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IV COBENEO -

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Academic year: 2021

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32752 - Evidências do impacto do cuidado canguru para o recém-nascido e sua família

Profa. Dra. Maria Estela Diniz Machado

Introdução: No mundo o componente neonatal representa 44% da Mortalidade Infantil (MI). No Brasil em 2011 a taxa de MI foi de 15,3%, sendo 70% correspondente ao componente neonatal. Nesse cenário, a prematuridade corresponde a 50% de todas as mortes neonatais. O aumento crescente de partos prematuros (11,7% em 2013) coloca o Brasil na décima posição entre os países onde mais nascem prematuros (UNICEF, 2013). Nos últimos anos o avanço científico e tecnológico tem proporcionado maior sobrevida de recém-nascidos prematuros e de baixo peso. Esses indicadores são os mais relevantes relacionados à mortalidade neonatal, porém outros fatores influenciam no risco de mortalidade, como a qualidade da assistência, recursos humanos, materiais e infraestrutura (FREITAS ET AL, 2012). Apesar do inegável progresso e dos avanços tecnológicos, os recém-nascidos que requerem maior assistência neonatal são considerados de risco para alterações no desenvolvimento, principalmente quando há associação entre prematuridade e baixo peso de nascimento. Um dos elementos que pode auxiliar na sobrevida e neuroproteção desse recém-nascido prematuro e de baixo peso é o Método Canguru (MC), estratégia de atenção humanizada à criança, seus pais e à família, respeitando-os em suas características e individualidades (BRASIL, 2011). Este modelo de assistência perinatal voltado para a melhoria da qualidade do cuidado tem despertado o interesse da comunidade científica em todo mundo. Objetivo: Identificar as evidências científicas sobre o impacto do cuidado canguru sobre o recém-nascido e sua família. Metodologia: Levantamento de artigos científicos dos últimos cinco anos através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Biblioteca Cochrane, Cochrane Neonatal que atendessem à temática. RESULTADOS: Evidências científicas nacionais e internacionais apontam benefícios do contato pele a pele/posição canguru para os pais: redução de estresse e ansiedade, melhora da autoconfiança, superação dos sentimentos negativos que afloraram com o nascimento prematuro, empoderamento materno, redução de sangramento pós-parto, redução do tempo de secundamento, aumento dos níveis de oxitocina, diminuição dos níveis de cortisol. Quanto ao impacto sobre o bebê, destacam-se: maior prevalência e manutenção da amamentação exclusiva; estabilidade cardiorrespiratória; melhor saturação de oxigênio; proteção do sono; redução de agitação e choro; melhor glicemia até 90 minutos após nascimento; redução de hipotermia ao nascimento nos primeiros 10 minutos; melhor desenvolvimento motor; eficiência no controle da dor durante procedimentos dolorosos agudos como punção de calcâneo, aspiração endotraqueal, triagem da retinopatia da prematuridade; dentre as intervenções não farmacológicas para controle da dor aguda no recém-nascido em UTIN, a posição canguru apresentou maior efetividade quando comparada ao uso de dextrose e melhor desenvolvimento neurocomportamental. Conclusão: Apesar dos aspectos positivos destacados pela literatura científica, estudos com maiores amostras são necessários. Observa-se que os profissionais de saúde ainda apresentam barreiras quanto ao cuidado canguru em UTIN, sugerindo a necessidade de capacitação a fim de incentivá-lo, promovê-lo e dar suporte aos pais. Destaca-se também a necessidade de investimento estrutural e recursos materiais e humanos para o suporte adequado desta intervenção, cujo objetivo final remete a um cuidado de qualidade ao recém-nascido e sua família.

Descritores: Prematuro; Desenvolvimento Infantil; Método Canguru. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: Método Canguru/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2011. FREITAS, Brunnella Alcantara Chagas de et al . Características epidemiológicas e óbitos de prematuros atendidos em hospital de referência para gestante de alto risco.Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo , v. 24, n. 4, p. 386-392, Dec. 2012.

UNICEF. Prematuridade e suas possíveis causas. Acesso: 21/10/2016. Disponível em: http://www.unicef.org/brazil/pt/media_25849.html

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32753 - Conhecimento, atitudes e práticas do enfermeiro no cuidado desenvolvimental ao recém-nascido

em unidades neonatais

Profa. Dra. Maria Estela Diniz Machado

Introdução: O avanço tecnológico trouxe para o recém-nascido, especialmente o prematuro e de baixo peso, maiores possibilidades de sobrevida, o que aumentou o tempo de internação e exposição precoce à experiência sensorial no ambiente da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), com luzes brilhantes, elevados níveis de ruído, frequentes intervenções de manuseio excessivo, múltiplos procedimentos dolorosos e repetitivos. Este ambiente e terapêutica podem exercer efeitos deletérios ao cérebro imaturo e alterar seu neurodesenvolvimento, isto porque, a plasticidade (diferenciação estrutural) cerebral perinatal aumenta a vulnerabilidade às primeiras experiências (ALS, 2004), e se estas forem adversas podem ocasionar ou aumentar a gravidade das doenças relacionadas principalmente à prematuridade, como a paralisa cerebral; retardo mental; perda auditiva neurosensorial e deficiência visual, que podem se manifestar a partir dos 2 anos de idade (BENNET, 2005). Como muitas vezes essas sequelas são evidenciadas após a alta dos prematuros, é fundamental que as práticas de cuidado exercidas na UTIN visem promover o desenvolvimento adequado do cérebro desse prematuro. O cuidado desenvolvimental enquanto estratégia de atenção humanizada ao recém-nascido, seus pais e família, respeitando suas singularidades, encontra-se inserido na Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso - Método Canguru (BRASIL, 2011). Objetivos: Identificar conhecimento e prática dos enfermeiros no cuidado desenvolvimental com o recém-nascido de risco nas unidades neonatais do Rio de Janeiro; Descrever as atitudes dos enfermeiros no cuidado desenvolvimental com o nascido de risco nas unidades neonatais do Rio de Janeiro; Analisar o cuidado prestado ao recém-nascido de risco pelos enfermeiros frente às diretrizes das políticas públicas de saúde voltadas para o cuidado desenvolvimental. Métodologia: Estudo quantitativo, seccional, do tipo Survey, utilizando o Método CAP (Conhecimento, Atitude, Prática), realizado em 10 unidades neonatais de referência para o atendimento do recém-nascido de risco no município do Rio de Janeiro. A amostra foi de 111 enfermeiros. Foi utilizado questionário autoaplicável do tipo Lickert. Os dados foram analisados pelo Programa estatístico R. A análise exploratória de dados constituiu em porcentagem simples, média e intervalos de confiança (IC). Resultados: Os resultados mostraram que os enfermeiros neonatais têm conhecimento quanto ao cuidado desenvolvimental, atitude que se mostra em processo de transição entre o modelo biomédico e o modelo humanístico, e uma prática onde o cuidado desenvolvimental não se encontra plenamente implantado, com barreiras relacionadas à própria resistência dos profissionais, dificuldades de recursos estruturais, organizacionais, humanos e materiais. Conclusão: Existe necessidade de adequação quanto ao número de leitos neonatais e apoio gestor nos níveis direto e indireto para implementação do cuidado desenvolvimental, além de educação permanente para os profissionais envolvidos no cuidado com o recém-nascido de risco e sua família nas unidades neonatais. Para a prática profissional de enfermagem, este estudo pode contribuir para o fortalecimento do papel do enfermeiro no cuidado com o recém-nascido de risco e sua família e oferecer subsídios para futuras pesquisas. Recomenda-se capacitação nas unidades pesquisadas para sedimentação e implementação efetiva do cuidado desenvolvimental.

Descritores: Cuidado do Lactente; Terapia Intensiva Neonatal; Enfermagem Neonatal; Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde; Desenvolvimento Infantil.

Referências

ALS, H. & Cols. Early Experience Alters Brain Function and Structure. Pediatrics; 113;846. 2004.

BENNETT, F. C. in AVERY, G. B. Perspectivas na década de 1990. Neonatologia: Fisiopatologia e cuidado do recém-nascido Rio de Janeiro: Medsi, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: Método Canguru/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2011. 204 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

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32755 - Escores de alerta precoce para reconhecer deterioração clínica em neonatos

Juliana de Oliveira Freitas Miranda

Enfermeira pediatra e neonatal. Doutoranda da Escola de Enfermagem da UFBa. Professora da Universidade Estadual de Feira de Santana/Ba

A criança e o neonato em deterioração podem demonstrar SINAIS DE ALERTA indicadores de provável piora da sua condição clínica. Estes sinais podem ser reconhecidos pela equipe de saúde, e sua detecção precoce, seguida de intervenções terapêuticas, são decisivas para o prognóstico, pois pode prevenir a evolução para piora do quadro clínico vigente, choque, insuficiência respiratória ou parada cardiorrespiratória. Para o reconhecimento dos sinais de alerta em crianças e neonatos é necessário sistematizar sua avaliação a fim de identificar os pacientes em risco e disparar um sistema de cuidados. Neste contexto, instrumentos foram criados no cenário internacional para auxiliar profissionais de saúde no reconhecimento precoce de sinais de alerta para deterioração clínica na criança/recém-nascido a fim de intervir e evitar complicações. Estas ferramentas são denominadas PEDIATRIC EARLY WARNING SCORE – PEWS e /NEONATAL EARLY WARNING SCORE - NEWS. Existem mais de 20 PEWS e alguns NEWS publicados na literatura internacional. A maioria utiliza indicadores neurológicos, cardiovasculares e respiratórios como critérios para avaliação e pontuação, adotando um ponto de corte que dispara um sistema de cuidados. Uso de escores/sistemas de alerta precoce tem sido comum em pacientes adultos e pediátricos hospitalizados, mas a sua utilização em neonatos não está bem estabelecida. Alguns NEWS já são validados internacionalmente, porém no Brasil, até o momento, não existem validações publicadas. São exemplos de NEWS: o NEONATAL TRIGGER SCORE – NTS, o Newborn Observation Track and Trigger – NOTT, o Neonatal Early Warning – NEW, o Newborn Early Warning Trigger and Track – NEWTT e o NEONATAL EARLY WARNING SCORE – NEWS. O uso destes escores é uma realidade em hospitais de países do Reino Unido, dos Estados Unidos, do Canadá. Organizações de saúde internacionais já recomendam que estas ferramentas sejam adotadas para adultos e crianças internados em serviços hospitalares a fim de identificar eventos adversos e prevenir complicações. No Brasil, inicia-se um movimento para adaptar e validar estes instrumentos a fim de utilizá-los com mais propriedade e segurança, visto que a partir do acompanhamento sistemático diário do estado clínico e fisiológico da criança e do neonato, através de ferramentas válidas e confiáveis, é possível verificar sua evolução e intervir adequadamente nas situações que sugerem risco, garantir um cuidado mais seguro na prática clínica.

Bibliografia:

1.Jones D, Mitchell I, Hillman K, Story D. Defining clinical deterioration. Resuscitation [Internet]. European Resuscitation Council, American Heart Association, Inc., and International Liaison Committee on Resuscitation. 2013; 84(8):1029–34.

2.Melo MCB, Ferreira AR, Vasconcellos MC, Gresta MM, Silva NLC, Ferri PM. Novas recomendações para o atendimento ao paciente pediátrico gravemente enfermo. Rev Med Minas Gerais [Internet]. 2011; 21(4 Supl 1):S12–21.

3.Sen AI, Morgan RW, Morris MC. Variability in the implementation of rapid response teams at academic american pediatric hospitals. J Pediatr [Internet]. Elsevier Ltd; 2013; 163(6):1772–4

4.Flannigan, Hogan. Neonatal early warning score. Intensive Care Med. 2011; 37 (Suppl 2):S315–S442.

5.Holme, Bhatt, Koumettou, Griffin, Winckworth. Retrospective Evaluation of a New Neonatal Trigger Score. Pediatrics. 2013; 131:e837.

6.Ahmed, Phillips, Karupaih, Kamireddy, Manzoor. Newborn Observation Track and Trigger (NOTT) Chart. Journal of the College of Physicians and Surgeons Pakistan. 2016; 26 (3): 234-237.

7.Paliwoda, Newa, Bogossian. Neonatal Early Warning Tools for recognising and responding to clinical deterioration in neonates cared for in the maternity setting: A retrospective case–control study. International Journal of Nursing Studies. 2016; 61: 125–35. 8.Roland, Madar, Connolly. The Newborn Early Warning (NEW) system: development of an at-risk infant intervention system. Infant. 2010; 6(4): 116-20.

9.Nowlan, Soliman, Mathur, Jaiswal. A pilot study validating the use of a neonatal early warning score. Pediatric Research. 2011; 70: 701.

10.National Health Service Institute - NHS. Review of patient safety for children and young people. First edition. London: National Patient Safety Agency, June 2009.

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32757 - Habilitação para Enfermeiros a inserção, manutenção e retirada de Cateter Central de Inserção Periférica no período neonatal

Nalmy Melo; Camila Bahia

O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) é um dispositivo vascular que vem sendo amplamente utilizado nos pacientes que necessitam de uma terapia prolongada (maior que 06 dias), infusão de drogas irritantes e vesicantes e pacientes em uso de medicação ambulatorial, além de estar associado ao menor risco de complicações mecânicas e infecciosas. Neste curso, o enfermeiro será capacitado à inserção deste dispositivo de acordo com competências técnicas e legais, em relação às novas tecnologias disponíveis e conhecimento científico para zelar por boas práticas e segurança do paciente durante os procedimentos de inserção e cuidados com a manutenção.

Conteúdo

 Aspectos Éticos e Legais

 Revisão da anatomia efisiologia

 Farmacologia

 História do PICC

 Controle de Infecção

 Inserção

 Mensuração, Passagem e Manutenção do Cateter Percutâneo

 Tipos de Cateteres

 Técnica de seldinger

 Interpretação Radiográfica

 Complicações Potenciais

 Tecnologia

 Técnica de Passagem e Fixação do PICC, Simulado em Manequim Apropriado Método

 Aulas Teórico-Práticas Dialogadas Carga horária

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32766 - Passado, presente e futuro do cuidado canguru no Brasil

Marialda Moreira Christoffel1 Ana Claudia Coelho Santos da Silva2

Introdução: Mais de 2,7 milhões de recém-nascidos morrem todos os anos, representando 44% das crianças que morrem antes dos

cinco anos de idade em todo o mundo. As complicações do parto prematuro são a principal causa de morte entre os recém-nascidos. O Cuidado Mãe Canguru inclui o contato pele a pele precoce e contínuo, a amamentação, a alta precoce da unidade de saúde e os cuidados de apoio aos pais\família no domicilio. Objetivo: Refletir sobre o contexto da implantação do cuidado canguru no Brasil, considerando marcos: históricos, políticos, culturais e sociais a nível nacional associados às recomendações dos workshops internacionais do Cuidado Mãe Canguru. Material e métodos: Utilizou-se como fonte de dados artigos de revisão sistemática, manuais do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, programas e relatórios dos Workshops Internacionais do Cuidado Mae Canguru. Resultados: As evidencias apontam que o Cuidado Mae Canguru\CMC é seguro, eficaz e efetivo para recém-nascidos a termo e principalmente para o pré-termo e o baixo peso ao nascer. É uma intervenção complexa que abrange os seguintes componentes: contato pele a pele, aleitamento materno, alta precoce e o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento após a alta hospitalar. No Brasil o Método Canguru foi difundido a partir de 1990, sendo a proposta mais ampla que a proposta da Colômbia (Bogotá), pois envolve o cuidado desenvolvimental (cuidados com o ambiente: luz, ruídos, dor e a presença dos pais na unidade neonatal). A norma é aplicada em três etapas desde o pré-natal ate a alta hospitalar e o acompanhamento no ambulatório ou domicilio até o recém-nascido atingir o peso de 2500g. Porém nem todas as etapas estão implantadas e são vivenciadas pelos pais\família. Para a realização efetiva do CMC as mães, pais e familiares são considerados os cuidadores primários e estão envolvidos na tomada de decisão para o cuidado canguru. Os profissionais de saúde são os facilitadores da implantação do cuidado canguru nas unidades neonatais e na atenção básica, e são fundamentais para o processo educativo dos pais\familiares no cuidado ao seu filho recém-nascido. Discussão: A separação mãe-recém-nascido deve ser minimizada tão logo quanto possível no ambiente da unidade neonatal e a presença do pai\família é fundamental para o treinamento no cuidado canguru. A presença da mãe para estimular o aleitamento materno (colostro) para o inicio o mais precoce possível e o apoio dos profissionais de saúde para a manutenção do aleitamento materno são fatores essenciais para o aumento da prevalência do aleitamento materno em prematuros. A inclusão de um programa de com objetivo de alta precoce deve ter critérios claros e objetivos e contemplar pai\família desde a internação. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento após a alta hospitalar com equipe multiprofissional e o apoio a mãe\pai\família se faz necessário principalmente para diminuição do estresse parental e o empoderamento das mães\pai no cuidado seguro ao prematuro. Apesar de ser altamente difundido nos diferentes estados do Brasil e de apontar mudanças no paradigma do cuidado ao recém-nascido principalmente de baixo peso e muito baixo peso, ainda existem enormes desafios a serem enfrentados nas maternidades e na atenção básica. O processo de disseminação do Cuidado Mae canguru exige dos gestores uma mudança de atitude para a completa efetivação na pratica assistencial. Conclusão: Considerando os avanços tecnológicos e os desafios vivenciados na pratica assistencial nas unidades neonatais e na atenção básica, ainda existem barreiras de ordem estrutural, econômica, cultual e social para a efetividade do cuidado mãe canguru na pratica assistencial. As capacitações periódicas dos gestores, profissionais de saúde e maior alocação de recursos pessoal e financeiro nas unidades neonatais que realizam a primeira e segunda etapa do método canguru. A terceira etapa do método canguru no Brasil ainda não é contemplada e exige maior atenção dos gestores.

Descritores: Cuidado canguru. Humanização. Contato pele a pele. Recém-nascido. Referencias

Conde-Agudelo A, Diaz-Rossello JL, Belizan JM. Kangaroo mother care to reduce morbidity and mortality in low birthweight infants. Cochrane Database Syst Rev

2016;4:CD002771.

Engmann C, Wall S, Darmstadt G, Valsangkar B. Claeson M, on behalf of the participants of the Istanbul KMC Acceleration Meeting: Consensus on kangaroo

mother care acceleration. Lancet. 2013;382:e26–7

Gontijo TL, Xavier CC, Freitas MIF. Avaliação da implantação do Metodo Canguru pro gestores, profissiinais e mães de recem-nascidos. Cad. Saude Publica. Rio de Janeiro. 2012.28(5):935-44.

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Profa. Associada do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Projeto Pesquisa: transferência de conhecimento no cuidado desenvolvimental ao recém-nascido. E-mail: marialda.ufrj@gmail.com

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Enfermeira Neonatologista. Mestranda do Curso de Pós-graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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32767 - Cuidados voltados para o desenvolvimento do recém-nascido: praticas baseadas em evidencias

Marialda Moreira Christoffel1;Ana Luiza Dorneles da Silveira2;Maria Estela Diniz Machado3; Ana Leticia Monteiro Gomes4;Susana de Freitas Gomes5

Introdução: A prematuridade está associada a consequências no desenvolvimento global das crianças incluindo problemas emocionais e de comportamento. Muito embora se verifique um risco mais acentuado dos prematuros apresentaram alterações no seu desenvolvimento designadamente nas áreas sensorial, motora e do desenvolvimento cognitivo, as implicações desta condição de risco biológico são mais abrangentes. Dentre as muitas teorias relacionadas ao acolhimento do recém-nascido prematuro na unidade neonatal destaca-se a Teoria do Desenvolvimento Síncrono-ativo proposto por Heidelise Als (1986) que enfatiza o acolhimento mais humanizado aos recém-nascidos e delineia caminhos para a observação do funcionamento cerebral do bebê, via observação de seu comportamento. A teoria do desenvolvimento Síncrono Ativo identifica o limiar do bebê em relação ao estresse, sua capacidade de auto-regulação e sua “real” disponibilidade de energia para procedimentos clínicos de acordo com o funcionamento dos subsistemas: autônomo, motor, de organização dos estados, de atenção e interação e sistema regulador. Esses subsistemas são interligados e interativos e promovem o estado de equilíbrio/homeostase do bebê. Devido a esta interdependência, pode-se observar que se existe uma desorganização de um determinado subsistema isso acarretará na sobrecarga dos demais e que será manifestada pelo bebê como alterações dos seus comportamentos. Metodologia: O presente curso apresenta as práticas baseada em evidencias sobre o cuidado desenvolvimental ao prematuro no ambiente da UTIN pautadas no Paradigma Humanístico. Apresenta as evidências científicas atuais relacionadas ao cuidado desenvolvimental as e as mudanças a serem adotadas a partir das evidencias para as melhores práticas. O conteúdo programático está dividido nas seguintes etapas: O cuidado desenvolvimental ao recém-nascido prematuro na UTIN; Evidências científicas acerca do ambiente da UTIN relacionadas a ruídos e luminosidade; Evidências científicas acerca do manejo e controle da dor neonatal; Evidências científicas acerca de postura e posicionamento adequados a condição clínica e idade gestacional do recém-nascido. Evidências científicas acerca da presença da família na UTIN. Aleitamento Materno do prematuro.

Descritores: Recém-nascido. Cuidados desenvolvimento. Humanização. Enfermagem Neonatal Referencias:

ALS, H. A synactive model of neonatal behavioral organization framework for the assessment of neurobehavioral development in the premature infant and for support of infants and parents in the neonatal intensive care environment. Phys. Occup. Ther. Pediatr., v. 6, n. 3/4, p. 3-53, 1986.

ALS, H. Newborn Individualized Developmental Care and Assessment Program (NIDCAP): new frontier for neonatal and perinatal medicine. J. Neonatal-Perinatal Med., Washington, v. 2, p. 135-147, 2009.

Conde-Agudelo A, Diaz-Rossello JL, Belizan JM. Kangaroo mother care to reduce morbidity and mortality in low birthweight infants. Cochrane Database Syst Ver 2016;4:CD002771

____________________ 1

Profa. Associada do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Projeto Pesquisa: transferência de conhecimento no cuidado desenvolvimental ao recém-nascido. E-mail: marialda.ufrj@gmail.com

2

Profa. Adjunta de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense.

3

Profa. Adjunta de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense

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Enfermeira Neonatal. Doutoranda do Curso de Pós-graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Enfermeira Neonatal. Mestre em Enfermagem pelo Programa do Curso de Pós-graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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32768 - Desafios na atenção pré-natal

Ana Paula Vidal dos Santos

A rede cegonha é uma estratégia inovadora do Ministério da Saúde, instituída por decreto presidencial em 2011, com objetivo de organizar rede de cuidados que forneça às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, parto e ao puerpério, bem como às crianças o direito ampliando do acesso, fortalecendo o trabalho em rede e mudando as práticas do cuidado desde nascimento seguro ao crescimento e desenvolvimento saudável. Faz parte dos componentes dessa rede a assistência pré-natal, tendo como principais características a qualidade e a humanização. A consulta Pré-Natal envolve procedimentos simples, devendo o profissional de saúde acolher e escutar as demandas da gestante, transmitindo nesse momento o apoio, confiança e orientações sobre hábitos saudáveis de vida e modificações resultantes da gravidez, bem como profilaxia e detecção precoce das complicações da gestação e o tratamento adequado de doenças maternas pré-existentes, assegurando preservar a saúde da gestante e do concepto preparando-os para o parto e o puerpério. Mesmo com todo esforço de garantir um pré-natal de qualidade a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou que cerca de 585.000 mulheres morreram em todo o mundo, devido às complicações ligadas ao ciclo gravídico-puerperal, e no Brasil, ocorrem aproximadamente 5.000 mortes anuais, por causas maternas. Estudos apontam grandes desafios ligados tanto a questões emocionais vividas pela gestação, fragilidade da rede de atenção à saúde, quanto doenças iniciadas na gestação que não são descobertas ou controladas no pré-natal, como: diabetes, infecção do trato urinário, sífilis e HIV/AIDS, que podem proporcionar resultados desfavoráveis tanto para a mãe quanto para o filho. Na atualidade a atenção básica, tem identificado agravos em mulheres e crianças que podem comprometer não só a saúde, mas todo ciclo de suas vidas como por exemplo, a recente incidência de microcefalia em recém-nascidos que foi associada a epidemia do Zika vírus. Diante de tantos desafios, profissionais que atuam na assistência obstétrica deverá fornecer acolhimento às gestantes e garantir o bom andamento pré-natal com desfecho favorável para o binômio mãe-filho.

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32769 - Prática avançada em enfermagem neonatal: interfaces entre políticas públicas, ensino, pesquisa e assistência ao recém-nascido e sua família

Beatriz Rosana Gonçalves de Oliveira Toso1

Esta conferência aborda a enfermagem de prática avançada, com os objetivos de: descrever o desenvolvimento global da função da enfermeira de prática avançada e da enfermeira especialista clínica; revisar os resultados de estudos sobre as contribuições da prática avançada; descrever exemplos de programas para preparar enfermeiras para a função de prática avançada; explorar interfaces entre políticas públicas, ensino, pesquisa e assistência ao recém-nascido e sua família. Abrange essa função em países desenvolvidos, descrevendo seu conceito, abordando seus impactos na atenção primária à saúde e em específico na neonatologia, programas de formação em países desenvolvidos e enfocando estratégias prioritárias para sua implantação no Brasil. Essas englobam investimento na formação profissional, adoção de estratégias nacionais de educação permanente, adição da prática baseada em evidências como eixo norteador das ações do profissional enfermeiro na atenção primária, revisão e ampliação da legislação que norteia a prática e revisão da legislação do sistema de saúde para a prática ampliada. Na assistência ao recém-nascido e sua família dois grandes cenários de prática se anunciam, a Atenção primária à saúde - APS (enfermeira praticante avançada - EPA), na atuação em programas e políticas de saúde como a Rede Cegonha, a qual prioriza a primeira semana de vida integral, orientando a primeira consulta ao RN antes de dez dias de vida e no Seguimento da Criança na Puericultura pela Enfermagem. Ainda, no ambiente do Hospital (enfermeira especialista clínica – ECE), em ambulatório de seguimento de risco e ambulatórios especializados, além das unidades de cuidados neonatais. Entende-se que os alicerces para a construção da adoção e regulamentação formal dessa prática já estão dados, desse modo, a enfermagem brasileira precisa conhecê-la e decidir se quer incorporá-la à profissão.

Descritores: Prática Avançada de Enfermagem, Atenção Primária a Saúde, Conselho Internacional de Enfermagem, Papel do Profissional de Enfermagem.

________________________ 1

Enfermeira. Doutora em Ciências – EERP/USP. Pós-doutorado em Atenção Primária - FIOCRUZ. Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. E-mail: beatriz.oliveira@unioeste.br

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32770 - Validação e categorização da escala de crenças dos pais de recém-nascidos prematuros

hospitalizados

Beatriz Rosana Gonçalves de Oliveira Toso; Eloeth Kaliska Piva

Introdução: A vulnerabilidade do recém-nascido decorrente da prematuridade é um fator impactante para as hospitalizações neonatais, envolvendo aspectos de ordem individual, social, interpessoal e familiar. A hospitalização do recém-nascido em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é uma fonte significativa de estresse materno, alterando o papel parental e interferindo na capacidade de cuidado dos pais (MONTIROSSO et al., 2012). Objetivo: Realizar a tradução, adaptação cultural, validação psicométrica e categorização dos escores da escala

Neonatal Intensive Care Unit: Parental Belief Scale (NICU: PBS) para o português do Brasil, com pais de crianças prematuras hospitalizadas. Metodologia: Trata-se de um estudo metodológico de validação com análise quantitativa, envolvendo pais e/ou mães de prematuros internados na UTIN ou Unidade de Cuidados Intermediários (UCI). A adaptação cultural e validação da escala de crenças dos pais de recém-nascidos prematuros hospitalizados (ECP: UTIN) seguiram as diretrizes de Beaton et al. (2000) e Guillemin; Bombardier e Beaton (1993), com a tradução do instrumento NICU: PBS, validado por Melnyk; Oswalt e Sidora-Arcoleo (2014) nos Estados Unidos, retrotradução para o inglês, análise por comitê de juízes, pré-teste (N=08) e reexame das pontuações com a proposta por meio de um processo de quartilização de uma classificação para os valores obtidos para o escore final do instrumento. E por fim, a avaliação das propriedades psicométricas de confiabilidade por meio do teste/reteste (N=23) e cálculo do Alfa de Cronbach, e de validade de constructo por meio da análise fatorial (N=99). Resultados: A validade de conteúdo realizada pelo comitê de juízes revelou taxa adequada de concordância para o consenso de tradução de 90% e Kappa de 0,71 indicando substancial concordância entre os mesmos. O teste-reteste obteve excelente estabilidade com Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) de 0,98, e Alfa de Cronbach de 0,92 indicando elevada consistência interna (HAIR et al., 2009). O teste de Kaiser Meyer-Olkin (KMO) de 0,86 indicou bom ajuste da amostra de 99 pais para a análise fatorial exploratória com rotação Varimax, que encontrou três componentes: a confiança no papel parental, interação pais e filho e o conhecimento dos pais. Os escores finais da aplicação da escala foram categorizados estabelecendo-se valoração para a ECP: UTIN diante da capacidade de cuidado dos pais. Os participantes foram categorizados em: Suficiência da capacidade de cuidado que abrangeu 35 pais e/ou mães, os com Suficiência moderada da capacidade de cuidado que incluíram 50 pais e/ou mães, e os com Insuficiência moderada da capacidade de cuidado que foram 14 pais e/ou mães, sendo que a categoria Insuficiência da capacidade de cuidado não obteve nenhum participante. Conclusões: O instrumento foi considerado adequado quanto à adaptação cultural, confiável para a aplicação entre pais e mães de prematuros hospitalizados, e com validade quanto às expectativas teóricas em relação à estrutura fatorial. Espera-se que a escala ECP: UTIN contribua para a equipe de saúde predizer a capacidade de cuidado dos pais, bem como permita o planejamento do cuidado e a intervenção apropriada diante das competências dos pais.

Descritores: unidades de terapia intensiva neonatal, estudos de validação, prematuro, relações pais-filho, cuidado da criança.

Referências:

BEATON, D. E.; BOMBARDIER, C.; GUILLEMIN, F.; FERRAZ, M. B. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine, Nova York, v. 25, n. 24, p. 3186-3191, 2000.

GUILLEMIN, F.; BOBARDIER, C.; BEATON, D. Cross-cultural adaptation of heatlh-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. Journal of Clinical Epidemiology, Toronto, v. 46, n. 12, p. 1417-1432, 1993. HAIR, J. F.; BLACK, W. C.; BABIN, B. J.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L. Análise multivariada de dados. 6. ed., Porto Alegre: Bookman, 2009.

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MONTIROSSO, R.; PROVENZI, L.; CALCIOLARI, G.; BORGATTI, R. Measuring maternal stress and perceived support in 25 italian NICUs. Acta Paediatrica, Lecco, v. 101, n. 2, p. 136-142, 2012.

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32771 - Bundle para a prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica em neonatologia

Patrícia Kuerten Rocha

As infecções relacionadas a saúde, entre elas a pneumonia associada a ventilação mecânica, consistem em eventos adversos comuns nos serviços de saúde, que implicam em elevação dos custos na assistência ao paciente, aumento do tempo de internação, morbidade e mortalidade. Assim, a Campanha 5 Milhões de Vidas definiu a utilização de bundles para a prevenção de pneumonia associada à ventilação. Esta iniciativa promoveu a popularidade dos bundles dentro dos serviços de saúde. Cabe destacar, que o bundle é uma ferramenta específica com parâmetros claros, que tem um pequeno número de elementos que são todos cientificamente determinados pela evidência de Nível 1, e que, juntos, proporcionam resultados positivos. Os números de pneumonia associada a ventilação em neonatos são significativos, e devido a isto há necessidade de se estabelecer práticas clínicas adequadas. Geralmente as práticas aplicadas aos neonatos são adaptadas das realizadas aos adultos ou a pediatria. Entretanto, os neonatos possuem características próprias, e estas, tem que ser respeitadas quando se estabelece os bundles. Além disso, também há necessidade da compreensão da fisiopatologia da pneumonia associada a ventilação, e dos fatores extrínsicos e intrínsecos relacionados. A partir disto, há poucos estudos sobre bundles em pneumonia associada a ventilação em neonatologia, e uma série de desafios para estabelecê-los. Os bundles existentes focam em higieinização oral, cabeceira da cama elevada, troca do circuito do ventilador, desinfecção dos equipamentos respiratórios, cuidados específicos de intubação, condensado do circuito, cuidados com aspiração e alimentação, educação dos profissionais de saúde, entre outros. Sendo os enfermeiros centrais para melhorar a qualidade da assistência e os responsáveis diretos pelo cuidado ao neonato, por meio dos bundles se verificou empoderamento, respeito, melhora na comunicação e mudança na cultura destes. Assim, ao promover uma assistência centrada em qualidade e livre de infecções, os enfermeiros se sentem motivados e engajados nas iniciativas de promover uma assistência segurança. A partir disto, os desafios são a elaboração de protocolos de pneumonia associada a ventilação nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, análise de causa raiz das pneumonias associadas à ventilação diagnosticadas, educação e atualização a todos os membros da equipe, e pesquisas quanto as melhores práticas clínicas, com nível de evidência 1, que devem ser utilizadas em neonatos.

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32772 - Cuidado domiciliar ao recém-nascido de risco

Dra Cláudia Silveira Viera (UNIOESTE/Cascavel-PR)

O seguimento do RN de risco envolve as seguintes etapas: preparo da família para a alta hospitalar; atenção para um

adequado período de transição hospital-domicílio e o acompanhamento da díade criança/família propriamente dito,

sendo essas etapas indivisíveis (VIERA; MELLO, 2013).Estas etapas para os referidos autores devem ser articuladas e uma não pode existir sem a outra, propiciando, assim, um cuidado integrado, pois a família estará inserida no processo de cuidar em saúde, a díade criança/família terá acesso aos demais níveis de atenção à saúde e o princípio da longitudinalidade estará sendo empregado adequadamente. Preparo da família para alta hospitalar, constitui-se em processo que deve ter início na recepção dos pais na UTIN quando da primeira visita ao RN hospitalizado e s e prorrogar por todo o período de hospitalização. Não significa apenas ofertar orientações à mãe/pai ou família no momento da alta. A alta hospitalar de um RN que permaneceu longos dias em UTIN representa o rompimento com o mundo da internação hospitalar, o cuidado dispensado pela equipe multiprofissional e todas as intercorrências advindas desta internação, gerando situações próprias do contexto domiciliar, que poderão ser melhores elaboradas se a família estiver preparada e adequadamente orientada para o recebimento desta criança em casa. O cuidado no ambiente doméstico firma-se na relação estabelecida entre os profissionais de saúde e a família, seguindo as orientações recebidas durante todo o processo de hospitalização. A fase de adaptação a esse cuidado é permeada, inicialmente, por momentos de insegurança que evoluem para comportamentos de confiança, que solidificam a relação dos pais com o seu bebê (COUTO; PRAÇA, 2009). A alta da UTIN deve ser analisada pela equipe contemplando além das condições clínicas da criança, as condições da família (treinamento de cuidados básicos e cuidados especiais – medicações, sondas, colostomia, oxigênio, ambiente físico, mãe preparada para amamentação, orientações sobre visitas) e considerar a dinâmica das relações familiares, as condições socioeconômicas da família, as condições da mãe e/ou cuidador da criança no domicílio. Transição hospital-domicílio - considerado o primeiro mês em casa após a alta hospitalar, em que além das complicações clínicas do nascimento prematuro, as repercussões da prematuridade também envolvem aspectos emocionais significativos para mãe e familiares. A responsabilização pelo cuidado envolve a família, os serviços de atenção primária e da atenção especializada a saúde, envolvendo visitas domiciliárias semanais; grupo de apoio aos pais no ambulatório de seguimento ou na USF/UBS; educação em saúde com base nas necessidades da família e criança; primeira consulta ao RNPT uma semana após a alta hospitalar. As principais condições patológicas específicas são: displasia broncopulmonar; doença metabólica óssea; alterações no desenvolvimento; refluxo gastroesofágico; patologias cirúrgicas do trato gastrintestinal; infecções; retinopatia e anemia da prematuridade. As dificuldades mais encontradas são quanto a amamentação; adequação sono do PT; mudança na rotina da família; pouco ganho ou perda de peso do RN; introdução de alimentação complementar; cuidados de rotina com o bebe.E importante que a família saiba reconhecer os sinais de perigo ou sintoma de alerta para que busque um atendimento médico de urgência – hipoatividade: choro fraco ou gemência, choro excessivo ou irritabilidade intensa, mudança na coloração da pele - cianose ou palidez, apneia, dificuldade respiratória, sucção fraca ou recusa alimentar, regurgitações ou vômitos frequentes, distensão abdominal, tremores ou convulsões, hipotermia ou hipertermia (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012). Orientar cuidados quanto: posicionamento do RNPT para dormir (decúbito elevado - 15-30º e dorsal - posição supina), nunca colocar para dormir junto aos adultos; manejo de cólicas; acerca da imunização do RNP; administração de medicamentos - vitaminas e sulfato ferroso (esses não devem ser suspensos sem orientação médica); cuidados com higiene. Na presença dessas alterações, assim como, em alterações do desenvolvimento, o RNPT e sua família deverão ser reavaliados em poucos dias ou referendado a serviço especializado.

Referências

COUTO, F.F.; PRAÇA, N.S. Preparo dos pais de recém-nascido prematuro para alta hospitalar: Uma revisão bibliográfica. Escola Anna Nery. Revista Brasileiro Enfermagem. 2009 out-dez; v13, n4, p.886-91. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/ean/v13n4/v13n4a27.pdf>. Acesso em: 20 julho de 2013.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Seguimento Ambulatorial do Prematuro de Risco. Departamento Científico de Neonatologia, São Paulo, 2012. Disponível em: < http://www.sbp.com.br/pdfs/Seguimento_prematuro_ok.pdf >. Acesso em: 20 julho de 2013.

VIERA, C.S.; MELLO, D.F. Seguimento de crianças pré-termo e de baixo peso ao nascer: uma análise do cuidado no contexto das experiências familiares. 1ed. Cascavel: Edunioeste, 2013.

WHO. World Health Organization. Preterm birth. November 2012. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs363/en/>. Acesso em: setembro 2013.

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32773 - Seguimento recém-nascido de risco na estratégia saúde da família

Dra Cláudia Silveira Viera (UNIOESTE, Cascavel/PR)

O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil comporta, em seu contexto, o seguimento específico às crianças de alto risco egressas da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), que compreendem os prematuros, os portadores de doenças congênitas, com más formações, aqueles que apresentaram alguma complicação durante o trabalho de parto e nascimento. Crianças estas que conformam grupo de crianças com necessidades especiais de saúde e requerem acompanhamento especializado muitas vezes ao longo de suas vidas No primeiro ano de vida dessas crianças são detectadas muitas das complicações ou sequelas a que se encontram vulneráveis, constituindo-se em período de alto risco para elevadas taxas de morbimortalidades. Esses RN devem ter encaminhamento pós-alta hospitalar para ambulatórios de atendimento específicos e multidisciplinares, quando disponíveis ou para o serviço de Atenção Primária a Saúde (Estratégia Saúde da Família ou Unidades de Saúde Tradicionais). As ações da APS devem ser voltadas a promoção da qualidade de vida dessas crianças e a redução da mortalidade infantil, devendo ser desenvolvidas de modo articulado entre os cuidados recebidos durante a hospitalização e a continuidade desse cuidado na APS para que o seguimento seja integral ao RN e sua família após alta hospitalar. O prematuro deve ser inserido tanto nos programas de APS como nos de atenção especializada. Assim, a sobrevida de um RN de risco, dentre eles o pré-termo e baixo peso ao nascer depende do manejo da assistência nos primeiros dias de vida, tanto em nível hospitalar quanto domiciliar, devendo o seguimento ter continuidade pelo menos até os 12 anos de idade. As estratégias e ferramentas que devem ser usadas nesse acompanhamento são: visitas domiciliárias semanais; acolhimento; educação em saúde; avaliação do crescimento e desenvolvimento infantil; garantia de acesso aos serviços especializados conforme necessidade do PT. A primeira consulta ao PT deve ser uma semana após a alta hospitalar, na qual deve ser elogiado os pais acerca do cuidado, reforçar orientações e inserir novas. Deve atentar-se para os seguintes aspectos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013): corrigir a idade gestacional (perímetro cefálico até 18 meses, peso até 2 anos, estatura até 3 anos e 6 meses); na primeira consulta a estatura e o perímetro cefálico estarão inalterados desde a mensuração no momento da alta e o peso deve preferencialmente estará maior que o da alta (ganho ponderal entre 15 a 20 gramas/dia); registrar no gráfico (curvas de avaliação do crescimento apropriadas - Fenton e Kim, 2013 até 50 semanas pôs concepcionais e após a da OMS, 2006) e calcular ganho ponderal; avaliar a adequação da dieta pelo número de fraldas trocadas (3 limpas e três cheias por dia, 3 a 4 vazias e 4 cheias); avaliar se a prática alimentar está adequada para a idade; avaliar amamentação (dor ou desconforto ao amamentar; técnica); avaliar se há alguma lesão ou anormalidades na cavidade oral (aftas, candidíase oral, fenda palatina); reavaliar peso dentre dois a três dias; questionar a mãe quanto a tabagismo materno ou na família; até o sexto mês após o parto avaliar a mãe quanto a desordens do humor (mensurar estresse – escalas próprias); investigar acerca do vínculo entre o RN e os pais (identificar os fatores de riscos familiares - drogas ou alcoolismo, tabagismo, violência doméstica, problemas de saúde mental, ambiente doméstico - condições da casa, local onde o RN dorme, saneamento e sociais - renda familiar, escolaridade, pais separados); avaliar os sinais de vínculo e apego: habilidade do RN em demonstrar sinais; habilidades dos pais de reconhecer e responder adequadamente aos sinais do RN; avaliar a saúde materna e parental quanto às habilidades para lidar com os desafios do cuidado com o RN (competência parental); estimular a participação do pai nas consultas; orientar quando procurar o serviço de APS, relembrando-os em todas as consultas a reconhecerem os sinais de perigo; prevenir infecções e orientar acerca de sinais de perigo ou sintoma de alerta para que busque um atendimento médico de urgência; orientar cuidados gerais com RNPT; identificar a rede e apoio social da família; questionar sobre problemas respiratórios do RN (apneia, cianose, resfriados, tosse, coriza, taquipnéia, batimento de aletas nasais); sinais de infecção (dificuldade de respirar ou mamar, aumento ou redução da temperatura, redução do nível de energia - apatia, letargia). Em longo prazo, o acompanhamento dos PT tardios deve compreender: monitorar os parâmetros de crescimento a cada consulta; considerar a necessidade de suplementação do leite materno nos casos em que o PT não está evoluindo adequadamente nas curvas de crescimento, reavaliando a cada consulta para averiguar a necessidade de manter a suplementação para o crescimento normal; recomendar a introdução de alimentos sólidos somente após os 6 meses de idade gestacional corrigida ou quando a criança demonstrar prontidão de desenvolvimento; reforçar o aumento do risco de problemas respiratórios nos PT (asma, infecções) e re-hospitalização no primeiro ano após a alta da UTIN; orientar sobre como prevenir essas complicações: manter a imunização em dia; lavar as mãos com frequência; evitar lugares com aglomeração de pessoas e contato com pessoas doentes; proteger do fumo passivo, e; manter o aleitamento materno pelo maior tempo possível; prover educação em saúde sobre o risco aumentado para deficiências sensoriais: deficiência auditiva ou surdez; deficiência visual ou cegueira; distúrbios da integração sensorial; reforçar a importância do acompanhamento da avaliação auditiva e visual; avaliar o desenvolvimento a cada

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consulta utilizando ferramentas que possibilitem fazer screening para autismo, interação social, atraso no desenvolvimento (atraso psicomotor e cognitivo; paralisia cerebral, baixo rendimento escolar, aumento da necessidade de serviços educacionais especiais); orientar sobre as possíveis alterações de comportamento e emocionais: distúrbios da atenção; hiperatividade; comportamento de internalização; autismo; esquizofrenia. O desenvolvimento do PT poderá apresentar diversas sequelas, assim, na consulta de seguimento deve ser identificado os possíveis fatores de risco para alterações no desenvolvimento (IG<25 semanas; peso ao nascer <750g; presença de leucomalácia periventricular, hemorragia peri-intraventricular graus 3 e 4, hidrocefalia; morbidade neonatal grave - displasia broncopulmonar; uso de corticóide pós-natal; perímetro cefálico anormal na alta hospitalar; baixa condição socioeconômica; pais usuários de drogas. Devem ser avaliados os marcos do desenvolvimento, levando em consideração a Idade Corrigida (IC), realizado o exame neurológico padronizado e os testes de triagem (Denver II) para identificar distúrbios no desenvolvimento. As aquisições do neurodesenvolvimento, como sorrir, gatinhar, andar e falar ocorre nos PT conforme a IC. Assim, começam a caminhar entre 12-15 meses, pelo menos um terço deles necessita de terapia fonoaudiológica, deve-se atentar que durante o primeiro ano aparecem as maiores incapacidades, no segundo ano de vida, são menos severas as deficiências e no terceiro ano, emergem os problemas de fala e linguagem, assim como visual-percepção e visual-motor. Ao ser detectado alguma alteração na avaliação do desenvolvimento, a criança deve ser encaminhada ao pediatra para solicitar encaminhamento às terapias de reabilitação, com fisioterapia, fonoterapia e terapia ocupacional, no intuito de prevenir ou minimizar sequelas maiores.

Oacompanhamento longitudinal e a inserção da família no processo de cuidar constituem-se em formas de intervir precocemente sobre os riscos e reduzir as vulnerabilidades do egresso da UTIN. O cuidado no seguimento do RN de risco na APS deve estar pautado na avaliação multiprofissional e na clínica ampliada, ou seja, contemplar para além dos aspectos clínicos do RN, mas também seu contexto familiar, ambiental, social, econômico e cultural. As crianças egressas das UTIN devem ser vistas com maior frequência de acordo com a avaliação de risco e vulnerabilidadades.

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32779 - Direitos do recém-nascido hospitalizado: contribuições para a prática de enfermagem neonatal

Dra. Ana Luiza Dorneles da Silveira.

A mortalidade infantil é um dos maiores indicadores do desenvolvimento de um país, e o Brasil vem buscando qualificar sua assistência à saúde infantil em consonância com o alcance do objetivo do desenvolvimento do milênio número quatro (ODM). O Brasil se destacou por reduzir a mortalidade infantil para 14,9 mortes por mil nascidos vivos, próximo à meta estabelecida pela OMS. Articulado aos novos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) estabelecidos pela reunião da Cúpula das Nações Unidas, o Brasil aprovou a política nacional de atenção integral à saúde da criança (PNAISC) e no ano de 2016, a lei nº 13.257, que trata do marco legal da primeira infância, inserindo dispositivos relacionados à valorização da faixa etária da primeira infância por reconhecer ser este o período de maior desenvolvimento das potencialidades. O marco legal da primeira infância insere dispositivos e altera artigos da lei nº 8.069, do estatuto da criança e do adolescente (ECA), estabelecendo direitos da criança à vida, saúde, alimentação, dignidade e respeito em acordo com o artigo 227 da constituição federal de 1988. Apesar do sucesso na redução da mortalidade infantil, o componente neonatal precoce e tardio permanecerem estáveis, tendo o país assumido como meta até 2030 acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de cinco anos, atingindo uma taxa de morte neonatal de até 12 por mil nascidos vivos. Os eixos estabelecidos na PNAISC são constituídos de estratégias de ação que estão em sintonia com o Marco Legal da primeira infância, dentre os quais a atenção humanizada à saúde da mulher no planejamento reprodutivo, a gestação, parto, puerpério e ao recém-nascido, utilizando como estratégias o método canguru e a testagem sorológica para sífilis/HIV na atenção primária de saúde. Garante o aleitamento materno por meio de estratégias de promoção, proteção e apoio à mulher que amamenta através das Iniciativas hospitais amigos da criança (IHAC). Além do aparato jurídico e político social e de saúde, o “advocacy” relacionado ao recém-nascido prematuro vem sendo observado, e o ECA por meio do artigo 70 o estimula. Os direitos do recém-nascido hospitalizado estão diretamente relacionados a criação de um ambiente facilitador para seu crescimento e desenvolvimento saudáveis, entendendo a família como principal protagonista deste ambiente. E o Método Canguru é a estratégia base que deve ser utilizada desde os Serviços de Atenção Básica no momento da identificação de um parto provavelmente prematuro até a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), local onde o cuidado especializado será oferecido aos recém-nascidos pré-termos graves e com risco de morte. Trata-se de uma estratégia que visa a humanização do cuidado ao recém-nascido baixo peso, visando o cuidado desenvolvimental do mesmo em virtude da fragilidade do período do nascimento, em especial o prematuro. Suas etapas são três, a primeira na UTIN, a segunda na unidade de cuidados intermediários canguru e a terceira após a alta, com o acompanhamento do desenvolvimento por equipe especializada e compartilhada com a Atenção Básica. Após a alta do serviço especializado, continuará sendo acompanhado pela Atenção Básica que é responsável pela observação e registro do seu crescimento e desenvolvimento. A primeira infância está sendo foco do Marco Legal por ser o período onde o processamento de informações e a plasticidade cerebral estão em franco desenvolvimento e por ser a criança prioridade como sujeito de direitos e cidadã.

Referências:

BRASIL. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: Método Canguru. Brasília. 2013.

BRASIL. Manual do Método Canguru. Seguimento compartilhado entre a Atenção hospitalar e a Atenção básica. 2016. Lei Federal nº 8.069 de 13/07/1990- Estatuto da Criança e do Adolescente.

Lei nº 13.257 de 08/03/2016- Marco Legal da Primeira Infância. ODM. Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. 2000/15. ODS. Objetivos do Desenvolvimento sustentável. 2015/30.

Portaria GM nº 930, de 10/05/2012-Define as diretrizes e objetivos para a organização da atenção integral e

humanizada ao recém-nascido grave ou potencialmente grave e os critérios de classificação e habilitação de leitos de Unidade Neonatal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

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32780 - Seja doce com o recém-nascido: intervenções de enfermagem baseadas em evidências durante

procedimentos dolorosos.

Dra. Ana Luiza Dorneles da Silveira.

A mortalidade infantil é um dos maiores indicadores do desenvolvimento de um país, e o Brasil se destacou por reduzir a mortalidade infantil alcançando o objetivo do desenvolvimento do milênio número quatro (ODM) antes do prazo estabelecido. Contudo a mortalidade no componente neonatal precoce e tardio continuam estáveis, o que exigem maiores esforços para alcançar o objetivo do desenvolvimento sustentável número 3, de acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos até 2030. A prematuridade e o baixo peso ao nascer são os principais fatores de risco para a mortalidade, sendo de fundamental importância a organização do sistema de saúde à gestante e ao recém-nascido de risco. A política nacional de atenção integral à saúde da criança (PNAISC) estabelece eixos constituídos de ações estratégicas, dentre os quais a atenção humanizada ao recém-nascido, utilizando o método canguru (MC). O MC é a estratégia base que deve ser nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), local onde o cuidado especializado será oferecido aos recém-nascidos pré-termos graves e com risco de morte. Trata-se de uma estratégia que visa a humanização do cuidado ao recém-nascido baixo peso, priorizando o cuidado desenvolvimental do mesmo em virtude da fragilidade do período. Busca a redução de estímulos nocivos ao desenvolvimento do prematuro com controle do ruído, luz e manutenção dos períodos de sono e repouso, além de oferecer recomendações de medidas não farmacológicas para o alívio da dor nos procedimentos realizados necessários. Além do contato pele a pele e amamentação facilitadas pelo MC, o uso da sucção não nutritiva e glicose oral 25% são alternativas para os momentos em que esse cuidado esteja impossibilitado. A sucção não nutritiva combinada com a glicose oral 25% foi efetiva no alívio da dor de pré-termos submetidos a punção do calcanhar para verificação de glicemia capilar, com redução de 2,2% na pontuação total do PIPP (premature infant pain profile/perfil de dor no recém-nascido pré-termo). Avaliar e tratar a dor do recém-nascido são cuidados que devem ser realizados diariamente através do uso de escalas, como o quinto sinal vital, amparada pelo artigo três do Marco Legal. A primeira infância é o período onde o processamento de informações e a plasticidade cerebral estão em franco desenvolvimento e o controle da dor do recém-nascido, em especial o pré-termo, converge com os princípios estabelecidos no Marco Legal, de ser a criança prioridade e cidadã no presente e futuro.

Referências

BRASIL. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: Método Canguru. Brasília. 2013.

BRASIL. Manual do Método Canguru. Seguimento compartilhado entre a Atenção hospitalar e a Atenção básica. 2016. Lei Federal nº 8.069 de 13/07/1990- Estatuto da Criança e do Adolescente.

Lei nº 13.257 de 08/03/2016- Marco Legal da Primeira Infância. ODM. Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. 2000/15. ODS. Objetivos do Desenvolvimento sustentável. 2015/30.

Portaria GM nº 930, de 10/05/2012-Define as diretrizes e objetivos para a organização da atenção integral e

humanizada ao recém-nascido grave ou potencialmente grave e os critérios de classificação e habilitação de leitos de Unidade Neonatal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Portaria GM nº 1130, de 05/08/2015- Institui a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Criança.

SILVEIRA, ALD. O uso da gglicose 25% e sucção não nutritiva no alívio da dor do rpé-termo submetidos a punção do calcanhar: um ensaio clínico. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tese. 2015.

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32783 - Desafios para o transporte seguro (gestantes, puérperas e recém-nascidos)

Flávia Cristina Carvalho Marinho

A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis (BRASIL, 2012). Seus objetivos são: a busca por um novo modelo de atenção ao parto, nascimento e à saúde da criança; uma rede de atenção que garanta acesso, acolhimento e resolutividade e a redução da mortalidade materna e neonatal. Um dos componentes priorizados pela rede cegonha trata-se do sistema logístico envolvendo o transporte sanitário e a regulação. O acesso aos serviços em tempo oportuno e com qualidade são definidores de uma boa assistência, com a consequente redução dos índices de mortalidade materna e infantil. O transporte das gestantes será garantido através de: Apoio financeiro ao deslocamento das gestantes para a realização das consultas de pré-natal; Apoio financeiro ao deslocamento das gestantes para o local em que será realizado o parto; Transporte sanitário – transporte inter-unidades, em caso da gestante estar em condição de utilizar esse tipo de transporte; SAMU – em casos de emergência ou situação clínica que o exija (BRASIL, 2011). É necessário que uma gestante sempre seja acolhida quando procure um serviço de saúde, o serviço deve classificar o risco, sendo esta atendida na própria unidade, ou referenciada para outra unidade, via central de regulação. O transporte inter-maternidades será feito pelo SAMU ou ambulâncias da central de regulação. Ao necessitar de outro tipo de leito, como UTI, em caso de não haver oferta na própria unidade para a mãe e/ou o RN, a central de regulação deverá garantir a vaga em outra unidade. É de responsabilidade da Central de Regulação Médica das Urgências regular tanto as urgências primárias como as secundárias, assim como garantir o transporte adequado para cada solicitação, de acordo com a gravidade de cada caso (BRASIL, 2011). O transporte será feito, de acordo com a gravidade, por uma Unidade de Suporte Básico ou Unidade de Suporte Avançado de Vida, equipadas adequadamente, principalmente para o atendimento do RN. Dentre os maiores desafios para implementação do transporte no contexto da Rede Cegonha estão: a efetivação do auxílio transporte para as consultas pré-natal e do vale táxi para o transporte até a maternidade na hora do parto; a ampliação/implementação do SAMU cegonha e o treinamento efetivo das equipes que realizam o transporte das gestantes, puérperas e recém-nascidos. O treinamento destes profissionais que farão o transporte envolve conhecimento e técnica para lidar com emergências obstétricas e neonatais, além de conhecer um pouco das particularidades dessas áreas. No transporte de gestantes a atuação inicial e a unidade de transporte que será utilizada devem considerar sempre a necessidade de suporte ventilatório avançado, de administração de drogas vasoativas, de coagulopatia e fenômenos isquêmicos concomitantes. Dessa forma, deve-se providenciar agilidade no processo, contato prévio com o serviço referenciado, preenchimento adequado do relatório de encaminhamento e formação ideal da equipe de transporte e que conte com profissionais com experiência em situações de emergência (CALIFE, et al 2010). No caso do transporte neonatal existem dez passos que o Ministério da Saúde preconiza: solicitar vaga em outro hospital; solicitar consentimento da mãe ou responsável; dispor de equipe de transporte treinada; solicitar veículo para transporte; Preparar equipamentos, materiais e medicações; Calcular o risco de morbidade do paciente; Estabilizar o recém-nascido antes do transporte; Cuidados durante o transporte; Verificar intercorrências durante o transporte; Cuidados ao fim do transporte (BRASIL, 2010). Dentre os oito jeitos de mudar o mundo estabelecidos pela ONU em 2015 estão a redução da mortalidade infantil e a melhoria da saúde das gestantes, o transporte adequado dessas gestantes, puérperas e recém-nascidos irá, sem dúvida, contribuir para o alcance dessa meta.

Referências

BRASIL. Rede Cegonha. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_redecegonha.php. Acesso em: 25 out. 2016

BRASIL. Manual prático para implementação da Rede Cegonha. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2011. CALIFE et al. Atenção à gestante e à puérpera no SUS – SP: manual técnico do pré-natal e puerpério. São Paulo: SES/SP, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de ações programáticas e estratégicas. Manual de orientações do transporte neonatal. Brasília, 2010.

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32786 - Ventilação com pressão positiva segura no centro obstétrico.

Carlos Sérgio Corrêa dos Reis

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Apesar da mortalidade infantil, ter diminuído de forma significativa nas últimas décadas e o Brasil ter alcançado as metas propostas pelo Ministério da Saúde na Organização Mundial da Saúde para o ano de 2015, constata-se entretanto que um percentual importante desta mortalidade nesta faixa etária é representada pelo óbito de crianças no período neonatal precoce por causas relacionadas ao pré-natal, trabalho de parto, parto e nascimento e a asfixia perinatal em recém natos de risco habitual. Neste sentido, quando o processo asfíxico é observado ao nascimento, algumas medidas devem ser tomadas e a reanimação no centro obstétrico no sentido de reversão deste processo é uma delas, objetivando diminuir a morbimortalidade neonatal associadas à asfixia. Didaticamente e na assistência, ao se reportar a reanimação neonatal várias condições devem ser consideradas para o alcance de seu sucesso. Dentre estas pode-se destacar: o conhecimento da fisiopatologia neonatal, o preparo do ambiente e do material necessário para a intervenção, os fatores antenatais e os relacionados ao parto, a qualificação da equipe para a assistência ao neonato asfixiado, as etapas e as avaliações destas no organograma da reanimação. Neste momento, apresento para discussão nesta mesa e plenária a intervenção denominada de ventilação com pressão positiva segura aplicada ao recém-nascido no centro obstétrico. Estudos mais recentes apresentados pela Sociedade Brasileira de Pediatria em 2016, pela Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal (2016) e pelas Diretrizes da RCP e ACE da American Heart Association (2015), destacam as melhores evidências e diretrizes quanto aos procedimentos e condutas para o uso da ventilação com pressão positiva quando indicada no processo de reanimação da criança logo após seu nascimento. E é nestas que vou me basear. A ventilação adequada com pressão positiva tem sido apontada como o ponto de destaque para o êxito da ressuscitação neonatal. Diversos questionamentos devem ser levados em conta, antes, durante e depois da execução desta conduta, das quais, pode-se destacar. A não mudança dos passos (ABC da reanimação do neonato). A idade gestacional da criança ao nascimento. A presença de mecônio no líquido amniótico. A necessidade de administração de oxigênio suplementar e os cuidados com sua concentração, monitoramento, assim como seus efeitos deletérios das elevadas concentrações e pressão de oxigênio para a saúde da criança. A escolha, o uso do equipamento adequado para a ventilação com pressão positiva do recém-nascido (balão autoinflável e máscara ou tubo, ventilador mecânico, CPAP nasal ou traqueal) é de fundamental importância e esta escolha será determinada pelas condições de crescimento e de desenvolvimento da criança ao nascimento, suas condições clínicas e qualificação da equipe. Considera-se também de fundamental importância o tempo utilizado em cada mudança de conduta ou procedimento, os critérios de avaliação, decisão e ação, assim como os sinais clínicos que devem ser checados durante o processo de reanimação do recém-nascido na sala de parto.

Referências

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