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Avaliação do ensino e aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

MAIARA EDUARDA FOLLMANN

AVALIAÇÃO DO ENSINO E APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Santa Rosa 2014

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MAIARA EDUARDA FOLLMANN

AVALIAÇÃO DO ENSINO E APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientadora: Hedi Maria Luft

Santa Rosa 2014

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MAIARA EDUARDA FOLLMANN

AVALIAÇÃO DO ENSINO E APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho apresentado para obtenção do título de graduada em Pedagogia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Banca Examinadora:

... Profa. Dra. Hedi Maria Luft – UNIJUÍ (orientadora)

... Profa. Ms. Claudia Seger Cunegatti – UNIJUÍ

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais João Sérgio (em memória) e Lourdes, por terem dedicado suas vidas à mim e minhas irmãs Marina e Mariana com muito amor e carinho, e também a vocês manas que acreditaram que esse sonho era possível. Dedico-lhes essa conquista em forma de gratidão pela compreensão e amor que têm por mim.

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a DEUS, que me deu forças para a realização do presente trabalho, pois com certeza, esteve ao meu lado me protegendo e abençoando para que eu realizasse esse sonho;

À minha família, pelo apoio durante esses quatro anos e meio de dedicação e superação perante a perda do meu PAI, onde deram-me forças para prosseguir e realizar meu sonho de tornar-me professora;

Ao meu pai João Sérgio (em memória), que se dedicou para dar o melhor para suas filhas, e que um dos seus grandes sonhos era vê-las formadas;

À minha mãe, que não mediu esforços para dar o melhor para nós, continuou a batalha sozinha, sendo pai-mãe, sempre pensando o melhor para as filhas;

Às minhas irmãs Marina e Mariana pela compreensão, carinho e ajuda que dedicaram a mim;

Aos meus amigos e amigas que me apoiaram, incentivaram para a escrita deste trabalho e sempre ajudaram quando eu precisei;

Aos demais professores que participaram dessa caminhada;

À turma SR-PEM91C, pelo apoio, amizade, dedicação e carinho de todas; Em especial quero agradecer à professora Hedi Maria Luft, por aceitar ser minha orientadora, uma professora maravilhosa, que estendeu sua mão quando eu mais precisei. Com sua paciência e dedicação me orientou, fazendo com que eu realizasse esse trabalho de conclusão de curso. Obrigada, professora Hedi, por toda paciência e por confiar em mim, mas, principalmente, obrigada pela amizade e carinho que sempre dedicou a mim.

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"A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da

boniteza e da alegria."

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo compreender as formas de avaliar em escolas Municipais e Estaduais, onde foi realizada uma entrevista com educadoras de 1º, 2º e 3º anos iniciais do Ensino Fundamental, com a finalidade de entender suas concepções sobre o ato de avaliar. Por meio de entrevistas, analisa-se a importância da avaliação no âmbito escolar, formas de avaliar, critérios a serem estabelecidos e como avaliam em sala de aula. Focando nos objetivos e finalidades da avaliação, abordo alguns instrumentos avaliativos de grande importância, aprofundando a necessidade de o professor ter consciência da importância da avaliação no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, o maior desafio da avaliação é o investimento no processo, e para isso, é preciso ter um olhar diferenciado sobre os alunos, um registro das aulas, repensar a prática pedagógica em sala de aula, ver a avaliação como um integrante do processo de ensino e aprendizagem, foi o que se percebeu no estudo.

Palavras-chave:

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ABSTRACT

This study aimed to understand ways to assess municipal and state schools, where an interview with educators in 1st, 2nd and 3rd year of the initial series of Elementary School, in order to understand their ideas to the act of review. Through interviews and bibliographic references, we attempted to direct the importance of evaluation in schools, ways to assess, criteria to be established, and in the interview, as assessed in the classroom. Focusing on the goals and purposes of assessment, discusses some evaluation instruments of great importance, deepening the need for the educator to be aware of the importance of assessment in the teaching and learning process. However, the biggest challenge is the assessment of the investment process, and for that, you need a different look at the students, a record of classes, rethinking teaching practice in the classroom, see evaluation as an integral part of the process teaching and learning.

Keywords:

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNE – Conselho Nacional de Educação

FNDEP - Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública

LDB - Lei de Diretrizes e Bases

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 10

1 AVALIAÇÃO ESCOLAR E A APRENDIZAGEM: DESAFIOS E POSSIBILIDADES... 12

1.1 AVALIAÇÃO: CONCEPÇÃO DO FAZER E COMPREENDER ... 14

1.2 IMPORTÂNCIA DO ATO DE AVALIAR ... 16

2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ... 18

2.1 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ... 20

2.2 AVALIAÇÃO SEGUNDO À LEI DE DIRETRIZES E BASES - LEI 9394/96 .. 22

3 POSTURA AVALIATIVA: A POSIÇÃO DO PROFESSOR PERANTE À AVALIAÇÃO... 24 3.1 POR UMA PRÁTICA DOCENTE CONSTRUTIVA: O ERRO COMO CONSTRUTOR DE CONHECIMENTO ... 26 3.2 PROGRESSÃO AUTOMÁTICA: UMA CONCEPÇÃO EM DISCUSSÃO ... 28

CONCLUSÃO... 30

REFERÊNCIAS... 32

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INTRODUÇÃO

Por ser um processo em que todos os estudantes passam, pesquisei sobre como professores de escolas Municipais e Estaduais dos anos iniciais do Ensino Fundamental avaliam os alunos, assim, prevalecendo a pesquisa com professores de 1°, 2° e 3° ano, envolvendo a analise dos métodos que usam no ato avaliativo.

Após a realização de estágios, estudos, pesquisas no curso de Pedagogia, surgiram dúvidas sobre as formas de avaliar, como, quando, porque, a importância desse ato. Cada professor possui um modo diferente de avaliar, com isso, resolvi pesquisar quais seriam os métodos adequados para uma avaliação, com a intenção de tornar esse momento prazeroso, buscando ver o potencial que cada criança tem na aprendizagem. A avaliação é o diagnóstico do processo de ensino e da aprendizagem, em que é possível perceber o desempenho individual e também a prática pedagógica do professor.

Através deste estudo, destaca-se a importância de avaliar de uma forma contínua, não somente nas provas, e/ou em momentos únicos de testagem. Trata-se de avaliar o processo e a forma que a criança aprende. A avaliação ao ser vista como um processo que auxilia na construção do conhecimento tem mais significado, sendo o papel do professor essencial na aprendizagem da criança. Caso contrário, é possível rever seus planejamentos, sua forma de trabalhar, aperfeiçoando seus saberes e dos seus alunos.

Contudo, o que importa é que o professor seja um observador e pesquisador disposto a criar situações didáticas que envolvam a aprendizagem, onde possa avaliar de maneira que a mesma resulte como base para uma reflexão e tomada de decisões sobre a prática. Deste modo a avaliação se torna um processo de mediação da aprendizagem, favorecendo análise dos processos avaliativos em diferentes âmbitos.

Organizei o presente estudo em três capítulos. No primeiro capitulo destaco a avaliação escolar e a aprendizagem, envolvendo os desafios e as possibilidades no sentido de compreender a avaliação como um ato amoroso, um ato que cada educador realiza para os educandos, e que este deve ser cauteloso, pois o que registrar, fica para a vida toda do educando. No segundo capítulo trato da avaliação

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da aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental analisando os instrumentos avaliativos e a questão da legislação, principalmente o que trata a Lei 9394/96. Já no terceiro e último capítulo busco analisar a postura avaliativa envolvendo a posição do professor frente à avaliação escolar, apregoando uma prática docente construtiva, desmistificando o erro e destacando a dimensão polêmica da progressão automática, que ainda é uma concepção em discussão, nas práticas escolares. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira, a progressão continuada é uma das formas de garantir o acesso e a permanência do aluno à escola, mas esse processo avaliativo ainda é extremamente complexo.

Por fim, a avaliação é um tema instigante e marca a vida das pessoas individualmente, bem como a família que sempre espera por resultados dos que estão no processo educativo, assim como dos educandos que estão em busca de conhecimento, para tornar-se, no futuro, grandes profissionais.

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1 AVALIAÇÃO ESCOLAR E A APRENDIZAGEM: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

A avaliação é o processo onde o professor analisa não apenas a aprendizagem do aluno, mas o seu próprio processo de ensino e atividades que propõe. Segundo Jussara Hoffmann:

[...] A avaliação é a reflexão transformadora em ação. Ação essa, que nos impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade e acompanhamento, passo a passo, do educando, na sua trajetória de construção do conhecimento (1998, p.18).

Para desenvolver a avaliação, é preciso levar em conta os critérios exigidos pela escola, ou seja, é um ato instituído pela escola de fundamental importância que está ligado ao planejamento pedagógico, onde o professor, juntamente com o coletivo dos profissionais que integram a escola, elabora.

Por um longo período, a avaliação era vista apenas para mensurar meios de avaliar, onde era notável o fracasso ou os avanços, e com isso, enfraquecia o processo de construção de conhecimento. Hoje, têm-se vários modelos de avaliação, onde o que prevalece ainda é a avaliação normativa, que está dentro da linha tradicional, com critérios mais comuns, e a avaliação formativa, com múltiplas funções, destacando-se principalmente em compreender o processo de ensino-aprendizagem do aluno.

Um exemplo de avaliação normativa é a aplicação de provas ou trabalhos, e os resultados desses processos é a nota. Com isso, surgem os problemas, dentre os quais, o aluno é julgado como ser que não aprende, e se vê como um processo onde só o aluno é avaliado, sem consentimento de um erro do professor. As três professoras entrevistadas destacaram que a prova e os trabalhos são indispensáveis, que é um método de fazer com que o aluno se dedique, estude, pois como a professora X disse: "se não fazer das provas uma nota, eles ficam muito acomodados, acham muito fácil, não levam a sério o estudo" (12 anos de magistério).

A avaliação formativa é mais ampla. Indica que os alunos estão se adequando conforme os objetivos propostos pelo professor. Nessa avaliação, o

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professor busca planejar e adequar-se às necessidades dos alunos, cria juntamente com eles, está disponível para avaliar e ser avaliado, momento onde é possível construir conhecimento entre professor e aluno. Sant'anna explica:

Formativa tem como função informar o aluno e o professor sobre os resultados que estão sendo alcançados durante o desenvolvimento das atividades; melhorar o ensino e a aprendizagem; localizar, apontar, discriminar deficiências, insuficiências, no desenvolvimento do ensino-aprendizagem para eliminá-las; proporcionar feedback de ação (leitura, explicações, exercícios) (2001, p. 34).

Para essa avaliação, usa-se o parecer descritivo, onde é descrito o desenvolvimento de cada aluno, explicitando seus conhecimentos, habilidades, competências, suas dificuldades e avanços que pode alcançar. Como diz Hoffmann:

Os registros de avaliação refletem a imagem da ação desenvolvida pelo professor. Tal reflexo tende a ficar nebuloso, falso, quando os códigos a serem utilizados não permitem uma representação clara, nítida, significativa, do que se observou e do trabalho realizado junto aos alunos (1999, p.117).

Para haver essa descrição da aprendizagem do aluno no parecer descritivo, há vários pontos a serem considerados, onde cabe ao professor estar ciente sobre o que escrever, estar em pleno consentimento dos critérios a serem avaliados, estar de acordo com as normas estabelecidas no planejamento pedagógico da escola para a realização deste. Não é apenas escrever, é saber "o que escrever", ter um ponto de partida, onde o ato fundamental para esta escrita é possuir um caderno de anotações, que o professor vai anotando pontos fundamentais de cada aluno durante o semestre, é preciso ter uma fonte, anotações que norteiam a escrita, para haver uma boa avaliação de cada aluno. E como afirma Hoffmann:

[...] É possível sim, desenvolver uma discussão em torno de registros. O contrário, venho dizendo, é em vão! Os registros do acompanhamento dos alunos só podem constituir-se ao longo do processo. Inútil tentar descrever o que não se viu, o que não foi trabalhado, e nem motivo de reflexão (1999, p. 118).

É possível observar que muitos alunos ainda têm a ideia de que avaliação é apenas nota resultante das provas e dos trabalhos, mas também há aqueles que

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sabem que são avaliados conforme sua participação, criação, envolvimento, integração. Ainda assim, alguns alunos têm noção de que estão sendo avaliados pelas suas atitudes dentro e fora de sala de aula. Esta é apenas uma forma de o professor avaliar, pois tudo o que está ocorrendo é uma forma de saber o que o aluno aprendeu e o que pode melhorar para obter um melhor desempenho.

A avaliação pode ser realizada de diversas maneiras e há vários tipos de avaliação, e esse momento requer muita dedicação, pois o que o professor escrever de cada aluno, é algo que este leva para sempre. É algo que fica no histórico de cada indivíduo. Como afirma Silva:

A diversidade de instrumentos avaliativos precisa estar inserida em uma sistemática, atender a uma metodologia própria da teoria e da prática, da avaliação educacional e adequá-la à natureza do objeto avaliado, seja o ensino e a aprendizagem, o currículo, o curso, o programa, a instituição, etc. Diversificar não é simplesmente adotar vários instrumentos aleatoriamente, a avaliação é um campo teórico e prático que possui um caráter metódico e pedagógico que atende a sua especificidade e intencionalidade (2004, p.15)

A escola ao dar suporte ao professor fornecendo material didático e pedagógico favorece o aprendizado dos alunos na construção do conhecimento. Com isso, o professor tem o que necessita para elaborar e reelaborar, se necessário, seu planejamento, visando o aprendizado de todos e de uma forma dinâmica e prazerosa.

1.1 AVALIAÇÃO: CONCEPÇÃO DO FAZER E COMPREENDER

Pode-se dizer que a avaliação é o ato de refletir a ação do professor, é onde essa ação entra em questionamento, buscando impulsionar à novas reflexões, dar sentido ao desempenho do professor e do aluno. HOFFMANN (1994, p.18) elenca que a avaliação é "um processo interativo, através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmos, e sobre a realidade escolar no ato próprio da avaliação." Esse momento deve ser visto como um encontro entre professor e aluno, onde ambos possam mudar de acordo com as necessidades encontradas no decorrer do caminho.

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É importante destacar que a avaliação ao ser vista como um auxílio para diagnosticar se os objetivos foram alcançados, quais precisam ser modificados ou faltam ser atingidos tem um valor mais significativo. Sobretudo, onde o professor interferir modificando seu planejamento, seu modo de construir a aula, e o modo em que pode ajudar na construção do conhecimento dos alunos. Contudo, é uma maneira de tornar a avaliação como um dos meios que viabiliza melhor interação entre professor e aluno, favorecendo a aprendizagem durante o processo de construção do conhecimento. Luckesi propõe:

[...]que a avaliação do aproveitamento escolar seja praticada como uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem dos educandos, tendo por base seus aspectos essenciais e, como objetivo final, uma tomada de decisão que direcione o aprendizado e, consequentemente, o desenvolvimento do educando (1998, p.95).

É preciso ver a avaliação como um meio didático, capaz de acompanhar passo a passo o conhecimento dos alunos, e deve estar presente permanentemente na ação educativa, a fim de interferir na aprendizagem, e assim, auxiliar o professor na tomada de decisões. Ela tem a tarefa de estar focada na forma de como o aluno aprende, sabendo valorizar a qualidade do aprendido, com isso, torna-se um desafio ao professor saber planejar, estar apto a desafiar para que isso se torne em aprendizagem para os alunos.

Leal afirma:

[...] Diagnosticando as dificuldades e os avanços dos alunos, podemos melhorar a nossa prática pedagógica. Assim, é preciso reconhecer que avaliamos em diferentes momentos, com diferentes finalidades. Avaliamos para identificar os conhecimentos prévios dos alunos e trabalhar a partir deles; avaliamos para conhecer as dificuldades dos alunos e, assim, planejar atividades adequadas para ajudá-los a superá-las; avaliamos para verificar se eles aprenderam o que nós já ensinamos e, assim, decidir se precisamos retomar os conceitos trabalhados naquele momento; avaliamos para verificar se os alunos estão em condições de progredir para um nível escolar mais avançado; avaliamos para verificar se nossas estratégias de ensino estão dando certo ou se precisamos modificá-las (2004, p.30).

Enfim, a avaliação precisa ser vista como uma das principais ferramentas para atingir os objetivos do processo ensino e aprendizagem no âmbito escolar.

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Sendo assim, é possível verificar as dificuldades, bem como os avanços e ir em busca de meios que resultem em um trabalho significativo. Para isso o professor necessita conscientizar-se das possíveis mudanças e práticas que favorecem a aprendizagem.

1.2 IMPORTÂNCIA DO ATO DE AVALIAR

Primeiramente, é preciso reconhecer que a avaliação é um processo que auxilia no desenvolvimento cognitivo do aluno. É um momento onde o professor aprofunda o conhecimento sem causar bloqueios para os alunos. É uma maneira de pensar e de agir, onde o professor deve colocar-se no lugar dos educandos, para perceber que ao avaliar, estará se auto-avaliando. Precisa mostrar que a avaliação é um meio e não um fim do processo. Deixar claro que é uma forma de testar os conhecimentos dos alunos, saber se estão entendendo os conteúdos, se o professor está conseguindo atender as necessidades de cada um, quebrar o paradigma de que avaliação dever ser realizada somente por provas, trabalhos, notas, mas sim, que é um todo: notas, conhecimento, participação e desenvolvimento. Como diz Luckesi: "O desenvolvimento do educando articula-se e decorre de aprendizagens, que são conhecimentos, habilidades, hábitos e convicções" (1998, p. 128).

Há várias formas de avaliar, pois a avaliação está inserida no processo educativo, que é estabelecido no Projeto Político Pedagógico da escola e é indispensável durante todo o ano letivo.

Luis diz que:

O conhecimento deve ser visto como inacabado e é resultado das muitas experiências que a humanidade vem tendo, das quais alunos e

professores participam e que são apropriadas e construídas

constantemente. Esse movimento inerente ao conhecimento, que também existe na vida dos sujeitos do processo ensino-aprendizagem, é essencial para que, a partir da apreensão/construção de um conhecimento, o educando sinta-se instigado a buscar novos conhecimentos, cada vez mais complexos e articulados. É necessário que a construção de conhecimentos signifique muito mais que a efetuação de um programa de ensino; seja, sim, uma constante necessidade para o aluno, a partir do estímulo à investigação, à busca de novos conhecimentos (2004, p. 36).

Contudo, para uma boa interação e uma boa prática de avaliação entre professor e aluno, é preciso estabelecer alguns princípios que permitam um pleno

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desenvolvimento de aprendizagem. Princípios como o questionamento, a criatividade, a interação, o diálogo entre estes.

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2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

A avaliação possui grande importância no processo de ensino e aprendizagem, pois tem a tarefa de mostrar ao professor as dificuldades enfrentadas pelos alunos, e também, ajudar ao próprio professor na reflexão do seu trabalho.

O trabalho nos Anos Iniciais do ensino Fundamental exige do professor atenção, dedicação, paciência, e principalmente, conhecimento, pois na hora de avaliar, precisa estar ciente do seu ato, analisar o ensino e aprendizagem todos os dias, para poder diagnosticar o aprendizado de cada aluno. É um trabalho que necessita uma busca incessante de compreensão tanto das dificuldades quanto dos avanços do conhecimento dos educandos, e também, é feito do início ao fim do ano letivo, deixando de ser feito apenas na fase final do processo educativo. Hoffmann acrescenta:

É preciso perceber que a interferência da professora no fazer das crianças pode ser reflexo de sua concepção da avaliação, ou seja, que sua interferência tem por base uma intenção de garantir que a criança atinja um determinado resultado esperado. Assim ela determina, "a priori", um modelo de trabalho a ser feito e interfere no fazer da criança para garantir que esse resultado seja alcançado (1994, p.33).

Para avaliar, o professor necessita utilizar técnicas diversas e instrumentos variados no processo de aprendizagem dos educandos, pois esse processo precisa de um diagnóstico estabelecido no início, meio e fim do processo avaliativo para ser satisfatório, podendo intervir no planejamento caso seja insatisfatório.

Avaliar é um dos principais papéis dos professores, independente das normas estabelecidas pela instituição educacional. É na avaliação que está a prova do trabalho realizado, as concepções de cada educando, o conhecimento adquirido, a troca de saberes, o processo de ensino e aprendizagem tanto do educando quanto do educador.

A avaliação pode ser vista como julgamento de resultados pré-determinados que o professor realiza com base no ensino-aprendizagem dos educandos.

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Segundo Hoffmann:

[...]O grande perigo é a inconsciência dos educadores quanto a tais ações do cotidiano, coercitivas e controladoras, eminentemente avaliativas e que como tal não vêm sendo analisadas. Para que se reconstrua o significado da ação avaliativa de acompanhamento permanente do desenvolvimento do educando, é necessário revitalizá-la no dinamismo que encerra de ação, reflexão, ação (1994, p.35).

Para utilizar corretamente a avaliação tratando-se de ensino-aprendizagem, é preciso estabelecer um padrão mínimo de conhecimentos, habilidades e hábitos que o educando vai adquirindo no andar do semestre. O que não pode acontecer é que o educando apenas atinja uma média mínima de notas, pois isso ocorre muito na prática escolar.

Para haver essa aprendizagem, são necessárias as aulas mediadas por pesquisa, onde se utiliza leituras, constroem-se argumentos, e com isso, o educando e o professor tornam-se questionadores, isso significa que ambos estão trabalhando e aprendendo juntos no meio onde estão inseridos.

Com esse elo estabelecido, o importante é trazer à tona esse conhecimento dos alunos, exporem trabalhos, confeccionar jogos, trabalhar com o lúdico, brincadeiras, dinâmicas, e com isso, é visível as habilidades e a coordenação de cada educando. Eis um modo prático e crítico para avaliá-los, onde suas habilidades são reconhecidas, tanto em desempenho motor, quando na escrita.

Devem-se levar em conta as diferentes linguagens de cada aluno, pois cada um tem seu modo de aprender e de expressar essa aprendizagem. Segundo Arroyo:

As artes de instruir e educar, de colocar os saberes e competências técnicas e científicas acumuladas pelo ser humano a serviço do desenvolvimento, da autonomia, da emancipação e da liberdade e igualdade, enfim dos valores humanos, é nossa arte. São as delicadas artes do nosso ofício de mestre. Nas informações científicas, históricas, matemáticas, linguísticas, artísticas, estéticas, corpóreas que transmitimos nos conteúdos de nossa docência, estaremos ou não transmitindo a herança humana, a memória coletiva e os valores morais, imagens da sociedade, de ser humano, de sua humanização ou exploração. Sempre é bom (2002, p.82).

Cabe ao professor acreditar no potencial dos alunos, instigar, mostrar caminhos para chegar onde desejam, tirar dúvidas, pesquisar, questionar, ser um mediador, os alunos não são iguais, aprendem de modo diferente, pensam de modo

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diferente, alguns realizam as tarefas propostas, outros não conseguem realizar, alguns realizam com rapidez, já outros não, então vem o papel do professor, ser um pesquisador, saber como cada um aprende, ser um investigador, para quando chegar a hora de avaliar, mostrar o potencial de cada aluno, saber se expressar e descrever cada um.

2.1 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Não é certo afirmar que existem instrumentos específicos para avaliar e que sejam capazes de demonstrar totalmente o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. É pelo modo que se inserem esses instrumentos na avaliação que se pode diagnosticá-los.

Cabe ao professor utilizar instrumentos diversos e adequados, levando em conta as limitações e finalidades destes, para que consiga verificar a complexidade do processo de aprendizagem. Conforme Bozzetto:

Se as pessoas são capazes de aprender de formas diversas, pode-se dizer que a manifestação do aprendido, também ocorre através de diferentes formas de expressão compreendendo-se deste modo a fundamental importância de diferentes instrumentos de avaliação (2005, p. 39).

Na escola, a avaliação tem a função de acompanhar o processo de aprendizagem, mas para os alunos, acaba sendo vista, muitas vezes, como um poder do professor, e o aluno, passa a ideia de que precisa estudar apenas para passar ou reprovar. Com isso, aparecem, por vezes, as adversidades entre ambos. Atualmente, para muitos professores, a utilização de instrumentos de avaliação é resumida em aplicação de provas e trabalhos, e o resultado é a nota, alegando serem mais fáceis de serem executadas.

É necessário ver a avaliação como um dos pontos mais importantes para uma prática pedagógica competente e justa. Pouco se conhece o processo que as escolas utilizam pra avaliar, devido à má utilização dos vários instrumentos que possam ser utilizados para este fim. É necessário chamar a atenção dos professores referente à necessidade de adotar diversos instrumentos para avaliar, os quais

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possam oportunizar para uma melhor clareza sobre os pontos negativos, as dificuldades enfrentadas pelos educandos, e também, para aperfeiçoar seu próprio trabalho. Como diz Hoffmann: "para superarmos as dúvidas, os obstáculos em avaliação, precisaremos nutrir-nos dessas contradições para encaminhar-nos à superação" (1994, p.111).

Tratando-se do desempenho dos alunos, qualquer instrumento de coleta de dados pode ser válido, desde que seja utilizado como recurso de investigação sobre o que é aprendido, possibilitando ao professor uma intervenção, se necessário, de reorientação do seu trabalho pedagógico.

Um exemplo de instrumento de avaliação é a coleta de dados do desempenho do aluno, onde é possível perceber o esforço dedicado para estudar e aprender. Esse instrumento precisa ser construído de forma metodológica, onde é observado através do interesse pelos conteúdos ensinados. Para isso, é necessário ser direto, fácil de entender, esclarecendo os progressos e regressos do aluno para esclarecer o desempenho durante o processo de ensino e aprendizagem.

Para a avaliação ser eficiente, é preciso pensar em uma forma interativa, pensar em objetivos, metas a serem conquistadas, professor e aluno caminhando juntos, na mesma direção com um propósito à alcançar. Com isso, o professor torna-se um profissional que busca o melhor para torna-seus alunos, e Hoffmann afirma:

Tomando por base os princípios e entendimentos acima especificados, o educador deverá exercitar suas atividades. Para tanto, terá de planejar, executar e avaliar tendo em vista construir os resultados que espera obter, que é, no caso, o desenvolvimento do educando (1998, p. 146).

Outro exemplo e que possui suma importância, é o portfólio, o qual compreende uma pasta para cada aluno, onde ficam registradas as informações sobre cada um, o professor anexa trabalhos, comentários, descrição de determinadas atitudes, e com isso, constitui algo particular de cada aluno. O portfólio, assim como os relatórios de avaliação, é relacionado a uma organização de registros sobre a aprendizagem de cada aluno, onde se dá suporte ao professor, aos alunos e à família para analisar a aprendizagem como uma visão desse processo.

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Por que é importante registrar? O ato de conhecer é permanente? Então está implícito o conhecimento como ato social e que esse educador faz história. Não existe sujeito do conhecimento sem apropriação de história. É o registro que historifica o processo para a conquista do produto histórico. Possibilita também a apropriação e socialização do conhecimento e a construção da memória, como história desse processo (FREIRE, 1989. p. 5).

Há também outros critérios que necessitam ser considerados para uma boa reflexão, por exemplo, como o aluno está desenvolvendo sua aprendizagem, suas dificuldades e progressos, organização e reorganização de ensino, análise tanto do ensino quanto da aprendizagem, análise do processo num todo, sem deixar de lado, os erros e acertos. Se analisados corretamente, é possível ter uma base teórica para uma avaliação de cada indivíduo.

2.2 AVALIAÇÃO SEGUNDO A LEI DE DIRETRIZES E BASES – LEI 9394/961

A Lei de Diretrizes e Bases - Lei 9394/96, mais conhecida como LDB é a lei orgânica e geral da educação brasileira. Menciona as diretrizes e as bases da organização do sistema educacional. No ano de 1961 foi criada a primeira Lei de Diretrizes e Bases, onde em 1971 foi aprovada uma nova versão e a terceira, a qual vigora até então, foi sancionada em 1996.

Para entender como foi criada: no ano de 1986, não muito comentado, devido as lembranças do regime militar, planejavam uma nova Constituição no Brasil que garantisse a redemocratização do país, e educação era o principal assunto que determinaria os direitos e deveres dos brasileiros a partir de 1988. Os educadores preocupavam-se em privilegiar a educação escolarizada, tornando o acesso e a permanência na escola cada vez maior. No ano de 1987, em Brasília foi lançado o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública – FNDEP – acompanhado do Manifesto da Escola Pública e Gratuita. Foi nos debates organizados pelo FNDEP, que nasceu a primeira das duas propostas da LDB, apresentada na Câmara dos Deputados, conhecida como Projeto Jorge Hage. A segunda proposta foi articulada

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Dados históricos retirados do site http://www.passeidireto.com/arquivo/1000336/por-dentro-da-lei-de-diretrizes-e-bases

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com o apoio do presidente naquela época, Fernando Collor de Mello, através do MEC – Ministério da Educação e Cultura, elaborada pelos senadores Darcy Ribeiro, Marco Maciel e Maurício Correa.

Havia divergências entre as duas propostas, e a principal era em relação ao papel que o Estado deveria desempenhar sobre a educação. A sociedade civil, representada pelo Projeto Jorge Hage, estava preocupada com os excessivos mecanismos de controle social do sistema de ensino. Já a proposta dos senadores voltava-se mais a uma estrutura de poder concentrada nas mãos do governo. Em 20 de dezembro de 1996, foi sancionado o texto final da Lei de Diretrizes e Bases por Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Educação Paulo Renato Souza, sendo esta mais relacionada pela proposta apresentada pelos senadores. A Lei 9394/9, no artigo 24, inciso V prescreve:

V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes

critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do

aprendizado;

d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao

período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos (LDB, 1996)

É preciso ver a avaliação como um processo contínuo, e cabe ao professor uma observação diária, anotações de comportamentos, falas, reações, realização de atividades, interação com a turma. Quanto aos instrumentos para essa avaliação, é preciso uma visão global do que é estudado, fazer com que o aluno utilize o que aprendeu, os métodos de trabalhar, estudar e aprender, com isso, consegue refletir sobre o que não aprendeu ou tem dificuldade de aprender.

O que se pode perceber é os fatores que se deve avaliar, sem deixar de lado o potencial de cada aluno, onde a nota é um potencial que pode ser usada como avaliação.

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3 POSTURA AVALIATIVA: A POSIÇÃO DO PROFESSOR PERANTE À AVALIAÇÃO

Sabe-se que a avaliação escolar exclui muitos alunos, pois há professores que deixam a desejar tratando-se de trabalhar as diferenças individuais, deixando de lado o processo de aprendizagem do aluno. É preciso ver o aluno como um ser político e social, capaz de aprender, vê-lo como sujeito do seu próprio desenvolvimento, capaz de estabelecer uma relação cognitiva e afetiva onde está inserido.

A avaliação, ao considerar o conhecimento prévio do aluno, necessita não olhar apenas o que o aluno aprende na escola, mas cabe ao professor estimular o educando, para alcançar seus objetivos, para que, no ato da avaliação, consiga ver os progressos e regressos de cada um sem deixar de lado o conhecimento adquirido.

Cabe ao professor ver a avaliação como um processo de construção de significados evidenciados no contexto histórico em que se ensina e aprende e não apenas ver o ensino como transmissão de conteúdos curriculares.

Com isso, Hoffmann deixa claro que:

Assim sendo, a avaliação da aprendizagem escolar auxilia o educador e o educando na sua viagem comum de crescimento, e a escola na sua responsabilidade social. Educador e educando, aliados, constroem a aprendizagem, testemunhando-a à escola, e esta à sociedade (1998, p. 175).

O professor precisa ser inovador, e é isto que seu trabalho exige. Para desenvolver a capacidade dos educandos, precisa ser o agente produtivo, organizar seu trabalho, pensar em maneiras que socializa com o educando, oportunizar o contato do aluno com o ambiente onde está inserido de forma significativa.

Um grande obstáculo que se tem nas escolas, é a visão que o professor tem da avaliação, está muito focado no sistema tradicional, onde busca apenas o certo e o errado, deixando de lado os conhecimentos, a diversidade de saberes que cada educando carrega consigo. Prioriza muito as provas e trabalhos, onde se utiliza mais de quantidade, deixando de lado a qualidade da aprendizagem.

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A avaliação precisa estar ligada à ação, esta baseada em observações da aprendizagem, e com isso, terá uma ação educativa que priorize o desempenho de cada um. Com isso, criam-se alternativas pedagógicas que possam complementar o que está causando o déficit de aprendizagem.

Perguntada sobre sua concepção da avaliação na aprendizagem escolar, a professora Y relatou:

A avaliação é uma forma de o professor ver se realmente o conteúdo passado em aula está sendo absorvido pelo aluno, assim podendo analisar onde poderá melhorar, ou ampliar mais o assunto, até mesmo saber se já pode prosseguir com os conteúdos. Além disso, é indispensável a observação do seu comportamento, participação em atividades diversas, brincadeiras, jogos e aceitação do que é proposto (6 anos de magistério).

Através desta concepção da professora, é possível perceber que já há uma mudança na prática avaliativa, não prioriza apenas provas, mas também a participação e o desenvolvimento no ensino e aprendizagem dos alunos.

Esse processo exige atenção dos professores, e principalmente a visão de que a prática pedagógica necessita de organização, além disso, o professor precisa ao situar-se como sujeito histórico identificando-se com o seu trabalho.

Vasconcellos destaca a importância da avaliação:

A avaliação deve ser contínua para que possa cumprir sua função de auxílio ao processo ensino-aprendizagem. A avaliação que importa é aquela que é feita no processo, quando o professor pode estar acompanhando a construção do conhecimento pelo educando; avaliar na hora que precisa ser avaliado, para ajudar o aluno a construir o seu conhecimento verificando os vários estágios do desenvolvimento dos alunos e não julgando-os apenas num determinado momento. Analisar o processo e não apenas o produto, ou melhor, avaliar, o produto no processo (1998, p.58-59).

Tendo isso, uma nova visão de avaliação é lançada, uma simples concepção que é capaz de mudar o processo, mas para melhor, onde o foco é o educador-educando-ensino-aprendizagem. Com envolvimento destes, é possível uma significativa avaliação tanto do professor quanto do aluno.

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3.1 POR UMA PRÁTICA DOCENTE CONSTRUTIVA: O ERRO COMO CONSTRUTOR DE CONHECIMENTO

No cotidiano escolar, sabe-se que um erro do professor pode causar transtornos a uma pessoa, podendo ser no lado profissional, psicossocial, afetivo ou emocional. É através do erro que podem vir à tona princípios a serem considerados, fazendo com que sejam reavaliadas algumas atitudes ou metodologias desempenhadas no processo educativo.

No âmbito escolar, é visível o número de crianças desmotivadas, pois os educadores deixam de ver o erro como um ponto de partida para novas práticas avaliativas, o que leva à novas medidas de ensino-aprendizagem.

Segundo Hoffmann:

Muitos professores entendem o princípio de valorizar as respostas "erradas" dos alunos, considerando-as ponto de partida para a continuidade da ação educativa. Entretanto, se este princípio é teoricamente defensável e amplamente fundamentado, na prática, representa um grande desafio ao professor que se vê diante de questões que vão muito além das explicações teóricas e exigem-lhe uma enorme flexibilidade frente a diferentes contextos (1999, p.87).

É preciso ver o erro como uma forma de auto-avaliação do professor, onde a busca de uma nova metodologia, de uma nova reflexão sobre o modo de trabalho e um novo planejamento se necessário, visando a participação e entendimento dos educandos, pois o erro não pode ser visto como fonte de castigo, e sim, como suporte para o desenvolvimento.

Muitos professores acreditam que seu principal papel é corrigir, uma vez que a correção é uma intervenção de grande importância tratando de avaliação. Tradicionalmente, a correção é o fator de grande importância longe dos alunos. O que corrige, é anotado, e o resultado é uma nota. Mas avaliar o erro é muito complexo, pois qualquer atitude que desfaz o aprendizado do educando, pode provocar transtorno no processo de aprendizagem.

Hoffmann argumenta:

Torna-se, então, sumamente importante o acompanhamento pelo professor das tarefas realizadas pelo educando em todos os graus de ensino. Só que esse "acompanhar" abandona o significado atual de retificar,

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reescrever, sublinhar, apontar erros e acertos. E se transforma numa atividade de pesquisa e reflexão sobre as soluções apresentadas pelo aluno, anotando respostas diferentes, questões não respondidas, registrando-se relações entre soluções apresentadas por ele (1994, p. 78-79).

O erro ao ser visto como norteador para qualificar o aprendizado, necessita de uma base para rever o que não foi aprendido, e pensar em outras maneiras de aprender. Uma reflexão que o professor pode fazer referente ao erro, é na diferença de corrigir o erro e ensinar a pensar sobre ele. Apenas corrigir, resulta em correção sem reflexão, e ensinar a pensar é formar cidadãos críticos, que pensam e são capazes de uma melhor aprendizagem, pois segundo Demo (2001, p.50), "o erro não é um corpo estranho, uma falha na aprendizagem. Ele é essencial, faz parte do processo."

Para haver um progresso, o erro precisa ser visto como superação, pois quando é designada certa atividade e na qual o educando não consegue realizar ou não chegou ao resultado esperado, é o momento onde o professor faz a intervenção, através de conversas, é possível verificar o erro, reorientar para haver um entendimento do que é proposto para chegar ao entendimento.

Hoffmann ressalta:

As tarefas são elementos essenciais para observação das hipóteses construídas pelos alunos ao longo do processo. Através delas, professores de todos os graus de ensino poderão estabelecer o diálogo com os educandos, no sentido de debruçar-se sobre sua produção de conhecimento para compreender em que momento se encontram, qual a dimensão do seu entendimento (1999, p. 71-72).

Com o ditado "errando é que se aprende", pode-se perceber que o erro é fundamental na construção do conhecimento. Quando percebido o erro, é possível uma resolução, uma procura de caminhos para resolver o problema. O erro gera aprendizagem e também deixa livre para os alunos expressar suas experiências. O que é necessário, é o professor incentivar o aluno a responder, questionar, usar a atividade mental e a criatividade.

O que se pode perceber é o medo de falhar dos educandos, porque muitos professores deixam de mostrar que através do erro é possível atingir a aprendizagem também. E para isso, o papel do professor é mostrar que ultrapassando o erro é que adquirimos a construção do conhecimento. O resultado

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dessa construção mediada pelo professor mostra ao educando sua capacidade de aprender, de refletir que é capaz, e com isso, aprender torna-se agradável, um desafio instigante, capaz de mudar um processo educativo.

3.2 PROGRESSÃO CONTINUADA X PROMOÇÃO AUTOMÁTICA:

CARACTERÍSTICAS DE CADA UMA

Tratando de progressão continuada, muitos professores vêem a avaliação como um processo separado do ensino-aprendizagem, formam uma concepção restrita ao ato de avaliar, vendo apenas como uma atividade técnica. Com isso, torna-se uma classificação quantitativa, onde é baseada na aprendizagem. As práticas avaliativas tradicionais acabam tornando-se instrumentos de opressão e punição, pois elas constituem um fim em si mesmo, onde medem forças entre professor que possui os saberes, e aluno, que é considerado como aquele que não aprende.

Mas não é esse o papel do educador, e sim ver o educando com um ser que aprende analisar cada um, sua vivência, levantar ideias sobre ele. E Hoffmann argumenta:

Acredito que muito temos a descobrir debruçando-nos sobre as respostas das crianças e jovens, lendo-as nas linhas e entrelinhas, pensando como possam tê-las compreendido, suas incríveis e curiosas soluções e a interpretação possível em relação às perguntas feitas, às ordens dos exercícios. O que não significa que possamos encontrar explicações definitivas em todas as ocasiões, mas, sim, que possamos refletir sobre muitas possibilidades de o educando ser levado a formular a resposta daquela maneira (1999, p.62)

Para avaliação neste sistema, é usado provas, com uma lógica classificatória. Assim, a avaliação é realizada pelo e para o professor. Para os alunos, isso significa que seus conhecimentos são medidos apenas com provas. Mas o resultado é apenas do professor, pois deixar de medir os conhecimentos gerais, participação e socialização de cada educando, não contribui para melhorar o desempenho.

Durante o ano letivo, os educadores estão focados na aprendizagem dos educandos, preparam-se para conseguir atingir seus objetivos, onde o que

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prevalece é o aprendizado e aprovação de todos os alunos. Mas, nem sempre isso é possível, pois lançam como principal ato avaliativo, as provas, fazendo com que o educando faça o que sabe fazer, caso contrário, é reprovado. E com isso, torna-se uma promoção automática.

Hoffmann clareia essa ideia com um questionamento:

A questão que coloco é de que forma tais professores vêm interpretando, no seu cotidiano, propostas de promoção automática? Pois, se apenas aplicam provas aos alunos por obrigação do sistema, por ter de enunciar e comprovar resultados periódicos e finais do aluno, essas propostas passam a liberá-los de quaisquer compromissos nesse sentido. Ou seja, se antes só realizavam provas finais e para constatar resultados, então, agora, nem isso é necessário fazer. Podem simplesmente "dar suas aulas", sem se preocupar em ver o que o aluno sabe ou não sabe, já que ele será aprovado mesmo (1999, p. 23).

Um assunto que gerou e gera polêmica é a aprovação automática nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. O aluno aos 06 (seis) anos de idade inicia no Ensino Fundamental no ciclo de alfabetização com duração de 03 (três) anos. Nesse período, a progressão é automática, ou seja, a criança não reprova no 1º, 2º e 3º ano, e ao final, é integrada ao 4º ano. O CNE - Conselho Nacional de Educação reforça que os professores que atuam no ensino básico precisam ser capacitados como agentes letradores, que estejam preparados para avaliar o aprendizado que diz respeito a competências e habilidades de alfabetização e letramento que necessitam ser adquiridas desde o início da escolarização.

Os alunos estão sempre aprendendo, durante toda vida escolar estão aperfeiçoando suas competências e habilidades. A alfabetização tem data para começar, mas não para terminar, é uma constante construção. No entanto no contexto da concepção cultural dos professores, pais e alunos essa compreensão não é pacifica. Ainda muitos alunos vêm a escola atrelados aos processos de avaliação e estudam para passar de ano. Desta forma, há necessidade de melhor compreender o processo para evitar avanços sem a devida competência e aprendizagem necessárias.

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CONCLUSÃO

Como acadêmica do curso de Pedagogia, posso afirmar que realizar esse trabalho foi muito importante, pois pude aprofundar os conhecimentos sobre a avaliação escolar, conhecer novos métodos e o papel do professor perante a avaliação. Presenciar a prática de algumas professoras de escolas Municipais e Estaduais também foi gratificante, porque o contato com elas deixou clara a responsabilidade que o professor necessita ter ao avaliar, sem esquecer que é um dos atos mais importantes do ensino e aprendizagem.

Através do relato das professoras entrevistadas, ficou visível que ainda a prova prevalece como avaliação principal do processo ensino e aprendizagem. Há uma grande necessidade de uma reflexão em torno da prática educativa, cabe ao professor buscar compreender os elementos de sua prática, refletir sobre sua postura como professor em um todo, mas principalmente, sobre a avaliação, destacando seus limites e possibilidades.

Fala-se muito em mudar a avaliação escolar, mas não é somente a avaliação que precisa ser mudada, e sim a postura do educador em relação à educação. É necessário que o educador revise sua prática, revendo sua metodologia, sua interação com o grupo, necessidades e, assim, juntamente com os alunos, pais funcionários e demais integrantes do corpo docente, criando um novo conceito de avaliação. Muitas vezes, o problema não está somente no educando, e sim, na prática utilizada pelo professor.

Os instrumentos de avaliação são determinados pelo próprio professor, através das ideias e modelos que o profissional atua. A avaliação pode ser vista como um controle dos educandos, onde é através de pontos ou notas das tarefas realizadas pelos educandos, e também o comportamento na escola e em sala de aula, onde aqueles que não se ajustam, acabam sofrendo na avaliação. Muitos educadores deixam de ver o conhecimento que o aluno adquiriu, visando mais para a nota que ele obteve. Com isso, a nota passa a apresentar um objetivo diferente do rendimento do educando.

(32)

Para haver uma avaliação justa tanto do professor quanto do aluno, é preciso ousar na busca de modalidades avaliativas que respeitem o desenvolvimento do educando e melhore as práticas educacionais.

O que ficou notável na pesquisa é que a prova é um dos principais métodos de avaliar, se não houver as provas, os educando se acomodam muito, deixando de priorizar o ensino e o conhecimento, onde passam apenas a frequentar a escola por obrigação e não para aprender. Mas não é apenas a prova que se avalia, e sim o comportamento em sala de aula e fora, o conhecimento, a interação, o coleguismo, dinamicidade, entre outros.

Duas das entrevistadas relataram que avaliam diariamente, fazendo anotações no portfólio e acrescentam que é necessário um acompanhamento à criança no decorrer das atividades para o educador auxiliá-la, quando necessário.

Contudo, através desse trabalho, pretendi esclarecer as questões e considerações que julgo necessárias para a relação do ensino-aprendizagem e da avaliação. Uma relação que ainda precisa ser mais estudada. Uma investigação ao real significado de avaliação na construção do conhecimento do educando e na compreensão da prática avaliativa dos educandos.

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REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: imagens e auto–imagens. 6.ed. Petrópolis, RJ. Vozes, 2002.

CALDEIRA, Anna M. Salgueiro. Avaliação e processo de ensino aprendizagem. Presença Pedagógica, Belo Horizonte, v. 3, p. 53-61, set./out.1997.

Demo, P.E. É errando que a gente aprende. Nova Escola. São Paulo, n. 144, p. 49-51, ago. 2001.

FREIRE, M. A paixão de conhecer o mundo. 7.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 13.ed. Porto Alegre: Mediação, 1994.

___________. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à Universidade. 15.ed. Porto Alegre: Mediação, 1999.

___________. Pontos e contrapontos: do pensar ao agir em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 1998.

LEAL, Telma Ferraz, apud. SILVA, da Janssen Felipe. et al. Práticas avaliativas e

aprendizagens significativas: em diferentes áreas do currículo. 3.ed. Porto Alegre:

(34)

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 8.ed. São Paulo: Cortez, 1998.

SANT'ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar?: Critérios e instrumentos. 7.ed. Vozes. Petrópolis, 2001.

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ANEXOS

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Cara Professora,

Este questionário é parte integrante do meu Trabalho de Conclusão de Curso – TCC - do curso de Pedagogia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI - que trata da concepção de professores de 1º, 2º e 3º ano do Ensino Fundamental, em relação à avaliação da aprendizagem escolar, sob orientação da Profª Hedi Maria Luft.

Solicito sua participação, que é de extrema importância, respondendo as questões abaixo. As respostas coletadas terão única e exclusivamente a finalidade acadêmica e, em nenhuma hipótese será revelada a sua identidade.

Grata,

Acadêmica do curso de Pedagogia. Maiara Eduarda Follmann

1) Perfil da professora

1.1 Formação:

( ) Magistério de nível médio ( ) Normal Superior

( ) Graduação em pedagogia ( ) Outras Licenciaturas. Qual?

2) Especialização em:

3) Atua, no momento, no 1º ano ( ) 2º ano ( ) 3º ano ( )

4) Relatar o modo que você avalia a aprendizagem dos seus alunos.

5) Tipos de atividades de avaliação, momento de sua aplicação, e quantidade de vezes que aplica.

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6) Onde são lançadas as informações que obtém com as atividades?

7) Você tem alguma (s) dificuldades (s), para realizar a avaliação dos alunos? Quais?

8) Qual sua concepção sobre avaliação na aprendizagem escolar?

9) Quais instrumentos, métodos, você diria que são essenciais para uma boa avaliação?

Referências

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