Prof.: Antônio Fernando de Carvalho Mota, M.Sc. Eng Prof.: Antônio Fernando de Carvalho Mota, M.Sc. Eng
SIDERURGIA - MATÉRIAIS PRIMAS
SIDERURGIA - MATÉRIAIS PRIMAS
METALURGIA É CIÊNCIA DOS METAIS
SIDERURGIA É A METALURGIA DO FERRO
HISTÓRICO
Origem
A primeira vez que o homem viu o ferro foi sob a forma de meteoritos.
Daí a palavra “
siderurgia
”, pois Sidus significa estrela, em Latim;
Primeiras evidências de uso: China e Índia (a 2000 anos antes de
Cristo);
Energia Livre de Gibbs
A equação da Energia Livre de Gibbs informa que:
ΔG = ΔH – TΔS
onde:
ΔH = Entalpia;
ΔS = Entropia;
ΔG = Energia Livre de Gibbs
.
O estudo de tal energia revela que:
ΔG = 0 à Equilíbrio
ΔG < 0 à Reação possível
Processos de Extração e Refino
Reação de dissociação
MX → M + X
Tal processo, entretanto, é contra-indicado, uma vez que apresenta
elevada quantidade de energia térmica.
Reação de Redução do Composto Metálico
Energia Livre de Formação de Óxidos
Observações importantes:
A afinidade pelo oxigênio “diminui” com o aumento da
temperatura para todos os óxidos, exceto no caso da
formação de monóxido de carbono (
CO
).
Quanto mais alta é a temperatura, mais fácil se torna a
redução de todos os óxidos pelo
CO
.
Diagrama de Ellingham
A afinidade pelo oxigênio
“diminui” com o aumento da
temperatura para todos os óxidos,
exceto no caso da formação de
monóxido de carbono (
CO
).
G0 G0 T em p er at u ra C rí ti ca MO CO Temperatura ºCG0
G0
Possível ImpossívelMatérias-prima da indústria siderúrgica
sinter
minério beneficiado
pelotas
briquetes
O Ferro é mui to reati vos não aparec e no estado nati vo
Mineração de Ferro
•
MINÉRIOS DE FERRO:
•
a- Magnetita – Fe
3O
4– 72,4% Fe
•
b- Hematita – Fe
2O
3– 69,5%Fe
•
c- Siderita – FeCO
3– 48,3%
•
d- Pirita – FeS
2–sem interesse siderúrgico
Hematita MagnetitaCont. Matérias-prima da indústria siderúrgica
CARVÃO
: - Fornecedor do calor
- Fornecedor do “
CO
” para a redução do óxido de Ferro
- Fornecedor do “
C
” como principal elemento de liga.
FUNDENTE
: A função do fundente é combina-se com as
impurezas do minério e com as cinzas do carvão formando as
chamadas “
ESCÓRIAS
”.
O principal fundente é o calcáreo, CaCO
3.
Outros fundentes: Cal (CaO) e Fluorita (CaF
2).
Ar
: Fornecedor do oxigênio para a combustão da carvão
Caracterização de Carvões para a Produção de Coque
Para o processo de coqueificação é necessário que o
carvão possua propriedades coqueificantes, isto é, quando
aquecido em ausência de ar ele deve amolecer,
inchar, aglomerar e, finalmente, solidificar na forma de um
sólido poroso e rico em carbono, chamado coque.
Os carvões que formam coque são denominados carvões
coqueificantes.
Os carvões minerais não coqueificantes são utilizados em termoelétricas Extração de carvão mineralCOQUE METALÚRGICO
O COQUE (principal combustível do alto-forno) é obtido da destilação
do carvão mineral, o qual é aquecido a altas temperaturas em câmaras
especiais (COQUERIAS), na ausência de ar, durante 17 a 18 horas.
Nessas condições, uma grande quantidade de produtos voláteis se
desprendem do carvão mineral, obtendo-se uma estrutura porosa, com
elevada resistência mecânica, o COQUE.
Típica Bateria de coqueificação Típica Bateria de coqueificação Coque incandescente pronto para serdescarregado
Coque incandescente pronto para ser
Principais Diferenças entre o Coque e o Carvão Vegetal
As principais diferenças, entre o coque e o carvão vegetal, são:
Peso específico: o menor peso do carvão leva a uma queda na
capacidade de carregamento e menor tempo de residência da carga
metálica no interior do forno podendo ocasionar aumento no consumo de
combustível (BABICH et al 1);
Resistência mecânica: a menor resistência do carvão leva a uma maior
degradação do mesmo no interior do forno provocando queda na
permeabilidade podendo comprometer sua produtividade, além de
prejudicar a descida de carga (WATAKABE et al 2);
Percentual de cinzas e enxofre: o menor percentual de cinzas do carvão
vegetal implica em um volume de escória de até 50% menor que do
coque ajudando o controle da permeabilidade na região inferior do alto-forno (OKUDA et al 3);
Reatividade: a maior reatividade do Carvão Vegetal leva a uma menor
região do alto-forno onde as reações ocorrem praticamente sem consumo
de combustível o que pode implicar no aumento do consumo de
combustível quando o coque é substituído pelo carvão
FUNDENTE
Tem a função de se combinar com as impurezas do
minério de ferro e com as cinzas do carvão, formando a
escória. Reduz
a temperatura de fusão e forma uma escória de baixa
densidade que sobre nada o banho, protegendo o metal
líquido e facilita a sua retirada.
O principal fundente é o CALCÁRIO (CaCO
3).
Sinterização
FOTO 03: Sinterização (Arquivo USIMINAS)Fino do
Minério de Ferro
+
Calcário
= SÍNTER
Aquecimento a 1300ºC
FORNOS PARA COQUEIFICAÇÃO
Carvão mineral
1300°C, durante 16 horas sem contato com o ar
Produtos carboquímicos: alcatrão
amônia
BTX bruto, BTX (Benzeno, Tolueno e Xileno)
Coque
metalúrgico
P rocesso de produção do aço Operação de Desfornamento da Coqueira (Arquivo COSIPA)
Refino do BTX
OUTRAS MATÉRIAS-PRIMAS
MANGANÊS: é utilizado tanto no alto-forno (na forma de minério), como no processo de fabricação do aço (como liga ferro-manganês). FUNÇÃO: Elemento DESOXIDANTE e DESSULFURANTE.
Alto-Forno
O alto-forno não produz aço, mas um produto líquido chamado ferro-gusa. O ferro-gusa pode conter até 4,5%C, 1,7%Mn, 0,3%P, 0,04%S e 1,5%Si.
Regeneradores Zona de combustão: 2.000°C 2C + O2 2CO Gases de Escapamento: 250°C Zona de Fusão: 1.550°C Zona de Redução: 700°C Fe2O3 + 3 CO → 2 Fe + 3CO2 GALO DA MADRUGADA 30 m
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ALTO-FORNO - AÇOMINAS
Carvão pulverizado nas ventaneiras Carregamento: SkipAlto-Forno: Escória e Ferro-gusa
96,07%
Composição química do Gusa: Ferro = 93,8% mínimo Carbono = 3,5 a 4,0% Manganês = 1,0% Silício = 1,0% Enxofre = 0,04 a 0,06% Fósforo = 0,1%
Composição química da Escoria: SiO2 – 29 a 38% Al2O3 – 10 a 22% CaO + MgO – 44 a 48% FeO + MnO – 1 a 3% CaS – 3 a 4% Escória
Esquema mostrando o percurso do gusa líquido até o convertedor
Conversor LD (ou BOF), com sopro de oxigênio por cima e Conversor Q-BOP com sopro de oxigênio pelo fundo.
Conversore sendo carregado com gusa líquido
O ferro gusa oriundo do alto-forno é transformado em aço na ACIARIA.
USINA INTEGRADA A COQUE - Aciaria LD (Linz-Donawitz
)
Conversor posição de carga
BOP = “Basic Oxigen Proccess” ou
“Processo Básico a Oxigênio”
Revestimento básico: Dolomita ou magnesita
Refino secundário moderno
Convertedor LD
Forno Panela Desgaseificador a Vácuo (RH)
Lingotamento contínuo
Processo Siderúrgico – Usina Integrada
Coqueria Calcáreo Coque Ar Sínter Gusa Líquido Alto-Forno Lingotamento Contínuo (Conversor) (Forno Elétrico) (1300ºC durante 16 horas Sem contato com o ar)Sinterização (1300ºC) Laminação Produtos Laminados Fonte: http://www.ibs.org.br/siderurgia_usos_fluxo.asp
OBTENÇÃO DO AÇO - PROCESSO DE REDUÇÃO DIRETA
Aquecimento entre 950ºC e 1050ºC Na presença de uma substância redutora
Oxido de Ferro Fe2O3 ou Fe2O4
Massa escura e porosa “Ferro Esponja” (substitui o Ferro Gusa)
Processo não tem produto intermediário (ou seja não produz gusa)
O produto sai com baixo C
Eliminando grande parte da oxidação.
CH4
Redução Direta
Produz ferro metálico na forma sólida, chamado ferro-esponja ou DRI (Direct Reduced Iron)
INDÚSTRIA SIDERÚRGICA
As usinas de aço, de acordo com seu processo produtivo, classificam-se em: SIDERÚRGICAS: SIDERÚRGICAS: INTEGRADAS INTEGRADAS SEMI-INTEGRADAS SEMI-INTEGRADAS NÃO-INTEGRADAS NÃO-INTEGRADASMinério
Red. Indiretaferro gusa aço laminação
Red. Direta
ferro esponja
Matérias-primas
Aço laminação
(sucata, gusa ou esponja)
SUCATA PICOTADA
Para poder carregar a sucata no forno elétrico a arco, a sucata deve
ter o seu tamanho reduzido: usa-se para isso desde o corte com
maçarico até um equipamento chamado Shredder, que é um grande
picotador de aço.
Triturador SHREDDER : Capacidade 120t/h
Sistema de Separação de Não-Ferrosos ED01
Este efeito de Lenz explica o que ocorre na seletividade do ED01 para com materiais amagnéticos.
Como o tambor magnetizado pode ser tratado como a fonte indutora, os metais amagnéticos são tratados como induzidos.
Assim, ambos terão o mesmo tipo de pólo durante a indução, o que permitirá que os metais se repilam ao invés de se atraírem, o que ocorreria se possuíssem pólos opostos.
Fig. Operação com fenômeno Eddy Current. Fonte: Mastermag Integrated Recycling System.
Este efeito é definido pela Lei de Lenz
que diz que a força eletromotriz
induzida produz um campo magnético que tende a se opor ao campo
Aciaria elétrica – usina semi-integrada
Aciaria elétrica – usina semi-integrada
Forno Panela Forno Elétrico
Descarburação
Desfosforação
Rinsagem: Agitação através do borbulhamento de um gás inerte.
65% das inclusões são eliminadas pelo processo de rinsagem (agitação) com gás argônio. Produtos da reoxidação tendem a formar inclusões ricas em óxidos FeO e MnO, por exemplo.
ACIARIA: FORNO ELÉTRICO FORNO-PANELA
Cestão Cestão (Refino primário) (Refino secundário) Dessulfuração Desoxidação (desgaseificação)
IMPUREZAS DOS AÇOS
Impurezas nocivas:
Fósforo (P)
produz a fragilidade a frio
Enxofre (S)
produz a fragilidade a
quente
Elemento de liga importante na aciaria:
Ferro-liga, Fe-Mn
Manganês (Mn) = Desoxidante e
Dessulfurante
Em lugar de Fe-S (T
f= 1.000ºC)
Mn-S (T
f= 1.600ºC).
Em ligar de Aços Efervescentes
Aços Acalmados
(mas c/inclusões).
DESOXIDAÇÃO DOS AÇOS
Aço efervescente
– Oxigênio em
solução, bolhas, CO e CO
2.
Aço acalmado – Desoxidado.
Desoxidantes
: Ferro-Silício,
Alumínio e Ferro-Manganês.
Resultado da desoxidação
:
Formação de
Inclusões
,
compostos
sólidos em lugar gases, que durante a
laminação ficam alinhados segundo a
direção de laminação.
O excesso de inclusões prejudica a
ductilidade dos aços na direção
transversal e na direção da espessura
( decoesão lamelar).
Efervescente, Semi-acalmado e Acalmado vazios • Inclusões: Partículas de outras substâncias inclusas no aço.Processos de Refino Secundário:
Desgaseificação dos aços
Fonte: Colpaert
Em função de problemas causados pelo hidrogênio no aço. Foram desenvolvidos tratamentos do aço sob vácuo, visando principalmente a redução do teor de hidrogênio.
TEOR EM “H” DISSOLVIDO
• Zona fundida Transformações associadas à fusão:
• Volatilização
• Reações químicas • Absorção de gases
A SOLDAGEM EQUIVALE A UMA MINI ACIARIA
Adição de Ferro-Liga: Fe-Mo, Fe-Mn, Fe-Cr, Fe-Ni
ACIARIA
FORNO ELÉTRICO
SOLDAGEM
ELETRODO REVESTIDO
COLETA E ANÁLISE DE AMOSTRA DE AÇO
Cortesia Gerdau Aços Longos S.A.
A checagem da composição é feita por meio da
coleta de amostra e análise no espectrômetro de
emissão ótica para análise química das
amostras e de escórias.
Com a composição química e a temperatura
ANÁLISES QUÍMICAS
Análise Química Instrumental – Emissão Ótica Análise Química por Via Úmida
Análise Química por Combustão
LINGOTAMENTO CONTÍNUO
Distribuidor
Reaquecimento do lingote para a laminação
Forno de Reaquecimento
Cortesia Gerdau Aços Longos S.A. Tarugos no pátio esfriando enquanto
aguarda a entrada no laminador
Fonte: SIDERÚRGICA AÇONORTE
Laminação entrada – 4m (lingote)
Gerdau saída – 1600m (vergalhão)
Sucata ... .... em 2012 R$300,00/t
Custo do lingote ... R$ 430,00/t
Custo da laminação ..R$ 40,00/t
Custo total
R$ 470,00/t
Venda
R$ 600,00/t
Componentes de um laminador quádruoLAMINAÇÃO A QUENTE
Oxidação superficial causada pela elevada temperatura
Carepas na superfície do tarugo de aço (esquerda)
e carepas eliminadas pelo processo (direita
Laminação a quente com cilindros com ranhuras:
Barras e Perfis
Laminação
a quente
Laminação
a frio
aço= 7,873 g/cm
3 CHAPAS Peso/Área (kg/m2)PERFIS Peso Linear (kg/m)
LAMINAÇÃO DE INCLUSÕES
Lingotes: Estruturabruta de fusão com inclusões esféricas Chapas Laminadas: Grãos, inclusões e Segregações são alongadas segundo a direção de laminação DL
Produtos da aciaria e lingotamento contínuo: Lingotes com inclusões devido o processo de desoxidação do aço.
Produtos Laminados: Chapas com inclusões alongadas segundo a direção de laminação
(ANISOTROPIA)
DL Inclusões
TRINCA INTERLAMELAR OU DECOESÃO LAMELAR
Solução: Fazer um “amanteigamento” (“buttering”), ou seja depositar uma ou mais camadas de material dúctil na superfície do material sensível a trinca, antes da soldagem de união propriamente dita.
THERMEX/TEMPCORE
FABRICAÇÃO
O GG-50 Soldável é um vergalhão, do tipo CA50-A, obtido da laminação a quente de tarugo de aço produzido em lingotamento contínuo. Após último
passe de laminação, o produto é submetido a um resfriamento à água capaz de reduzir bruscamente a temperatura da superfície (fig. A).
O núcleo da barra permanece suficientemente quente para reaquecer a superfície endurecida e promover o seu revenimento (fig.B).
O resultado final é um produto com núcleo tenaz e superfície temperada e revenida, de alta resistência mecânica e excelente ductilidade (fig.C)
(A) (B) (C) Laminador Resfriamento Produto
acabado
A recent Thermex installation in India
C - estrutura martensítica B - estrutura intermediária A - estrutura perlita + ferrita
Faixa Química para CA50 e GG-50 SOLDÁVEL
QUALIDADE
CHAPAS FINAS A QUENTE E A FRIO
Chapas finas a quente (CFQ)
Espessura mínima 1,50mm
Espessura máxima 5,00mm
Chapas finas a frio (CFF)
Espessura mínima 0,60mm
Espessura máxima 2,30mm
CHAPAS GROSSAS (A QUENTE)
Chapas grossas (CG) e bobinas
Plates e Coils
Espessura mínima 6,00mm
Espessura máxima 100,00mm
CARAJÁS
Reserva: Dezoito bilhões de
toneladas de minério de ferro.
Quantidade suficiente para
abastecer o mundo nos
próximos quinhentos anos.
Área: 11.500 quilômetros
quadrados de área.
Localização: 550 km ao sul de
Belém.
Fonte: Revista Metalurgia da ABM FEV. 1987 - VOL.43-Nº351. pag. 120
Quadrilátero Ferrífero é uma região localizada no centro-sul do
estado de Minas Gerais, que é a maior produtora nacional de
minério de ferro. 60% de toda a produção nacional sai da região, que
tem uma área de aproximadamente 7 mil quilômetros quadrados e
abrange os municípios de Sabará, Santa Bárbara, Mariana,
Congonhas, Ouro Preto, João Monlevade, Rio Piracicaba, Itaúna
e Itabira, entre outros. Além do minério de ferro, também são
extraídos do Quadrilátero Ferrífero, ouro e manganês.
QUAL A MELHOR REGIÃO PARA UMA SIDERÚRGICA?
USIMINAS – IPATINGA-MG
Foi a siderúrgica que construiu o aeroporto, os clubes recreativos, o zoológico, uma operadora de saúde, os colégios e os hospitais. Até os bairros foram desenhados de acordo com a hierarquia da empresa — há o da presidência, com seus casarões, e o bairro onde mora a turma do chão de fábrica
Colocação
em 2010
Pais
tonelada de açoMilhões de Aplicação deste total1º China 626,7
2º Japão 109,6 63,8 em Produtos
industrializados
3º Estados Unidos 80,5 80,1 em bens finais
4º Índia 68,3 60,6 em outros produtos
5º Rússia 35,7 35,7 em outros produtos
6º Coreia do Sul 58,4 52,4 em outros produtos
7º Alemanha 43,8
8º Ucrânia 33,4 5,5 em outros produtos
9º Brasil 32,9 8,6 em outros itens
10º Turquia 29,1