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Academic year: 2021

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TÍTULO: INCIDÊNCIA DE AIDS NA POPULAÇÃO DE 50 ANOS OU MAIS EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP, NO PERÍODO DE 2003 A 2013

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE CERES INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): NATIELE ZANARDO CARVALHO, ARYANE MARTININGHE VALIM, URIELE SILVA REZENDE

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): PATRICIA DA SILVA FUCUTA, TATIANE IEMBO ORIENTADOR(ES):

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1. Resumo

Nos últimos anos tem-se verificado o surgimento de novos casos de AIDS na população com 50 anos e mais. A vulnerabilidade deste grupo ao HIV tem sido relacionada a fatores como invisibilidade do sexo na velhice, desmistificação em curso da sexualidade na terceira idade e ampliação do acesso a medicamentos para distúrbios eréteis, além do retardamento de políticas de prevenção direcionadas a este grupo. Diante disso, ressalta-se a importância de realizar um estudo retrospectivo para verificar a incidência de AIDS na população de 50 anos ou mais no município de São José do Rio Preto-SP, no período de 2003 a 2013. Para o cálculo da incidência foram analisadas informações do banco de dados dos casos de AIDS notificados no sistema TBWEB da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo utilizado pela prefeitura do município. O projeto passou por aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de moléstias cardiovasculares de São José do Rio Preto, após autorização da Secretaria Municipal da Saúde. Os cálculos foram feitos por meio do programa estatístico PASW versão 18 para Windows (IBM-SPSS, Chicago, IL). No ano de 2003 a incidência correspondeu a 35,83/100.000 hab. Observou-se uma queda progressiva ate 2006, quando a incidência chegou a 17,09, notando uma diminuição de quase 50%. Durante o período de 2006 a 2010, houve uma estabilização na incidência de casos com média de 16,53/ano. Diferentemente, em 2011, ocorreu um aumento súbito nos casos de AIDS quando comparado com 2010. Elevou-se a incidência de 14,32 em 2010 para 22,7 em 2011. Em 2012, a incidência obtida foi de 18,75/100.000 hab. Nota-se um declínio de 3,95 em relação a 2011. Mas felizmente em 2013 registrou-se menor número de casos novos dos ultimos dez anos, chegando a 12,00. Com base no estudo realizado, foi possível observar uma queda da incidência de AIDS na população e período em questão. Sendo assim, será extremamente importante entender os reais motivos que levaram a tal queda. Este projeto abre uma perspectiva para se analisar as ações de saúde realizadas em tal período, para que essas informações sejam difundidas para as autoridades, bem como médicos e comunidade.

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2. Introdução

Os rápidos avanços da medicina e da tecnologia, dentre outros fatores, favorecem para que as pessoas envelheçam de forma mais saudável e com melhor qualidade de vida, inclusive prolongando sua atividade sexual. Entretanto, cresce de forma ainda mais progressiva os casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) nesta população idosa. Dentre as DSTs mais preocupantes no Brasil encontra-se a AIDS, pois apresenta alta incidência em vários municípios brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde (2013), AIDS significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, doença infecciosa crônica causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Caracteriza-se por supressão profunda da imunidade mediada por linfócitos T CD4 +, ficando o indivíduo vulnerável a infecções oportunistas, aparecimento de neoplasias secundárias e manifestações neurológicas. Sendo assim, o indivíduo portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV+) não necessariamente está doente de AIDS.

Todos os dias mais de 6.800 pessoas tornam-se infectadas com o HIV e mais de 5.700 morrem de AIDS. No Brasil, os dados mostram que de 1980 a junho de 2008 foram registrados 506.499 casos de AIDS. Quando estratificado por regiões, verifica-se 18.155 casos identificados na região Norte, 58.348 no Nordeste, 305.725 na região Sudeste, 95.552 no Sul e 28.719 no Centro-Oeste (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

Considerando a população brasileira com 50 anos e mais, os dados do Boletim Epidemiológico DST/AIDS do Ministério da Saúde (2010), mostram que a incidência de AIDS cresceu de 3,6 para 7,1/100.000 hab. entre 1996 a 2006, representando um aumento de 50% de casos novos.

No mesmo boletim, quando comparadas as faixas etárias de 50 a 59 anos e de 60 anos e mais a diferença é marcante. A incidência de casos de AIDS foi de 24,8/100.000 hab. no ano de 2008 para indivíduos com 50 a 59 anos, enquanto que na população com 60 anos ou mais a incidência foi de 7,7/100.000 hab. no mesmo ano. Embora a OMS considere idoso no Brasil aquele com 60 anos ou mais, não é possivel excluir a população de 50 a 59 anos da amostragem, pois os dados epidemiológicos nacionais da literatura são consideráveis também nessa população.

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Além das notificações e dados levantados por órgãos nacionais sobre DST/AIDS, vários estudos isolados feitos no Brasil revelaram o alto índice e a crescente tendência do aumento desta doença entre indivíduos maiores de 50 anos. Em estudo realizado por Feitoza et al. (2004), no município de Fortaleza - CE no período de 1991 a 2001, foi constatado que a incidência de AIDS em maiores de 50 anos foi de 7,65/ 100.000 hab. No ano de 2004, foram notificados 38 casos na cidade de Belém, com predominância na faixa etária de 50 a 64 anos. No Pará, foram registrados 51 casos no período de 2005 e 2006, na faixa de 50 a 79 anos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007/2008). Outros estudos de natureza local realizados por Gross, 2005 e Barbosa, 2006, revelaram aumento do número de idosos com AIDS no Rio de Janeiro-RJ e na grande São Paulo-SP, respectivamente.

A vulnerabilidade deste grupo ao HIV tem sido relacionada a diversos fatores, dentre eles: a invisibilidade do sexo na velhice, a ampliação do acesso a medicamentos para distúrbios eréteis e a participação de idosos em grupos de convivência. Além disso, a baixa adesão de homens idosos ao uso de preservativos e o retardamento de políticas de prevenção direcionadas a este grupo contribuem para a alta incidência de AIDS nesta população (FEITOZA et al., 2004; SANTOS; ASSIS, 2011).

3. Objetivos

Calcular e descrever a incidência de AIDS na população de 50 anos ou mais, residentes no município de São José do Rio Preto-SP, no período de 2003 a 2013.

4. Metodologia e Desenvolvimento

Foi realizado um estudo retrospectivo com o cálculo da incidência de AIDS em indivíduos com 50 anos e mais, de ambos os sexos, na cidade de São José do Rio Preto-SP no período de 2003 a 2013. Para o cálculo da incidência foram analisadas informações do banco de dados dos casos de AIDS notificados no sistema TBWEB da

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Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo utilizado pela prefeitura do município. Na construção dos indicadores considerou-se a população com 50 anos e mais registradas no Datasus, segundo o IBGE, para cada ano estudado.

O projeto passou por aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de moléstias cardiovasculares de São José do Rio Preto, após autorização da Secretaria Municipal da Saúde.

Foram consideradas as variáveis sexo e idade. Todos os resultados foram devidamente agrupados em gráficos e tabelas. Os dados de incidência foram calculados para cada 100.000 habitantes.

A análise dos dados e cálculos cabíveis foram feitos por meio do programa estatístico PASW versão 18 para Windows (IBM-SPSS, Chicago, IL).

5. Resultados

Durante o período analisado de 2003 a 2013, foram notificados 1.354 casos novos de AIDS no município de São José do Rio Preto-SP. Destes, 210 casos (15,5% ) foram na faixa etária de interesse do estudo, ou seja, maior ou igual a 50 anos de idade.

No ano de 2003 a incidência correspondeu a 35,83/100.000 hab. Interessantemente, observou-se uma queda progressiva ate 2006, quando a incidência chegou a 17,09. Nota-se uma diminuição de quase 50% num período de três anos.

Durante o período de 2006 a 2010, observou-se uma estabilização na incidência de casos com média de 16,53/ano. Diferentemente, em 2011, ocorreu um aumento súbito nos casos de AIDS quando comparado ao ano de 2010. Elevou-se a incidência de 14,32 em 2010 para 22,7/100.000 hab. em 2011.

Em 2012, a incidência obtida foi de 18,75/100.000 hab. Observou-se um pequeno declínio de 3,95 em relação a 2011.

Mas felizmente em 2013 registrou-se menor número de casos novos dos últimos dez anos, chegando a 12,00/100.000 hab. (Gráfico 1).

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Gráfico 1 – Casos de AIDS na população com cinquenta anos ou mais, em São José do Rio Preto segundo incidencia por ano de diagnostico, 2003 a 2013.

Com relação à distribuição por gênero, pode-se observar uma oscilação em ambos os sexos, com pico em 2011 (68%) para o sexo masculino e em 2004 (50%) para o sexo feminino (Tabela 1).

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6. Considerações Finais

Com base no estudo realizado, foi possível observar um declínio da incidência da AIDS na população em questão (50 anos ou mais) no município de São José do Rio Preto, no período de 2003 a 2013. Sendo assim, será extremamente importante entender os reais motivos que levaram a tal queda.

Este projeto abre uma perspectiva para se analisar as ações de saúde realizadas no período em questão, para que essas informações sejam difundidas para as autoridades, bem como médicos e a comunidade.

Tabela 1 - Casos de AIDS na população com cinquenta anos ou mais em São José do Rio Preto -SP, segundo sexo e ano de diagnóstico, de 2003 a 2013. Ano Masculino Feminino % % 2003 59 41 2004 50 50 2005 58 42 2006 50 50 2007 65 35 2008 67 33 2009 71 29 2010 53 47 2011 68 32 2012 55 45 2013 50 50

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7. Fontes Consultadas

BARBOSA, A. S. M. Adesão ao tratamento antiretroviral entre idosos vivendo com Aids na grande São Paulo. 2006. 128f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, 2006.

FEITOZA, A.R.; SOUZA, A.R.; ARAÚJO, M.F.M. A Magnitude da Infecção pelo HIV-AIDS em maiores de 50 anos no Município de Fortaleza-CE. DST – J bras Doenças Sex Transm., v. 16, n. 4, p. 32-37. 2004. Disponível

em:<http://www.dst.uff.br/revista16-4-2004/6.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2014.

GROSS, J. B. Estudo de pacientes portadores de HIV/Aids após os 60 anos de idade em duas unidades de saúde do Estado do Rio de Janeiro. 2005. 135f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Fundação Oswaldo Cruz, 2005.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas de Saúde. Boletim Epidemiológico: DST/AIDS. Brasília (DF); 2007/2008.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas de Saúde. Boletim Epidemiológico: DST/AIDS. Ano VII. nº 01. Brasília (DF); 2010. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/boletim_epidemiologico_aids_dst_v7_n1.pdf

>. Acesso em: 27 ago. 2014.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas para adultos vivendo com HIV/AIDS. Brasília (DF); 2013. Disponível em: < http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2013/52934/_p_vers_atilde_

o_preliminar_do_protocolo_cl_iacute_26118.pdf> Acesso em: 27 ago.2014.

SANTOS, A.F.M.; ASSIS, M. Vulnerabilidade das idosas ao HIV/AIDS: despertar das políticas públicas e profissionais de saúde no contexto da atenção integral: revisão de literatura. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 147-157. 2011.

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Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-8232011000100015&script=sci_arttext> . Acesso em: 22 mar. 2014>. Acesso em: 22

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