuir e até mesmo, se possível, eliminar o risco de acidentes dessa natureza apresentara elementos necessários no conjunto do silo e acessórios a serem instalados no interior e exterior dos mesmos para aumentar a segurança dos trabalhadores.

3.1 RISCOS EXISTENTES NOS EC’S DOS SILOS METÁLICOS PLANOS

De acordo com oque já foi revisado em bibliografias existentes no capítulo anterior deste trabalho, os riscos que os trabalhadores estão sujeitos durante o trabalho em silos são os mais diversos, os quais são:

 Níveis incorretos de oxigênio;  Exposição aos agentes;  Explosão;

 Incêndio;  Afogamento;  Sufocamento;  Intoxicação.

Com base nos riscos apresentados, abaixo serão apresentadas algumas soluções para atenuar os riscos em que os trabalhadores estão expostos.

3.2 TELHADO

O telhado de um silo é constituído de chapas de cobertura galvanizadas, com espessuras que variam de acordo com cada fabricante, o mesmo deve ser projetado e montado de forma que não permita a entrada de água para que não molhe a massa de grãos do interior da estrutura.

Por mais que o telhado não faça parte do espaço confinado, ele tem uma grande influência nos riscos que envolvem esses ambientes, seja pela ligação mais frágil com o restante do corpo ou pela instalação de respiros no entorno que auxilia de remoção de gases e poeira do interior do silo.

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018.

A cobertura, deve ser a parte de um silo, que tenha a ligação com o corpo de menor resistência, para ali se tornar um ponto de maior fragilidade do silo, portanto caso houver uma explosão no interior do silo, está parte que deverá sofrer as maiores consequências, afim de evitar maiores danos ao corpo do silo e assim diminuindo as chances de um colapso de toda a estrutura. Na Figura 8 é demonstrado um exemplo de ligação entre corpo e telhado de um silo.

Figura 8: Ligação telhado x corpo.

Fonte: Autor.

Juntamente com a cobertura, são montados os respiros, os quais são responsáveis pela troca do ar no interior e também pela remoção de parte da poeira do silo através da convecção natural do ar. Saindo pelo nível superior o ar quente e possivelmente carregado de gases do interior e poeira, e pela parte inferior entra o ar ambiente, conforme a Figura 9. Isto nos casos onde a aeração não estiver em funcionamento, quando os ventiladores estiverem insuflando ar para dentro do silo os respiros servem como saída para este ar que cruza entre a massa de grãos. Chapa de cobertura Ligação corpo x telhado Chapa lateral

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Riscos do Trabalho em Espaço Confinado na Operação de Silos Armazenadores de Cereais Figura 9: Disposição dos respiros.

Fonte: Autor.

3.3 AERAÇÃO

O sistema de aeração em um silo consiste em, soprar ar do ambiente para dentro do silo, fazendo com que esse ar cruze pela massa de grãos, tendo em vista que os grãos depositados no silo são seres vivos e precisam de certa forma “respirar” para se manterem em boas condições de armazenagem. Na Figura 10 é ilustrado como ficam os grãos mal aerados.

Figura 10: Grãos em decomposição.

Fonte: Garcia, 2016

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018.

É importante salientar, que mesmo com a aeração funcionando normalmente, antes da entrada no ambiente confinado, deve se fazer a inspeção do local, nessa inspeção deve ser verificado se existem gases dentro do silo, e se sim, que gases são esses e a sua concentração. Para assim o trabalhador estar ciente do risco e também para o supervisor liberar ou não a entrada para a realização da atividade, e caso libere saber quais EPI’s e EPC’s que devem ser utilizados durante o trabalho.

A aeração é de suma importância para conservação dos cereais armazenados, uma vez que uma aeração mal projetada ou mal operada resultara na perda de parte do produto armazenado, pois o mesmo entrara em decomposição. Gerando também gases nocivos ao ser humano, caso algum trabalhador tenha de entrar no interior do silo. Também aumenta em muito o risco de incêndio ou explosão devido a concentração de gases no interior. Além do processo de decomposição em que os grãos irão entrar, com uma aeração de má qualidade é propicio a formação de pontes sobre a massa de grão, como já foi visto anteriormente. Nas Figuras 11 e 12 é possível ver como funciona a aeração em um silo.

Figura 11: Canais de aeração.

Fonte: Próprio autor, 2018.

O ar é soprado pelo ventilador para os canais de aeração, e então o mesmo é forçado a subir para a massa de grãos. O ventilador é montado juntamente a base, para então insuflar o ar as canaletas de distribuição de ar.

Canais de aeração Base civil

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Riscos do Trabalho em Espaço Confinado na Operação de Silos Armazenadores de Cereais Figura 12: Ventilador.

Fonte: Autor.

O ventilador é fixado na parte externa do silo, e então força a entrada do ar ambiente para dentro da estrutura.

Na Figura 13, pode-se observar o esquema de funcionamento de um sistema de aeração, onde se observa o ventilador insuflando o ar para a base do silo, onde sobre a mesma são montadas as coberturas de aeração, que é por onde o ar passa para chegar até a massa de grãos.

Figura 13: Esquema funcionamento aeração.

Fonte: Autor.

Ventilador

Base civil Corpo do silo

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018.

3.4 TERMOMETRIA

A termometria tem como função monitorar os grãos armazenados, fazendo constante mente a medição da temperatura no interior da massa de grãos, auxiliando desta forma a coibir a decomposição dos grãos. É possível fazer o sistema de termometria e o sistema de aeração atuarem de forma conjunta, em que quando a termometria registrar uma temperatura critica na massa de grãos, automaticamente o sistema de aeração é acionado, garantindo desta forma a qualidade constante da armazenagem. Na Figura 14 é possível ver os cabos de termometria.

Figura 14: Cabos de termometria.

Fonte: Autor.

Como pode ser visto na imagem, os cabos são fixados na parte superior do silo, na estrutura do telhado quando a mesma existir, ou então em suportes que são fixos diretamente nas chapas de cobertura. Na figura 15 é possível identificar a parte inferior dos cabos.

Estrutura do telhado

Cabo de termometria

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Riscos do Trabalho em Espaço Confinado na Operação de Silos Armazenadores de Cereais Figura 15: Cabos de termometria.

Fonte: Autor.

Na Figura 15 é possível ver também que os cabos são fixados na base do silo também, para garantir a perpendicularidade dos mesmos em relação à base, para se obter uma leitura retilínea das temperaturas no interior da massa de grãos.

Na Figura 16 há um esquema representativo da montagem dos cabos de termometria. Nesse exemplo foram utilizados seis cabos, porém a quantidade necessária dos mesmos depende do diâmetro do silo, tendo em vista que cada cabo possui um certo raio de atuação, de aproximadamente 3 metros, onde ele consegue realizar as medições, portanto quanto maior o diâmetro do silo maior a quantidade necessária de cabos. Também na Figura 16 é mostrado um exemplo de cabo de termometria.

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018.

Figura 16: Esquema montagem cabos de termometria.

Fonte: Autor.

3.5 MONOVIA COM TROLE

Como estudado anteriormente, durante o período que o grão é armazenado no interior dos silos, é possível que haja a formação de pontes sobre a massa de grãos, que são camadas de grãos que não acompanham o fluxo de esvaziamento do silo, assim, portanto formando um vazio entre a superfície e a camada de grãos. Com o intuito de se evitar que pessoas andem sobre a massa de grãos, ou se por acaso for andar sobre a mesma o trabalhador estará preso junto a estrutura, para realizar qualquer tipo de manutenção, limpeza ou para fins de operação. Foi desenvolvida uma monovia para trole, a qual é fixada no interior do silo. Na Figura 17 é possível identificar a monovia.

Figura 17: Monovia. Fonte: Autor. Monovia Telhado Trole Corpo

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A monovia deve ser fixada de forma que não dificulte o acesso a parte de dentro do silo, e também não deve ficar demasiadamente afastada do corpo do silo, tendo em vista que a mesma tem como função também realizar a limpeza das chapas laterais, para evitar o acumulo excessivo de poeira. Na Figura 18, é possível identificar como o trabalhador é fixado junto à monovia.

Figura 18: Trabalhador fixado junto à monovia.

Fonte: Autor.

Como é possível identificar na Figura 18, com a utilização correta da monovia para trole, o colaborador não estará em contato em momento algum com a massa de grãos. É importante ressaltar também, que devem estar fixos junto ao inicio da escada de acesso ao silo e também na porta do telhado, a qual da acesso ao interior do silo, adesivos indicando qual a carga máxima suportada pela monovia.

Na Figura 19, é pode-se verificar que a monovia deve ser montada em todo o perímetro do silo, garantindo assim o acesso a qualquer parte do silo sem a necessidade de ninguém andar diretamente sobre a massa de grãos.

Trabalhador

Massa de grãos

Monovia

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018. Figura 19: Montagem monovia.

Fonte: Autor.

Como é possível observar na Figura 20 a monovia pode ser montada em suportes que são fixos diretamente no corpo do silo.

Figura 20: Fixação monovia.

Fonte: Autor. Monovia Corpo Corpo Monovia Suporte

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3.6 APOIO PARA MONOPÉ

Com o intuito de realizar operações de resgate e salvamento, de trabalhadores do interior foi desenvolvido um apoio, o qual é fixado na parte exterior do silo. Caso seja necessário realizar alguma operação de resgate ou salvamento de alguma pessoa do interior do silo é montado sobre este apoio um monopé, cuja função é realizar o içamento da pessoa acidentada, do interior do silo. Na Figura 21 é possível visualizar o apoio e o monopé.

Figura 21: Apoio e monopé.

Fonte: Autor.

Como é possível observar na Figura 21, o apoio monopé deve ser montado o mais próximo possível da porta de acesso ao telhado, afim de facilitar o resgate. Deve ser fixado em local visível alguma placa ou adesivo, que indique a carga máxima suportada pelo monopé.

O apoio monopé deve ser fixado em uma região de boa rigidez do silo, para garantir que o monopé permaneça firme durante sua utilização. No exemplo acima o mesmo foi parafusado junto ao montante, tendo em vista que o mesmo é a parte do corpo do silo que possui maior capacidade de receber cargas.

É aconselhável que cada vez que houver a entrada de pessoal no interior do silo, o monopé seja instalado sobre o apoio, tendo em vista que os acidentes ocorrem de maneira muito rápida no interior do silo, dessa forma então facilitando as ações de resgate, uma vez que, caso ocorra algum acidente não será necessário a instalação do monopé, fazendo com que o resgate ocorra de maneira mais rápida.

Apoio monopé

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018.

3.7 PORTA PARA RESGATE

Durante o trabalho no interior de silos, seja durante a operação, limpeza ou manutenção do mesmo, o trabalhador está exposto aos mais variados riscos, como já foi evidenciado nos capítulos anteriores. A porta para resgate foi desenvolvida com a intenção de facilitar as ações de resgate das vítimas de acidente no interior do silo.

Como é possível visualizar na Figura 22, a porta de resgate consiste em uma abertura de tamanho avantajado no telhado do silo, então, caso houver algum acidente, para facilitar a ação de resgate do trabalhador está porta é aberta aumentando a área de saída e entrada do ambiente confinado.

Figura 22: Porta de resgate.

Fonte: Autor.

A abertura da porta deve ser um processo rápido e fácil de ser realizado, tendo em vista que no momento em que a mesma será necessária, no interior do silo terá uma pessoa em a puros, que precisa de um resgate o mais rápido possível caso contrário a mesma pode vir a óbito, e fora terá uma pessoa com tensão e nervosismo muito altos. Portanto quanto mais simples e fácil for o sistema de abertura da porta, maiores são as chances do resgate ser bem sucedido, evitando assim que mais um trabalhador perca a sua vida exercendo suas atividades. É importante salientar, que a abertura da porta seja de tamanho suficiente para que passe uma maca por ela, pois é possível que a pessoa a ser resgatada esteja desacordada no momento do salvamento. Não é previsto em norma uma quantidade mínima de portas,

Porta de resgate Porta de inspeção Telhado Abertura

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obviamente é necessária pelo menos uma porta, porém caso haja mais de uma deve ser providenciado o acesso adequado para todas as portas de resgate instaladas no silo.

Para o acesso em situações normais, como uma simples inspeção do interior do silo, deve ser usada a porta de inspeção, que é localizada junto da porta de resgate, na parte inferior, tendo em vista que a mesma possui uma abertura mais fácil, como é possível verificar na ilustração acima.

3.8 RESULTADOS

Com a adoção das sugestões indicadas acima, espera-se que o interior do silo não seja um ambiente tão hostil para os seres humanos, pois com a adoção de uma aeração correta e responsável atuando juntamente com o sistema de termometria, a conservação da integridade dos grãos será muito maior, evitando assim a decomposição dos grãos e a diminuição do risco de formação de pontes sobre a massa de grãos, que é responsável pela grande maioria dos acidentes e mortes por afogamento ou sufocamento. Caso ainda tenha ponte, que é um risco invisível, o trabalhador não consegue perceber a formação da mesma, tem-se a monovia, onde é instalado na mesma um trole para que o trabalhador não ande sobre a massa de grãos, para realizar operações de limpeza ou manutenção.

O posicionamento correto dos respiros no telhado do silo garante também que através de convecção natural, quando a aeração do silo não estiver em funcionamento que a poeira e os gases que podem estar concentrados no interior do silo sejam expulsos, evitando assim os riscos de explosão e asfixia.

Espera-se também que caso ocorram acidentes, as atividades relacionadas ao resgate e salvamento da vítima, possam ser aceleradas o máximo possível para que elas tenham maiores chances de serem retiradas do interior do silo ainda com vida, o que sem estes dispositivos, como o apoio para monopé e a porta para regate, seria muito difícil, levando-se em conta o tempo a mais que será necessário para o socorrista adentrar o silo.

Os trabalhadores devem também, ser treinados constantemente para que os mesmos tenham a real noção do perigo que os cercam durante as atividades, e também para suas ações sejam condizentes com o perigo do local onde se encontram. Alertar para a utilização constante dos EPI’s e EPC’s e a importância que os mesmos possuem para a sua segurança.

Referências

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